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pacuaL Algodio: Pesqitios Resuitados para o Caro Apresentagao Alvaro Lorengo Ortolan Salles Presidente do Facual Ev ‘um passado recente, o algedao produzido em Mato Grosso era associado a produto de baixa qualidade pela inddstria nacional. Para o mercado internacional era praticamente inexistente. Por muitos. era visto como negécio para pequenos produtares, pois a cultura demandava presenga constante na lavoura e impossibilitava o uso da mecanizacao. Os solos dcidos-das novas regides recém-desbravadas no Estado e a falta de experiéncia dos novos produtores imigracdos em Mato Grosso alimentavam o desinteresse pela cultura em escala comercial. Acima de tudo, a adogao da cotonicultura era impedida pela auséncia de conhecimentos praticos e, principalmente, cientificos. Esse cenario s6 comesou a mudar quando o produtor Olacyr de Moraes, na busca de novas alternativas para o plantio no cerrado, experimentou com o que se tinha disponivel na época. Os bons resultados de producdo obtidos e os precos valorizados daquele momento tornaram possiveis o surgimente de uma nova opgao de cultura para o cerrado mato-grossense: 0 algodio. Foi um crescimento vertiginoso: muitos sojicultores aqui estabelecidos viraram cotonicultores, assim como, produtores de algodao de outras partes do pais transieriram para Mato Grosso suas atividades. Porém, a cada safra as dificuldades iam aparecendo, muitas de origem técnica e outras tantas de origem econémica. Isto principalmente por ser uma cultura de trabalho intensivo, tanto no emprego de tecnologia, como na exigéncia de uma estrutura econémica, baseada no controle dos custos e necessidade de financiamento, aspectos até entao nunca sentidos nesta intensidade pelos produtores de Mate Grosso, Assim, a complexidade desta cultura exigiu a busca por mais conhecimentos. Elafomos nés, nos arganizandoem associagées, fundages, buscando idéiase experiéncias nos quatro cantos do Brasil e do mundo. E para dar sustentagao financeira a tude isso, foi criado, pelo governo de Mato Grasso e pelos cotonicultores, o Programa de Apoio a 14 Apresareacio Cultura do Algodao de Mato Grosse (Proalmat) e, com ele, @ Fundo de Apoie a Cultura do Algodao (Facual), que vem cumprindo nos tiltimos sete anos, a missdo de estimular, principalmente, a pesquisa e o marketing do algodao que aqui produzimos Hoje, nao s6 devido ao trabalho do Facual, mas principalmente ao espirito inovador do produtor de Mate Grosso, que ndo teme mudangas e nem se intimida diante de obstaculos, mudamos a imagem nacional ¢ internacional da cotonicultura do Estado e, por que nao dizer, do Brasil. Tornamos a pluma aqui produzida, nao sé uma das melhores do nosso pais, mas também reconhecida entre as melhores do mundo. O Facual é somente uma pequena parte que move a complexa engrenagem que é a catanicultura de Mato Grosso, E, essa histéria continua sendo escrita a cada dia, Teremos, certamente, muitas dificuldades pela frente, verdadeiras barreiras a serem transpostas. E certo que cultivamos em um clima muito peculiar, que solugdes para nés serdo diferentes das disponiveis ao restante das 4reas cultivadas com algodao no Brasil e no restante do mundo. Os nossos problemas de doencas, por exemplo, so 0s maiores que se tem conhecimente, Por isso, a importincia dos estudos das instituigdes que atuam no desenvolvimento de diversas pesquisas, assim como dos consultores aos quais, por muitas vezes, solicitamos auxilio para nos orientar nos rumos a serem seguidos. O uso crescente dos Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) nos principais paises produtores é um bom exemplo da necessidade de se continuar as pesquisas pois, além de termos que desenvolver a nossa biotecnologia para realmente servir de ferramenta a nossa cotonicultura, ela devera ser economicamente vidvel, e nisso concentramos inGmeros esforgos em busca dos resultados, que certamente, logo virdo. Mas varios resultados foram aleangados durante estes anos em que pesquisas foram desenvolvidas pelas varias instituigdes apoiadas pelo Facual. E, apesar de eles j4 estarem disponiveis, faltava uma publicagde que os reunisse ¢ os disponibilizasse ao cotonicultor para consulta, Assim, o Facual convidou renomados pesquisadores de varias areas do conhecimento para escreverem este livro. Dessa forma, © conteddo dessa publicagao € formado, basicamente, de resultados das pesquisas apoiadas pelo Fundo. Os autores também acrescentaram outras fontes de informagao, a partir de revisio dos conhecimentos disponiveis para cada assunto. Este €, para nés, apenas o primeiro de outros trabalhos semelhantes que virdo. Afinal ainda existem muitas dificuldades a serem superadas, sejam elas referentes 4 pesquisa agronémica, a qualidade da produgao ou a comercializacao. Esperamos que este livre sirva para consulta no dia-a-dia do produtor e dos seus técnicos, ou seja, que cumpra a sua fungao de auxiliar na salugao das problemas dessa cultura tao complexa que é a do algodao. 15 ‘Fenologia. 3 — e@ Ecofisiologiay do Algodoeiro. Lr via re) LO yee Loe) re ul 9 ] puto Fen fabio do Aoi De a maior parte do ciclo da planta de algodao, especial- mente dos 50-60 dias até 110-120 dias, hé diversos eventos ocor- rendo ao mesmo tempo, tais como crescimento vegetativo, apa- recimenta de gemas reprodutivas, florescimento, crescimento maturagao de frutos (Figura 1). Cada um destes eventos ¢ importante para a producto final, mas & necessério que eles ocarram de modo balanceado. Como a fonte de energia e nutrientes ¢ a mesma para todos estes processos, durante boa parte do ciclo da planta ocorre uma forte competicao interna pelos carboidratos fixados por meio da fotossintese. Assim, se houver uma queda excessiva de estruturas teprodutivas, haveré crescimento vegetativo exagerado, aumentan- do o auto-sombreamento, que, por sua vez, causard maior queda de estruturas reprodutivas, Figur I: Esqlema mosbando o ciclo de crescimento do algodosiro Nano 1000) hae 2500 2000 1500 1090 0 a a ) Dias Apes a Emergéncia v7 Ciro A, Rosolem rosolem@ica.unesp.br Fngenhelto Agrénémo, obieve ‘Mesttaclo ¢ Doutorado em Solos ¢ NNutigio de Platas pela EsaljUSP. ‘Atualmente ¢ professor titular do Departamento de Producio Vegetal da Faculdade de Cigneias Agrondmicas = UNESP e, desde 1997, membro do Conselho internacional de Nutrigio de Plantas pact Algo: Pequbs eRe pao Capo A temperatura influencia fortzmente o crescimento da planta em todas as suas fases, Por isso, a pesquisa elabotou uma escala, determinando a exigéncia de temperatura para cada fase do crescimento do algodoeiro'. Na Tabela 1, encontra-se essa exigéncia, deter- minada para variedades cultivadas nos Estados Unidos e no Brasil. Pela referida tabela, pode ser visto que 0 desenvolvimento das plantas e a resposta & temperatura nao so. muito diferentes no Brasil e no resto do mundo, Assim, é perfeitamente possivel utilizar, no Brasil, resultados de pesquisas obtidos em outras partes do globo. ‘As Uniclades de Calor que aparecem na tabela signiticam oseguinte: se, num deteminado dia, a temperatura minima for 15°C e a temperatura maxima for 35° C, a temperatura média seré 25°C. Como o algodio nao cresce se a temperatura estiver ebaixo de 15° C, este valor é subtraido da temperatura média. Assim, teremos, para aquele dia consi- derado, o actimulo de 10 Graus-Dia (25 - 15 = 10), Em muitas das areas de algodéo no Brasil, durante o verao, as temperaturas médias se apro- ximam de 25° C. Nestes casos, pode-se considerar qué, a cada 10 GD, tentos um dia Apesar do ntimero de eventos que acorrem ao mesmo tempo, no presente trabalho, pata facilitar o entendimento, dividiu-se 0 ciclo do algodoeito em fases de crescimento, analisando-se os principais processos que acorrem em cada fase. © estudo das fases de crescimento de uma planta chamavse fenologia, Assim, dentro da fenologia do algodoeiro, serdo analisadas as seguintes fases: 1. Da semeadura & emergencia; 2. Da emergéncia Tabela |: Némero médio de dias e unidades de calor (UC) que o algodio necesita durante seu crescimento, em varios stigios. Dados obtides na safra de 1998/1999, na regito de Randondpolis, média dhs variedades TA 90 e Antares. Namero de Dias Unidas de Calor Extigio de Cecil are Dsemearra&emerméncia ” Demerncia an primeiobotio 33 m8 3a i pliner ati pine a a 208 m1 * UC — Unidades de Calor acumuladas, caleuladas Diese na = 4 763 @ eG prota floran primero capuho 34 $5465 0 ToTenperaurs bi i Da emertncia ao primelio capuio 109 125-161 1297 Temperatura minima dra 15°C, lemperatura base Eaten Na asprin 8 Nos ramos 86 "ose 3.29. 18 auto 1 Feo Fealiologia ds gio a aparecimento do primeiro botdo floral; 3. Do aparecimento do primero botdo floral até 0 aparecimento da primeira flor; 4. Do aparecimento da primeira flor ao primelto capulho; 5, Da abertura do primeiro capulho a colhelta, Fenologia do Algodoeiro A cultura do algodao necessita de monitoramento constante, com vistas ao controle de pragas e doengas, a realizagdo de operacdes de eduba¢do em cobertura ou foliar, e A aplicacdo de reguladores de crescimento e maturadores ou desfolhantes. Assim, 0 cconhecimento dos estagios fisiolégicos da planta é de fundamenial importancia na de- cisio sobre o momento de realizacdo de cada pritica. Como a planta é muito sensivel & temperatura, o simples acompanhamento cronoldgico, por meio da contagem de dias, nao € suficiente para que se reelizem as operagdes dentro da época mais recomendada €, portanto, mais econdmica. Recentemente, foi desenvolvida a “Escala do Algodao", ou seja, um sistema de identi- ficagdo de estigios de desenvolvimento do algodoeiro, que permite definir exatamente cada passo do desenvolvimento e crescimento da planta’. Neste sistema, 0 ciclo de vida da planta é dividido em quatro fases: fase vegetativa (V), farmagao de botdes florais (B), abertura de flores (F) e abertura de capulhos (C). Fase Vegetativa VO — Vai da emergéncia da plintula até 0 momento em que @ nerwura principal da primeira folha verdedeira alcanga 2,5 cm de comprimento. Vi — Vai do final da VO até que a segunda folha alcance 2,5 cm de comprimento, V2 = Vai do final da V1 até que a nervura central da terceira folha atinja 2,5 cm. V3-Vn = Segue o mesmo critétio. Fase de Formagao de Botées Florais B1 — Inicia quando o primeiro botao floral se torna visfvel, B2 — Inicia quando o primeiro botao floral do segundo ramo frutifero se torna visivel. B3 — Inicia quando o primeiro botao floral do terceiro ramo frutifero se torna visivel. Nesta época, 0 segundo botio do primeira ramo também se torna visivel B4-Bn — Segue o mesmo critéio. gc p35 19 PCA gai: Paquin «Read pra Cango Florescimento F1 = Inicia quando o primeiro botio floral do primeiro ramo se transforma em flr. F2— Inicia quando o primeiro botio floral do segundo ramo s¢ transforma em flor. F3-Fr = Segue o mesmo critério. Abertura de capulhos 1 = Inicia quando a primeira maga do primeiro ramo se abre, transformando-se em capuho. C2 = Inicia quando a primeira mag do segundo ramo se abre, transformandosse em capuho. C3-Cn — Segue o mesmo critério, E interessante notar que 0 estégio pode ser determinado mesmo com a ocorréncia de queda de estruturas, tomando-se outras estruturas como referéncia. Assim, s¢ a primeira estrutura de um determinado ramo foi perdida, tomasse a segunda estrutura, dois ramos abaixo, que deverd ter a mesma idade fisiolégica, Semeadura e Emergéncia A velocidade de emergincia depende fundamentalmente da temperatura’, Em condigdes normais, ela deve ocorrer entre cinco e dez dias. Nesta fase, é possivel analisar a reagao. da planta ao ambiente separando o proceso em diferentes eventos. O primeiro evento, que ocorre assim que a semente é colacada no solo, é a embebicéo. Ao contrario do que se pode pensar & primeira vista, s¢ 0 solo nao estiver muito seco, a temperatura tem maior efeito na velocidade de embebigao da semente do que a prépria égua, pois, a 37,8° C, a semenie chega a 60% de umidade em aproximadamente, oito horas, enquanto que, a 15,5° C, a mesma umidade somente € atingida em, aproxima- damente, 28 horas, Considerando-se que sempre haveré sementes com menor vigor no lote, as semertes mais vigorosas conseguirdo superar este estresse com maior facilidade que sementes de menor vigor. Assim, no campo, o sintoma de problemas com baixas temperaturas seré a desuniformidade do estande, 0 que nao é desejével Em seguida, ocorre a emissaio da radicula que, por sua vez, também € bastante depen- dente da temperatura. Independentemente da umidade do solo, o tempo para a emisséo. naa, mp a0 yuo Felon Ecco do Aldi da radicula diminui significativamente com o aumento na temperatura, com o tempo. minimo ocorrendo a temperaturas médias da ordem de 32°C. £ importante notar que, mesmo com umidade do solo da ordem de -10,0 bar, 0 que representa um solo bem seco, hé emissdo de radicula. Por outro lado, temperaturas menores que 20°C elevam tempo para a emissio da radicula acima de 40 horas, que, somadas és 28 que demo- raram para a embebicao, se chega a 68 horas, ou quase trés dias. Se as temperaturas estivessem na faixa étima, os mesmos eventos demorariam, aproximadamente, 24 horas, ou apenas um dia. Depois, ocorre o crescimento do hipocdtilo. Como pode ser visto na Figura 2, 0 crese cimento do hipocétilo é também dependente da temperatura, mas sofre uma influéncia muito grande da umidade do solo, Assim, se 0 solo estiver com umidade de -10,0 bar (relativamente seco), insuficiente para inibir completamente os eventos anteriores, e se a semeadura tiver sido realizada a § em de profundidade, nao haverd emergéncia. Da mesma forma, independentemente da umidade do solo, se a temperatura média for menor que 21° C ou maiar que 34” C, nao haveré emeigéncia da planta. Novamente, nese caso, sementes mais vigoroses conseguirdo se sobrepor ao estresse (dependendo do rigor do estress), 0 estande seré muito desuniforme, Figura 2. Comprimento do hipocétilo do algodoeiro, em fungio di umidade do solo e da temperatura. Comprimenio Hipacétilo, cm n 10 0 1041 [Bh Urvidades 0 3tar BB vnvidader 3 0tar BEE Unvidades -1obar Fonte: WANIURA @ BUXTON, 1972. 156 21 267 322 378 433 Temperatura, °C u PCA gai: Paquin «Read pra Cango Da Emergéncia ao Primeiro Botao Floral — Fase Vegetativa Dependeno da emperatura, esa fase pode demora de 27 a 38dias' Nesta fase, ocrescimen- io da parte aéreaé relativamente lento, mas ha vigoroso cresclmento do sistema radicular, © crescimento de plantulas de algodao, durante as duas primeitas semanas apés a emergéncia, nao é muito sensivel 4 mudanca na temperatura. Entretanto, a partir da 3* semana, a planta fica muito sensivel a variagdes de temperatura, com crescimento dtimo @ temperaturas diurnas de 30° € e noturnas de 22° C°. Desenvolvimento do Sistema Radicular ‘A emissao da radicula ocorte antes mesmo que 0 inicio do crescimento da parte aérea, comojé fol visto. Ao contrério das gramineas, oalgodoeito tem raiz pivotante, com uma raiz principal que € mais ou menos grossa, alé 25 cm ou 30 cm de profundidade, quando afina bruscamente, podendo atingir mais de 2,0 m de profundidade se ndo houver camaclas de impedimento quimico ou fisico. A raiz pivoiante penetra o solo rapidamente, podendoatingir uma profundidade de 25 cm ou mais por acasido da abertura dos cotilédones. Durante esta fase, a raiz deve crescerde 1,2 cm a 5,0 cm por dia, se ndo houver impedimento. Quando @ parte aérea tiver, aproximadamente, 35 em de altura, a raiz deverd estar a 90 cm de pro- fundidade®. Numerosas raizes laterais apatecem, formando um tapete que se encontra no meio das linhas, mas sao relativamente superficiais. O comprimento total das raizes continua a aumeniar até quea planta atinja a sua altura maxima e os frutos comecem a se formar, A partir deste ponto, o comprimento total do sistema radicular entia em declinio. A relagio parte aérea/taiz, que & de 0,35 aos 12 dias apés a semeadura, cai para 0,15 aos 80 dias, As barreiras que podem impedir o crescimento radicular sdo as seguintes: alto teor de Al {aluminio) no solo, subsolo muito pobre em Ca (calcio), impedimento fisico (solo com- pactado), falta de agua e adubo locelizado exatamente abaixo da linha de sementes, O algodoziro é muito sensivel, tanto ao aluminio toxico como a falta de Ca no solo, podendo o crescimento das raizes ficar completamente comprometido’. Na Figura3, pode ser visto que, quando a saturacao do solo por base foi meno que 50%, taviaprelulzono crescimento radicular das résvariedades de algodio. Iso ocorte porque, ANG, 18 p87. NeMUCHEL, 10, 9.282288, SHED, 189% p231248, 7 ROBOLEN, 200 p. 627-833, yuo Felon Ecco do Aldi com menos de 50% de saturagao por bases, normalmente o solo tem Al téxico. Por outro lado, sea saturagéo por bases for muito alia, pode prejudicaro crescimento radicular, como ‘corre, na figura, para duas das variedades. Assim, quando se pensa em corteco do salo para 0 cultivo do algodao, nao é suficiente se pensar apenas na camada ardvel, pois isso no traré seguranca de que hé boas condigdes para o crescimento no subsolo, Com relagdo 8 compactagio do solo, o algodoeito é uma planta partcularmente sensivel. E, por exemplo, mais sensivel que o milho, ou mesmo que a soja", como pode ser visto na Figura 4. Pela figura, o milho tem maior capacidede ce penetracao em camedas de solo compactadas. A seguir, vem a soja e depois o algodio, Pela figura, ainda, observa-se que, quando o solo tem resisténcia & penetragao de 2,0, MPa, ndo hé mais crescimento radicular do algedoeiro, mas o milho ainda cresc. Figua 3: Cescinento radicular de ts varedades Figuad:Densifade de comprimento radicular dasoja, milo de algodo em funcaa da acidez do slo «algo em fungi da rsitncia de slo & pons. ompsimento(mplant) Densidad de Comprimento, cm em-3 80 09 BB Alsotio n os) 07 Bvito 6 06 50 05 fy o4 x 03 a 02 10 on 0 0 10 30 30 70 0 O04 08 12 16 2 Saturagdo por Bases (%) Resistincia& Penetracio, MPa 4,20 B PCA gai: Paquin «Read pra Cango Um estudo foi feito para observar a penetracao de raizes de algodao em dois solos de Mato Grosso, um arenoso eum argiloso”, No solo arenoso, como a umidade foi mantida em boas condigdes, nao houve diferenca no crescimento radicular, mas, no solo argiloso, as resisténcias a penetragao atingidas foram muito maiores, prejudicando o crescimento, radicular do algodoeiro (Figura 5). Como pode ser visto na Figura 5, em solo argiloso de Mato Grosso, mesmo com resisténcias do solo & penetragao cue nao sio muito altes, jf houve prejuizo ao crescimento radicular do algodoeiro, Entretanto, a0 contrério do que normalmente se encontra na literatura, mesmo com resisténcias acima de 2,0 MPa, ainda howve crescimento radicular, 0 que nao seria esperado. Outro fator muito importante no bom estabelecimento da cultura do algodio é o fato de as ratzes jovens poderem crescer sem impedimen‘os, Considerando que a maioria das maquinas semeadoras do mercado colocam 6 adubo exatamente abaixo da linha de sementes, isso pode trazer prejuizo ao crescimento inicial da lavoura. Em um ano em que as condigBes climiticas no resto do ciclo de crescimento e produso forem boas, isso pode ndo levar a prejutzo na produtividade, mas em anos com clime maiginal, pelo menos durante parte do ciclo, isso pode vir a prejudicar a produtividade, Figura 5: Pradugao de razes pelo algodoeiro em funcio da resistncia do solo & peneracio, Produgao Raiz, g planta 28 05 0 1 2 3 4 5 Resistincia & Penetragao, MPa at, 200, 4 yuo Felon Ecco do Aldi Foi conduzido um experimento em Botucatu-SP”, onde se estudou o efeito da locali- zaga0 do adubo no crescimento radicular do algodoeiro, Os resultados encontramse na Figura 6, que mostra que, na auséncia de adubacao, o crescimento radicular foi Muito prejudicado. Assim, mais uma ver fica demonstrada a necessidade de adubagao proxima a semente, Entretanlo, quando a formula foi aplicada 5 cm embaixo das sementes, 2,5 cm de cada lado, ou mesmo a 5 cm abaixo e ao lado, os resultados néo foram muito bons. Quando se colocou 0 adubo em duas faixas, a 5 cm de cada lado da linha de semeadura, ou com aplicagio de uma faixa a 10 cm da linha de semeadura, ambas 5 cm mais fundas que as sementes, os melhores resultados foram abtidos. ‘Assim, é fundamental que o adubo seja aplicado fora da linha das sementes, para asse- gurar um estabelecimento répido e unitorme da lavoura. Figura 6: Comprimerto radicular do algo em fungio da localizagio do alubo em relagio & semente, Foi empregada a férrmula 05 20 20, CComprimento da Raiz, cm 180 150 120 90 60 30 BB 10 cmao lado BBE 5 emde cada Lato BB 5 cmi0 Lato EB ints BB 25 emde Cada Lado BB semacabo 306 9 12 15 18 Dias Apés a Sereadura "sou, 2003, 25 PCA gai: Paquin «Read pra Cango Desenvolvimento da Parte Aérea Do Nesta fase, desenvolvem-se nds e internds, podendo haver inicio de crescimento de um ou mais ramos vegetativos. O algodoeiro possui dois tipos de ramos: reprodutivos e vegetativos. Em cada nd, desenvolve-se um ramo reprodutivo. Por outro lado, nao & desejivel o desenvolvimento de muitos ramos vegetativos. Os primeiras quatro a cinco nds da haste principal sio vegetativos e suas folhas tém duracao curta. O primeiro botdo floral deve aparecer entre o quinto & 0 sexto né. Primeiro Botao a Primeira Flor — Fase de Botoes Florais Nesta fase, acentua-se 0 crescimento em altura e a acumulacio de matéria seca pela planta, que entra na fase linear de crescimento. Esta fase é também regulada pela tem- peratura, durando, usualmente de 25 a 35 dias'. Em temperaturas médias de 22°C a 25°C, as plantas iniciama producao de um novo ramo. simpodial (rutferc) na haste principal, a cada trés dias'. Por ocasigo do aparecimento da primeira flor, as plantas devem ter desenvolvido na haste principal entre 14 e 16 nés, acima do n6 cotiledonar, Embora haja alguma variagaa em fungio da posigo na planta, além da temperatura, pode-se estimar que, a cada trés dias, deve apatecer um bolio floral em ramos sucessivos 2, a cade seis dias, um botio floral no mesmo ramo!”. Nesta fase, o crescimento vegelativo & fundamental para gerar um grande niimero de posigSes frutiferas. Por ocasiéo do aparecimento da primeira flor (Branca), uma planta com bom potenclal de produgao deve ter 9-10 nés acima desta flor”, Com relacdo & exigéncia em gua, nesta fase, ela passa de menos de 1mm por dia para quase 4 mm por dia, A falta de égua, neste periodo, faré com que a planta fique menor do que deveria, com menos posigdes para o desenvolvimento de flores e mags. Uma seca, nesta fase, faz com que a planta estacione seu crescimento. Se a seca nao for muito severa, poderd haver recuperagao do crescimento, ey, a, %6 yuo Felon Ecco do Aldi Nesta fase, esto acontecendo diversos eventos com grande intensidade na planta. A competigao entre crescimento vegetativo © reprodutivo se acentua, exigindo maior atencao. As plantas continuam a crescer linearmente. € atingida a altura maxima, assim ‘como a maxima intersecao de luz ffechamento da copa). A vida média de uma folha é de 65 dias, mas 0 pico de fotossintese ocorre, aproxi- madamente 20 dias apés a abertura da folha. A maxima fotossintese da folha ocorre quando o fruto est no inicio de seu desenvolvimento, o que pode limitar o fluxo de carboidratos para o fruto, principalmente quando existe mais de um fruto por ramo. Isso explica por que sempre os frulos de primeira posi¢do no ramo sto mais desenvolvidos que os demais, A exigéncia de agua passa de 4 mm a mais de 8 mm por dia, acompanhando o desen- volvimento da étea foliar. Embora 0 algodio seja conhecido por ter certa resistencia a seca, maior que nos cereais, por exemplo, isso nao significa que nao necessite de Agua. Para a obtengdo de altas produtividades, é necessaria uma quantidade de dgua da ordem de 700 mm durante 0 cielo da cultura’. O problema é que, em boa parte do Brasil onde se cultiva algodao, quanto mais égua disponivel mais nuvens e, portanto, menos luz disponivel. Assim, em algumas regides, a presenca de chuvas fornecendo quantidade adequada de égua nao permite que a cultura receba a insolaao necesséria para altas proclutividades, Neste caso, a falta de luz ¢ mais limitante que a prépria dise ponibilidade de égua Queda de Estruturas Reprodutivas ‘A queda ou abcisfo de botées florais e de mags jovens é um fendmeno natural no al- odio, que ¢ acentuedo pela ocoriéncia de condigdes adversas como tempo nublado, temperaturas muito altas ou baixas, deficiéncia de nutrientes e crescimento vegetativo muito intenso. A queda de até 60% das estruturas & considerada normal’. No Brasil, a vatiedade Coodetec 401 apresenta uma média de queda de estruturas de 57%. ‘A queda é regulada pelo balango entre agficares no tacido e teor de etileno. Desta fore ma, qualquer fator que determine uma queda na fotossintese ou um aumento no gasto metabélico resultard em queda de estruturas reprodutivas, como por exemplo, auto-som- breamento por crescimento excessivo, muitos dias nublados, temperaturas altas, ete. GENES pT. 7 PCA gai: Paquin «Read pra Cango Tendo em vista que 0 algodéo é uma planta tipo C,, com elevada taxa de fotorrespiracio (cerca de 38% da fotossintese) e alto ponto de compensagao deCO,, a planta é particu- larmente sensivel a falta de luminosidade. Na Tabela 2, pode-se ver que o sombreamento causa redugdes importantes na fotossintese das folhas, individualmente. Por outro lado, ‘ocrescimento excessivo da plania causa maior auto-sombreamento, dificultando a pene- tragao da luz na copa da planta, também com prejuizos na produtividade. Normalmente, aceilz-se que a allura méxima da planta nao deve ultrapassar 1,5 vezes 0 espacamenlo da cultura, pata que o auto-sombreamento nao seja excessivo. A resposta do algodao a altas temperaturas, em relagao a retengao de frutos, encontra-se na Figura 7. Nota-se que a resposta da planta em termos de crescimento vegetativo (produgao de pontos floriferos, ou nds) é linear, com o aumento da temperatura até 42/32° C. Entre- ; , Teas Conf da ola Ans da Meo ote Sombreada or ‘Tabela 2: Taxas de fotossintese liquida de folhas de algodéo ESTER ETN 47 erbiceo pré-conticionadas por vrios regimes de uz (Densamente sombreads? wv ‘Completamente iuminada as 9:00 horas da manna 6 " Todas a flhas ioram expostas dretamente a0 sol no momento das medicoes. 7 Folhas submetidas a forte sombreamento arificial. ‘Numero por Phnta % de Queda zy 100 60 ” 80 Figura 7: Beito de temperaturas altas na fixacao de frutos do ay algodeeiro n 40 7 60 J Se abcisio og . Namero de Magis * 0 BB Nimero de Flores 2 2 » 10 0 0 0 3022 3507 4032 Temperatura, °C 8 yuo Felon Ecco do Aldi tanto, em temperaturas acima de 35/27° C, a porcentagem de abcisdo aumenta muito, cchegando a 100% das flores produzidas. Assim, akas temperaturas tendem a desbalancear 0 equilibrio entre crescimento reprodutivo e crescimento vegetativo da planta, em favor do desenvolvimento vegetativo. Plantas muito vigorosas, com rapido crescimento, podem significar pouca producéo. No caso da Figura 5, as plantas permaneceram 12 horas nas temperaturas indicadas, 0 que nao cotresponde a realidade de campo. Assim, foi testado"' 0 efeito de temperaturas altas em plantas de algodao expostas por duas, quatro, seis e 12 horas a temperaturas de 40°C . Foi observado que as plantas toleraram 40° C por até seis horas, com pequena influéncia no pegamento das flores, quando tinham menos que dez macas. Plantas com mais de dez mags apresentaram taxas de retengdo menores, com menos tempo de exposigio a altas temperaturas. Isso ocorre em fungao do fornecimento de carboidratos as estruturas em formagéo, que varia conforme a temperatura. Em temperaturas acima de 30°C, a fotossintese comega a diminuir, enquanto que a fotorrespiragao continua a aumentar, tendo como conse- qéncia uma importante diminuigzo na fotossiniese liquida, ou seja, nos carboidralos disponiveis para o crescimento. Nesta fase, da primeira flor a abertura do primeiro capulho, algumas maga jd estao em fase de maturagao. Portanto, na segunda metade desta fase, a ocorténcia de qualquer estresse que diminua a fotossintese, como temperaturas muito altas ou baixas, muitos dias nublacles, seca, etc., além do prejuizo pela queda de estuturas, ocorrerd um prejuizo em fungio da ocorréncia de maior porcentagem de fibras imaturas. Do Primeiro Capulho a Colheita A fase final da cultura comega com a abertura do primeiro capulho e termina com a aplicagao de desiolhantes e/ou maturadores. Neste caso, essa fase dura de quatro a seis semanas, dependendo da produtividade, do suprimento de dgua e de nutrientes, assim como da temperatura. A maturagdo das macas depende fundamentalmente da temperae tura. A maior taxa de crescimento, ou seja, a temperatura em que as magas atingem a Maturidace em menor tempo, encontra-se entre 21°C e 26°C, Para temperaturas médias de 30, 26 23°C, 0 tempo para se obter macs maduras seré, respectivamente, de 40, 50 e 60 dias. Por outro lado, temperaturas mais baixas favorecem @ formacdo de mags mais pesadas. "FED. 2690, 29 PCA gai: Paquin «Read pra Cango ‘Nesta fase, a carga pendente deve ser suficientementealta para inibiro crescimento vegetativo. isso acorre porque o grande nimero de macas em desenvolvimento deve oferecer competicao 2 crescimento vegetativo que, assim, espera-se qjue seja menor. Além disso, nesta fase, a ati- vidade do sistema radicular esté em declinio, assim como é diminuida a fotossintese da copa da planta. Desta forma, o principel processo que ocorre na planta ¢ a translocagao, Nesta fase, a ocorréncia de um estresse causaré prejuizo na qualidade dk fibra e no tanto na produtividade, a nao ser que ocoita excesso de chuvas. Assim, baixas temperaturas poderao. resultar em muitas fibras imaturas e mé abertura dos capulhos. Neste ponto do desenvolvimento cla cuhura, a exigéncia em Agua cai rapidamente. Na verdade, quando de abertura dos capulhos seria desejdvel que ndo chovesse, para que fosse preservada ‘2 qualidade das fbras. Evidentemente, gua em excesso, nesta fase, resultard em grandes pre jufzos, principelmente se a cultura estver muito enfolhada, pois 0 microclima muito Gimido favorecerd o apodrecimento dos capulhos e magas da parte de baixo da plania, justamente as mais desenvolvidas. Agua na Cultura do Algodao O algodoeiro tem tolerancia relativamente alta & seca, quando comparado a outras culturas, como por exemplo soja, arroz, milho, girassol, trigo, eic. Esta caracteristica vem de seus ajustes fisiol6gicos, assim como de sua capacidade de crescimento ¢ plasicidade radicue lar. Uma planta de algodo submetida & seca, desde que ndo haja impedimento fisico ou quimico no solo, aprofundard seu sisiema radicular, explorando melhor as camades mais profundas e as reservas de agua do solo. Nesta situacao, é diminuida a relagao copalraiz, ou seja, hi mais ctescimento radicular que da parte aérea, o que habilita a planta a ex- plorar melhor a agua do solo. Evidentemente, haveré algum prejuizo & produtividade, mas a planta sobreviverd e 0 prejuizo sed relativamente menor, quando comparada as culturas citadas. A exigéncia de agua para alas produtividades é baixa até 0 aparecimento dos primeiros botées florals, normalmente menos que 2,0 mm pordia. A pair dai, hé um rapido aumen- to, chegando a mais de 8,0 mm por dia, na fase de pleno florescimento. Esta fase de ata exigencia demora de 60 a 100 dias, Assim, apesar de apresentar resistencia considerdvel a seca, para altas produtividades, & necesséria a dsponibilizagao de 650 mm a 900 mm de dgua durante o ciclo da cultura, A variagdo se explica em funcdo de locals e climas particulares, 30 yuo Felon Ecco do Aldi A expansio das folhas cessa quando o potencial de agua das mesmas atinge -2,0 MPa". Quando se considera o caule e as hastes, neste potencial ainda hé crescimento de 27% em relaco a plantas bem supridas em agua". Nesta mesma condicao de seca, ainda ha retencao de quase 60% das estruturas frutiferas. Assim, 0 algodoeiro tem seu crescimento vegetativo bem mais sensivel a falta de agua que o crescimento reprodutivo, o que ajuda a explicar sua tolerancia & seca. Uma vez aliviado o estresse de agua, a planta recupera seu crescimento normal, comu- mente, dentro de uma semana. O perfodo de crescimento mais sensivel a falta de agua ‘corre durante o periodo reprodutivo, quando a planta tem frutificacdo répida e uma carga pendente alta, época em que a freqdéncia de irigagdo é mais critica. Normalmente, & preferivel fazer mais irrigages com menos gua, au seja,ttabalhar com esgotamen- to da Agua do solo da ordem de 30% que fazer irrigagdes mais pesadas, porém, mais espacadas”. Entretanio, se 0 custo da irtigacdo for muito alto, é possivel se trabalhar com baixa freqiiencia até o inicio da fruificagao, alta freqdéncia durante o perfodo mais ctitico e baixa freqiiéneia apés o perfodo mais critico (Figura 8) Figua 8: Frohrividade de alge limi total de équa alicads em fcc relia baixa ¢ ala de iigacHo, Na bbaixa freqiéneia, foi feita irigacio toda vez que a dgua do solo eta esgotada em 50% e, na alta freqiéneia, toda vez que agua dosolo era esgotada em 30%. 1600 1400 1200 1000 BB Aces Aoticada mm) 300 BB Preducio de Fibra (kya) 500 400 Baia (8) Alla (A) B-A-B Frequencia de Inigagio Scum 747. omnes ap 13438 HNN, 9 554, 31 PCA gai: Paquin «Read pra Cango Consideragoes Finais Ainda resta a grande questao: como fazer para se obter altas produtividades? E muito claro, na literatura, que a produtividade é uma fungio direta do namero de capu- lhos produzidos. O aumento no tamanho do capulho produziria aumentos marginais na produtividade, Como aumentar 0 niimero de capulhos por hectare? Existe uma relagéo direta do ntimero de capulhos produzidos por érea com a densidade populacional, até populagdes da ordem de 140,000 plantas ha-1, no estado daCaliférnia, Entretanto, € necessdrio observar que, naquelas condicdes, nao ha chuvas e a umidade relativa do ar é muito baixa. No Brasil, principalmente em dreas mais Gmidas, esta nao seria uma solugdo, uma vez que maiores populacdes implicariamem menor circulacao de ar e maior umidade dentro da cultura, provocando maiores perdas por podlridao de magas. Plantas mais altas poderiam produzir mais magas, mas o auto-sombreamento seria um problema, porque a altura da planta nao deve ultrapassar muito 1,5 vez o espagamento. Assim, na maiaria das regiGes produtoras de algodio do Brasil, a alta produtividade de algodio implica em se produzir capulhos nao 36 na primeira posigio, mas também na segunda e talvez na terceira posigdes. Assim, talvez seja mais 0 caso de se evitar perdas dos capulhos jé conseguidos do que simplesmente produzir mais capulhos. Consideran- do-se as limitagdes fisiolégicas da planta, algumas hipsteses/tecomendagdes podem ser consideradas para a obtengéo de altas produtividades: 1) Eliminaco de limitagdes do porto de visia quimico e fisieo do solo e de controle ftossanitéio; 2) Semeadura na epoca coneta, procurando adequar as épocas de maior exigéncia da planta & disponibildade da regiao; 3) Emprego de sementes de alta qualidade e vigor, com bom tratamento contra insetos e fungos, distribuidas por méquinas de boa qualidade; 4) lrigaco, em regides comhistdrico de veranico e regides mais secas. No planejamento, € importante 0 conhecimento sobre a real limitagao da produtividade: agua ou luz?; 5) Espacamento e populacdo, Com menores populacdes, é diminuida a participacao da primeira posigao na produgéo e se conseguem melhores condigdes de trocas do ambiente. 32 yuo Felon Ecco do Aldi na cultura com o ambiente exterior. Assim, a populagao deverd ser ajustada as condi- Gdes de pluviosidade e umidade relativa da regido, procurando-se diminuir as perdas por podriclao de magas. Conseqjlentemente, cada regido tera um potencial de produtividade diferente, 6) Altura da planta, Plantas com maior niimero de nés poderiam ser uma solucio, mas com as variedades aluas isso signficaria maior altura, o que no desejével. O reguladar, além de diminuira altura das plantas, diminui também 0 namero de nés; 7) Uniformidade da cultura Tem sido muito comum a distibuigo regular de semenies elou sementes colocadas a profundidades diferentes, 0 que implica em plantas de dife- renies tamanhos na mesma linha, causando competigao e pera de produtividade, Além disso, tem ocorrido desuniformidade na aplicagio de corretivos e, principalmente, na aplicagao de N, estabelecendose regides com fata regides com excesso no nutenie, no mesmo tah, 33 PacaL Api: Pesquisas pra Cag Literatura Consultada BAKER, D. N.; LANDIVAR, J. A. Simulation of plant development in GOSSYM. In: HODGES, H. F. (ed) Cotton physiology, Memphis: Coton Foundation, 1991, p. 245-257. CUTLER, J, M; RAINS, D. W; LOOMIS, RS. Role of changes in solute concentration in maintaining favorable ‘water balance in ield-grown cotton. Agronomy Joarnal,n. 69, p_ 173-779, 1977. GRIMES, D. W.; YAMADA, H. 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Water uptale and radcle emergence of cottonseed as affected by sol ‘moisture and temperature, Agronomy Joural,n, 64, p 427-430, 1972 Pesquisas Financiadas pelo FACUAL - Fenologia e Ecofisiologia do Algodoeiro «# Araiagio do Desenvolvimento Radicuar da Cultura do Algo (Gossypium hin) Submit a Dierertes Niveis de Compactacao do Solo — 2003 - UFMT. «© Avaliagdo © Comparagdo de Diferentes Doses e Duas Fermas de Parcelamentos (Quatro Vezes Iguals & Quatro Vezes Crescentes) de: Dois Regulacees de Crescimento (Px e Tuval} «sua Influéncia na Altra Final das Plants e na Produtivdade da Culura do Algockio - 2004 — Fundagao MT 35 I ¥ i) « Cap oon 2 Nexo « Gara do Slo O modelo de cultive de algoddo em Mato Grasso deixa a de- sejar quanto ao manejo e conservacao do solo. £ consenso que 0 sistema de plantio direto bem conduzido é o mais adequado para as nossas condicdes de solo e de clima (tropical). O plantio direto de algodao ¢ complexo, ainda mais se for considerada a cultura do algodao, que também apresenta suas particularidades técnicas fe comerciais. A primeira mudanga a ser realizada & a de assumir 1 tesponsabilidade social quanto a manejo do solo, garantindo o potencial produtivo também as geracées futuras. Neste contexto, 0 capitulo apresentado a seguir busca muito mais fazer uma anilise critica de que esta sendo realizado hoje, ¢ ques- tionar as principais justificativas para a nao-inclusdo da cultura do algodio em um sistema de plantio direto. Considerando as carac- teristicas intrinsecas da cultura do algodo, muitas vezes, é dificil atender, na integra, todas as exigéncias do sistema de plantio direto, porém isto nao pode ser entendido como justifcativa, e sim como um desafio, Colaboraram: Joel Hillesheim Haroldo Hoogetheide Engen led Engenhero Agrénomo, metre em Fongio MTPRO a Fertilidade de Solo e Nutrigao de Planta Pesquisador da Fundagao MT/PMA. 37 Leandro Zaneanaro leando.zaneanaro@fundacaoiil.comn be Wd Engenleito Agténomo,obteve Mesrado em Citncias do Solo pela Universidad Federal do fio Grande do Sul, Atualmente,& pesqusador da Fundigio MT, onde, deste 2000, exerce 2 fung3o de Coordenador do Programa de ‘Monitoainento de: Adubagio (PMA), Luts Carlos Tessaro uis.tessaro@fundacaomt.com, br Engenheiro Agrénomo, obteve Mestrado em Fertlidade do Solo pela Universilade Federal do Parana. Pesquisador da Fundagio MT/PMA, desde 2001 Leonardo Vilela Engenheiro Agrénome, acta Alo: aqui Ress pra Cargo Analise do Sistema Produtivo Atual da Cultura do Algodao Accultura do algodao é caracterizada, entre as culturas comerciais de Mato Grosso, como a de maior custo de produgao e a que apresenta aspectos fitossanitarios que interferem diretamente no manejo pré-plantio, plantio, condugao e pés-plantio. O sistema de cultivo de algodao mais usual no cerrado é a monocultura, com semeadura do algodoerio sobre palha de milheto. Neste sistema, 0 preparo do solo é realizado por equipamentos denominados grades e usados para corrigir a fertilidace do solo e/ou para destruir a soqueira. Posteriormente, o milheto é semeado para a formagio de cobertura vegetal, que confere diversas caracteristicas benéficas 4 cultura. Durante o desenvol- vimento da planta, o transito de maquinas e equipamentos é intenso, o que favorece a compactagao do solo. Abaixo, s&0 relacionados aspectos da cultura do algodio que interferem no manejo da cultura e do solo, e que sdo usados muitas vezes como justificativa para 0 modelo alualmente praticado, A) Cultura que proporciona pequena cobertura do solo apés a colheita, deixando-o completamente descoberto na pés-colheita’. Este aspecto & muito desfavoravel 4 con- servagao jd que, nas condigées tropicais, a presenga de cobertura protege o solo contra a irradiagao solar; B) Cultura de ciclo longo, com colheita nos meses secos {julho a agosto), Com isso, nio 6 possivel a semeadura de culturas de cobertura no final do ciclo das chuvas. O cultivo da soja em rotagao com algodao acontece no inicio das chuvas e nao hi tempo habil para fazer cobertura de solo’, ) Cultura com sistema radicular pouco agressivo® e pouco tolerante & compactacao" do solo, sendo imprescindivel para sucesso do algodao, no sistema de plantio direto, um solo descompactado, sem impedimento fisico. Estes aspectos so inerentes a cultura e as condigdes climéticas da regido e 0 sistema de plantio direto implica na obrigatoriedade de cobertura vegetal morta, em grande quantidade, sobre o solo. Neste caso, cultivar soja sobre soqueira do algodao destruida quimicamente — sem revolvimento no solo, mas fazendo rotagao de culturas, e atendendo os demais quesitos para o plantio direto a0 longo dos anos — significa praticar o sistema de plantio direto. Spam, 205 12165, 2 mz 2 ma, 305. 12168, “a 38 apo 2 ajo « Crean do Solo Uma condigao fisica de solo favoravel ao crescimento radicular da cultura em profundi- dade e explorando o maior volume possivel de solo é fundamental para produtividades elevadas com melhor aproveitamento dos nutrientes presentes no solo e, principalmente, na absorcao de agua, porém é necessdrio estar ciente que o sistema de cultivo deno- minado convencional, com preparo do solo por meio de arados e grades, muitas vezes intensifica ainda mais o proceso de compactacéo, devido 4 desagregacéo e queima da matéria organica do solo. ‘As maquinas agricolas, quando se movimentam, aplicam pressdes sobre o solo que po- dem comprimi-lo, causando uma reducdo de seu volume. Parte deste volume é ocupado por matéria sdlida e outra parte pelo espago poroso existente no solo. Na verdade, esse espago poroso é que serd reduzido quando pressdes externas forem aplicadas sobre ele, Aeeste processo de reducao do espaco poroso do solo é que chamamos de compactacao. O adensamento do solo é um processo onde hé também uma reducao do espaco poroso, porém, neste caso, a reducao se da por processos naturais de formagao do solo’, O proceso de compactagao poderd ocorter quando pressdes externas sao aplicadas sobre 0 solo, de sorte que a passagem de tratores, méquinas agricolas, caminhées, ou mesmo animais e pessoas podem, em gltima anélise, produzir compactacéo. O grau de compactagao esté relacionado, primeiramente, com o valor da pressao aplicada sobre © solo, Por outro lado, 0 solo pode ter maior ou menor resistencia a compactacao em fungdo de suas caracteristicas e de seu estado no momento da aplicagdo. A textura, a umidade, 0 estado de agregagdo e 0 contetido de matéria organica do solo s2o, entre outros, fatores importantes a serem considerados no processo de compactacao’. Praticas de manejo com alta intensidade e freqléncia do preparo recluzem a agregagao e favorecem o processo de compactacao. Solos bem agregados apresentam maior re- sisténcia a deformagdo. A matéria organica é um agente cimentante no solo e ajuda a manter as particulas mais fortemente aderidas umas as outras, conferindo agregacao. Desta forma, elevados teores de matéria organica e mobilizagao reduzida permitem que o solo apresente melhor agregacdo e maior resisténcia 4 compactacao do que solos altamente mobilizaclos e com baixos teores de matéria organica’. Sanu 200, a HER p Ti 39 acta Alo: aqui Ress pra Cargo Nem sempre o revolvimento do solo resolve o problema de compactagao. Na Figura 1, mesmo nos tratamentos em que o preparo clo solo foi realizado com escarificador seguido de grade aradora e, posteriormente, de grade niveladora, houve aumento acentuado da resistencia do solo a penetragéo, desde a superficie até a profundidade de 7,6 cm a 10 cm, que apresentava a maior resisténcia a penetragao. Abaixo desta camada, a resisténcia do solo & penetracao apresentou apenas uma tendéncia de redugdo com o preparo mais intenso, ou seja, mesmo fazendo operagdes de preparo do solo, houve pouca diferenca entre os tratamentos abaixo de 10 cm de profundidade. Em nivel de campo, o preparo convencional efetuado nos cerrados influi negativamente para o desenvolvimento da cultura, formando uma camada compactada abaixo da su- perficie que dificulta a penetragao das raizes’. Este preparo é, freqdientemente, realizado com méquinas pesadas como grades e subsoladores que desagregam o solo, favorecendo a compactacao e a ocorréncia de erosao, Figura 1: Resisténcia de solo & penetracio em funcao de métodos de prepare de solo, aplicagio de caledrio e gesso, Profundidade, cm 0-25 26-5 76-10 10,1 12,8 126-15 [BE Niveladora sem calcarioe sem gesso 151-175 Bl Avadora + niveladora sem calorie sem gesso 176-20 Bil Escarificadr + atadora + niveladora sem ealeatio fe sem gesso 201-225 226-25 251-278 276-30 00 Os 101830258 3,0 Resisiincia & Penetragio, MPa Fonte: BORTOLINI, 2005. yaa, To, 40 Cop 2 ajo « Crean do Solo Frofundidade, em 0-25 £ 26-5 F 51-73 b 76-10 & 101-125 F 126-15 £ BB Niveladora sam caledrioe sem gesso res b [iD Aradora + niveladora sem calerioe sm gesso v6-0 b Bb Gcaricador + arora + niveliora sm caleto 201-25 b “me 226035 F 351-275 £ 276-30 | a ° 1 2 3 4 Resistincia & Penetragio, MPa Profundidade, cm 0-25 6 26-5 fb 51-73 b 76-10 F Wins PB Niveladora sem caledrio + 1500 Kg/ha gesso 126-15 ova Regaine 6-2 fe Bi Escaricador + aradora + niveladora sem caledtio nai-ns b + 1500 Kgha gesso 226-25 | 351-275 b 276-30 | Lop 00 05 10 15 20 25 30 38 Resisténcia & Penetragio, MPa 41 pace Ali: Penguin Res aa oC Na Figura 2, & possivel verificar que preparo, realizado em condigées inadequadas, formou o chamado “pé-de-grade”. A erosio foi ocasionada pelo impacto das gotas de chuva no solo descoberto, ¢ também pela infiltragao de Agua em uma camada compac+ tada (0 “pé-de-grade”); conseqdentemente, a agua que nao conseguiu infiltrar escoreu lateralmente, ocasionando a erosao. Esta foto foi tirada de uma levoura que estava sendo preparada para o cultivo do algodao. Figura 2; Erosio ocasionada pelo preparo convencional em solo de textura media para o cutive de slgodio, em condigaes « formas inaequadas. No uso de arados e grades, pode-se considerar como umidade ideal para 0 preparo a faiva frdvel (60% « 70% da capacidade de campo para solos argilosos e 60% a 80% para solos arenosos), no entanto, a condigio ideal de umidade pode ser detectada facilmente no campo tomando-se um torrao do solo coletado na profundidade média de trabalho. Ao ser submetido a uma leve presséo entre os dedos polegar e indicador, esse toro deve desagregar-se sem oferecerresisncia, sem aderir aos dados e, quando pressionado, deverd ser moldado novamente’. No conceito pleno de Sistema de Plantio Direlo, a auséncie da movimentagio do solo implicanadficuldade de solugao épida de problemas fsios, como a compactacéo, akm dda incorporagao de corretivos ¢fertlizantes. A decisio de iniciar a prética do sistema de plantio diteto propriamente dito implica em fazer um levantamento dos problemas existentes, a cortecéo da fetlidade do solo em profundidede e o controle de plantas daninhas, quando ha ala infestagdo efou plantas de di vane 01 9 76 "ONL, 205 p57 42 Goon 2 Nexo « Gara do Slo Se for feito um planejamento correto para a introdugao do sistema de plantio direto, provavelmente ndo haverd necessidade de fazer correcdes seguidas de incorporacdes a0 solo de corretivos e de fertilizantes fosfatados com a intensidade realizada atualmente. D) Cultura exige solos com alta disponibilidade de nutrientes, A maior preocupacao ao adotar o sistema de plantio direto é seguir os critérias relacionados & adubacao e corre- ‘Ges quimica, fisica e biolégica do solo, o uso de méquinas e implementos adaptados 0 manejo integrado de plantas invasoras. A utilizacao de fertilizantes e corretivos de acidez passa a requerer uma avaliagao criteriosa da disponibilidade dos nutrientes no solo. £ preciso consideraro sistema e nao mais as culluras individualmente, sempre con- tando com o poder de reciclagem de nutrientes das culturas de cobertuta. Amostragem, recomendagio e aplicagao dependem do historico de uso da area, recém-desmatada ou jd em utilizagao e estagio de degradagao. Varios critétios agrondmicos foram revistos, j ‘que somente a manutengao e aumento dos teores de matéria orgdnica do solo promovem a maior eficiéncia de adubos e corretivos, mas um solo de boa fertilidade requer boas condigdes fisicas (sem compactacio, boa agregacdo) e biolégicas (raizes, minhocas, microorganismos, ete)". Hé relatos que, em plantio direto ndo-consolidado, ha menor disponibilizagao de nue trientes pela menor decomposicao dos residuos organicos no solo. Ha, também, menor exploragao do volume do solo devido ao maior adensamento, exigindo adubagdes mais elevacas para compensar o menor suprimento via residual do solo, Esta é uma observacao muito importante, porém, considerando esta avaliagdo verdadeira, também necessirio considerar que, se nao iniciar o plantio direto, nunca havera um plantio direto consolidado, ou seja, hd necessidade de definir qual 0 objetivo, nao sé a curto prazo, mas, principalmente, a médio e longo prazos. E) Necessidade de destruigio de soqueira do algodo como parte de um programa de manejo de pragas e doengas da cultura. A destruicao das soqueiras é entendida como a principal medida para o controle das pragas do algodoeiro’’, contudo esta operagao traz limitagGes ao pleno estabelecimento do plantio direlo, Apesar dos avancos em equi+ pamentos e métodos mecanicos e quimicos para a destruigdo desses restos, constata-se que as sobras das socas sao fatores limitantes nos sistemas agricolas", pans, 2m, says 26. . ed B acta Alo: aqui Ress pra Cargo A destruigéo dos restos culturais do algodao — seja mecdnica, com implementos que revolvem o solo, ou por destruigae quimica — resulta em dificuldade para a implantagao de um sistema de plantio direto. Na destruigao quimica, além do curto perfodo e das dificuldades de estabelecer cobertura do solo antes do plantio da soja, por exemplo, & necessério, apés colheita do algodao, utilizar dessecante de aco total para destruir a soqueira no inicio das chuvas, inviabilizando a instalagdo de plantas de cobertura. Na destrui¢ao mecénica, o revolvimento do solo ¢ totalmente contrério ao conceito de sistema de plantio direto. Em lavouras com monocultura de algodao (nao recomendada tecnicamente), a destruicao da soqueira é realizada mecanicamente, seguida de implan- taco de culturas de cobertura, sendo o milheto a mais comum. Quando se pensa em integrar a cultura de algodao ao sistema, @ controle quimico & muito interessante, pois agride menos o solo"; no entanto, estao ocorrendo elevados escapes de plantas invasoras de algodio a aco de controle dos herbicidas aplicados em lavouras de soja e milho, determinando fortes presses populacionais de pragas para as novas lavouras de algodio em desenvolvimento, Dai a importancia de melhorar © manejo de planias de algodao, como erva daninha, para diminuir a dificuldade no estabelecimento do plantio direto na cultura, F) Monocultura x Rotacao de Cultura. A monocultura é praticada na maioria das la- vouras de algodao do estado, sendo caracterizada pelo cultivo sucessivo de algodao na mesma area, por varias safras, Este modelo implica na obrigatoriedade de destruigéo mecénica da soqueira do algodo com revolvimento do solo, O cultivo sucessivo de algodoeiro nos mesmos talhdes, por muitos anos e em varias regides clo cerrado, esta evidenciando problemas fitossanitarios, onerando os custos e, possivelmente, afetando a produtividade"®. A monocultura, juntamente com a necessiclade de destruir a soqueira do algodoeiro, so, provavelmente, os maiores entraves para a implantacao definitiva da cotonicultura em sistema de plantio direto. Uma das difculdades em se implantar um sistema de rotacaeo de culturas em Mato Grosso & falta de opgGes de culturas comercias com viabilidade econémica devide a distancia dos mercadlos cansumidores e & logistica de transportes, A estratégia basica do plantio direto esta na rotagao de cultivos, sendo necessario um planejamento do sistema de rotagaio que considere aspectos como exigéncia nutricional, infestagdo de plantas daninhas, suscetibilidade a fitopatégenos de cada cultura, possie bilidade de manejo de restos culturais e alterndncia de culturas com espécies vegetais de diferentes familias. A pratica continuada do plantio direto com rotagaio conduz a mar 205 106 "sgt, 2.1213, or 44 eis apo 2 ajo « Crean do Solo uma estabilizagao de ervas daninhas, insetos e patégenos, cuja densidade populacional depende da diversidade ¢ eficiéncia de predadores, parasites, competidores e antago- nistas”. A rotago de culturas preconiza 0 rodizio, troca ou alternancia planejada de espécies vegetais numa mesma drea, seguindo uma ordenagao racional, mas também flexivel, para que, com o tempo, as modificagdes necessarias nao comprometam os objetivos definidos!*. A cotonicultura de Mato Grosso é relativamente recente e, por varios anos, apresentou resultados financeiros muito positivos, fazendo com que, em muitas propriedades, todos ‘05 campos ou a maioria deles (apresentando topografia mais favordvel a mecanizacao, com texturas menos arenosas) fossem destinados a cultivos sucessivos de algodao. Para agravar, todo o planejamento de investimento da propriedade passou a ser realizado sobre a monocultura do algodio devido aos ganhos financeiros proporcionados pela cultura a curto prazo, sem considerar se o sistema é sustentével sob os aspectos finan- ceiro, ambiental e social. A técnica de rotagao de culturas, inicialmente, esbarrava na falta de espécies para utili- ZaGao, mas, atualmente, seu principal entrave é a questao econdmica ou o imediatismo de rendimentos do agricultor. Como algumas espécies ou ciclos produtivos podem no trazer retorno financeiro diretamente de seu cultivo, este deixa de ser implantado e, deste modo, nao se obtém os beneficios da rotagio observaclos nas culturas seguintes e no sistema como um todo”. A rotacdo de culturas com algodao e milho esta incremen- tando em 16,2% e 6,7% (8,4 @ 3,5 sacas/ha), respectivamente, a produdividade média da cultura da soja”. A adocao da rotacdo de culturas nas dreas de algodao apresenta pontos favordveis, como o aproveitamento de adubo residual, reciclagem de nutrientes, certa redugao na populacdo de mato e diminuigdes espectficas de alguns problemas fitossanitarios. As espécies vegetais como a soja, milho, algodao e milheto, estabelecidas em rotagdes de cultivos, apresentam pragas comuns como os nematéides, Spodoptera spp, Elasmopalpus lignosellus, Agrotis ipsilon, Scaplocaris castanea, gafanhotos, grilos, etc., que, em fungao da disponibilidade continuada de hospedeitos, mostram um crescimento populacional potencializado, No sistema rotacional de cultivos, a presenga do algodoeiro favorece a redugao de populagées de algumas pragas para a soja como o piolho-de-cobra, larvas de cords, burrinho, percevejo barriga-verde, tamandué-da-soja, nematdide de cisto, etc. A cultura do milho em alternincia com 0 algodoeiro ¢ favorecida pela redugio das populacdes do percevejo barrigaverde e larvas de cords?! YA p18 "¥cuonee, 20, gud SANTOS, 208, 16481. 2 SaATOS, 5p. 106153. OU, 2085, 118 45 acta Alo: aqui Ress pra Cargo Ao implantar um sistema de plantio direto, incluindo rotagao de culturas, hd a necessidade de se avaliar a viabilidade econdmica do sistema e nao das culturas de forma individualiza- da. Para a viabilizagao técnica e econémica da rotagao, é imprescindlivel o conhecimento. das caracteristicas agronémicas e fisiolégicas das culturas e dos seus riscos inerentes. No entanto, a chave do sucesso na implantagao do sistema de producao € a adaptacao de sistemas e tecnologias existentes as condi¢des locais da propriedade. A melhor forma de Viabilizar a rotagdo de culturas é a implantagdo de dreas-pélo em alguns campos ou até mesmos ensaios para conhecer as tecnologias peculiares de cada cultura”. A monocullura pode modificar o ambiente por meio da absorgio seletiva de nutrientes, excrecdes radiculares espectticas, microvida especifica associada a rizosfera, efeito do metabolismo sobre o pH do solo, absorgao e transpiragao de Agua e composigao dos restos vegelais que retornarao ao solo. Além disso, a monocultura tem proporcionado maior incidéncia de pragas e doencas e ocorréncia de algumas espécies de plantas dani- nhas®, Os primeiros aspectos acima relacionados sao de dificil avaliagdo por parte dos produtores, porém, o ndmero de aplicagaes de defensivos agricolas para o controle de insetos prejudiciais e doencas nas lavouras comerciais do estado tem aumentado conti- rnuamente e visivelmente, Doengas radiculares como o nematside de galha (Melodogyne incognita) também estio aumentando no sistema de monocultura do algodao. Se na cotonicultura ha a ocorréncia de diversos agentes patogenicos (doengas e pragas) que podem inviabilizar a atividade justificando o habito de araco e gradagem’', ou seja, destruigao mecdnica da soqueira do algodao, a monocultura praticada atualmente também pode inviabilizar a atividade pelos mesmos motivos. Ao visualizar a historia da cultura do algodio no Brasil, verifica-se que, dentro do pais, seu cultivo, de certo modo, é ndmade, devido a varios problemas, mas também & complexidade de continuar cultivando-o em monocultura. Uma sucessao espectfica utilizada por vatios anos acarreta problemas semelhantes & monocultura”’. Uma sucessao mais simples e de facil adogao nas condigdes atuais de Mato Grosso seria soja/milheto - algodao ~ soja/milhelo, ou soja/milheto - soja/milheto — algodo — soja/milheto. Este sistema no é o ideal, porém, é menos prejudicial que o atual sistema de monocultura da soja e do algodao. O milheto tem sido a principal cobertura vegetal para posterior implantagao de culturas comerciais como soja e algodio, nas condigdes de cerrado, mas as plantas de milheto estéo desempenhando a funcdo de hospedeiro multiplicador de algumas pragas para © algodaeiro, como: Spodoptera spp, lagarta-elasmo, lagarta-tosca, percevejo-castanho & nematoides”, 22 ne. ams p12. Maca, 200 2: Lp 110. HEN. 76102 46 apo 2 ajo « Crean do Solo O monitoramento de pragas e doengas da parte aérea para a tomada de clecisao de controle é uma atividade aceita e praticada pela maioria dos cotonicultores e imprescindivel na cultura do algodao, no entanto, quando se trata de pragas de solo presentes nas plantas da cobertura ‘vegetal, 0 monitoramento deveria ser antecipado e iniciado, pelo menos, 30 dias antes da semeadura do algodoeiro. As reas com milheto ou outras coberturas vegetais deverao receber vistorias periédicas para que pragas potenciais possam ser identiticadas e quantificadas, a fim de que medidas adequadas de controle possam ser efetivamente realizadas. A presena de jaragas na vegetacao de cobertura em niveis que podem ocasionar danos ao algodoeito indicardo a necessidade da inclusdo de inseticilas nas operagdes de dessecagao. Para melhor ‘garantia na implantacao na lavoura de algodao, a semeadura deve ser realizada quando a cobertura vegetal mostre os efeitos completos da dessecagao, pois, na auséncia de plantas vivas, 0 processo reprodutivo das pragas potenciais ¢ paralisado e os riscos, reduzidos”. Para melhorar os atributos dos solos, auxiliar no controle de pragas e doengas e, conseqilen- temente, elevar a produtividade do algodoeira, preconiza-se 0 uso da rotacao de culturas ss sistemas de rotagdo a serem adotados exigem estuclos localizados devido as condigdes econdmicas e edafocliméticas da regio, problemas espectiicos de cada campo e particula- ridades referentes & parte econdmica, técnica e operacional de cada propriedade, Do exposto acima, pode-se concluir que o modelo atual de cultivo de algodo nao prioriza © manejo e conservacao do solo, senclo a monocultura do algadao o maior entrave, A mus danga é complexa, j4 que pouicas culturas apresentam rentabilidade econdmica, dficultando a rolagao, Hé também problemas de ordem técnica e também aspectos de legislaca0 sobre a destruigao de soqueira do algodao. No-entanto, é necessirio que os produtores e profissionais da classe técnica estejam cientes da necessidade de mudanga, sen também haver radicalismo. Em condig6es tropicais, 0 sistema de plantio direto & o que parece ser © mais promissor sob o ponto de visla de conservagdo do solo, Apesar de a cultura do algodéo apresentar algumas particularidades, implicando em dificuldacles de adogao do sistema de plantio direto, o modelo atual esté demonstrando nao ser sustentvel na historia recente da cotonicultura do estado, assim como aconteceu em outas regides do Brasil ‘A seguir, sero apresentados alguns resultados do desenvolvimento da cultura do algodlio sob o sistema de plantio direto. santos, 205, pe. ed 20 RRNA, 0, pT 47 acta Alo: aqui Ress pra Cargo Resultados com a Cultura do Algodao Sobre Sistema de Plantio Direto em Mato Grosso O sistema de plantio direto baseia-se em programas de rotacao de culturas e caracteriza- se pelo cultivo em terreno coberto por palha e auséncia de preparo de solo por tempo. indeterminado”. Portanto, nesse sistema, é fundamental produzir palha e, para isso, no planejamento, devem ser selecionadas espécies que apresentem producao elevada de ma- téria seca e que esta palhada permanega o maior tempo possivel sobre a superficie do solo. Ainda, as espécies devem ser de plantas rsticas com maior capacidade de enraizamento e Ciclagem de nutrientes. Nao devem ser hospedeiras de pragas e doengas, que comprometam as culturas subsequentes, e devem contribuir para melhorar as condigdes fisico-quimicas do solo sem causar efeito negativo, como alelopatia para as culturas comerciais™. Além de selecionar as espécies, & necessario saber manejar esta cultura de cobertura, A semeadura para a produgdo de palha, no perfodo de primavera, ndo & suficiente para um adequado aporte de biomassa seca no sistema. Em funcaa do curto intervalo de tempo. entre a semeadura das espécies e o manejo (além da producto relativamente baixa de biomassa), a cobertura proporcionada pelas diferentes espécies diminui, drasticamente. Fsse fendmeno pode ser explicado como sendo funcao do baixo teor de lignina. ©. me- Ihor aporte de biomassa se di quando a semeadura das espécies produtoras de palha é realizada no outono, anterior 4 semeadura da espécie que serd cultivada para a producdo. de fibra ou grdo (Figura 3)". 12000 11000 coun Figura 3: Comparagio entre biomassa seca de u algumas egpscies vugelais em fungio da época dd semeclra, Primavera do Lete-MT, 2005, 9000 fH ‘Outono 000 | | Primavera 7000 Fonte: LAMAS, 2005, 6000 5000 iheto org Capi raquidria Oe erg PisdesGalinha Bee yep, 2,205 p17 a 48 anno 2 ano oCosenagao dS Uma caracteristica a ser considerada na espécie produtora de palha é a sua permanéncia sobre a superficie do solo, pelo maior tempo possivel. Dentre as espécies avaliadas para a produgao de palha, considerando a quantidade de biomassa produzida e a persistén- cia da palha sobre a superficie do solo, a braquidria se destaca em relagao as demais (Figura 4)”. Os resultados de produtividade de algodao cultivado sobre varias plantas de cobertura sio apresentados na Tabela 1 Biomassa Seca, (Kg hat!) 25000 20000 Figura 4: Comparagéo da biomass de algumas das especies em avaliagiesrealizadas em jlhoe ddezembr de 2004, em Somso-MT. 15000 BB uno 10000. EE cezembro soe Fonte: LAMAS, 2005. 0 Capim Milheto Sorgo py fam raqiia Tralamentos Produtividaade: de fibra the/har 1 Milbeto. 1.765 2 Soro 1 ia 3 Capim Pde Galina 1.8138 4 Guandus 1.783 5 Crotaliria 1788 ESRC 1.6370 Tabela 1: Produtividade de fibra (kgha’), em fungao de diferentes 7 Sorgo + Guandu 1917a ‘espécies vegetais utiizadas para a cobertura do solo em Primavera 8 Capim Pé-de-Galinha + Guanda 17538 do Leste-MT, no ano agricola de 2004/2005, 9 Milbeo + Crotaliia 1a Eo 10 Sorgo + Croliia 1.888 T1 Capi pé-de-galinha + Crotalaria 1.8434, 12 Beara 1.Toa 13 Braguiia + Crotalria 1.888 14 Beaqulela + Gua 1.839 15 Nabo Forragro 1,926 16 Testemunha (Pousioh 1.7038 As médias de tratamentos seguidas pela mesma letra no diferem significativamente entre si, pelo teste de Scott Knott, & 5%. wi 49 acta Alo: aqui Ress pra Cargo Em fungao dos resultados obtidos para as condigées do cerrado de Mato Grosso, a bra- quidria pode ser utilizada para a produce de palha no cultivo do algodoeiro em sistema de plantio direto”. No entanto, a utilizago de braquiaria como cultura de cobertura exige maior preparo da equipe técnica da propriedade do que o cultivo sobre a palhada de milheto, Os resultados da Tabela 2, provenientes da empresa SLC Agricola, mostram que a pro- dutividade do algodao em sistema de plantio direto consolidado, na Fazenda Planalto, tem sido muito parecida obtida em cultivo minimo e preparo convencional. Ja em condigdes de solo menos fértil e em dreas em fase de eslabelecimento do plantio dire- to, como na Fazenda Planorte, a produtividade foi levemente inferior. Isto mostra que hd alguns entraves que dificultam a expanséo do algodéo em plantio direto e precisam de solugao. A producao de algodao, nese sistema, somente & vidvel com rolagao de culturas™. Na Tabela 3, sao apresentados resultados do trabalho realizado em Campo Verde-MT envolvendo rotago de culturas em éreas com a presenga de nemaidides de galhas. Se- gundo os autores do referido estudo, o sistema $3 é 0 mais produtivo de todos (algodao apés a sucesso anual soja + sorgo). Os sistemas de cultivo com plantio direto continuo e rotago com as sucessdes soja + safrinha sorgo ou pé-de-galinha (exceto a parcela afetada com nematéides) sao, significativamente, mais produtivos que os sistemas semidireto € gradagens x monocultura®. Tabela 2: Produtividade de algodkio em trés sistemas de manejo de solo na Fazenda Planalto (Costa RicaMS) e Fazenda Planorte (Sapezal-MT), em experimentos em plantio-direto desde a safra de 94/95 e 01/02, respectivamente, Fazenda Panam Manejo do Solo 70m Wain ont Fazenda Planalo u93_oW2 Preparo convencional 3.955 4.737 Cltvo nie 4026 ab 5.150 ANS a 49156 4346 4.509 O12 __ 0408 Koha Sada 444ta 3.6506 4.416 35h 4.S46a Miia 4164 4033 4.035 Plato dite Fonte: PAVINATO, 2005. 39 sos 208. 12E. uno, 205 9162168, Sar 203, 50 ‘As médias seguidas pela mesma lea nfo sliferem enire si, pelo teste Duncan 5%. Taal tt n 8 1 n si w n si w n st + (song + hraquiria braqiia+ alors, apo 2 ajo « Crean do Solo Tala 3: Produtvidadereativa do algodio em sara principal, em fungo do sistema ce cultvo, na Fazenda ‘Moura, em Campo Verde-MT",safra de 2002/2003, ‘dua Pao — com AM “esiemunha ~ Monocultura de algaio, com preparo de slo convencional grag Sistema semiireto, com algadio em plato diet acala ano na palha de ies mplantada nas primes chuvas, comm sralagens €ineorporacéo da soqueta do algo, Sister plant dirt continua cr ota oa ie ipéclegalnha /eeusine + aldo de saa, Sistema em panto dito continuo com ago soja + bongo + braquita /braquiia + algo sar Alubacao Pade ~seon Alicat Testun — Mandl ce alg, ah prj de Sok convercnal gre) Sistema semiiceto, com algo em panto deo a cada ano na palha de milhelo impantada nas primeirascuvas, com pralagens eincorporac30 da soqueta do algo, Sistema em plato cielo continuo com rag soja + elaine (pé-de-galinha/elwsine + algodio de sf Sistema em plant dieto continuo com agin sia + bongo + braquira/brauiia + aloo sar ‘dubai Recuzida ~ com Alia Testemunha - Monocltra de algo, com prepa de solo convencnal grata), Sistema semiiteto, com algodo em plato det a cada ano na palha de milheto implantada nas primes curva, com pralagens © incomaracio da soqueta do algo Ssema em panto dio continuo com ogo soja + lei ipéclegainha /eewsne + algo de saa Sistoma em panto dito continuo com rotago soja + orgo + braquira /braquiia+algodo sar ‘Achubagio Resuzida— sem Alda Testun ~ Monocular de alg, com prep de Solo ceovivecnal grag Sistema semiireto, com algo em planto deo a cada ano 1a palha de mitheto implantada nas primeirascuvas, com pra agens eincorporac oda soqueta do algo Sistema em plano die continuo cam rotagdo soja + elesine (pé-ce-galinha /elewsne + algo de sata Sistema em plant dio continuo com roagio soja — Jae Descrigto Relatva % 100 ” 0 108 100 107 118 100 17 108 15 100) 15 14 68 | Dispositivo experimental: matrix de sistemas do caltvos em colegdotestada, com duastesternunhas (71 e 72), repetidas a cada lateral e inierealadas ro meio do tallio — dlspostive eonduzido em condices teas de explora¢o mecanizadas. 2 Solo de textura areno-argllosa (20-27% de argila; 70-75% de areia, 3 Parcelasafetadas por nematsides Fonte: Adaptaco do Projeto FacualCoodetec'Girad Fazenda Mourdo — Equipe CIRAD, BELOT, 2003, 51 acta Alo: aqui Ress pra Cargo Preparo Convencional do Solo Bem Feito: Mais que Arar, Gradear e Subsolar Sob 0 ponto de vista de manejo e conservacao do solo, nao ha como justificar a mono- cultura. O primeiro passo para melhorar o manejo sob o ponto de vista de conservagao. do solo & elaborar um planejamento da atividade agricola da propriedade incluindo a rotagao de culturas, nem que seja com soja e algodao, como culturas de verao, e mie theto ou braquidria/milho safrinha/girassoV/integragio, com pecudria, implantados apés a colheita da soja, ou milheto antes do plantio do algodao. No entanto, o milho, na safra normal, tem uma inportancia muito grande no sistema de plantio direto devido & quantidade de matéria seca que produz, Apartir do momento em que comegar a fazer um plano de totagao de cultura, por mais simples que seja, 0s problemas presentes no modelo atual irdo diminuir, no entanto é importante ter em mente o que Freitas (2005) comentou no 8° Encontro de Plantio Direto no Cerrado: “Se 6 para fazer um plantio direto mal feito, que se faa um convencional bem feito”, porém a realizagaio do plantio convencional bem feito também implica em ter rotagio de culturas, No sistema convencional, antes de realizar o preparo do solo com implementos, como arados € grades, ¢ necessério definir e fundamentar o porqué da necessidade de fazer este preparo do solo, além da freqiiéncia dessas operagées. Ao relacionar os motivos da realizagao destas praticas com as informagées existentes sobre manejo do solo, pro- vavelmente sera constatado que o manejo atual é que esta originando os motivos que, supostamente, justificam este revolvimento do solo. Em seguida, é necessario escolher a melhor forma de fazer este preparo, considerando 0 abjetivo pretendido, escolha do implemento, regulagem do implemento, profundidade de trabalho necessétio e umidade do sola, ou seja, para realizar um sistema de plantio de algodao sobre a palhada de milheto, por exemplo, com preparo do solo profundo anterior & semeadura do milhelo, é necessério um planejamento prévio, sendo também muito técnico. Se nao houver um planejamento adequado da propriedade como um todo, incluindo o dimensionamento de todas as ati vidades ¢ rotagao de culturas, mesmo no sistema convencional, haverd a possibilidade cde que os problemas de compactagao do solo & erosdo sejam intensificados, embora, momentaneamente, parecam estar re- solvidos. O sistema de terraceamento ¢ tréfego controlado de maquinas é fundamental em sistemas. de produgao que fazem preparo do solo € no sistema de plantio direto, 52 anno 2 ano oCosenagao dS A importancia da conservacao do solo deve sobrepor a importincia da facilidade ope- racional de plantio, da sobreposigao de produtos, Os terragos nao atuam no proceso inicial da erosao. O proceso de erosdo tem sua origem quando as gotas da chuva incidem diretamente sobre o solo descoberto, dai a importancia de se fazer uma maior cobertura morta, proteger o solo. Os terracos sao posicionados para conter a 4gua que escorre, para nao formar a “enxurrada”. Mesmo no sistema de plantio direto muito bem feito, hé escorrimento de dgua. Arealizacao de um sistema de producao com cultivos anuais, monocultura e revolvimento, anual do solo, apresentando condigdes de umidade inadequadas, poderd levar embora, ‘ou melhor, para os c6rtegos, 0 solo com maior potencial produtivo da propriedade, com todos os investimentos com corretivas e fertilizantes, além dos residuos de defensivos que S20 absorvidos as argilas e & matéria organica. Isso porque essas condigdes favore- cem a decomposi¢ao da matéria organica, a destruigao dos agregados, a formacao do *pé-de-grade” sem sistema de terraceamento para faciltar o plantio e as pulverizagdes, € solo descoberto ho momento das primeiras chuvas, antes do estabelecimento do mi- Iheto, por exemplo. Consideragées Finais Nao hi vidas de que o sistema de plantio direto é eficiente para a conservagio do solo, A mudanga nao é facil, exigindo esforcos de todos os profissionais envolvidos com a cultura do algodo. $40 poucos os trabalhos de pesquisa quanto ao manejo das culturas envolvidas no sis- tema de plantio direto. A pesquisa deve intensificar 0 seu empenho. Ao mesmo tempo, 08 produtores e profissionais da assisténcia técnica tém que assumir também a sua res ponsabilidade quanto a0 manejo e conservacdo do solo. Os entraves listados acima nao estdo sendo limitantes para o plantio do algodao em siste- ma de plantio direto. Como objetivo maior é a sustentabilidade do sistema produtivo, a longo prazo, solugdes tecnologicas para os problemas atuais estao sendo desenvolvidas, Esta sendo possivel obter altas produtividades de algodao em plantio direto™. A partir de resultados de pesquisa obtidos em diferentes regides algodoeiras do mundo e por agricultores que adotam o Sistema de Plantio Direto, é possivel inferir que este sistema de produgao nao possui qualquer entrave para a sua utilizacdo”, 2,25, 2186 TAMAS. 20, 53 pact Alpio: agi « eeu pao Cage Literatura Consultada _AALTMANN, N. Rotacio de culluras: importincia e viabilidade econémica, In: ENCONTRO DE PLANTIO. DIRETO NO CERRADO, 8., 2005, Tangara da Serra. Anais... [5.|1: APDC, 2005. p. 119-121, BELOT, Jean-louis et al. Relatério final do projeto Sistema de plantio direto e pacotes tecnoligicos para as caltvates de algodio da Coodltec ¢ demais ito Mato Grosso: safra 2002/2003. (|: sn}, 2003. BIACHINI, A. Compactagao de solo: causas, conseqiiéncias, deteccao w providéncias. In: ENCONTRO DE PLANTIO DIRETO NO CERRADO, 7,, 2003, Sorriso, Anas... [5]: APDC , 2003. p, 85-88, BORTOLONI, C. 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' Sistemas de plantio direto e pacotes tecnolégicos para as cultivares de algodao da Coodetec e demais em Mato Grosso — 2002 ¢ 2003 —CoodeteciCirad Unicotton, 4 Sistemas de plato dretoe pacotestecnol6gicos para as cutivaes cle algodio da Cooter e demais em ‘Mato Grosso — fauna do solo e sistemas de cultivo ~ 2002 — Coodetec/Cirad/Unicotton. © Avaliagio de espécies vegetaise rotagdo de culturas em sistemas de plantio dineta de algodao no cerrado de Mato Grosso ~ 2003 « 2004 ~ Embrapa/Fundacio Centro-Oeste € Sistemas de panto drctoe pacoteslecnol6gicas para as cultivaes de algodio da Coodetec e demas em Mato Grosso. Adtivo 2: Praga e biodiversidade nos sistemas de cultvo dos algadoeiras de Mato Grosso e avaliagio dos isos ftossanirios na sarinha de 2003 ~ CoodeteciCrad!Unicotton, © Influencia de diferentes sistemas de manejo na altera¢ 0 dos principais atibutosisicos do solo para cultura do algedio em solos sob vegeta; de cerrados — 2004 — UFMT. ® Avaliagio da necessidade de subsolager na cultura do algodio em solos sob vegetacio de cerrado — 2004 ~ UFMT. ® Preparo de peril de solo com equipamentos mecanicasvisando ao cultive do algolio na safinha de 2004 = Fundagio Rio Verde. © Sisternas de plantio direto & pacotes weenolégicos para as cultivars de allio da Coodetee e demais em ‘Mato Grosso. Aditvo 3: Bactérias diazotoficas e fungos micorrizicos na cultura de. algoao sab diferentes sistemas de cultivo ~ 2004 ~ UnicottoniCirachCoodetoe. 55 “Cilagem e Aguie.ea 40. ro re @) f ae Coon 3 Cala Alain Calagem A pratica da calagem tem como abjetivo principal a neutralizacao do aluminio trocdvel do sola e o fornecimento de calcio e magnésio &s plantas. O aluminio trocavel, em niveis altos, pode ser txico as culturas. Porém, ao fazer a calagem em um solo dcido, o pH estard sendo elevado ao nivel desejado e aumentaré a disponibilidade de nitrogénio, célcio, magnésio, potéssio, {6sforo, enxofte, boro, mo- libdénio e cloro. A presenga de aluminio, ferro, cobre, manganés & Zinco diminui com a elevacao do pH em solo acid (Figura 1). Com 2 pratica da calagem nesse tipo de solo, por exemplo, 6 possivel melhorar a disponibilidade de fosforo ja presente no solo as plantas, ea eficiéncia dos fertilizantes fosfatados. Disponibilidade Crescente Figura 1: Infludnela da acider do solo sobre a dlisponibilidade de rutrierios, EBT fee, Cobre, manganis e Zinco: EB Wolitdenio e Clore BB fésior0 BBE Nitroz2nio, ensotte e Boro BB Patissio, cleio e Magnésio BB Aluminio Fonte: MALAVOLTA, 1989, 60 65 7,0 80 PH Colaboaram: Joel Hillesheim Haroldo Hoogetheide Engenheiro Agiénomo e pesquisador da —_Engeniro Agrénomo, mest em Fertilidade Furndagdo MT/PMA, de Solo e Nutriglo de Planta Pesquisador da Fundacio MT/PMA. 57 Leandro Zaneanaro leandro.zancanaro@fundacaomt, com, br Md Engenheio Agténomo, ableve Mesralo em Citneias do Solo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Atualmente, pescuisador dda Fundlagio MT, onde, desde 2000, exerce 2 funcao de Coordenador do Programa de “Monitoramento de Adubacao (PMA). Luis Carlos Tessaro luis.tessaro@fundacaomt.com. br Engenheiro Agénomo, obteve Mestrado ‘em Fertilidade do Solo pela Universidade Federal do Parana. Pesquisador da Fundagao MT/PMA, desde 2001, Leonardo Vilela Engenheiro Agrénomo, acta Alo: aqui Ress pra Cargo A cultura do algodio é consideraca extremamente sensivel & presenga de aluminio © pH {em agua) inferior a 5,5 no solo, O algodosiro sofre uma série de problemas nutricionas, que limitam sua produtividade, serdo que, abaixo do indice de 5,2, aparecem deficiéncias de fésforo,nitrogénio, enxotre, célcio, magnésio, potéssio, além de toxidez de aluminio, manganese fero', O pH é uma medida direta da acidez do solo e a saluracao de bases é uma medida indireta. Em Mato Grosso, o critério mais utilizado para avaliar a acidez é a saturagao dle bases, que apresenta uma relagao muito estreita com 0 pH da solo. © critério de recomendagao de calagem por esse método apresenta limitagdo para solos de texlura arenosa, ou melhor, de baixa Capacidade de Troca de Cations (CTC). O critério de Ca+Mg é 0 mais adequado. No inicio do cultive do algedao em Mato Grosso, praticamente nao existiam resultados de pesquisa gerados no estado. O que havia eram conhecimento e experiéncia de produtores e profissionais da Area técnica que vieram de outras regides, até entao tradicionais no cultivo de algodao, como os estados do Parana ¢ Sao Paulo. Nestes locas, as recomendagdes oficiais para a interpretagdo e recomendagio de calagem eram, e continuam sendo, para elevar a saturagzo de bases do solo para 70%. Isto se fun ddamenta, principalmente, na mineralogia dos solos daqueles estados. Os solos de cerrado, além de apresentarem fertilidade inicial muito baixa, caracterizados pela acidez e aluminio trocavel elevados e teores de célcio, magnésio, fésforo, potéssio, enxofre e micronutrientes muito baixos, apresentam também mineralogia totalmente clife- rente dos solos daquelas regides. Estas diferencas implicam também na recomendacio de calagem para as culturas, inclusive a do algodao, A resposta da cultura & calagem também varia, dependendo da variedade utilizada, Em experimento coneluzido em Campo Novo do Parecis-MT — solo argiloso sob vegetacao de cerrado -, a variedade ITA 90 foi pouco responsiva & calagem, diferente do que aconteceu com a variedade Fibermax 966 (Figura 2). Neste experimento, a neutralizacao do alumfnio trocdvel do solo ocorteu quando a saturagio de bases era de 39%, aproximadamente. A Fi- bermax 966 apresentou ganhos de produtividade significatives até a elevagdo da saturagao de bases 2 45%. A lavacdo a valores maiores nao resultou em ganhos sighificatives quanto a produtividade. ‘Considerando este experimento de trés anos de duragao, a influéncia varietal e todos os beneficios indiretos que a calagem proporciona quanto a eficiéncia do aproveitamento dos rutrientes e fetlizantes aplicados ao solo, podese sugerir que a calagem para a cultura de "sap. 0812 58 apo 3 Cala eAlabagio algodao, em solos de texturas argilosa e média, seja calculada para efetivamente atingir va- lores de saturacao de bases proximos a 50%, A elevacdo da saturacao de bases na camada de 0 a 20 cm de profundidade para valores acima de 50% nao resultou em aumento de produtividacle diretamente devido a calagem. Mais importante que o aumento do pH ou da saturacao de bases na camada de solo de 0 a 20 cm de profundidade, a valores maiores que 50%, é favorecer o crescimento radicular nas camadas subsuperfcias. Isto pode ser realizado por meio de preparo mecAnico ou de utilizagao de gesso agricola. Mecanicamente, é um investimento com custo inicial elevado. ¢, muitas vezes, de dificil execugdo. Quanto & gessagem, ha crtérios que definem se é recomendacla ou nao. Considerando este experimento de trés anos de duragdo, a influéncia varietal ¢ todos os beneficios indiretos cue a calagem proporciona quanto a eficiéncia do aproveitamento dos nutrients efertilizantes aplicados ao solo, pode-se sugerir que a calagem para a cultura de algodio, em solos de texturas argilosa e média, seja calculada para efetivamente atingit vae lores de saturagdo de bases proximos a 50%, A elevacdo da saturagio de bases na camada de 0 a 20 cm de profundidade para valores acima de 50% néo resultou em aumento de produtividacle diretamente devido a calagem. Figura 2; Produtividade de duas variedades de algodio (ITA 90 nas saftas 2001/2002 ¢ 2002/2003 e FIBERMAX 966 na safra 2003/2004) em fungao da condlcao de Saturacao. de Bases do solo atingida em 2004 com aplicagao de caleario PRNT 80%) nos anos de 1997 e 2001, Campo Novo do Parecis — MT. Produtividade @/ha 400,0 350,0 a 20 : n nse ——"t Ose sooo mane a5 maa aan aaa an mata oon 2500 — aa BB ovo 200,0 | es 1500 Fonte: Fundagao MT, 2003. 100,0 50,0 Calcio Uha 1,542(28,2) 242/984) 45421426) 6420517) 7,5 +2(56,5) 59 acta Alo: aqui Ress pra Cargo ‘Mais importante que o aumento do pH ou da saturagao de bases na camada de solo de 0 a 20 cm de profundidade, a valores maiores que 50%, é favorecer o crescimento radicular nas camadas subsuperficiais. Isto pode ser realizado por meio de preparo mecanico ou de utilizagao de gesso agricola. Mecanicamente, é um investimento com custo inicial elevado e, muilas vezes, de dificil execugdo. Quanto a gessagem, hé critérios que definem se é recomendada ou nao. Gessagem recomendada para culturas anuais, quando as camadas de solo da subsuperficie (20. 40 em e 40 a 60 cm de profundidade) apresentarem teores de célcio menores que 0,5 emole dm’, ou quando a saturagao de aluminio na CTC efetiva do solo for maior que 20%, Para decidir sobre a recomendacdo de aplicagao de gesso agricola, deve-se observar se a8 cae madas subsuperficiais do solo (20 em a 40 em ou 30 em a 60 cm) apresentam as seguintes caracteristicas: < 0,5 cmol/dm* de Ca" e, ou, > 0,5 cmolidm’ de Al" e/ou > 30% de sa- turagao de aluminio’ porque a raiz das culturas, em geral, tem crescimento radicular muito prejudicado se os teores de célcio forem muito baixos, e também se 0 de aluminio for ele- vaclo. Aumentando a profundidade do solo explorado pelas raizes das culturas, aumenta a disponibilidade de agua e também favorece a absorgo dos nutrientes. Este aproveitamento. de maior volume de dgua é fundamental em periodos eventuais de deficiéncia hidrica e no periodo de formagao do ponteiro do algodao, mas 0 efeito da gessagem 36 vai ser percebido quando os critérios da sua utilizago forem satisfeitos e sero mais intensos nas safras em que ocorrer deficiéncia hidrica, AA gessagem nio substiui a calagem. Em geral, a corregao de solo em Mato Grosso foi e esté sendo realizada de forma superficial & comum encontrar lavouras comerciais com aluminio elevado nas amostras coletadas na camada de 10 cm a 20 cm de profundidade. Se 0 diagnéstico demonstrar que esta condigao & prejudicial ao algodo, obrigatoriamente, o caleétio deve ser utilizado e incarpotado mecanicamente. Pata isto, a gessagem deve ser uliizada para melhorar a condigao do solo, a fim de alcancar 0 crescimenio radicular em profundidades onde o trabalho mecénico & impossivel ou muilo oneroso. Tipo de Caleario Aeliciencia da calagem nao & afetada pelo uso de caleétio caletico, dolomitico ou magne siano, desde que sejaaplicada a dose recomeendada’, Indica-se o uso de calcério dolomitico ou magnesiano quando 0 teor de Mg no solo for inferior a 1,0 emol, din? e/ou quando a saturagdo deste nutiente na CTC for menor do que 13%", ou quando a andlise indicarteor dde magnésio de 8 mmol de Mig trocéveldm? *, 2 S0U84, 2004 SIE, 2 ae, 198 sa, HAGA Tapa TUT, 10312, Np 60 apo 3 Cala eAlabagio Para definir o tipo de calcdrio a utilizar, é importante considerar primeiro os teores dos nu- trientes no solo, ¢ nao as relagGes de forma isolada. Em dreas cultivadas, consecutivamente, com algodao e com adubaces de potassio elevadas, os teores de potassio serao elevados. Neste caso, se 0 magnésio estiver baixo, o potassio alto no solo pode interferir negativamen- te na absorcao do magnésio. Adubagio ‘A cultura do algodoeiro nao é uma planta esgotante do solo, pois as quantidades de nutrientes retirados da lavoura pela fibra e pelas sementes sao relativamente pequenas, se Comparadas ao que é extraido por outras culturas de importancia econémica’. Esta iniormagéo é fundamental para entender os resultados de pesquisa e a definicao de estratégias de manejo da adubagio da cultura do algodio, Manejo do Fésforo A disponibilidade do {ésforo no solo as plantas é complexa e subordinada a muitos fae tores. Devido 4 dependéncia da mineralogia, hd necessidade de selecionar e calibrar os métodos de anélise de fosforo para cada solo, Para cada método de determinacao, por exemplo, hé um valor absoluto que nao tem valia alguma, se néo existir a calibragio. Teores iguais de fésforo no solo para diferentes métodos, na maioria das vezes, repre- sentam diferentes condicées de disponibiliclade as plantas. Os teores absolutos de um nutriente obtidos por metodologias diferentes nao podem ser comparados. Utilizando métodos devidamente selecionados e calibrados para aquele solo, pode-se comparar os niveis dos nutrientes apds a interpretagao dos resultados de cada método. Abaixo, s40 apresentadas algumas tabelas de interpretagdes dos resultados de fésforo nas andlises para o solo da regiao de cerrado existente hoje. Ter TTerde P no solo te Arla“ ita baixoBalwo Maio Aequao Alo Tybela 1: Interpretaco da andlise de solo para P extraido % main pelo método Mehlich 1, de acorde com o teor de arg, S15 0460 —6,1a12,0 12,1180 18,1250 25,0 para recomendagio de adubacao fosfatada em sistemas 1603 025.0 510100 1010150 15,120,0 >20,9 “8 sequeiro com culturas anuais’ 3660 0430 3,145.0 5,14 80 81.4120 12,0 Fonte: Adaptado de SOUZA, 19878. poo ano 21a 30 31a4o 41260 > 60 Th sau, 8 61 PaCUAL Alo: aqui Ress pra Cargo Nas Tabelas 4, 5, 6, 7 € 8 séo apresentados resultados de pesquisa de alguns traba- Ihos recentes realizados em Mato Grosso, procurando avaliar a resposta da cultura do algodao ao fésforo. Em experimento conduzido em latossolo vermelho escuro com 4 mg/dm? de fésforo no solo, em Goids, a cultura do algodao apresentou resposta a adu- bacdo fosfatada até a menor dose utilizada (80 kg/ha de P,O,)". Tabla 2: Interpretagiio da andlise de solo para P extraido pele método da resina wocadora cle fons para recomendagio de adubacao fosfatada, em sistemas agricola de sequeiro e imigaclo com culturas anuais Titema Teor de Pro solo ‘Avicala “Nuit baiio Bao Médio——Adequalo——Alio % matin Seqicio Oa a8 901415020 > 20 inigado a8 ald 15a a3 935 Fonte: Adaptado de LINS, 1987. Embrapa Cerrados — dados experimentas, Tabela 3: Classes de interpretacio da disponibilidace para o fésforo, de acordo com o teor de argila do solo ou valor de ‘fésforo remanescente (P-rem) e para o potassio, Thasleagio Caccterica “Sato bane Bano Maio Born Muito am Tresdw ‘la 9) Fesforodipontve 60-100 327 55-80 81-120 +120 35-60 £40) 41-80 81-120 121-130 > 180 15-35 £66 G7-1A0 121-200 20,1300 >300 o-15 £100 101-200 20,1-300 39,1450 2450 Pen! mt) o-4 230 M43 44-60 61-90 > 90 410 £40 41-60 61-83 84-125 > 125 w19 560 61-83 BATA 115-178 > 178 19-30 £80) BI-MA 15-158 159-240 24,0 0-44 21,0 1-158 159-248 21,9-330 >33,0 400 £150 151-218 219-300 30,1450 3450 * Mwldm? = ppm (mv). 2 Método Mehlich * Nesta classe, apresentam-se as niveis eriticas de acordo com o teor de argila ou com o valar do fésforo remaneseente. « Paem » Fésfro remanescente, conceniracao de f6xfro da solucao de equilbrio apés agitar durante 1 ha TFSA com solugio de CaCl, 10 mmol, contendo my de P, na relagae 1:10. 50 limite superior desta classe indica 0 nivel ico Fonte: ALVAREZ, 1999, sous, 204 earn, 20, 62 Cala eAlabagio Tabela 4 Produtvidade de algodo em carogo, em fungio da adubagio coraiva e adubagio de fésforo na linha em solo com 420 wha" de argila apresentando teor de Po solo inital de 4,0 mg dm? «Mehlich 1), com hisérico de Cultivo recente, Jaciara-MT, safra de 2003/2004. 7,0; FrePTanto gia) a 0 200 50 2510 100 260,0 150 2540 200 2680 Média 25066 CM 4.8% Ww 710 2880 280,0 7750 2800 7 oo 2500 m0 2750 68,0 49 Tha de Plnto at 0 a 2520 m0 249,0 169,0 m0 1 2470 265,0 258,0 7730 2570 Miia 248,06 06a dha a aoa mola 279,6ab 267,8ab 262,84 260,0be 264.2 Fonte: Fundagao MT, 2005. As méalas seguidas da mesma letra nao diferem ‘eatisticamente pelo teste de comparacio de médias, Duncan a 5%. Tabela 5: Prdutividade de algoeio em carogo, em fun¢ao da adubacao careiva na saa 2003/2004 e adubacao de fsforo rnalinha de plano, anualmente, em solo com 288 gg de argla,apresentando teor de Pinicial de 18 mg dm: (Melich I), ‘com varios anos de culivo, sem histrico de cultvo de algodéo, Alt Gargas-MT, safas de 2003/2004 e 2004/2005. CCaracteitica 0 3240 0 53 103150 150325, m0 ‘Média 327,68 CNM = 3.6% Caracteitica 0 0 Bg so Mra 10 3149 1503178 03335 Média 32256 CUM = 7,640 Safa ce 2003 72008 P:0s Do 3190 3328 30 3245 3254 331.2 3409 332.8, 33013355 75a Hida Taha O04 TH sO: — Lina de Pano yo © ing 357 3483294 365 3rd 3874 320 3365 341,3 3383 333.2 3393 335.2 353.2343 3295b 3390a S4L7a Fonte: Fundaco MT, 2008. Tinha de Panto ey 0 Taal a2 3150 308.0, an 348 BU2a 120 BI2 3280 su? 3167 B21 35,98 120) 3359 m3 34,1 3346 339,8 335). ab Maa 326,8 ab 325,0ab 320,96 37,3 ab 3336 226, Mada 330,84 336,0a a7ga 332,60 340,68 333,6 63 |" Mgidim?=ppm (m/v) ‘As médias seguidas da mesma letra_nao diferem estatsticamente pelo teste de Duncan a 54%. ‘comparagao de médias,

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