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Estudos comparativos entre filtros de fluxo ascendente e descendente com meio filtrante de areia utilizando agua decantada como afluente LUIZ DI BERNARDO. Professor da Escola de Engenharia de S80 Carlos ~ Universidade de ‘Sao Paulo (EESC-USP) TSUNAO MATSUMOTO Estudante de Pés-graduagdo e professor da Universidade do Estado, 1e S30 Paulo (Unesp) través do uso de uma instalaéo-piloto, constituida de dois filtros, turbidimetros de escoamento continuo e medidores continuos de perda de carga, foi realizada uma investigagéo experimental para verificar em que condigées a filtragao ascendente pode substituir convenientemente a descandente quando se utilizar 4qua decantada como atluente. Concluiu-se que, do ponto de vista fisico e bacterioldgico, a filtragao descendente é superior 4 ascendente; em contraposicao 4 conclusao, o volume de gua produzido na filtrapdo ascendente é substancialmente maior que na descendente. A filtragao ascendente pode ser usada como (i) pré-filtro pa- ra remover parte da matéria suspensa presente na agua bruta afluente a filtros lentos de areia; (ii) como nico processo de tratamento, recebendo gua coagulada como afluente; (ii) co- mo filtro lento, recebendo agua bruta de baixa curbidez; iv) como filtro terminal, recebendo, como afluente, égua submeti- da a coagulacdo, floculacao e sedimentacto. 0 primeito caso tem sido objeto de estudos recentes (3,11) parece ser uma fertamenta adicional para teduzir o teor de s6- lidos suspensos de aguas brutas submetidas posteriormente fileracdo lenta descendeate. O segundo caso tem sido uma tec ologia estudada com profundidade nos Glimos anos na EESC-USP, cujo resumo dos principais avangos alcancados sio aptesentados na referéncia 6. A filtracao lenta ascendente foi objeto de um estudo comparative com a descendente (4). Os principais trabalhos de pesquisa sobre a filtragao ascendente descendente em areia foi conduzida por Ives ¢ colaboradores 6.7) Todos esses trabalhos tém mostrado que, sob certas condi ses, a filtrago ascendente, em pedregulho ou em areia, de wae, gua brura ou coagulada, pode resultar superior & descendent Evidentemente que muitos aspectos devem ser analisados 188 ‘quando o afluente for a 4gua decantada, principalmente com relagio a0 desnivel necessitio entre as unidades de pré- tratamento € os filtros répidos. Porém, como a agua filtrada produzida ma filtrasio ascendente de gua decantada pode set pelo menos. semelhance 4 que se obtém nos filtzos de areia de fluxo descendente, ¢ serem obtidas carreiras de filtracio mais longas, torna-se imprescindivel conhecer com maior profundi- dade o desempenho de filtros de arcia de fluxo ascendente, re- cebendo agua decantada como afluente, © presente trabalho foi realizado com o objetivo de compa- rar o desempenho de dois filtros de ateia, um de Fluxo descen- dente e outro, descendente, recebendo agua decantada como afluente. Especificamente, foi variada a taxa de fileragio entre 120 © 280 m}/m? dia © a espessura da camada de areia do filtro de fluxo ascendente (entre 0,7 ¢ 1,3m), comparada a qualidade dos cfluentes ¢ duragdo das catreiras de filteacao, INVESTIGACAO EXPERIMENTAL Descrigéo da Instalago A Figura 1 apresenta um esquema geral da instalacdo-piloto utilizada. A agua decantada era bombeada de um dos decanta- dores da Estacao de Tratamento de Agua de Sio Carlos (E- TASC) até uma caixa, provida de extravasor. Como a vazdo de recalque era superior 4 soma daquelas filtradas, uma parte re- tornava, mantendo 0 nivel constante. Por intermédio de dois sifbes, com altura variavel (carga hidriulica) descarga livee, cra ajustada a varzo afluente a cada filtro, correspondente 3 ta (Os filtros foram construidos com tubo de acrilico wansp= rente, com 91mm de didmetro interno ¢ altura total de 3,5m- Nos dois filtros, a camada suporte apoiava-se em uma placa perfurada, sob a qual, com altura de 0,1m, tinha-se uma cama- ta de coleta de Agua filtrada (filtro descendente), entrada de FIGURA1 Esquema geral da instatagao piloto gua afluente (filtro ascendente), entrada de gua para lava- gem c distribuigao de ar para lavagem auxiliar. ‘As canalizagdcs que veiculavam Agua decantada 40s filtros postufam derivacaes, que petmitiam desviar 0 afluence sem perturbar © funcionamento de um dos filtros. A entrada de gua decantadz 20 filtro descendente era feita com descarga li: vte, no interior do filtro. Através da regulagem da altura da ca- nalizagao de safda de gua filvrada, ajuscava-se o nivel minimo de operasao a 0.2m acima do topo da camada de areia “Através de tomadas de pressio, uma executada junto & pla- ca perfurada e outra, acima da areia, ambas conectadas a apate- Ihos de medida de pressio do tipo diferencial (Bristol Bab- cock), a perda de carga na camada suporte ¢ afcia era continua: mente medida e regiscrada. Parte dos efiuentes dos filtros era encaminhada para wutbidimecros de escoamento continue (Hach Chemical Co-modelo 1720 B) para medida e registro de turbidez das aguas filtradas. A turbidez da dgua decantada era medida de hora em hora na propria Etasc em aparelho modelo 2100 A (Hach Chemical Co) Meios Filtrantes e Camadas Suportes (Os Quadros 1 e 2 apresentam as caracteristicas da areia € pe- dregutho (mesma para os dois filtro). QUADRO1 Caracteristicas da Areia Espessurada —Tananhodes Tamanbo€letwo Coocintede Fito __Camadain)__Grdcsimmi Desunfomidae Descendente 07 1s or ts Ascendente 10 ; 1 13 a quapRo2 Caracteristicas da Camada Suporte Posgto Espassura tem) Tenarho (nn) " 0 2a a8 a 5 4s 86 Encerramento da Carreira de Filtracéo Considera-se um ensaio encerrado quando ocortia uma das duss| seguintes condigSes: 2) aumento progressive da turbidez do efluente até atingit 1 UT; ) perda de carga nas camadas de atciac suporte igual a 2,4 m. Taxas de Filtragao © Quadro 3 apresenta as taxas de filtragdo e respectivas va 20es, controladas por método volumérico varias vezes durante ascatteiras de filtracao. QUADRO 3 Taxas de Filtragdo e Vazbes Vazio ny Taxed frat tin ia 1a 1 a Py » Programagao dos Ensaios de Filtragéo © Quadro 4 apresenta os ensaios realizados, identificados pelo ndimero da seqiténcia com que foram realizados. QUADRO4 Programaco da Execugao dos Ensaios de Filtragao Numerodo Tarade Ensaio Fritagso (Pin? da o 20 © 160 o 20 uw 10 % or) % 0 0 oor) x0 @ 10 0 20 " ‘60 2 ~» 2 200 « 20 % a0 6 0c) ()Ersiosopetios para vertficararaproduibiéade dos resultados Programacao de Coleta de Amostras para a Realizagéo de Exames Bacteriologicos Os exames bacteriolgicos foram executados através do mé- tode da fermentacdo em tubos méltiplos para a determinagio do NMP de coliformes totais e em placas de Petri para a conta- gem do niimero de coldnias de bactérias. Por se desconhecer os resultados tipicos de um filtto de flu- xo ascendente, recebendo agua decantada como afluente, fo- tam tealizados dois ensaios preliminares (que nao constam do Quadro 4) para verificar, principalmente, a evolugdo das perdas de carga ¢ a variagio da turbidez dos efluentes em fungdo do tempo de funcionamento (para o filtro ascendente com camada de areia de 0,7m de espessura) ¢ taxas de filtracao iguais a 120 € 240 m}/m? . dia. As Figuras 2 ¢ 3 apresentam os resultados ob- tidos nessa fase preliminar. Com base nas Figuras 2 ¢ 3, foram programadas as coletas de amostras pata a execugo dos exames bacteriolégicos, cujos momentos de coleta vatiaram cm funcao da taxa de filtragio e da espessura da camada de arcia do filtro ascendente. Porém, em geral, para cada ensaio eram coletadas, no minimo, tés amostras no perfodo T,- T, ¢ uma ou duas amostras no petiodo T,-T,, Paralelamente, exam coletadas, no minimo, tés amos- was da agua decantada. FIGURAZ ‘Comportamento tipico dos filtros para taxas de 280 m’/m* dia 189 FIGURA3 Comportamento tipico para taxa de tiltragao ‘do 120 m?/m dia FIGURA4 GrAfico dos resultados do ensaio 01 Pd Tee FIGURAS, Grafico dos resultados do ensaio 06 a RESULTADOS Os Quadros 5 ¢ 6 apresentam um resumo geral do trabalho experimental realizado. Nesses quadros, os ensaios foram orde- nados de forma diferente com que foram executados (Quadro 4), somente para facilitat a comparacio dos resultados obtidos. As Figuras 4, 5, 6, 7, 8 ¢ 9 reptesentam um comportamento tipico observado em quase todos os ensaios realizados, onde so mostrados os dados de coliformes torais ¢ colénias de bactérias, além das variag6es da turbidez da 4gua decantada ¢ efluentes dos ilteos ¢ evolugao das perdas de carga. Com base nos dados do Quadro 5, foram prepatadas as Fi guras 10 11. A Figura 10 apresenta as curvas de perda de carga em fungao da taxa de filtracdo e tempo de operacao, para as ts camadas de areia do filteo ascendente, além da curva correspon dente ao filtro de fluxo descendente. A Figura 11 mostra a quantidade de agua produzida (m?/m*) em fungao da taxa de filtracdo e espessura da camada de areia no filtro ascendente, além dos dados referentes 20 filtro descendente. FIGURAG Gratico dos resultados do ensaio 11 ee : , i: 4 L 284 a ae i; Eee i fi a E Ese 3 § 4 R ks ay E fas Sp FIGURAT Grifico dos resultados do ensaio 12 Fi = it i 1 Ee pot fea le ry ie | | Lavagem dos filtros A lavagem do filtro ascendente diferia da do filteo descen- dente pelo furo de que, no primeito, era sempre executada uma descarga de fundo antes de se iniciar a lavagem propria- ‘mente dita, cujos passos eram iguais para os dois filecos 2) insuflacio de ar durante 5 minutos b) introducdo de égua para provocar uma expansio da ordem de 20% na areia ©) compactagio das camadas de areia através de movimentos bruscos nos filtros, procurando-se fazer com que os meios fil- antes ocupassem 2 posicio original 190 DAE Teese Com base nos resultados dos exames bacteriolégicos, foi construida a Figura 12, que mostra a correspondencia existente entre o NMP de coliformes totais por 100ml ¢ a curbider da ‘gua filerada e decancada, DISCUSSAO E CONCLUSOES © Quadro 5 mostra que, em geral, a turbidez da agua fi trada é ligeiramente superior no filtro de fluxo ascendente, in. /dependentemente da espessura da camada de aria ¢ da taxa de fileracdo. Em contraposicio, a duracio da carreira de filtracao € QUADROS ticas fisicas @ fisico-quimicas da 4gua bruta, 4gua decantada e etluentes dos filtros, dosagens de sulfate “de aluminio na ETASG, duragao e perda de carga no final da carreira de filtragdo para todos os ensaios realizados [rv fsmesaa) anc jeamie | uaaae CARACTERTSTICAS FISTCAS ‘ A ‘uane una 3 TaAOcADA AONE SERENE : wale De | wwe De | ome | eee |W | a | wm | an ale i I i | E £ if 2 Ed te [222 o ord wapaEe 72.0) 103164 /9.0]60 Psy 2a). ex oahec ane 2 70 | pease 2.4017 at 8,7] 0.3/7,0/6.0 | 12,5) 2.5) 0,09 1,50) 0.12]0,08 3 7 | ah: 2.40| anal §9|6.3] 80 [6.0 2.2.3) 2202.5) 25 o413)1.59; 0.3210. | ot 1 eas) ise! 94]6,3) 9.9160 | s.sines| 10.5] 28 9.00 on.08 Se ete lel eo solieal aalea| ao lon cee aes| 23|saloalenea: cen ® >> lesb cl2e0| 16.3] 241 9.7} 6.3pt0 79 sam véozs| 25 cuj.es 0.0 a7 | | m | 70s us] sa}6.apoe's0 2.098) 1703,8] 2.5| 1.x}o 0.1.50 0.30.0 & 30 [1 | aqt:m)noa0) 7a}s8) us, 39] p80 60 aja 702.5| 25) tagot|oasu.0 eaeer «9 | 2 fim | 70 948 gisisia.a0} Blo] 125) 90|6.381.0/60 | 326)2202.5| 25| 10.8 ow. 0130.8 saa ji | 70rd 8 axfaa0] nals5| 173) 83) 6abxo\70| ©, | 67/95) 3,01258) 2592.5) 25 ejooH ons) 0 90 2 om ene 4.161240) 7.95.41 18.5) 3,3) 6,3] 8.08.0] 20 10 | atlas e2,5| 2,5) 1.st0.25] o,6)045| 0.030,68 3 aslon| mhsebsayiafen) sass) Sayechialga) sw [90165 |si.9 19925! 25/ sales] sina ono se 2 [0 | ro|raushossjaar.0) 92)52|u! 8|6,3|90 160] 2, | aaie7|2ay25| 25] 2a 0/0107 19@ 15) 30 > | 70/su39 fanean|nsjo2| 79] 93}6af.0 60 | | 167-65 tesiaat| 292.5) 2.5 |rafoan}oan ecw, O49. we 20 | eo vile lit] neleapso loo [7 [ie eoies ami2.7] 2.25] 2s)as}1| ome a.don ‘QUADROS6 covactrnicaspacterotolcas a tova tut, du daria aiventes os ivosparatodos os onssosrealados TP |ESPESaRA DA} TURACAO TA | FERDA TE CARACTERISTICAS BACTERIOLOGICAS oii feel aeee | ae SAT] (ol te) (a) Ga DAA ‘ASCENENTE DESCDENTE. Sar 12a NMP we [orem | we [cram | ne | cram rea Crm [EE | ee [Susie Jean | SEE oaleg ce cere | ate, | cutee Joes |e | Sen 7 i alg djg E)0 Woe [erie | bel lor rian | Om | or Plan @, i | elelelg| eg) a\ g f4i did os Palglg ggg 3g a Spe w eaeeee | zap sTayateye| ots }mlepe ia |e Sele eaesealie actos | efelelet al s(ele[e cs |» x. wo | 7] 70 | wo) 104) 240] 20-100 nliwfelao| ojala} lo)» la. « am] 2) | sesiea| tel se] rae eee sl Sitiele| ele | a a | 160 | 70] 7 | 1op.cojrs| 1,00 | 2,40|.100 ~ 2.40 3 jus fu | | 0 | 75) 3 lap jo] Vy rd 7S] BS pSclecel evel eal et Se eee alata lols elo 8 280 | woo | 70 | abst0|t2:90] 1,40 | 2.40] 1.100 siglo limfo} slsfsloj ois) # © 80 | 100 | 70 | apegs! 9:15) 1.28 | 2.401100 - 2.400 ni ao|w aol o| wlzlmlo!o!s|a wea J ww | | sropen| ao] 2a 10 zimjelmlol| sis ejolale!e a1 249 | 100 | 70 | z3:nolso-15| 1,20 | 2,40) 60 - 2.900) wl wlolm)o| ai2zimlots lw | nm sot] olen ll wjmlnlmlolefeje fel ale | s setae (at ae cee at |saekcra Byeysiels| Siiisye| sles 4-H} 1m] 7 | 7e:45|15:10) 2,22 | 2,40] 460 - 2.400, a | ao | io [zm } 3] wo | o ig | o | as 1 | w sm) w| m | aol selee| ne) wo 1g a |e (a [a | o ayleisje |e |s 5m] 9) n | aslise tel oot isl mlolele| ole lets lol» Le 191 significativamente mais longa no filtro de fluxo ascendente, chegando-se a valores da ordem de quatro vezes maior que a duragZo da carreira no filtro de fluxo descendente, mesmo para a menor espessura. de 0.7m de areia no filtro ascendente. Esse ‘ilkimo resultado efa esperado, ja que, enquanto no filtoo des- cendente a acao superficial € preponderance, no filtro ascen- dente tem-se uma distribuicao uniforme de material retido a0 longo da camada de areia, pois a filtracio se faz no sentido da diminuicio do tamanho dos grios de areia Do ponto de vista bacteriologico, o filtro de dente produz resultados também melhores que o filtro ascen- Jdente, com os valores méximos do NMP de coliformes totais [por 100ml ¢ do amero de coldnias de bactérias por ml sempre [menores. Embota ndo tenham sido apresentadas as figuras cor- Tespondentes a todos os ensaios (como as Figurasa, 5, 6, 7, Be 9). normalmente. num determinado momento de coleta dos fluences, a qualidade bacteriolégica do descendente era supe- rior do ascendente. Tgura 10 mostra Como a perda de carga € maw acentuada no filtro descendente, para todas as taxas de filtragdo estuda-| fas. Normalmente, quanto maior a taxa de filtracio, maior a] berda de carga inicial e a taxa de ctescimiento de perda de catga| Hicvido a retencio de impurezas. Com relacao 20 fil Mente, as carteiras de filtracéo resultaram mais longas 4 medial que aumenta a espessura do meio filtrante ¢ diminu‘a a taxa de lcragio. Entretanto, € interessante observar que, para_uma| FIGURAS Grafico dos resultados do ensaio 14 perda de carga total de 0.8m, 0 filtro com 0,7m de espessura funcionou por um tempo da ordem de 110 horas, para a taxa de 120 m!/m? . dia, enquanto que, pata uma taxa de 280 ‘m}/m? . dia, mesmo com espessura de 1.3m, 0 tempo de fun- cionamento é de somente 10 horas. Desse modo, o volume de gua produzido por unidade de espessura da camada de areia rio € diretamente proporcional 4 taxa, pois 0 término da car- reira de filtragio foi pela tarbidez limite de 1 UT no primeiro caso © pela perda de carga limite de 2,4m, no segundo caso. Entretanco, quando se comparam ensaios que foram encettados pelo mesmo motivo, prevalece o que foi discutido anterior ‘mente, como para a taxas de 240 ¢ 280 m?/m? . dia, com espes- sura de 1.3m, isto é, a carreira de filtracao resultou mais longa para a menor taxa de fileracdo. Embora os ensaios ndo tenham terminado devido & ocortén- cia de uma énica condigao, a Figura 11 mostca uma telagao in- teressante do que ocorre com o volume de agua produzido por metto quadrado de érea filtrante, em funcao da taxa de filtr- ‘ho € espessura da camada de atcia (filtco ascendente). Apesat da condicdo de término dos ensaios nao terem sido 2s mesmas para cada espessura, parece haver uma tendéncia cetilines da reducio do volume de Agua produzido com o aumento da taxa de filtracio. Mesmo que os pontos esteiam espalhados, podem- se, para fins de comparacao com as diferentes espessuras, tragar tetas que reflitam a tendéncia da variagio do volume de agua produzido em funcio da taxa de filtrasio. Nessas condigoes, FIGURAS Gratico dos resultados do ensaio 16 FIGURA 10 \Variagao da perda de carga em fungao do tempo de operagao para diferentes taxas de filtragao 192 FIGURA11 ‘Quantidade de Agua produzida em fun¢ao da taxa de filtragao FIGURA12 NMP de coliformes totais do afiuente e efluentes dos filtros em Tungdo da turbidez vaca OE rurnacho Uniat para uma taxa de 240 m?/m?. dia, resultariam os seguintes va- lores aproximados a) filtco de fluxo descendente: 160 m?/m? ») filuo de fluxo ascendente: —espessuta de 0.7 m: 450 m'/m? — espessura de 1,0 m: 750 m3/m? — espessura de 1.3m: 1.050 m?/m? Onteo resultado interessante. que pode ser observado ina Fi- gura 12, € 2 relacio entre turbidez ¢ NMP de coliformes torais, Ultimamence, em oucros trabalhos (8, 10, 11), tem-se observa- do uma tendéncia de ocorrer 0 aumento do NMP de coliformes totais com o aumento de wurbidez. Trabalhando com agua bru- ta na filecagio direta ascendente, com NMP de coliformes totais vatiando entte 200 ¢ 15.000, Teixeira (8), Patterniani (10) ¢ Yatsugafu (11) verificaram que, a partir da turbidez de 1 UT. ‘hd um aumento aproximadamente exponencial do NMP de co- liformes totais, 0 que justifica, como no presente trabalho, fi- yar uma urbider limite de 1 UT. Para. filergio de agua decantada, como no presente trabs- tho, concluiu-se que: 2) para taxas de filtracio entre 120 € 280 m?/™2 . dia, a filera- 40 descendente em arcia (com gros de tamanho compreendi- dos entre 0,42 ¢ 141mm ¢ camada de espessura igual a 0,7m) produz agua filtrada supetior 4 descendente em arcia com fertos de tamanho compreendidos entre 0,59 ¢ 2.0m ¢ cara ddas com espessuras variando entre 0.7 ¢ 1,3m) tanto do ponto de vista fisico quanto bacteriolégico; b) a filtragio ascendente produz maiores volumes de gua fil tada quando comparada a descendente, mesmo com camadas de arcia de espessuras iguais a 0.7m; ©) quanto maior a espessura da camada de arcia maior 0 volu me de Sgua filtrada_produzido na filtracéo ascendente para ‘uma mesma taxa de filtracto; 4) quanto maior a taxa de filtragio menor o volume de gua produzido na filtracZo ascendente para camada de areia de mesma espessura; ©) qualquer que seja 0 sentido da filtracio, ascendente ou des- cendente, a qualidade bacteriol6gica do efluente piota i medi da que aumenta a turbidez, principalmente para valores supe- totes, aproximadamence, 0,2 UT ese acentua a pari de 0.5 BIBLIOGRAFIA 1 — Arboleda, J. 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