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Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde

REGIANI GOBBI

OSTEOARTRITE DE JOELHO E EXERCÍCIO FÍSICO:


ASPECTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS PARA PROMOÇÃO DA
SAÚDE

Londrina - Paraná
2018
REGIANI GOBBI

OSTEOARTRITE DE JOELHO E EXERCÍCIO FÍSICO:


ASPECTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS PARA PROMOÇÃO DA
SAÚDE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Norte do Paraná, Unidade Piza, como
requisito parcial à obtenção do título de Mestre
Profissional em Exercício Físico na Promoção da
Saúde.

Orientador: Prof. Dr. Eros de Oliveira Junior

Londrina - Paraná
2018
OSTEOARTRITE DE JOELHO E EXERCÍCIO FÍSICO:
ASPECTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE

REGIANI GOBBI

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Pesquisa em Ciências


da Saúde, Universidade Norte do Paraná, Unidade Piza, como requisito parcial à
obtenção do título de Mestre Profissional em Exercício Físico na Promoção da
Saúde, conferido e aprovado pela Banca Examinadora:

___________________________________
Prof. Dr. Eros de Oliveira Junior
Universidade Norte do Paraná

___________________________________
Prof. Dr. Márcio Rogério de Oliveira
Universidade Norte do Paraná

_______________________________________
Profª. Drª. Christiane de Souza Guerino Macedo
Universidade Estadual de Londrina

____________________________________
Prof. Dr. Dartagnan Pinto Guedes
Coordenador do Mestrado Profissional

Londrina, 23 de Fevereiro de 2018


Aos meus pais, que apesar de suas origens
simples e humildes, souberam o valor do
conhecimento e por ele deram o seu melhor,
para que os filhos fossem mais longe do que
puderam ir...
Com incontáveis pacotes de doces vendidos
com amor e dedicação, construíram o maior e
mais importante patrimônio e de imensurável
valor. Aqui minha gratidão pelo sacrifício e
investimento.
Aos meus irmãos Mirian, Raul e Lílian que
compartilharam as dificuldades, sonhos e
vitórias.
Obrigada “Dona Geni e Seu Antônio”, essa
conquista é nossa!!!
AGRADECIMENTOS

A Deus... pela existência, discernimento, por guiar meus caminhos, reforçar


minha fé em cada dificuldade, por me encher de otimismo e alegria de viver e nunca
me deixar desistir!
Muitos foram importantes em minha formação como fisioterapeuta, e
gostaria de agradecer alguns que se destacaram como referências: Prof. Ruy
Moreira da Costa Filho, docente do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual
de Londrina e Zilda Aparecida Palhares, Fisioterapeuta da Rede Sarah de Hospitais
de Reabilitação, fundamentais na descoberta e confirmação de minha verdadeira
vocação.
Minha escola: Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, nobremente
comandada por Dr. Aloysio Campos da Paz Júnior (in memoriam) e Dra. Lúcia
Willadino Braga, lapidou minha trajetória profissional com estímulo ao conhecimento,
excelência no atendimento com humanização e respeito ao próximo.
Aos colegas de trabalho, em especial aqueles que lutaram e sofreram
comigo em muitos momentos e que verdadeiramente torceram por mim,
principalmente Vanessa Vergínia Rodrigues Lopes, com sua lealdade admirável.
À Prefeitura Municipal de Nova Fátima - PR, principalmente a Secretaria
Municipal de Saúde, que apoiou e compreendeu a importância desta formação para
minha vida profissional e para os pacientes, que foram a principal inspiração.
À Profª. Deise Aparecida de Almeida Pires Oliveira, por me incentivar a
iniciar esta etapa, ajudando-me a sentir confiante quanto ao meu potencial, fazendo-
me acreditar que sempre é tempo de recomeçar.
Ao Prof. Eros de Oliveira Junior, que com muita tranquilidade deu
seguimento ao processo de finalização dos trabalhos, com contribuições valiosas.
Seu papel foi fundamental no meu equilíbrio emocional e perseverança diante de
tantos desafios.
À Faculdade Dom Bosco de Cornélio Procópio - PR, na pessoa da
coordenadora do Curso de Fisioterapia, a Profª. Myriam Fernanda Merli, por ter me
acolhido para o exercício da docência no ensino superior e por todo apoio nesta fase
de formação, além da valiosa amizade e parceria com as quais fomos
contempladas.
Às bibliotecárias Fernanda Serrano e Cristielle Camilo, pelo empenho em
cumprir prazos com suas contribuições bibliográficas e de formatação.
À minha amiga Andréa Poli, pela amizade incondicional e pela presença
constante e motivadora.
Ao meu marido Rafael, por priorizar meus planos e cuidar dos nossos filhos,
principalmente nos grandes períodos de ausência... além das várias revisões,
formatações e apoio logístico.
Aos meus tesouros Guilherme e Gustavo, os que mais sentiram... mas que
um dia entenderão, por que nesta fase brinquei tão pouco... tentando sempre
compensar em qualidade os momentos juntos!!
“Viver para saúde e não sobreviver da doença.”

Aloysio Campos da Paz Júnior


GOBBI, Regiani. Osteoartrite de joelho e exercício físico: aspectos teóricos e
práticos para promoção da saúde. 2018. 111 f. Dissertação (Mestrado Profissional
em Exercício Físico na Promoção da Saúde) - Centro de Pesquisa em Ciências da
Saúde, Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2018.

RESUMO

O envelhecimento populacional é uma realidade mundial e as doenças crônicas


osteoarticulares estão cada vez mais prevalentes. O joelho é a articulação mais
acometida dentre as doenças osteoarticulares e, portanto, a mais estudada e com
maior demanda. Diante deste fato, as evidências científicas originadas dos diversos
estudos, subsidiam a elaboração de propostas eficazes e seguras. A vasta literatura
que aborda o tratamento para osteoartrite, mais especificamente a osteoartrite de
joelho, enfatiza o exercício físico como a principal abordagem não farmacológica,
sendo este a base de tratamento. Porém, os vários tipos de exercício físico são
apresentados de maneira segmentada, dificultando em termos práticos, a
elaboração de um programa abrangente e que contemple os objetivos relacionados
à promoção da saúde. Desta forma, os avanços em conhecimento baseado em
evidências científicas têm apresentado contribuições discretas para a prática clínica.
Considerando que, o benefício do exercício, está relacionado ao tipo, intensidade,
volume e frequência , há escassez de referências que se proponham abordar este
tema de maneira abrangente e estruturada. Embora se saiba que para indivíduos
que apresentam algum tipo de morbidade, como a osteoartrite, as recomendações
de exercício físico levam em consideração os limites individuais, um referencial mais
amplo poderia nortear a elaboração de programas e sua evolução. A ideia do livro
surgiu diante desta necessidade, onde a maioria dos profissionais de saúde de
áreas distintas, ainda mantém uma conduta conservadora e restrita em relação ao
exercício físico, ou desconsideram as características e necessidades dos indivíduos
com osteoartrite de joelho, com propostas que extrapolam seu potencial. Sabe-se
que o nível insuficiente de atividade física na população em geral é uma realidade.
Considerando este fato, supõe-se que nos indivíduos com morbidades de variados
graus, entre elas a osteoartrite de joelho, este nível de atividade física torna-se ainda
mais prejudicado. Esta realidade, portanto, coloca este grupo diante de um risco
cardiovascular maior do que a população da mesma faixa etária. Portanto, este livro
se propõe a auxiliar profissionais e acadêmicos da área de saúde (Fisioterapeuta,
Profissional de Educação Física e Médicos), na elaboração dos seus programas de
tratamento, treinamento e orientações, sobre exercício físico para indivíduos com
osteoartrite de joelho, de forma simples e didática. Por fim, dentro do contexto de
promoção de saúde e prevenção, o principal alvo de instrumentalização profissional,
poderá ser a equipe de Atenção Básica à Saúde na atuação em seus diversos
programas e abordagens.

Palavras-chave: Osteoartrite. Joelhos. Exercício físico. Promoção de saúde.


GOBBI, Regiani. Knee osteoarthritis and exercise: theoretical and practical
aspects to health promotion. 2018. 111 p. Completion of Coursework. (Professional
Master´s in Exercise in Health Promotion) - Research Center on Health Sciences,
Northern Parana University, Londrina, 2018.

ABSTRACT

Population aging is a worldwide reality and chronic osteoarticular diseases are


increasingly prevalent. The knee is the most affected joint among osteoarticular
diseases and, therefore, the most studied and with greater demand. Given this fact,
the scientific evidence from the various studies, subsidize the preparation of effective
and safe proposals. The vast literature that addresses the treatment for osteoarthritis,
more specifically osteoarthritis of the knee, emphasizes physical exercise as the
main non-pharmacological approach and this is the basis of treatment. However, the
various types of physical exercise are presented in a segmented manner, making it
difficult to formulate a comprehensive program that addresses the goals related to
health promotion. Thus, advances in knowledge based on scientific evidence have
presented discrete contributions to clinical practice. Considering that the benefit of
the exercise is related to the type, intensity, volume and frequency, there is a
shortage of references that intend to approach this topic in a comprehensive and
structured way. Although it is known that for individuals with some type of morbidity,
such as osteoarthritis, physical exercise recommendations take into account the
individual limits, a more comprehensive framework could guide the development of
programs and their evolution. The idea of the book arose in the face of this need,
where the majority of health professionals from different areas still maintain a
conservative and restricted approach to exercise, or disregard the characteristics and
needs of individuals with knee osteoarthritis, with proposals that extrapolate its
potential. It is known that the insufficient level of physical activity in the general
population is a reality. Considering this fact, it is assumed that in individuals with
morbidities of varying degrees, including knee osteoarthritis, this level of physical
activity becomes even more impaired. This reality, therefore, puts this group at a
higher cardiovascular risk than the population of the same age group. Therefore, this
book is intended to assist health professionals and academics (Physiotherapist,
Physical Education Professional and Physicians) in the elaboration of their programs
of treatment, training and orientation, on physical exercise for individuals with knee
osteoarthritis, based on scientific evidence and presented in a simple and didactic
way. Finally, within the context of health promotion and prevention, the main target of
professional instrumentation, may be the Primary Health Care team in the
performance of its various programs and approaches.

Key words: Osteoarthritis. Knees. Exercise. Health promotion.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Distribuição da população brasileira, conforme faixa etária em 2000 e


2030............................................................................................................21
Figura 2. Custos da osteoartrite ................................................................................22
Figura 3. Joelho normal – aspecto ósseo e articular .................................................25
Figura 4. Joelho normal – aspecto muscular .............................................................25
Figura 5. Articulação de joelho sem alterações (A) com osteoartrite (B) ...................26
Figura 6. Imagem radiológica de osteoartrite femoropatelar .....................................28
Figura 7. Definição operacional de comportamento sedentário e de prática de
atividade física ............................................................................................37
Figura 8. Caminhada em praças /parques ................................................................50
Figura 9. Bicicleta ergométrica/ciclismo ....................................................................51
Figura 10. Caminhada na água .................................................................................52
Figura 11. Alongamento de reto femoral ...................................................................54
Figura 12. Músculo quadríceps .................................................................................54
Figura 13. Alongamento de adutores de quadril ........................................................55
Figura 14. Músculos adutores de quadril...................................................................55
Figura 15. Alongamento de abdutores de quadril ......................................................56
Figura 16. Músculos abdutores de quadril.................................................................56
Figura 17. Alongamento de glúteo máximo ...............................................................57
Figura 18. Músculo glúteo máximo. ...........................................................................57
Figura 19. Alongamento de flexores de joelho ..........................................................58
Figura 20. Músculos flexores de joelho .....................................................................58
Figura 21. Alongamento de flexores de joelho 2 .......................................................59
Figura 22. Alongamento de tríceps sural ...................................................................60
Figura 23. Tríceps sural.............................................................................................61
Figura 24. Exercício isométrico de quadríceps ..........................................................62
Figura 25. Exercício isométrico de quadríceps/ isotônico de flexores de quadril ......63
Figura 26. Exercício isotônico de quadríceps ............................................................64
Figura 27. Exercício de quadríceps – agachamento .................................................66
Figura 28. Exercício isométrico de adutores de quadril .............................................67
Figura 29. Exercício isométrico de abdutores de quadril ...........................................68
Figura 30. Exercício de fortalecimento de glúteo máximo .........................................69
Figura 31. Exercício isométrico de flexores de joelho ..............................................70
Figura 32. Exercício isotônico de tríceps sural ..........................................................71
Figura 33. Andar em linha reta ..................................................................................73
Figura 34. Andar de lado ...........................................................................................74
Figura 35. Apoio unipodal..........................................................................................75
Figura 36. Aplicação de compressa de gelo..............................................................78
Figura 37. Tipos de auxílio para marcha ...................................................................79
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Fatores de risco para osteoartrite. .............................................................24


Tabela 2. Informações básicas para indivíduos com osteoartrite ..............................30
Tabela 3. Diretrizes da OARSI para tratamento não cirúrgico de indivíduos com
osteoartrite de joelhos. .............................................................................33
Tabela 4. Modalidades de tratamentos não farmacológicos recomendados pela
PANLAR. ..................................................................................................34
Tabela 5. Indicadores de que o programa de exercício físico está muito intenso e
necessidade de alteração da dosagem ....................................................39
Tabela 6. Intensidade de esforço conforme a atividade física. ..................................41
Tabela 7. Recomendações gerais da OMS e ACSM.................................................42
Tabela 8. Recomendações de prática de exercício físico para idosos ......................43
Tabela 9. Sociedade Americana de Geriatria (AGS). ...............................................45
Tabela 10. Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos (AAOS) .......................46
Tabela 11. Colégio Americano de Reumatologia (ACR). .........................................46
Tabela 12. Universidade da Carolina do Norte..........................................................47
Tabela 13. Sociedade Internacional de Pesquisa em Osteoartrite (OARSI). ... ........47
Tabela 14. Sociedade Européia para Aspectos Clínicos e Econômicos de
Osteoporose e Osteoartrite (ESCEO) .....................................................48
Tabela 15. Liga Pan-Americana de Associações de Reumatologia (PANLAR) ........48
Tabela 16. Descrição do exercício cardiovascular ...................................................51
Tabela 17. Descrição do exercício cardiovascular ...................................................52
Tabela 18. Descrição do exercício cardiovascular. ...................................................53
Tabela 19. Descrição do exercício de alongamento de reto femoral ........................55
Tabela 20. Descrição do exercício de alongamento de adutores .............................56
Tabela 21. Descrição do alongamento de abdutores de quadril ..............................57
Tabela 22. Descrição do alongamento de glúteo máximo ........................................58
Tabela 23. Descrição de alongamento de flexores de joelhos .................................59
Tabela 24. Descrição de alongamento de flexores de joelho 2 ................................60
Tabela 25. Descrição do alongamento de tríceps sural ...........................................61
Tabela 26. Descrição do exercício de fortalecimento de quadríceps .......................63
Tabela 27. Descrição do exercício de fortalecimento de quadríceps .......................64
Tabela 28. Descrição do exercício de fortalecimento do quadríceps .......................65
Tabela 29. Descrição do exercício de fortalecimento de quadríceps .......................66
Tabela 30. Descrição do exercício de fortalecimento de adutores ...........................67
Tabela 31. Descrição do exercício de fortalecimento de abdutores de quadril .........68
Tabela 32. Descrição do exercício de fortalecimento de glúteo máximo ..................69
Tabela 33. Descrição do exercício de fortalecimento de flexores de joelho .............70
Tabela 34. Descrição do exercício de fortalecimento de tríceps sural ......................71
Tabela 35. Descrição do exercício neuromotor ........................................................73
Tabela 36. Descrição do exercício neuromotor ........................................................74
Tabela 37. Descrição do exercício neuromotor ........................................................75
Tabela 38. Organização das atividades, conforme tipo e freqüência ........................76
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ....................................................................................................17

PARTE I - OSTEOARTRITE – ASPECTOS GERAIS ...............................................20


CONCEITO ...................................................................................................................20
Osteoartrite....................................................................................................20
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS E IMPACTO SOCIOECONÔMICO DA OSTEOARTRITE ..................20
FATORES DE RISCO PARA OSTEOARTRITE .....................................................................22
O JOELHO NA OSTEOARTRITE .......................................................................................24
Aspectos Anatômicos e Funcionais do Joelho ..........................................24
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOLÓGICAS DA OSTEOARTRITE DE JOELHO ..................26
TRATAMENTOS DIVERSOS PARA OSTEOARTRITE DE JOELHO ...........................................29

PARTE II: OSTEOARTRITE DE JOELHO E EXERCÍCIO FÍSICO – ASPECTOS


TEÓRICOS................................................................................................................36
EXERCÍCIO FÍSICO PARA INDIVÍDUOS COM OSTEOARTRITE DE JOELHO.............................36
Indicações do Exercício Físico na Osteoartrite de Joelho ........................36
Quando Iniciar o Exercício Físico ...............................................................39
Recomendações de Exercício Físico para Promoção da Saúde ..............41
Principais Recomendações Acerca do Exercício Físico para Indivíduos
com Osteoartrite de Joelho .........................................................................44

PARTE III: OSTEOARTRITE DE JOELHO E EXERCÍCIO FÍSICO – ASPECTOS


PRÁTICOS ................................................................................................................49
PROTOCOLO DE EXERCÍCIO FÍSICO PARA INDIVÍDUOS COM OSTEOARTRITE DE JOELHO .....49
Exercício Cardiovascular .............................................................................49
Caminhada em praças/parques ........................................................50
Bicicleta ergométrica/ ciclismo .........................................................51
Hidroginástica /caminhada na água .................................................52
Exercício Físico de Flexibilidade .................................................................53
Alongamento de reto femoral............................................................54
Alongamento de adutores ( adutor longo, adutor curto, adutor
magno) ................................................................................................55
Alongamento de abdutores de quadril (glúteo médio, glúteo
mínimo e piriforme) ............................................................................56
Alongamento de glúteo máximo .......................................................57
Alongamento de flexores de joelho ..................................................58
Alongamento de flexores de joelhos 2 .............................................59
Alongamento de tríceps sural ...........................................................60
Exercício de Fortalecimento Muscular ......................................................61
Quadríceps 1 ......................................................................................62
Quadríceps 2 ......................................................................................63
Quadríceps 3.......................................................................................64
Quadríceps 4 – cadeia cinética fechada ...........................................65
Adutores de quadril ...........................................................................67
Abdutores de quadril .........................................................................68
Glúteo máximo ..................................................................................68
Flexores de joelho .............................................................................70
Triceps sural ......................................................................................71
Exercício Físico Neuromotor ......................................................................72
Andar em linha reta ............................................................................73
Andar de lado .....................................................................................74
Apoio unipodal ..................................................................................75

PARTE IV: OSTEOARTRITE DE JOELHO – INFORMAÇÕES ADICIONAIS .........77


TRATAMENTO ANALGÉSICO NÃO FARMACOLÓGICO .........................................................77
DISPOSITIVOS DE AUXÍLIO À MARCHA ............................................................................78
CUIDADOS GERAIS .......................................................................................................79
CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................80

PARTE V – ATIVIDADES COMPLEMENTARES ......................................................81

REFERÊNCIAS .........................................................................................................82
APÊNDICES .............................................................................................................87
APÊNDICE 1 – Proposta de ficha de avaliação física e funcional para
indivíduos com osteoartrite de joelhos ......................................................................88
APÊNDICE 2 - Artigo Científico.................................................................................90
APÊNDICE 3 – Trabalho Apresentado Em Evento Científico................................. 104

ANEXOS..................................................................................................................105
ANEXO 1 – Questionário Womac............................................................................106
ANEXO 2 – Questionário algofuncional de Lequesne.............................................109
ANEXO 3 – Certificado do congresso......................................................................110
ANEXO 4 – Autorização do uso de imagem............................................................111
17

APRESENTAÇÃO

O processo de envelhecimento é uma realidade mundial, tanto em países


desenvolvidos como em desenvolvimento. Este processo, caracterizado pelo
aumento da longevidade e modificação das características das doenças, demonstra
um aumento das alterações crônico-degenerativas, especialmente as doenças
osteomioarticulares. Assim, as demandas de saúde vêm se modificando e trazendo
1,2-4
novos desafios . Descritas como Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT),
estas apresentam um cenário peculiar: o hábito de vida e a relação do indivíduo com
seu ambiente. Diante de numerosos índices de mortalidade e morbidade, assume
como tema mundial, a preocupação com a prevenção destas doenças com ênfase à
promoção da saúde5-9.
Portanto, promover saúde dentro deste contexto, implica em tentar interferir
nos hábitos de vida antes que a doença se estabeleça. Esta concepção vai ao
encontro da definição proposta pela Carta de Otawa, fruto da I Conferência
Intenacional de Promoção de Saúde em 1986, e que diz que a Promoção da Saúde
“é um processo que permite às pessoas aumentar o controle sobre a sua saúde” 6.
Evidências científicas sugerem que os hábitos de vida provocados pela
tecnologia, desempenham papel fundamental no desenvolvimento de doenças
crônico-degenerativas, com impacto no índice de morbidade e mortalidade cada vez
mais precoce5,7,9. Diante dessa perspectiva, temos a industrialização e a tecnologia
moderna contribuindo para o progresso de nossa civilização, porém, expondo o
homem a um conjunto de fatores que colocam em risco o seu estado de saúde.
Portanto, acredita-se que o grande desafio para os profissionais da área consiste em
procurar reduzir ao mínimo a predisposição do homem moderno frente a esses
problemas. Considerando a enorme contribuição que a prática do exercício físico,
estruturado e orientado de forma adequada, pode trazer a preservação do bom
estado de saúde, mediante a melhoria da capacidade funcional dos indivíduos, o
foco de abordagem dos profissionais deverá ser a busca de alternativas para
efetivamente promover a adoção de um estilo de vida ativo e saudável para a nossa
população9,10.
Dentro deste contexto, temos indivíduos que apresentam a osteoartrite (OA),
artrose ou osteoartrose que é a forma mais frequente de artrite em todo o mundo. O
termo mais utilizado atualmente é osteoartrite, o qual foi padronizado
18

internacionalmente, dando ênfase ao mecanismo inflamatório e a não correlação


direta com o envelhecimento3,4,11. Representa uma das principais causas de
restrição e redução da qualidade de vida da população acima dos 50 anos, e além
das alterações físicas, funcionais e psicológicas, o impacto socioeconômico tem sido
uma grande preocupação de setores públicos e privados2,3,11-13.
A OA não apresenta cura, mas tratamentos recomendados para esta
patologia, entre eles, as abordagens farmacológicas e não farmacológicas
promovem alívio dos sintomas e melhoram a qualidade de vida. Dentre as
abordagens não farmacológicas, o exercício físico é o tratamento conservador
recomendado universalmente12,13.
Visando contribuir para melhorar a abordagem destes indivíduos no que diz
respeito ao exercício físico e promoção de saúde, o presente livro se propõe a
realizar em sua primeira parte, uma descrição sobre os aspectos gerais da OA,
desde sua definição, epidemiologia e impacto socioeconômico, bem como fatores de
risco. São abordados também, aspectos anatômicos, funcionais, clínicos e
radiológicos, especificamente na osteoartrite de joelho (OAJ). Os tratamentos
diversos na OAJ são comentados, e dentre eles, é destacado o exercício físico.
Em sua segunda parte, são abordados com mais detalhes, os aspectos
teóricos da OAJ e o exercício físico, justificando a indicação desta abordagem,
baseada em evidências científicas. São apresentadas recomendações de exercício
físico para adultos e idosos, visando a promoção da saúde, e em relação aos
indivíduos com OAJ, as principais evidências estão dispostas em tabelas, onde são
destacados seus posicionamentos com relação ao tipo/modalidade de exercício
físico, intensidade, volume e frequência.
Em sua terceira parte, é proposto um protocolo de exercício físico que
contempla as diversas modalidades (cardiovascular, flexibilidade, fortalecimento e
neuromotora), além da sugestão quanto à estruturação do programa inicial e ficha
de avaliação física e funcional.
Por fim, na quarta parte o tratamento analgésico não farmacológico é
abordado de forma simples e o uso de dispositivos auxiliares para marcha são
apresentados, bem como cuidados gerais.
O mundo tem requerido uma visão multidisciplinar e mais que isso, uma
atitude interdisciplinar na prevenção de doenças crônicas e sua evolução. O modelo
segmentado de atuação profissional, pouco contribui para esta demanda. Enquanto
19

houver ênfase ao corporativismo, afasta-se o objetivo centrado no indivíduo.


Portanto, não se trata de um livro de tratamento fisioterápico, nem tampouco de
treinamento físico, e sim de uma obra focada na saúde do indivíduo, sem restringir
esta abordagem a alguma categoria profissional específica.
Considerando o novo perfil de saúde e longevidade, pretende-se definir o
melhor nível de exercício físico para cada indivíduo que apresente OAJ, pensando
não só na diminuição de sintomas próprios da patologia, mas na promoção da saúde
global. Além disso, o conhecimento de fatores de risco modificáveis para OA poderá
desencadear uma nova postura preventiva em todas as faixas etárias.
Dentro do contexto de promoção de saúde e prevenção, portanto, o principal
alvo de instrumentalização profissional, será a equipe de Atenção Básica à Saúde
na atuação em seus diversos programas e abordagens.
20

PARTE I - OSTEOARTRITE – ASPECTOS GERAIS

CONCEITO

Osteoartrite

A Osteoartrite (OA) é um distúrbio degenerativo osteoarticular crônico, de


etiologia multifatorial, marcada por duas características patológicas localizadas: a
destruição progressiva da cartilagem articular e a formação de osso nas margens
das articulações (osteófitos), acompanhada por vários graus de limitação funcional,
alterações psicológicas e redução na qualidade de vida. Atinge frequentemente as
2,3,11-14
articulações que sustentam o peso corporal, como os joelhos .

DADOS EPIDEMIOLÓGICOS E IMPACTO SOCIOECONÔMICO DA OSTEOARTRITE

A OA é a maior causa de dor e incapacidade na locomoção em todo o


mundo4,11,15. No Brasil, entre os anos de 2002 e 2010, o número de idosos
aumentou aproximadamente 3 milhões, havendo proporcionalmente um maior
número de doenças crônicas osteodegenerativas1. Alguns autores referem-se á OA
como uma “epidemia em ascensão”, representando um grande problema de saúde
pública13,15-17.
Conforme dados do IBGE, em 2000 a população brasileira acima da faixa
etária de 60 anos atingiu aproximadamente 9% a projeção é de que em 2030
aproximadamente 13% estará nesta faixa etária, conforme figura 1, onde se pode
observar a modificação das características do gráfico, passando do formato
“pirâmide” para o de “barril”18.
21

Figura 1. Distribuição da população brasileira, conforme faixa etária em 2000 e 2030.

Fonte: IBGE18.

Na população geral, a OA é rara antes dos 40 anos. A incidência é maior


entre homens antes de 45 anos e mulheres após 55 anos16,17. Apresenta-se de
maneira geral entre 44% e 70% dos indivíduos acima de 50 anos de idade; na faixa
etária acima de 75 anos, esse número eleva-se para 85%4. No Brasil, acomete cerca
de 16% das pessoas com mais de 55 anos de idade em diferentes graus de
intensidade. Aproximadamente 80% dos indivíduos que apresentam a doença,
demonstram alguma limitação motora, além disso, representa uma das principais
queixas de consultas médicas e é responsável por um número exorbitante de
absenteísmo e aposentadorias por invalidez1,3,13,16. O risco de incapacidade
decorrente da OA isoladamente é maior do que a de qualquer outra condição
médica12,15. Pela Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e
Saúde (CIF), a Organização Mundial de Saúde propõe três dimensões da
funcionalidade humana: funções e estruturas do corpo humano, atividades e
participação. Essa classificação considera ainda a existência de fatores do contexto
ambiental e individual que interagem com os três níveis da funcionalidade19.
Apresenta ainda, altos custos hospitalares devido aos procedimentos cirúrgicos
ortopédicos indicados para os casos mais graves. No entanto, o custo
socioeconômico na OA, não está relacionado somente aos sistemas de saúde, mas
à perda de produtividade, associada à diminuição da independência funcional e
atividades de vida diária4,20-22.
Apesar da prevalência da OA aumentar com a idade, ela afeta um grande
número de indivíduos em idade ativa e produtiva. Considera-se também, que fatores
22

de risco como a obesidade e diminuição do nível de atividade física, com ocorrência


cada vez mais precoce, contribuam para esta realidade4,13,23-27.
Na figura 2, os principais custos da OA, são categorizados didaticamente.

Figura 2. Custos da osteoartrite

Fonte: Hunter et al27.

FATORES DE RISCO PARA OSTEOARTRITE

Na maioria dos casos de OA, a etiologia continua desconhecida, no entanto,


um número de fatores locais e sistêmicos tem sido associados ao aumento do risco
de apresentar a desordem2. A classificação quanto ao tipo/etiologia, tem sido
comumente utilizada, onde primária ou idiopática, quando não existe uma causa
conhecida, e secundária, quando é desencadeada por fatores conhecidos e
determinados12,20.
Esses fatores podem ser divididos em dois grupos: biológicos e
mecânicos20,28.
São considerados fatores biológicos ou de suscetibilidade individual:
 Idade: quanto maior a idade, maior a ocorrência, embora, seja enfatizado
que o envelhecimento não esteja diretamente ligado à doença;
 Hereditariedade: filhas de mães com OA têm mais probabilidade de
desenvolver a patologia;
23

 Obesidade: indivíduos obesos possuem maior carga articular


propiciando os fenômenos degenerativos, apresentando também, o
relato de maior predisposição a eventos inflamatórios;
 Massa óssea: alterações de massa óssea (osteopenia e osteoporose)
interferem no aparecimento da patologia;
 Hipermobilidade articular: implica em maior estresse articular e, como
consequência, maior facilidade na ruptura da malha colágena.

São considerados fatores mecânicos:


 Macro traumas: o trauma antes da idade adulta pode iniciar um
remodelamento ósseo que altera a mecânica e a nutrição articular;
 Traumas repetitivos localizados: tarefas ocupacionais, como flexões
repetidas de joelhos têm sido associadas;
 Sobrecargas esportivas: a prática esportiva em si não é
desencadeadora da OA, porém a alta demanda imposta sobre
músculos e articulações inerentes às práticas esportivas;
 Uso inadequado de aparelhos de musculação, bem como sobrecarga
excessiva;
 Alteração da biomecânica normal da articulação.

A Sociedade Americana de Geriatria sugere uma categorização dos


fatores de risco, ressaltando o papel comportamental do indivíduo15, conforme a
tabela 1:
24

Tabela 1. Fatores de risco para osteoartrite.

Fonte: American Geriatrics Society Panel15.

O JOELHO NA OSTEOARTRITE

A OAJ é o acometimento mais prevalente das osteoartrites, podendo atingir


24% da população geral e é a quarta causa mais frequente de problemas de saúde
da mulher idosa25,28,29.
Quando o indivíduo é acometido pela OAJ, todas as estruturas do joelho
podem estar alteradas, sendo as cartilagens e os ossos subcondrais, as mais
importantes3. A locomoção fica prejudicada e o impacto desta alteração, interfere
nas atividades de vida diária, trabalho e convívio social 4,21,27.

Aspectos Anatômicos e Funcionais do Joelho

A articulação do joelho é projetada para mobilidade e estabilidade. Ela


suporta, juntamente com os quadris e tornozelos, o peso corporal, quando se está
em pé e representam a unidade funcional primária para atividades que envolvem
caminhar, subir, descer, sentar e levantar. Apresentam estruturas que garantem a
estabilidade e movimento, tais como músculos, tendões, cápsula articular,
ligamentos, cartilagens e ossos. Os ossos do fêmur, tíbia e patela, formam três
compartimentos: medial, lateral e patelofemoral 30,31. Na figura 3, destaca-se o joelho
(vista lateral), demonstrando estruturas internas que podem ser comumente
acometidas na osteoartrite:
25

Figura 3. Joelho normal – aspecto ósseo e articular

Fonte: Alvarez32.

Na figura 4, destaca-se o joelho (vista anterior) e detalhes do principal


músculo do joelho – o quadríceps.

Figura 4. Joelho normal – aspecto muscular

33
Fonte: Better Body Group .

Na figura 5, destacam-se as características articulares presentes na OAJ,


como a diminuição do espaço articular, lesões na cartilagem e formação de
osteófitos (B).
26

Figura 5. Articulação de joelho sem alterações (A) com osteoartrite (B)

Fonte: Oliveira34.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOLÓGICAS DA OSTEOARTRITE DE JOELHO

Clinicamente, o diagnóstico costuma ser feito com base nos sinais e


sintomas. Os mais frequentes na OAJ são: dor, rigidez articular, crepitação e
fraqueza muscular. Com a evolução da doença, ocorre a dificuldade na realização
de atividades de vida diária, problemas de sono e fadiga, alteração do equilíbrio
postural, diminuição da propriocepção, dificuldades para marcha, além de alterações
psicológicas, como ansiedade e depressão3,11,20,30,31.
Embora a degeneração da cartilagem seja a manifestação primária na OA, a
cartilagem sendo aneural, não pode ser considerada responsável pela queixa
dolorosa. A dor pode ser atribuída ao encaixe incongruente das superfícies
articulares, à elevação do periósteo secundária à proliferação óssea na margem
articular, às pressões anormais sobre o osso subcondral, às microfraturas
trabeculares e à distensão da cápsula articular, além de sinovite secundária20. Todos
estes sintomas, geralmente eram atribuídos à intensidade das alterações
osteoarticulares, comumente observadas em imagens radiológicas 16,35. Porém,
estudos sugerem que não há associação clara entre achados radiológicos e a
função ou dor, e que na OAJ, a força muscular e a dor explicam mais a perda
funcional, do que estes achados4,20. Esta dissociação entre sinais radiológicos e
sintomas clínicos, representa um grande problema para comunidade científica; mais
da metade dos sujeitos com alterações radiológicas severas, não relatam problemas
ou dificuldades36.
Para padronizar as publicações científicas, o Colégio Americano de
Reumatologia, propôs diferentes critérios classificatórios, a depender da articulação
27

afetada. Para o diagnóstico clínico de OAJ, é necessário ter dor articular e mais três
dos seguintes achados: mais de 50 anos de idade, menos de 30 minutos de rigidez
matinal, crepitação, alargamento ósseo, sensibilidade à compressão óssea e/ou
ausência de calor à palpação22.
No quadro 1, observa-se a classificação da OAJ femorotibial,37 conforme
imagem radiológica:

Quadro 1.Classificação conforme alterações na imagem radiológica.

37
Fonte: Kellgren e Lawrence .
28

Na OAJ femoropatelar isolada, há perda de cartilagem em uma ou ambas


facetas da patela e no sulco troclear. Geralmente é secundária a algum grau de
inclinação lateral da patela, ou desalinhamento do mecanismo extensor ou má
distribuição de forças. Apresentam alterações radiológicas semelhantes à OAJ
femorotibial, porém sua classificação é obtida à partir da incidência axial, com joelho
em 45° de flexão, e é baseada somente na diminuição do espaço articular podendo
atingir até o estágio 4, onde as superfícies articulares se tocam integralmente. Na
OAJ femoropatelar, a dor é mais pronunciada em situações que aumentam as forças
na articulação, como subir e descer escadas, ao se levantar de cadeira baixa e ao
permanecer na posição sentada por longo período 38.
O desalinhamento do mecanismo extensor, inclui um espectro de alterações
como a dor anterior no joelho, a síndrome da hiperpressão patelar, a luxação ou
subluxação da patela, que podem preceder o quadro de OAJ femoropatelar
propriamente dita22,23.

Figura 6. Imagem radiológica de osteoartrite femoropatelar

Fonte: Wise39.

No presente trabalho, a abordagem da OAJ não especificará objetivamente


os compartimentos alterados, mas vale ressaltar que um estudo mais aprofundado
sobre as diferentes alterações e respectivas abordagens é necessário para que o
tratamento possa ser ainda mais específico.
29

TRATAMENTOS DIVERSOS PARA OSTEOARTRITE DE JOELHO

No momento não há cura conhecida para a OA e o objetivo do tratamento é


a melhora da dor, da função e da qualidade de vida relacionada à saúde,
minimizando, sempre que possível, a toxicidade terapêutica 25,40. Vale ressaltar que o
uso de drogas anti-inflamatórias, pode apresentar efeito pró-trombótico e pró-
hipertensivo, bem como impacto negativo na função renal, aumentando também os
fatores de risco cardiovasculares22.
Felizmente, pesquisas tem mostrado resultados promissores, e as opções
de tratamento tem sido mais seguras, efetivas e menos invasivas11,12,15,25. Nestas
pesquisas, as opções de tratamentos sugeridas são descritas em três categorias:

 Tratamento Farmacológico: Utilização de medicamentos, para


controle dos sinais e sintomas, bem como a evolução da doença;

 Tratamento Não Farmacológico: Utilização de tratamentos


conservadores e não invasivos, entre eles a fisioterapia, atividade aquática,
acupuntura, tai chi chuan, exercício físico, programas de educação em
saúde, controle de peso corporal, etc.

 Tratamento Cirúrgico: Quando o tratamento conservador não for


suficiente para melhorar os sinais e sintomas e seu impacto na
funcionalidade, o tratamento cirúrgico poderá ser uma opção.

Dentre as abordagens não farmacológicas, o exercício físico é o tratamento


conservador recomendado universalmente, independendo da idade do paciente, da
articulação envolvida, severidade dos achados radiológicos, intensidade de dor,
níveis funcionais e comorbidades. Entretanto, para que o exercício físico
desempenhe seu papel preventivo e terapêutico dentro deste contexto, sua
prescrição deve ser individualizada, levando em consideração as características da
patologia3,11,12,15,41,42.
Vale ressaltar que programas de educação em saúde, tem sido a base da
maioria das propostas de intervenção, considerando que o melhor entendimento da
30

patologia, contribui para participação mais ativa, aderência e consequentemente,


melhores resultados4,12, 36 .
A partir de consenso internacional, onde foram selecionadas as principais
informações que indivíduos com OA de joelho e quadril deveriam saber, French et
al. em 2015, sugeriram 21 mensagens chaves para o indivíduo com OA. Estas
mensagens representam a simplificação de informações baseadas em evidências
cientificas, as quais devem fazer parte de materiais educativos, conforme tabela a
seguir4:

Tabela 2. Informações básicas para indivíduos com osteoartrite.


31
32

4
Fonte: French et al .

Ao longo dos anos, diversas diretrizes nacionais e internacionais foram


desenvolvidas para auxiliar médicos, outros profissionais da saúde e pacientes na
escolha da terapêutica para o tratamento da OAJ. Em 2000, o Colégio Americano de
Reumatologia propôs uma recomendação para OAJ e OA de quadril, e, desde
então, outras sociedades profissionais têm seguido esta tendência 12. As
recomendações que antes eram conduzidas por um pequeno grupo de especialistas
utilizando consensos informais, baseados em uma extensa revisão de literatura,
passam a utilizar metodologias mais rígidas, provenientes de revisões sistemáticas
de literatura e da implementação do método Delphi para desenvolvimento de
consensos de concordâncias de especialistas quanto às propostas analisadas, além
de outros métodos. Dentro deste contexto, temos então, algumas diretrizes que
puderam nortear as abordagens da OAJ, como por exemplo as propostas pela
Sociedade Internacional de Pesquisa em Osteoartrite (OARSI) e pela Liga Pan-
Americana de Associações de Reumatologia (PANLAR).
Na tabela abaixo, a OARSI apresenta opções de tratamento conforme
acometimento da articulação de joelho, comorbidades e acometimento de múltiplas
articulações21.
33

Tabela 3. Diretrizes da OARSI para tratamento não cirúrgico de indivíduos com


osteoartrite de joelhos.

Fonte: Mcalindon et al21.

Em 2016, o Grupo de Estudos de Osteoartrite da PANLAR (Liga Pan-


Americana de Associações de Reumatologia), diante da necessidade de se propor
um plano de abordagem da OA na América Latina, levando em conta as condições
próprias da região, propôs um consenso baseado em revisões sistemáticas,
metanálises e guidelines produzidos entre 2008 e janeiro de 2014 40. Na tabela
abaixo, encontram-se as recomendações quanto às modalidades de tratamento não
farmacológico, onde as mesmas são dispostas em ordem conforme o maior nível de
evidência e força da recomendação:
34

Tabela 4. Modalidades de tratamentos não farmacológicos recomendados pela


PANLAR
35

40
Fonte: Rillo et al .

O tratamento considerado ideal para OA é o que associa o farmacológico


com o não farmacológico3,11,12,15,21,29,40-44. Dentre as opções não farmacológicas, o
presente livro destacará o exercício físico.
36

PARTE II: OSTEOARTRITE DE JOELHO E EXERCÍCIO FÍSICO – ASPECTOS


TEÓRICOS

EXERCÍCIO FÍSICO PARA INDIVÍDUOS COM OSTEOARTRITE DE JOELHO

Exercício físico é todo esforço físico, previamente planejado e estruturado,


que tem por objetivo a conservação e o aprimoramento de um ou mais componentes
da aptidão física (resistência cardiorrespiratória, força muscular, flexibilidade,
coordenação e equilíbrio) 45. Na OAJ ele tem um papel fundamental no tratamento e
na prevenção de piora dos sintomas, além de melhorar a saúde global do
indivíduo11,12,17,44.
Poucos estudos têm comparado os diferentes tipos de exercícios, mas
revisões sistemáticas sugerem benefícios clínicos dos vários tipos. Apesar dos
benefícios dos exercícios serem considerados leves a moderados, seus efeitos são
comparáveis aos relatados com uso de analgésicos simples e anti-inflamatórios não
esteroides, em relação ao controle da dor. Além disso, todos os tipos de exercícios
são associados com baixos efeitos colaterais, comparados aos tratamentos
medicamentosos11,21,44-48.

Indicações do Exercício Físico na Osteoartrite de Joelho

Provavelmente, quando se ouve a respeito da indicação do exercício físico


para OAJ, a primeira reação é não acreditar que de fato seja possível, e isso é
totalmente compreensível, considerando a experiência dolorosa de cada indivíduo
acometido49.
O início dos sinais e sintomas, provavelmente tenha interferido no nível de
atividade física e tornado alguns indivíduos ativos em insuficientemente ativos e
aqueles que já apresentavam atitudes sedentárias, viram em sua condição, um
motivo a mais para continuarem na mesma situação20. A identificação dos possíveis
efeitos benéficos induzidos pela prática da atividade física parece ser cada vez mais
evidente. Estudos recentes têm procurado oferecer importantes subsídios quanto às
vantagens de ser suficiente e adequadamente ativo, ao ponto de considerar o
comportamento sedentário e a inatividade física como os principais fatores de risco
predisponentes ao surgimento e ao desenvolvimento de inúmeras disfunções
37

crônico-degenerativas10. A figura 7, demonstra de forma esquemática, como a


intensidade da atividade física interfere em sua classificação e além disso, utiliza-se
da expressão MET, abreviatura em inglês de equivalente metabólico, que representa
a razão entre a quantidade de energia despendida em kJ ou kcal da atividade física
considerada e a energia equivalente à situação de repouso. Convencionalmente,
admite-se que o custo energético em repouso de qualquer indivíduo torna-se igual a
1 MET.

Figura 7. Definição operacional de comportamento sedentário e de prática de


atividade física

10
Fonte: Araújo .

Embora a ciência comprove de maneira inquestionável os efeitos benéficos


do exercício físico para o controle dos sintomas da OAJ e sua evolução,
profissionais da área de saúde, continuam subutilizando esta opção. Este
comportamento é influenciado por diferenças no conhecimento na área, crenças e
atitudes em relação ao exercício físico11,49.
Em pesquisa sobre o tema, profissionais fisioterapeutas, relataram
dificuldades em tomar condutas que utilizavam o exercício físico como estratégia,
pois não identificavam ferramentas elucidativas para auxiliar nas escolhas de
38

tratamento e além disso, profissionais médicos, relataram que acerca do exercício


acreditavam que o repouso era a melhor opção, ou ainda apresentavam uma visão
fatalista acerca da OA, considerando esta, uma degradação natural do corpo com o
envelhecimento e a substituição articular como a melhor opção de tratamento11.
Muitas disfunções de joelhos relacionadas aos esportes de impacto
contribuíram para que houvesse a correlação entre o exercício físico como causa ou
fator desencadeante de OA12,17,44. Vale ressaltar, que o esporte na tentativa de
estimular a superação de limites, alcance de metas e competividade, afasta-se do
benefício de se manter ativo buscando uma melhor saúde22. Diante disso, ressalta-
se a importância do respeito aos limites e às características individuais.
Muitos tipos de exercícios têm sido descritos na literatura para indivíduos
com OA, incluindo exercícios de fortalecimento muscular, flexibilidade, exercícios
cardiovasculares/aeróbicos (como ciclismo e caminhada), exercícios
12,21,44
neuromusculares, treino de equilíbrio e Tai Chi Chuan . Em geral, pessoas
diagnosticadas com OA evoluem gradativamente para nível insuficiente de atividade
física, pelas dificuldades encontradas principalmente na deambulação. A crença que
muitos têm acerca de que o exercício físico piora a dor, geram uma reação em
cadeia: quanto menos mobilidade, mais fraqueza, menor independência e qualidade
de vida15,26. Por outro lado, programas de treinamento de força, com altas cargas,
repetições e séries podem potencialmente sobrecarregar as articulações,
exacerbando sintomas como dor, edema e inflamação. Embora, o relato de dor pode
auxiliar na definição da dosagem do exercício físico, pacientes devem ser advertidos
de que sentir algum desconforto ou dor durante o exercício, não significa
necessariamente que está havendo algum dano articular. De qualquer modo, é
importante observar a presença de sintomas que estão presentes quando o
programa for muito intensivo, sendo necessária a mudança do tipo ou dosagem do
exercício, conforme a tabela 5:
39

Tabela 5. Indicadores de que o programa de exercício físico está muito intenso e


necessidade de alteração da dosagem:

Fonte: Bennel et al11.

O grande desafio então, não é somente inserir o exercício físico em uma


rotina diária, mas o convencimento de profissionais e indivíduos com OAJ, de que
este, quando bem orientado e conduzido, poderá ser um grande recurso na melhoria
da qualidade de vida, prevenção de doenças e principalmente na diminuição dos
sinais e sintomas da OAJ e sua evolução11,49,50.
Este livro traz informações necessárias aos profissionais de saúde, bem
como aos indivíduos com OAJ, para que a realização do exercício físico seja seguro,
individualizado, respeitando limites e apresentando de maneira simples e prática a
importância da estruturação destas atividades, para que de fato, possam ser úteis e
cumpram os seus objetivos.

Quando Iniciar o Exercício Físico

Como já foi citado, um dos tratamentos não farmacológicos, o exercício


físico, deve estar associado sempre ao farmacológico, sendo muito importante que
haja acompanhamento clínico, seguimento correto das prescrições e
consequentemente se tenha um bom controle das crises dolorosas16,17.
Muitas vezes, as respostas aos diversos tratamentos medicamentosos são
menores do que as esperadas, pelo não cumprimento das orientações médicas.
40

Além disso, como as respostas são individuais, pode-se levar algum tempo para que
o manejo da dor seja o mais efetivo25.
Após uma avaliação clínica para identificar possíveis contraindicações
clínicas (cardiológica e reumatológica) que possa descartar acometimentos
articulares de outra natureza, o profissional que irá realizar a prescrição do programa
de exercício físico, deverá realizar uma avaliação física e funcional (Apêndice 1).
Vale salientar que existem questionários específicos para OA, entre eles o
questionário Womac, o qual engloba questões envolvendo dor, rigidez articular e
funcionalidade, onde o maior escore representa a pior condição do indivíduo. Possui
versão traduzida e validada para a língua portuguesa51 (Anexo 1). Outro instrumento
é o Índice Algofuncional de Lequesne (previamente traduzido e validado para língua
portuguesa) que contém 11 questões envolvendo dor, desconforto e limitação de
função, com foco na limitação na dor e distância de caminhada52 (Anexo 2).
Seria interessante que a ficha proposta seja o parâmetro inicial e na medida
em que houver evolução do programa, este seja documentado e apresentado ao
indivíduo, para que sirva de estímulo motivacional. Pode-se ainda, colocar os dados
em planilhas e gerar gráficos para que a evolução seja visualizada de forma mais
concreta.
O início da prática do exercício físico deverá acontecer quando os sintomas
permitirem, com atividades leves e de maneira gradativa. Vale ressaltar, que a
atividade leve poderá ser diferente de uma pessoa para outra. Portanto, a evolução
dentro da estruturação do programa de exercício físico, considerando os níveis
ideais, não é o principal foco e sim atingir o máximo, dentro da possibilidade de cada
indivíduo; reforçando a diretriz onde é mais importante o processo de ser fisicamente
ativo do que o produto de estar em boa forma 5,7.
Os resultados de muitos estudos sugerem que indivíduos com OA, podem
diminuir sua morbidade com a participação regular de atividades físicas
moderadas15. A intensidade do exercício físico pode ser avaliada de várias formas.
Uma delas é a escala de Borg, que utiliza descrições verbais, onde pontua-se de 0 à
10 ( cargas leve, moderada, pesada e máxima);53 e outra, para que se possa ter um
parâmetro para aumentar o nível de atividade gradativamente de maneira mais
simplificada, conforme tabela 6 :
41

Tabela 6. Intensidade de esforço conforme a atividade física.

Fonte: Florindo e Hallal9.

Recomendações de Exercício Físico para Promoção da Saúde

Existem recomendações de exercício físico para adultos e adultos idosos,


propostas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2010 e pelo Colégio
Americano de Medicina do Esporte (ACSM) em 2011, as quais não estão
diretamente relacionadas a indivíduos com OA, porém, sugerem que dentre as
recomendações acerca do tipo, intensidade, volume e frequência, aqueles que
apresentarem condições crônicas como a OA, sejam os mais fisicamente ativos,
dentro das possibilidades que a condição permitir, conforme tabela 7 :
42

Tabela 7. Recomendações gerais da OMS e ACSM.

Fonte: World Health Organization7 e Nelson et al8.

Considerando que o acometimento da OA é mais pronunciado no idoso, toda


proposta de exercício físico deve levar em consideração as características desta
faixa etária. A seguir, na tabela 8, serão relacionadas as recomendações de prática
de atividade física para idosos conforme ACSM/AHA (Colégio Americano de
Medicina do Esporte/Associação Americana de Cardiologia)8.
43

Tabela 8. Recomendações de prática de exercício físico para idosos


44

Fonte: Nelson et al8.

As recomendações descritas acima (tabela 8) abrangem as orientações


gerais de atividade física, considerando inicialmente a faixa etária do indivíduo. O
exercício físico, como já foi descrito, precisa de uma estruturação que garanta a
melhoria da saúde, principalmente no que diz respeito è quantidade e qualidade 5.

Principais Recomendações Acerca do Exercício Físico para Indivíduos


com Osteoartrite de Joelho

Na sequência, serão apresentados estudos que sugerem recomendações


quanto ao exercício físico como principal estratégia de tratamento não farmacológico
para indivíduos com OAJ, organizados em tabelas contendo tipo de exercício físico,
prescrição e em alguns estudos o nível de evidência científica. Serão dispostos em
ordem cronológica de publicação, com a apresentação da instituição, desenho do
estudo e autores.
45

Tabela 9. Sociedade Americana de Geriatria (AGS)*.


Exercício Físico - Modalidades Prescrição
1. Cardiovascular Leve a moderada: 40 a 60% da VO2 max/
FCmax
Índice de percepção de esforço 12-14= 60-65%
VO2 max;
20-30 minutos acumulados/dia;
2-5 vezes por semana.
2. Fortalecimento Fortalecimento Isométrico: Leve a moderada: 40
muscular a 60% da contração voluntária máxima;
1 à 10 contrações submáximas/grupo muscular:
por 1 a 6 segundos;
Diariamente;
Fortalecimento Isotônico: Leve: 40% de 1 RM -
10 a 15 repetições
Moderada: 40 a 60% de 1 RM-8 a 10 repetições
Intensa: >60% de 1 RM -6 a 8 repetições,
2-3 vezes por semana.
3. Flexibilidade/ amplitude Flexibilidade – inicialmente: Sensação subjetiva
de movimento de resistência;
1 alongamento por grupo muscular: por 5-15
segundos;
Diariamente;
Flexibilidade - Amplitude Máxima:
3-5 alongamentos por grupo muscular: por 20 –
30 segundos
3-5 vezes por semana.
4. Aquático Não refere.
5. Equilíbrio/ Não refere.
Propriocepção
*Desenho do estudo: Revisão de literatura e realização de painel de especialistas de várias
disciplinas para definição de consenso sobre prescrição de exercício para adultos idosos com OA.
Especifica o tipo de exercício, intensidade, volume e frequência, porém o foco é direcionado para OA
e não é específica para OAJ.
15
Fonte: American Geriatrics Society Panel .
46

Tabela 10. Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos (AAOS)*


Exercício Físico - Modalidades Prescrição
1. Cardiovascular O nível de evidência é bom para a realização
de exercício aeróbico de baixo-impacto, como
caminhada e ciclismo.

2. Fortalecimento muscular O nível de evidência é razoável para


fortalecimento de quadríceps.
3. Flexibilidade/ amplitude Embora o nível de evidência seja de qualidade
de movimento pobre, por falta de estudos específicos, o
consenso de especialistas é de que há
benefício na realização desta modalidade.

4. Aquático Não refere.


5. Equilíbrio/Propriocepção Não refere.
* Desenho do estudo: Baseado em revisões sistemáticas sobre tratamento de OAJ em adultos para
incluir somente tratamentos menos invasivos do que artroplastia.
Fonte: Richmond et al47.

Tabela 11. Colégio Americano de Reumatologia (ACR)*.


Exercício Físico – Modalidades Prescrição
1. Cardiovascular Recomendação forte.

2. Fortalecimento muscular Recomendação forte.

3. Flexibilidade/ amplitude Não refere.


de movimento
4. Aquático Recomendação forte.

5. Equilíbrio/Propriocepção Não apresenta recomendação.


* Desenho do estudo: Revisão sistemática de modalidades farmacológicas e não farmacológicas para
osteoartrite de quadril, joelho e mão. Análise de um painel de especialistas técnicos e staffs do ACR e
graduação das recomendações conforme nível de evidências relacionadas à OAJ.
Fonte: Hochberg et al12.
47

Tabela 12. Universidade da Carolina do Norte*.


Exercício Físico – Modalidades Prescrição
1. Cardiovascular Evidências fortes - redução de dor e melhora
funcional da OA leve e moderada.

2. Fortalecimento muscular Evidências fortes.

3. Flexibilidade/ amplitude Não refere.


de movimento
4. Aquático Evidências fortes – porém quando comparado
com exercício em solo não apresentou
diferença significativa. Boa opção para quem
não consegue realizar a atividade em solo,
principalmente os sobrepesos e obesos.

5. Equilíbrio/Propriocepção Requer mais pesquisas. Representa escolhas


alternativas para alterar rotina de exercício.
*Desenho de estudo: Revisão baseada em ensaios clínicos, revisões sistemáticas e metanálises,
para discutir efetividade de diferentes programas de tratamento para OAJ e Quadril.
Fonte: Golightly et al44.

Tabela 13. Sociedade Internacional de Pesquisa em Osteoartrite (OARSI)*.


Exercício Físico - Modalidades Prescrição
1. Cardiovascular Apropriado, em combinação com
fortalecimento muscular e exercício de
flexibilidade/amplitude de movimento.

2. Fortalecimento muscular Apropriado. Resultados semelhantes com


exercícios com e sem carga.

3. Flexibilidade/ amplitude de Apropriado, em combinação com


movimento fortalecimento muscular e exercício
cardiovascular.
4. Aquático Apropriado, em combinação com
exercício de flexibilidade/ amplitude de
movimento e exercício cardiovascular.

5. Equilíbrio/Propriocepção Não refere.


*Desenho de estudo: Avaliação de 29 modalidades para OAJ. Baseadas em recomendações e revisões
sistemáticas.
Fonte: McAlindon et al21.
48

Tabela 14. Sociedade Européia para Aspectos Clínicos e Econômicos de


Osteoporose e Osteoartrite (ESCEO)*.
Exercício Físico - Modalidades Prescrição
1. Cardiovascular Exercício aeróbico como a caminhada
associado ao fortalecimento de membro
inferior.

2. Fortalecimento muscular Fortalecimento específico de quadríceps e da


musculatura de membro inferior associado ao
exercício aeróbico, como a caminhada.

3. Flexibilidade/ amplitude Associado aos demais (aeróbico e


de movimento fortalecimento).
4. Aquático Boa evidência, sendo efetivo para dor e
função.

5. Equilíbrio/Propriocepção Não refere.


* Desenho de estudo: força tarefa de 13 especialistas internacionais para revisarem as diretrizes
existentes no tratamento OAJ.
Fonte: Bruyère et al29.

Tabela 15. Liga Pan-Americana de Associações de Reumatologia (PANLAR)*.


Exercício Físico - Modalidades Prescrição
1. Cardiovascular Exercício aeróbico como a caminhada, 3 ou mais
vezes por semana de 20 a 30 minutos. Nível
máximo de recomendação e evidência.

2. Fortalecimento Exercício para contração concêntrica dos


muscular músculos flexores e extensores de joelhos. Nível
máximo de recomendação e evidência.

3. Flexibilidade/ Associado ao exercício de fortalecimento. Nível


amplitude de máximo de recomendação e evidência.
movimento
4. Aquático Associado ao exercício de alongamento e
fortalecimento. Realizado em tanque terapêutico,
indicado para dor leve, sem edema ou rigidez.
Especialmente benéfica apara idosos.

5. Equilíbrio/ Não refere.


Propriocepção
* Desenho de estudo: consenso baseado em revisões sistemáticas, metanálises e guidelines
produzidos entre 2008 e janeiro de 2014.
40
Fonte: Rillo et al .
49

PARTE III: OSTEOARTRITE DE JOELHO E EXERCÍCIO FÍSICO – ASPECTOS


PRÁTICOS

PROTOCOLO DE EXERCÍCIO FÍSICO PARA INDIVÍDUOS COM OSTEOARTRITE DE JOELHO

Com base nos estudos apresentados acima, quanto às recomendações de


exercício físico, foi elaborado um protocolo que contempla o consenso das principais
recomendações, bem como outras atividades identificadas em outros estudos,
como, por exemplo, os exercícios neuromotores.
Abaixo, serão descritos os tipos de exercício físico, especificando
intensidade, conforme tabela 6 (nível de esforço), volume (quantidade/tempo, séries,
repetições) e frequência (quantas vezes por semana). Pretende-se com esta
proposta de estruturação, aproximar-se do nível necessário para que se possa
usufruir dos benefícios do exercício físico, relacionados à promoção da saúde.6
Buscou-se também, a simplificação das informações e escolha de exercícios
simples, para que os profissionais e indivíduos não tenham dificuldades em
implementar o programa de exercício físico.
O exercício físico proposto poderá também, ser realizado em casa, de forma
simples e com materiais fáceis de serem adquiridos. Algumas atividades, porém,
exigirão a escolha de locais adequados e seguros próximos à residência, como
praças ou pistas de caminhadas e ciclovias, por exemplo. O momento do dia será
escolhido, levando em consideração a disponibilidade de cada um.
A seguir, será apresentado cada tipo de exercício físico, objetivos e
prescrição inicial.

Exercício Cardiovascular

Este exercício físico, popularmente chamado de aeróbico, tem como objetivo


estimular a circulação sanguínea e trabalho muscular, e consequentemente,
melhorar a função cardíaca e respiratória, bem como a habilidade motora de
locomoção. Associado às outras modalidades (fortalecimento muscular e
flexibilidade) contribui para melhora da dor e funcionalidade. Pode auxiliar na
manutenção ou perda de peso, além de diminuir sintomas depressivos3,11,12,24,44.
50

Atividades como caminhada e ciclismo são escolhas populares de exercício


aeróbico, sendo que os percursos deverão ser planos, em horários e locais mais
frescos. As roupas devem ser leves e confortáveis, o tênis adequado para a prática,
e utilização de boné ou chapéu, caso tenha sol, ou capacete para o ciclismo. Deverá
ser incentivado o uso de filtro solar e hidratação oral, orientando carregar sempre
uma garrafinha de água.
As atividades seguintes são as opções recomendadas:

Caminhada em praças/parques

Figura 8. Caminhada em praças /parques

*
Fonte: Própria.

*
Termo de autorização de imagem em anexo. (Anexo 4).
51

Tabela 16. Descrição do exercício cardiovascular

Fonte: Duarte et al.3, Bennel, Dobson e Hinman11, Hochberg et al.12, Loew et al. 24 e Golightly,
Allen e Caine44

Bicicleta ergométrica/ ciclismo

Figura 9. Bicicleta ergométrica/ciclismo

Fonte: Própria.
52

Tabela 17. Descrição do exercício cardiovascular

Fonte: Garber et al5, World Health Organization7, Hochberg et al.12 e American Geriatrics
Society Panel on Exercise and Osteoarthritis15

Hidroginástica /caminhada na água

Figura 10. Caminhada na água

Fonte: Própria.
53

Tabela 18. Descrição do exercício cardiovascular.

Fonte: Garber et al.5, World Health Organization7, Hochberg et al.12 e American Geriatrics
Society Panel on Exercise and Osteoarthritis15

Exercício Físico de Flexibilidade

Este exercício físico tem como objetivo melhorar a amplitude de movimento


articular e flexibilidade, que independente da condição apresentada, sua diminuição
é uma das características do envelhecimento. A diminuição da mobilidade interfere
diretamente nas atividades de vida diária e na funcionalidade. Além disso, as
estruturas que circundam os joelhos, principalmente músculos e tendões podem
apresentar encurtamentos pelo desuso, além da dor e reações inflamatórias próprias
da OAJ3,5,17,41. O método mais utilizado para aumentar a flexibilidade é o exercício
de alongamento25.
É interessante que o exercício de alongamento seja realizado bilateralmente,
mesmo que o acometimento seja unilateral, uma vez que há uma grande tendência
em aumentar a sobrecarga do membro sem sintomas ou com menor acometimento.
As atividades seguintes são as opções recomendadas:
54

Alongamento de reto femoral

Figura 11. Alongamento de reto femoral

Fonte: Própria

Figura 12. Músculo quadríceps

Fonte: auladeanatomia.com54
55

Tabela 19. Descrição do exercício de alongamento de reto femoral

Execução

Fonte: Garber et al.5, World Health Organization7, Hochberg et al.12 e American Geriatrics
Society Panel on Exercise and Osteoarthritis15

Alongamento de adutores de quadril

Figura 13. Alongamento de adutores de quadril

Fonte: Própria.

Figura 14. Músculos adutores de quadril

Fonte: auladeanatonia.com 54
56

Tabela 20. Descrição do exercício de alongamento de adutores

5 7 12
Fonte: Garber et al. , World Health Organization , Hochberg et al. e American Geriatrics
Society Panel on Exercise and Osteoarthritis15

Alongamento de abdutores de quadril

Figura 15. Alongamento de abdutores de quadril

Fonte: Própria.

Figura 16. Músculos abdutores de quadril

Fonte: auladeanatomia.com54
57

Tabela 21. Descrição do alongamento de abdutores de quadril

5 7 12
Fonte: Garber et al. , World Health Organization , Hochberg et al. e American Geriatrics
Society Panel on Exercise and Osteoarthritis15

Alongamento de glúteo máximo

Figura 17. Alongamento de glúteo máximo

Fonte: Própria.

Figura 18. Músculo glúteo máximo

Fonte: auladeanatomia.com54
58

Tabela 22. Descrição do alongamento de glúteo máximo

5 7 12
Fonte: Garber et al. , World Health Organization , Hochberg et al. e American Geriatrics
15
Society Panel on Exercise and Osteoarthritis

Alongamento de flexores de joelho

Figura 19. Alongamento de flexores de joelho

Fonte: Própria.

Figura 20. Músculos flexores de joelho

Fonte: auladeanatomia.com54
59

Tabela 23. Descrição do alongamento de flexores de joelho

5 7 12
Fonte: Garber et al. , World Health Organization , Hochberg et al. e American Geriatrics
Society Panel on Exercise and Osteoarthritis15

Alongamento de flexores de joelho 2

Figura 21. Alongamento de flexores de joelho 2

Fonte: Própria.
60

Tabela 24. Descrição do alongamento de flexores de joelho 2

Fonte: Garber et al5, World Health Organization7, Hochberg et al12 e American Geriatrics
Society Panel on Exercise and Osteoarthritis15

Alongamento de tríceps sural

Figura 22. Alongamento de tríceps sural

Fonte: Própria
61

Figura 23. Tríceps sural

Fonte: auladeanatomia.com55

Tabela 25. Descrição do alongamento de tríceps sural

5 7 12
Fonte: Garber et al , World Health Organization , Hochberg et al e American Geriatrics Society
15
Panel on Exercise and Osteoarthritis .

Exercício de Fortalecimento Muscular

O início, progressão e severidade da OAJ, tem sido associada à diminuição


de força muscular e alterações na biomecânica articular56.
Diversos trabalhos tem enfatizado a diminuição da função do músculo
quadríceps na sintomatologia da OAJ, podendo ser considerado como fator de risco
para o surgimento desta condição e estar associada com maior risco de diminuição
de espaço intra-articular total e tibiofemoral em mulheres22. Porém, estudos têm
demonstrado que os melhores efeitos na dor e funcionalidade estão relacionados ao
62

fortalecimento muscular dos grandes grupos musculares de membros inferiores11,21.


Não há evidências que sugiram o tipo de exercício de fortalecimento que
influencia o resultado de maneira significante. Efeitos semelhantes tem sido
encontrados com exercícios isotônicos, isométricos e isocinéticos3.
O tipo de exercício físico mais estudado e pesquisado na OAJ é o de
fortalecimento muscular. A fraqueza muscular, acompanhada por algum grau de
atrofia, interfere nas atividades de vida diária e funcionalidade, principalmente na
marcha. Sabe-se também que a dor no joelho, é o fator desencadeante inicial da
alteração do padrão de marcha (claudicação), fazendo com que ele seja poupado na
fase apoio. Portanto, o controle da dor, interfere na evolução da fraqueza muscular,
uma vez que, esta inibe a contração do músculo estabilizador do joelho5,7,11,12,15,21.
Um aspecto importante na prescrição do exercício de fortalecimento é a
intensidade, e estudos tem demonstrado que o uso de intensidades elevadas pode
ser limitado pela dor articular e evidências têm demonstrado benefícios com baixas
intensidades22.
Todos os músculos que circundam os joelhos devem ser trabalhados e como
já foi citado no exercício físico de flexibilidade, de forma bilateral. As atividades
seguintes são as opções recomendadas:

Quadríceps 1

Embora a ênfase deste exercício seja a extensão de joelho de forma


isométrica, com o direcionamento para a contração do vasto medial (fibras oblíquas),
há também a participação isométrica de glúteo máximo (extensão de quadril).

Figura 24. Exercício isométrico de quadríceps

Fonte: Própria.
63

Tabela 26. Descrição do exercício de fortalecimento de quadríceps

Fonte: Garber et al5, World Health Organization7, Bennell, Dobson e Hinman11, Hochberg et
al12 e American Geriatrics Society Panel on Exercise and Osteoarthritis15, McAlindom et al21
e Roschel et al22.

Quadríceps 2

Embora a ênfase deste exercício seja a extensão de joelho de forma


isométrica, sendo o quadríceps um músculo biarticular, juntamente com o músculo
iliopsoas, participa do movimento de flexão de quadril.

Figura 25. Exercício isométrico de quadríceps/ isotônico de flexores de quadril

Fonte: Própria.
64

Tabela 27. Descrição do exercício de fortalecimento de quadríceps

Fonte: Garber et al5, World Health Organization7, Bennell, Dobson e Hinman11, Hochberg et
al12 e American Geriatrics Society Panel on Exercise and Osteoarthritis15, McAlindom et
al21 e Roschel et al22.

Quadríceps 3

A ênfase do exercício é a contração isotônica do quadríceps (concêntrica e


excêntrica).

Figura 26. Exercício isotônico de quadríceps

Fonte: Própria.
65

Tabela 28. Descrição do exercício de fortalecimento do quadríceps

Fonte: Garber et al.5, World Health Organization7, Bennell, Dobson e Hinman11, Hochberg
et al12 e American Geriatrics Society Panel on Exercise and Osteoarthritis15, McAlindom
et al21 e Roschel et al22.

Quadríceps 4 – cadeia cinética fechada

A ênfase do exercício é a contração de antagonistas e agonistas do


movimento de agachamento, o qual é considerado um movimento funcional. Ocorre
também a ativação dos proprioceptores articulares, além da diminuição do atrito
articular.
66

Figura 27. Exercício de quadríceps – agachamento

Fonte: Própria.

Tabela 29. Descrição do exercício de fortalecimento de quadríceps

Fonte: Garber et al5, World Health Organization7, Bennell, Dobson e Hinman11, Hochberg et
12 15 21
al e American Geriatrics Society Panel on Exercise and Osteoarthritis , McAlindom et al
22
e Roschel et al .
67

Adutores de quadril

A ênfase do exercício é a contração isométrica dos adutores.

Figura 28. Exercício isométrico de adutores de quadril

Fonte: Própria.

Tabela 30. Descrição do exercício de fortalecimento de adutores

5 7 11
Fonte: Garber et al. , World Health Organization , Bennell, Dobson e Hinman , Hochberg
12 15
et al. e American Geriatrics Society Panel on Exercise and Osteoarthritis , McAlindom
21 22
et al e Roschel et al .
68

Abdutores de quadril

A ênfase do exercício é a contração isométrica dos abdutores.

Figura 29. Exercício isométrico de abdutores de quadril

Fonte: Própria.

Tabela 31. Descrição do exercício de fortalecimento de abdutores de quadril

Fonte: Garber et al5, World Health Organization7, Bennell, Dobson e Hinman11, Hochberg et
12 15 21
al e American Geriatrics Society Panel on Exercise and Osteoarthritis , McAlindom et al
22
e Roschel et al .

Glúteo máximo

Este exercício além de estimular a contração do glúteo máximo, apresenta


como agonistas, os flexores de joelho, extensores e flexores de coluna lombar, bem
69

como assoalho pélvico. Sua importância está relacionada à estabilização do membro


inferior na fase de apoio.

Figura 30. Exercício de fortalecimento de glúteo máximo

Fonte: Própria.

Tabela 32. Descrição do exercício de fortalecimento de glúteo máximo

5 7 11
Fonte: Garber et al , World Health Organization , Bennell, Dobson e Hinman , Hochberg et
12 15 21
al e American Geriatrics Society Panel on Exercise and Osteoarthritis , McAlindom et al
22
e Roschel et al .
70

Flexores de joelho

Figura 31. Exercício isométrico de flexores de joelho

Fonte: Própria.

Tabela 33. Descrição do exercício de fortalecimento de flexores de joelho

5 7 11
Fonte: Garber et al , World Health Organization , Bennell, Dobson e Hinman , Hochberg et
12 15 21
al e American Geriatrics Society Panel on Exercise and Osteoarthritis , McAlindom et al
22
e Roschel et al .
71

Triceps sural

Figura 32. Exercício isotônico de tríceps sural

Fonte: Própria.

Tabela 34. Descrição do exercício de fortalecimento de tríceps sural

Fonte: Garber et al5, World Health Organization7, Bennell, Dobson e Hinman11,


12
Hochberg et al , American Geriatrics Society Panel on Exercise and
Osteoarthritis , McAlindom et al21 e Roschel et al22.
15
72

Exercício Físico Neuromotor

As alterações no equilíbrio e propriocepção são descritas na OAJ, podendo


aumentar o risco de quedas. Considerando a faixa etária mais acometida, as quedas
tendem a ser preocupantes. Portanto, estimular atividades que possam melhorar as
funções que interferem na estabilidade, torna-se fundamental3,11,41,42. No entanto,
Hochberg et al. em 2012 , em artigo sobre recomendações do Colégio Americano de
Reumatologia, quanto as terapias farmacológicas e não farmacológicas em OA,
sugerem que para OAJ, exercícios de equilíbrio, realizados isoladamente ou em
combinação com exercícios de fortalecimento não seriam recomendados, um vez
que as evidências disponíveis não eram suficientes para justificar tal abordagem 15.
Porém, em revisão sistemática publicada em 2015, pode-se observar
melhoras significativas de equilíbrio e diminuição de risco de quedas em indivíduos
com OAJ, com a realização de exercício de fortalecimento muscular, Tai Chi Chuan
e exercícios aeróbicos42. Em relação à propriocepção, a qual é composta por
diversos componentes biomecânicos, incluindo noção de posição segmentar,
velocidade, detecção de movimento e força, exercícios específicos são eficazes no
tratamento da OAJ, conforme revisão sistemática e metanálise41.
As atividades seguintes são as opções recomendadas:
73

Andar em linha reta

Figura 33. Andar em linha reta

Fonte: Própria.

Tabela 35. Descrição do exercício neuromotor

3 11 41 42
Fonte: Duarte et al , Bennell, Dobson e Hinman , Smith, King e Hing , Mat et al , Golightly,
44
Allen e Caine .
74

Andar de lado

Figura 34. Andar de lado

Fonte: Própria.

Tabela 36. Descrição do exercício neuromotor

Fonte: Duarte et al3, Bennell, Dobson e Hinman11, Smith, King e Hing41, Mat et al42, Golightly,
Allen e Caine44.
75

Apoio unipodal

Figura 35. Apoio unipodal

Fonte: Própria.

Tabela 37. Descrição do exercício neuromotor

Fonte: Duarte et al3, Bennell, Dobson e Hinman11, Smith, King e Hing41, Mat et al42, Golightly,
Allen e Caine44.

Na tabela 38, será proposta uma forma de organização das atividades,


conforme o tipo de exercício físico e frequência.
76

Tabela 38. Organização das atividades, conforme tipo e frequência

Fonte: Garber et al5, World Health Organization7, Bennell, Dobson e Hinman11, Hochberg et
12 15 21
al e American Geriatrics Society Panel on Exercise and Osteoarthritis , McAlindom et al .

Considerando o grau de acometimento de cada indivíduo, talvez instituir


atividades cardiovasculares em solo (caminhada e ciclismo) e exercício neuromotor,
nem sempre será viável; uma opção será a atividade aquática. Porém, as outras
modalidades (flexibilidade e fortalecimento) que não exigem deslocamentos,
deverão ser mantidas dentro das possibilidades e tolerância de cada indivíduo.
Existem evidências confirmando benefícios significantes de uma grande variedade
de exercício físico, que foram estendidos também aos quadros mais severos, os
quais enquanto aguardavam tratamentos cirúrgicos, obtinham diminuição da dor e
melhora funcional 11.
77

PARTE IV: OSTEOARTRITE DE JOELHO – INFORMAÇÕES ADICIONAIS

TRATAMENTO ANALGÉSICO NÃO FARMACOLÓGICO

Ao iniciar um programa de exercício físico para indivíduos com OAJ, é


importante estar preparado para possíveis interrupções, neste caso a OAJ pode
apresentar períodos de reagudização, que necessitam de abordagens específicas.
Vale ressaltar, diante disso, que o programa deve ter uma evolução gradativa para
que os limites não sejam extrapolados. Não se pode correr o risco de se por em
dúvida o benefício do programa. Em alguns estudos que comparavam a intensidade
do exercício físico resistido, indivíduos descontinuavam a pesquisa por
experimentarem altas cargas e consequentemente, crises dolorosas44.
O tratamento fisioterapêutico nesta fase deve ser realizado para que o
retorno às atividades seja o mais rápido possível 14.
Neste livro não são abordadas as diversas opções de tratamentos
fisioterapêuticos, acupuntura ou outras abordagens terapêuticas, pois não é o intuito
desta obra, na verdade, estes poderiam ser temas para outras publicações, dados a
sua importância. No entanto, considera-se válida a sugestão de uma opção simples
e com bons resultados, como no caso da crioterapia (aplicação de gelo), que poderá
auxiliar no controle da dor e na prevenção de respostas inflamatórias ocasionadas
por determinada atividade.
É importante ressaltar, que a maioria dos indivíduos acometidos pela OAJ
podem apresentar outras doenças e consequentemente, fazerem uso de várias
medicações. Neste contexto, a crioterapia também poderá ser vantajosa,
considerando a ausência de interações com outras medicações e, auxiliando na
melhora dos sintomas, diminuirá a necessidade de altas doses de analgésicos e
anti-inflamatórios15,16,20,57,58.
A primeira aplicação de gelo deverá acontecer sempre na presença de um
profissional, que poderá avaliar a possível existência de contraindicação e a
resposta local da aplicação, considerando a sensibilidade de cada um. Vale ressaltar
que, os primeiros minutos da aplicação, poderá ocorrer desconforto (sensação de
ardência, queimação e dor), o que será amenizado à medida que houver adaptação
da pele à mudança de temperatura.
A forma de aplicação (compressa de gelo):
78

Utilizar gelo comum (4 a 5 formas), colocar em um saco plástico, envolver


este conteúdo em pano úmido e aplicar sobre o joelho por 20 a 30 minutos, na
posição deitada. Caso seja possível, envolva todo o joelho com auxílio de uma
faixa/atadura e mantenha o membro em elevação (com o pé acima do nível do
quadril), auxiliando assim na diminuição de edema, caso apresente57,58.
A aplicação poderá ser realizada várias vezes ao dia a depender da
indicação e necessidade.

Figura 36. Aplicação de compressa de gelo

Fonte: Própria.

DISPOSITIVOS DE AUXÍLIO À MARCHA

Com a progressão da doença, remodelamento ósseo, edema e contraturas,


a transmissão de forças através da articulação é alterada. A indicação de um apoio
para locomoção pode ser necessária quando a diminuição de sobrecarga no
membro afetado, reduz sintomas e propicia maior estabilidade para marcha. São
incluídos nesta opção, bengalas, muletas e andadores14,15,20.
O tipo específico para cada caso, bem como sua altura deve ser avaliado
pelo profissional. É importante ressaltar que ao utilizar um apoio (bengalas e
muletas), o mesmo deve ser contralateral, ou seja, o auxílio deve ser utilizado pelo
braço oposto ao joelho com OA15,40.
79

Figura 37. Tipos de auxílio para marcha

Fonte: Pool59.

CUIDADOS GERAIS

1. Evitar ganho de peso corporal (o sobrepeso é um dos principais fatores


de risco para OAJ);
2. Evitar sapatos de salto alto ou chinelos de sola plana (tipo rasteirinha),
dando preferência a tênis com solado em rampa;
3. Evitar subir e descer escadas, bem como ajoelhar ou agachar por muito
tempo;
4. Evite permanecer muito tempo em uma mesma posição (em pé ou
sentado);
5. Evitar sentar-se em cadeiras e poltronas baixas;
6. Evitar caminhadas em terrenos acidentados ou inclinados;
7. Evitar carregar pesos;
8. Evitar comportamentos sedentários (diminuir tempo de TV/computador),
participando de atividades na comunidade, igreja, visitar amigos, etc;
9. Ao realizar viagens longas, sempre que possível, levantar e caminhar.
10. Não se expor a programas de academias sem a devida orientação, bem
como a utilização de altas cargas para fortalecimento muscular.
80

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O envelhecimento da população como resultado de medidas efetivas de


controle de doenças, nos traz uma nova realidade: a de viver mais, porém, com
doenças crônicas que podem interferir na qualidade de vida e funcionalidade.
A faixa etária produtiva tem sido expandida, mas a capacidade laborativa, a
depender do tipo de atividade, poderá sofrer influência de algumas patologias, entre
elas a OAJ. Os cuidados da OAJ neste contexto deverão ser considerados como
formas de amenizar desconfortos que poderão interferir na produtividade e
qualidade de vida.
O livro proposto apresenta perspectivas positivas em relação ao nível de
atividade física, aos efeitos de cuidados e abordagens simples, de baixo custo e que
poderá ser adaptada ao ambiente domiciliar e à comunidade, promovendo a saúde
global e prevenindo doenças cardiovasculares.
Vale ressaltar também, que o conhecimento dos fatores de risco
modificáveis, poderá auxiliar na adoção de atitudes preventivas. Norteará, portanto,
profissionais de saúde que poderão desenvolver programas seguros e específicos
para este grande grupo de indivíduos, cada vez mais precoces.
Sugere-se ainda que sejam desenvolvidos estudos que avaliem os
resultados deste tipo de abordagem e, a partir deste modelo e experiência, outros
locais de acometimento da osteoartrite sejam direcionados para esta metodologia de
trabalho.
81

PARTE V – ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Em cumprimento aos requisitos para obtenção do título de Mestre


Profissional em Exercício na Promoção da Saúde, será apresentado o artigo
científico: Recomendações quanto à utilização do exercício físico como abordagem
não farmacológica para osteoartrite de joelho (Apêndice 2), o qual deverá ser
submetido à revista da área, ainda em análise (Advances in Rheumatology);
Trabalho apresentado em evento científico (Apêndice 3) e Certificado de
apresentação de trabalho em evento científico (Anexo 3).
82

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87

APÊNDICES
88

APÊNDICE 1 – Proposta de ficha de avaliação física e funcional para indivíduos com


osteoartrite de joelhos

AVALIAÇÃO FISICA E FUNCIONAL – OSTEOARTRITE DE JOELHO

DATA:___/___/___

1. DADOS PESSOAIS
NOME: ______________________________________ IDADE__________
DATA DE NASCIMENTO:___/___/___ PROFISSÃO:___________________
ESCOLARIDADE:__________________ ESTADO CIVIL:_______________

2. QUEIXA PRINCIPAL
( ) DOR ( ) RIGIDEZ ( ) AUMENTO DE VOLUME ( ) DIFICULDADE PARA MARCHA ( )
DIFICULDADE PARA AGACHAR ( )DIFICULDADE PARA AJOELHAR
OUTROS___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________

3. HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL


( ) HISTÓRICO DE TRAUMA
( ) TEMPO DE INÍCIO DOS SINTOMAS _________
( ) INTERFERÊNCIA NAS AVDS
( ) INTERFERÊNCIA NO TRABALHO
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________

4. ANTECEDENTES PESSOAIS (outras patologias além da OA)


___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________

5. ANTECEDENTES FAMILIARES (relato de OA em familiares de primeiro grau)


___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________

6. EXAMES REALIZADOS/RESULTADOS
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
7. TRATAMENTOS REALIZADOS ( fisioterapia, infiltração, medicamentos)
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________

8. EXAME FÍSICO
PA____________PESO_______ALTURA_________IMC________

INSPEÇÃO/PALPAÇÃO_____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________

10. GONIOMETRIA:
D E
FLEXÃO DE JOELHO
EXTENSÃO DE JOELHO
VALGO DE JOELHO
VARO DE JOELHO
OBS______________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
89

10. FORÇA MUSCULAR:


D E
QUADRÍCEPS
ADUTORES
FLEXORES DE JOELHO
GLÚTEO
ABDUTORES
OBS.______________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________

11. MARCHA:
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________

12. OBJETIVOS E PROGRAMA DE TRATAMENTO/TREINAMENTO


__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
13. PRESCRIÇÃO INICIAL
TIPO OPÇÕES TEMPO/SÉRIES E
REPETIÇÕES
EXERCÍCIO ( ) CAMINHADA
CARDIOVASCULAR ( ) BICICLETA

EXERCÍCIO DE ( ) ISQUIOTIBIAIS
FLEXIBILIDADE ( ) RETO ANTERIOR
( ) TRÍCEPS SURAL

EXERCÍCIO DE ( ) QUADRÍCEPS 1
FORTALECIMENTO ( ) QUADRÍCPES 2
MUSCULAR ( ) QUADRÍCEPS 3
( ) FLEXORES DE JOELHO
( ) GLÚTEO
( ) TRÍCEPS SURAL
EXERCÍCIO ( ) ANDAR EM LINHA RETA
NEUROMOTOR ( ) ANDAR COM PASSOS LARGOS
( ) ANDAR DE LADO
( ) APOIO UNIPODAL

14. ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES, CONFORME TIPO E FREQUÊNCIA.

TIPO DE EXERCICIO FÍSICO SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA

CARDIOVASCULAR

FLEXIBILIDADE

FORTALECIMENTO

NEUROMOTOR
90

APÊNDICE 2 - Artigo Científico

RECOMENDAÇÕES QUANTO À UTILIZAÇÃO DO EXERCÍCIO FÍSICO COMO


ABORDAGEM NÃO FARMACOLÓGICA PARA OSTEOARTRITE DE JOELHO

RESUMO
Recomendações e diretrizes têm sido termos cada vez mais comuns em publicações
científicas, demonstrando que o conhecimento não se prende à propriedade de um
autor ou instituição. O rápido acesso à informação necessita do aval de instituições
sérias, éticas e confiáveis, que utilizam de rigorosa metodologia científica,
desprovidas de interesse, senão aquele que resulte em benefício ao indivíduo que
apresente algum tipo de patologia. Diversas publicações sobre tratamentos para
osteoartrite de joelhos (OAJ), provenientes de instituições internacionalmente
reconhecidas, propõem recomendações destacando o exercício físico como principal
abordagem não farmacológica. Por meio de revisão bibliográfica, buscou-se
identificar as recomendações relacionadas ao exercício físico para OAJ, analisar a
estruturação de suas modalidades e prescrição e classificar o nível de evidência e
força de recomendação das abordagens sugeridas. O papel incontestável do
exercício físico na OAJ foi evidenciado em todos os estudos, entretanto, não houve
padronização quanto à estruturação de um programa que contemplasse todas as
modalidades de exercício físico, sendo observado ausência de metodologia
especifica na avaliação dos níveis de evidências e graus de recomendação,
permitindo a inferência da necessidade de estudos que demonstrem de maneira
mais estruturada e abrangente programas de exercício físico que auxiliem a prática
clínica.

Palavras-chave: Osteoartrite de joelhos. Exercício físico. Recomendações.


Diretrizes.

ABSTRACT
Recommendations and guidelines have been increasingly common terms in scientific
publications, demonstrating that knowledge does not attach to the property of an
author or institution. The rapid access to information requires the endorsement of
serious, ethical and trustworthy institutions, using a rigorous scientific methodology,
devoid of interest, but one that results in benefit to the individual that presents some
type of pathology. Several publications on treatments for osteoarthritis of the knee
(OAJ), coming from internationally recognized institutions, propose recommendations
highlighting physical exercise as the main non-pharmacological approach. Through a
literature review, we sought to identify the recommendations related to physical
exercise for OAJ, to analyze the structuring of its modalities and prescription and to
classify the level of evidence and strength of recommendation of the suggested
approaches. The indisputable role of physical exercise in OAJ was evidenced in all
studies, however, there was no standardization regarding the structuring of a
program that contemplated all modalities of physical exercise, being observed the
absence of specific methodology in the evaluation of levels of evidence and degrees
of recommendation, allowing the inference of the need for studies that demonstrate a
more structured and comprehensive physical exercise programs that support clinical
practice.
91

Keywords: Knee osteoarthritis. Exercise. Recommendations. Guidelines.

INTRODUÇÃO

A Osteoartrite de Joelho (OAJ) é a patologia degenerativa osteomioarticular


1,2
mais prevalente e estudada em todo mundo . A vasta literatura que aborda o
tratamento para osteoartrite, mais especificamente a OAJ, enfatiza o exercício físico
como principal abordagem não farmacológica 3,4. Recomendações têm sido
publicadas por várias instituições a partir de estudos e painéis de especialistas, com
objetivo de se estabelecer a melhor forma de abordagem baseada em evidências
científicas. Porém, os vários tipos de exercício físico são apresentados de maneira
isolada, dificultando em termos práticos, a elaboração de programa que englobe
todas as modalidades. Desta forma, os avanços em conhecimento baseado em
2,4
evidências têm apresentado contribuições discretas para a prática clínica .
Considerando que o benefício do exercício físico na promoção da saúde,
relaciona-se ao tipo/modalidade (cardiovascular, fortalecimento, flexibilidade,
neuromuscular), intensidade, volume e frequência, percebe-se ausência de
referências que se proponham abordar este tema de maneira abrangente e
3-6
estruturada para abordagem da OAJ . Portanto, os objetivos desta revisão foram
identificar as recomendações relacionadas ao exercício físico para OAJ, analisar a
estruturação de suas modalidades e prescrição e classificar o nível de evidência e
força de recomendação das abordagens sugeridas.

MÉTODOS

A presente pesquisa caracterizou-se como uma revisão bibliográfica. Para a


realização deste estudo, foram utilizados critérios de inclusão: publicações sobre
osteoartrite de joelhos, que destacavam recomendações de exercício físico como
tratamento não farmacológico e de exclusão : publicações sobre tratamentos que
não abordassem o exercício físico, tais como, procedimentos cirúrgicos, lesões
ligamentares, tratamentos medicamentosos orais e injetáveis, dores patelofemorais
não especificadas, validações de questionários, outras patologias e desordens.
92

Bases de Dados e Estratégias de Busca

A busca foi realizada nos bancos de dados: PubMed, Bireme, PEDro


(Physiotherapy Evidence Database), The Cochrane Library e Ebsco, sem o uso de
filtro que limitasse a data das publicações ou a língua, no período de Maio de 2017 a
10 de Janeiro de 2018, utilizando as palavras chave: osteoarthritis, knee, physical
exercise, recommendation, guideline. Para a realização do levantamento
bibliográfico utilizou-se os operadores booleanos AND, OR e NOT. O operador AND
permite o cruzamento de duas ou mais palavras, o operador OR possibilita a soma
de palavras e o NOT exclui palavras. Houve ainda uso de símbolos para a
truncagem das informações, sendo eles “”, $ e ?, sendo o primeiro para agrupar
palavras, $ para fazer a truncagem de palavras com mesma raiz e ? no caso de
duvida na grafia da palavra.

Seleção dos Estudos

Um revisor (RG) realizou a estratégia inicial de pesquisa nas bases de


dados, extraindo os títulos e resumos. Posteriormente, a seleção dos estudos,
avaliação e extração dos dados, foi conduzida de forma independente por dois
pesquisadores (RG e MFM), com base na leitura dos títulos e resumos. Os artigos
potencialmente elegíveis foram lidos integralmente. Foi realizada uma busca manual
nas listas de referências de todos os artigos elegíveis, na tentativa de encontrar
novas referências. As divergências quando não resolvidas entre os dois
pesquisadores, eram transmitidas a um terceiro pesquisador (JFS) que decidia
quanto à questão. O mesmo formulário para extração dos dados foi utilizado pelos
autores.

Extração dos Dados

Foi extraído de cada estudo: a. Identificação da entidade ou colegiado


internacional de onde se originou a recomendação; b. Recomendação de exercício
físico para osteoartrite de joelho; c. Recomendação de no mínimo duas modalidades
de exercício físico (tipo) para joelho; d. Recomendações originadas de revisões
sistemáticas; e. Classificação de nível de evidência; e. Classificação de grau de
93

recomendação. O resumo das buscas realizadas está apresentado no fluxograma


(Figura 1).

RESULTADOS

Foi possível identificar 975 títulos e resumos potencialmente relevantes.


Após a eliminação dos duplicados, foi realizada a leitura de 948 títulos e resumos. A
maior parte dos estudos excluídos (868) foi em decorrência de serem relacionadas a
outras condições patológicas, outras abordagens que não o exercício físico, além de
tratamentos cirúrgicos, medicamentosos, entre outros.
Dos 12 artigos escolhidos para leitura completa, 7 foram excluídos por não
atenderem os critérios identificados na extração dos dados, tais como a
recomendação de exercício físico ser específica para osteoartrite de joelho, mesmo
estando em estudos que abordasse também outras articulações; recomendação de
no mínimo duas modalidades de exercício físico (tipo) considerando que algumas
94

recomendações eram específicas para um tipo de exercício (fortalecimento muscular


ou aeróbico); recomendações originadas de revisões sistemáticas, sendo que
algumas ou eram originadas de revisões simples de literatura ou eram propostas de
algoritmo baseada em recomendações existentes e quanto à classificação de nível
de evidência e grau de recomendação, o qual somente um artigo não apresentou tal
característica e supõe-se que o fato de que a publicação ter sido há
aproximadamente 18 anos, época em que os níveis de evidência e recomendação
estavam sendo inseridos nos estudos, conforme Hochberg, 2012, quando comenta
sobre a recomendação do Colégio Americano de Reumatologia proposta no ano
2000.
Portanto, os 5 artigos selecionados nesta revisão atenderam aos critérios
definidos na identificação da extração dos dados, sendo os mesmos provenientes da
Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos, Colégio Americano de
Reumatologia, Liga Europeia Contra o Reumatismo, Sociedade Americana de
Pesquisa em Osteoartrite, e Liga Pan-Americana de Associações de Reumatologia,
3,6-9
os quais serão comentados e apresentados em tabelas .
O papel incontestável do exercício físico na OAJ foi evidenciado em todos os
estudos, entretanto, não houve padronização quanto à estruturação de um programa
que contemplasse todas as modalidades de exercício físico e, além disso, os
diversos estudos utilizaram metodologias diferentes na avaliação dos níveis de
evidências e graus de recomendação.
Na sequência, serão apresentadas as recomendações quanto o exercício
físico em suas diferentes modalidades, originadas dos colegiados e entidades
internacionais supracitados, como principal estratégia de tratamento não
farmacológico para indivíduos com OAJ, bem como nível de evidência e força de
recomendação utilizada em cada estudo.
A tabela 1 apresenta recomendações a partir de estudo baseado em
revisões sistemáticas sobre tratamento de OAJ em adultos. Embora, descreva
alguns procedimentos invasivos como osteotomia e artroscopia, exclui a artroplastia.
O exercício físico foi analisado dentre as recomendações e disposto na tabela
conforme suas características. Considerando que a proposta da diretriz é auxiliar na
escolha do melhor tratamento baseado nas melhores e mais atuais evidências
científicas, os estudos selecionados para subsidiar as recomendações, foram
categorizados conforme o nível de evidência: A. Boa evidência (estudos
95

consistentes nível I); B. Razoável evidência (estudos consistentes nível II e III); C.


Pobre qualidade de evidência (nível IV ou V); Inconclusiva: quando há evidência
insuficiente ou conflitante.
A partir desta classificação, em cada recomendação foi utilizada a seguinte
denominação: - Recomendada: A; - Sugerida: B; - Pode ser uma opção: C;- Nem
recomenda ou não recomenda: inconclusivo.
Vale ressaltar que dos estudos selecionados neste trabalho, Richmond et al,
6
2009 , (Tabela1) foi o único que não utilizou o método Delphi de consenso de
especialistas.

Tabela 1. Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos (AAOS)


Exercício Físico - Modalidades Prescrição NE GR
1. Cardiovascular Exercício aeróbico de baixo- I A
impacto, como caminhada e
ciclismo.
2. Fortalecimento Fortalecimento de quadríceps. II B
muscular
3. Flexibilidade/ Embora o nível de evidência V C
amplitude de seja de qualidade pobre, por
movimento falta de estudos específicos, o
consenso de especialistas é de
que há benefício na realização
desta modalidade.
4. Aquático Não refere. -------- -------
5. Equilíbrio/ Não refere. -------- -------
Propriocepção
Fonte: Richmond et al, 2009 8. NE=Nível de Evidência; GR=Grau de Recomendação.

A tabela 2 apresenta um estudo originado de revisão sistemática de


modalidades farmacológicas e não farmacológicas para osteoartrite de quadril,
joelho e mão, bem como de análise de um painel de especialistas técnicos e staffs
do Colégio Americano de Reumatologia, através do método Delphi. As
recomendações desenvolvidas foram a abordagem GRADE (graduação de
recomendação, desenvolvimento e avaliação) um processo formal para desenvolver
recomendações que são tão baseados em evidências quanto possível. O exercício
físico para osteoartrite de joelho foi disposto conforme suas características na tabela
e foram classificados conforme o grau de recomendação, que neste estudo foram
categorizadas em: FORTE ou CONDICIONAL.
96

Tabela 2. Colégio Americano de Reumatologia (ACR)


Exercício Físico - Modalidades Prescrição NE GR
1. Cardiovascular Exercício aeróbico ou de -------- FORTE
resistência em solo
2. Fortalecimento muscular Programa de fortalecimento ------- FORTE
muscular não especificado
3. Flexibilidade/ amplitude Não refere. -------- ---------
de movimento
4. Aquático Participação de exercício ------- FORTE
aquático, principalmente no
início de um programa.
5. Equilíbrio/Propriocepção Não apresenta ------- ---------
recomendação.
Fonte: Hochberg et al, 2012 9. NE= Nível de Evidência; GR=Grau de Recomendação.

A tabela 3 apresenta um estudo realizado a partir de revisão sistemática e


força tarefa de 21 especialistas de diversas áreas e representantes de pacientes,
além de utilização do método Delphi. A evidência foi graduada em categorias de I-IV
e o nível de concordância com as recomendações foi determinada através de scores
que variaram de 0 (total discordância) à 10 (total concordância).
O significado das categorias dos níveis de evidência foram:
Ia. Ensaios clínicos randomizados e metanálises.
Ib. Pelo menos um ensaio clínico randomizado.
IIa. Pelo menos um ensaio clínico sem randomização
IIb. Pelo menos um tipo de estudo quase experimental
III. Estudos descritivos, como estudos comparativos, estudos de correlação
ou estudos de caso-controle.
IV. Relatos ou opiniões de especialistas e/ou experiência clínica.
97

Tabela 3. Liga Européia Contra o Reumatismo (EULAR)


Exercício Físico - Modalidades Prescrição NE NC
1. Cardiovascular Atividade aeróbica não Ia 8.5
especificada
2. Fortalecimento muscular Exercício isométrico para Ia 8.5
ambos os membros inferiores
incluindo quadríceps e
músculos proximais da cintura
pélvica.
3. Flexibilidade/ amplitude Exercícios de alongamento Ia 8.5
de movimento muscular e de amplitude de
movimento.
4. Aquático Não refere ---------------- ------
--
5. Equilíbrio/ Não refere -------- -------
Propriocepção
Fonte: Fernandes et al, 2013 10. NE = nível de evidência; NC= nível de concordância.

A tabela 4 apresenta o estudo que avalia 29 modalidades de abordagem


para OAJ, baseado em recomendações, revisões sistemáticas e metanálises. A
qualidade das evidências incluídas no estudo foram avaliadas utilizando os critérios
de Avaliação de Revisões Sistemáticas Múltiplas (AMSTAR). O consenso quanto às
recomendações foram realizadas utilizando o método Delphi. Os tratamentos
recomendados foram categorizados como: APROPRIADOS; INCERTOS; NÃO
APROPRIADOS; (para cada modalidade de tratamento foi realizada uma votação,
onde 1-3 era considerado inapropriado; 4-6 incerto e 7-9 apropriado)
98

Tabela 4. Sociedade Internacional de Pesquisa em Osteoartrite (OARSI).


Exercício Físico – Prescrição GR
Modalidades
1. Cardiovascular Associado ao APROPRIADO
fortalecimento muscular e
exercício de
flexibilidade/amplitude de
movimento.
2. Fortalecimento Resultados semelhantes APROPRIADO
muscular com exercícios com e
sem carga.
3. Flexibilidade/ Associado ao APROPRIADO
amplitude de fortalecimento muscular e
movimento exercício cardiovascular.
4. Aquático Associado ao exercício de APROPRIADO
flexibilidade/ amplitude de
movimento e exercício
cardiovascular.
5. Equilíbrio/ Não refere. -----------
Propriocepção
Fonte: McAlindon et al, 2014 10. GR: grau de recomendação.

A tabela 5 apresenta o estudo baseado em revisões sistemáticas,


metanálises e guidelines, além da utilização do método Delphi, diante da
necessidade de se propor um plano de abordagem da OA na América Latina,
levando em conta as condições próprias da região. Foi utilizada a classificação de
nível de evidência, com o seguinte significado:
A. Informação de vários ensaios clínicos randomizados e metanálises.
B. Informação de um ensaio clínico ou estudos não randomizados.
C. Consenso de especialistas, estudos de caso ou padrões de
atendimento.
E nível de força de recomendação:
I. Há prova e/ou acordo geral de que um procedimento ou tratamento é
benéfico, útil ou eficaz;

II. Evidências conflitantes e/ou opiniões divergentes sobre a eficácia de um


a ou tratamento;

IIa. A evidência e/ou o acordo favorecem a utilidade ou a eficácia.


IIb. Utilidade ou eficácia não é estabelecida por evidência ou opinião.
99

III. Condições para as quais existe evidência, concordância gerais ou


ambas de que o tratamento do procedimento não é útil/efetivo e, em
alguns casos podem ser prejudiciais.

Tabela 5. Liga Pan-Americana de Associações de Reumatologia (PANLAR)


Exercício Físico - Modalidades Prescrição FR/ NE
1. Cardiovascular Exercício aeróbico como a IA
caminhada, 3 ou mais vezes
por semana de 20 a 30
minutos.
2. Fortalecimento Exercício para contração IA
muscular concêntrica dos músculos
flexores e extensores de
joelhos.
3. Flexibilidade/ Associado ao exercício de IA
amplitude de movimento fortalecimento.
4. Aquático Associado ao exercício de IIaA
alongamento e fortalecimento.
Realizado em tanque
terapêutico, indicado para dor
leve, sem edema ou rigidez.
Especialmente benéfica apara
idosos.
5. Equilíbrio/ Não refere. ------------
Propriocepção
Fonte: Rillo et al, 2016 11. FR= força de recomendação; NE: nível de evidência.

A partir das explanações contidas nas tabelas acima, observa-se não haver
padronização quanto à estruturação de programas de tratamento e treinamento, tão
pouco encontrou-se estudos que tenham incluído exercícios neuromotores
(equilíbrio e propriocepção), embora se tenha observado similaridades entre as
prescrições.

DISCUSSÃO

No momento não há cura conhecida para a OA e o objetivo do tratamento é


a melhora da dor, da função e da qualidade de vida relacionada à saúde,
minimizando, sempre que possível, a toxicidade terapêutica 10, 11.
Felizmente, pesquisas tem mostrado resultados promissores, e as opções
2,3,7,12,13,14
de tratamento tem sido mais seguras, efetivas e menos invasivas . Dentre
as abordagens não farmacológicas, o exercício físico é o tratamento conservador
100

recomendado universalmente, independendo da idade do paciente, da articulação


envolvida, severidade dos achados radiológicos, intensidade de dor, níveis
funcionais e comorbidades. Entretanto, para que o exercício físico desempenhe seu
papel preventivo e terapêutico dentro deste contexto, sua prescrição deve ser
2-5,15,16
individualizada, levando em consideração as características da patologia .
Embora, nos estudos analisados neste trabalho, exercícios neuromotores
não foram citados, as alterações no equilíbrio e propriocepção são descritas na OAJ,
podendo aumentar o risco de quedas. Considerando a faixa etária mais acometida,
as quedas tendem a ser preocupantes. Portanto, estimular atividades que possam
17-19
melhorar as funções que interferem na estabilidade, torna-se fundamental .
Considerando que o benefício do exercício físico enquanto protetor de
doenças, está relacionado ao tipo, intensidade, volume e frequência, os estudos
abordam programas segmentados não contemplando, portanto, uma estruturação
abrangente 5, 17-20.
Embora se saiba que para indivíduos que apresentam algum tipo de
morbidade, como a OAJ, as recomendações de exercício físico, levam em
consideração os limites individuais, um referencial mais objetivo poderia nortear a
elaboração de programas e sua evolução 18, 19-24.
A qualidade e credibilidade dos trabalhos científicos vêm aumentando nas
últimas décadas, e a categorização quanto ao nível de evidência e grau de
recomendação quanto à determinada abordagem, tem contribuído objetivamente
neste sentido, traduzindo revisões bibliográficas sistemáticas, dados estatísticos e
experiências de especialistas, em informações acessíveis. Neste trabalho,
buscamos utilizar esta ferramenta na tentativa de se chegar a um consenso quanto
ao exercício físico em suas diversas modalidades e sua melhor indicação para
indivíduos com OAJ. Porém, identificamos várias formas de descrever e categorizar
os níveis de evidência e graus de recomendação em cada estudo, demonstrando
que não há uma padronização, dificultando a comparação entre eles.

CONCLUSÃO

As evidências científicas comprovam os efeitos benéficos do exercício físico


para indivíduos com OAJ. Dentro deste contexto, usufruir do efeito protetor do
exercício físico na promoção da saúde, bem como atuar de forma preventiva na
101

evolução da doença e, além disso, garantir a aderência a médio e longo prazo,


permanece sendo um grande desafio.
No presente trabalho foram identificadas as recomendações originadas das
principais entidades internacionais, as quais demonstraram o exercício físico com
modalidades mais comumente estudadas. As diferentes formas de padronização dos
níveis de evidência e graus de recomendação quanto às abordagens analisadas nos
diferentes estudos, demonstraram uma necessidade de padronização que facilite a
comparação entre eles. E por fim, ainda permanece a necessidade de publicações
de programas mais estruturados e abrangentes de exercício físico que possam
verdadeiramente auxiliar na prática clínica.

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104

APÊNDICE 3 – Trabalho Apresentado Em Evento Científico


105

ANEXOS
106

ANEXO 1 – Questionário Womac51

INSTRUÇÕES PARA OS PACIENTES


Nas seções A, B e C as perguntas serão feitas da seguinte forma e você deverá
respondê-las colocando um “X” em um dos quadrados.

NOTA:
1. Se você colocar o ”X” no quadrado da extrema esquerda, ou seja:
(X) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa
Então você está indicando que você não tem dor.

2. Se você colocar o “X” no quadrado da extrema direita, ex.:


( ) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( ) Intensa (X) Muito intensa
Então você está indicando que sua dor é muito intensa.

3. Por favor, observe:


a. Que quanto mais à direita você colocar o “X”, maior a dor que você está sentindo.
b. Que quanto mais à esquerda você colocar o “X”, menor a dor que você está
sentindo.
c. Favor não coloque o “X” fora dos quadrados.

Você será solicitado a indicar neste tipo de escala a intensidade de dor, rigidez ou
incapacidade que você está sentindo. Por favor, lembre que quanto mais à direita
você colocar o “X”, você está indicando que está sentindo maior dor, rigidez ou
incapacidade.

SEÇÃO A
INSTRUÇÕES PARA OS PACIENTES
As perguntas a seguir se referem a intensidade da dor que você está atualmente
sentindo devido a artrite. Para cada situação, por favor, coloque a intensidade da dor
que sentiu nas últimas 72 horas (Por favor, marque suas respostas com um “X”).
Pergunta: Qual a intensidade da sua dor?

1 Caminhando em um lugar plano.


(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa

2 Subindo ou descendo escadas.


(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa

3 A noite deitado na cama.


(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa

4 Sentando-se ou deitando-se.
(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa

5 Ficando em pé.
(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa
107

SEÇÃO B
INSTRUÇÕES PARA OS PACIENTES
As perguntas a seguir se referem a intensidade de rigidez nas juntas (não dor), que
você está atualmente sentindo devido a artrite em seu joelho nas últimas 72 horas.
Rigidez é uma sensação de restrição ou dificuldade para movimentar suas juntas
(Por favor, marque suas respostas com um “X”).

1. Qual é a intensidade de sua rigidez logo após acordar de manhã?


(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa

2. Qual é a intensidade de sua rigidez após se sentar, se deitar ou repousar no


decorrer do dia?
(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa

SEÇÃO C
INSTRUÇÕES PARA OS PACIENTES
As perguntas a seguir se referem a sua atividade física. Nós chamamos atividade
física, sua capacidade de se movimentar e cuidar de você mesmo (a). Para cada
uma das atividades a seguir, por favor, indique o grau de dificuldade que você está
tendo devido à artrite durante as últimas 72 horas (Por favor, marque suas respostas
com um “X”).

Pergunta: Qual o grau de dificuldade que você tem ao:


1. Descer escadas.
(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa

2 Subir escadas.
(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa

3 Levantar-se estando sentada.


(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa

4 Ficar em pé.
(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa

5 Abaixar-se para pegar algo.


(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa

6 Andar no plano.
(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa

7 Entrar e sair do carro.


(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa

8 Ir fazer compras.
(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa

9 Colocar meias.
(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa
108

10 Levantar-se da cama.
(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa

11 Tirar as meias.
(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa

12 Ficar deitado na cama.


(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa

13 Entrar e sair do banho.


(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa

14 Se sentar.
(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa

15 Sentar e levantar do vaso sanitário.


(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa

16 Fazer tarefas domésticas pesadas.


(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa

17 Fazer tarefas domésticas leves.


(…) Nenhum ( …) Pouca ( …) Moderada ( …) Intensa ( …) Muito intensa

OBRIGADO POR COMPLETAR ESTE QUESTIONÁRIO


109

ANEXO 2 – Questionário algofuncional de Lequesne 52

Dor ou desconforto
• Durante o descanso noturno:
- nenhum ou insignificante 0
- somente em movimento ou em certas posições 1
- mesmo sem movimento 2
• Rigidez matinal ou dor que diminui após se levantar
- 1 minuto ou menos 0
- mais de 1 minuto porém menos de 15 minutos 1
- mais 15 minutos 2
• Depois de andar por 30 minutos 0-1
• Enquanto anda
- nenhuma 0
- somente depois de andar alguma distância 1
- logo depois de começar a andar e aumenta se continuar a andar 2
- depois de começar a andar, não aumentando 1
• Ao ficar sentado por muito tempo (2 horas) (somente se quadril) 0-1
• Enquanto se levanta da cadeira, sem ajuda dos braços (somente 0-1
se joelho)

Máxima distância caminhada/andada (pode caminhar com dor):


- sem limite 0
- mais de 1 km, porém com alguma dificuldade 1
- aproximadamente 1 km (em + ou - 15 minutos) 2
- de 500 a 900 metros (aproximadamente 8 a 15 minutos) 3
- de 300 a 500 metros 4
- de 100 a 300 metros 5
- menos de 100 metros 6
- com uma bengala ou muleta 1
- com 2 muletas ou 2 bengalas 2
Atividades do dia-a-dia/vida diária (aplicar somente para quadril)*
- colocar as meias inclinando-se para frente 0-2*
- pegar um objeto no chão 0-2*
- subir ou descer um andar de escadas 0-2*
- pode entrar e sair de um carro 0-2*
Atividades do dia-a-dia/vida diária (aplicar somente para joelho)*
- consegue subir um andar de escadas 0-2*
- consegue descer um andar de escadas 0-2*
- agachar-se ou ajoelhar-se 0-2*
- consegue andar em chão irregular / esburacado 0-2*

SEM DIFICULDADE 0
COM POUCA DIFICULDADE 0,5
COM DIFICULDADE 1,0
COM MUITA DIFICULDADE 1,5
110

ANEXO 3 – Certificado de Apresentação de Trabalho em Evento Científico


111

ANEXO 4 – Autorização do uso de imagem

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