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° a“ Capitulo | er Estagio: diferentes concepcoes Estagio: diferentes concepcoées ee jomento de Wee Concession Selede Ase (1990, 8.22, Pm. “Até um ano atrds eu sinha certeza de que estava tendo uma bod formagho, Agora, estou chocada com a realidade daquelas criangas, ¢ nem sei por onde comecar. Na prdtica a teoria é outra.” O estigio sempre foi identificado como a parte pré- tica dos cursos de formagio de profissionais, em con- traposigao a teoria. Nao é raro ouvir, a respeito dos 4 cqasingto dé cones por unos que concluem seus cursos, referéncias como [~txpinwoos *cebricos”, que a profissdo se aprende “na pritica’, que | Oncomet oe mae certos professores e disciplinas sio por demais “teéri- | pour aes do fea do cos". Que “na pritica a teoria € outra”, No cerne dessa | le XX qundoo afirmasio popular, est a constatagio, no caso da for- | “rsa macio de professores, de que 0 curso nem fundammen- | forma de pecans: ta teoricamente a atuacao do futuro profissional nem | Nsieposibiidade dee toma a pritica como referéncia para a fundamentaggo | “BGS eee te6rica. Ou seja, carece de teoria e de prética. sus organo pasos Na verdade, os curriculos de formagio tém-se cons- | Biase & pares dee tituido em um aglomerado de disciplinas isoladas | asplnas orgeande entre si, sem qualquer explicitacéo de seus nexos com , =m =sbe=c0 : : |) anes cela Pan a. | realidade que thes deu origem. Assim, nem sequer | “SC. se pode denominé-las teorias, pois sio apenas saberes pina, conninr re disciplinares em cursos de formagio, que em geral estao B84 Hive completamente desvinculados do campo de aruagao | cern‘ fnde ee profissional dos futuros formandos. Colegio Docent erm Neles, as disciplinas do curriculo assumem quase "™*** que total autonomia em relacéo 20 campo de anuagio 33 reer Se etna epecamene a sipifcad sal tal amano Sato profisonal. O ques. sional’ Qu profional scsuce ees (Ruslaconsbuise dem comac etn, tana, de un lage de an a ae es dominio? Quais or nso com Serene cnt produsdo com pods’ Sho ent ga {Bil Ss Ao so contrat no pgs tides, objetivo ¢ mecodor que desenvolve. by a Eee atte so émer- ‘mente semintiea, poise, seus te_poder TE essuttra curicular, amibuindo-se menor imporcincia § horéria denominada,“pritica’. Nos unos especie de formasis de Salata caval em sonvénios enue vectra de elucain cone » Janus. observa-se essa dewalorizacio traduzida em con- ss despa alt debs cm ido eu «21ga hortia destinads ao ego ou ransformlo em “stigio a distinc’ atexado burocsticamente, dando smargem a burs. No campo da pesquisa, esa dem, lovisaso da pric se waduzem verbas menor a ro. jetosaplicados, como no cao da educa, ‘Também, com feqncia, se ouve que ostigio tem tico-priice, ou ses. que a tora indo. cidvel-da pritica. Para desenvolver essa perspectiva, ¢ necessirio expliciar os concsitos de pritica e de scoris ¢ como compreendemos a superasio da fag. rmentagdo entre elas a partis do canceico de pris, © que envolvimento do estigio como Yuma atinide invesigativa, que envolve a relexdo e@ intervengio na vida da escola, dos profesors, dos alunos e da sociedade estigio coma pesquisa ji se encontr presente em priticas de grupos isolados. No entanto, entendemos que pescsa ser assumido como horizonte ou wopia Ere ¢ finalidade dese capitulo, 1. A pratica como imitacéo de modelos © ssn de alu profi pio no en ido de que seta de apes fie agg” ou" ‘Aprofso de pages tmbér pres E oma de speeder a pasip-cferme a peopesive de iniact, srt par da obserato, image sept dag es vers, yeelaborcso dor modelos cen ‘eis priticacaneagiados como bors. Mui vers nos: lane prendem gonaco oe aberando, im tando, mas também claborand seu proprio odo dé set paris da andlie era do nosso modo de se. Nese procsso ecolhem, param aqll que conside- tam adequado,acrescentam nove modos adaprando- ‘aos concertos os quai CHCOTITTR. Pas We Jangam mio de voar exper sdquiicam Em que pese a importncia des forma de apren- des ano Eefcient eapesens alguns lini Nes sempre oaluno disp de elementos para esa ponde- ‘alo rica e apenas tenta anspor 0s modsos em sieuapes para ab quae no so adequados. Por oxtto lado 0 coneito de bom profesor plisstmico, pas- sie de incerpretagies diferentes meseno di A pritea como imitagio de models tem sido de nomminada por alguns autores “aces, aracterisan- doo modo uaisions da aruastodocente ands p tete em noses da prstupete dene conepo {que a relidade do ening Gime UE pert ‘que freqilentam a ezcola também o sfo. Mdealmente concebidos, compeiia& escola ensindls, segundo a tradigio. Nio cabe, pis, consderar as transformayées hiseéeeasesocais decortentes dos process de demo- cratizagio do aceso, a qual trouxe para a escola novas demandase relidades sociais, com a incusio de alunos sé entio marginlizados do processo de escolarizagio ¢ des prosotde wanna da cade de seus valore = di caracerice que cana ¢ joven vio adquitindo. Ao valvizr as pritcas e 0s ins rrumentos consagrados_tradicionalmente como ‘Fadelr iiencs escola esume sea papel a ensi- _nax, 05 alunos nio aprender, o problema €deles de suas familias, de sua cultura diversa daquela tae dicionalmentevalorizada pela ecole. ‘A formacio do profesos, por sua ve, se dard pela csowuisdirais& |] observagio e tentative de reproducio dessa prética cle fomphorgese ciao ‘candace ane emet ning) spoon bela | madeer como un aprendi que aprende ober ac tulad, Esa pespectva et ligada a uma concepsio ‘al edasiado aatvidade dent penat wm er «queer bem-suedido quanto mais se aproximar dos ‘modelos observidos, Po iso, gra oconformismo,é consenadora de habits, ids, valores, comport serosa sch epias el cein 0 expo ent, nessa perspectiva, redur-se a ob- servar os professores em aula ¢ imitar esses modelos, sem proceder a uma andlise critica fundamentada teo- sieamenteeegitimada na aidde sci em que oen- sino se process. Asim, g observa se limita sla de aul, sem anise do conver ecolay ¢ espernie do espa aclaborigioe erecgio de “sla-modl ética como 2 entalzacio vecnica 0 sxesccio de qualquer profile. £ So bal RE Got Tei ai as doe operasbes © agbes proprias: Assim, nce: Psa deseavoler habia aes | jinstrumentos préprios des especificas para operar 05 abi- : Ibént: No entanto, as habi eu fizer. © professor cmt by de idades nfo séo suficientes para a resol i grab done, una ve qe # ‘Peluggo is enieas ndo dé conta do,conhecimento _Shufics nem da complexidade-das sidagbes do exer- Cleo deses profisionais. Ness perspectiva 0 profis: sional fica reduzido ao “pritico": néo necs i i , mas Hlo-somente 25 ‘Rist de inerengto eciea dls dervadas, Tt compeeuto tr do cia, rules ens, em pon cede em que tora e pain ee sadam o que ges equlvecon graves nos processos de formagio profissional. A prética pide oer olen coats de rd una prea sen te ‘tia ou de uma teoria desvincul: yratica. Tanto € Ge equntement os duns alemare qua minha Enea s woia€ outs’. Ou pode-sestrem painea propaganda “A Fualade ones pois na topes nas teo ou nda o agi, que w= wrnou popeler de que “quem sabe fas qu nfo sabe ase ‘ida & hora da pica, 20 ‘como fazer", as téenicas a ser empregadas em sala de aula, ao desenvolvimento de habilidades espectficas do manejo de clase, 20 preenchimento de fichas de observagio, diagramas, fluxogramas As ofcina pelagic que de mated dice cn wang de eee 8 peupecve Slo uiincag ¢ es oe Por obj aular oan ng esha ae apres ‘na sala de aula ¢ podem ser desenvol- dat sob a forma de cuttos, minausdes peer ot, volados para a conf de ates ane or iso, muss vere as ofcns tn se ean como cursos de prestacio de servigo as redes de ensi- ‘obras sii eenon, que ta nba ‘sapiios como miodc-bet gris ¢ nbeties de peoiionals formes Evade de micoenin, minal, nica de grupo ambtm usa perspective co culo O- fcendincnca de pea peeve nest nda ¢ Steen is ina nee sities odtesenvotvimento da acio dacente. Um curso” i CHa dando Cote do pete pte, ds profsios reida que posite rcinamenca fn snes epetinenas Ge demise b ds considredas a prion come neces 20 bars dssempenho docene Endorse porami, coms dacs lo pot sib ae compen Saeer Sedo Aisin, abe idapar quem debe as a {Eldest imporeances ur wena? Seam a habiidadseectadas gence pas o wabalbo docene com quaguct ogopamenno te dino © procses ede é nai empl, comple ¢ indulges epecties de reo, mas nuo pode fe tedmid's ete Pareee que eum oo ale, ‘font flarem domine de deeeminadas tenis, ‘cEtrumencos ¢ recurs para o desenvafviosear de rcrminndashablidades om sup Porta abi lade que o profesor deve desevolver Eber lar ido sdiquadamente das tenis conforms det «ieee sewage em que oensiao ocote © que Secrsramente implica sig de nore tics “A pees eenica ao engi gers um divans ciamenco da vida e do tabalh conteo que ocrte pas ecols, una Ye que a diiplias que compdem ‘reas defomacto no etabslecem os nex ene ssconteidos (ears) que dexcvolrem e2 ealidade $s quis o esino ocr A eigencia ds alunos em Formato, por sua ve, tele esa perspectiva quan oval news eniear meologuneras gor aretiar no poder dass par reer sr de inci d pois do rio falco asim, . Ene mito i pe {ve nid apna nos ans dos alunos, mas amber ~ ene professor€ 8b t= todo em ples gover | | Gaba Np wine wD fee Ber | cascada ros | pec ds Rema | smc do ce de aos pgs Soe eel on | fetbas em ineindves | EGSsoal She paca me wore“ | Dogramas de formato | etx Io clam cla | onus Te parse | seal ova do Eno Pepna Ya ean Pea, | came um re peo att ins Dre srs rind pc | Spa veritas es we shecimento de técnicas | tmécodor deste é re: oe oe enclunva peoy | Bivins cne comets pone exclusiva pelot | 2 joni dc ot eee Feulados do casio Et | . = asi | epecarectnd eee bees ET a pedagoia | Sin note Compensttas edanen | =e esd get ae ae : Res dicplns pac | anaes eee | nite re | gece Seep eae, [rine sorsin | af empregia eqdememente gra a iso de qu 8 Seabee ensino so see poder sr eos com tenes mel moment, ua ngacio d diy send mb ala por wna cia esos uma ver que scons deava oes come apaelhotpeodr das idcoloiat ‘lominanes na socedade, Es prcepgdo edu seh modadides de eng ie se pares devs els i ro, dos disor e dos proksors,configrando- como ut cticsmo 3° onama yes qu os exagiaos I iam somente para ‘Duara obs es poisson como ‘waco! "oor" cone ours quien. ssa forma Sastas, > PELs 1 importante destcar que visas ean unanimidade, 1 Eton exceléacia 0 espago universidade ¢ ue no é simples Sia una Ye ds docket docenta de qualidade ¢ ho metodol6gico pare et ce eno, Be orenaGbes Eracivo femar pas © que 2 pesquisa € 0 nagio. Conteap6 13:0 aie eniendemos” por teorla e por pratica 2 i x ce Sp que acorte nfo #6, mas é = STUEESIRES | Gee guou conditore sinus de diancamento . : Trains | cane denne es col oe jae paso © reluconismo dos extigios as perspectvas da ettintitu wore | 4 ye recusar a receber esagities, © que por vezes leva pritica instrumental e do criticismo exp6e os pro- emmacncats | & Swaoerexremas de eres de educa obvi remas na formagio profisional docene. A dssoca- —rcetgns | fare sar ols archer evagirion fo ence teria epritica af presence resulta em um wooaetitmets | PO rpemar eam queso, amindo a erica dae Epobrecimento das priscat nas cacolas, o que evi- Sore: | gad extent, mar numa peapestia de enc dcia a neesdade de explicae porque o exdgio€ Y met | har propose slucSs aos problemas suas teri prin (¢ndo tora ou pric) scigendnens | soca, politico econdmisos dos sistemas deena ‘De acordo com o coneci (EEEEEE |e seus reflexos no espago escolar ¢ na asio de sexs 2 fissio de educador € uma prética social. Como tantas. sapttivete | profsionas consis o niles das pesquisa em covers, ¢ wnt Form de etvervie a realidade socal, sae | vitias das da educacio, em especial no campo da — ~ no caso por meio, forasmiraanp | Pedagosia e da Diditice csencialmente, nas instimisSex de-easino, Isso porque keuseatntins* | “Tarnbém no campo da formasio de profesor ¢ aatividade docente é a0 mesmo tempo prtica e aca. Getiaisiemaiay | dos estigios, inmeras pesqusastém sido produzidas stie020 | para denunciar exas quests, contibuindo pare uma cntmnanay melhor compreensio da formasio a partir de esudos 3 GESSBATRE cattcos ¢ anallticos das priticas desenvolvidas nas caaneseqain ts, | universidades, mas também erzendo coneribuigbes sig- nifcativas do campo pritico dos cursos de licencia rua edo campo tebrico para novos encaminbamentos 0 Pan Sats (1999), spac nacional a io fo jucar que ocorrem es ‘ontextosinsttucionalizados, configuranda a.culsure tice lai Po Za (1998) + fa devine do projao polepiio do cio. sider sind condensin pos fipano exerci doente na inthe de sino apciore pare edo dos exis nas cols. A ptt Alto (1996), anaindo «suo em Jtaon pas apona problemas como o eleado Smee e alos as crass dices do profanres da univer, que emits Ys 030] ‘rece odevideeconheimento pot es avidade Solongo do curicl e dainids em um proico an Ilo as condigies reise objedvas de sabato dos Go Seescentove,sinda, que profes ‘Ecija nom sempre prependos ou no com fomecem com exe avidade pois es pris, por FO por caxoahec: 0 wniveno ds cols, sam Jercoidenr oe como um fro. O que indi Pi caidade de onli e vasa o edo como i telonmas = “Seino eign, de manciza ger, acabam por te contigua em avidades diame d eliaiecon tod eos, euind-se mas wees mila in pci nersidade ca pales proeis por icons comidadoe. O projero de isi, por sat ‘zs Biaabreiad aur grgado de tides téni- Cc burvwrinsvngns vias sem fundanen- tao e sem neve com a acvdades¢ 3 inaidades, do ato deensina Em que pee a inporinci desas ftvidades pao conkecmento gel des alunos Kau tos profesores, que em sua ago docene at poderio tnbila ar pendiagens aqui, a ta dein tencionalidadee de eflsio sabre o cater format= vo, que consti acstciado esti, se dsp. Fea Ugo uid, ete, deans, em que toda qualquer aida Cd mend sl decree on dfs a vio dvds ecole do ensino como tim todo, do sitema de etn ede educa, oman do que sempre esa pit clr insfeieme pak Fo poet «©stagidtio para 3 realzagdo de atvidades nas escols, 2 compreenso das debidades constatada¢ mesmo ‘arn. projpo de atematinas de soperagso das _ Octigio supervsonado para on unos uc ina ‘io eercem o magisrio pode serum esago deanna ‘errr do ait e, prinipalmente ser uma coningla = ce jPeadiagem da profisio-docente ‘medida 1. Perspectivas e difieuldades do estagio para quem nao é professor ee ee «a hase formativa dos faruros professores tém por fina- oo eee ee ona ymaeio tem por objetivo preparar 0 e-crtica jm come pare o qeekio de andi, sali bilice a proposicio de projewos de intervencio a partir: das desafiose difculdades que 2 rotina do estégio nas escoas revela “Em seminérios conjuntos com os professores das cescolas¢ com os estudantes estagirios supervsiona- ds pelos professores da universidade, pode-se pro- ‘mover um process interativo de reflexio ede andlise cattca em relagio 20 contest s6co-histrcoe As con- dig6es objetivas em que a educacio escolar acontece. ‘Asim, na condo de aprendizes,formadorese for ‘mandos transtardo dos espagos da universidade para a escola e da escola para a universidede a Es ‘Axé que ponto 0 esragirio tem elementos trios pata consruir uma refledo elica sobre as vnéacas {oextigo? Como fier para que as reflexes Fas com ‘profeioeformadore com os clegasulrapasem os Tinie do senso comim pedagipen do meramente bier? 0 eto como reflex da pris posblta aos nox que anda no exercem o magia aprender ‘eeesidads epoca, programas de educa ins diuive + Aprendizagens sobre a histéria da escola: contex- tualzr suas ongens ewansformajes Suz lg as. trucionalefincoal com as demas esos a comm nidade e do sistema a que pertence:estadual, muni- cipal, particular, religioso, + Aprendizagens core as formas de onganiagio do proceia de ensino-apiendizager= cute, = Ci cdo gen pen planet aa Sor eventos cules soci © exportivs © Sus Sinculagoes como proto pedapico -Aprendizagens sobre guals ceorias_estudadas 2 suhivesidade ieulam nas prdtieas da escola. ‘As prendnagene que aut iaros cement = sao ampli pos Shades onentadors de ego intone deve le Ease aprendangens podem ser ealadas por grt pos de shins em diverts momentos do proce fo Eativo «consis em pequenospojeros de ete dos aprofundamentsride nipresoilzados em ‘emia, por exempl, soba coordenaglo do po for de ety ss subsdiar sander incerpreages dese at- vidas, pes lange mode fndamensao tea ‘spect, por melo de leur ichaentos, parc pesio em confetncas,smpdsios enconos gu wath Gas temdtcas que envolver a quests escola, sey, novelas, videos ec ‘Aten obser invtgio podem abrir um e- aquede ouas quate: sb octiino ecole cm que esi, 20 fer sa ivestgiaimerenss, pe ie orang ee / mandos atentos aos nexos¢ relagées da escola com o sistema social mais amplo ¢ com as teoras estudadas ppoderio encontrar formas de interasio e de interven s#0 que confiram maior reconhecimento e legitimi- dade de sua presenga naquele espace

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