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MURICUG CER Responsabilidade Social Professora Me. Sénia Maria Crivelli Mataruco. iLedy caNTRo UNIVERSITARIO EduFatecie ope foi tt Cnt copy ier Chir Ease Dados internacionais de Catalogaedo na Publicagéo - CIP M425s_—Mataruco, Sonia Maia Crvel Sustentabildade o responsabildade social/ Sonia Maria Criveli Mataruco, Paranaval: EduFatecie, 2021, 187 pil. Calor. ISBN 978-65.87911-404 4. Desenvolvimento sustentavel,2, Protegdo ambiental. 3 Responsabilidade social da empresa. |, Faculdade de Tecnologia ‘ Ciéncias do Norte do Parané - UniFatece. Il, Nicleo de Ecucagéo a Distancia. Il. Titulo DD: 23 ed. 337.7 ‘Calalogagao na publicagao: Zineide Perera dos Santos - CRB SIT577 _— ' LJ) UU Unfatecie, ::lFatece Reitor EQUIPE EXECUTIVA Prof. Ms. Gilmar de Oliveira Diretor de Ensino Beate Bra. Denise Prof. Ms. Daniel de Lima Kloeckner Sbardeloto Diretor Financeiro Editor-Adjunto Prof. Eduardo L Prof, Dr. Flavio Ricardo Campano Santini Guilherme Diretor Administrativo Prof. Ms, Renato Valenca Correia Assessoria Juridica Secretério Académico EES) Tiago Pereira da Silva Coord. de Ensino, Pesquisa e Extensdo - CONPEX Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza Coordenagao Adjunta de Ensino Prof.* Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Aratijo Coordenagao Adjunta de Pesquisa Prof. Dr. Flavio Ricardo Guilherme Coordenagao Adjunta de Extensao Prof. Esp. Heider Jeferson Gongalves Coordenador NEAD - Nuicleo de Educacao a Distan Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal Web Designer Thiago Azenha Revisdo Textual Kaué Berto Projeto Grafico, Design e Diagramacao André Dudatt Ficha Catalografica Tatiane Viturino de Oliveira Zineide Pereira dos Santos Revisao Ortogra- fica e Gramatical Prof Esp, Bruna Tavares Fernades Secretaria Geovana Agostinho Daminelli Setor Técnico Fernando dos Santos Barbosa Projeto Gréfico, www.unifatecie.edu.br/ editora-edufateci edufatecie@fatecie.edu.br UNIFATECIE Unidade 1 Rua Getiilio Vargas, 333, Centro, Paranavai-PR (44) 3045 9898 UNIFATECIE Unidade 2 Rua Candido Berthier Fortes, 2177, Centro Paranavai-PR (44) 3045 9898 UNIFATECIE Unidade 3 Rua Pernambuco, 1.169, Centro, Paranavai-PR (44) 3045 9898 UNIFATECIE Unidade 4 BR-376 , km 102, Saida para Nova Londrina Paranavai-PR (44) 3045 9898 www.unifatecie.edu.brisite/ As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site ShutterStock AUTORA Professora Me. Sénia Maria Crivelli Mataruco * Mestre na area de Educagao pela Unespar Campus de Paranavai - 2015-2016. ‘* Graduagao em Licenciatura em Matematica na Universidade Filadéifia de Lon- drina - Unifil - concluida em 2014; ‘* Graduagaio em Tecnologia em Gestao Ambiental pela Faculdade de Tecnologia e Ciéncias do Norte do Parana - Fatecie (2009). * Graduada em bacharelado Administragao pela Faculdade Estadual de Educa- 0 Ciéncias e Letras de Paranavai (1992); © Pés- graduada em Marketing e Gestéo de pessoas pela Faculdade Estadual de Educagao Ciéncias e Letras de Paranavai; ‘* Pés- graduada em Psicopedagogia institucional pela Faculdade de Tecnologia ¢ Ciéncias do Norte do Parana - Fatecie; * Pés- graduada em auditoria e certificagéo ambiental pela Faculdade de Tecno- logia e Ciéncias do Norte do Parana - Fatecie; Atualmente é Gestora ambiental da Companhia de Saneamento do Parana - Sa- nepar e professora e coordenadora de curso na Faculdade de Tecnologia e Ciéncias do Norte do Parana - Fatecie, atuando principalmente nos seguintes temas: gerenciamento ambiental, recursos hidricos e hidrologia, sustentabilidade ambiental, responsabilidade so- cioambiental, poluigao e residuos, gestdo de aguas, saneamento, agronegécio, Educagao ambiental, gestéo de negécios ambientais, fundamentos de marketing e administragao de materiais e patriménio. http://lattes..cnpq.br/083689 1204233076 APRESENTACAO DO MATERIAL Caro aluno (a) seja muito bem-vindo (a) a leitura do livro que utilizaremos na disci- plina Sustentabilidade e responsabilidade social. Este livro foi carinhosamente planejado para que vocé possa ter conhecimento geral dos principais assuntos sobre a gestéo do meio ambiente. Este contetido serviré de base para compreensdo dos temas abordados, com o objetivo de leva-lo a ter consciéncia dos problemas ambientais e perceber que antes de qualquer aco, é preciso pensar na sustentabilidade do nosso planeta para o futuro das, geragées futuras. Para facilitar os estudos dividimos este material em quatro unidades de acordo com 0s temas e suas relacées entre si. Adisciplina “Sustentabilidade e Responsabilidade Social’, apresenta assuntos ligados ao meio ambiente, observando construgdes consideradas pela ONU como sustentaveis que utilizam recursos sofisticados e abundantes em suas regides, © que possa servir de modelos para os profissionais engajados nesta rea. Desta forma, na primeira unidade demonstraremos como os processos ecoldgicos so responsdveis pelo bom funcionamento dos ambientes naturais e como ¢ alterado por agées antrépicas. Apresentaremos os conceitos vitais necessérios para que o homem possa trabalhar respeitando a natureza e proporcione equilibrio do ecossistema, sabendo que este depende das agdes didrias realizadas pelo homem. Como o desmatamento e a revolugao industrial contribuiram para a insustentabilidade do planeta e acentuagao da poluigao. Abordaremos a tao falada sustentabilidade e sua relagdo com o desenvolvimento. Enfatizaremos a diferenga entre desenvolvimento e crescimento, conceituando-os e mos- trando 0 papel da sociedade, do governo e das empresas, na busca por um mundo mais sustentavel em todas as suas dimensées: ambiental, social e econémico. Assim, finalizaremos a primeira unidade com 0 tema meio ambiente e sociedade, explanaremos os objetivos definidos pela ONU para o desenvolvimento sustentavel, que trazem metas que deverdo ser implementados por todos os paises até 2030. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentavel propée diversos assuntos de elevada importancia para a humanidade a fim de transformar a vida no planeta. Prosseguindo, na Unidade Il, cujo titulo é: Responsabilidade Social, sera discorrido sobre o tema Sustentabilidade Empresarial, nessa perspectiva seré apresentado o signi- ficado de Sustentabilidade Empresarial e serao vistos outros conceitos relacionados ao desenvolvimento e sustentabilidade. AUnidade II ainda versaré sobre a Gestéo Ambiental Empresarial, nesta perspec- tiva, os tépicos que serao abordados serao: abordagens e modelos de Gestéo Ambiental Empresarial; Responsabilidade social corporativa (contexto teérico para a sua compreen- so); e Histérico e abordagens sobre tecnologias de gestao socioambiental, as politicas ambientais e outros temas pertinentes. Na terceira unidade intitulada Ecologia urbana e rural, demonstraremos que a cons- trugdo de uma cidade depende dos diferentes agentes envolvidos. O seu planejamento deve ter como principio norteador uma postura ética, comprometida a dar condigées politicas e econémicas, priorizando a manutengo dos processos ecoldgicos. A melhoria do bem-estar dos habitantes esté na correta gestéo ambiental que tem como principios a necessidade de garantir a atividade socioeconémica e a qualidade ambiental urbana, compartimentalizando 0 territério produtivo e evitando os processos de degradacao em Areas menos desprovidas de recursos no meio urbano. Demonstraremos alguns exemplos de como projetar uma edificagao através do informe publicado pela ONU, onde relata as necessidades de se desenvolver infraestruturas sustentaveis nas cidades “inteligentes” e como estas trazem beneficios econémicos e ambientais. A quarta unidade retratara a utiizagdo dos indicadores ambientais como instrumen- tos para a sociedade avaliar sua prépria evolugao. No contexto ambiental, indicadores sao parametros representativos, que pode ser entendido como a representagdo de um conjunto de dads, informagées e conhecimentos acerca de determinado fenémeno urbano/ambiental Faremos breve relato da importancia das certificagdes ambientais nas edificagdes © 0 papel da certificago ambiental na construgao civil, fazendo uso das duas certificages ambientais mais utilizadas na construgao civil brasileira, o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) e o Processo AQUA (Alta Qualidade Ambiental). Enfatizaremos que construgao sustentavel é aquela projetada para respeitar 0 meio ambiente, seguindo 0s principios da sustentabilidade e garantindo o bem-estar dos moradores. Necessita da utilizagao consciente de materiais, prezar pela economia de luz e energia, reciclagem de lixo e pela produgao de alimentos organicos. Assim a partir dos estudos destes capitulos possamos cuidar do meio ambiente, utilizando mecanismos que permitam protegao ambiental assegurando a qualidade de vida das pessoas e principalmente a conservagao dos recursos hidricos do solo e da biodiver- sidade, garantindo o desenvolvimento sustentavel a melhoria das condigées de vida da sociedade, entendendo que é da natureza que retiramos nossos alimentos e garantimos nossa sobrevivéncia. Mostrando que é possivel desenvoiver de forma sustentavel. Professora Me. Sénia Maria Crivelli Mataruco Bom estudo e que a partir dessa leitura vocé possa ser um agente em defesa do meio ambiente. UNIDADE | .. Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade UNIDADE II Responsabilidade Social UNIDADE III... Ecologia Urbana e Ecologia Rural UNIDADE IV... Diretrizes Sobre Gestao Ambiental e a Série ISO 14000 UNIDADE | Tc) LEMME elec Cw iLL E Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade Professora Me. Sonia Maria Crivelli Mataruco Plano de Estudo: Conceitos Basicos da Ecologia e a importancia das Inter-relacdes Ecolégicas Degrada¢o ambiental causada pelo desmatamento Industrializacao e seus efeitos Conceito de desenvolvimento sustentavel As dimensGes do desenvolvimento sustentavel Objetivos do desenvolvimento sustentavel Controle da qualidade ambiental - solo, agua e ar Educacao ambiental Objetivos da Aprendizagem: ‘* Apresentar os conceitos vitais necessdrios para trabalhar respeitando a natureza de forma a proporcionar equilibrio ao ecossistema, sabendo que este depende das acdes didrias realizadas pelo homem. ‘* Compreender a diferenga entre crescimento e desenvolvimento, ¢ a importancia do planeja- mento para desenvolver dentro dos quesitos econémicos, sociais e ambientais. ‘* Conhecer os objetivos definidos pela ONU para o desenvolvimento sustentavel, que trazem metas que devem ser implementadas por todos os paises até 2030. INTRODUGAO A natureza é sabia, é utilizada como fonte de matéria-prima para a extragao dos recursos naturais. Infelizmente, para essa extragéo 0 homem muitas vezes utlliza-se de técnicas de manejo inadequadas, nao preservando ou nao promovendo meios para que haja reposigao desses recursos de forma que possa suprir a atual e a futura geragao. Desta forma nesta unidade falaremos sobre os campos de estudo da ecologia; faremos um breve histérico da ecologia e das relagdes ecolégicas e os fatores que influenciaram a relagdo homem x natureza; compreender as trés visdes predominantes sobre a questo: desenvolvimento, pre- servagao e conservacao; conhecer os coneeitos essenciais da questo: recursos renovaveis © ndo-renovaveis, desenvolvimento sustentavel. Os objetivos e as metas desenvolvimento sustentavel (ODS) e seus beneficios para nossa sociedade e pensar em alternativas para promover o desenvolvimento sustentavel em situagdes do cotidiano. O entendimento desses conceitos, o conhecimento da forma como os organismos se relacionam entre si, que nao vivem isolados, interagem uns com os outros e com o meio ambiente, sao essenciais para que a sociedade possa analisar os problemas ambientais existentes e buscar conduzir suas agées de forma sustentavel. Contribuindo, (SALES, 2013, p. 62) relata que os sistemas biolégicos sao ineren- temente sustentaveis, pois quando 0 equilibrio entre os sistemas biolégicos é perturbado esses se comportam de maneira a restaura-lo. © Relatério Brundtland (1987) - intitulado Nosso Futuro Comum - destaca: “O de- senvolvimento sustentavel s6 sera alcangado quando as atividades humanas atenderem as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as geragées futuras atenderem as suas préprias necessidades” Num contexto geral a sustentabilidade deve ser concebida como a capacidade de manutengao e conservagao da vida. Um processo de desenvolvimento em constante adaptagao da sociedade na busca por qualidade de vida, incluindo a satisfagao de suas necessidades basicas e a ampliagdo de suas liberdades e potencialidades. © conceito de desenvolvimento com sustentabilidade pressupde o atendimento das necessidades nao apenas atuais, mas também, das futuras geragGes terem recursos naturais em quantidade e qualidade necessaria. Satisfazer as necessidades da geragéo SCR 5 ilidad DU Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Susten atual e futura sem exaurir os recursos naturais nao é tarefa facil, porém imprescindivel para a prépria manutengao da espécie humana no planeta Terra Para desenvoiver de forma sustentavel uma sociedade necessita exercer atividades com planejamento e o reconhecimento de que os recursos naturais so finitos Assim os Objetivos para o Desenvolvimento do Milénio, foram formulados no ano de 2015, com objetivo de conciliar economia, ecologia e direitos humanos. Esses objetivos foram propostos durante a Assembleia Geral da Organizagao das Nagées Unidas (ONU, 2015), onde seus 193 Estados-membros aprovaram, por unanimi- dade, uma nova agenda global para os préximos quinze anos, baseada em 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentavel (ODS), subdivididos em 169 metas concretas que serao monitoradas por 300 indicadores, Para aprovacao desses objetivos a ONU contou também a colaboragao de diversos stakeholders e consultas em mais de 100 paises. A proposta da ONU, nao é apenas combater a fome e proteger o meio ambiente, ‘mas também incluem temas entao ausentes como energia limpa, cidades sustentaveis, con- ‘sumo e produgao responsdveis, reduzir as diferengas entre homens e mulheres, igualdade de género e raga, entre outros. A Agenda 2030 deve ser amplamente discutida no meio académico pelo fato de influenciar significativamente todos os segmentos empresariais, os tomadores de decisdo, sejam eles formuladores de politicas publicas governamentais ou do setor privado. iD Rol Ce Ue ea OS eu Ue 6 1. CONCEITOS BASICOS DA ECOLOGIA E A IMPORTANCIA DAS INTER- RELAGOES ECOLOGICAS Aecologia é uma ciéncia, que considera as interagdes entre todos os participantes de ecossistemas, incluindo seres humanos é de extrema importancia para os seres humanos. Accologia é a ciéncia que estuda as relagdes entre os seres vivos e os meios onde vivem, Apalavra deriva do grego oikos, que significa lugar onde se vive, ou seja, meio ambiente. Metzger, (2001, p. 108) situa a ecologia como uma ciéncia emergente e que define 08 aspectos do ambiente que tém influéncia direta na satide humana, O conceito de fungdes do ecossistema e servigos ajuda a descrever os pro- ‘cessos globais que contribuem para o nosso bem-estar, ajudando a limpar 0 ar que respiramas, a agua que bebemos e a comida que comemos. A degra- dagao ambiental, muitas vezes, leva a alteragdes nestes aspectos, levando a varios estados de sade ‘Temos também a ecologia de paisagens é uma nova area de conhecimento dentro da ecologia, marcada pela existéncia de duas principais abordagens: uma geografica, que privilegia o estudo da influéncia do homem sobre a paisagem e a gestao do territério; e outra ecolégica, que enfatiza a importancia do contexto espacial sobre os processos ecolégicos, ea importancia destas relagdes em termos de conservagdo biolégica’ Os organismos estabelecem relagdes mutuas entre si e com o ambiente fisico, baseado nas interagdes que ocorrem no mundo natural, T____Metzger, Jean Paul. © que 6 ecologia de paisagens ? Biota Neotropica v1 http:/iwww.biotaneo- tropica.org,briv1n12/pt/abstract "thematic-review+BN00701122001. Disponivel_em:_http:/www.google.com. brlurl?sa=t&rct=|&q=Resro=s8source=web&cd=6&cad=rja&uiact=B&ved=2ahUKEwio8purjancAhUDXSAKHD- ZyAQAQF|AF egQIBRAC&url=http%3A%2F %2F www. biotaneotropica.org.br2Fv1n12%2Fpt%2Ftullpapero- ‘3Fbn00701122001%2Bpt&usg=AOvVawOvCBbxMwwi¥pXbXAnkptGf Acesso 06 jan. 2021 iD Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade 7 © entendimento dos diferentes fendmenos que englobam essas relagdes & interagdes entre seres vivos (incluindo © homem) e os componentes abisticos 6 amplamente discutido a luz de teorias ecolégicas. O ambiente é alterado, fisico e qulmicamente, pela maneira como os individuos realizam suas ativida- des. Também as interagdes entre organismos, t8m influéncia na vida de outros seres, da mesma espécie e de espécies diferentes. (BEGON, 2007, p. 223). Na natureza os seres vivos mantém entre si varios tipos de interagdes ecolégicas que podem ser consideradas como sendo harménicas ou positivas e desarménicas ou negativas. As interagdes harménicas ou positivas séo aquelas onde ndo hd prejuizo para as espécies participantes e vantagem para, pelo menos, uma delas. As interagdes desarménicas ou negativas séo aquelas onde pelo menos uma das espécies participantes é prejudicada, podendo existir beneficio para uma delas. Com a exploragao de determinado conjunto de recursos, cada espécie define o seu nicho ecolégico, também entendido como o papel desempenhado por esta espécie no ecossistema. Se no existissem competidores, predadores e parasitas em seu ambiente, uma espécie seria capaz de viver sob maior amplitude de condigdes ambientais (seu nicho fun- damental) do que faria na presenga de outras espécies que a afetam negativamente (seu nicho realizado). Por outro lado, a presenga de espécies benéficas pode aumentar a gama de condigées em que uma espécie consegue sobreviver. Dentro de cada um dos tipos de interagdes mencionados acima, ainda podemos classificd-las em interagées intraespecificas e interespecificas, conforme ocorre entre indi- viduos da mesma espécie ou entre espécies diferentes respectivamente, conforme tabela abaixo que mostra os principais tipos de interagdes ecolégicas possiveis de ocorrer entre organismos de duas espécies. Para Leripio (2001), ecossistema é 0 conjunto formado pelo meio ambiente, pelos ‘seres que ai vivem e pela dependéncia reciproca. E a unidade fundamental da ecologia. iD Rol Ce Ue ea OS eu Ue 8 2 DEGRADAGAO AMBIENTAL CAUSADA PELO DESMATAMENTO Por volta de 1966, 0 governo criou uma politica de incentivos fiscais em nome do desenvolvimento econémico e os agricultores para terem direito de receber o incentive financeiro para plantar e adquirir equipamentos necessitavam assumir compromisso de desmatar. Apés anos de incentivos @ produgdo e a ocupagao de terras, os sinais de des- truigdo ficam mais claros. Em 1978, a drea desmatada chegou a 14 milhdes de hectares. Esse processo de desmatamento trouxe prejuizos ambientais e socioeconémicos muito significativos como: * Accorréncia de desequilibrios climaticos com diminuigao das chuvas devido alteracdo das areas de mata e do clima, causando grandes periodos de estiagem, e redugao da umidade relativa do ar, pois com a remogao das folhagens ha uma queda da regulagao da temperatura ambiental, deixando-a mais alta e instavel; Perda de biodiversidade da fau- na e flora nativas e com isso, 0 equilibrio ecolégico pode tornar-se ameacado; Degradagao de mananciais ao remover a protegao das nascentes e prejudicar a impermeabilizagao do solo em torno da agua; O esgotamento dos solos com a intensificagao de processos de erosdo e desertificacao. Além dos problemas anteriormente citados, para a sociedade o desmatamento ainda traz diversos prejuizos como o enfraquecimento do ecoturismo, diminuigao das pos- sibilidades de pesquisas para a 4rea de farmaco, perda qualidade da agua, aumento da CEM 9 MMOS TCM LT iD Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, D resisténcia a doengas e pragas na agricultura que provém muitas vezes do cruzamento entre espécies nativas préximas. Segundo Castro (2005), a exploragao de madeiras no Brasil foi responsavel pelo desaparecimento de espécies de arvores e animais que perderam seu habitat. Para Margulis (2003) a pecuaria constitui a principal atividade responsavel pela maior parte do desmatamento. ‘A redugao dos tamanhos das florestas naturais em todo 0 mundo tem ocorrido como resultado, principalmente, de incéndios, corte de arvores para propésitos comerciais, devastagao de terras para utilizago da agropecuaria, ou até fenémenos naturais. O desmatamento pode causar diversos impactos para o meio ambiente, como: Degradagao de habitat, erosdo, perda da biodiversidade, modificagao do clima, impactos sociais. A destruigéo desses ambientes afeta essas pessoas de tal modo, aumentando a sua pobreza e obrigando-as, muitas vezes, a mudarem-se para outras regides, buscando uma forma de manter-se. Segundo Marcovitch, J.; Pinsky,V. (2020, p. 02) entre 2019 e 2020: © desmatamento na Amazénia e as queimadas elevaram-se a niveis expo- nenciais, prejudicando seriamente a imagem do Brasil no exterior. Chefes de Estado e destacados membros da comunidade cientifica, liderangas empresa- riais e dirigentes de organizagées da sociedade civil manifestaram sua extre- ma preocupagéo com 0 aumento alarmante das taxas de desmatamento no grande bioma. Fundos de investimentos e coalizées empresariais criticaram veementemente a conduta institucional que facilitou os perigosos eventos. A Noruega e a Alemanha, principals doadores ao Fundo Amazénia, registraram ‘sua insatisfagao com a politica ambiental do governo federal. Em sintese, am- pliou-se cada vez mais, no exterior e na cena intema, um clamor to aceso ‘quanto as labaredas que ameagam a maior biodiversidade vegetal do mundo. Segundo Fonseca et al. (2020, p. 03) as florestas degradadas na Amazénia Legal somaram 283 quilémetros quadrados em julho de 2020, o que representa um aumento de 110% em relagao a julho de 2019, quando a degradagao detectada foi de 135 quilmetros quadrados. Em julho de 2020 a degradacdo foi detectada no Mato Grosso (78%), Para (10%), Amazonas (5%), Roraima (5%) e Acre (2%). iD Ecologia e Sustentabiidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade. 10 3. INDUSTRIALIZAGAO E SEUS EFEITOS No Brasil somente no final do século XIX e comego do século XX que grandes fazendeiros de Sao Paulo que enriqueceram com o café, comegaram a investir no setor industrial de forma significativa, havendo desta forma grande investimento no desenvolvi- mento industrial nas grandes cidades da regiao Sudeste. Além do capital interno investido pelos cafeicultores, houve a abertura da economia com incentivos fiscais para o capital internacional e muitas nagdes europeias investiram seu capital na produgao agricola, na urbanizago e no extrativismo de riquezas naturais no Brasil. Diversas multinacionais, prin cipalmente montadoras de veiculos, construiram grandes fabricas em cidades como Sao Paulo, S40 Bemardo do Campo, Guarulhos, Santo André, Diadema,Belo Horizonte e Rio de Janeiro Segundo Silva (2013, p. 166) no século XX; No processo de industrializagao e mecanizagao da agrcultura fez com que muitos trabalhadores rurais migraram para as cidades atraidos em busca de trabalho nas fabricas e melhores salarios, e o resultado disso foi o éxodo rural do Nordeste para o Sudeste do pais. Os migrantes nordestinos fugitives da seca do Nordeste e do desemprego foram em busca de trabalho e melhores. condigdes de vida nas grandes cidades do Sudeste. Agregado @ Revolugao Industrial ocorreu também uma Revolugao Agricola. A utilizagéo de novos métodos agricolas, rotagdo de safras, sementes selecionadas e 0 surgimento de novos equipamentos agricolas, produziram um extraordindrio aumento na produgao de alimentos. Grandes proprietarios rurais passaram a investir na tecnologia de TO RIL "1 DU Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Susten produgao agricola, fato que levou a agricultura ter como fonte principal do progresso técnico a mecanizagao e 0 desenvolvimento de produtos quimicos e biolégicos, optando pela mo- nocultura, ou seja, uma 4rea de cultivo muito grande com uma mesma espécie. Outro fato relacionado migragao interna ou ao éxodo rural ocorreu com a construgao de Brasilia, no final da década de 1950. Muitos migrantes do Norte e Nordeste do pais foram em busca de ‘empregos na regio central do pals, principalmente na construcao civil. As cidades satélites de Brasilia cresceram desordenadamente, causando varios problemas sociais, que persis- tem até os dias de hoje. Este processo estendeu-se com forga durante as décadas de 70 © 80, entretanto como as cidades nao ofereciam infraestrutura adequada aos migrantes, passam a residir em habitagbes sem boas condig6es como favelas e cortigos. Como os empregos nao eram suficientes para todos, e como agravante a grande maioria dos imigrantes nao possuiam qualificagao necesséria para o trabalho especificado, muitos deles partiam para o mercado de trabalho informal, e outros acabavam incorporando A grande massa dos mendigos. De acordo com dados da ONU, em 2050, 60% da populacéio mundial residira nas cidades, realidade muito diferente da década de 50, quando para cada 2 moradores da zona tural, existia aproximadamente 1 morador das cidades, conforme demonstra o grafico abaixo. GRAFICO 01: EXODO RURAL NO MUNDO, 1950 - 2030 00 Urbana — 60% 500 400 300 40% Urbana 100 PREREPERERS PEER R ERR EEG Fonte: ONU, 2012 Entretanto, os efeitos da Revolugao Industrial no Brasil foram positivos em muitos aspectos, pois ocorreu um enorme aumento da produtividade, em fungao da utilizagao dos equipamentos mecanicos, da energia a vapor e, posteriormente, da eletricidade, que passaram a substituir a forga animal. snvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade iD eo EER Ua) 12 © processo de urbanizacdo influiu positivamente em alguns indicadores na- cionais, no decorrer do século XX. Os principais exemplos foram a queda da mortalidade infantil (que passou da taxa de 150 mortes para cada mil nascidos vivos em 1940 para 29,6 em 2000), o aumento da expectativa de vida (40,7 anos de vida média em 1940 para 70,5 em 2000), a queda da taxa de fertlidade (6,16 fihos por mulher em idade fértil em 1940 para 2,38 em 2000) ¢ o nivel de escolaridade (55,9% de analfabetos em 1940 para 13,6% em 2000). Foi notavel também a ampliagao do saneamento e a ampliagao da coleta de lixo domiciliar, mas apesar da melhora referida alguns desses indi- cadores ainda deixam muito a desejar. (MARICATO, 2008, p. 01) Relacionado a questéo ambiental, um dos aspectos negativos é que a revolugdo industrial trouxe aumento da poluigéo do ar e dos rios, pois muitas industrias passaram a jogar produtos quimicos e lixo em rios e cérregos. Uso de mao de obra infantil (na primeira etapa da industrializagao). A industrializagao trouxe um mundo de consumo, que convive com a miséria social, com 0 desprezo e a falta das condigdes minimas, muitas vezes, de sobrevivéncia. O Brasil possui uma grande quantidade de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. Assim, por representar um pais subdesenvolvido emergente, a pobreza no Brasil apresenta elevados patamares. O grafico abaixo mostra a evolugao da desigualdade de renda no Brasil desde 1976. A medida adotada é o Coeficiente de GINI? , tido como padrdao intemacional para mensurar a desigualdade de renda. Quanto menor o coeficiente de GINI, menor é a desigualdade de renda dentro de um pais. Para que as pessoas melhorem de vida, e 0 abismo entre ricos e pobres diminua, a renda das familias mais pobres precisam crescer. Mas nada disso ¢ possivel se um pais nao se desenvolver como um todo. GRAFICO 02: EVOLUGAO DA DESIGUALDADE DE RENDA NO BRASIL DESDE 1976 065 ; 7 a (Cortciente de Giri 0.50, ——- + —— BESRSRSRER SEBS REE BE Fonte: www.ipea.govbr. IPEA (Instituto de Pesquisa ¢ Estatistica Aplicada). 2 Desenvolvido pelo matematico italiano Corrado Gini, o Coeficiente de Gini é um parametro internacional usado para medir a desigualdade de distribuigao de renda entre os paises. al Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade 13 4, CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL Ao longo da histéria o préprio conceito de desenvolvimento tem sofrido diversas alteragées. Quando falévamos em crescimento econémico entendiamos que estavamos desen- volvendo, e nem se quer imaginavamos que uma simples palavra como desenvolvimento pudesse significar tanto para uma nagdo como para o meio ambiente. Dizer que uma nagdo cresceu, significa que ela realmente esta progredindo, avan- gando, mas nao necessariamente significa que esta desenvolvendo, pois desenvolvimento ‘engloba crescer além do aspecto geografico, econémico, mas também social, dando condi- oes dignas para que a populagao possa ter moradia, alimentagdo, satide, lazer, educagao, etc. Importante ressaltar que o aspecto ambiental nem era comentado, neste conceito de desenvolvimento implantado Entre os indicadores de mensurago do crescimento econémico, esta o Produto Interno Bruto (PIB), que pode ser definido como “o valor de mercado de todos os bens e servigos finais produzidos em um pais em um dado periodo de tempo" (SALES, 2013, p. 62) nos setores de agropecuaria, servigos e industria Dessa forma, quando comparado 0 PIB de um ano e este é superior ao anterior, houve crescimento do pais, o oposto, recessdo, (PASSOS, 2012). Ja o conceito de Desen- volvimento Econémico esta relacionado a melhoria do bem-estar da populagao. DU Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Susten Berek 14 Furtado (1983, p. 90) distingue os conceitos de crescimento e desenvolvimento da seguinte forma: ‘Assim, 0 conceito de desenvolvimento compreende a ideia de crescimento, superando-a. Com efeito: ele se refere ao crescimento de um conjunto de es- trutura complexa, Essa complexidade estrutural nao é uma questao de nivel tecnolégico. Na verdade, ela traduz a diversidade das formas sociais e eco- némicas engendradas pela diviséo do trabalho social, Porque deve satisfazer as miltiplas necessidades de uma coletividade 6 que 0 conjunto econémico nacional apresenta sua grande complexidade de estrutura. Esta sofre a agao permanente de uma mulliplicidade de fatores socias e institucionais que es- capam a andlise econémica corrente [...] O conceito de crescimento deve ser reservado para exprimir a expansao da produgao real no quadro de um sub- conjunto econdmico. Esse erescimento néo implica, necessariamente, modi- ficagdes nas fungdes de produgao, isto 6, na forma em que se combinam os falores no setor produtivo em questéo. Com a definigo dada pelo autor constata-se que o crescimento econémico nem sempre garante o desenvolvimento, ou seja, mesmo que haja crescimento na geracao de riqueza se esta nao for distribuida de forma justa, nao necessariamente traré melhorias na qualidade de vida da popula¢ao em geral. Para Sachs (2004, p. 13): .. 08 Objetivos do desenvolvimento vao bem além da mera multiplicagao da riqueza material. O crescimento é uma condigdo necesséria, mas de forma al guma suficiente (muito menos é um objetivo em si mesmo), para se alcancar a meta de uma vida melhor, mais feliz e mais completa para todos. Para Sachs (2004, p. 13) 0 termo desenvolvimento sustentavel abrange oito dimen- s6es da sustentabilidade, pois somente se considera desenvolvimento sustentavel quando ha 0 atendimento de todas as dimensées: ambiental, econémica, social, cultural, espacial, psicolégica, politica nacional e internacional. Brasileiro (2006, p. 88) aponta que: “embora tenha ocorrido uma evolugao sobre © conceito nas titimas décadas, a atual busca pelo desenvolvimento continua primando pelo crescimento econdmico, em primeiro plano, continuando a negligenciar a distribuigéo desigual das riquezas; 0 agravamento da pobreza e exclusao social; a precarizagao das relagdes de trabalho; e o esgotamento dos recursos naturais” Como Sustentavel é um adjetivo que qualifica o substantivo Desenvolvimento, se- gundo Bellia (1996), nao é quantificavel, pode-se admitir que cada um tem direito de emitir ‘seu conceito préprio ou adapté-lo conforme suas necessidades ou interesses. O conceito proposto pela ONU, pelos seus féruns especificos, e mais tarde pela Conferéncia do Rio de Janeiro (Rio-92). E considerado um dos conceitos, mas nao 0 Unico. iD Rol Ce Ue ea OS Ce LeU Ue Te 15 Assim, 0 termo “desenvolvimento sustentavel” surgiu a partir de estudos da Organi- zagao das Nagées Unidas sobre as mudangas climaticas. Nasceu com a intengao de dar uma resposta para a humanidade diante da crise social e ambiental pela qual o mundo passava © Conceito de desenvolvimento sustentavel, conforme o Relatério de Brundtland? de 1991 pressupée um modelo de desenvolvimento que “atenda as necessidades da atual geracao, sem comprometer a possibilidade das geragées futuras atenderem as suas pré- prias necessidades”. Desenvolvimento sustentavel traz melhoria na qualidade de vida de todos os habitantes do mundo sem aumentar 0 uso de recursos naturais além da capaci- dade da Terra. Aconstrugao do conceito de desenvolvimento sustentavel continuou durante a Cu- pula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentavel, da ONU, realizada em Joanesburgo, Africa do Sul, em 2002. 3 Relatério Brundtland é o documento inttulado Nosso Futuro Comum (Our Common Future), publicado em 1987. DLO Eo Ce LU ae ea UO Berek 16 5. AS DIMENSOES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL A Declaragao de Joanesburgo estabelece que o desenvolvimento sustentavel se baseia em trés pilares: desenvolvimento econémico, desenvolvimento social e protegéo ambiental, conforme demonstrado abaixo na figura 01. FIGURA 01: DESENHO ESQUEMATICO RELACIONANDO PARAMETROS PARA SE ALCANGAR O DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL. , P fee) Preservacao e Desenvolvimento Social Ces bit Fonte: Disponivel em: Revista Visées 4° Edigao, N°4, Volume 1 - Jan/Jun 2008. ‘Acesso em: 18 jan. 2019. DU ae ET Segundo Mikhailova (2004) os dados publicados em 2004 pela Revista Economia Desenvolvimento, n° 16, relata que o desenvolvimento sustentavel pode requerer agdes distintas em cada regio do mundo, os esforgos para construir um modo de vida verdadei- ramente sustentavel requer a integragao entre: © Crescimento e Eqiidade Econémica — Lancar os olhos para todas as nagdes de forma que possam estar integradas promovendo um crescimento responsdvel. * Saber usar os recursos do planeta de forma eficiente, visando um mercado competitive que busque a internacionalizagao de custos ambientais. Assim, a sustenta- bilidade seria alcangada pela racionalizago econémica local, nacional e planetaria, Para se implementar a sustentabilidade seria necessdria a racionalizagéo econémica local & nacional (RATTNER, 1999). © Conservacdo de Recursos Naturais do Meio Ambiente — buscar reduzir 0 con- sumo de recursos e diminuir a poluigdo e conservar os habitats naturais. * Desenvolvimento Social — buscar a igualdade de condigées, de acesso a bens, da boa qualidade dos servigos necessarios para uma vida digna, onde as pessoas possam ter emprego, alimentagao, educagao, energia, servigo de satide, agua e saneamento, res- peito aos seus direitos trabalhistas e as suas diversidades culturais. Complementando Ignacy Sachs, citando (MONTIBELLER-FILHO, 2004) entende que para atingirmos a sustentabilidade do ecodesenvolvimento precisamos contemplar cinco dimen- sées: a) Sustentabilidade social: 0 processo deve se dar de maneira que reduza substan- cialmente as diferengas sociais, b) Sustentabilidade econémica: define-se por uma “alocagao e gestéo mais efi- cientes dos recursos e por um fluxo regular do investimento pulblico e privado”. A eficiéncia econémica deve ser medida, sobretudo em termos de critérios macrossociais. c) Sustentabilidade ecolégica: compreende o uso dos potenciais inerentes aos variados ecossistemas compativeis com sua minima deterioragao. d) Sustentabilidade espacial/geografica: pressupée evitar a excessiva concentracdo geografica de populagées, de atividades e do poder. Busca uma relagao mais equilibrada cidade/campo, e) Sustentabilidade cultural: significa traduzir 0 “conceito normative de ecodesen- volvimento em uma pluralidade de solugdes particulares, que respeitem as especificidades de cada ecossistema, de cada cultura e de cada local”, COMB 18 iD Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilida Entretanto, Godetroid (2016) concorda com todas as dimensées anteriormente citadas e complementa que é necessério incorporar entre elas o fim da pobreza, da tirania, da caréncia de oportunidades econémicas eo fim da negligéncia dos servigos publicos, da intolerancia ou interferéncia excessiva de Estados repressivos. E segundo o Relatério da Comissao Brundtland, uma série de medidas devem ser tomadas pelos paises para promover o desenvolvimento sustentavel. Entre elas: 1. Limitagao do crescimento populacional; 2. garantia de recursos basicos (agua, alimentos, energia) a longo prazo; 3. Preservagao da biodiversidade e dos ecossistemas; 4, Diminuigdo do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias com uso de fontes energéticas renovaveis; 5. Aumento da produgdo industrial nos paises ndo-industrializades com base em tecnologias ecologicamente adaptadas; 6. Controle da urbanizagao desordenada ¢ integragao entre campo e cidades menores; 7. atendimento das necessidades basicas (satide, escola, moradia). Jé em Ambito internacional, as metas propostas pelo Relatério da Comisséo Brundtland estabelecem: ‘© adogdo da estratégia de desenvolvimento sustentavel pelas organizagées de desenvolvimento (érgaos e instituigdes internacionais de financiamento); * Protegdo dos ecossistemas supra-nacionais como a Antartica, oceanos, etc, pela comunidade internacional; © Banimento das guerras; * implantagao de um programa de desenvolvimento sustentavel pela Organizagao das Nagdes Unidas (ONU, 2015) Algumas outras medidas para a implantagdo de um programa minimamente adequado de desenvolvimento sustentavel sao: ‘* Uso de novos materiais na construgao; * Reestruturagdo da distribuigéo de zonas residenciais e industriais; * Aproveitamento e consumo de fontes alternativas de energia, como a solar, a eblica ea geotérmica; * Reciclagem de materiais reaproveitaveis; * Consumo racional de agua e de alimentos; ‘* Redugao do uso de produtos quimicos prejudiciais a satide na produgo de alimentos. iD Rol Ce Ue ea OS Ce LeU Ue Te 19 6. OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL Para a Comissao Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD, 1991) 08 objetivos que derivam do conceito de desenvolvimento sustentavel esto relacionados com o processo de crescimento da cidade e objetiva a conservagao do uso racional dos recursos naturais incorporados as atividades produtivas. Entre esses objetivos estdo: * Crescimento renovavel; * Mudanga de qualidade do crescimento; * Satisfagdo das necessidades essenciais por emprego, agua, energia, alimento e saneamento basico; © Garantia de um nivel sustentavel da populagao; '* Conservagao e protegdo da base de recursos; ‘* Reorientagao da tecnologia e do gerenciamento de risco; De acordo com 0 Guia sobre Desenvolvimento Sustentavel, no ano de 2016 entrou ‘em vigor a resolugdo da Organizagao das Nagées Unidas (ONU) intitulada “Transformar 0 nosso mundo: Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentavel’. Para Alves (2015, p 3), “a concepgao dos cinco P ‘s é eloquente, pois estabelece cinco prioridades equidistantes, projetadas dentro de um circulo, cujo centro é um pentégo- no, representando o “desenvolvimento sustentavel”. No topo do desenho esto colocadas as Pessoas (erradicagéo da pobreza), no nivel intermedidrio estao o Planeta (recursos SCR 20 DU Cen ECR cree Seu) naturais e clima) e a Prosperidade (bem-estar humano) e, na base do circulo, estéo a Paz (sociedades pacificas, justas e inclusivas) e as Parcerias (governanga global sélida). Qs cinco componentes por sua vez sustentam o acordo com o estabelecido nos 17 objetivos do desenvolvimento sustentavel (ODS). Os temas definidos como ODS sao muitos, mas basicamente tem um ponto em comut : tornar o desenvolvimento humano mais seguro e garantir condigdes de vida ade- quadas sob 0 ponto de vista social, ambiental ¢ econémico. No coragao da agenda 2030 estao cinco Eixos de atuagao para o Desenvolvimento Sustentavel, (5Ps da sustentabllidade), send essoas, prosperidade, paz, parcerias e planeta, conforme demonstrado na figura 02: FIGURA 02: OS CINCO P’S DA AGENDA 2030 CS Parcerias _.. Paz es eer oan . Fonte: Disponivel - http://www.agenda2030.com.br! . Acesso 18 jan.2024 Encontrar as interdependéncias entre os dezessete objetivos nos ajuda a encontrar as raizes dos problemas e criar solugdes sustentaveis de longo prazo. 0 objetivo de uma agenda é sempre, em primeiro lugar, organizar os temas e faci- litar 0 entendimento das pessoas para, em seguida, mobilizar, engajar e convocar a ago. desejo da Organizagao das Nagdes Unidas - ONU com estabelecimento dessa agenda & levar todos os paises a aspirar o desenvolvimento, mas nao a qualquer custo, em prejuizo de pessoas e do planeta. Para a ONU, é fundamental que a agenda seja “sustentavel”, isto é, equilibre novas respostas e solugdes econémicas, ambientais e sociais, algo que apenas sera possivel DLO Cen EERE Seu) 21 se cada individuo, e cada uma das instituigSes (governs, empresas, organizagées da sociedade civil) mudem atitudes e comportamentos na diregao de um jeito melhor de viver no planeta no século 21” Para melhor entendimento os Objetivos do Desenvolvimento Sustentavel (ODS) significam, 1 - Erradicagao da pobreza: “Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares". 2 - Fome zero e agricultura sustentavel: “Acabar com a fome, alcangar a segu- ranga alimentar e melhoria da nutrigao e promover a agricultura sustentavel". 3 - Satide e bem estar: “Assegurar uma vida saudavel e promover o bem-estar para todos, em todas as idades”, 4 -Educago de qualidade: “Assegurar a educago inclusiva e equitativa de qua- lidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos” 5 - Igualdade de género: “Alcangar a igualdade de género e empoderar todas as mulheres e meninas’, 6 - Agua potavel e saneamento: “Assegurar a disponibilidade e gestao sustentavel da agua e saneamento para todos”. 7 - Energia acessivel e limpa: “Assegurar o acesso confidvel, sustentavel, moder- no e a prego acessivel a energia, para todos” 8 - Trabalho decente e crescimento econémico: “Promover o crescimento eco- némico sustentado, inclusivo e sustentavel, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos. 9 - Industria, inovagao e infra-estrutura: “Promover 0 crescimento econémico sustentado, inclusivo e sustentavel, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos”, 10 - Redugao das desigualdades: “Reduzir a desigualdade dentro dos paises entre eles”. 11 - Cidades e comunidades sustentavei “Reduzir a desigualdade dentro dos paises e entre eles” 12 « Consumo e produgao responsaveis: “Assegurar padrées de produgao e de consumo sustentaveis". 13 - Acdo contra mudanga global do clima: “Tomar medidas urgentes para com- bater a mudanga do clima e seus impactos". CUB 22 iD Ecologia e Sustentabiidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilida 14 - Vida na agua: "Conservar e usar sustentavelmente os oceanos, os mares © os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentavel”’, 45 - Vida terrestre: Proteger, recuperar e promover 0 uso sustentavel dos ecossis- temas terrestres, gerir de forma sustentavel as florestas, combater a desertificagao, deter e reverter a degradacao da terra, e deter a perda de biodiversidade 16 - Paz, justica e instituigées eficazes: Promover sociedades pacificas e inclu- sivas para o desenvolvimento sustentavel, proporcionar o acesso a justiga para todos & construir instituigbes eficazes, responsdveis e inclusivas em todos 0s niveis. 17 -Parcerias e meios de implementagao: Fortalecer os meios de implementagao ¢ revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentavel Para que todos esses objetivos se tornem realidade, ¢ importante que haja relagées de parceria e cooperagao entre as nacées. Por isso, uma das metas da Agenda 2030 é que 0s paises em melhores condigées financeiras ajudem os ‘paises em desenvolvimento a alcangar a sustentabilidade da divida de longo prazo, por meio de politicas coordenadas destinadas a promover o financiamento, a redugdo e a reestruturagao da divida, conforme apropriado, e tratar da divida externa dos paises pobres altamente endividados para reduzir © superendividamento. DLO Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustent Berek 23 A CONTROLE DA QUALIDADE AMBIENTAL - SOLO, AGUA E AR ALi 6.938/81 foi a primeira norma brasileira a definir legalmente o meio ambiente. De acordo com o art. 3°, | da referida lei, meio ambiente é o conjunto de condigées, leis, influéncias @ interagdes de ordem fisica, quimica e biolégica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. Ademais, em seu art. 2°, I, temos 0 meio ambiente como um patriménio public a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista 0 uso coletivo. Desta forma, considera-se, de maneira geral, que a qualidade do meio ambiente constitu fator determinante para o alcance de uma melhor qualidade de vida. Sewell (1978, p. 01) define controle ambiental como: 0 ato de influenciar as atividades humanas que afetem a qualidade do meio fisico do homem, especialmente o ar, a agua e caracleristicas terrestres" Nesse contexto, considera-se que controlar e manter um elevado padréo de qualidade ambiental constitui um grande desafio, tendo em vista as condigdes: atuais de grande parte das cidades do mundo contemporaneo, principalmen- te aquelas dos paises “subdesenvolvidos” como o Brasil que passaram por um proceso de urbanizagao desenfreado e que continuam se expandindo de maneira caética e desumana, expressando, respectivamente, desordem @ injustigas sociais. Dentro do contexto de qualidade ambiental, Machado (1997, p. 16), relata que a importancia da qualidade do solo na manutengao do ecossistema. Nesse sentido, Motta (2001) diz que a qualidade do solo esta intimamente ligada a capacidade de exercer suas fungées na natureza que sao: juncionar como meio para o crescimento das plantas; regular e compartimentalizar o fluxo de agua no ambiente; esto- COW 24 iD Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidad car e promover a ciclagem de elementos na biosfera; e servir como tampao ambiental na formagao, atenuagao e degradagao de compostos prejudiciais ao ambiente. Para Machado (1997, p. 16), a qualidade do solo tem efeitos profundos na sade © na produtividade de um determinado ecossistema e nos ambientes a ele relacionados. Diferentemente do ar ¢ da agua, para os quais existem padrées de qualidade, a definigao e quantificacdo da qualidade do solo nao é simples em decorrén- cia da complexidade dos fatores envolvidos e de ndo ser 0 solo consumido diretamente pelo homem ¢ animals. A qualidade do solo é aceita, frequen- temente, como uma caracteristica abstrata que depende, além de seus atr- butos intrinsecos, de fatores extemos, como as praticas de uso e manejo, de interagdes com o ecossistema e das prioridades socioeconémicas e po- liticas. © conceito do que seja um solo com qualidade depende das priori dades previamente estabelecidas. Contudo, deve levar em consideragao a sua funcionalidade miltipla para no comprometer, no futuro, o desempenho de algumas de suas fungdes. Assim, um determinado tipo de solo pode ser considerado com boa qualidade quando apresentar a capacidade, dentro dos limites de um ecossistema natural ou manejado, de manter a produtividade © a biodiversidade vegetal ¢ animal, melhorar a qualidade do ar © da agua contribuir para a habitagao e a satide humana, (MACHADO, 1997, p. 16). Entretanto, Machado (1997, p. 18), relata que os solos so de vital importancia manutengao da vida na Terra e possuem cinco papéis basicos ou fungdes no nosso ambiente: O solo sustenta 0 crescimento da flora, principalmente fornecendo a estrutura ne- cessaria para a sua existéncia, As caracteristicas dos solos determinam o destino da agua na superficie da Terra, essencial para a sobrevivéncia. O solo desempenha um papel essencial na reciclagem de nutrientes e no destino que se da aos corpos de animais (incluindo o homem) e restos de plantas que morrem na superficie da Terra. O solo é 0 habitat, a casa de muitos organismos. Os solos sao capazes de fornecer material para construgao de casas e edificios, além de proporcionar a fundagdo para essas construgées. Segundo a Embrapa (1997) a avaliagao quantitativa da qualidade do solo é funda- mental na determinagao da sustentabilidade dos sistemas de manejo utilizados. A determi- nagao de indicadores de qualidade de solo se faz necessaria para possibilitar a identificago de areas problemas utilizadas na produgao, fazer estimativas realistas de produtividade, monitorar mudangas na qualidade ambiental e auxiliar agéncias governamentais a formular ¢ avaliar politicas agricolas de uso da terra. Com relagao a agua seu controle tem relagdo com 0 uso que se faz dessa agua. Por exemplo, uma dgua de qualidade adequada para uso industrial, navegagao ou geragéo iD Ecologia e Sustentabiidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade. 25 hidrelétrica pode nao ter qualidade adequada para o abastecimento humano, a recreagéo ou a preservagao da vida aquatica Os padrées de qualidade sao fixados por entidades publicas, com o objetivo de garantir que a agua a ser utilizada para um determinado fim nao contenha impurezas que venham a prejudica-lo. Existe uma grande variedade de indicadores que expressam aspectos parciais da qualidade das aguas. No entanto, nao existe um indicador tinico que sintetize todas as varidveis de qualidade da agua. Geralmente sao usados indicadores para usos especificos, tais como o abastecimento doméstico, a preservagao da vida aquatica e a recreagao de contato primario (balneabilidade). No tocante ao abastecimento publico o controle da qualidade é feito no momento em que a gua entra na estagao, estendendo-se até as residéncias, onde existe um mo- nitoramento através de coletas nas residéncias, escolas, creche e hospitais, realizados semanalmente, sendo que a potabilidade da agua tem de estar de acordo com a OMS (Organizagao Mundial de Satide) Uma forma de definir a qualidade das aguas dos mananciais ¢ enquadré-los em classes, em fungéo dos usos propostos para os mesmos, estabelecendo-se critérios ou condigdes a serem atendidos. De acordo com a RESOLUGAO CONAMA N¢ 357/ 2005, que dispée sobre a classi- ficagao dos corpos de agua e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condigdes e padrées de langamento de efluentes, e da outras providéncias, 08 corpos hidricos nacionais sao clasificados em nove classes, sendo as cinco primeiras classes de agua doce (baixa quantidade de sais minerais), as duas seguintes de agua salinas (média quantidade de sais minerais), e as duas titimas de aguas salobras (alta quantidade de sais minerais), (BRASIL, 2005). Para cada classe citada acima existem restrigdes de uso e langamento de efluentes, sendo que a classe que mais possui restrigdes de uso é a Classe Especial No tocante ao controle de qualidade do ar, sua gestdo envolve medidas mitigadoras que tenham como base a definigao de limites permissiveis de concentragao dos poluentes na atmosfera, restrigéo de emissdes, bem como um melhor desempenho na aplicagao dos instrumentos de comando e controle, entre eles o licenciamento e o monitoramento. Em nivel federal, a primeira legislagao mais efetiva de controle da poluigao atmos- férica foi a Portaria do Ministério do Interior de n° 231, de 27 de abril de 1976, que visava iD Rol Ce eu ea LCS Ce eu Ue te 26 a estabelecer padrées nacionais de qualidade do ar para material particulado, diéxido de enxofre, mondéxido de carbono e oxidantes fotoquimicos. Nesse contexto de demandas institucionais e normativas, o CONAMA, por meio da Resolugao n° 05 de 15 de junho de 1989, criou o Programa Nacional de Controle de Qualidade do Ar - PRONAR, com 0 intuito de “permitir o desenvolvimento econémico e social do pais de forma ambientalmente segura, pela limitagao dos niveis de emissao de poluentes por fontes de poluigao atmosférica, com vistas 4 melhora da qualidade do ar, ao atendimento dos padrées e estabelecidos e 0 ndo comprometimento da qualidade do ar nas, areas consideradas nao degradadas”. Como medidas de curto prazo foram estabelecidas: a definicéo dos limites de ‘emissdo para fontes poluidoras prioritarias; a definigéo dos padrées de qualidade do ar; ‘© enquadramento das reas na classificagdo de usos pretendidos; 0 apoio a formulagao dos Programas Estaduais de Controle de Poluigéo do Ar; a capacitagao laboratorial e a capacitagao de recursos humanos. Entretanto, os avangos observados foram limitados, tendo sido fixados to somente limites de emissao para leo e carvao. Malores avangos deram-se quanto a definigao dos padrées de qualidade do ar. Cd DLO Cenk cre Seu) 27 8. EDUCAGAO AMBIENTAL As praticas educativas ambientais devem proporcionar mudangas de habitos, ati- tudes e praticas sociais, sendo, portanto, a Educagéo Ambiental o caminho para que as pessoas adquiram consciéncia da importancia de terem atitudes sustentaveis. E inegavel que a educagao ambiental contribui significativamente para a protegdo do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida Nesse sentido, Medina, (2001, p. 20) aponta que: Ha de se promover urgente conscientizagao social sobre a problematica do meio ambiente visando educagao e ética ambientais, proporcionando, por consequéncia, uma vida mais saudavel para a populagéo mundial, que esbarra com as novas tecnologias e o crescimento demografico, que estao ocorrendo sem 0 devido cuidado com o meio ambiente. Imprescindivel, por- tanto, um esforgo para a educago em questées ambientais dirigidas tanto as geragées jovens como aos adultos e que se preste a devida atengao ao setor da populagao menos privilegiado, para fundamentar as bases de uma opiniao publica bem informada e de uma conduta dos individuos, das empresas e das coletividades inspirada por sua responsabilidade sobre a protegao e melhoria do meio ambiente em toda sua dimensao humana, Mudanga de paradigmas implica discutir valores para construir uma sociedade mais justa, que satisfaga as necessidades das geragées atuais, sem comprometer a sobrevivén- cia das futuras geragées. Segundo Ministério do Meio Ambiente (2015) a atuagao dos educadores ambientais nas politicas piiblicas de Aguas é portadora de um significative potencial sinérgico capaz de incutir e sedimentar uma perspectiva realmente sistémica, integradora e ambiental como DU diferencial para qualificar a gestao dos recursos hidricos no pais e promover a efetiva me- thoria nas condigées de vida das pessoas e do meio com o qual convivem. Para Medina (2001) dentre varias definigdes sobre o que é EA, destaca-se: a Educagao Ambiental como proceso [...] consiste em propiciar as pessoas uma compreensdo critica e global do ambiente, para elucidar valores e de- senvolver atitudes que Ihes permitam adotar uma posigao consciente e par- ticipativa a respeito das questées relacionadas com a conservagao e a ade- quada utlizagao dos recursos naturals deve ter como objelives a melhoria da qualidade de vida a eliminagao da pobreza extrema e do consumismo desenfreado. (MEDINA, 2001, p. 17) Assim, a promogao de processos continuados e permanentes de desenvolvimento de capacidades e de Educagao Ambiental para a Gestdo de Aguas constitui iniciativa es- tratégica fundamental para assegurar a sustentabilidade do crescimento da economia e a promogao do desenvolvimento sustentavel. (MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE, 2015) Entendendo que educagao ambiental é um processo que deve partir do interno para © externo, levando a mudangas de hdbitos e comportamentos como pequenas iniciativas no lar, escola, bairro, até alcangar uma abrangéncia mais ampla, que envolva uma regido, estado, pais, beneficiando todo o ecossistema e a humanidade, nesse proceso, a familia a escola figuram como os principais responsaveis por disseminar a importéncia dos bons habitos e da consciéncia ambiental. Os resultados obtidos sao levados pelo resto da vida e disseminados, garantindo a eficdcia e a construgao de uma sociedade mais responsavel ecologicamente. No Brasil, com a aprovagao da Lei n° 9.795/1999, que institui a Politica Nacional de Educagao Ambiental, e dentre varias premissas, a lei afirma trata-se de um componente es- sencial e permanente da educacao no Brasil, que deve estar presente de forma articulada, em todos 0s niveis e modalidades do proceso educativo, em cardter formal e nao formal A Politica Nacional de Educagao Ambiental — PNEA (Lei 9.795/1999) estabelece, ‘como um dos objetivos estratégicos da EA, o incentivo a participagao individual e coletiva, permanente e responsavel, na preservaco do equilibrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparavel do exercicio da cidadania. De forma coerente com a politica das dguas, a construgo de uma cultura da participagao, qualificada com o didlogo, mostra-se como um dos eixos centrais da PNEA. Segundo o artigo 1° da Lei 9,795/1999, entende-se por educagao ambiental: Os processos por meio dos quais o individuo e a coletividade constroem va lores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competéncias voltadas para a conservagao do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essen- cial A sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. (BRASIL, PNEA, 1999) E complementa ainda no seu artigo 5°, também como um dos seus objetivos funda- mentais que a educagao ambiental deve promover o desenvolvimento de uma compreensao integrada do meio ambiente em suas miltiplas e complexas relagées, envolvendo aspectos ecoldgicos, psicolégicos, legais, politicos, sociais, econdmicos, cientificos, culturais e éticos. iD Rol Ce Ue ee LOS Ce eu Ue Te 29 Sy ee eeu Oe Co Cuca Cece eS Cee Oa ee eee ee eee Ca Oe en) ERC RCM eee tte eS a Ie a Reco es Um Ca pelo homem e dos residuos gerados por eles. Para tentar diminuir esse impacto, varios Ce eS etn On en eC ORO een ne Se ne te ae oem a Rec em es eet melhorias ao longo dos anos, mas muito ainda tem que ser feito diante desse problema eeu ae SCs ccc een oC ORI cuca RRC cae Tee aCe Ca Roe Rea MUN n ite leks ey Fonte: desenvolvimento das atividades industriais. Adaptado. Disponivel em:

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