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Capitulo 3 Arepresentacao de si Nos evocamos, muitas vezes, ao longo do capitulo 2, 0 conceito de representacao de si, com seus distirbios provocados pela tensidade das angustias arcaicas, que a crianca nao consegue assumir devidamente através do prazer de fantasmar e de agir. Antes de abordar melhor 0 conceito, preferimos ilustra-lo mediante a descrigto de seqdéncias de um video de quinze minutos, filmado no Centro de Tours. Essas seqiéncias acompanhadas de comentarios sobre a crianca, sobre o espaco ¢ © material, bem como sobre a relagdo com a educadora, colocam 'm evidencia a continuidade temporal de si. Chamaremos a ‘“Tianea de dois anos, Paul, ¢ a educadora, Chantal, Algumas palavras sobre “a continuidade de si”, Fla se envolve depois do quinto més ¢ se deve a qualidade das LauasOes vividas entre a crianga e o ambiente que se deixa siusformar continuadamente. A continuidade de si resulta da © da continuidade dos processos de transformacao que Rim uma unidade de prazer ininterrupta, que garante a san tetiva. O sentimento de continuidade de sifunda-se, "vamente, no prazer da continuidade de ex ; No weal’ A¢6es simbolicas, como ser de criagdo, de Wo, ¢, actescentamos, como ser de conhecimento. '0 de continuidade desi supée um funcionamento Para o mundo dos outros, ao prazer de ser si seni IC volta CO METODO AUCOUTURIEK — Fanaa mesmo e aberto ao prazer de viver com € para os OULFOS: Quanto a0 conceito de si, ele nao ésomente uma instancia psiquica como © Ego, mas sim uma representagao da pessoa inteira do sujeito, que englobao que ésomatico eo que épsiquica. © “si” se manifesta pela via do registro simbélico ndo-verbal, assim come pela dade das palavras que exprimem emogoes eaintimidade da vivencia. 1. Paul ea corda Paul brinca com uma corda vvermetha e pega dus bolas de ping- jpongcom amo diteita; corre ands 7 farrastando a corda. Paul deixa cait 7 ‘umas almofadas (sempre segurando corda as duas bolas) e circula entre 7 as almofadas, Uma crianca se opde® cle; Paul se zanga, recolhe a corda € anda novamente entre as almofadas) 7 colha em volta de sie vail embora. Paull sobe num colchao, depois se desloca na presenga de outras ‘riangas, sempre segurando a corda as duas bolas. Ele volta para almofadase sesenta, dizendo: ‘para dizer “en estou atl ‘A uma educadora que IB respond: Old, Paul. ‘Uma erianga entra n0 derijo de Paul, este reage © descontentamento € sal part 4 5 segurando a corda eas duas bole ‘Paul arrasta a corda ao at para e olha algumas eriancas ‘batem num tambor. Paul jogaa corda eas duas bol édeixada no chit. , dirigindo-se para 0s tambores;acorda, pal durante essas diferentes sequéncias, se apropria da ae dluas bolas, buscando espagos protegidos onde possa se instalar, Uma vez instalado, ele provoca uma educadora para ser reconhecido em seu espaco, mas € contrariado por uma outra craneae prefere i embora. O desejo de brincar com o tambor é is forte que o de possuir os objetos: ele abi : ele abandona joga as bolas para longe. Ele , Durante essas diferentes sequéncias, Paul revela seu desejo le ter seu proprio espaco e busca uma relacdo com a educadora. e Paul se apresenta diante de Chantal, segurando a corda vermelha e uma ola azul; joga a bola para Chantal eesta a segura; Paula retoma para si Chi ‘antal faz um circulo com a corda de Paul; este coloca a bola no ctrculo £0 fecha cor a 1m precisa, fazendo com que as dias extremidades se toquem. Endo, Paul, ~Otha tisfeito diz: Arepresentacio de si (© METODO AUCOUTURIER— Fantasmas de ago epritica picomatore Paul entra no efreulo ¢ 0 rompe, dizenndo: Oh, quebrado. =O efreulo quebrou, retoma Chantal. Pauilconserta, fazendo com que as extremidades se toquem novamente Pronto, diz Chantal, esta consertado. Paul bate no peito, Chantal chama Paul pelo nome. Ele entra no eftcul ‘segurando sua bola azul Esta segunda seqiiéncia anuncia todo o resto da brincadei Chantal, tendo observado anteriormente Paul nas almofada responde ao desejo de Paul de ter um espaco bem delimitado. A consideragao, por parte de Chantal, com Paul, cria imediatamente ‘uma relacao; ele se sente protegido e cercado. Quando 0 cfreulo é rompido ¢ depois consertado por Paul, ele manifesta sua alegri ediz “sou eu”, batendo no peito; ¢ Chantal reforga dizendo “Paul com o objetivo de identificar bem a crianga e seu territério. Aos dois anos, a crianca esta plenamente identificada com 0 espaco. Paul dé uma corda amarela para Chantal; ela constréi um efrcul ante ao de Paul ¢ este manifest sua alegeia, Paul e Chantal esto emt dois territérios diferentes. seu, o que simboliza a relacao deles. Paul e Chantal tm cada um io, mas um elo os une. Paul coloca a bola no espago de (Chantal sem largé-ta, depois aretoma ea coloca em seu territ6rio; ele esta contente e brinca com a bola. I: “aqui, sou eu” e ld “€ voce". Chantal destroi seu espago, Paul fica contrariado, joga a corda de Chantal, que reconstroirapidamente 1¢0, Paul retine as duas extremidades da cords ¢ recria depressa o espaco de Chantal, Cada um encontra seu territério, Paul manifesta sua alegria, Paul vive mal a ruptura do territorio de Chantal, pois a seguranga de seu proprio territorio é, nos parece, dependente do de Chantal. A relacao entre o territério dos dois ilustra bem a relacao afetiva que os une. Paul parece dizer para Chantal: “Eu 6 estarei aqui se vocé estiver”. Chantal passa para o territorio de Paul, que, contratiado, the indica, apontando com o dedo, para voltar para seu espaco: -L4, dizele Depois que Chantal volta, cle pula de alegria e brinca com a bola & tagdo de si Arepresent ‘Trata-se de uma provocacao de Chantal. Paul se recusa a que seu territorio seja invadido, até mesmo por Chantal. Ele defende esse territén Jacques se aproxima do territério de Paul e este o olha intensamente. Jacques se afasta, 0 que agrada a Paul. Parece que ‘aaproximacdo de Jacques é uma ameaca para Paul, uma ameaga para seu territorio, assim como para sua relagéo com Chantal. A bola que Paul continuava segurando rola em directo a Chantal, Fstaaseguta poralgunsinstantes, Paul fica contrariado, grita, gesticula. Chantal Ihe devolve a bola; Patil fica sasfeito Abola éo objeto de Paul, objeto que lhe da seguranca, sendo, ao mesmo tempo, seu tertitério. Que relacao existe entre a forma arredondada no chao ea forma esférica da bola? Chantal coloca sua corda invadindo o terttorio de Paul. Este, contrariado, levanta-se rapidaanente e joga a corda de Chantal para fora de seu territ6r Depois ele pega sua corda, se afasta de Chantal e reconstrél seu proprio territ6rio com cuidado, fazendo encontrarem-se as duas extremidades. Paul ‘entra em seu territ6rio segurando a bola. Chantal e Paul estao sentados, cada ‘um em seu espaco. Essa foi mais uma provocagio por parte de Chantal, mas Paul se defende e recusa a invasao de seu espaco por ela. O tertit6tio de Paul ¢ vital! Ele o defende, mesmo sob pena de colocar em risco a sua relagéo com Chantal. ‘Chantal rompe novamente seu espaco. Paul dé sua corda para ela, que the diz: = Voce quer que eu entre af? Ela constréi um eftcilo em volta dela com a corda de Paul este, contrariado, péra, Entdo, Chantal envolve omenino e ele diz: —Assim!, aperfeigoando seu territorio ao juntar as duas extremidades da corda, Paul entra em seu tervtério, continuando a segurara bola junto a0 corpo, manifestando sua alegria Paul deseja que Chantal tenha seu proprio espaco, tanto quanto ele, ¢ Ihe da, entéo, sua corda, Mas percebe logo que, assim, cle vai perder seu territ6rio, pois sua corda é um simbolo desse territorio. ‘Chantal faz varias tentativas para entrar no territorio de Paul: ela 0 seduz, o solicita, o convida eo provoca: ~Eu paso ficar com voc8? Posso vir para cd? Vern vocé aqui para 0 meu. Voce me da sua bola? Mas Paul resiste as tentativas de invasiio. Chantal tera, entao, de buscar outras solugdes para se reaproximar dele. Chantal envolve oespago de Pail comsua propria corda. Este observa A reprosentag «¢, depois, brinca com a bola, Arruma com preciso as duss cordas para {que se toquem e diz: — Pronto, quando os dois espagos se tangenciam. Mas, bruscamente, ele rompe o espago da educadora e diz: Quebrou-, consertando-o depressa, Sentado no interior de seu tentorio e envolto pelo espaco de Chantal, Paul brines com sua bola. Paul aceita que seu territ6rio seja envolvido pelo espago de Chantal, onde ele se sente inclufdo. Mas essa incluso nao pode ser vivida como um aprisionamento que libera a agressividade destrutiva de Paul? Entdo, cle manifesta sua ambivalencia: fechado ‘emvolta, mas livre! Entretanto, ele fica contente por estar sozinho protegido, contudo, por um envelope. Pierre pega a corda de Chantal, que contorna o territorio de Paul ste fica furioso e grita. Pierre larga a corda e Paul recupera as duas ‘ordas, indo embora com sua bola debaixo do braco; ele da a corda que pertence a Chantal e fica coma sua. Paull fica contrariado porque Pierre destréi o espaco de Chantal, que dava a ele um duplo envelope de seguranca. Chantal conste6i um espago com sta corda ¢ Pierre @ pega; Paul, furioso,jogaacorda de Chantal, O conflito seagrava entre os ois meninos Pierre cal no chao. Paul continua segutando sua corda esua bola Paul demonstra violentamente a Pierre que ele nao tem 0 direito de pegara corda de Chantal, pois foi ele que deu a corda para que ela fizesse seu espaco. Paul pega uma terceira corda, verde, ea entiega para Chantal. Esta constréi umn espaco no chio, onde Pierre entra, Paul se afasta, dizendo:~ ‘Tehau—, Chantal responde: ~Tehau, Paul Sem poder fazer nada contra Pierre, até porque Chantal nto se op6s a Piette para defendé-lo, Paul se resigna e parece dizer Ihes: “Agora brinquem vocés dois”, “eu dou a corda par mas fico com a minha e vou embora com minha bola’. verdadeiro psicodrama vivido por uma crianga de dois anos. Pierre entra no espaco construf- do por Chantal, Paul, sempre se- gurando sua corda ¢ sua bol também nesse espaco. Pierre quer tomar a bola de Paul; este o ameaca ‘coma corda para afasté-lo e bate nele Chantal adverte: = Paul, voce vai machucé-lo. entra Paul nao consegue aceitar que Pierre entre no espaco construido por Chantal, nem que 0 outro ameace tomar a bola que ele segura desde 0 comeco da situacao. O resultado € a agressao de Paul contra Pierre. Pierre destr6i o espaco verde onde est Paul; Chantal constroi uma ‘superficie para cla, ¢ os dois meninos entram nesse espaco. Ficam os trés no mesmo circulo Assim, pro como este o ameaca, ! diz a educadora, e Pierre continua a atacar Paul, mas {As duas eriancas encontram tefigio no espaco de Chantal, masas agress6es e as ameacas continuam, Pierre abandonaa cena, liante da obstinagao de Paul, que reencontraa relagéo privilegiada L lacao privile la com Chantal i Arepresentacio de si OMETODO AUCOUTURIER — Fentasmas de ago e préticapsicomatora Paul, sempre com sua corda sua bola, est no mesmo espago de Chantal: = Onde esti a roda de Paul? pengunta ela E ele, feliz, responde: ~Aquii— mostrandoa corda que segura nas mais. Enfim reunidos. A pergunta que Chantal dirige a Paul é pertinente, pois ela sabe que, ha algum tempo, Paul esta acuado ¢ privado de seu territ6rio; entao, Paul apresenta a corda espontaneamente como seu espaco potencial. Ele possui a continuidade de seu territ6rio, independentemente da forma. A corda simboliza seu territério ¢ sua relagio com a educadora. Um territorio que ele defendeu com todas as suas forgas! O territdrio é uma projegao de uma representagdo interna continua, que Ihe garante sua identidade. 2. Analise tedrica A andlise das seqiiéncias do video mostra que a crianca defende com vigor seu territério. Ela quer manté-lo intacto, apesar das invasoes da educadora e dos ataques de outras criancas, as quais ela responde com dureza. A expressividade motora dessa crianga € clara! “Eu quero manter meu territ6rio e minha bola, e manifesto isso para voces!” Existe um laco muito forte entre a crianga e seu territ6rio, espaco vivido como vital, indispensavel para sua existéncia, ¢ esse espaco € defendido continuamente. Compreendemos que 0 espaco ‘ocupado pela crianga seja defendido com bastante energia e entendemos que deva ser realmente dificil para ela ver seu territ6rio invadido varias vezes pela educadora, que se torna, a0 mesmo tempo, a “agressora” e aquela que o havia construfdo antes. A crianca manifesta o quanto € importante ter con- tinuamente um espago todo seu para ser ela mesma, dife- renciando-se da educadora, Ela pode perder seu territério, mas tem a permanéncia deste, através da corda, que Ihe permite reconstrut-lo, Ela antecipa seu espaco, mesmo que este nao esteja nda construido. A continuidade emocional da crianga é evidente. Cada vez que cla esta em seu territorio intacto ou o reencontra, ela exprime sua alegria com mais ou menos intensidade, conforme a situacao de dividi-lo ow nao com a educadora. Mas toda vez que a crianga 0 perde ou que a educadora perde o seu, ela fica contrariada e furiosa, Reencontrando seu territ6rio, a crianca vive o prazer de ser envolvida, 0 prazer narcisico de ser ela e de viver sua identidade. Privada do territ6rio, ela fica privada de seu prazer de set si mesma, e entio se revolta, A privacio espacial é um limite para seu prazer de ser, para sua identidade. Isso evidencia aestreita Felacdo que existe entre a crianca € 0 espaco. Acrianga, em seu territ6rio, vive um sentimento de plenitude, sentindo-se unificada, mas, quando o perde, ela se vé desunida, desestruturada, Como resultado aparecem as reagoes de mal-estar ede agressividade. Existe uma ligagdo entre a liberdade de criar seu espaco, com base na relagao com 0 “objeto” perdido, eo prazer de ser si mesma; existe, também, um laco entre a perda de seu proprio espaco € 0 sentimento de fragmentacdo, de despedagamento ¢ a agressividade. A continuidade emocional do prazer de encontrar seu espaco ede ser si mesma € a prova de que a crianca assume a angustia da separacao do objeto de amor. Por outro lado, a emogao da crianga ¢ forte quando seu espaco € envolvido pelo da educadora. Alias, ela faz com que os dois espacos se toquem, como forma de dizer; “Se eu toco voce, voce também me toca, ¢, assim, eu me sinto mais protegido”. Accrianga se ve duplamente envolvida e protegida no espaco da educadora, sem se perder, permanecendo ela mesma, 0 que tuaz, como conseqiténcia, a seguranca da continuidade de seu A representagéo de si : 8 3 § 1 a 8 3 8 8 & > ° prazer de ser si mesma: “Eu soxen em voce”, condiglo para “ser eusem voce”. ‘A seqiencia de inclusto do espago de um no espaco do outts ‘no qual eles sto dois em um s6, faz referencia & constituigio do tavelope do bebé, dependente do envelope que a mae Ihe oferece, {que Ihe dé seguranca eo unica. Por conta desse duplo envelope, ties sio dependentes um do outro sem, contudo, perderem-se um no outro. ‘A incluso em um espaco desejado, no qual a crianca € reconhecida onde ela pode expressar seus desejos, seus fantasmas tacusafetos, é um espaco de seguranca eliberdade, necessério construgao de si, “Antes de abordar a continuidade do pensamento cognitive da crianca, parece-nos interessante evocar o sentido dos dots abjetos utilizados pela crianea, a corda ea bola, durénte toda a situacdo, ¢ dos quais ela jamais se separou. Trata-se de dois objetos que cla defende energicamente, que nao quer perder: uma & rejsformavel, a corda, o outro, a bola, permanece intacto, Sao dois objetos que The trazem seguranca afetiva e bem-estar ¢ AX tem um sentido inconsciente. A corda é um objeto que serve Pat +, manter, 6 simbolo de cordao, aquilo que permite rmamter uma relago, a0 passo que a bola, por sua forma plens poderia evocar o seio, mas sua capacidade de woar no ss? aorta wm simbolo arcaico de onipoténcia félica. Segundo E Gaddini, os simbolos de forma redonda estariam mais na catego dos simbolos sexuais “pré-diferenciados” Tigar, amarra fechada. Essa represe fora do corpo, cuja evolucao se esten periodo anal. "A forma redonda é a primeira representacao estrutura si, projetada para o exterior, do mesmo modo que, mais 35 7 Gaconi £. “Image corporelle primaire et période phallique, cons sur la gendso des symboles de forme rondo", in Sc an teres ‘espaciais ¢ geométricas (a construcdo ea simetria) e, depois, todas as construgdes futuras da crianca, devem ser consideradas como projecdes dessa representacao, : Essa prine representagio de i é semelhante @ uma bolsa fechada {uma forma cixcular), na qual os orificios naturais poderdo ser figurados pensamentos* _O fechamento da forma, na qualacrianga insite tant, tem osigitflcada decheunscrevexa enetgla dos tstatlos emoclonals e fantasmaticos da pulsionalidade motora, assim como 0 término ae sap circular permitiré a crianga entrar em um mundo tepoa ine spate do qual ela vai adquirir referenciais de A permanéncia da forma redonda fechada é uma conti- nuidade cognitiva que a crianga mantém sem concessio. Podemos compreender,entdo, porque ela recusa a intersecto de seu espaco com ¢ da educadora, que o priva em parte da seu mas acelta bern a inclusto ou as tangent interns € exten, pois seu espaco esta protegido e, sobretudo, permanece inteiro. 3. Reflexdes sobre a representagio de si on A ce ae fechada preservada com tanta energia € ees mu 4 crianca constituiu para si uma representagio const, lespeito dos perfodos tormentosos inevitaveis que le enfrentar ao longo dos dois primeiros anos. « ; heen representacio de si é uma estrutura de permanencia ia na continuidade temporal da unidade de prazer - ay ERGER, M. Les troubles du développement cognitt Privat, Toulouse, 1992. A representagio de si interiorizada, nascida da propria continuidade do prazer das transformacdes corporais recprocas, vividas durante as interagdes. E uma estrutura de permanéncia que se constroi simultaneamente construcao da permanéncia do “objeto-mae”, durante o perfodo pré-verbal. © A representacao de si procede de uma perda assumida naauséncia do Outro. As primeiras atividades simbolicas do bebe, sustentadas por uma dinamica de fantasmas de ago, manifestam a precocidade em se representar: tocar, tocar-se, movimentar-se no espaco, assim como as ecolalias, as ecomimicas, as ecopraxias, ou seja, todas as atividades ritmicas que dao provas da representagao de si. Todas as produces simbdlicas da crianca, até aquelas que parecem mais distantes, como as identificagoes, sto sempre formas para se representar, para “falar de si”. © A representacao de si ininterrupta contém a energia pulsional dos fantasmas de agao e permite a crianca viver: ~o prazer da continuidade de seus limites corporais, assim como o prazer da continuidade do espaco e do tempo; ~o prazer da continuidade da vida pstquica, de seu desejo de ser e de viver emocionalmente; — o prazer da continuidade do pensamento associativo, antecipador de relagdes € agdes imaginadas. © A representacao de si € um continente de pensamento: “Um continente de pensamento nao existe por si s6. Ele € uma representacao inconsciente que o sujeito tem de si mesmo de ter sido envelopado, unificado, gragas a interiorizagao de certo numero e de certa qualidade de experiéncias-limites psi- cossomaticas, cuja origem esta situada em um perfodo pré- simbélico e pré-verbal” > * Gmeuo, B. La pensée décontenancée, Bayard, Par © Para nés, a representacao de si é um continente psfquico que perdura no campo do nao-consciente, até mesmo do pré- consciente. Ela é um continente ativo, indispensavel ao prazer de ser si mesmo, ao prazer de sonhar, de imaginar e de pensar. Mas qualquer dificuldade ou abalo da imidade de prazer, causados por um mundo intrusivo, violento ou excitante, cria uma perda da continuidade de si, que tem como consequencia distirbios da representacdo de si, podendo ser mais ou menos graves ¢ demandar uma ajuda terapéutica. Pode aparecer, nos casos mais graves, a perda da consciencia do corpo, do espaco e do tempo, bem como a perda do reconhecimento da imagem no espelho. ‘Também podem aparecer um sentimento de corpo deformado 0 de se estar “mal consigo mesmo," associado ou no a sindromes de despersonalizacao, hipocondria, dispraxia, marcadas por um desajuste importante. Sobre a imagem desi ‘A imagem de si € a representagdo mental consciente e a avaliacio aque cada um faz de si, a todo instante da vida e das cicunstancias.. Ela procede da avaliagdo feita por cada um de suas proprias relagdes, conhecimentos ¢ competéncias.? A-conquista da imagem de si € um objetivo da educacao. A identidade ea representagdo de si vem ao encontro uma de outra: adquirir a identidade significa permanecer semelhantea si mesmo diante das dificuldades de sua evolugao, Adquirir a identidade é transformar-se diante da diversidade das experiéncias, sem perder sua propria continuidade do prazer de ser si mesmo. “INIT. Ci. observacéio feita na nota n. 32, capitulo 2 5 Gaauo, B. La pensée décontenancée, Bays ira parte, Araprecentagio de si Capitulo 4 Aexpressividade motora da crianca Ao longo da primeira parte deste livro, empregamos com frequencia o conceito de expressividade motora que gostarfamos de explicitar bem, pois ele ¢ indispensavel para o psicomotricista, A expressividade motora ¢ a referencia a partir da qual 0 psicomotricista “trabalha” No livro A pratica psicomotora —reeducacao e terapia,! eu jé havia enunciado aidéia de expressividade psicomotora da crianca “como uma man iginal e privilegiada de ser da crianca no mundo... que atualiza uma vivencia longinqua, cujo sentido podemos captar gracas as mais diversas variagoes de sua relacao tonico-emocional”. Essa definigéo permanece valida, mas consideramos que, hoje, “vivéncia passada” pode beneficiar-se de uma nova luz a seu respeito. A motricidade € 0 caminho Privilegiado de expressao dos contetidos inconscientes que so os fantasmas de agao, Estes guardam 0 sentido oculto do desejo de recriar o objeto de amor origindtio e de agir sobre ele, ou para amié-lo, ou para odia-lo (para dele se apropriar ¢ destru‘-to). Assim, a crianga poderia expressar-se: * Aucouruatr, B., Darnautr, 1, Earner, J. L. La pratique psychomotrice ‘8éducation ot thérapie, Edition Doin, Pais, 1984. Neste livro,utlizamos aidéia de expressividade psicomotora da criangs, 0 que nos parecell ser uma redundi medida em que 0 conceita de expressividad j& contém uma fa de contesidos inconscientes, ‘siiassmas OB agZo e pratice psicomotore “Bu me sproximo de voct porque eu tenho o deseo de lasti-lo, ou extto,ca me alsto de voetporaue deseo que voct se aprosime de alts, para aque eusefac. “Ea desaprego porque deseo que voct me procure ou entlo, eno procure porque deseo que vootdesaparera, para queen sen eu.” “Eu agrido voce porque deseo que voc! me ame ou entlo, euamo voct para que esac" porque desejo dest A expressividade motora permite a crianga fazer aparecer 0 “objeto” através do conflito entre o desejo de amé-lo ede odié-l Sabemos que a evolucto desse desejo depende amplamente da maneira pela qual os pais permitem a crianga viver a continuidade do prazer dessa contradicao inconsciente. Aexpressividade motora é uma construcao do psicomotricista, fruto de uma compreensdo tedrica que the permite captar, mediante o prazer das relagdes que a crianga estabelece com as pessoas e o mundo fisico, de que modo essa crianga resolve esse conflito inconsciente, vivendo, assim, o prazer de ser ela mesma. ‘Acexpressividade motora €paraa criangaa maneira de manifestar ‘oprazer de ser ela mestna, de construir sua autonomia, de expressar 0 prazer de descobrit e de conhecer o mundo quea cerca O prazer de ser si mesma anima o sentimento de ser livre, ou seja, de ir o mais longe possivel na realizagao de si e na alegri: com os outros, pois aalegria ea liberdade residem no compattilhar. Ao contratio, o inferno nao € 0s outros, mas sim, o individualismo, 0 egofsmo, o fechamento em si mesmo ea solidao. O.afeto de prazer, bem como, sua dimensio pulsional, do _indissociaveis: da expressividade motora. Entretanto, é.necessarie- ‘observar na crianga duas modalidades de expressio do prazer que encontramos freqtientementé tia pratica, O prazer da repetigao das agdes nunca € o prazer do identico, mas sim, o da repeticao.criadora de transformagdes internas € externas que_ _enriquecem a atividade da crianga. Essa repeticao est4 sempre Viver o prazer de sersimesma aberta a novas relagdes, & comunicagao ¢ a criacgdo pessoal_ou céletiva (ao passo que a repeti¢ao.com base no desprazerfechaa crianga para o mindo). A repeticao do prazer é um processo que: ~ da seguranca a crianga e cria o.desejo-de conhecer-e antecipar agdes sem angistia; ~estimula a capacidade de ajuste ritmico e tonico-emocional ao mundo externo; “=“desenvolve a capacidade de atencao-necessaria para.a memorizacao das agdes, assim como para o desenvolvimento da inteligencia pratica, Alem disso, ¢ importante precisar que a repetico do prazer determina a duragao das agdes de transformacao e das-relagdes, facultando a crianga a possibi Progressiva de um tempo hist6rico. Entendemos que a atencao A expressvidade motora de crianga © METODO AUCOUTURIER — Fantasmas de agéo ¢ prétice psicomotora mantida por uma dinamica de dominagao, nascida dos fantasmas de agao, é um fator indispensavel para a afirmacao de si. Sobre o prazer da suxpresa: ~ Accrianga pode fechar-se em certas atividades repetitivas € monotonas e seu prazer desaparece progressivamente para dar ugar a certo cansaco. — A ruptura da monotonia, criada pelo imprevisto de um acontecimento externo mais ou menos esperado, cria uma forte surpresa emocional, que nao é senao uma descarga de afeto de prazer, devida & transformacao répida da atividade tonica. A surpresa desperta o prazer da sensorialidade da crianca, além de sua curiosidade. 1. As condigdes da emergéncia da expressividade motora Q psicomatricista deve criar as condigdes necessarias para a emergencia da expressividade motora da crianga, pois a liberagio. dos fantasmas de aco sé € possivel num espaco de seguranca afetiva, no qual a crianga vive o prazer de agir eo prazerde sua transformaciio ténico-emocional. E preciso, entdo, considerara variabilidade da expressividacle motora, em fungao da seguranca afetiva que o adulto oferece a crianca. 4 A esse respeito, vimos intimeras criangas, com comporta- mento dificil no meio familiar, na instituicao escolar ou médica, mudar radicalmente sua expressividade motora, na medida em — que lhes oferecemos uma relagéo de boa receptividade e de escuta z emocional para seu sofrimento psiquico. Assim, em um ambiente de seguranca, constituide pelo espaco eo material colocado a disposicao da crianga ¢ mantido pela disponibilidade de acolhida e de escuta emocional por parte do psicomotricista, a crianca se sentira “envolvida” e capaz de_ viver plenamente sua expressividade motora, carregada de afeto._ de prazer. Nos destacamos, na ajuda psicomotora terapeutica, importancia das “tessonancias tonico-emocionais recfprocas” | entre o psicomotricista ¢ a crianga, que condicionam 0 desbloqueio da expressividade motora das criancas com dificuldades. Mais adiante, no capitulo sobre a prética terapéutica voltaremos.a esse asstinto. i 2. A evolugdo da expressividade motora Observamos, progressivamente na crianca, uma lenta diminuigdo da pulsionalidade que sustenta a expressividade motora: diminuicao que se deve ao. desenvolvimento da capacidade de simbolizar, a0 desenvolvimento identitatio e & Tinguagem. Entre seis e oito anos, a partir do momento em que a crianga olha pra si mesma, isto 6, quando ela se torna capaz de se ver agindo, aparece uma etapa importante da evolugao da expressividade motora, Nesse momento, ela tem acesso a certa tomada de conscitncia de que ela existe no mundo como tendo um corpo, suporte do prazer sensorial e fisiolégico de sua existencia, Essa etapa € concomitante com as capacidades de abertura paraa descentracao, que correspondem a uma mudanca de estado. tonico-emocional, ou seja, a um afastamento da intensidade dos afetos ¢ da pulsionalidade, notando-se que as capacidades de descentracao, na menina, sao certamente mais recoces que no menino da mesma idade. Entretanto, apesar da evolucao psicologica, cada crianga tem um estilo bem original de expressividade motora que demonstra a qualidade tOnico-afetiva das primeiras relagdes nao verbais. 3. A sala, lugar da expressividade motora: metafora do corpo da mae © espago, posto a disposicao da crianga com seus lugares ¢ seu material especifico, é um espago simbélico de apoio e de & A expressvidade motora da cranga OMETODO AUCOUTURIER— Fentesmas de ago e prética psicomotore seguranca, que-representa.o,zorpo-da mae ¢ no qual a crianca pode viver sua expressividade motora. Rolar, girar, andar, equilibrarse, eair, saltar, pegat, tocar, gritar, rr, balancar-se, agachar-se, destruir, construit, esconder-se e descobrit-se sto muitas das atividades simbélicas de prazer que permitem a crianga fazer surgir 0 “objeto-mae”, apropriando-se simbolica- mente desse, para melhor dominé-lo. © espaco vivido pela crianga é uma representagdo de um corpo muito amado sobre o qual ela anda tranquilamente, equilibra-se com seguranga, cai, rola, salta com prazer, pega os objetos com delicadeza e firmeza, mas, em outros momentos, esse espaco é uma representacio de um corpo pouco amado, a ser eliminado (no qual ela joga longe, aperta, ataca, destréi violentamente). O.espaco vivido da sala é wm espaco transicional que tema funcéo de preservar e desenvolver as capacidades fantasmaticas de acio, nas quais mae ¢ filho se confundem. Indo mais longe nesse raciocinio, qualquer criagdo ndo-verbal da crianga,.coma.o desenho, a construgio, a modelagem, tem o sentido de fazer aparecer a mie € a historia de suas relagées afetivas. Mas se a crianga vive uma forte limitacao de sua expressividade motora, por causa de exigencias educativas e pedagogicas muito rigidas, oespaco vivido e representado deixa de ser um espaco transicional que Ihe dé seguranga e a crianga nao pode ser ela mesma: nesse caso, a agressio ¢ a provocacao triunfam, 4. Os disturbios da expressividade motora Se a crianca ndo consegue/resolver o conflito entre amar e odiar 0 “objeto” um desejo de destruigfo ¢ uma angristia de perda perduram no inconsciente: a agitacdo motora e a passividade motora com base no desprazer sto sintomas dessa angustia. A expressividade motora, nesse caso, tem o sentido de um profundo mal-estar. Os distuitbios da expressividade motora so acompanhados pelas manifestagées da alteracdo psicomotora. A agitacdo motorae a passividade motora sao igualmente sintomas do softimento pstquico, ocasionado por uma deficiéncia de integracao psicossomtica em seu nfvel mais arcaico, O continente originario nio esti maduro enquanto a crianga constituir para si uma “segunda pele”, da qual falamos antetiormente, onde funcao muscular est superexcitada e a hipertonia assegurada/Nesse caso, a agitacdo motora € uma busca de asseguramento impossivel contra a angus tata-se de um “pscudo-asseguramento” com relagao & auséncia dolorosa do “objeto”/A criana, na inseguranca afetiva permanente, niio hesita em manifestar, através da expressividade motora, aquilo que limita sua propria construgio de si. Algumas criangas, em solrimento psiquico, se entregam a anguistia, mas ndo buscam este “pseudo-asseguramento” pela agitacdo motora las se deixam levar, no entanto, pela inibicao, pela depressao latente e pela hipotonia/‘A inseguranga interior causada pelos engramas de “inibacdo” e pelos afetos de desprazer, bloqueia o prazer de ser si mesma e de descobrir 0 mundo. As repeticoes, a fixidez { Os distirbios da expressividade motora se completam pelas manifestacdes repetitivas! repeticoes de atividades, devidas & fixidez de imagens obsessivas de absorcéo, de agressio, de destruicao, de expulsio e de regressdo, assim como pelas imagens desobrevivencia, de busca de si (metaforizadas pelas cenas da “pré-historia”), Essas repeticdes estao sempre acompanhadas de fixidez emocional que expressa o sofrimento psfquico e 0 mal- estar interno. As variagdes tOnico-emocionais so imposstveis, Para as criancas que apresentam fixidez emocional, a ajuda consistira em desbloqued-la pela via das briticadeiras de Feasseguramento profundo, modificando, assim, suas imagens obsessivas. “As ressonancias tonico-emocionais” compartilhadas entre a crianga 0 terapeuta vio permitir esse desbloqueio. A exprestvidede motore da cianga OMETODO AUCOUTURIER— Fantasmas de acio prtica psicomotore Uma estratégia de ajuda sera estudada no capitulo dedicado clinica. Os distirbios da expressividade tmotora s4o os indicadores: ploritiios que destacaremospara uma ajuda peicomotora terapeutica 5. A observacao da expressividade motora a. Preliminares observar a expressividade motora-de-uma crianga sem atribuir-Ihe alguma coisa de noss de nossas intencdes. Quando um psicomot crianca a distancia, ¢ mais ainda, quando esta interagindo com cla, ele a ve pelo prisma mais ou menos deformado de suas” projecdes e de seus afetos. O psicomotricista envol aceita essas deformagées— subjetivas como se fossem normais. Elas revelam, no final das contas, que duas pessoas sensiveis estio interagindo e que vivem., “ressonancias tonico-emocionais” inevitaveis, necessarias paraa. emergencia dos fantasmas. Nao poderfamos explorar a subjetividade de qualquer observagio como um caminho para uma objetividade autentica mais do que fitiia?® Essas deformacdes devem ser o meio para o observador de se questionar sobre seu proprio olhar ¢ aprender sobre 0 que_ acontece com ele, quais s40 suas projecées afetivas, ¢ isso é ainda mais pertinente porque a observacdo do “nao-verbal” remete as. nossas emocées mais longinquas, assim como aos, nossos fantasmas e nossas anguistias mais arcaicas> 38@ 3 Ja méthode dans les sciences du 1980. mes, @ propos do la méthode de formation A objetividade com relacdo aos outros pressupde que sejamios objetivos com relagao ands mesmos, sem que para isso percamnoso sentido de nossa propria identidade.* A compreensio das angustias ¢ das emogoes, frente a certas situagées vividas pela crianca, est na origem de uma serenidade Psicol6gica criadora de uma “boa ciencia”, mais justae mais eficaz, Unto eficiente para realizar ma observagto do comportamento izacto de uma boa metodologia. Uma metodologia que nao esvare. lade de seu conteido ansiogénico, mas que, antes disso, a “domestique”, provando que ele também pode ser compreendid e pré- «laborado pelo eu consciente.? ‘Trata-se, entio, para o psicomotricista, deter a sua disposicao uma “boa metodologia”, que o ajude a se descentrar de suas, Projecdes para realizar uma observacdo com empatia ¢ com crianca se fara a partir da observagdo das relacdes nao-verbais que ela estabelece com as pessoas, com 0 espaco, com os objetos € com cla mesma. b. As condicées da observacao A observacdo da expressividade motora pode ocorrer em odos os lugares onde a crianca possa agir e brincar: na familia, na creche ou na escola maternal, mas nés privilegiamos a observacao num ambiente referencial, ou seja, oda sala da pratica Psicomotora, onde a crianca encontrara | condigdes materiais telacionais capazes de Ihe oferecer certa constancia, indispensivel ara a liberacao do prazer de sua expressividade-motora Por outro lado, parece-nos importante nao nos referirmos apenas @ uma Unica observacao, mas sim a varias delas, a fim de © *Deveseux G. Op. cit. + bid. g i i ! E OMETODO AUCOUTURIER — Fantasmas de ago © prética psicomotora a completar progressivaménte os parametros. Contudo, parametro muito caracteristico pode ser imediatamente revelador de um comportamento, na medida em que se tenha cer ia de observagao da crianga € que nao nos esse parfimetro tinico. c. Os parametros de observacéo A crianea vive a originalidade de sua propria expressividade motora, revelada através do prazer de todas as relagdes nao- verbais que mantém com o mundo exterior e consigo mesma meto¢ " que evocamos anteriormente deve permitir a0 psicomotricista observar parametros reveladores da qualida dessas relacdes e, por extensio, do prazer de ser si mesma. Ceres dud? mibiben dud olga ts Giaae pea (Os paranetrs do prazer de interagit) ——~ ee Aerlanca ékolidtada por outra vesso pelos pais, pelas © Quando recebe cuidades: durante a alimentacto, no vestir- se, despir-se, na hora do banho, de dormir, a0 despertar. =P ® Quando € solicitada a comunicar, brincar, coopera, 9 © Quando deve respeitaras regra. ~ Qual €0 ajuste sensorial, Onico e postural? Qual éa capacidade de transformagio tOnico-emacional? ~ Quiais sao os limites dessa tzansformagio diante do dominio das goes que Ihe S40 propostas? A.criancaSolicita 0 Ouro “# © Quando deseja ser protegida, estar em seguranca, ser ‘maternada, =P © Quando deseja obter um objeto, ~¥ ® Quando desea nterag: paraconuntcar, brncarecooperte Como ela soli © Pela seducac agressio, a initacdo, antecipasao, provocacéo, convite, eck cutis transformacoes posturaise tonico-emacionals sao ‘ullizaclas para conseguir a dominacio sobre 9 Outro? © Quais sto 05 meios acionados: soriso, olhar, postura, CONGO. Yo2, gesto,alasismento, aproximagao, mudanca de ritmo, a % © Como ela rompe as interacoes? Aatensejoara como Ouro ‘Como ela é atenciosa? © Ela da, seeebe, esewta, acolhe, espera, preve,anteipa, ¥& Hla fica sensivel as emocdes dos outros. Fla tem “9 sentimento de soliitude” em relacio 20 Outro Acxpressividade motora das relagdes com o espaco (Os parametros do prazer deser e de agit no espaco) ‘notes te lia ilea sia] © Os encadeamenios posturas, motores e as repetigdes, utlizados pela crianca para adquitir oestégio em p& : & Asolidez dos apoios do equlibrio estatico ¢ dinamico, © Aseguranca dos deslocamentos, © 0s reajustes tonicos 05 € posturals quando acontece um desequilibrio, ae Némon © 0s tajetos privilegindos ou repetid oe petidos, conforme as direcoes ® Amol ade il No espaco: andar, correr, equilibrat-se, ir, cair, rolar, balangar-se, imobilizar-se, : ee ‘A expressividede motora da eisnge & (O METODO AUCOUTURIER — Fantasmas de agio e pritica psicomotora é © As posturas de imobilizagao em relacioo espaco horizontal eo vertical “Ve A fluidez corporal no espaco; 0 ajus |, asalteracdes de ritmo, amplitude do gesto esta inibicto. “Je Aantecipacio diante das dificuldades do espaco, ¥@ A apreciagao cognitiva do espaco: as direcoes, a di ayelocidade; Bled HeNdo coteicade: once : ©8 © A defesa de seu proprio espaco: os lugares privileglados, ncia, Anas oa © Asorganizacdes em conjunto eas construcoes. ‘A expressividade motora das relacdes com 0s objetos (Os paranietros do prazer de agir com os objetos) {oes eos ulizados pela rian © objeto tem um cardter particular? E sempre utilizado? yovem? ferentes objetos utilizados tém uma caracteristica Deonde ° comum? © A-evolucao dos objetos utllizades? (Grebe postural para " autilizacao. “© Oscaracteres da utlizagto do os = O ajuste ao movimento, & yelocidade, a0 ritmo, ao peso, a0 voluine dlo objeto. 4 © Amaneiradeagirsobre.o objeto: pegé-lo, mamte-to, protege- rutlo, desmonti-to, reconstrut-lo etc. 1 As transformacoes operadas sobre es objets” PO Aaliemancia ta construcdo-e dadestrulcso, =P @ Aconstrigo € mantida? O que faz ela com isso? | Arianca ea construcao) = @ Amaneira de construir.

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