You are on page 1of 3
Fe eT a eae rn ed A EDUCAGAO DO VER ~ INTRODUGAO A HCA: ‘A Arte esté presente em toda a Histéria da Humanidade, desde as origens a atualidade e em todas as sociedades, pois parece corresponder a finalidades e necessidades vitais. A Arte apresenta-se ao Homem como alimento espiritual e como companheiro insepardvel. Eles justficam-se mutuamente. (© Homem usa a Arte como talisma que o defende contra as forgas inevitaveis da natureza, através de uma sintonia ‘estabelecida pela prépria com os deuses e a Mae Natureza, Ela dé-se a ver como forma de didlogo com os deuses e consigo préprio (quando produz arte em busca do prazer, quando se quer passar uma mensagem, deixar uma marca — deixa de se ‘orientar para os deus para se dirigir para o Homem). Aparece como melo de satisfagao de necessidades estéticas na procura da plenitude (através do uso do modelo da sociedade - do cénone) A Arte também permite que o Homem seja mais humano, mais tolerdvel (Sem Homem néo hé Arte e sem Arte nao ha Homem) Procura-se que a Obra permanega continuamente no tempo, que adote uma forma de legado para as geragées, futuras, um patriménio estético. O00 ‘AM6 & época contempordinea, a Obra de Arte teve um carater estavel e permanente: quadro de cavalete, figurativo e acabado, sendo que hoje a propria se apresenta com mutdvel, numa sociedade onde tudo ¢ descartavel e as tendéncias mudam de dia para dia e com elas mudam também os conceitos artisticos, que podem ser inacabados e deixar asas & imaginagao do observador. Desde os finais do século XIX que as pinturas vim a ser salpicadas com tragos de subjetividade do abstrato — jé no se trata do que se vé, mas sim do que se sente. Progressivamente, novos suportes vo surgindo, Uirapassando-se a classica tela ou parede para se irem inserindo novos materiais; com isso, veio também a emergit 0 Novo quela que nao tem limites e que desconstréi qualquer cénone. A propria nogéo de Arte é posta em (Os anos ‘60/70 trazem contestagdo € manifestagao que provocam ruturas nas tradigées seculares, propando novas formas de arte — arte com mensagens, que chegam a chocar, mas nao anulou a necessidade do artista em ter um puiblico que dé sentido social a obra, Pode-se concluir que o Homem esté condenado a produgdo artistica e que a arte & parte integral e integradora do Homem e da sua especificidade cultural. ACULTURA DO AGORA: Contextualizacao Hislorico-Cultural A Arte Grega esté inserida num contexto histérico-cultural com tradigdes milenares; tem influéncias micénicas, retenses, cicladicas e egipcias. E uma arte original (os gregos foram pioneitos na representagao do Homem em marmores e & scala com uma perfeigéo notivel, foram também os primeiros @ criar templos inovadores), portadora de valores técnicos, cestéticos e dticos A Civilzagao Grega é bergo da cultura ocidental e rege-se sobre valores como a racionalidade, o antropomorfismo ‘20 idealismo (canone). Atingiu 0 seu apogeu nos séculos V-IV a.C. Digamos que esta cultura nasce com a concliagéo de condigées diversas que permitiram harmonizar 0 Homem com 0 Mundo: Condigées Naturais: 0 clima seco e quente evoca a boa disposigao, ¢ 0 solo pobre leva a que se procure noutros lugares, incitando o comércio, Por seu lado o Mar Mediterréneo apresenta-se como elo de ligago com outros mundos, permitindo ‘que se tragam descobertas @ que se comercializ. Condigées Etnicas: 0 povo grego resultou do cruzamento de varios povos: micénicos, cretenses, ciclédicos e egiacios; ‘© que inspirou o povo grego nos seus primérdlos. Fe eT eae Ot) Condigdes Sociais e Econémicas: 0 crescimento da populacdo leva a que se desenvolva o comércio e as descoberlas. Terra produtora de vinho e azeite, a Grécia Antiga, cria cerdmicas que transportardo os produtos @ que teréo como *rétulos” os feitos dos gregos, servindo como propaganda da cultura, Qualidades estéticas dos Gregos: »Racionalismo; »Antropomarfsmo; »Clareza (objetivo); »Idealisma/Realismo (tale qual) »Harmonia (matetica); >Rigor; »Proporgao (materia); >Equilbro »Rittmo (movimento); »Naturaismo, >BetolLti »Sentido Coletivo >Superioridade/Dignidade (querer melhor, com »Padrées de BelezalCanones. respeito pelo prox); Os gregos notabilzaram-se na Arquitetura, com a aplicagéo de critérios matematicos e geométricos, que se traduziam na rigorosa proporcionalidade das ordens (dérica, j6nica e corintia); pela harmonia entre as formas estruturais ¢ a decoragao aplicada; pela procura do equilibrio, naturalismo e idealismo visual ¢ verdade visual. © templo representa a medida, 0 modelo da Cultura Grega —o cénone. As acrépoles da Antiga Grécia eram construidas no ponto mais elevado das cidades, serviam originalmente como protego contra invasores de cidades inimigas, e eram quase sempre cercadas por muralhas, Os gregos criaram varias obras de arte para enfeitar templos, para celebrar vitérias em batalhas, as pessoas famosas e os mortos, e como oferendas aos deuses. > Periodo Aroaico e Classico: Escultura: Pouco depois de meados do século VIl a. C., os gregos comegaram a esculpir em mérmore grandes figuras de homens, ‘Assim 08 gregos adotaram o método egipcio de execugdo e também, em grande medida, o sistema egipcio de proporgées. {As semelhangas na pose e na técnica séo ébvias; as diferencas de estilo e fungao so mais subtis, mas extremamente importantes. O escultor egipcio fazia uma figura realista de um homem; a estatua grega é mais abstrata, Pois, para os gregos uma estatua desse género no deveria parecer-se apenas com um homem mas também ser um belo objeto em si mesmo. Assim fizeram dela uma pega de beleza ao impor trés elementos de composigdo a representago da forma humana: simetra, repetigao ‘exata de formas e uso das mesmas formas em diferentes escalas. Esse tipo de estétua (uma figura nua masculina em posicdo hirta e frontal, com o peso igualmente distrbuido sobre ‘ambas as pemas) é chamado de Kouros (plural Kourol), palavra que significa “home jovern” Jno inicio do séc. V a.C., a busca do artista grego pela superacao da rigidez das estétuas, 0 ménmore mostrou-se um material inadequado: pesado demais, quebrava-se sob o seu préprio peso, quando determinadas partes do corpo no estavam apoiadas. Para solucionar o problema, os escultores da era classica comecaram a utilizar o bronze, liga metélica que, além de ser mais resistente que o marmore, permitia criar figuras que expressassem melhor a idela de movimento, E introduzido um novo conceito, o contrapposto, trlando-se de uma postura em que o corpo se apoia sobre uma pera, enquanto a oulra aparece ligeiramente fletida (ex: Doriforo, de Policleto). Desta forma a escultura passa a poder exprimir-se através do corpo, prescindindo do mitico soriso arcaico e ganhando uma expresso de contemplacao. No final do século, Fidias entra em cena e 0 seu talento 6 glotificado através dos relevos das métonas, dos frisos e dos frontées do Pértenan. Ele consegue atingir os pilares da forma cléssica: naturalismo, equilibrio ¢ serenidade. 0 cénone de Policeto era que a estatua tivesse: a harmonia das partes anatémicas, um ligeiro movimento dos ‘ombros @ quadris, altura do corpo igual a sete vezes a da cabeca, ‘Auriga — estétuas dos vencedores do JO. Fe eT au eae Dylan Bonnet | 2258 Arquitetura: Na arquitetura grega, as edificagdes que despertam maior interesse sao os templos, construidos néo para reunir pessoas ‘em seu interior para o culo relgioso, mas para servir de residéncia dos deuses A caracteristica mais evidente dos templos gregos é a simetria entre o pértico da entrada - 0 pronau ~e 0s fundos ~ 0 opistédomo. 0 niicleo do templo grego era formado pelo pronau, pelo naus (recinto onde se situava a imagem da divindade) pelo opistédomo, Esse nicleo era cercado pelo perisilo (colunata ou conjunto de coluna). 33ST TTT SwTTTS ‘As colunas do templo sustentavam um entablamento horizontal, formados por trés partes: a arquitrave, o friso e a comnija, As colunas ¢ 0 entablamento eram construidos segundo os modelos da ordem dérica ou a ‘ordem jénica. ‘A ordem dérica era simples © maciga, A ordem jénica sugeria mais leveza e era mais omamentada Os templos gregos eram cobertos por um telhado descendente no probace sentido das laterais. Dessa posi¢éo do telhado resultava um espago triangular sobre a comija, tanto no péitico de entrada quanto no dos fundos. Esse espago triangular, denominado frontéo, era ricamente omamentado com esculturas. Além dos frontdes, as métopas e os frisos (ver imagem da pagina anterior) também eram decorados com esculturas que geralmente descreviam cenas épicas e elementos da mitologia greg. Destacam-se templos como Pértenan - templo dérico eo Templo de Atena Nike - santuario complexo que devia receber varias fungdes religiosas. Cordmica Os gregos fabricavam vasos com decoragéo pintada para servir 2 quatro finalidades: como recipientes para armazenar bebidas @ mantimentos; como equipamento para refeigées festivas; como recipientes de uso decoralvo e, por fim, como vasos cespecials para ser usado em rtuas (fais como, o casamento). ‘As pinturas dos vasos representam pessoas e as suas atividades quotidianas e cenas da mitologia grega. Parra —folha de vinha (numa cerémica representa 0 seu aspeto comercial) > Periodo Helenistico: © petiodo helenistica vai do século IV a, C. até 0 século Il a, C, O termo “helenistica’ refere-se & cultura iniciada sob 0 poder de Alexandre e seguida até o dominio da Grécia pelos romanos em 146 a. C. Escultura: © conjunto escultérico do século IV a C, apresenta tragos bem caracteristicos. Um deles era a representagdo, sob forma humana, de conceitos e sentimentos, como a paz, 0 amor, a liberdade, a vitéria, entre outros. Outro trago marcante foi 0 surgimento do nu feminino, pois, nos periods arcaico e cléssico, representava-se a figura feminina sempre vestida. A outra conquista do periodo helenistico foi a representago nao de uma s6 figura, mas de grupos que ao mesmo tempo ‘sugerem mobilidade e a preocupagéo com o belo em todos os angulos. Arquitetura: ‘A.casa novo luxo na vida privada No periodo helenistico, as casas ganham mais espago e se toriam mais valorizadas, Os patios da maioria das casas ‘eram adomados com graciosos peristios (galeria de colunas isoladas, em torno de um edificio ou de um patio). Mutas paredes simulavam aplicagées de mérmore ¢ belos mosaioos revestiam 0s pisos. O teatro: o ator toma-se protagonista Nas criagées dramaticas, tal como na vida, 0 énfase passou a rece no teatro, isso significava mais atengao ao ator do que ao coro. luo do que sobre o grupo;

You might also like