You are on page 1of 17
GaPITULO 1 CRITERIOS ESTRUTURANTES PARA O ENSINO DAS CIENCIAS Anna Maria Pessoa de Carvalho nsino ¢ aprendizagem sio dois conceitos que tém ligagdes bastante, pro- findas; fazer com que esses dois conceitos representem as duas faces de uma mesma moeda ou as duas vertentes de uma mesma aula é, ¢ sempre foi, o prin- cipal objetivo da Didética, Como nos mostra Moura (2001), a possibilidade de organizar o ensino de modo que permitaa melhoria da aprendizagem é uma premissa da Didatica desde Comenius (1592-1604). Assim, a Didética, is a drea do conhecimento que procura respostas as questdes: “por qué2” “o qué”, “para quem?” ¢ “como se ensina?”, deve transformar-se na mesma razio e na mesma diregao do cntendimento de como se aprende. Estes conceitos — de en- sino ¢ da aprendizagem, principalmente quando aparecem ligados a Ciéncias ~ sofreram muitas modificagoes a partir de meados do século XX, ¢ temos de procurar uma consisténcia entre ambos para que realmente espelhem o traba- Iho em sala de aula. Nao podemos mais continuar ingénuos sobre como se ensina, pensando que basta conhecer um pouco o contetide e ter jogo de cintura para manter- mos os alunos nos olhando e supondo que enquanto prestam atengao cles ¢s- tcjam aprendendo. Temos, sim, de incorporar a imensa quantidade de pesqui- sas feitas a partir dos anos 50 sobre a aprendizagem em geral e especificamente ENSINO DE CIENCIAS: UNINDO A PESQUISAE A PRATICA sobre a apzendizagem dos conceitos cientificos, incluindo, com destaque, as discusses de como os trabalhos em hiseStia.«filosofia das.ciémcias podem con- tribuir para uma melhor campreensio dos préprios canteiidas das Ciencias, funcionando como auxiliar em seu ensino e sua aprendizagem (Drive et al., 1996 e Adtiria-Bravo et al., 2002). Entretanto, essa incorporasio nao pode ser aleatéria, sem uma reflexéo que abarque todos os diferentes angulos dos processos de ensino aprendiza- gem. Na procura de uma ldgica interna, que integre coerentemente tanto o tra balho do professor quanto 0 dos alunos, procuramos identificar em cada um dos grandes eixos da didatica das ciéncias, que so aqueles que respondem as suas questes fiundamentais, critérios estruturantes que visem clarear e organi- zar as muitas influéncias softidas na disciplina. Podemos definir critérios estruturantes aos conjuntos de idéias funda- mentais, capazes de organizar teoricamente os distintos ‘0s ¢ modelos que reflerem_o stats epistemoldgico desta 4rea do conhecimento e suas rela- ras disciplinas académicas a propria pritica do ensino em ‘She de aula Ania ca 2003), Ens eo leven da set propor tespostas a. questées cotidianas do ensino ¢ da aprendizagem em sala de aula, além de integrar ¢ dar significado ao resultado das intimeras pesquisas que esto sendo realizadas nessa rea. QUE E POR QUE ENSINAR — O PROBLEMA DO CONTEUDO A SER ENSINADO Uma das questdes mais antigas da didética das ciéncias refere-se ao contetido que queremos ensinar, ¢ essa questo, apesar de antiga, ainda provoca muitas discussdes, principalmente quando se procura responder “por que ensinar 0 ntetido proposto?”. Desde as tltimas décadas do século XX, esto sendo propastas modifica ‘Ges nos objetivos da educacio cientifica que afctam_o entendimento do con- ceito de canterida escolar. Essas novas propostas, que no Brasil foram direcio- nas pelos Parimetros Curriculares Nacionais (PCNs), refletiram toda uma discussio internacional sobre o entendimento desse conceito. Exige-se agora que o ensino consiga conjugar harmoniosamente a dimen- CRITERIOS ESTRUTURANTES PARA O ENSINO DAS CIENCIAS tural, Propée-se ensinar Ciéncias a partir do ensino sobre Ciencias. O contet do curricular ganha novas dimens6es ao antigo entendimento do conceito de contetido. Passa a incluit, além da dimensio conceitual, as dimens6es proce- dimentais e atitudinais, esta representada pela discussio dos valores do préprio contetido,. ‘A dimensio conceitual também softe influéncia das mudancas culturais de nossa saciedede, assim assume particular importancia a atual reconceptua- lizagao do ensino das ciéncias — a passagem da concepcio de ensino de ciéncia ara a concepcio de Ciéncias/ Tecnologia e Sociedade ~ CTS (Santos, 2001 e Gil et al., 2002), isto €, nao se pode conceber hoje o ensino de Cién- cias sem que este esteja vinculado as discussées sobre os aspectos tecnolégicos e sociais que essa ciéncia traz na modificacao de nossas sociedades. Na dimensio processual, no se aceita mais transmitir para as préximas geragées uma ciéncia “fechada”, de contetidos prontos ¢ acabados, pois 0 en- _tendimenta da natureza da ciéncia passou a ser um dos objetivos primérios da educagao (Lederman, 1992, Khalick ¢ Lederman, 2000). Os trabalhos em his- Xria, flosofia e epistemologia das ciéncias influenciaram muitos organizado- res de curriculo nesta vertente de definicao do contetido que se pretende ensi- nar, De acordo com essas discussées, foi introduzido para o ensino de Ci © conceito de aculturacio cientifica em oposigio a acumulagdo de contetidos cientificos com perfil enciclopedista (Matthews, 1994). Um ensino que vise & aculturagio cientifica deve ser tal que leve os estu- dantes a construi o seu contetido conceitual participando do process de construgao e dando oportunidade.de.aprenderem.a.argumentar-¢-cxercitar-a taro, em ver de fornece-lhes respostas definitivas ou impor-Ihes seus préprios pontos de vista transmitindo uma visio fechada das ciéncias, Entender o desenvolvimento do contetido a ser ensinado nesses trés as- pectos direciona o ensino para uma finalidade cultural mais ampla - dimen- séo atitudinal -, muito relacionada com mocraciae mo- que sio aqueles que advém da tomada ‘i sobre o desenvolvimento cientifico e tecnolégico das sociedade: Logicamente, a mudanga no conceito do contetido — qual novo conted- do de Ciencias que se deve ensinar ~ exige também modificagdes no desenvol- vimento do trabalho em sala de aula desse contetido. :ncias padas ¢ criticas ENSINO DE CIENCIAS: UNINDO A PESQUISA EA PRATICA COMO ENSINAR — O PROBLEMA DAS METODOLOGIAS DE ENSINO Queremos propor um outro conjunto de idéias para organizar teoricamente as respostas para a mais freqitente questo proposta a todos oe profesorescomo ensinar, isto é, como planejar 0 trabalho cotidiano em sala de aula para alcan- gar os objetivos propostos? Ou, ainda, em outras palavras: como alcangar em uma seqiiéncia de ensino (ou mesmo durante o desenvolvimento de toda uma disciplina) as trés dimensoes do contetido? Em conseqiiéncia da ampliagao do conceito de contetido, principalmen- te levando-se em conta a nova postura na qual ensinar ciéncia incorpora a idéia de ensinar sobre ciéncia, o desenvolvimento da metodologia de ensino sofreu_ bastante influéncia das reflexes sobre filosofia das ciéncias e os trabalhos que estudaram o seu desenvolvimento histérico. Ainda que a reflexio teérica sobre a.ciéncia seja tao antiga como as cién- cias mesmo, somente no inicio do século XX se constitui como disciplina aca- démicais re, com um perfil epistemolégico préprio e com um cor- po profissional de investigadores. E dentro desse contexto que nos anos 20 forma-se uma escola de pensamento filoséfico denominada de positivism lé- ico. Essa primeira época da filosofia das ciéncias influenciou bastante a Didé tica das Ciéncias, porque os modelos gerados pelo positivismo légico consti- tuiram uma primeira formalizagéo das idéias de sentido comum sobre a natureza das ciéncias e, por conseqiiéncia, sobre como se ensinar Ciéncias (Addiria-Bravo et al., 2002). Uma segunda época, dentro do desenvolvimento do pensamento filoss- fico, surge a partir das obras que marcaram uma critica ao positivismo légico, abarcando desde Bachelard, quando em 1938 publicou o livro 4 formagao do esptrito.cientifico,. Poppct-comA-ligica. das investigacoes cientificas em 1934, recebendo grande impacto com o livro de Kuhn, A estrutura das revoluctes cien- tficas (1962), até a absorsao aos finais dos anos 80, por parte da sociologia das cigncias, do enfoque historicista iniciado por Kuhn. Essas linhas filosdficas in- fluenciaram diretamente quase a totalidade das pesquisas em ensino de cién- cias feitas nas tiltimas décadas, as quais direcionaram para a busca de solucdes pata o problema da constnigia racional do.canhecimento.cientifico. Entretanto, ao procurarmos solugées para o nosso problema — como po- demos organizar a construgio racional do conhecimento cientifico em sala de 4 (AP. — CRITERIOS ESTRUTURANTES PARA O ENSINO DAS CIENCIAS. aula -, além da influéncia da filosofia da ciéncia sobre as concepedes do que ssiao rdprio conhecimento cintfico, temos de pensar no aluno que esti sen- do levado a aprender. As obras de Piaget, quando identificaram 0 individuo como construtor de seu préprio conhecimento ¢ descreveram o processo de constructo desse co- nhecimento, chamando atencio tanto para a continuidade como para a evo- Jusdo desse pracesso deram ferramentas teéricas importantes para o entendi- fa de aula e contribufram com uma série de conceitos bastante ut ad nas pesquiisas em Didatica das Ciéncias, como por exemplo desequilibra¢io, acomodacio, tomada de consciéncia Também a descoberta de que os alunos trazem para as salas de aula no- ses jé estruturadas, com toda uma légica prépria e coerente e um desenvol- vimento de explicagées causais que sfo fruto de seus intentos para dar sentido as atividades cotidianas, mas diferentes da estrutura conceitual ¢ l6gica usada na definigao cientifica desses conceitos, abalou a didatica tradicional, que ti- nha como pressuposto que 0 aluno era uma tébula rasa, ou seja, que niio sabia nada sobre o que a escola pretendia ensinar. Procurando conhecer como os alunos estruturavam suas concepg6es, co- mecaram a surgir, a partir da década de 1970, as pesquisas em nogdes ou con- ceitos espontaneos nos mais diversos camy Essas pesquisas tiveram grande desenvolvimento na drea do ensino de Fi- sica, tendo jé aparecido na literatura dirigida aos professores livros ¢ artigos sis- tematizando os resultados obtidos e mostrando as principais.concepcdes ¢s- encontradas nos contetidos ensinados na escola fundamental € média (Driver, Guesne e Tiberghien, 1989; Scott, Asoko ¢ Driver, 1998). Essa linha de pesquisa se estendeu a partir da drea de Fisica para a drea de investigacio em ensino de Quimica, em que jd encontramos trabalhos de revisio de literatura sobre conceitos espontaneos (Garnett e Hacking, 1995) ¢ para a Biologia, em que também encontramos uma producio grande de pesquisas que mostram os diversos conceitos espontaneos dos alunos (Velas- co, 1991; Carvalho, 1989; Trivelato Jr., 1993; Albadalejo ¢ Lucas, 1988; Halden, 1989). ‘A primeira, ¢ quem sabe a mais importante, tentativa de integracio das concepsdes da filosofia das ciéncias, da teoria cognitiva de Piaget das pesqui- sas de concepgdes espontineas foi feita por Posner, Strike, Hewson e Gertzog, ENSINO DE CIENCIAS: UNINDO A PESQUISA EA PRATICA quando em 1982 publicaram o artigo “Accommodation of a scientific concep- tion: towars a theory of conceptual change”. Segundo os autores, Seria preciso que o sujcito encontrasse virias contradigSes ou problemas sem soluco em suas concepgdes prévias como condigao para a acomoda- do de um novo conceito, correspondendo aos momentos sujel- to € motivado a fazer modificagSes ¢ reorganizacSes em suas concepgies (Posner et al., 1982). Nesse momento, sustentam que existem algumas condigiies importantes que devem ser satisfeitas antes que ocorra a acomodago de uma nova concep- sao. Destacam quatro condicées que séo comuns na maioria dos casos de aco- modacio, as quais obedecem & seguinte ordem de etapas: insavisfacto, intlii- bilidade, plausibilidade e.utilidade ‘A esse artigo se seguiram intimeras pesquisas que procuraram, em situa- goes de ensino, encontrar mudancas conceimais.em.seusalunas, Os dados em- piticos obtidos nao alcangaram os resultados esperados, mas apesar disso as hi- péteses feitas pelos autores ainda sao accitas até hoje. Em um trabalho subseqiiente, Strike ¢ Posner (1992) respondem a varias criticas feitas a teoria de 1982. Propéem um novo conceito, o de ecologia con ceitual, que ndo sé determinaria as condigbes para mudanca, como também softeria dimultaneat ene MOUTRCRGDEY BATA howos nnificados. Esse novo trabalho nao teve a repercussio do primeito, ja que 0 conceito de ecolo- gia conceitual mostrou-se muito amplo e de pouca utilidade na descrigio do snsino ¢ aprendizagem em sala de aula Entretanto, ndo podemos nos esquecer de que a Didética das Ciéncias é a drea da produgio do conhecimento sobre o ensino e a aprendizagem em uma sala de aula para um dado contetido; assim, para enfrentarmos esse trabalho cotidiano, algumas perguntas se fazem necesras: como esas pesauisas em, 34, concepgdes espontaneas, essa colecdo de dados empiricos, podem direcionar 0 i 2 Como esses estudos estio relacionados, por exemplo, as atividades rotineiras do professor de Ciéncias: as sistematizagoes teéricas, as priticas de laboratério, os problemas de ldpis e papel e as avaliagdes? Nao podemos pensar em uma nova Didatica das Ciéncias introduzindo somente inovagées pontuais, restritas a um s6 aspecto. Um modelo de ensi- no — um modelo que responda a questo: “como ensinar?” — deve ter coerén- TERIOS ESTRUTURANTES PARAO ENSINO DAS CIENCIAS dainterna, jé que cada atividade de ensino deve apoiat-se nas restantes de tal forma que constitua um corpo de conhecimento que integre os distintos as- pectos relativos ao ensino ¢ A aprendizagem das ciéncias (Hodson, 1992). Além disso, deve ipcluir as idéias construtivistas de que uma aprendizagem Siar dsconhermentascientfics ee artiasedosesuds tes na (re)construgao dos conhecimentos, que habitualmente s© tranismitem, ‘jd claborados, e superar os reducionismos c vis6es deformadas na natureza das ciéncias. Na medida em que a Didética das Ciéncias pretende propor uma visio 0 mais proxima possivel dos trabalhos cientificos ¢ sabendo que na atividade cientifica a “teoria”, as “praticas de laboratério” ¢ os “problemas”, sobre um mesmo tema, aparecem absolutamente coesos, ¢ necessirio que as propostas para o ensino da “teoria’, das “praticas de laboratério” dos “problemas nao” sejam diferenciadas. Gil ec al. (1999) relatam os avangos realizados pela investigagio ¢ inova- gao didéticas, em cada um desses.trés campos separadamente. E mais, apresen- “tam uma andlise desses trabalhos, demonstrando a integraga dos mesmos em um tinico_processo metodolégico, jé que a estratégia de ensino integradora desoes carspos "fa que asoclasaprendnagernao ueamento destaao pre blematicas abertas que possam gerar o interesse dos estudantes’; nesses casos, " izagem das ciéncias é concebida assim, nao como uma simples mu- danga conceptual, mas como uma mudanga ao mesmo tempo conceitual ing wn memo tps conceitual, me- Como afirmam Driver ¢ Oldham (1986), talvez a mais importante im-_ _-Plicac3o.do.modelo.construtivista.seja conceber-o.cuiculo nao como um conjunto de conhecimentos e habili- dades, mas como um programa de atividades através das quais esses conhe- cimentos ¢ habilidades possam ser construidos e adquiridos, Parafraseando Driver e Oldham (1986) complementando com as posi- ges de Gil et al. (1999), podemos propor que: ‘A mais importante implicagao do modclo construtivista scja conceber a Didécica das Ciencias Experimentais, nZo como um conjunto de conheci- mento ¢ habilidades, mas como um programa de atividades em que situa- es problemdticas abertas possam gerar o interesse dos estudantes ¢ atra- 3K ENSINO DE CIENCUS: UNINDO A PESQUISAE vés das quais consigamos uma mudanga ao mesmo tempo conceitual, me- codolégica e atieudinal Procuramos alcangar uma coeréncia entre os objetivos propostos para o con- tetido a ser ensinado (objetivos conceituais, processuais e atitudinais) e o desen- volvimento metodoldgico desse ensino por meio desse programa de atividades. COMO ENSINAR — 0 PROBLEMA DO PAPEL DO PROFESSOR OO ‘Vamos nesse item buscar as principais idéias para organizar respostas a duas importantes questdes: “qual o papel do professor de ciéncias?” e “quais os prin- -cipais problemas de sua formacio?”. Esta tltima questio esta fora das preocu- pacoes da Didética das Ciéncias enquanto area de conhecimento, mas ¢ bas- tante pertinente se pensarmos na Didética como uma das disciplinas formadoras de novos professores ‘Um primeiro ponto a ser considerado relaciona-se ao préprio papel do na introdugio de uma proposta didética inovadora. E preciso salien- tar sua imporvancia. Embora a construgao do conheci- mento nao possa ser ignorada, nem substituida pela intervencio pedagogica, ral intervencio ¢ importante e consiste essenclalmente na criagio de condigées a au in ja orientada em determina- cdo, segundo as intengoes educativas (Coll, 1996). A Didatica sem uma prdtica de ensino equivalente perde todo o significado. O pensamento didati- co s6 ganha validade se for seguido de uma acio correspondente dos professo- lasses, de tal forma que esta produza uma aprendizagem signifi- cativa de seus alunos. A Didética e a prética de ensino sao duas faces de uma mesma moeda, como 0 sio 0 ensino e a aprendizagem. Nenhuma mudanga educativa formal tem possibilidades de sucesso, se nao conseguir assegurar a participacio ativa do professor, ou seja, se, da sua parte, nao houver vontade deliberada de acei- tacio e aplicacéo dessas novas propostas de ensino. As mudangas propostas na Didatica das Ciéncias nao sao sé conceituais, mas clas encampam também 0s campos atitudinais e processuais, e esse pro- cesso diz respeito ao trabalho em sala de aula. Nao basta ao professor saber, cle deve também saber fazer (Carvalho e Gil, 2000). es em suas RITERIOS ESTRUTURANTES PARA O ENSINO DAS CIENCIAS Nio basta 0 professor saber que aprender ¢ também apoderar-se de um novo género discursivo, o género cientifico escolar, ele também precisa saber. {fazer com que seus alunos apre ; isto é, que eles sejam ca, as evidénci cevidéncias que-daa.ou.nio Suporte as afirmagties além da capacidade de integragio dos métitos de uma ‘afirmacio. Eles precisam saber criar um ambiente propicio para que os alunos passem a refletir sobre seus pensamentos, aprendendo 2 sformulicl jendo a seformuli-los. por meio da contribuigio dos colegas, mediando conflitos pelo dislogo ¢ toman- do decisées coletivas. A linguagem do professor é uma linguagem prépria — a das ciéncias.en- sinadas na escola, construidas ¢ validadas socialmente ~, visto que uma das fungGes da escola ¢ fazer com que os alunos se introduzam nessa nova lingua- gem, apreciando sua importincia para dar nova sentido 3s coisas que aconte- cem ao seu redor, entrando em um mundo simbélico que representa o mun- P; cra uma mudanca na linguagem dos alunos ~ de uma lingua- gem cotidiana para ina linguagenr cence =o peafeswes para uma linguagem cientifica ~, os precisam dar gpartinidade-acs-estudantes de exporem suas idéias sobre os fenémenos esttt= dados, num ambiente encorajador, para que cles adquiram seguranga ¢ envol- vimento com as pri is cientificas. E, potanto, necessaria a criagio de um ¢s- aco para afala dos alunos nas aulas. Pela fala, além de poder tomar consciéncia de suas préprias idéias, 0 aluno também tem a oportunidade de poder ensaiar racter{sticas da cul- o.uso de um novo género discursive, que carrega consigo stura cientifica (Mortimer, T998;Capecchi ¢ Carvalho, 2000). E preciso também que os professores saibam construir atividades inova- doras que levem os alunos a evoluirem,.em seiis conccitos.habilidades ¢ atitu- des, mas € preciso também que eles saibam dirigir os trabalhos dos alunos para _que estes realmente alcancem 0s obj tivor proportos, O uber fazer noses car propostos. O saber fazer nesses ca- 308 é, muitas vezes, bem mais dificil do que o fazer (planejar a atividade) e me- rece todo um trabalho de assisténcia ¢ de andlise critica dessas aulas (Carvalho, 1996). A Didatica das Ciéncias expressa intrinsecamente uma relagdo entre teo- ria e pratica. Se essa relacao € importante na construgdo do conteido eopecfe co, essa mesma relagio torna-se imprescindivel ao dominio dos saberes da Di- datica das Ciéncias. ENSINO DE CIENCIAS: UNINDO A PESQUISA EA PRATICA Uma das varidveis importantes na ttansposigao das inovagbes didéticas, principalmente as propostas se mere cola secundlrias¢ o conceito de ensino ¢ de aprendizagem que esse professor lho, que mostraram que os alunos, ao chegarem &s salas de aula, tém mode. _Jos conceitais espontaneas sobre os mais diversos contetidos especificos, e que esses modelos interferem no entendimento dos conceitos que o professor pre- tende ensinar, as pesquisas de formagio de professores indicam esse mesmo mecanismo para os concsites-educacionais, Muitos autores mostraram em suas pesquisas (Shuell, 1987; Hewson ¢ Hewson, 1988; Azcarate, 1995) que os alunos/professores tém idéias, atitudes € comportamentos sobre o ensino devido ao tempo em que sao alunos ¢ a0 ti- po de aulas exclusivamente tradicionais que tiveram ¢ ainda tém. A influéncia esas aulas leva-os a terem “canceitos expontineos de ensino” adquiridos de maneira natural, no reflexiva-c.nio critica e que tém se Constituldo em verda- deiros obstéculos. renevagio-do-ensina. Assim, se queremos que os futuros professores construam o seu conheci- mento sobre o ensino, aqui também nio podemos apresentar propostas didé- ticas acabadas, mas favorecer um trabalho de “mudanca didética” (Carvalho ¢ Gil, 1993) que conduza os professores, a partir de suas préprias concepgdes, a ampliar seus recursos e modificar suas idéias e atitudes de ensino. Temos de ser > construtivistas nos nossos cursos de formacio. Essas mudangas didaticas nao sio ficeis. Nao é sé uma questo de toma- ——r————— da de consciéncia pontual, mas € preciso romper com um_traramento.ateari co ecolocar a Didatica das Ciéncias como uma (re)construgao de conhecimen- tos especificos sobre os processos de ensino e aprendizagem. ~~" Enesse contexto que situamos a influéncia das pesquisas sobre reflexio de professores ¢ os conceitos de “reflexio na acio” ¢ “teflexio sobre a aco” (Schén, 1992 e Zeichner, 1993). Toda a atividade reflexiva leva o sujeito a pen- sar, em segundo grau, sobre seus préprios procedimentos ou process intelece ineelec= aie como montam os sures, nenasavidadeso eto @Tevado a um aum olhar de outra natureza sobre o que ele fez. ou aprendeu. Esse tipo de olhar in- duz a um desapego que autoriza criticas e permite a descentracio, sendo, des- sa maneira, uma atividade facilitadora na busca da reelaboragao didatica. 10 (AP. — CRTERIOS ESTRUTURANTES PARA O ENSINO DAS CIENCIAS. Existe um grande problema na formacéo de professores do qual nao po- demos fugir. Uma coisa é essor num curso de formacio, falar so- bre o ensino e mesmo planejé-lo. Quitra, € esse mesmo aluno/ professor por em bem defendeu ente (Carvalho, 1988) plamente discutidas ¢ aceitas em um curso de formagio, quase_nunca séo acompanhadas por uma pritica docente compativel, quando esse mesmo pro- fessor enfrenta a sua sala de aula (Trivelato, 1993) Essa dicotomia. teoria nersus pratica, poe em xeque os cursos de Didati- ca das Ciéncias. Muitas pesquisas tém sido feitas abordando esse problema, ¢ rnés mesmos nos debrugamos para estudé-lo (Abib, 1996; Darsie, 1998; Beja- rano, 2001 e Tinoco, 2000). Una das atividades de metacognicio, mais eficaz.naformagio.de-profess sores, é a realizada a partir da andlise em conjunto executada nas aulas de Di- ditica das Cigncias, dos videos dos préprios alunos/professores gravados quan- do eles dao suas anlas.nas escolas da comunidade (Carvalho, 1996). Essas atividades de metacognicao levam o aluno/professor a uma reflexio sobre a agio, permitindo a confrontacio de seus conceitos te6ricos sobre o en= sino de uma dada disciplina com o seu desempenho em classe. Essas aulas, no curso Didatica das Cigncias, so desequilibradoras, mas também sio muito ri- cas, pois as imagens em video nos dao condigées concretas de discutir 0 que =y_eacontece. Eo préprio fendmeno educacionalyisto em outra dimensio e pro- Layn- porcionando uma metandlise. E durante essas aulas, em discussdes.coletiva, que os alunos/professores tomario consciéncia de muitos aspectos da relacao entre o ensino.e-2-aprendizagem.ou, mais freqiientemente, entre.o ensino ea nao-aprendizagem (Tabachinik e Zeichner, 1999). Ea partir dessas experién- ‘clas metacognitivas que obteremos condigées para problematizar o ensino tra vestigar os problemas de ensino e aprendizagem que sio colocados por sua propria atividade docente” (Gil e Carvalho, 2000 ¢ Maiztegui et al., 2000). Se 0 objetivo ¢ propor uma 2 inal e metodolé- gica nas aulas para que, através dessas mesmas aulas, os professores consi seus alunos cor que nao seja somen- cea Fembranca de uma série de conceitos prontos, mas abranja.asdimensies atitudinais e processuais ja discutidas anteriormente, temos que aproveitar es- sas atividades metacognitivas para, pelo menos, alcangarmos.trés.condigdes: _ W ENSINO DE CIENCIAS: UNINDO A PESQUISA EA PRATICA roblematizar a influéncia no ensino das concepsées de Cincias, de Educacio c de Ensino de Ciéncias que os professores levam para a sala de aul. A literatura tem mostrado a forca das concepgées epistemolégicas dos rofessores sobre a natureza da ciéncia que ensinam, de suas concepgoes aleer sas representagBes 3 sobre easino © tas prticas docentes (Hew- son ¢ Hewson, 1987; Trivelato, 1993; Adams e Krockover, 1997; Beach e Pearson, 1998 e Hewson et al., 1999). A discussao dessas atividades nos leva, invariavelmente, a um questionamen- to das vises simplistas rocesso pedagégico de ensino das ciéncias usualmen- te centradas no modelo transmissdo-recep¢ao ¢ na concep¢ao empirista-positivis- ta de ciéncias (Silva e Schnetzler, 2000). Somente com a tomada de consciéncia dessa dicotomia teoria versus pritica, aqui representada pelo que o professor pre- _tendeu ensinare realmente como cle ensinou, podemos produzir uma desestru: turagio necesséria a uma possivel mudanga na sua proposta de ensino. turagdo necesséria ——e—eeree—_—errrve QYfavorecer a vivencia de propostas inovadoras ¢ a reflexio erftica explici- uta das atividades de sala de aula Um problema que encontramos nas nossas investigagbes diz. respeito 3 di- ficuldade do professor em realizar as mudangas na “sua didética” (Carvalho, 1999). O ensino baseado em pressupostos construtivistas exige novas priticas. docentes e discentes, inusuaie.na AO: eTntroduz um novo am- biente de ensina.cdeaprendizagem, que apresenta dificuldades novas e insus- peitadas ao professor. Ele precisa sentir ¢ tomar consciéncia desse novo con- texto ¢ do novo papel que deverd ; Essas transformag6es nao sio tranqiilas, Ha intimeras re éncias as mu- dangas. Devemos estar prepara iclas tedrica e praticamente. En- tretanto, discussées coletivas, durante o curso, permitem.aconscientizacio das dificuldades surgidas ¢ do novo papel desempenhado por professores ¢ alunos, levando os participantes a um melhor entendimento dessas propostas. ——_J>(D)iiroduzir os professores na investigagio dos problemas de ensino ¢ aprendizagem de Ciéncias, tendo em vista superar o distanciamento entre contribuigées da pesquisa educacional e a sua adosio. 12 (AP. — CRITERIOS ESTRUTURANTES PARA O ENSINO DAS CIENCIAS. Incentivamos a experimentacio. pelos professores, dessas atividades em suas aulas e seu registro (em video) como material de discussio e reflexo co- letiva dos processos de ensino ¢ aprendizagem, concebendo entio a pritica pe- dagégica cotidiana como objeto de investigagio, como ponto de partida e de chegada de reflexes e ag6es pautada na articulagéo teoria-prética (Carvalho e Gil, 1993 e Carvalho e Gongalves, 2000). COMENTARIOS FINAIS Os trés grandes critérios tedricos estruturantes que apresentamos ~ 0 contet- do, a metodologia, o papel dos professores ~ proporcionam um mapa dos pro- blemas a serem enfrentados na estruturacio de uma Didatica das Ciéncias, ou seja, de uma reflexio-agio para o ensino das ciéncias. Nesse sentido, esses cti- térios tedricos estruturantes constituem uma ferramenta de anilise de propos- tas de ensino, pois permitem identificar 0 grau de complexidade e coeréncia tedrica intrinseco em cada uma delas e, portanto, permite uma avaliago de suas qualidades didaticas. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ABIB, M. L. V. A consorugao de conhecimentos sobre ensino na formagao inicial do pro- fessor de fisica: ".. agora, nds jé temos as perguntas’, 1996. Tese (Doutorado) ~ Facul- dade de Educagi0, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo. ADAMS, P. E. ¢ KROCKOVER, H. G. Concerns and perceptions of beginning secondary science and mathematics teachers, Science Education, 81, p. 29-50(a), 1997. ADURIZ-BRAVO, A.; IZQUIERDO, M. e ESTANY, A. Una propuesta para estruc- turar la enseftanza de la filosofia de la ciencia para el profesorado de ciencia en forma- cién. Ensefianza de las Ciencias, 20 (3), p. 465-476, 2002. ALBADALEJO, C. e LUCAS, A. Pupils’ meaning for mutation. Journal of Biological Education, 22(3), p. 215-219, 1988. AZCARATE, P. Las concepciones de los profesores y la formacién del profesorado. In: BLANCO, L. J.e MELLADO, V. (Coord,). La formacién del profesorado de cien- cias y matemdticas en Espafta y Portugal. Imprenta de la Excma. Espanha: Badajoz, 1995, p. 39-48. 13 ENSINO DE CIENCIAS: UNINDO A PESQUISA EA PRATICA BEACH, R. e PEARSON, D. 1998. Changes in preservice teachers perceptions of con- flicts and tensions, Teaching and Teacher Education, 14(3), p. 337-351, 1998 BEJARANO, N. R. R. Tornando-se professor de fisica: conflitos ¢ preocupagoes. 2001, “Tese (Doutorado) ~ Faculdade de Educagao, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo. CAPECCHI, M. C. V. M.e CARVALHO, A. M. P. Interagées discursivas na constru- ao de explicagses para fenimenos fisicos em sala de aula. VUl EPER, Flotianépolis, 2000. CARVALHO, A. M. Formagio de professores: 0 discurso critico-liberal em oposi¢ao ao agir dogmético repressivo. Ciéncia e Cultura, SBPC 41(5), p. 432-434, 1988. CARVALHO, A. M. P.O uso do video na tomada de dados: pesquisando 0 desenvolvi- ‘mento do ensino em sala de aula. Pro-Posigées, Unicamp, 7, n* I (19), p. 5-13, mar. 1996. CARVALHO, A. M. P. Uma investigagao na formagéo continuada de professores: a te- flexao sobre as aulas ¢ a superagio de obstéculos. Atas do II ENPEC— Encontro Na- cional de Pesquisa em Educagio em Ciéncias. CD-ROM, 1999. CARVALHO, A. M. Pe GIL, D. Formagio de professores de Ciéncias. Sao Paulo: Cortez, 1993. O saber ¢ 0 saber fazer dos professores. In: CASTRO A. D. e CARVALHO, A.M. P. Ensinar a ensinar. So Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001 CARVALHO, A. M. Pc GONGALVES, M. E. R. Formacién continuada de profe- sores: el video como tecnologia propulsora de la reflexién. Cadernos de Pesquisa da Fundagito Carlos Chagas, Sio Paulo, v. 111, p. 71-88, 2000. CARVALHO, L. M. O pensamento animista em criangas e adolescentes em idade es- colar. Revista da Faculdade de Educagao, v. 15, n. 1, p. 35-48, 1989. COLL, C. Psicologia e curriculo: uma aproximagao psicopedagdgica & elaboragao do curriculo escolar. Sao Paulo: Atica, 1996. DARSIE, M. M. A reflexdo distanciada na construgdo dos conhecimentos profissionais do professor em curso de formacao. 1998, Tese (Doutorado) ~ Faculdade de Educagao, Uni- versidade de Sao Paulo, Sao Paulo. DRIVE, Ry LEACH, J; MILLAR, R. e SCOTT; P. Young peoples image of science. Bristol: Open University Press, 1996. DRIVER, R. e NEWTON, P. Establishing the norms of scientific argumentation in classrooms. Paper prepared for presentation at the ESEARA Conference, 2-6 September, Rome, 1997, 14 (CAP_1 — CRITERIOS FSTRUTURANTES PARA O ENSINO DAS CIENCIAS DRIVER, R. e OLDHAM, V. A constructivist approach to curriculum development in science. Studies in Science Education, 13, p. 105-122, 1986. DRIVER, R.; GUESNE, E., ¢ TIBERGHIEN, A. Children’s ideas in science. Open University Press, Milton Keynes. Tradugio P, Manzano. Ideas cientificas en la infancia _y la adolescencia. Madrid: Morata/MEC, 1989. GARNETT, P J. e HACKING M. W. Students’ a alternativs conceptions in chem- istry, review of research and implications for teaching and learning. Studies in Science Educations, 25, p. 69-95, 1995. GIL, D. etal. Trabalho publicado na revista da OEI, 2002. GIL, D. e CARVALHO, A. M. P. Dificultades para incorporar a la ensefianza los hallazgos de la investigacién y la innovacién en didéctica de las ciencias, Educacién Quimica, 11 (2), p. 244-251, 2000. GIL, D. et al. Tiene sentido seguir distinguiendo entre aprendizaje de conceptos, re- solucién de problemas con lapiz y papel y realizacién de précticas de laboratorio, En- seftanza de las Ciencias, Barcelona, v. 17, n. 2, p. 311-321, 1999. HALDEN, O. The evolution of species: pupils perspectives and school perspectives. International Journal of Science Education, 10(5), p. 541 552, 1989. HEWSON, P. W. e HEWSON, M. G. Science teachers’ conceptions of teachi plications for teacher education. Jnternational Journal of Science Education, 9(4), p. 424-44, 1987. On appropriate conception of teaching science: a view from studies of science learning. Science Education 72(5), p. 597-614, 1988. HEWSON, PW. etal. Educating prospective teachers of biology: finding, limitation, and recommendations, Science Education, 83 (3), p. 373- 384, 1999. HODSON, D. In search of a meaningful relationship: an exploration of some issues te lating to integration in science and science education. International Journal of Science Education, 14(5), p. 541-566, 1992. KHALICK e LEDERMAN N. G. hnternational Journal of Science Education, 22 (7), p. 665-701, 2000. LEDERMAN, N. G. Students’ and teachers’ conceptions of the nature of science: a te- view of the research. Journal of Research in Science Education, 29 (4), p. 331-359, 1992. 15 ENSINO DE CIENCIAS: UNDO A PESQUISAE A PRATICA MAIZTEGUI, A. P. La formacién de los profesores de ciencias en la Argentina. Bo- letin de la Academia Nacional de Educacién, Buenos Aires, v. 46, p. 26-34, 2000. MATTHEWS, M. R. Science teaching: the role of history and philosophy of science. ‘New York: Rutledge, 1994. MORTIMER, E. F. Multivoicedness and univocality in classroom discourse: an example from theory of matter. International Journal of Science Education, v. 20, n. 1, p. 67-82, 1998. MOURA, M. O. Aatividade de ensino como aso formadora. In: CASTRO A. D. € CARVALHO, A. M. P. Ensinar a ensinar. Si0 Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001 POSNER, G. J. etal. Accommodation of a scientific conception: toward a theory of conceptual change. Science Education, v. 6, n. 2, 1982. SANTOS, M. E. N. V. M. Anilise de discursos de tipo CTS em manuais de ciéncias, Trabalho apresentado no Congreso de Didactica de las Ciencias, Barcelona, Espanha, set. 2001 SCHON, D. Format professores como profissional reflexivo. In: NOVOA, Anténio (Coord.). In Os professorese a sua formagao, Portugal: Dom Quixote, 192. p. 77-91 SCOTT, P. H.; ASOKO, H. M. ¢ DRIVER, R. H. Teaching for conceptual change: a review of strategies. In: TIBERGHIEN, A.; JOSSEM, E. L.; BAROJAS, J. Connect- ing research in physics education with teacher education. ICPE. Disponivel em: heep://www.physics.ohiostate.edu/-jossem/ICPE/TOC. html, 1998. SCOTT, P. Teaching and learning science concepts in the classroom: talking a path from spontaneous to scientific knowledge. Atas do Encontro sobre Teoria e Pesquisa em Ensino de Ciéncias, Belo Horizonte, 1997. SHUELL, T. J. Cognitive psychology and conceptual change: implications for teach- ing Science. Science Education 71 (2), p. 239-250, 1987. SILVA, L. H. A. e SCHNETZLER, R. P. Buscando o caminho do meio: a “sala dos espelhos” na criagao de aliangas entre professores ¢ formadores de professores de Cién- cias. Revista Ciéncias & Educagdo, 6 (1), p. 43-53, 2000. STRIKE, K. A; POSNER, G. J. A revisionist theory of conceptual change. In: DUS- CHI, R. e HAMILTON, R. (Ed.). Philosophy of science, cognitive science and educa tional theory and practice. Albany (NY): Suny Press, 1992, 16 (AP, 1 ~ CRITERIOS ESTRUTURANTES PARA O ENSINO DAS CIENCIAS TABACHINIK, B. R. e ZEICHNER, K. M. Idea and action: action research and the development of conceptual change teaching science, Science Education, 83 (3), p.309- 322, 1999. TINOCO, S.C. A mudanga nas concepgies dos profesores sobre aprendizagem de Cién- ias, 2000. Dissertagio (Mestrado) ~ Faculdade de Educasio, Universidade de Sio Paulo, Sao Paulo. TRIVELATO JR., J. Nogdese concepeaes de criancas e adolescentes sobre decompositores: fangos ¢ bactérias. 1993. Dissertacao (Mestrado) — Faculdade de Educagdo, Univer- sidade de Sao Paulo, Sao Paulo. TRIVELATO, S. L. F. Ciéneia, tecnologia e sociedade: mudangas curriculares e forma- ao de professores. 1993. Tese (Doutorado) — Faculdade de Educagao, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo. VELASCO, J. M. Cuando un ser vivo puede ser considerado animal? Enseftanza de las Ciencias, 9 (1), p. 430-52, 1991 ZEICHNER, K. A formasio reflexiva dos profesiores:idéias ¢ préticas. Lisboa: Educa, 1993. 7

You might also like