You are on page 1of 28
CAPITULO 1 DE EMPRESAS Objetivos deste capitulo © Proporcionar um concaito abrangente de Administragao. © Tragar os caminnios da tearia administativa até o estagio atual, OQUEE ADMINISTRAGAO © Delinear as perspectivas futuras das ompresas e de sua administragao. Vivemos em wm mundo de organizagies. Tudo o que sociedad requer € do qual necesita inventado, crindo, desenvolvido, produzido e comercializado por organizagdes. As organizagées #0 exttemamente he- terogéneas ¢ bem diferenciadas: organiza. gover namentzis (como ministérios, secretarias, repartigbes Publicas), organizagtes n4o-governamentais (ONGs como 0 terceiro setor, qué envolve atividades culti- tals, sociais,flantrdpicas, de representagio), empre- sas em geral (indéstrias, bancos, comércio, entreteni mento, informagéo, energia, seguranca), Aléin disso, a8 organizagdes podem ve apresenar em diversas di- ‘menses € tamanhos: grandes, médias, pequenas, mi- croempresas, empreendimentos etc. AAs organizacées nao funcionam ao Iéu, Elas ni sobrevivem, crescem ou se tornam bem-sucedidas Por mero acaso. O sucesso organizacional néo é fru to exclusive da sorte, mas de uma série infinddvel e articulads de decisées, aces, aglutinagao de recur- 50S, competéncias, estratégias © uma busca perma- nente de objetives para aleancar resultados cada vez melhores. © que leva uma organizagao rumo i ex- celéneia © a0 sucesso nao sto apenas produtos, ser- Viges, competéncias ¢ recursos. £0 modo como cla arranja tudo isso e € administrada. A administragao #0 vefeulo pelo qual as organizacoes cio alinhadas ¢ conduzidas para alcangar exceléncia cin suas ages © operagées para chegar ao éxito no alcance de re- sultados. Administracao & antes de tudo alcangar resultados com os meios de se que dispée. Fazer ma- ravilhas com 3 recursos ¢ competéncias dispont. veis. Esse € 0 encanto da administeacio: cransfor- ‘mar recursos ¢ competéncias em resultados tangiveis cextraordinatios. A administcagio £a maneira pela ual as coisas acontecem nas organizagées. Sem ela © mando moderna jamais seria 0 que ¢ hoje Entre todas as grandesinvengies do s€culo XX,a que mais mareou ¢ provecou influéncias no mundo todo foi, sem divide alguma, a administracao, Foi a administra¢ao a maior responsdvel pela enorme dis- Parada do desenvolvimento econdmico e tecnolégi- 0 que © mundo experimentou no séeulo passado € Promete continuar no futuro. Invengdes, teenolo- las, artefatos ¢ ferramentas slo titcis, mas depen- dem da‘administragao que aponta como deverio ser utilizados transformades em resultados. A admi- nisteagio significa a inteligéncia organizacional, isto €, como a organizacio ve atticula, planeja, organiza, lidera € controla suas operagées para alcancat obje~ tivos e conseguir resultados espléndidos ee @ — Administragao ~ Teoria, Proceso ¢ Prética » IDALBEATO CHIAVENATO Conceito de administragao A palayra “administracao” tem sua origem no latim (ad, ditecao para, tendéncia e minister, comparativo de inferioridade; o sufixo ter, suibordinagao on obe- diencia, isto 6 aquele que realiza uma fungi abaixo do comando de outrem, aquele que presta um servi- {G02 outro) ¢ significa subordinacdo e servigo. Em sia origem, a palavra administracso significa desenvol- ver uma fingio sob o comando de outro, prestar um servigo a outro. Essa velha conotagio de sapervisio- rar ou de s6 tomar conta de algum empreendimento ‘on pessoas esta hoje totalmente ulteapassada ¢ obs0- leta, As organizagdes em geral e as empresas em par- ticular precisam de muito mais do que isso, © Administragao como ciéncia, técnica e arte Aadminlstracio cresceu ¢ tornou-so ume eiéneta, uma ‘bonlca @ uma arte: ele & uma ciéncla com principlos ‘bem dettnidos e um corpo de conhecimentos cientif- ‘908 ¢ devidamente codificados, uma tecnologia que ‘produz ferramentas de utlizacée para obter resulta- dos © uma arto om lider com situagées concreias & abstrales. © A carefa da Administragto consiste em interpre- tar os objetivos propostos pela organizagio ¢ tra- FLSEVIER duzi-los em agio empresarial por meio de plancja- ‘mento, organizacio, directo e controle de todos os esforgos realizados em todas as reas ¢ em vodos os nfyeis da empresa, fim de atingir tais objetivos da melhor forma possivel. Assim, a Administragio é 0 processo de planejar, organizar, dirigir e controlar uso dos recursos e campeténcias organizacionais para alcangar determinados objetivos cor eficiéa- cia € eficécia, por intermédio de um atranjo con vergente. © Conceltos de administragae Cada autor conceltua administragao em sua épties Particular. A seguir cetio elgumas conceltuacées de vérios autores pare que vocé possa comparar: © Administraeao 6 0 processo de aleangar objetives pelo trabalho com © por Intermécta de pessoas @ uttos recursos organizacionais,’ * Adminlstragao 6 0 processo de planelar, organizer, !Iderar e controlar o trabalho dos marmbros ca org nizagao ¢ utilizer todos os recursos organlzaclo- nals disponiveis para alcangar abjetivos organtea- clonals definidos? Adminisiracéo % 0 processo de plenelar, organtzar, Uderar @ controlar © use de recursoe para aleangar ‘objetives do dosempenno.» + Adminisiracéo 6 0 alcance de objetives organizs- O processo administrativo. Figura 1. isan ionats ce maneira effeaz 0 oficlante gragas eo pla- nejamento, @ organizacéo, &lideranga e a0 controle 0s recursos organizacionais.* = Administragao 6 0 ato de trebaiher com ¢ por Inter médio de outres pessoas para realizar o8 objetivos: {da organizagao, bem como de seus mambros.? © Contudo, & administragio~ embora vista por qua se todos os autores de um modo simplista e reducio- nista como um processo eielico e repetitiyo de deci- s6es © ages ~ é um sistema, ou seja, uma conjuga- 10 de intimeras vatidveis que convergem sempre para o alcance final de resultados. Assim a.adminis- tragio nao € somente um processo linear de deci- sbes ¢ agées para planejar, organizar, dirigit © con- twolar, mas algo que vai além disso. Ela constitui uma atividade de integracio, conjungio, arranjo, foco ¢ impulsionamento. © administrador pre reunir uma pléiade de diferentes recursos ¢ compe- kénclas para transformd-los em resultados conere tos. Na verdade, administragdo éa melhor maneira de aleanigar resultados, Significa facer aconiecer Para chegar ao seu significado atual, 0 conceito de administragio soften formidével ampliacao e profundamento ao longo des tempos. E.o-adminis- trador — atue cle como diretor de empresa, perente de departamento, chefe, supervisor de turma ou CAPITULO 1 + O-que 6 edministracéo de empresas g ainda lider de equipe ~ passou a ser uma figura in- Gispensavel em todos os tipos porstveis de organiza ‘$6es humanas. O jeito mais facil dese explicar a am- pliagéo ¢ © aprofundamento do significado da ad- ministragdo € percorrer a sua trajet6ria e acompa- har em répidas pinceladas os passos gradativos da historia das organizagbes ¢ da teoria geral da admi- histeagao. © Bate-bola: Para que serve a administragao? Debaia com seus coleges 0 essunto mencionado & tente chegar a uma conclusso: Para quo corve a Admini 1), Para tomar as organtzagoes mais efleazes? 2, Para ullizaros recursos dleponivele com maior eff chcia? 3, Para proporcionar resutacias methor vole? 4. Para aumenter a satistagéo do cliente? 5. Para inerementar valor e riqueza? 6, Pare methorar a qualidade de vida das pessoas? TT. Para colaborar com © desenvolvimonto do pais? © e sustenté Conceito atual de administragao Nos dias de hoje, a Administragio figura como a inica instituiggo que transcende as fronteiras de Figur 1.2. A rosacea da administragao: @ reuniée de competéncias necessérias. ¢ _Adiinistragdo ~ Teoria, Proceseo © Prética IDALHERTO CHIAVENATO paises ¢ organizacoes, apresentando wm significado global ¢ mundial, A moderna Administragdo no se restringe aos limites om a fronteiras nacionais, Para cla, as frontcitas nacionais perderam a antiga rele~ vancia, O centro de nossa sociedade e de nossa eco nomia também ngo € mais @ tecnologia, nem a in~ formagao, nem a produtividade. © fulcro central ‘estd na organizagio: @ organ que mangja a tecnelogis, a informagio e a produti- vidadle. A organizagio é a maneira pela qual asocie- dade consegue que as coisas sejam feites. Ea Admi- nistragio é a ferramenta, a fungio ou o instrumemto que tora as organizagdes capazes de gerar results dos e produzic o desenvolvimento, Além disso, 2 Administragio caminha cada vex mais para ser uma cigneia universal, Ela énecessiria no s6 para os administradores, mas para todas as fceas do conhecimento humano & cientifico, Cien- tistas, profissionais liberais, empreendedores, presi dentes, governadoses, picfeitos, politicos ¢ todo tipo de empreendimento social requerem conceitos da Administragao para alcangar objetivos, © desen- yolvimento de um pais ow ofganizagio passa neces- sariamente pela Administragio, Médicos:necessi- tam de hospitais para cuidar da satide, Engenheiros necessitam de empresas para criar projetos ¢ reali- igo administrada ar construgSes. © Os caminhos da administragéo Eq Administracdo 6 cléncla que permitiu o enorme do ‘senvolvimento da humanidade no cecorrer do sécuio pasado e provocou o espetacular aumento da qual dade de vida das pessoas. Fol ela que permiilu trons Tormar es lnvengéee olonifioae om procutes @ servi- ‘908 disponivels para @ malorta da populagao, A Adeai- histragéo transforma « contribuicso das varias cién- clas em parte de nossa vida cotldiane. Uma pléiade do clentistas dos male varlads ramos tisicos, astrofisk cos, enigenhelros de todo tipo, mateméticos, aetréne- mos, bidlogos, quimicos, médicos, geometres, este tisticos, entre outros £6 com a ajuda da Nas ‘ulu enviar o Were & Lue. Da mesma forma, artisiae, cosdjuvantes, conarts- tas, rteiristes, mésicos, dlrotores, produteres, cend- ‘tafos, enganhelros de audio e de video, sonoplestas, decoradores, medalistae, téenicos dos mais variados remos de atividade somente conseguem Inventar © ELSEVIER pproduzir um fle por intormédio de companhias cine- ‘matagratcas. €, conseqUentemente, com e Adminis- {tragao da um enorme contingente de diferentes protis~ ‘8803 em ume atividade convergente ¢ Integrada. No undo, @ a Acrministracao a provocedora des maiores inveng6es da atualidade, © Rapida histéria da teoria da administragao Com o gradativo desenvolvimento e complexidade das organizagbes surgiu a necessidade de ackministré-las adequadamente. Daf, surgit:a Administragso. A Teo- ria Geral da Administragio (TGA) & em certos aspee- tos, uma decorréncia da ‘Teoria das Organizagoes (TO), ow sea, um meio de por em operagio conceitos ideologias a respeito das orennizagies. ATGA trata do estudo da administracio das organizagdcs cm geral das empresas em particular. Essa teoria €um conjun- to integeado de teorias em crescente expansdo € gra- dativamente abrangente. Comegou como uma teoria preocupada com alguns poucos aspectos e-varidveis si tmados dentro da organizagio © fecando exelusi ‘mente 03 problemas mais imediatos ¢ concretos do onto de vista de sua aplicagio. Aos poucos foi ex- pandindo € ampliando seu objeto de estudo. lids, essa expansio e ampliagso nfo se apresentarn com uni formidade, mas vaciam enormemente de acordo com as cescolas e teorias administrativas e de acordo com 08 as- rpectos e variveis que éada uma delas considerou rele- vyantes na sua época para fndamentar suas conchi- ses ou para solcionar es problemas mais importen- {es com 05 quais se defrontavam. © Histéria da TGA Atooria administrative surgiu no inielo do séeulo pas- Sado, Ela ¢ uma Jovem sonhora o atravessou fases ‘bom distintas ¢ que se superp6em. Cada una das fo- ‘30s realga e enfatiza um aspecto importante da Adi 1 2 ratura erganizacional 3. Enfase nas pessoes. 4, Enfase na tecnologia. 5. Enfase no ambiente. 6. Entase nas competéncias # na competiiviéade, © eisevien Enfase nas tarefas Ea abordagem tipica da Escola da Administrasio Cien- tifica, Adiministragao hhen por causa da tentativa de aplicagio dos mévo- dos da cigncia aos problemas da administragio, a fim de alcangar elevada eficiéncia industrial. Osmé- todos cienttficos aplicados 20s problemas da admi- nistragio sao a observacdo ¢a mensuraggo. A Escola a Administragio Cientifica teve sew inicio no co- meco do século XX pelo engenheiro americano Frederick W. Taylor (1856-1915), considerado 0 fundador da modema TGA. Taylor teve intimeros seguidores (engenheiros como Gantt, Gilbreth, Emerson, Ford, Barth © outros) & provocou uma verdadeira revolugao no pensamento administrati- vo eno mundo industrial da época. Sura preocupa- #0 original foi tentar eliminar o fantasia do des- perdicio ¢ das perdas sofridas pelas indiistrias ame- rieanas ¢ elevar os niveis de produtividade por meio sla aplicagao de métodos e téenicas da engenharia industrial. A Administragdo Cientifica representa uma primeira aproximacao teérica aos estudos da administragéo emipresarial € localizou-se inicial- vel do trabalho individual de cada ope- rério, tomado isoladamente. Atéentao,a escolha do método de trabatho era confiada ao préprio opers- rio que s¢ bascava na sua experiéacia pessoal ante- ior para definir como iria realizar suas tarcfas Como conseqiténcia, as indistrias americanas reve- Jaram uma profunda disparidade de métodos de trabalho, pois cada operario tinha um esquema pes- soal de trabalho, o que dificultava a supervisio, 0 controle e a padronizacao de utensilios e ferramen tas de trabalho. Taylor procurou tirar do operario 0 ireito de escother o seu jeito pessoal de executar a tarefa~ no que foi bem-sucedido ~ para impor-the tum método planejado e estucada por um profissio~ nal especializado no planejamento das tarefas. Essa acluinistracao.das tarefas se assentava na organiza- gio racional do trabalho para defini 0 método (the best way) pelo qual o operétio poderia se tornar efi- cente erm suas atividades.® A\ técnica para se chegar ao método tacional era 0 esuudlo de tempos e movithentos (notion time study), Asatividades mais complexas eram subdivididas em atividades mais simples, as quais eram divididas em enttfica € 0 nome que rece- CAPIRO 1 + © que é dcministiacao de emoreses — movimentos elementares para faclitar sua raciona- lizagio e sua padtonizacio, Até os movimentos ele- mentares ~ 05 quais Gilbreth denominou therbligs ‘como unidade fundamental de trabalho — foram pa- dronizados. Simplificagao e padronizagao tornaram o teaba- tho mais eficiente.” Dai a fragmentacao das tarefas Para permitir a especializacio do trabalhador. © Aprodugéo em massa ‘Alinhe de montagem na qual o operério executa tare fas simples e repatitivs a0 longo de sua jornada dié- Fia de trabalho 6 um dos exemplos tipicos dessa frag- ‘mentaedo, simpliiicagso das tarefas o busea da padro- nizagao. Henry Ford! tov a intuigio de ulllizila pera Produzir aulomévels o reduzir drasticamente 68 cus. 108 de producso., como roaultado, » progo de um car- Fo que antes era privalivo @ exclusive das grandes for unas. Ford popularizou o automével gragas & sua ge ‘ialidade. No Inventou nada, mas soube como pou cos utlizar as inovadoras téenioas oferaeldas no épo- 8 pela Administragéo Cientitica. Este provocou uma Verdatleira revolugao nos processos pradutives das Industr'as, methorende métodoe © processes, redu- 2indo eustes.e incrementando poderosamente a quall= dade produtlvidade. De tambuja, methoros salatios para os operirios, © Apés descobrir a “melhor maneira” de executara tarefa, esta passa a ser o método de trabalho do ope- ririo. A preocupagio seguiite € estabelecer os tem- bos ¢ padrGes de produgio por meio da eronome- tragem, a fim de definir o tempo médio necessario Pata um operitio normal realizar a tarefa devida- mente racionalizada, Esse tempo constitui o tempo- Padrao ou eficigncia equivalente a 100%. O tem- po-padrao passou a ser uma das formas de controle do desempenho do operirio. Para assegurar a efi- cigncia do operariado, tornava-se necessario sele- cionar 0s operirios mais aptos, weind-los na exec Gio do método escothide e oferecer-Ihes condigdes ambientais de trabalho agradaveis © condicoes de conforto capazes de reduzit a fadiga —podecoso migo de eficiéncia. Para conseguir a colaboragio ¢ 0 engajamento do operariado no sistema ¢ sua partici- Pagéo no aumento da eficiéneia, a solucao encon- trada foi oferecer planos de incentivos salatiais ¢ 8 Administraco ~ Teoria, Procesao o Pratica = IDALUENTO CINAVENATO prémios de producto. A produce individual até 0 nivel de 100% de eficiéncia era remunerada de acor- do com 0 mémero de pegas produridas. Acima de 100% de eficiéncia a remuneragio cra acrescida de um prémio ou incentivo adicional, 0 qual au- ‘mentava na medida da eficiéncia do opericio, @ Concelto de homo economieus déias como tempo-pacrae e Incentivos salzrais se ba- ‘salam na coneepeso do homo economieus, ou aele, na [Pressuposicdo de que es pessoas sdo motivadas exclu ‘Ivamente por iterosses salarials ¢ materia, Ma vorde- e, 28 pessoas pensamem ganhardinhelro; mas ni se reduzem apenas a Isso. Essa vio reduclonieta¢ rear tiva do ser humano predeminou durante décadas ¢ fol a esponsiivel pelo preconceto de que o despertlici in dustrial ara causado pola vadiagom do opereriado por {lta de Incentives salerais adequados. Fol uma imager ‘atorialiste o utiltarista ds natureza humnana® ‘Taylor « seus seguidores se prooeuparam em cons- ‘truir um modelo de administracio com base na racio~ nalizagio @ no controle da atividade humana; uma cspécie de engenharia aplicada 4 administracao. Ao busear uma produtividade sempre maior, a Adminis- tragio Cientifiea concentrou-se na tecnologia de pro- dugo cin massa, cujos princfpios se apéiam em con- ceitos ligados ao estudo de tempos ¢ movimentos, Os princfpios de produgéo em massa sto: 41, Padronizagdo: a estandartizagao de maquinas € equipamentos de produglo, euidado com © seu arranio fisico € disposigio racional fo- ram outras conseqiiéncins dessa forte tentati- va de reduzir a variabilidade ¢ a diversidade ‘no proceso produtivo. 2. Racionalieagao do trabalho: € a aplicagao dos rincipios de Administragio Cientifica ao tra- balho do opersio. &. Ritmo: € 0 movimento ordenado ¢ cadencia- do do produto na linha de montagem em vima série de operacses planejadas em postos de tabalho espectiicos e seqiienciais © Padronizacao Um padréo é ume unidade de medida ou um sistema da classificagao comumente acsita. A padronizeqao 6 a aplieagie dos padréos em um grupo, em uma orga- nizagao ou em uma sccledace. Sionitiea que métados Cientificos sero emprogados para desenvoiver oe melhores pediSes possivels para determinaidos pro- sites. Além disso. a padronizacéo tende a pramaver a cimpliflcegio pele oliminagae dle padrses desneces- sérlos e pela utlzagao de padres uniformes em uma empress ou indistis. A simplificacéio pode eer pracu- rada por 61 a6, com ou sem um programa de padconi- ‘zagéo. A padronizacao e a simpiificacae podem au. mentar significativamonts a efiolénels aperacional reduzit os custos de produgio. © ‘A pressuposigdo vigente era de quea tecnologia de producdo em massa, combinada com a técnica de estudos de tempos e movimentos para a organi- zag das tarefas individuais, resolveria todos os Figura 1.2. A abordagem microscépica © mocanicista da Administiecd Chenitfica.* CAFTTULA s + qua é administagéo de omprocas—g fLstvier Prneio do Panajamento Prinoipi do Prepare qi mneiolo da eecunto Priaipio do Coniota Frinipio da Besegto Stati ebano 0 tere neva do ope, a mprovnege ‘a otngSo ence yiea pelos mes que se basoam oh Drocadinartes Corfe, Sublist iproveae pata snc, (ertelo d parojarerts co mata, ‘Scleconr sorters oa abaadoes de ocode con Sas Sac. neperios» torsos ara pocuriem ea recon sone > 2 mslodo laid A do opi dt aa-de Sra, pare "anbérasrgras eos eqparentos em prodgbe sem cons onan elo © sepoaie atonal cas hanes eos eas ‘lent deanenio wo aiboes ows expends, fara qie a erusto co traale eda tem mie decide ‘Geter ota par moulin do quo cat corde |, recta de acnds eon a norma etbaincles espn oni [reveln Acadia dor coxpocy com oo ababacons pet us a ‘soci son eho oes is consis cvs a desemcvon nominate canto doe pais | |, stoczenchara semi eo gerta I ex ccerinsen ocepstonaa, ‘uo de oe espace, ven ava eu ora ai |g topos, asim eoigron deel e garni a hrmaln, Figura 1.4. Os quatro principios da administraeao c/ontitioa de Taylor. problemas de produtividade. Em termos mais es pecificos, previa-se 0 aumento da produgio, a te- dugio de custos a melhor qualidade do trabalho. A Bigura a seguir mostra’ tipo de raciocinio da €o0ea. ‘Taylor preocapou-se também com o papel do ge- rente, cujo trabalho deveria se basear em Principios da Administragéo Cientifica, Veja a Figura 1.4: A énfase nas tarefas é uma abordagem mictos- e6piea utilizada no nivel do operario e nao no ni- vel da empresa em sua toralidade. f uma aborda- gem mecanicista por envolver um conjunto de fatores (estudo de tempos e movimentos, selegéo cientifica do operdrio, aplicacdo do método pla- niejado racionalmente, medidas para reduzir ou neutralizar a fadiga, estabelecimento de padres de produsao eie.), como se cada um deles contti- buisse de modo determintstico pa 20 da eficiéncia ou como se fossem dentes de uma engrenagem, blocos de construcdo ou meca- nismo de relojoaria. A tnfase nas taretas no nivel do operirio repre- senta 0 primeito enfoque administrativo, ainda riope, limitado e reduzido a algumas poucas varié- veis da realidade empresarial. Foi o primetro passo da TGA aa maximiza- © Caracteristicas da énfase nas taretas”” © Pragmatiamo: énfese ne pratica e na epleagao no trabalho organizecional. © Organizagio racional do trabalho por intermédio da ‘andilse e da racionalizacao do trabalho. '» Divisio do tratiatho © eepesializacéo do operério. © Desenho de cargos e taretas. © Utilizagao de principios do administracéo & tare- fa das pessoas, como receituario pare oadminis- trador. © Incentives ealsriale © primice de produgéo, > Padronizacéo. © Abordagem preseritiva e normativa, © Enfase na estrutura organizacional Fa fase na qual administrat significa basicamente plancjar ¢ organizar a estrutura de étgios e cargos que compéem a empresa, ditigir ¢ controlar as suas ades. Nesta abordagem, verifica-se que a efi- da empresa vai além da soma da eficiéneia dos seus trabalhadores e deve ser alcangada por meio da racionalidade, isto é da adequagio dos meios (Grgios e cargos) 20s fins desejados. A preocupacao coma estrutura da organizagio constitui uma enor- me ampliagio do objeto de estudo da TGA. 40 Adminiatragio ~ Teorla, Processo @ Pratica + IDALBENTO CHIAVENATO © Da microabortiagem a macroabordagem ‘A mleroabordagom de Taylor, até entéo reduzide a0 nk vel individual de eada operério com relagéo a tarefs, passaaser enormemente ampllada no nivel da empre- ‘se como uma totalidad om relacao a sua estrutura or ‘gerizacional, O desatlo melor esté em alocar 08 reour- 906 noceesitios para tarefa organizacional lecer como seréo ulilizados ¢ conjugados. © estabe- Sao trés as abordagens relacionaclas com a estru- tura organizacional: 41, Teoria Classica de Payol. 2, Teoria ds Burocracia de Weber. 3, Teoria Estruturalista, Cada uma dessas trés abordagens sera apresenta- da a seguir. Teoria Classica A primeira abordagem a enfatizar a estrurura o7g2- nizacional nascea com Henri Fayo! (1841-1925), engeriheiro francés que inaugurou a abordagem amatGmica ¢ estrutaral da empresi, substiuindo © cenfoaue analitico e eoncreto de Taylor por wma vie so sinrética, global e universal. Fayol defendia a visto anatOmica da empresa em termos de organiza- gio formal, isto é, a sintese dos diferentes dreios que compdem a estrutura organizacional, cuas rela- 62s ¢ suas fangbes dentro do todo.!! Para Fayol, toda empresa desempenha seis fun- ‘gGes basicas:'? 1. Paongdes téenicas: relacionadas com @ produ- gio de bens ou de servigos da empresa, 2, Fungbes comerciais: relacionadas com a com- pra, a venda ¢ a pertnutagio. 3. Func6es financeinas: relacionadas com a pro~ cura ¢ a geréneia de eapitais, 4, Punedes contdbeis: relacionadas com os inven trios, registeos, balangos, custos e estatisticas, £5, Funcdes administrativas: relacionadas com ain- ‘tegracio de'ciipula das outras cinco fungoes. As ~ © fungGes administrativas coordenam ¢ sineroni- gam at demais fungées (rdo-administrativas) da empresa, pairando sémpre acima dekss, ELSEVIER 6. Fuingées de seguranca: relacionadas com a pro- tegio ea preservagio dos bens e das pessoas, @ As fungoes da empresa ‘A velha visto de Fayol passou por fories mudances. Hoje, as empresas em geral so articulam om éreas ‘come: finangas (contabilidada), marketing, produgse fe operagses (fungdoe téenleae) © gestao de pessoas (‘ecursos humanos). As funcOes de sequranga passo- ram a eor onquadradae dantro da rea de produgao © operagées ou dentro da gestéo do pessoas, deper ‘dence de cada empress. © No entanto, a fangio administrativa ndo € excli- vada alta cépula, Elase reparte na mesma propor- gio por todos os niveis de hierarquia da cmpresa. Existe uma proporcionalidade de fungio adminis- trativa: ela nfo se concentra apenas no topo da em- presa, nem € privilégio dos dizetores, mas 6 distri buida proporcionalmente entre todos os nfve is hie rrquitos. Na medida em que se desce na escala hie- rérquica, mais aumenta a proporgao das outras fun- ‘ges da empresa e, na medida em que se sobe na es- cala hierarquica, mais aumentam a extensio e ‘yolu- ime das fungSes administracivas. Nos niveis mais al- ros predominam as fungées administrativas, en quanto nos niveis mais baixos predominam as de- mais fungdes (naio-administrativas). ‘As fung6es administeativas constituem as pré- prias fungoes do administrador. Para Fayol, as fa des administrativas si0 compostas pelos elementos da administragio, a saber: 4, Prever: visnalizar o futuro ¢ tragar 0 programa de agio. 2. Organizar: constituis 0 duplo organismo ma- terial e social da empresa. 3. Comandar: divigic e orientar 0 pessoal. 4. Coordenar: ligar, unir, harmonizat todos os atos ¢ todos as esforgos coletivos. 6, Conitrolar: garantir que tudo ocorra de acor~ do com as regras estabelecidas ¢ as ordens dadas. Em sew conjunto, of elementos da administracao ‘compdem 0 processo administrativo. Sio localizaveis seven Fungoes Administrativas = Prover + Organizar = conandar = Conidener *Conkeler utras Fungdes do-Adminittativas sToericas Comarca CAPITULO | + © que é administragéio de empresas 44 Nlveis Mioréequieos: Mats elevados Poa Bnancaras “Contes *Sequrarga ais anos Figura 1.8. Proporcionalidade da tun¢ao administrative noe niveis hierérquicos da emprese.'* em qualquer trabalho do administrador, cm qualquer nivel hierérquico ow em qualquer dea de atividade da empresa. Emi outres termos, tanto o ditetor quanto 0 gerente, 0 chefe out supervisor ~ eada qual em seu ni vel ~ desempenbam atividades de peevisio, orgnniza- 20, comando, coordenagio ¢ controle, como ativida- des administrativas essenciais. Fungses Adminitrative Posteriormente, outros autores cléssicas ¢ neo- cléssicos alteraram 0 processo administrativo pro- posto por Fayol, cada qual do seu modo. © Processo administrative Dopols do Fayo! outros eutores modificaram os eha- mados elementos de administragao. Q pracesso admi- istrative pessou a ser: © Organizer + Comaridar Fungées Técnicas ‘Coorconar Fungéas Comereiaio + Controar ‘Pungoes Financelres Fuge Contatois Fungdos do Sogurance Figura 1.6. As tuncoes basicas da empresa. 42. Administragao ~ Teorta, Proceso @ Préitca + IOALGERTO GHIAVENATO ELSEVIER fen Prover Plenojer Investiger Planejar——Planojar Planejar Prover Planeler Organizer Organizar Organizar Orgenter Organizer Organizar Comandar Admin. Pessoal Comandar Dig Lderar Digit Coordonar —Dirgir Coordener Gocrdenar Controlar— Informar Cenirolor Conirolar ——Cortoler ——Controlar Orcar Figura 1.7. 0 processo administrative para 08 vérioe autores classicos @ necclassicos. Para os autores ckissicos, 2 Administragdo ~como. toda ciéncia — deve basear-se em leis ou em princt- pios universaie apliciveis 9 todas as situagbes com que o administrador se defronta; 0s principios gerais dle Administragio. Esses principios prescrevem como 6 administrador deve se comportar, Daf 0 carter prescritivo ¢ normative da Teoria Cl sca. © Principios Gerais de Administracéo Fayol listou cerca de 14 Principios Geraie de Adminis as tarefas » doe érgiee, ou soje, & heterogenvicia- de e & fragmentacdo. Pera buscar homogeneld deve-se agrupar na mesma unidade todos os que estiverem trabalhanclo pelo mesmo processo, para ‘2 mesma elientela no mesmo luger. 6. Principio da coordenaeée: 6 dietribulgéo.ordena- dda do esforgo da empresa, a fim de obter unidade ide ago na consecugéo de um fim eomum: © A‘Teotia Clissica também se caracteriza pelo seu tragao, enquanto outros autores cléssicos e neaclée- _enfoque eminentemente prescritiv ¢ normative: ‘loos 60 praocupsram om enuncler outros tantos. Os cot prineipios mals conhecides so: 1. Prinoiplo ca evisao do trabalho: é oprinciplo daes- pecializagio nocesséria & oficiéncia na utlizagao ‘das pessoas, Consiste na designagéo de tarefas espocificas a cada um dos érgaos que compoam 8 corganizazéo empreserial. 2. Prinelplo da autoridade e responsabilidade: a aulo- ridade é 9 poder derivada da posicéo ocupaca pela pessoa, o direto de der ordene © poder de ospe- rar obediéncis; a responsabilidade € uma conse- £0: no 0 administrador deve se conduzir em todas as sinvagdes por intermédio do processo adminiscrati- vo e quis prinefpios gerais deve seguir para ober a méxima elicigncia. A preocupagao com as regras do jogo ¢ fundamental, como mostra a figura a sceuir. (Os pontos de vista de Fayol ¢ seguidores foram posteriormente retomados pelos aurores neocléssi- ys — que veremos adiante ~ em uma abordagem ais eclética e quase enciclopédica, utilizanclo con- ‘08 de outras teorias administrativas mais recen- tiéncte natura da autoridade. Ambae dover esiar tes ¢ mais amplas, na tentativa de reduzir arigiden.€ equilibradas entre si. 9 mecani 4. Principio. da unidade de comancdo: cada pessoa ye recebor ordens de um @ apenas uum superior (ehete). £0 principio de autoridade tnice. ® 4. Prineiplo da hlerarqula ou cadela escafar: a autori~ dade deve estar disposta em uma hietarquia, isto é, ‘em escalées hlerdrquices, de tal meneira que um ‘nivol hierirquieo cove estar sempte subordinaco a0 nivel hlerérquico supertor. 5, Prineiplo da lepartamentalizacdo: a diviséo do tra- bbalho conduz 8 eepecislizagde © ciferenciagso smo da abordagem classica. Caracteristicas da Teoria Classica da Administracao"® ‘© Adega de principios gerais de administragio €o- ‘mo reeeltuarlo para o administrador. © Enfase no processo administrative de planjar, ‘genizar, dirigir ¢ controtar. + Enfase na organizagée formal da empresa. 4 Definigao das tunctes bésicas de emprese. CAPITULO 1 + © que achministrcéo de empresas 49 Figura 1.8. 4 abordagem proseritiva @ normativa de Teorle Gléssica.'? Teoria da Burocracia Assegunda abordagem relacionada coma estrutura or- ganizacional nasceu com Max Weber (1864-1920), socidlogo alemio considerado 0 fundador da Teo- ia da Burocracia, Para Weber, 0 termo buroctacia nao tem 0 significado pejorativo de uso popular, ‘mas um significado técnico que identifica certas ca. racteristicas da organizacio formal voltadas exclu- sivamente para a racionalidade e para a eficiéncia, O tipo “ideal” de burocracia, segundo Weber, apre- senta sete dimensoes principais:!® 1. Formalizacao: todas as atividades da orga 42a¢a0 sio definidas por escrito (rotinas e pro- cedimentos) e a organizagio opera de acordo vom um conjunto de leis ou regras (regras e regulamentos, regimento interno, estatutos) {que s20 aplicéveis a todos os casos individuais, seth excecio. 2. Divisao do trabalho: cada paxticipante tem ‘unt cargo ou posicio definidos em uma esfera especifica de competéncia, com deveres ofi- ciais, autibuigoes estritamente especificadas ¢ delimitadas. 3, Principio da hievarguia: a burocracia se assen- ta em uma hicrarquia bem definida de autori- dade, Cada funciondrio submetido a ordens impessoais que guiam suas agées, de modo a assegurar sua obediéncia. Cada fungao mais baixa esté sob controle © supervisio da mais alta, assepurando unidade de controle: cada funcionario tem um tinico chefe, Dai o forma= to de estrutura piramidal da burocracia. 4. Inpessoalidade: 0 funcionétio ideal é impes: soal no telacionamento com outros ocupantes de cargos. A burocracia enfatiza os cargos € 140 as pessoas que os ocupam, pois, a0 passo ue as pessoas enttam e saem da organizacio, ‘08 cargos permanecem para garantir sna con- tintidade e perperusgao. 5. Competéncia técnica: a selegao © a escolha dos participantes da organizagio baseiam-se a competéncia técnica e na qualificagio pro- fissional dos candidatos © nao em preferén- las de ordem pessoal, Dai a utilizagio de tes. tes © concursos para preenchimento de ca 08 ou para promogdes. A burocracia € em nentemente metitoctética, © sistema tam- bem prevé encarreiramento das pessoas ¢ as promogGes sao feitas de acordo com mérito funcional, dependendo sempre do julgamen- to do superior. ‘Adiministragao - Teoria, Processo e Frélica IDALBERTO CHIAVENATO Separacio entre propriedade ¢ administragao: 1s recursos utilizados para a execucto das rare= fas nfo so propriedade dos burocratas, ¢ sim dda organizagio. A sua administrago esté sopa~ rada da propricdade dos meios de producio, uma ver que o dirigente out 0 burocrata no é necessariamente o dono da organizagio on dos seus mios de procugios ele é, na verdade, um profissional especializado na sua gestio. Daf o ‘gradativo afastamento do cxpitalista da gestio do proprio negécio e a palverizacto do capital por meio das sociedades andnimas. A burocra- Ja permitin o surgimento das sociedades and- nimas ¢ do moderno mercado de capitai _ Profissionalicagao do funicionézis 05 Funcion’- ios da burocracia s40 profissionais, pois sio ¢s- pecialistas em face da divisio do traballo; sto assalatiados de acordo com svas fungGes ou pO- sicgao hierérquicas seus cargos constituem sua principal atividade dentro da organizagio; S30 nomeados pelo superior imediaios seus manda~ tos sio por tempo indeterminado; seguem uma carreira dentro da organizacio e nio possuem a propriedade dos meios de producio da organi- zac, A buroctacia permitin 0 surgimento dos funcionatios como profissionais. imensbes da Canseqiencias Burosracla Esperadas 1 .Femaleacde 2 Distoo Tanatno 28. Pénspio da Herraus 4 mpassoalidade 5 CompetnciaTaenica 6: apart arro Preprccase ‘Aedniacao 7 proisnatzapz0 co ‘uncer ELSEVIER ‘As sete dimens6es anteriormente citadas consti- rem as caracteristicas bésicas do modelo buroeritico, Mais recentemente, Hall!” verificou que essas sete dimensSes principais da burocracia se apresen- tam em graus yariados em cada organizagio. Cada dimensio varia em um continuum que vai de wm minimo a um miximo de gradagio em graus varia veis de burocratizagio em cada empresa. Cada ent ppresa apresenta diferentes graus de burocratizagio fem cada uma dessas sete dimensSes: uma empresa pode ser altamente burocrarizada em algumas ¢i mensées e precariamente burocratizada em outras. Essas sete dimensées esto fortemente presentes no modelo burocritico “ideal” estudado por Weber. De um ponto de vista estritamente téenico, a bu- rocracia representa 0 tipo de organizagio eapaz de atingit o mais elevado grau de eficiencia no alcance dos objetivos arganizacionais, segundo Weber. Em ‘outros termos, a burocracia significa 0 tipo de orga: nizagio humana na qual racionalidade atinge 0 set mais elevado grau. A tacionalidade significa a ade- ‘quaicio dos meios para 0 alcance de deterininados fing ou objetivos. A burocracia eonstirui um exem- plo tfpico do modelo de organizacéo dorado de ra cionalidade, capaz de ser aplicdvel a todos 0s tipos de organizagées e empresas, independentemence de tbine feisroa ca ‘omarizayéo Figura 1.9. Aé dimansoes da purocracia. GAPITULO 1 + O.que éadministracao deempresas 45 Fiseviae twit Poueo Burocrtlada Exeessiamente Burocraleade Exeaatar de ores 6 egulamertos, reooee de Worms ‘egulamertos Figura 1.10. 0 continuum dos graus de burocratizagéo. sua natureza, operagdes, tamanho etc. A burocracia visa atingit conseqiiéncias descjadas: a previsibili- dade do comportamento das pessoas dentro da of- ganizagdo. Até certo ponte, isso significa a centativa de padronizar o desempenho bumano para aleancar tum objetivo organizacional: a maxima eficiéncia da organizagéo, ‘Weber nao levou em conta as diferencas indivi- duals das pessoas nem a organizagio informal, que veremos adiante. © comporramento das pessoas na ‘organizacdo nem sempre ocorre com a previsibili- dade descrita por Weber. Existem consegiiéncias imprevistas (ou indescjadas) ¢ que levam a inefi- igncia e as imperfeigdes, A esas conseqiiéncias im- previstas deu-se o nome de disfungées da burocra- ia, para designar as anomalias de funieionamento responsaveis pelo sentido pejorative que o termo burocracia adquitiu entre os leigos no assunto, As principais disfungées da burocracia sfo as se~ sguintes:”” 1. Despersonalizacao do relacionarsenito enire os participantes: 6s ocupantes de cargos se tratamn como tal e nao como pessoas. 2, Internalizacdo das diretrizes: 28 normas € os regulamentos — inicialmente elaborados para melhor atingir os objetivos organizacionais — adquirem valor préprio, transformando-se de ineiosem objetivose passando aser absolutos. 0 funcionério passa a se preocupar mais com as reptas e os regulamentos da organizagio do que com 0 pr6prio trabalho dentro dela 3. Uso da categorizagao como técnica do proces- so decisério: a tomada de decisio passa a ser pretrogativa do funcionatio euja categoria rarquica € mizis etevada, independentemente do seu conhecimento sobre o assunto que esta sendo decidido, 4, Excesso de formalismo ¢ de papelirio: a ten- dencia de doenmentar ¢ formalizar todas 28 comunicagées chega a um ponto que pode prejudicar o funcionamento da organizagao. Exibicio de sinais de autoridade: como a bu- rocracia enfatiza enotmemente a hierarquia como meio de controle do desempenho dos Participantes, surge a necessidade de utiliza- 520 de indicadores, de simbolos ou sinais que destaquem a autoridade ¢ o poder, como é 0 caso de uniformes, tipo de sala ou de mesa uti- lizada, locais reservados no refeitério ou no estacionamento de earros, entre outros Superconformidade em relacao ds regras ¢ aos regulamentos da onganizagao: 0 funcionstio passa a ter verdadeira devogio ¢ obsessio pe- Ja regras e regulamentos, condicionando seu desempenho a eles e, assim, deixa de lado os devetes inerentes 20 cargo. Propensdo dos participantes a se defenderem de pressbes externas: como a organizacio bu- roctética recebe pressbes externas para reali- zar mudangas, 0 funciondrio passa a peree- 5. 6. 7. be-las como ameacas a posigao que desfruta na organizagdo e um perigo pare sua seguran- G2 pessoal. Daf a tendencia de se defender 6 contra qualquer tipo de influéncia externa, 0 ‘que leva fatalmente a dificuldades no atendi- mento aos clientes ¢ usuérios, tomados como figuras estranhas e portadoras de tais ameagas, «¢ presses, 8. Resisténcias a moudancas: as mudanges repre- sentam ameagas tanto a sna posigio quanto 3 eetabilidade na organizagio. O funciondrio se senite mais seguro e protegido com a rotina que domina, pois a conhece bem e isso n4o The ‘tear ameagas. Para preservar ¢ garantir seu es- quema atual, passa a resistir 2 qualquer forma de mudanga ou modificagéo da situagio, As cauisas das disfungdes residem basicamente no fato de que a burocracia nao leva em conta a vari bilidade do ser humano, mas parte do pressaposto de que todas as pessoas se comportam de mancira igual, homogénea e padronizada. Isso ndo diminui a importineia das burocracias na sociedsde moderna, ‘Todas 2s grandes organizagées e empresas multina- cionais ~cm face do seu tamanho e complexidade— adoraram 6 modelo burocratico como forma orga- ‘Admintstragao ~ Teoria, Processo e Prética + IDALDERTO CHIAVENATO ELSEVIER nizacional basica no decorrer da Era Industrial. Ho- je, estéo tentando se desvencilhar desse modelo, 0 qual foi criado para um mundo conservador e per- manente © néo comporta mudangas. © modelo burocratico foi extremamente importante na Era Industrial quando 0 mundo mudava pouico ¢ de modo ordenado, seqitencial, progressivo ¢ previsi vel. Essa mudanga linear e continua foi substituida Por uma mudanga muito mais velozy répida, ding ‘mica, profunca ¢ aé mesmo diseaptiva, Esse mode lo rigido einflexivel foi uma invengéo da Era Indus- trial e 140 se sjusta a Bra da Informacio, que exige organizacdes flexiveis, adaprativas, dgeis, organicas € inovadoras. Apesar de todas as suas limitagéies e desvanta- gens, a burocracia parece ser © modelo menos raim para se lidar com as grandes e complexas organiza ges. Ou elas diminuem de tamanho ou se desdo- bram em unidades corporativas de negécios ow pas- sam a funcionar como redes de aliangas estrtégi- eas, Caso contritio, © modelo burocritico ainda tende a prevalecer ~ principalmente nas organiza- ‘c6es estatais e nas repartig6es priblicas. revista do Gonseqgéncias improvstas: Disturgbes da Burccraca Figura 1.11. Consequénoias pravistas (pravisibitidade do comportamento) @ eonsoqiiéncias Imprevistas (distuncoes) da buracracia.®* cariTuLo 1 + O que é administragéo de empresas — 47 Hisevise ‘Caro ogal dae norma Carlos onal das corenibagsee vse do taba Inmpossoataade no velaconerento Hirarquzagio ce avroridede Fotos a procedimerton Compete tenion rio Ebpestazarto a gorensta Protistonatzarto eine eS Intpmatango cas nora xoosso da formals 2 8. Fscecso da papelrio 4. Reosienela ts madanras, 5. Deaperscraizagée do rlaioranent| ©. Cotegotzeste do rlsionemento i a G ‘Supareartorridado Esiigha casas de autores Dileuaades com cienes Figura 1.12. Distungdes da burocracia. 2? © Garacteristicas da Teoria da Burocracia®® © DWvisae do trabalho organizacional em hierarquilas 0 autoridads, ‘© Formalizagao da comunicagéo através de papéis © documentos. = Adogée de norms legals. ‘*Impessoalidade no relacionamento entre pessoa: + Adopée do rotinas ¢ procedimontos para substtulr decis0es individuals, 4+ Meritocracia e compoténcia técnica, + Profiscionalizagde das possess. © Separagdo entre gerénela e propriedade. © Teoria Estruturalista A terceira alternativa dentro das cotrences de TGA que enfatizam a estrutura organizacional 6a chama- da Teoria Estruturalista, desenvolvida a partir dos estados sobre as limitagdes'¢ rigider do modelo bu- tocritico. Esse modelo é tipico de sistema fechado, alamente mecanistico © fundamentado em wine “teoria da maquina”, na qual a organizagéo & conce- bida como um arranjo estatico de peas cujo funcio- namento é deterministicamente previsco. Muito além do modelo buracritico, os estruturalistas in- troduziram 0 conceito de sistema aberto no estudo das organizagées e temtaram compatibilizar as con- tribuigdes cléssica ¢ humantstica da TGA. Foi wna abordagem miltipla e compreensiva na anélise das organizagées, focalizando-as como complexos de estruturas formais ¢ informais, Os estruturalistas criaram varias tipologias de orga- nizagdes € anilises compatativas para a mellior come preensio do fendmeno organizacional, incluindo andlise interorganizacional ¢ 0 ambiente extemo, que passou.a ser considerado uma variivel a mais no estudo das empresas. Como verificado, a inovacdo ea mudan- @ trazem conflitos dentro das organizacées, mas 0 conflito é um sinal de vitalidade, on seja,sinal de idéias € atitudes diferentes que se chocam © muitas veers se santagonizam. A administragio do conflito passa a ser ‘ui elemento crucial e de rmiltiplas aplcagbes na TGA. A Teoria Estrutualista representa um perfodo de in- tensa transigao e expansio nos territorios da TGA. © Caracteristicas da Teoria Estruturalista da Administracao™ + Adogdo de principlos da teorl cléssica eda teoria das relagdee humanae. * Goncelte deesiruiurae fundameniegao ne estrutir rallsme. 49 Administragao — Taorla, Processo @ Pratica + !DALBERTO CHIAVENATO © Acoltagio da organizagae formal e informal. © Adogio de ipologias para esiudar os cllerentes te Pos de organizacoes. © Foo na anélics organizactonalo ne anélice intoror- ganizacional. @ Enfase nas pessoas ilar com pessoas. Esta terceira abordagem da TGA foi uma reagio A sbordagem mecanicista e rfgida da Teoria Clissica e da Teoria da Burocracia, Ela procura en- fatizar as pessoas dentro das empresas, deixando em segundo plano a esirutura eas tarefas. Fa cha- mada abordagem humanistica e pode ser desdobra- da em dnas escolas on teorias: a Escola das Relacdes Humanas ¢ a Teoria Comportamental. f a fase em que administrar &, sobremdo, Escola das Relagdes Humanas A primeira corrente da abordagem humantatiea —a Escola das RelagSes Humanas — teve em Elton Mayo (1880-1949) ¢ Kurt Lewin (1890-1947) seus principals democritica e liberalizante ocorrida na TGA. Sur- gi como uma teoria de oposigéo © combate A Teo- ria Classica, alicergada sobre as obras de Taylor € Fayol, cuja hegemonia cobriu trangiiilamente as trés primeiras décadas do sécalo XX. Disposta a de- moeratizar ¢ humanizar a administragio das empre- sas ¢ fortalecer e reforsar sens pontos de vista, @ ‘ecursores, Tratase da abordagem mais, Escola das Relagées Humanas negow ou omitin to- dos 08 conceitos desenvalvidos ¢ afirmados pela Teoria Clissica ~ como 0s de organizagio formal, antoridade ¢ responsabilidad, hierarquia, unidade de comand, estucos de tempos e movimentos, ef cigncia, departamentalizagio, principios gerais de administragao, entre outros — para substitui-los por outros conceitos desenvolvidos a partir da Psicolo- gia e Sociologia Industrinis, tais como organizagso informal, motivagio, comunicagto, lideranga, in- centivos sociais, dindmica de grupo etc. © Da engennaria para a psicologia ~ da técnica para o humanismo Para a Teoria Cidssica, 0 administrador tiplco - emk nneniemente tecnico e vollado pare os aspectos logh ELSEVIER ‘08 da organizagio - cede agora lugar a0 adminisira- dor tipieo dessa nova ebordagem ~ sminentemente humanista @ veltado para os aspoctos psleol6gicos sociolégieos da organizagéo, Os plance de incentives salarlals fundamentados na concepgao do homo eco- nomicus passam a sar substituidos pelo incentive eo. Gale simbélico beseado na concepesode homo socis- lis. Segundo essa cancepeao, 6 homem 6 motivado bbasicamente por recompensas socials ¢ simbélicas, pois as necessiciades psicol6cleas do ser humano sto mais Importantes do que a nocescidiade de ganhar ‘mals dinhelro. A partir de Experléncie de Hawthorne (1927-1932), dosenvelvida para mencurar os efeltos da lluminagio sobre @ produgSo, surgem Indimeras pesquisas para tentar comprovar cientificamente as conclusise © afirmagsee de autorse humanietas. © Contido, esta reoria apresenta apenas concha- s6es parciais, omitindo variaveis importantes abor- adas pelos classicos ¢ utilizando uma abordagem francamente: demagdgica € manipulativa. Tais as- pectos levaram a Escola das Relagdes Humanas do descrédito, principalmente por valorizar simbolos baratos e relegar a tim plano secundiio a5 recom- pensas salariais e por tentar esconder dias légicas diferentes ¢ até certo ponto antagénicas: a do ein- presério, que procara maximizar sens lucros, ea do trabalhador, que procura maximizar seu salério. Es- te conflito de interesses da empresa e das pessoas que nela trabalham — foi ocultado por esta escola, ‘© Abordagem manipulative Hosta ebordagem provaloce ainda o proseupasto do que o homem & um Instrumento a ser usecio pela oxge~ nizagio; née 89 encara a organizagie como instri- ‘mento do homem: 0 concelto de relacSes humanas fot utiizado male como fachaca para a manipulag3o dis- ‘simulada dos individuos do que pro uma fllosofia administraiva sadia ¢ Justa. Apesar de todas 28 eritiens negatives, no hé como negar 0 im- pulso para a “equalizacio do poder”, que representa ‘uma rodueao na difarenca de poder e stalus entre su- ervisores © cubordinados. © lamente como Em um sentido mais amplo, a Escola das Relagies Homanas representa uma reagio saudavel a énfase no trabalho programado, no controle hierarquico r= ido e no alto grau de especializagio do trabalhador, CAPITULG } + O que é administragso de empresas 4g mister Figura 1.13. A abordagam manipulativa da tooria das relagées humanas.°® aspectos caracteristicos do taylorismo e da TGA tra- dicional. Um dos principais objetives do movimento humanista foi tentar quebrar o excessive controle hierérquico ¢ encorsjar a espontaneidade dos traba- Ihadores. Os autores humanistas sao unanimes quan- to a um diagndstico bésico: as organizagies mais ‘complexas tendem a bloquear o crescimento indivi- dual ¢ 0 autodesenvolvimento das pessoas, levan- dosas A apatia, ao desperdicio das capacidades huma- nas ¢ a atividades disfuncionais, como greves, redu= gio do trabalho © competigo destrutiva. As principais contribuicGes da Teoria das Rela- ses Humsnas & TGA se concenttam no esforca pio- neiro ramo a-humanizagio das empres ha organizagao informal, nos grupos sociais, nas co- municagées, motivagio, lideranca, nas abordagens participativas ¢, sobretudo, na preocupacio com a satisfagio no trabalho. © Caractoristicas da Escola das Relagdes Humanas® * Enfase na poleologia para 0 astudo des organiza ges. © Substituigao da abordagom cléseloa (énfase nas te- roles e na estrutura) pela aborcagem humanistica (Gntase nas pessoas). + Adogéo de conceitos:humanisticas, como: grupa social, dinamica de grupo, motivagao, eomunice- 0, lideranga ete. em substitulgéo eos conceitos (éenicos até entio utiizados. © Foco na crganizacae informal ens grupos ecefele. © Teoria Comportamental A segunda abordagem humanfstica~a Teoria Com- portamental ou Escola do Comportamento Organi- zacional ~ surgi com o livre de Herbert A. Simon publicado em 1947 (O covnportarsento administra- yo), no qual o autor desenvolve uma teoria das de- ies. Pata ele, a decistio 6 muito mais importante do quea acéo subseqiiente. A partir daf, as empresas so visualizadas como sistemas de decisses, nos ‘quais as pessoas percebem, senter, decidem e agem, definindo seus comportamentos diante de situacoes com que se deparam, A administragio néo pode deixar de lado esses aspectos comportamentais. A abordagem comportamental descende dirctamente a Escola das Relagdes Hamanas e mantém a tradi- ao de deixar 08 aspectos estruturais em segundo plano, para focalizar os aspectos comportamentais. Essa abordagem retine uma comstelacto de aucores muito conhecidos”* e procura desenvolver © com- patat estilos de administracao capazes de potencia- lizar as motivagdes individuais existentes os parti- cipantes das organizacoes e reduzir as incongruén- cias ¢ 08 conflitos entre objetivos oxganizacionais & individuais dos participantes. Mais recentemente, dentro da abordagem com- portamental, surgiu um movimento de grande vita- lidade denominado Desenvolvimento Organizacio- ral (DO), voltado para estratégias de mudanga or ganizacional planejada por meio de modelos de disgnéstico, intervencio ¢ mudanca, que envolvem, 29 © Administragao ~ Teoria, Processo @ Pratica + 1DALBERTO CHIAVEMATO ELSEVIER modificagdes estruturais a0 lado de modificagGes somportamentais a fim de methorar a eficitncia ea eficdcia das empresas. Esse movimento incorpora a ‘Teoria dos Sistemas, técnicas de sensibilizagio her- dadas dos laboratérios de treinamento de sensitivi= iadas por Lewin.” A idéia era renovar e as organizacdes para adequi-las 2 um mando em mudanga. © Caracteristicas da Teoria Comportamental da Administragao” + Enfase no comportamento organizaclonal, ieto 6, na dinmica ¢ néo na estrutu © Foca no proceso deciséro. + Enfaso om aspectae compertamentais como moti- ‘vaca, ideranga, comunicagao, equlpes. © Adogio de técnieas comportamentais, © Enfase na tecnologia Ba fase em que administrar significa lidar com a tecnologia, para extrair dela a méxima eficiéncia possivel. Com o advento da cibernética, da mecani- zagio, da auromacio, da computagzo e, mais recen- temente, da robotizagio, a tecnologia da informa Go (TI posta a servigo da empresa passou a mol- dar-Ihe a estrutura ¢ condicionar seu funcionamen- Méauinas, equipemnics, tecnologia initio, ‘Drecossos tetas Sistema Gerenctal ‘Aaniniavecore sas nos vel nstucional, Irtarmediavo.eoparaional to. Muito embora a Administiagio Cienttfica de Taylor € seus segnidores tenha se preocupado na Spoca com a tecnologia, suas incursées nesse campo limitam-se estritamente no nivel da tarefa indivi- dual de cada operario € de maneira concreta e ime- diatista. Por inerivel que possa parecer, uma das ais recentes reas de estido da TGA € 0 papel da tecnologia na determinagdo da esteutura edo funcio- namento das empresas. Somente a partir de 1960, com os estudos © pesquisas da socidloga inglesa Joan Woodward sobre uma amostra de inkistrias da Inglaterra, passou-se 2 compreender ~ embora tardiamente ~ 0 importante papel da tecnologia so- breas empresas que a utilizam sob variadas formas nnaturezas para realizar suas operagoes e atingir seus objetivos. Alguns autores chegaram a afirmar a exis: téncia de um “imperativo tecnolégico”, ou seja, a tecnologia tomada como variavel independente ea estrutura organizacional da empresa que a utiliza como variavel dela dependente, ‘Ainda dentro da linhagem inglesa, a corrente de ‘Tavistock concebia a empresa como um sistema so ciotéenico, no qual interagem trés subsistemas inti mamente interdependentes: 0 subsistemia social ow fhumano (composto de pessoas, com seus valores, habilidades e conhecimentos), o subsistema tecna- logico (composto de equipamentos, instalegics, tec- Possess sous rensoraneaios Torpaseoeis ‘9 sodisle Figura 1.14. 0 sistema sociotéenico, ast nologia, processos e tarefas) € 0 subsistema admi- nistrativo (composto pelo aparato administrative desdobrado no nfvel estratégico, titico e operacio- nal da organizagio). A Teoria da Contingéncia incumbiu-se de absor- ‘yer rapidamente 4 preocupacio com a tecnologia além da preocupagio com © ambiente, para definix unta abordagem mais ampla a tespeito do deseaho organizacional —um meio mais recente de visualizar 9 formato ea estrutura organizacional e seu fincio- namentos! Enfase no ambiente Baa fase cm que administrar significa, sobrewde, li- dar com as demandas do ambiente e obter 0 maxi- mo de eficdcia da empresa. Com a influencia da ‘Teoria de Sistemas na TGA, verificou-sc que apenas co estudo das variaveis internas ~ as variaveis endé- gens — no proporcionava uma comprcensio mais ampla da estrutura e do comportamento organiza- sionais. Tornaya-se necessério o estude das vacié- veis ex6yenas, sitwadas fora dos limites da empresa ¢ responsdveis por influenciar profundamemte seus aspectos estruturais e comportamentais, As relacdes de interagao entre empresas e seus ambientes passa- ram a explicar com maior profundidade certos as- pectos da estrutura organizacional ¢ dos processos operacionais utilizados pelas empresas. Afinal, ne- thuma organizacZo existe para si prépria, mas para servir a uma necessidade da sociedade. Essa énfase ento da Teoria da Contingencia, segundo a qual nao existe uma ‘inica “melhor mancira” (the best wey) ce organizar as empresas; pelo contratio, as caracteristicas estru- turais das cmptesas dependem das caracterfsticas ambientais que as circundam, Em outros termos, as caracterfsticas estrutuirais so explicadas pelas ca- racterfeticas ambientais que as déterminam. As or- ganizagbes que n3o conseguem se adaptar a0 seu contexto ambiental tendem a desaparecer do mapa. Alguns autores falam em “imperativo ambiental” para explicar o determinismo das infinéncias am= bientais sobre as empresas: as variéveis ambientais eis independents ¢ os aspectos de estru- tura organizacional sio varidveis delas dependen- no ambiente surgiu com 0 aparcei sio vai CAPITULO 1 + O que G-adminisiragdo de empresas 94 tes. As empresas bem-sucedidas sio as que conse- sguem adaptar-se ¢ ajustar-se adequadamente as de- mandas ambientais. & no ambiente que estio os clientes, consumidores e usuétios, assim como os fornecedores € 0s concorrentes, ‘A €nfase no ambiente marca 2 ampliagao maxima do objeto de estado da administragao: as empresas e ‘os ambientes que as envolvem. A contribuicao dos cchamados autores neo-estruturalistas, prineipalmen- te James D. Thompson, ¢ fundamental. Embora ain- da careca de muita pesquisa ¢ investigacio, a andlise ambiental, como veremos adiante, atingiu um certo desenvolvimento tedrico e constitui até hoje uma das reas de estudo mais craciais da TGA.22 © Caracteristicas da Teoria da Contingéncia® + Enfase no ambiente como o determinante das ca racteristicas organizacionals, ‘© Focono alustamento ena adaptabilidade ds organi- lequagdo: a orgenlzeedo come va ‘iavel depandento cias varlavels ambiontals. * Critica de organizagées mecanisicese tradicionais, © Relativismo organizacional: néo ha nada rigido em ‘administragéo, tudo 6 contingents. © Enfase nas competéncias e na competitividade ‘A Era da Informagio trouxe novos éesafios e abor- dagens a TGA. As organizagses deixatam de ser vis- tas como conjuntos integrados de recursos pata se- rem consideradas detentoras de competéncias sem- pre aivalizacas, articuladas © promtas para serem aplicadas em qualquer oportunidade, tio logo ela suria, antes que os concorrentes o facam, Por serem estéticos ¢ inertes, os recursos passam a constituir a plataforma, ou seja, a base sobre a qual as compe- t8ncias operam. © mundo organizacional deixa de ‘ser tum conjunto de coisas fisicas e se torne um wni- yerso de comperéncias essenciais para o sucesso dos negécios. Ao contricio dos recursos, as competén- cias sio dintmicas, intangiveis, mutaveis e garanti- doras da competitividade organizacional. Ao longo dos demais eapitulos teremos 4 oportunidade de vyoltar as competéncias organizacionais. eR 22 Adminlsiragao ~ Teoria, Processo @ Pratica - IDALBEATO CMIAVENATO © Acléncia da Administracao, Na verdade, a Aciministrecdo consiitult a maior inova- 40 do séoulo XX. Ela permit que as virias cigneies roduizissom poderosos bieltos na socecace: um cal- to espetacular da riqueza, progreseo 0 qualidade de ida. Além disso, propiciou o revolucionério desenvol- vimento de pafses e economiss. Os fielcos doscobri- ‘am a energie nuclear, mas.sem a Administragae nao 6 Possivel consiruir usinas nucleares ou aplicar cous bprincipios. Apanas uma organieagso bem ecministra- és como a Nasa é que permitiu pousar na Lus e langar lurss sonds om Marte. Os médiees precisam de hospk {ais para trabalhar; os engenheiros, de empresas de ‘construeso; o2 advogados, de constillrias legato; oc rofessores, de atcolas o.universidades. Saber clent- fico @tecnolégice sem Administracio néc concur aro- ‘sultados concretes no mundo real. Ela é maie impor. ante do que a estrada do ferro, 0 evido, os antlbi6t- 602, 0 ralo laser, a energia nuclear, a Intemet. Concor- damos com Clements Nébroga, segundo o qual a Administragéo 6 e ciéncia de se organtzar as colsss ara se chegar a um propésito. Ela 6 para todo mun- do --médieos, engenheiros, edvogadas, protessores, Pequenos emproendedores, profissionaie tibecais etc. ~ mas deve estar nes mios de administradores bprofissionais. Ele é uma espécie de disciplina das dic- cline @ Estado atual da teoria administrativa Essas répidas pinceladas a respeito dos gradativos pasos da TGA demonstram o efeit cumulative ¢ Paulatinamente abrangente das diversas teorias com ‘suas diferentes contribinicées ¢ seus diferentes enfo- nes." Mas, qual delas'é a teoria correta? Todas as teorias administrativas apresentadas sio vélidas, ‘mas cada uma delas mosira somente rma parce da yerdlade, Cada uma delas prioriea ou valoriza ape- ‘nas uma ow algumas das seis varidveis basicas do su- sesso organizacional: tarefas, estrutura, pessoas, lade. Na realida- dle, cada teoria administrativa surgiu como uma tes- Posts aos problemas empresariais mais relevantes da época. E, nesse aspecto, todas elas foram hem tecnologia, ambiente, competi EISEVIER ministrativas sao aplicveis as situagbes cle hoje. Eo. administrador precisa conhecé-las bem para ier 4 sua disposicao um naipe de alternativas interessan- tes para cada situacio. © Aaplicacao das teorias administrativas A indisitia automobiiistica utiliza em euas tinhas de montagens os mesmos principlos da Adminisiragéo Clentiion, © em sua esiruura organizacionct os mos- ‘Mos principlos da Tecria Cléesica e Neoclassica, Sua organizagdo empreseriel como um todo pode ser mxpi- cade pela Teoria da Burocracia. Sous superviaores eGo reparados para lidar com os aubordinados segundo a aberdagom da Teoria das Relagdes Mumanas, enquan- (0.05 gerentes se preocupam com a Teoria Comporta~ ‘mental. AS elagdes desses empresas com agua comt- nidade 980 consideradas sob 0 prisma da Teoria Ectr- ‘uralisia © da Tooris de Centingéncia. Sua intertace com a tecnologia é explicada pela Teoria da Contingée- ‘la, Na verdade, cada teoris administrative aprosentada expliea @ roalidade organizacional segundo um ponto de vista esoeciiico eredueloniste. © O estado anual da TGA € bastante complexo: ela Pertnite uma variedade enorme de abordagens a respeito de seu objeto de estudo ¢ engloba nm enor- me leque de variaveis que devem ser levadas em conta. Atmalmente, a TGA estuda a administragio empresas ¢ os dias tipas de organizagdes do pon to de vista da interagaoe interdependéncia entre as seis variéveis principais, cada qual objeto espeetfico de estudo por parte de uma ou mais correntes da ‘coria administrativa. Essas variaveis basicas — cate= f, estrutura, pessoas, tecnologia, ambiente © com- Petitividade ~ constituem os principais componen- fes no estudo da administracéo das empresas, O comportamento dessas varidveis é sistémico e com plexo: cada qual influencia € € influenciada pelas outras varifvels. Modificagses em uma provocam modificacSes em maior ou menor grau nas demais, © comportamento do conjunto dessas varidveis € diferente da soma dos comportamentis de cada var tifvel considerada isoladamente, Elas produzem um efeito multiplicador pelo qual cada varidvel pro- porciona ajuda reciproca as outras. CAPITULO 1 + © que 6 acministragio de empresas 9g Figura 1.15. As seis varidveis basicas de empresa na teoria administrauva.2? Na realidade, a adequacdo entre essas seis va ‘eis constitui 6 principal desafio da administeagio, No nivel de uma suibunidade especializada (por exemplo, um departamento, uma divisio, uma se- a0), algumas dessas varidveis podem assumir papel preponderante. Devido a crescente importincia da adminis tacio € a0s novos e complexos desafios com os quais ela se defronta, os autores ¢ pesquisadores tém se concentrado em algumas varidveis isoladas do enorme contexto de varidveis que intervém ~ cada qual com sua natureza, impacto, duragio, Ambiente: Competitvided importancia ete. ~ na estrutura e no comporta- mento das empresas ¢ dificultam enormemente sua visio global. Na medida em que a administra- ‘edo 3¢ defronta com novos desafios e novas situa- ‘ges que se desenvolvem com o decorrer do tem- po, a5 teorias administrativas precisam adaprar suas abordagens ou modificé-las completamente para continuarem dteis e aplicaveis. Isso explica, emi parte, 05 gradativos passos da TGA no decor rer deste século. O resultado de tudo é a gradati- va abrangé discutir Exeeléncia operacional quo so tacuz om produtoe © servigoe do alta quaidede Integrardo @ atioulagko intema de recursos @ competénciae Participagdo, envolvimerto, engajamento, empowerment. Infra-estruturatecnolégica como base pera oporagSee @ inforriagées. Foco no mundo dos nagécios onde se situam clentes, famecedores e concotrents Foco om compaténcias ¢ om rosulisdos sustentaveis. Figura 1.16, Traduzindo as sels variéveis basicas para a atualidede. 24 ‘Administragao ~ Teoria, Processo e Pratica + IDALBERTO GHIAVEHIATO ELSEVIER Nee Terafas Administrago Ciontfica Racionalizngao do trabaho no nivel eperecionai. Ne Eetruture Teore Clissiea ‘Organizagéo formal Toot Neocléssica, Frincipios gerals ca Acminisracée. Fungbes do administrad. Teoria da Burocracia Organizagéo format burocratica Racioralldade organizacional Teoria Estrturalista Mutipta aborcagem: xganizacao formal @ informal Andes intr-oiganizactonal e ‘nitse interorganizacionel, ‘Nes Pessoas Teoria das Relagdes Humanes (Organizagéo informa Motvago, tklerenca, comunicagies ‘e-dindmica de grupo. Tootia da Componamente Estos oe Admiistiago, (raanizaconal ‘Teoria das decisdes, Inteareco dos objetivos rganizaciona’s ¢ individuals ‘Teatia do Desenvaivimento, ‘Mudanca organizacional pianejada, Organizacional ‘Abordagem da sistema abort. No Ambiente ‘Teoria Estutureticta ‘Andie irtra-organizacional a niiee embiontal Abordager do sistema aberto, Teoria da Contingéreta ‘Anélise ambiental (rmpératvo emnbental. |Abordagem ds sistema abarto, Na Teenologia “Teoria da Centingéncla ‘Administragaa da teenoiogla (inperatve teenclgicn) Ha Compotitivdace Novas Abordagens na Administra Ca08 e complexed, Aprandzagem ceganizacional Capital inteloctual © Bate-hola: Afinal, o que é Administracéo? Dobata com seus colegas 0 assunto mencionado @ tonte chegsr 2 uma conciusso: ‘inal, 0 que 6 Admintstragdo? Administragée. no é epenas desempenho nem so- ‘mente condugao des negécies, Tamibém nao é apenas ‘Solucionar problemas ou tenter melhorar es colses. Administragao 6: + Fazer acontecer. © Alcancar resultados incriveis. © Perspectivas futuras da administragao A tarefa administrativa est se tornando cada ver mais incerta © desafiadora, pois esté snjelta a ma- dangas ¢ transformagoes carregadas de ambigttida- dese incertezas. O administrador vem se efromtan- do com problemas cada vez mais diferentes € com- plexos que os anteriores ¢ sua atengio é dispurada por eventos e grupos de inte: fora da empress, tais eventos ¢ grupos de interesses esses situados dentro © = CAPITULO 1 + O.que 6 aciminictragéo de empresas — ag Hsevar QUADRO 1.1 As fases da hi'storia das empresas ¢ da teoria administrative. ects ES Ct Gaeaued 17e0—Artesanat nie da industraizagao Primera Revolucao Industria 1850 ——_‘Deserwolvimerto industrial Nas taretas ‘Adminisrayao Gierilica ‘Segunda Revolugdo Indust 1914 Gigantiemo Industral Na estutura “Teoria Classica ‘Ae Duse Guorras Mundiais corganizacional Teoria Neceléssica Nas pessoas “Teoria das Relagées Humanas 1945 Modema Na estrutura Teoria Neociéssion Pos-Gustra ‘organtzacfonel Teoria de Burocracia ‘Teor Estuauralsta Nas pessoas ‘Teoria Gomportamental Na tecrologie Teoria da Contingéncia Nosmbiente ‘Teeria ce Contingécia 4080 —Glebalizago No ambiente Teoria da Contingéncia Momento Atval proporcionamlhe informagées conteaditérias que complicam seu diagndstico e sia visio dos proble- mas. resolver ou das situagdes a enfientar, entre os quais: exigéncias da sociedade, clientes, fornecedo- res; desafios dos concorrentes; expectativas da alta administragao, dos subordinados, dos acionistes. Todas essas exigéncias, desafios e expectativas so- from profandas madangas que ultrapassam a capa cidacie de compreensao do administrador. Além do mais, essas mudangas t da inclusio de novas varidveis conforme o processo se desenyolve, criando uma rurbuléncia que pertur- tba ¢ complica a tarefa administrativa de planejar, organivar, liderar e controlar ama empresa com efie cigncia e eficdcia, E o futuro parece complicar essa realidade. idem a aumentar em face Indimeros fatores estdo provocando profandes impactos sobre as empresas, tais como: 1. As empresas estado continuamente se adaptan- do aos sens mutaveis ambientes. Essa adap- tagdo continua pode provocar crescimento, estabilidade provis6ria ou enxugamento da ‘empresa, O erescimento s¢ dé quando a em- ppresa satisfaz.as demandas ambientais, ¢ 0 am- bicnte solicita maior volume de safdas ¢ resul- tados da empresa, © ctescimento € uma de- corréncia inevitdvel do éxito empresarial. A medida que © tamanho da empresa aumenta, torna-se necessério mantélo ou reduziclo a proporgtes administraveis~ de acordo com 6 produto ou servigo, objetivos empresariais, recursos envolvides, localizagao geogréfice, ou uma mistura composta desces-elemnentos: © eoxugainento ocore quando a empresa nao consegue satisfazer demandas ambientais e precisa diminuir seu tamanko, reduzir ope- rages a fim de compatibilizar suas saldas'e resultados para adequar-se as demandas am- bientais, 2, A adaptagao organizacional envolve mudan- as de estratégia, estnitura imerna, tecnologia, mercades, produtos ¢ servigas ete. \ adaptacio a mutabilidade ambiental pode ainda mos- trar-se agudamente em certos Srgios da em- presa mais afetados pelas influéncias ambie 26 Administragao - Teoria, Procosso e Pratioa » IDALBERTO CHIAVEHATO tais. Quase sempre, as pessoas requerem um cuidado especial para colahoracem esponta- neamente com tais mudancas. E indispensével evitar ou neutralizar a resisréncia A mudanga, Existe uma tendéncia para a continuidade de taxas elevadas de injlacao. Os custos de encr- sia, de matérias-primas e de mao-de-obra es- ‘8o-se elevando sensivelmente. A inflacdo ¢ 05 juros exigirao, cada ver mais, maior eficiéncia ‘na administragdo das empresas para obrer me- Ihores resultados com os recursos disponiveis, bem como programas de reducio de custos ‘operacionais, A inflagio mais aguda impoe hovas presses e ameacas sobre as empresas, ara que mantenham seus lucros e garantam sua sobrevivencia, Is60, por sua vea, trard um Smpeto adicional na busca de maior produtivi- dade e qualidade. Fazor cada yor mais com cada vex menos, A concorréncia se torna éada vee mais agude, Conforme aumentam os mercadose negécios, erescem também 0s riscos da atividade empre- sarial. Mais do que nunca, o produto ou servi- ¢0 que demonstra ser superior — mais avanga- do, mais seguro, mais desejavel — seré 0 mais procurado, O resultado seré um novo sentido, de urgéncia para desenvolver produtos ¢ ser YVigos ¢, para isso, maiores investimentas em pesquisa e desenvolvimento, aperfeigoamento das tecnologias € maiores esforgos de vendas por parte das empresas, Isso demandard cria~ tividade ¢ inovacio a0 mesmo tempo que pro: vocard a dissolugao de velhos departamentos ‘ow divisées e criagio de novos departamentos ou divisdes, centralizagio de maior niimero de atividades a fim de evitar 0 esforgoe 0 cus- to de duplicacto de atividades ¢ operagies. Um fato, porém, é evidence: as organizagbes terio de ser mais flexiveis e ageis do que antes, © deveréo estar preparadas para mudar de amo de acordo com as circunstincias © con- tingéncias ambicntais. A substituigio de or ‘ios fixos e permanentes por equipes transi- ‘6rlas € uma mostra dessa preocupacao. iste uma tendéncia para a crescente sofisti- cago da tecnologia. Os novos processos ¢ ins- ‘rmentos introcduridos pela tecnologia nas ‘empresas sempre causaram impacto sobre sua estrutura € sen comportamento organizacio- nal. A produgio em linha de montagem, por exemplo, passou a exigir novas formas de dis- twibuigéo em massa aos consumiclores, tendo ‘em vista que foi aumentande a quantidade dos produtos, expandinde facilidades de venda e compra € 0 papel da administragéo de linha nos escal6es intermedisrios da empresa tor nou-sc mais vital pata sua eficiéncia. A inven- 80 de um instrumento relativamente simples, como 6 relefone, provacon uma influéncia re- voluciondtia nas empresas: tomou possivel ¢ prdtica a descentralizacao geografica das em- presas, petmitindo a comunicagao répida c eficiente capaz de garantir-Ihes a integragio organizacional necesséria para ampliar seu territério de operagées, Cada vex mais, a tec- nologia proporcionars uma eficitneia maior, luma precisio mais avangada e a liberagao da atividade humana para tarefas mais complica das e que exijam conhecimento, planejamento e comperéncia A internacionalizacdo do mnindo dos negécios ~« globalizagao ~ 6 0 fator mais significative do desenvolvimento das organizagbes. Graces a0 progresso das comunicagSes, do computa- dor ¢ do transporte -a jato, as empresas estio internacionalizando suas atividades e opera- bes. Nao € dificil prever uma série de profun- das mudangas na esetutura © no comporte- ‘mento das empresas em conseqiiéncia desse desenvolvimento, Alis, © esforgo para a ex portagao ou criagio de subsididrias para fincar 0 pé em ouitos territérios estrangeiros ¢ fend- meno relativamente recente que provocou a integracao do desenvolvimento e manufatara do produto ¢ a cescentralizagso da tomada de decisio nas empresas. Cada um desses fené- menos provoca conseqiiéneias que se projeta- 40 sobre as empresas do futuro. Maior visibilidade das empresas. Enquanto exes- cem on diminuem, as empresas tornam-se mais, competitivas, mais sofisticadas tecnologicamen- te, internacionalizam-se mais ¢, assim, sun EvIER fluéncia ombiental necessatiamente aumenta. Isso faz. com que as empresas chamem mais'a atengao do ambiente e do pablico ¢ passem a ser mais visiveis e percebidas pela opinigo pa bilica. A visibilidade da empresa —sua capaci de de chamar a atengio ~ pode ocorter de mui- tas maneiras positivas ou negativas, Se suas ins- talagbes contamintam o ar ou rede fluvial mais prixinta, isso ser4 notado por especiaistas em poluigdo ¢ pelo piblico em geral. Se seus pro- dutos sto de mé qualidade, isso seré noado pe- los consumidores que passardo a reclamar, Sea empresa demite grande nimero de pessoas, isso sera notedo pela imprensa, pelos sindica- tos ¢ pelo governo, Se suas vendas provocam aumento das exportagses ou importagées, isso seré notado, sem diivida, pelo governo ventral. ‘OQ que nao permite dividas & 0 fato dea empre- sa jamais vir a ser ignorada, E sua visibilidade ccausard impacto a sua estrutura ¢ seu compor- tamento. Transparéncia tomna-se fandsmen- tal. Etica ¢ responsabiliclade corporativa e so- ial sao obrigagSes fundamentais de toda or: ganizagéo. 8. Todos esses desafios, pressdes ¢ ameagas que recaent sobre as empresas, e que-no futuro se- rio maiores, precisane sor enfrentados: a prin- pal arma com a qual as empresas os enfren- taro seré principalmente uma: administrado- res competentes, inteligentes ¢ bem prepaa- dos. Estes deverao saber como adequar e ajus- tatas principais varivels empresariais entre si ~ tarefas, tecnologias, estrutura organizacio- nal, pessoas, ambiente externo © competéa- cias, Se eles no 0 souberem fazer, quem o conseguirs? 9. Estamos ent uma era de descontinuidades mudangas so tio grandes € tio répidas que fica dificil entrever a relagao de causa e efeito entre elas, Dafa descontinuidade que se nota em quatro principais areas, a saber: © Estao suogindo tecnologias genuinamente nowas & que ndo sdo desdobramentos das tecnologias’ atuais. Blas criardo novas indiistrias € novos tis pos de organizagées que tornario, ao mesmo CAPITULO 1 + © que é adminis ragéo do.smprosas 7 tempo, obsoletas as grandes indiistrias e os em- preendimentos hoje existentes. © Estamos diante de grandes mudancas na econo- mia mundial: 0 mando tornow-se um enorme ambiente, um mereado finico, um centro de com- pas global. A economia internacional tornou-se uma economia mundial. E 2 globalizacio. Tudo isso € itreversivel. © Os aspectos politicos da vide social e econdmica se modificam rapidantente: a sociedade ea nagao de hoje sto pluralistas. Cada tarcfa importante é confiada a uma grande instituicso orgenizada para durar para sempre € dirigida por adminis- tradores. Esta nova scciedade pluralista, consti- tuida por uma infinidade de instivuigdes, traz de- safios politicos, filos6ficos e espirituais que ultra- passam a compreensto das pessoas. © Entretanio, a mais importaite das rmudangas é a que estd ccorrendo com 0 conbecimento, © co- nhecimento tornou-se 0 capital principal, o centro de custo, o recurso crucial da economia, a mocda mais valiosa da nova economia. Os detentores do oder passaram a ser as pessoas com conhevimen- to € nao as com experiéncia conquistada em lon- 0s anos de viréncia e muito menos.as de posigbes hierdrquicas mais elevadas, A experiéneia focaliza ‘o passaco; 0 conhecimento aponta para o funuo € a hierarquia estd desabando. Estamos na era do Capital Intelectual O futuro das empresas or outro lado, © futuro pertencerd as empresas di- namicas, flexiveis ¢ inoyadoras. Muitos fatores in- fluirio poderosamente sobre as empresas no futuro, ae saber:? 1. Asempresas vivergo em win ambiente cada vez ‘mais turbulento e que delas exigira flexibilida- de, jogo de cintura, alterages ¢ ajustamentos continwes £ & miidanga, 2. As empresas continuargo a ampliar suas fron- teiras e dominios. Elas deverdo crescer em ta~ manho em complexidade. E a globalizagao. 3. As empresas continuardo a diferenciar suas atividades, criando maiores problemas de in- tepragio e de coordenacao. E a complexidade. Administragéo — Teorla, Processo © Prética » IDALDERTO CHIAVEHATO ELSEVIER ‘As empresas continuardo a eneontsar proble- ‘mas na acumulacdo e na utilizagio do conhe- cimemo. Ganhario realce as atividades inte- Jecruais em detrimento das atividades rotinei- ras. F a gestao do conhecimento, Maior destaque seré dado & sugestio e & per- si12840 e nfo A coercao que se baceia no exer- cicio da autoridade como meio de coordena- gio do trabalho dos membros e coordenacio das fung6es do interior da empresa. fa demo- cracia, Seré maior a influéncia dos membros das em- presas ei todos os seus nfveis. No futuro, as ‘empresas adotardo um modelo de equalizagio do poder e nao da sua diferenciaco, rediuzin- do as diferengas impostas pela hierarqnia de antoridade, fis participagio, Os problemas incerfaciais encre as empresas serio maiores. Surgitao novos meios que per- mitirio uma eficiente coordenacéo interorga- nizacional (tecnologia de gestio do telacio- namento com clientes, fornecedores de recur- 08 e servigos, concorrentes, agéncias regula- doras erc.). Ba era das inclusdes organizacio- nais. As fronteiras organizacionais esto de- saparecendo. Séo as aliancas estratégicas te- cendo uma enorme rede (networking) entre empresas, (Os sistemas de informagaa/decisio exercerso cada vex maior sobre as em Peacoat eer sete at Aron Peat) acelerando 0 trabalho organizacional, . A influénicia das pessoas, dos profisionais e dos Genristas erescera no seio das empresas. & dlo capital humano e do capital intelectual . As metas das empresas serio amplindas. Ha- veri maior énfase na satisfagio de uma série conjunta de objetivos do que na maximizacio de qualquer um deles tomado isoladamente, A ‘empresa devers satistazer a miltiples expecta- tivas dos grupos de inceresses envolvidos. £ a ‘era dos stakeholders, sto 6, dos varios grupos Ge inreresses que contribuem direta ou indire- tamente para o sucesso empresarial . Seri cada vex mais dificil avaliar 0 desempe: rho da empresa. Serio criadas mumerosas téc- uma influen era nicas administrativas novas, para avaliagao do desempenho em todas as esferas da atividade da empresa, © balanco contabil ¢ as demons- tragdes financeiras deverdo agregar o balango social e as demonstragdes de responsabilida- de social. E a era da ética ¢ da responsabilidade corporativa © Burocracia como solugéo para um tempo que |é passou Em sua ép0sa, 8 burcoracia apareceu como uma res- posia & nacaseidade do maior poder do previeio, de malor ordem e preciso nas aividedes empresarlais. Constitulu 0 tipo de organizacio Ides! para os valores ‘© requisitos da épeca. Da mesma forme como a bura- raciasignticou uma respostacvativa para uma épo-

You might also like