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Foram exatamente desta companhia as Pprimeiras agoes cotadas na Bolsa'de Amsterda (1610), que pode ser considerada a primeira yérdadtira ~beisa-de-valores.-Em-1621 oma criagao da Companhia Holandesa das dadias-Ocidentais, sia agdes foram langadas na bolsa, desencadcando uma ecularac mndres, por sua vez, sd pi ir de 1666 com o identais. Desde entao, u scent da bols: \"grandéza econdmica e Politica da Ingla Trent neta especulagao bole, for ones (Vazquez de Prada). No resto da Europa as bolsas de valor apenas no Século XVII ITT 6.4. O MERCANTILISMO Desorganizando a economia euroy Média gerou a necessidade de uma i caminhos e fornecesse os elementos para a superay ese assim, aos poucos, const mo (termo desconhecido pelos contempora- s seus eriticos). Sem nunca ter sido verda. uuma escola de pensam C050" ‘izava € se reforgava i medida-qu jp82Estado_Moderno, Podemos, por Conjunto das teorias ¢ das praticas de Iveram na Europa moderna desde a cujo periodo m: econdmica (Wilsor 6.4.1. Mercantilismo © Capitalismo Comercial Na sua expressdo mais simples, capi lum sistema econdmico em que o c: 2s empregado na obtensio de novas Que se valoriza — & de posse privada ¢ © fim precipuo de ser reproduzido, jd que o sala- batho € uma - SUSSSTTTUTTELETSUUU VUE YY que setores nao ca Feseciada no mercado, nfo era predominante, De. setor da produsio indust 8 feigdes 0 a Por ‘fim, parte do capital gerado pela sovedeh are Co lens hae Produtivamente por uma fees20 dela, snopes ee cleto. Assim, 0 ana Europa” listria vel pela na agricultura nivel de poupanga, expl presenga de camadas ras, mas nao produtoras de riquezas (nobreza e clero): * do desenvolvimento, 2 acumulagio de capit equer ni apenss um excesso de produsdo sobre oom Memeo lnvestimento destas poupangas am bens de cocteal oe o (Meier e Baldwi "podria ae da seguinte forma: ‘Squematicamente, poderiamos representar 6 prossse” t | Into gory Estado > apropria ‘externa —— capitsis eer MERCANTILISMO Em suma, 0 merce ‘Produtores Independantes Produtoras independentes | Predominante de superagio do bloqueio Impunham go crescimento do capitalismo co. 164 mercial, Se a Europa do Antigo Regime nao conheceu desenvolvimento econémico (isto é, crescimento prolongado e continuo) — cujos pré-requi- sitos sio acumulagao de capital e progresso técnico — isso se deve a auséncia do segundo destes m progresso téenico continuado, © crescimento ind io pode ser concebido, em cor seqiiéncia dos ren mento deste fator, n senvolvimento econémico. 6.4.2. Mercantilismo e Estado Moderno ivo de importdncia do segmento mereat para sua decadéncia, sendo substituido entéo pelo ‘a. Neste, 0 soberano ao estabelecer um eq brio entre as camadas sociais colocava-se acima delas, de forma que o Estad., por meio de seu Gnico representante, o rei, ganhava poderes para agir em nome préprio, como encarnagao da sociedade como um todo. Pre- cisando de recursos crescentes para, no plano externo, impor-se frente aos outros Estados que nasciam e, no plano interno, para se separar da socie- dade civil, 0 Estado_apoiava o comércio para tributé-lo assim se manter. No entanto, déssa forma promovia-se-o-fortalecimento da burguesia, dese- quilibrando o sistema. Em suma, o Estado Moderno Absolutista, para manter 0 equilibrio social sobre o qual se fundava, precisava sustentar a nobreza decadente, necessitando para tanto de recursos, dai o mercantilismo; dessa maneira porém, provocava a ruptura do equi propria existéncia. O mercantilismo. foi, assim, a forga-e a fraqueza do Estado Moderno. ~ E, portanto, mais a parti devemos compreender o espi crescimento tado Feudal contri Estado Moderno Absolut do Estado que da propria burguesia que 10 do mercantilismo, pois segundo Roland Mousnicr, 0 Estado regulamenta c estimula a economia “numa primeita fase com um objetivo politico, em prol de seu poderio”, em que “o essencial a fora do Estado”. Somente ‘“numa segunda fase, 0 Estado tornase @ expressio da rica burguesia nacional e industrial que ele proprio desea- volveu”. O Estado Absolutista assumiu assim o papel de controlador da , regulando os desvios, contragdes e crises da adoles talismo. Nascidos no mesmo contexto, Estado Modemo © caf la um viebilizando 0 outro por meio do lismo” (Hecksher) foi ainda 0 nantemente agrérias, sujeitas s cons- ue desejavam transformar-se em sociedades co- pressupunha © de subordinagao dos inte- jcativo que nesse naciona- \promovia uma politica de rigida centralizaga 162| iresses individuais aos interesses mmico a preocupasio de Thomas Mun fosse com a “riqueza da aterra”” (England's treasury by foreign trade, 1664), enquanto sais ta. de a de Adam Smith sera com a “‘riqueza das nagdes” (Wealth of Nations 1776). ‘A concepcio da. época de uma limitagio dos recursos ¢ da, inclast sidade erbava a luta pela riqueza e pelo poder mundiais, d iervengio do Estado, tinico em condigdes de defender ido por Hecksher, para quem “o mercanti- s de proporcionar © maior lero possivel Representava um: io 20 ideal me- ue pressuy ise, a imutal lividuos ¢ das classes dentro da sociedade. No int mercantilismo perseguia objetivos dindmicos. Porém, essa concepgio se conjugava com uma idéia da economia mun f0, 0 que criava a desarmonia fundamental que ser is guerras comer fel mudar e co ‘mas somente as expensas Concluindo, 0 mereantilismo foi uma politica de interv Praticada pelo Estado Moderno, em especial na sua forma Absolutista, como ins io de unificago, de superacdo das crises ¢ de engrandeci. mento nacional. Sem Estado Moderno nao hi mercantilismo, sem’ merc tilismo nao ha Estado Moderno. ava sobretudo os 6.4.3. Metalismo nda que com de Estado, refletindo turais e de desenvolvimento sno mercantil ra social, de recursos inguir cinco tragos essei muitas vezes considerado o fundamental, é 0 meta: lismo: Na verdade, desde a Idade Média havia a idéia de que um pais ; idade de metais pre- que possuisse. Esta concepgao foi reforgada pela observagio de que culo XVI a Espanha, a poténeia hegeménica na Europa, possuia as as gragas & descoberta de grandes minas de metais amoed: ica. A nova conjuntura econémica a partir de 1630 tornou a obsessio met © enfraquecimento da produ- € 0 déficit comercial com o que embaracava as trocas ¢ de- suficientemente desenvolvido di para fazer frente a problemas como compras de cereais em outfas rogides Por ccasiao de épocas de carestia ou manutengao de jos naquele pe- iodo de avicrada, compet se de metais nobres. Adem Fe imeais reduzia a taxa de jures possbilitando a obtengio. de cpitas ‘paralos e portanto a expansao dos neg6cios, além de clevar os presos e lade econdmica, No entanto,_¢ preciso_observar, jam_o.ouro.e.a prata como tinicas formas de riqueza, rrumentos de aquisigo de riqueza icamente que 0 afluxo ) por se ter preocupado, bi is provenientes de suas coldnias americanas. ivo de meio circulante provocou alta genera tanto, pro- para pagar aquelas compras. Paralelamente, procurowse estrangeiras, atribuindo-Ihes valor nominal maior que as espanholas de ‘mesmo valor intrinseco, 0 que inevitavelmente teve 0 efeito inverso, as moedas nacionais cobigadas no exterior. 6.4.4, Balanga Comercial-Favoravel ham sus propria produgio de metais preciosos, (© que ocorria com a maior parte dos Estados curopeus, procuravam obté- por meio de uma “balanga comercial favorével”, Na verdade, os m stas no queriam referir-se a uma balanga de comércio — const pelas importagées ¢ exportagdes somente de mercadorias —, mas a balango de pagamentos, ou seja, uma demonstragio con! | goes de um pafs com o exterior, incluindo, além das mercadorias, todos os direitos e compromissos (débitos, créditos, seguros, fretes tava nossa terminologia moderna, os mercantlistas entendi 0 fato, tendo Thomas Mun, diretor da Companhia Inglesa das fn : tis, afirmado que “o valor de nossas exportagies pode ser muito maior quando usarmos nossos préprios navios, porque entio nfo apenas apanha- mos 0 prego de nossas mercadorias como valem aqui, mas também os ganhos rmercantis, as cobrangas de seguro e frete para transport - Na pritica, isso é 0 que se procurou fazer por meio dos Atos de Na- vegacio (1651, 1660), que estipulavam que toda mercadoria 36 podgria set transportada para a Inglaterra por navios ingleses ou dos paises de crigem dos produtos comprados. Para impedir qualquer burla a Ie terizou-se como navio inglés aq Os paises que no forma, o fundamental era terse um volume total de exportago superior 20 , como notou Mun: “os meios comuns de aun riqueza e tesouro € pelo com: + pelo qual devemos observar esta regra: vender anualmente aos estrangeiros mais em valor do que con: sumimos do que € se Superando as teorias bulionistas do S: 8 mercantilistas do Sécvlo XVII entenderam que mais importante que’ impedir a saida de a se em quantidades lo as observagdes de Mun mostraram grande per ‘que 0 envio de metais ps em troca de produtos a serem reexportados ou de maté manufaturades, tratia resultados melhores do que 0 mento. Ele chegou mesmo a reconhecer que o actimulo exces cies monetirias elevaria os pregos internos ¢ assim {agdes ingleses i nossa Assim, 0 mercantilismo inglés, por enfatizar este aspecto, é conhecido lo um de seus principais teGricos, Charles Davenant til dos membros da comunidai mesmo se dava com o mercantilismo holandés, mas de forma tao acentuada que ele hamado de “‘mercantilismo " (Gonnard). De fato, no j0 de se comerciar com ps em fins do Séeulo XVI mnigGes a seus préprios adver- II quando Luis XIV pretendia emprestaram dinheiro para 0 imigos: durante 1, 08 holandeses sirios espanhéis; no inicio do Sécul invadir a Holanda, banqueiros daquele soldo pago 20 exército francés, 6.4.5. Protecionismo © comércio era, sem diivida, visto como o cal natural para se obter os metais preciosos desejados: para Thomas Mun, “o comércio exte- rior & a riqueza do soberano, a honra do reino, a nobre vocagio dos mer- cadores, nossa subsisténeia e 0 emprego de nossos pobres, o melhoramento de nossas terras, a escola de nossos marinheiros, 0 nervo de nossa guerra, © terror de nossos inimigos”. No entanto, para que houvesse um balanga comercial favordvel, o pais deveria, obviamente, exportar ao méximo ¢ reduzir suas importagées a0 n el Procurando alcangar este tecionista, com altas vo, adotava-se uma politica pro: indo sobre as mercadorias constituindo-se numa fonte de renda para o ente fomentador da produso nacional re Deyon, “no mundo dificil dos anos 1650:1750, io da demanda c dos pregos exaspera a concorréncia, a smo aduaneiro e, nagio ¢, ‘monarea — © ape Como observou Pi enquanto a ‘Ao lado deste proiecionismo que colocava obsticulos i entrada de produtos esirangeiros, garantindo © mercado interno & inddst ado em evitar a safda de m trangciros crigem, A Inglaterra diferenciava-se dos demais pafses neste sentido, pois, se também punha barreiras & importagio de manufaturados estrangeiros, no dificultava a exportacio de matérias:primas, Tendo uma agricultura efi- jente c livrando-se assim da obsessio da fome antes das outras nagées, a Inglaterra permitia a exportagdo de cereais, favorecendo o setor primério ¢ elevando dessa forma a capacidade de absorgio do mercado interno, fator fundamental para o posterior desenvolvimenta do pais 6.4.6. Industrialismo a0 exterior, era preciso balanga comer- -a de fomento € Come nio bastase fechar 0 mercado nacio Para tanto recorteuse ao industrialismo, isto 6, & p produ mas também fornecer manufaturados aos consti fato, lade de exportagio indicava este cai obtinham pregos superiores aos produtos ltura da zagio do setor secundiio er de Colbert, dai industrialista. — sobre o tipo da matéria-prima a ser us . Pavan do proceso produtivo © as especificages dos produtos 3 acabados. Procurava-se atrair mio-de-obra especializada estrangeira, como ovorreu na Franga com jos de Veneza, bordadeiras de outras regides ‘da Alemanha, fundidores de cobre de Litge. tonio Serra, Colbert considerava a Meressandowse por ela quase apenas na- ca demogrifica: ince coi isengdo de imposios para as fami haveria grande oferta de mao-de-obra, que r custos industriais diminuiriam e os pro pregos com ivos no mercado externo. Thomas Mun. chegava a r Lirios baixos como forma de forgar as pessoas a io do. | trabalho, que seria outra mancira de se baixar os custos, foi defendida por alguns pensadores mercantilistas. 6.4.7. Colonialismo Como todas as nagdes euro) mavam medidas de incentive as exportagdes ¢ de restrigdes as importagdes, chegava'se a um verdad a ado pelas guerras ¢ pela imposigio de tratados que se apresentou, foi a do colon io do conjunto_merca Nas se metais nobres atingia-se de forma direta ¢ ime- coldnias em que diata objet iim do mercuntilismo, satisfazendo a premissa meta sem, proburavarse produtos que pa 01 . forma, o sistema colonial mercant as metrépoles euro} As regiées coloi estruturalmente jando as demais nagdes ‘a. Assim, 0 que restou estayam ainda em processo de central as futuras grandes. poténcias foram ro mineral ou agricola) quase nao justificava ds altos custos de uma ocupagio colonial, E significative que somente em meados do Século XVII com os Atos de Navegagao a ado 0 monopél col6nias — ¢ ainda ise econémica e problem i século © meio, weediveis) © portuguesas (speci ar no Brasil) fez que aquelas pottncias deslocas- sem quase todo seu poderio militar, scu aparelho de Estado e suas clites 167 |— Matérias primas, Inglaterra = Manufaturas prota, rndo necessariomente produzidas para consumo, ‘Alimentos, Incluindo tabaco e pelxe. Servigos, especialmente navosai outros Insumos navals, e ferro (do Baltico). Dinheiro, em moeda, barras de aura © Matérias-primas, espocialmento madoira @ Manufatures, especisimente textels e letras de cambio. 25 22 Bg| woes soupcsepion —| 23 3 ‘souOWHY 18 AL Sauna) $3 Tana “roones, | 8 © Comércio Colonial no Conterto Mundial, segundo Gunder Frank (baseado em Mouro). smo. Dessa forma, voltaram-se decisivamente para @ rea da circulagao, enquanto Inglaterra’ e Franga sem a mesma reta- guarda colonial passaram a se preocupar cada vez mais com a producio, Claro que, porém foi assim que se montou a estru- mais tarde promover uma verdadeira e sentido, numa posiglo interme anglo-franeés, soube ar bons proventos do primeiro, mas sem chegar a utilizd imediato, daf ter conhecido a Revolugdo Industrial com um atraso de vérias décadas em relagio & Inglaterra. ® 6.5. 0 ANTIGO SISTEMA COLONIAL ‘A expansio comercial dos europeus levou-os & descoberta ¢ ocupagio do Novo Mundo que, de acordo com os objetives do capital passou a ser colonizado para promover a acumulagéo de ca Noutros termos, a montagem do sistema colonial estabel entre um centro decisério (metr6pole) ¢ uma regio dependente (coldnia) de maneira que a ra tivesse sua economia dinamizada pela segunda. Assim, grande parte do continent americano tornow-se colénia de explo- iio (sudeste da América do Norte, América Central e do Sul), isto é, perfeitamente ajustada iis finalidades do sistema colonial, Uma pequena arte manteve-se relativamente a margem do sistema, constituindose numa colénia de povoamento (nordeste dos atuais Estados Unidos). nna Europa, as relagées 6.5.1. As Colénias de Povoamento Ocupada em sua parte is rica, do ponto de vista mercantiista, pélos ibéricos, $6 restou a ingleses, franceses © holandeses ocuparem pequenas porgées de terra nas Américas Central ¢ Setentrional. Nesta Gltima regio iglesa de ocupagao deu-se em fins do Século XVI, porém apenas no inicio do século seguinte principiou realmente a coloni zagio, acelerada pelos problemas. politico-n ra. De fato, fugindo do Absolutismo e de sua reli Anglicanismo, em 1620 chegaram & América do Norte vérios puritanos, isto ¢, calvinistas ingleses, com a

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