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a is Norm am L. Geisler ‘Kon Khodes \ RBSPOSTA a : ae UM MANUAL POPULAR SOBRE AS ees INTERPRETACOES EQUIVOCADAS DAS SEITAS ioe = ae a “Seitas ¢ novas religides estdo se expandindo em proporcoes sem precedentes no horizonte americano”, escrevem Norman Geisler e Ron Rhodes. “Cada uma delas professa ser detentora do mais recente caminho para o esclarecimento, declaram-se os profetas de nossos dias, ou ainda o caminho seguro para o alcance da paz universal.” Como primeiro livro amplo desse tipo, dois notaveis apologistas ¢ especialistas no estudo das seitas identificam e respondem ao mau uso das Escrituras por adeptos de varias religides, que estio em busca da validacio de suas proprias doutrinas particulares. Percorrendo a Biblia, livro por livro, Geisler e Rhodes destacam textos proeminentes, que tém sido tirad6s dé seu proprio contexto e interpretados de modo erréneo por uma variedade de grupos, oferecendo sélidas respostas as reivindicagées destes. “Esté claro que os cristaos devem levar a sério a ameaca das seitas € aprender a°defender 0 cristianismo face as investidas brutais destas”, escrevem os autores. Este livro 0 conduzira a uma profunda compreensio do auténtico cristianismo, habilitando-o a melhor reconhecer as fraudes. le ajudara Aquéles que foram abalados através da influéncia de seitas € religides desviadas da Verdade. 1 _ Autores Norman L. Geisler é 0 diretor do Southern Evangelical Seminary, ¢ lider apologista cristao, autor de mais de quarenta volumes. we Ron Rhodes é 0 diretor executivo do Ministério Reasoning from the Scriptures, e tem escrito varias obras sobre seitas. Fn. ISBN 85-263-0297-3 = 1302976 Norman L. Gersler Fon Rhodes RESPOSTA SEITAS UM MANUAL POPULAR SOBRE AS INTERPRETAGOES EQUIVOCADAS DAS SEITAS Todos os direitos reservados. Copyright 2000 para a lingua portugues: da Casa Publicadora das Assembléias de Deus. Titulo original em inglés: Whe Culists Ask Baker Books Primeira edigio em inglés:1997 ‘Tradugio: Degmar Ribas Jéinior Preparacio de originais: Alexandre Coelho Revisio: Gliucia Victer Capa e projeto grifico: Eduardo Souza Editoracio cletrénica: Olga Rocha dos Santos CDD: 280 — Seitas ISBN: 85-263-0297-3 As citagdes biblicas foram extraidas da versio Almeida Revista e Cortigida, Edigdo de 1995, da Sociedade Biblica do Brasil, salvo indicagio em contritio. Casa Publicadora das Assembléias de Deus Caixa Postal 331 201001-970, Rio de janeiro, Ry, Brasil 28 Bdicdo 2001 SUMARIO Agradecimentos .. Introdugao: Entendendo as Seitas.......... 1. Génesis ... 2. Bxodo 3. Levitico 4. Deuterondmio «0.6... 5. Josué. 6.15 7. 2 Samuel, 8. | Reis. 9.2 Reis. 10. 2 Cranicas .. 1 Jo 12. Salmos . miuel, 13. Provérbios. 14. Eclesiastes ... 15. Isaias ......... 16. Jeremias .. 17. Ezequiel ..cceccesssscccssssseeeseseeeees 18. Amés . 19. Jonas... 20. 21. 22. 23. 24, 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44, 45. 46. 47. Bibliografia.... indice das Escrituras Indice de Tépicos . Indice de Grupos Relig Habacuque «...... Malaquias ... Mateus. Marcos .. Lucas oes Atos dos apdstolos Romanos... 1 Corintios . 2 Corintios .... Galatas Efésios Filipenses Colossenses 1 Tessalonicenses .. 2 Tessalonicenses .. 1 Timéteo... 2Timoteo...... Tito ..... Filemom Hebreus .. Tiago... feendentshenstennducade 1 Pedro 479 2 Pedro ‘Apocalipse AGRADECIMENTOS Desejo expressar a minha gratidao a Kenny Hood, David Johnson, Trevor Mander, Douglas Potter, Steve Puryear e especialmente a minha esposa, Barbara, que me ajudou na preparacdo deste manuscrito. Sem a habil assisténcia dessas pessoas, eu nio teria sido capaz de produzir a parte que me coube neste livro. — Norman L. Geisler Além das pessoas mencionadas acima, gostaria de agra- decer a minha esposa, Kerri, cuja assisténcia e consolo aprecio muito, e aos nossos dois filhos, David e Kylie (meu pelotao pessoal de encorajamento). — Ron Rhodes INTRODUCAO ENTENDENDO AS SEITAS Seitas e novas religies estéo se expandindo em pro- porcgGes sem precedentes no horizonte americano. A me- dida que a luz do cristianismo deixa de brilhar intensa- mente, trevas de todas as partes passam a inundar o mundo. temunhas de Jeova, mérmons e a abundancia de religi- es da linha da Nova Era estao em busca das almas dos seres humanos. Cada uma delas professa ser detentora do mais recente caminho para o esclarecimento, declaram-se profe- tas de nossos dias, ou ainda o caminho seguro para 0 alcan- ce da paz universal. Alguns especialistas dizem que ha cerca de 700 seitas, cnquanto outros declaram existir cerca de 3.000. De algu- ma forma, as seitas envolvem mais de vinte milhdes de pes- soas nos Estados Unidos, e estéo se multiplicando a uma ravio alarmante. Existem hoje espalhados pelo mundo mais de 5 milhdes de Testemunhas de Jeova (que gastam mais de um bilhao de horas-homem por ano no trabalho proselitista), quase 9 milhdes de mérmons (atualmente crescendo 4 ra- 710 de 1.500 novos membros por dia), e dezenas de mi- Ih6es de adeptos da Nova Era. RESPOSTA AS SEITAS As religides de alcance mundial que sao diametralmente opostas ao cristianismo também estdo crescendo em pro- porgdes assustadoras. Existe, por exemplo, cerca de um bi- lhio de muculmanos no mundo. Isso representa pratica- mente uma entre cada cinco pessoas na terra! Somente na América do Norte estima-se que vivam entre 4 a 8 mi- Ihdes de muculmanos, e que haja mais de 1.100 mesquitas muculmianas. EstA claro que os cristaos devem levar a sério a ameaga das seitas, e aprender a resguardar o cristianismo face as suas investidas brutais. Este livro 0 ajudara a alcangar esse obje- tivo, mas é importante compreendermos primeiramente al- gumas caracteristicas comuns das seitas. O QUE E UMA SEITA? Nao ha uma definig4o mundial de comum acordo a respeito do que caracteriza uma seita; existem apenas algu- mas caracteristicas gerais que nos permitem reconhecé-las. Hi hoje trés diferentes dimensGes de seitas — doutrinarias, sociolégicas e€ morais. Vamos a seguir examinar brevemente cada uma delas. Tenha em mente, contudo, que nem todas as seitas manifestam cada uma das caracteristicas que discu- timos. Caracteristicas doutrindrias de uma seita Existem varias caracteristicas doutrinarias nas seitas. Tipicamente dio énfase a novas revelagdes “recebidas de Deus”, negam a autoridade tinica da Biblia, negam a Trin- dade, possuem uma visao distorcida de Deus e de Jesus, ou ainda rejeitam a salvacdo pela graca. Nova revelagéo — Muitos lideres de seitas afirmam ter um canal direto de comunicagio com Deus. Os ensina- mentos das seitas sio freqiientemente mudados e, por isso, precisam de novas “revelacdes” para justificar tais mudan- 10 INTRODUGAO gas. Os mérmons, por exemplo, certa vez excluiram os afro- americanos do sacerdécio. Quando a pressio social foi cexercida sobre a igreja mérmon por essa espalhafatosa for- ma de racismo, o presidente dos mérmons recebeu uma nova “revelacdo”, revertendo o decreto anterior. As Teste- munhas de Jeova passaram pelo mesmo tipo de mudanca em relagéo aos ensinos anteriores da Torre de Vigia, que diziam que a vacinacao e o transplante de 6rgaos eram proi- bidos por Jeova. A negagao da autoridade tinica da Biblia — Muitas seitas negam a autoridade nica da Biblia. Os mérmons, por exemplo, acreditam que o Livro de Mérmon é uma escri- (ura superior 4 Biblia. Jim Jones, fundador e lider de Jonestown, colocou-se a si mesmo. em posicaio de autori- dade acima da Biblia. Os cientistas cristaos elevam o livro de Mary Baker Eddy, intitulado Science and health (Ciéncia c satide), 4 condicdo de autoridade suprema. O reverendo Moon estabeleceu o seu livro The divine principle (O prin- cipio divino) como autoridade sobre todos os seus segui- dores. Os adeptos da Nova Era créem em muitas formas modernas de revelagdes impositivas, tais como O Evange- {ho aquariano de Jesus, 0 Cristo. Uma visdo distorcida de Deus e de Jesus — Muitas seitas estibelecem uma visio distorcida de Deus e de Jesus. Os .ideptos da Unidade Pentecostal “Somente Jesus”, por exem- plo. negam a Trindade e aderem a uma forma de modalismo, alegando que Jesus é Deus, e que “Pai”, “Filho” e “Espirito Santo” sao apenas nomes singulares de Jesus. As Testemu- uhas de Jeova negam tanto a Trindade como a absoluta divindade de Cristo, dizendo que Cristo é menor do que o Par (que ¢ 0 Deus Todo-Poderoso). Os mérmons dizem que Jesus foi procriado (por um pai e uma mie celestiais) rminada ocasiao, sendo também o espirito-irmio de Tticiter. Os mérmons falam também de uma “trindade”, porém a redefinem em forma de triteismo (ou seja, trés cr dete 11 RESPOSTA AS SEITAS deuses). Os bahais dizem que Jesus foi apenas um dos mui- tos profetas de Deus. O Jesus dos espiritualistas (ou espiri- tas) é apenas um médium avangado. O Jesus dos teosofistas é uma mera reencarnacio do chamado “Mestre do Mun- do” (do qual se diz que periodicamente reencarna no cor- po de um discipulo humano). O Jesus do psiquico Edgar Cayce é um ser que em sua primeira encarnagio foi Adio, e em sua trigésima reencarnagio foi “o Cristo”. Em relacao ao exposto acima, seitas também negam a res- surreicao fisica de Jesus Cristo. As Testernunhas de Jeova, por exemplo, dizem que Jesus foi levantado dentre os mortos como uma criatura invisivel, um espirito. Herbert W. Armstrong, fun- dador da Worldwide Church of God (Igreja Mundial de Deus), também negou a ressurrei¢ao fisica de Cristo em corpo hu- mano. (Observe que ha poucos anos a Igreja Mundial de Deus repudiou muitos dos ensinos de Armstrong e tem dado passos significativos em direc’o 4 ortodoxia.) Negar a salvacao pela graca —As seitas geralmente negam que a salvac4o é dada pela graca de Deus, distorcendo assim a pureza do Evangelho. Os mérmons, por exemplo, enfatizam a necessidade de tornarem-se mais e mais perfei- tos nesta vida. As Testemunhas de Jeova dao énfase a distri- buicao de literatura da Torre de Vigia de porta em porta como parte do trabalho para “alcangar” a sua salvacio. Herbert W. Armstrong disse que a idéia de que as obras njo so um requisito para que uma pessoa alcance a salvacio possui raizes em Satanas. A partir do breve exame acima, fica claro que todas as seitas negam uma ou mais das doutrinas basicas do cristia- nismo. Caracteristicas sociolégicas de uma seita Além das caracteristicas doutrindrias das seitas, muitas delas (nao todas) também possuem tra¢os sociolégicos que incluem 0 autoritarismo, 0 exclusivismo, 0 dogmatismo, as 12 INTRODUGAO, mentes fechadas, as susceptibilidades, a compartimentalizacio, 0 isolamento e até mesmo 0 antagonismo.Vamos considera- los de forma breve. Autoritarismo — O autoritarismo envolve a aceitacdo de uma figura de autoridade, que freqiientemente utiliza técnicas de controle mental sobre os membros do grupo. Como profeta e/ou fundador, a palavra desse lider é consi- derada final. O falecido David Koresh, da seita Branch Davidian (Ramificagao Davidiana) em Waco, no estado do Texas, é um exemplo tragico. Outras seitas que envolvem autoritarismo incluem os Meninos de Deus (agora chama- dos de A Familia) e a Igreja da Unificacio. Os profetas/fundadores de seitas nio devem ser con- fundidos com Martinho Lutero e John Wesley. As diferen- cas sdo significativas. Um reformador, em contraste com o fundador de uma seita, lidera as pessoas através do amor, ¢ nao do medo. Influencia por amor, nio por édio. Procura motivar os coracdes mas nao tenta controlar os pensamen- tos. Lidera os seus seguidores como um pastor lidera ove- lhas; nao as conduz como bodes. Exclusivismo — Outra caracteristica das seitas ¢ um exclusivismo que declara:“Somente nds temos a verdade”. Os mérmons acreditam que sio a comunidade exclusiva dos salvos na terra. As Testemunhas de Jeova acreditam que so a comunidade exclusiva dos salvos. Alguns grupos manifestam o exclusivismo através de sua pratica de vida em comunidades. Sob tais condigées, € mais facil manter controle sobre os membros da seita. Exem- plos desse tipo poderiam incluir os Meninos de Deus e a Branch Davidian. E importante observar que existem alguns grupos reli- giosos que praticam a vida em comunidade, porém nio sio seitas. O grupo The Jesus People USA (O povo de Jesus nos EUA), em Chicago, constitui um exemplo de um bom grupo cristao que vive em comunidade. 13 RESPOSTA AS SEITAS Dogmatismo — Relacionadas de perto com 0 exposto acima, muitas seitas sio dogmaticas — e esse dogmatismo é freqiientemente expresso de forma institucional. Por exem- plo, os mérmons declaram ser a unica igreja verdadeira na terra. As Testemunhas de Jeova dizem que a Sociedade Tor- re de Vigia é a tinica voz de Jeova na terra. David Koresh declarou-se a Gnica pessoa capaz de interpretar a Biblia. Muitas seitas acreditam ter a verdade dentro de uma pasta, como se ela ali estivesse. Pensam que somente elas estao de posse dos oraculos divinos. Mentes_fechadas — De maos dadas com o dogmatismo esta a caracteristica de possuir mentes fechadas. Essa indis- posicao de ao menos considerar qualquer outro ponto de vista tem freqiientes manifestacdes radicais. Um mérmon educado que encontramos nos disse que nao lhe importa- ria se pudesse ser provado que Joseph Smith foi um falso profeta; ele ainda assim continuaria sendo um mérmon. Um homem testemunha-de-Jeova que certa vez encontra- mos recusou-se a concluir a leitura de um artigo que pro- vava a divindade de Cristo porque, disse ele:“Isso est4 inco- modando a minha fé”. Susceptibilidade — O perfil psicolégico de muitas pes- soas que sdo “sugadas” para dentro de seitas nao é do tipo bajulador. Com certa freqiiéncia, as pessoas que se juntam a uma seita sio altamente incautas. Algumas vezes sdo até mesmo psicologicamente vulneraveis. Mas, acima de tudo, a mentalidade nas seitas é caracterizada por uma compartimentalizacao nao saudvel (isto é, elas “poem em compartimentos” fatos conflitantes e ignoram qualquer coisa que contradiga as suas afirma¢ées). Muitos mérmons pos- suem uma “chama em seu seio” que faz com que seja pra- ticamente impossivel argumentar com eles sobre a sua fé. Membros de seitas freqiientemente aceitam ensinos con- forme um tipo de fé cega, que é insensivel 4 argumenta¢gao sensata. Um missionério mérmon declarou que acreditaria 14 INTRODUSAO no Livro de Mérmon, ainda que o livro dissesse que exis- tem circulos quadrados! Isolamento — As seitas mais extremistas criam as vezes fronteiras fortificadas, freqiientemente precipitando finais (rigicos, tais como o desastre em Waco, no estado do Texas, com a seita Branch Davidian. Desertores sio considerados traidores, passando a correr risco de vida e sendo persegui- dos pelos membros mais zelosos da seita. Em muitos casos, diz-se aos membros da seita que se abandonarem 0 grupo serao atacados e destruidos por Satanas. A construgao de tais barreiras, seja de carater fisico, seja de carater psicologi- co, criam um ambiente de isolamento que, por sua vez, leva ao antagonismo. Antagonismo — Em um contexto de isolamento, sio gerados tanto o medo como o sentimento de hostilidade em relagao ao mundo exterior. Todos os outros grupos s40 considerados apéstatas, ““o inimigo” e “as ferramentas de Satands”. Em casos extremos, esse fato pode levar a confli- (os armados, como aconteceu em Jonestown e em Waco. Caracteristicas morais de uma seita No topo dos tracos doutrinarios e sociolégicos das sei- las existem também algumas dimensGes morais a serem consideradas. Em meio as seitas que brotam, estao muito presentes o legalismo, a perversdo sexual, a intolerancia, abu- sos psicologicos e até mesmo fisicos.Vale lembrar que nem todas as seitas manifestam cada uma dessas caracteristicas. Legalismo — Para muitas seitas, é comum o estabeleci- to de um rigoroso conjunto de regras que devem ser obrigatoriamente vividas pelos devotos. Esses padrées sao usualmente extrabiblicos. O ensino mérmon que proibe 0 uso de café, cha, ou qualquer bebida que contenha cafeina é um caso tipico. O 1equisito imposto pela Sociedade Torre deVigia para que as lestenmunhas de Jeova distribuam literatura de porta em me 15 RESPOSTA AS SEITAS porta € outro exemplo. O ascetismo do tipo monastico, com sua rigorosa obrigatoriedade de cumprimento de regras, é freqiientemente visto como um meio de se alcangar 0 fa- vor de Deus. Como tal, é a manifestagao da rejeicao co- mum das seitas 4 graca de Deus. Perversdo sexual — Lado a lado com 0 legalismo, 0 vicio gémeo da perversidade moral é bastante encontrado nas seitas. Joseph Smith (e outros lideres mérmons) teve mui- tas esposas. David Koresh afirmou possuir todas as mulhe- res em seu grupo, até mesmo as meninas mais novas. De acordo com uma revelacao através de uma reportagem em 1989, meninas da idade de dez anos estavam incluidas. A seita Meninos de Deus tem utilizado, através de sua hist6- ria, técnicas de “pescaria através do flerte”, coma finalidade de atrair pessoas para a seita, com apelos sexuais. Foi de- nunciada a pratica de sexo entre adultos e criangas dentro dessa seita. Abuso fisico — De forma tragica, algumas seitas empe- nham-se em aplicar diferentes formas de abuso fisico. Ex- adeptos de seitas acusam com freqiiéncia seus ex-lideres de concentrarem-se em espancamentos, privacaio do sono, se- vera privagio de alimentos e agressSes a criangas até que estas ficassem queimadas ou sangrando. As vezes, ha acusa- ¢6es de abusos ritualisticos satanicos, embora tais fatos rara- mente sejam levados a conhecimento ptblico. Contudo, os abusos psicolégicos como o medo, a inti- midacao e 0 isolamento sao mais comuns. O abuso fisico em. seu maximo grau é ilustrado na pessoa do lider Jim Jones, que levou todos os membros de Jonestown a beber ponche envenenado. Intolerdncia para com as outras pessoas —Tolerancia religi- osa ndo é uma das virtudes da mentalidade das seitas. A intolerancia é freqiientemente manifestada através de hos- tilidades, culminando algumas vezes com assassinatos. A his- téria tanto dos mérmons como da seita Branch Davidian 16 INTRODUGAO, possuem exemplos desse tipo de intolerancia violenta. Cer- tamente outros grupos religiosos, como os mugulmanos Ta- dicais, sio conhecidos pelo mesmo tipo de comportamen- to, Mais proximo ao lar, a Inquisicao Hispanica é uma ma- tufestagao de zelo de seitas cristas. ‘A METODOLOGIA EMPREGADA PELAS SEITAS As seitas sio bem conhecidas pelo emprego de seus in¢todos questionaveis. Por exemplo, as seitas se concen- iam em decepg6es morais € processos agressivos de prose- litismo. Vamos analisar isso de forma resumida. Decepgao moral — Os seguidores da seita Moon sao co- uhecidos por sua chamada decep¢ao celestial. Duplicidade © mentiras sdo usadas para ganhar adeptos ao movimento. ©) fundador da seita mérmon, Joseph Smith, também se cnvolveu em taticas fraudulentas que, no devido tempo, o levaram aos tribunais, onde foi uma vez declarado culpado © multado, Lideres modernos da Meditagao Transcendental (umbém usaram de engano na tentativa de levar adiante sua causa. Muito mais comum é 0 emprego de termos cristdos pelas seitas, porém infundidos com novos significados. Des- “1 maneira, Cristéos destreinados séo enganados e conduzi- dos a pensar que a seita é crista. Por exemplo, seitas da Nova Hira algumas vezes utilizam os termos “ressurrei¢4o” e “as- «cnsao” quando na realidade querem expressar a “ascensio” da conscientizacao crista no mundo. O tao familiar termo cristio “nascido de novo” é muito empregado pela Nova Nia para dar suporte a doutrina da reencarnacgdo. O termo “oa Cristo” é utilizado pelos adeptos da Nova Era visando obter aprovagio dos cristios quando, para eles, o atual e verdadciro significado desse termo expressa 0 oficio oculto descmpenhado por varios gurus através da histéria. Prosclitismo agressivo — Existe, sem divida, uma boa per- Cepgao no tocante ao trabalho de proselitismo de cada reli- 17 RESPOSTA AS SEITAS. gido. Ou seja, cada uma delas emprega esforgos para trazer outras pessoas para a sua fé. O cristianismo, o judaismo, o islamismo e até mesmo certas formas de hinduismo e bu- dismo procuram converter pessoas as suas crengas. As seitas, contudo, levam as atividades proselitistas ao extremo. Seu excessivo esforco proselitista constitui uma tentativa de obtencao da aprovacao de Deus. Trabalham para a graca, ao invés de trabalhar a partir da gracga, como a Bi- blia ensina (2 Co 5.14). Algumas vezes os seus esforcos so empregados em favor da satisfacao de seus proprios egos. Muitas vezes seu proselitismo ultrazeloso envolve evange- lismo impessoal ou pessoas escusas. Os membros da igreja de Cristo em Boston sao conhecidos por seus esforcos direcionados a tentativas ultrazelosas para conseguir a con- versio de pessoas nas diversas escolas de segundo grau es- palhadas pelos Estados Unidos. Tanto os mérmons como as Testemunhas de Jeova possuem extensos programas de pro- selitismo porta a porta, embora sejam usualmente menos ofensivos em sua abordagem. E importante notar que enquanto quase todas as seitas sdo agressivamente evangelizadoras, nem todos os evangelizadores agressivos sio de seitas. As organizagdes intituladas Campus Crusade for Christ (no Brasil Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo) e Jews for Jesus (Ju- deus para Jesus) sio ministérios zelosos pelo evangelismo, mas nao sao seitas. Na verdade, se a igreja crista fosse mais zelosa pelo verdadeiro evangelismo, o mundo teria menos proselitismo praticado por seitas. POR QUE AS SEITAS ESTAO CRESCENDO? Um pesquisador de importante reputacdo na area de seitas observou que elas sao “as contas nao pagas da igreja”. A igreja tem fracassado em oferecer 0 devido treinamento doutrinario a seus membros e falhado em termos de fazer uma verdadeira diferenca moral na vida de seus discipulos; 18 INTRODUCAO, nao tem ido ao encontro das mais profundas necessidades das pessoas, € nao tem oferecido a elas o sentimento de ‘lazer parte”, de pertencer.A falha da igreja é ampla e pro- tunda, e isso tem facilitado o florescimento de seitas. Porém, certamente o crescimento das seitas pode tam- hem ser atribuido a muitos outros fatores. Dentre outras 1.1Z0€S, as seitas esto se multiplicando por causa do cresci- mento do relativismo, do egocentrismo, do subjetivismo e do misticismo. Além disso, a rebelido moral e 0 colapso de familias t8m contribuido para o aumento do ntmero de scitas em todo o mundo. Considere 0 seguinte: Fracasso doutrinario — Walter Martin disse certa vez que © aumento das seitas é “diretamente proporcional 4 énfase oscilante que a igreja cristé colocou no ensino da doutrina hiblica para os cristdos leigos. De forma mais correta, al- suns pastores, professores e evangelistas defendem adequa- damente as suas crengas. Mas a maioria deles — bem como amaioria dos cristos leigos comuns — teria dificuldade de confrontar e refutar adeptos bem treinados de praticamen- te todos os tipos de seitas” (The rise of the cults, pag.24). A (ulha da igreja no ensino da sa doutrina leva as pessoas a accitagdo de falsas doutrinas. Uma pessoa nao é capaz de teconhecer 0 errado a menos que primeiramente compre- cnda a verdade. S6 se pode reconhecer as imitacGes através da comparagao com aquilo que é genuino. Aumento do relativismo — O crescimento do relativismo cm nossa cultura também tem contribuido para o cresci- mento das seitas. As afirmagées do tipo: “Isso pode ser vali- do para vocé, mas nao para mim” e “Tudo depende da situ- gio” séo atualmente quase proverbiais. Essa praga do iclativismo tem quase inundado a terra. Com a mentalida- de do “Faga o que achar melhor” tem vindo a sindrome do “Tenha a sua propria religiao”. A negac¢ao feita pelo humanismo secular em relacao a toda a soberania dada por !cus tem conduzido a um vacuo do tamanho de Deus em 19 RESPOSTA AS SEITAS nossa sociedade, e nesse vacuo 0 misticismo oriental tem se movido rapidamente. Volta ao misticismo oriental —The turn east (A volta para o Leste) como Harvey Cox, da Universidade de Harvard, intitulou o seu livro, tem sido tio natural quanto fenome- nal. A partir do momento em que a sociedade americana rejeitou suas raizes judaico-cristis, preferindo o humanismo secular — que nao € capaz de satisfazer os desejos do co- racdo das pessoas —, a unica forca significativa que restou foi o misticismo oriental. O teismo cristao afirma que Deus criou tudo. O ateismo secularista declara que Deus nao existe. Sendo ambas as afirmagées tidas por alguns como insatisfatérias, nossa cultura tem se voltado agora 4s seitas orientais que proclamam que Deus é tudo, e tudo é Deus. O ato de voltar-se para o Oriente tem sido acompa- nhado de um retorno 4s coisa do intimo. As seitas misticas, salientando experiéncias subjetivas e sentimentos interio- res, tém crescido rapidamente no despertamento do misti- cismo. Passamos da condi¢ao de cultura que explora o uni- verso 14 fora para uma de exploradores do universo aqui mesmo — dentro de nds. O foco nio esta tanto no espaco externo como no espaco interno. Isso, com certeza, é o que os misticos orientais sempre ensinaram, e se adapta como luvas nas maos das seitas da Nova Era. Enfase no prbprio ego — © crescimento do amor pré- prio em exagero tem também contribuido para a prolifera- cio das seitas.A mentalidade do “Faga 0 que achar melhor para vocé mesmo” conduz naturalmente ao movimento “Tnicie a sua propria seita”. Cumpre-nos dizer que as seitas sio a liberdade religiosa espalhada como sementes. A filo- sofia humanista “Cada homem por si mesmo” é o fertili- zante perfeito para o crescimento de novas religides que supram as necessidades sentidas pelos individuos ao invés de as reais necessidades deles. 20 INTRODUSAO, Enfase nos sentimentos — Outro fator que conduz ao aumento das seitas ¢ o crescimento do subjetivismo e do existencialismo. Tendo por certo o aparentemente insacid- vel apetite por religides, a sindrome do “Se vocé se sente hem, faga-o” conduz naturalmente a busca de religides que figam a pessoa se sentir bem. Enquanto alguns ainda bus- «unto atalho psicodélico para o nirvana através de drogas «uc ampliem o pensamento, outros buscam uma experién- «it mistica subjetiva que transcenda_as rotinas da vida coti- diana. Isso explica em grande parte o crescimento de seitas da Nova Era, tais como a meditacao transcendental. Rebelido moral — Sob todos os fatores sociais e psicolo— nicos que dao ocasiao ao crescimento das seitas, est4 a de- pravagdo moral. A Biblia deixa muito claro que os seres hhumanos estéo na condicio de rebeldes diante de Deus (Km 1.18).Uma das dimensées dessa rebeliao é moral. Pes- sous se voltam as religides mais confortaveis quando o esti- lo de vida que escolheram é contrario aos imperativos morais de um Deus incomparavelmente superior e soberano. A perversio moral existente em varias seitas constitui-se em amplo testemunho da depravacdo encontrada no mundo delas. Os seguidores do lider hindu Rajneesh dedicaram-se torgias no estado de Oregon. A seita Os Meninos de Deus, de David Berg, ¢ bem conhecida por suas perversdes sexu- us. De fato, a perversio moral é caracteristica de muitas seitis. Essa rebeliao moral foi manifestada no movimento antinstitucional, antigovernamental e antifamiliar surgido hos anos 60, € a sua inércia tem levado tal movimento até os anos 90. Colapso social das familias — Walter Martin disse certa vez:“Vemos uma geracao sem 0 senso de histéria — desli- sida do passado, alienada do presente e que possui um con- «cito incompleto em relagao ao futuro.A gerac4o de ‘agora’ v,na realidade, uma geragdo perdida” (The new cults, pag.28). Muitas seitas tiraram proveito do colapso de familias em 21 RESPOSTA AS SEITAS nossa sociedade, tornando-se familias substitutas para a“ ge- racao perdida”’. Nao é a toa que muitos adeptos de seitas dirigem-se a seus lideres com termos paternos ou maternos. Por exem- plo, a profetisa da Nova Era, Elizabeth Clare, que dirige a Igreja Universal e Triunfante, é carinhosamente conhecida entre os seus seguidores como “Mamie guru”. David “Moisés” Berg, fundador da seita Os Meninos de Deus, era freqiientemente chamado de “Pai David” pelos adeptos da seita. Da mesma forma, o reverendo Moon é chamado de “Pai Moon” por membros da Igreja da Unificacao. POR QUE AS SEITAS SAO PERIGOSAS? As seitas representam muitos perigos tanto para a Igreja como para as pessoas. Esses perigos so espirituais, psicol6- gicos e até mesmo fisicos. Considere o seguinte: Os perigos espirituais representados pelas seitas As seitas estao envolvidas em sérios enganos, e os enga- nos sio sempre perigosos, pois desencaminham as pessoas. A Biblia declara que o diabo é 0 pai da mentira: “Ele foi homicida desde o principio e nao se firmou na verdade, porque nao ha verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é préprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44). Finalmente, todo engano é inspirado no diabo. Conforme colocado pelo apéstolo Paulo: “Mas o Espirito expressamente afirma que nos Ultimos dias alguns apostatarao da fé, dando ouvidos a espiritos enganadores, e a doutrinas de demdnios” (1 ‘Tm 4.1). Aqueles que dio crédito a mentiras ja estio enganados. E se agirem conforme essas mentiras, estarao em perigo. Alguns exemplos do cotidiano esclarecem esse ponto. Se alguém acreditar que o sinal de alerta de uma ferrovia esta piscando apenas por estar com algum defeito, estar4 cor- rendo um sério risco de ser atropelado por um trem. Se 22 INTRODUGAO, uma pessoa acredita que o gelo que cobre um lago é grosso o bastante para que possa caminhar sobre ele, e na realidade a camada de gelo for delgada, estaré correndo o risco de afogar-se. Se alguém acreditar que est transitando por uma rua de mao tnica, quando na realidade tratar-se de uma rua de mao dupla, estara sob 0 risco de uma horrivel colisio frontal. O perigo espiritual de acreditar em uma mentira é ain- da mais sério — ele tem conseqiiéncias eternas! Morrer crendo no Jesus das Testemunhas de Jeova ou no do mormonismo é morrer crendo em um Jesus falsificado, que prega um Evangelho falsificado e que produz uma salvacio talsificada. Os perigos psicoldgicos representados pelas seitas Os danos psicoldégicos causados por seitas podem ser unensos. Elas geralmente tém como presa pessoas vulnera- veis. Muitas seitas buscam as pessoas “‘solitarias” e generosa- mente Ihes dedicam afetos (algumas vezes chamados de “bombardeios de amor”’) até que sejam “fisgadas””. Os lide- res das seitas se tornam as autoridades absolutas para os in- dividuos fracos, que tiveram pouca ou nenhuma autorida- de em sua formagao familiar. Em alguns casos essa autori- dade pode se estender a cada area da vida — quanto tempo dormir, 0 que comer, que tipo de roupas usar e assim por diante. Tais individuos se tornam psicologicamente escravi- zados pelos caprichos do lider da seita. Os perigos fisicos representados pelas seitas Tendo em vista as recentes ocorréncias, todas as scitas deveriam ter um rétulo de adverténcia:“*AVISO: Esta reli- iio pode ser prejudicial a sua satide e 4 sua vida”. Em 1983, Hobart Freeman, lider da Assembléia da Fé em Fort Wayne, no estado de Indiana, morreu apés lancar fora os seus remédios para 0 coragao. Cerca de outros 52 membros 23 RESPOSTA AS SEITAS de seu grupo morreram, sendo muitos deles bebés e crian- cas. Jim Jones persuadiu 900 de seus seguidores a fazerem um pacto de suicidio. Do mesmo modo, David Koresh con- duziu cerca de 80 de seus seguidores a um suicidio impetu- oso em Waco, no estado do Texas, em 1992. Nao é de admirar que a Biblia constantemente previ- na as pessoas contra as falsas doutrinas. Jesus disse: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vém até vés disfarcados em ovelhas, mas interiormente sio lobos devoradores” (Mt 7.15). A DETURPACAO DAS ESCRITURAS E AS SEITAS Tendo em vista esse diltivio de falsificacdes, os crentes tém uma necessidade impar de compreender profundamente 0 aut€ntico cristianismo. Isso porque é impossivel reconhe- cer uma fraude a menos que tenhamos 0 conhecimento do genuino. Os enganos sé podem ser corretamente medidos quando contrastados com a verdade da infalivel Palavra de Deus. O fato é que as seitas so notdérias deturpadoras das Escrituras. Quando se estiver lidando com seitas, deve-se ter em mente que elas s40 sempre edificadas nao sobre aquilo que a Biblia ensina, mas sobre 0 que os fundadores ou lide- res das respectivas seitas dizem que a Biblia ensina. O presente livro foi escrito para ajudar vocé, leitor, a virar a mesa com amor sobre os adeptos de seitas e “desfa- zero que foi por eles torcido a respeito das Escrituras, para que possam enxergar aquilo que as Escrituras realmente ensinam. Jesus disse que as suas palavras conduzem a vida eterna (Jo 6.63). Mas para que recebamos a vida eterna através de suas palavras, essas devem ser recebidas como Ele planejou que fossem recebidas. Uma reinterpretagdo das Escrituras feita por uma seita, que tenha como resul- tado um outro Jesus e um outro Evangelho (2 Co 11.3,4; Gl 1.6-9) trar4 apenas a morte eterna (Ap 20.11-15). 24 INTRODUGAO, Este livro também foi escrito para ajuda-lo a “desfazer” as interpretagSes defeituosas de grupos que sao verdadeiras aberragées, dificeis de serem classificados até mesmo como seitas. Ao ler este livro, vocé vera que ele 0 ajudard a res- ponder as aberragées de tais grupos. Devemos nos lembrar de que uma das maneiras de bri- Iharmos como luzes em nosso mundo (Mt 5.16) é dar pe- rante as outras pessoas um consistente exemplo do signifi- cado de manusear corretamente a Palavra daVerdade (2Tm 2.15). Fazendo isso, outras pessoas deverao nos imitar nessa area. E 4 medida que outros aprendem a nos imitar quanto A maneira correta de se manusear as Escrituras, também poderao ser usados por Deus para dar exemplo diante de outros. O processo comega com uma tinica pessoa — voce! Juntos somos capazes de reprimir 0 crescimento de seitas € grupos repletos de erros. CAPITULO 1 GENESIS GENESIS 1.1,2 — O Espirito Santo é uma pessoa ou é a “forca ativa de Deus?” A MA INTERPRETAGAO: As Testemunhas de Jeova pensam que esse versiculo diz que o Espirito Santo nao é uma pessoa, e sim a for¢a ativa de Deus. Deus utilizou declaradamente essa “forga”’ na criacao do universo. Uma vez que no hebraico 0 termo correspondente a “espiri- to” pode também ser traduzido como “vento”, eles pen- sam que esto justificados por traduzir o termo como “forca ativa” em Génesis 1.2 (Should you believe in the ‘Tinity?,1989, pag. 20). CORRIGINDO A MA INTERPRETAGAO: O ter- mo hebraico fuach pode ter uma variedade de signifi- RESPOSTA AS SEITAS cados — incluindo “félego”, “vento” e “Espirito” (isto é, o Espirito Santo). Contudo, uma vez que as referén- cias ao Espirito Santo, tanto nessa passagem como em todas as demais ao longo das Escrituras, consistente- mente provéem evidéncias acerca da personalidade desse elemento da Trindade, a traducdo “forga ativa” deveria ser excluida. Em primeiro lugar, o Espirito Santo nessa passagem esta comprometido com 0 ato da criacio, que envolve uma aco inteligente no trabalho de formar o mundo. O proprio ato de “mover-se” sobre as 4guas implica um propésito inteligente. Nas demais passagens do Antigo Testamento, o Espi- rito Santo manifesta os atributos de uma personalidade. Ele é capaz de ungir para um ministério de pregacées (Is 61.1), e até mesmo se entristecer por causa de nossos pecados (Is 63.10; Ef 4.30). De fato, todas as caracteristi- cas essenciais de personalidade sao atribuidas ao Espirito Santo ao longo das Escrituras. Ele tem seus préprios pen- samentos. E dotado de razio (Rm 8.27; 1 Co 2.10; Ef 1.17), emogées (Ef 4.30) e vontade (1 Co 12.11). Uma mera “forca” nao possui esses atributos. Além disso, o Espirito Santo pratica atos que somente uma pessoa poderia praticar. Por exemplo, Ele ensina (Jo 14.26), dirige (Rm 8.14), comanda (At 8.29), ora (Rim. 8.26) e fala com as pessoas (Jo 15.26; 2 Pe 1.21). Finalmente, o Espirito Santo é tratado como uma pessoa. Por exemplo, é possivel alguém tentar mentir para Ele (At 5.3). Nao se pode tentar mentir para uma forca (digamos, para a eletricidade) ou para qualquer outra coisa impessoal. E possivel mentir apenas para uma pessoa. Em vista de tais fatos, ndo se pode traduzir o termo ruach como “forga ativa” quando aplicado ao Espirito Santo, porque esta muito claro que Ele é uma pessoa. Veja mais comentarios em Atos 2.4. 28 GENESIS GENESIS 1.26 — Este versiculo indica que existe mais de um Deus? A MA INTERPRETAGAO: Se existe um s6 Deus, por que este versiculo em Génesis utiliza a palavra “nossa” referindo-se a Deus? Os mérmons com freqiiéncia ob- servam que a palavra “Deus” usualmente traduzida do hebraico, que ¢ Elohim, esta no plural, e o pronome “nossa” é utilizado também no plural. Para eles isso indica que existe mais do que um unico Deus. “Logo no inicio a Biblia mostra, de uma maneira superior ao poder de re- futagao, que existe uma pluralidade de Deuses... O ter- mo Elohim deve estar no plural dai por diante — Deu- ses” (Smith, 1976, 372). CORRIGINDO A MA INTERPRETAGAO: Viarias explicagdes sobre a utilizagio do pronome “nossa” fo- ram oferecidas ao longo da histéria. Alguns comentaris- tas alegaram que Deus estava se referindo aos anjos, mas isso ndo tem sentido, uma vez que no verso 26 Deus diz: “Facamos 0 homem a nossa imagem”’, enquanto 0 verso 27 deixa claro:“E criou Deus o homem 4 sua imagem; a imagem de Deus o criou”, e nao 4 imagem dos anjos. Alguns alegaram que o pronome no plural refere-se 4 Trindade. Verdadeiramente o Novo Testamento — por exemplo, em Joao 1.1 — ensina que o Filho estava en- volvido na criagao dos céus e da terra. Também Génesis 1.2 indica que o Espirito Santo estava envolvido no pro- cesso da criacio. Contudo, a opiniao de alguns estudan- tes da gramatica hebraica 6 que 0 pronome “nossa”, no plural, é simplesmente requerido pelo substantivo Elohim, que no hebraico esta no plural ¢ é traduzido como “Deus” (“Ent3o Deus [Elohim, plural] disse: Fagamos [plural] 0 - homem 4 nossa [plural] imagem’). Conseqiientemente, esse grupo de estudantes alega que essa declaragéo nao 29 RESPOSTA AS SEITAS deveria ser utilizada sozinha para provar a doutrina da Trindade. Outros ainda defenderam que o plural é utilizado como uma figura de linguagem chamada “plural majestatico”. O Alcorio, por exemplo, que nega a exis- téncia de mais de uma pessoa em Deus, também utiliza o plural quando se refere a Ele. Dizem que nesse caso, Deus esta falando a si mesmo, de uma maneira tal que indique que todo o seu majestoso poder e sabedoria estavam envolvidos na criacio da humanidade. Como foi observado, o pronome plural “nossa” corresponde 4 palavra hebraica Elohim, que esta no plural e é traduzida como Deus. O fato de o nome Deus estar no plural no hebraico nao indica a existéncia de mais de um Deus. (A rainha Vitoria utilizava a forma “plural majestatico” apenas quando se referia a si mesma. Certa vez comen- tou: “Nao estamos nos divertindo”.) Varias passagens no Novo Testamento referem-se a Deus utilizando o termo grego theos, que est4 no singular, e que também é traduzido como “Deus” (por exemplo, Jo 1.1, Mc 13.19 e Ef 3.9). De acordo com a opiniao desse grupo, a natureza plural do termo no hebraico é designada para dar um senso mais completo e um sentido mais majestoso ao nome de Deus. Deve ser observado, contudo, que o Novo Testamen- to ensina claramente que Deus é uma Trindade (Mt 3.16,17; 2 Co 13.13; 1 Pe 1.2) e, embora a doutrina da Trindade nao tenha sido completamente apresentada no Antigo ‘lestamento, ela foi nele anunciada (conferir Sl 110.1; Pv 30.4 e Is 63.7, 9,10). GENESIS 1.26 — O fato de termos sido criados 4 imagem de Deus significa que somos “pequenos deuses”’, como dizem os lideres da seita Palavra da Fé? 30 GENESIS A MA INTERPRETACAO: Os ensinadores da seita Pa- avra da Fé sugerem que 0 termo hebraico utilizado para a palavra “‘semelhanca”, nesse verso, significa literalmen- te “uma exata duplicacao da espécie” (Savelle, 1990, 141). Verdadeiramente — dizem eles — a humanidade “foi criada em condic6es de igualdade com Deus, e poderia ermanecer na presenga dEle sem qualquer sentimento de inferioridade... Deus nos criou o mais semelhantes a Ele possivel...nos criou na mesma qualidade de seu pré- rio ser” (Hagin, 1989, 35,36,41). CORRIGINDO A MA INTERPRETACAO: Tudo o que esta sendo ensinado em Génesis 1.26,27 € que a humanidade foi criada a imagem e semelhanga de Deus, no sentido de que um ser humano é uma reflexdo finita de Deus em sua esséncia racional (Cl 3.10), em sua es- séncia moral (Ef 4.24) e no dominio sobre a criagao (Gn 1.27,28). Do mesmo modo que a lua reflete a brilhante uz do sol, assim a humanidade finita (criada 4 imagem de Deus) é uma reflexdo limitada de Deus nesses aspec- tos. Esse verso nao tem nada a ver com seres humanos tornando-se Deus ou estando na mesma “classe” de Deus. Se fosse verdade que seres humanos sio “‘pequenos deuses”, entao poderia se esperar que mostrassem qua- lidades semelhantes aquelas que sao conhecidas como verdadeiramente dEle. Contudo, quando se comparam os atributos da humanidade com os de Deus, encon- tramos amplo testemunho da verdade da declaracio de Paulo em Romanos 3.23, que diz que os seres huma- nos “destituidos esto da gléria de Deus”. Considere 0 seguinte: 1. Deus conhece todas as coisas (Is 40.13,14), mas o ser humano é limitado em seu conhecimento (J6 38.4). 2. Deus éTodo-Poderoso (Ap 19.6), mas o ser huma- ho é fraco (Hb 4.15). 341 RESPOSTA AS SEITAS 3. Deus estd presente em todos os lugares (SI 139.7- 12), mas o ser humano € restrito a um tinico espago por vez (Jo 1.50). 4. Deus é santo (1 Jo 1.5), mas até mesmo as obras “justas” dos seres humanos sao como trapos de imundi- cia diante de Deus (Is 64.6). 5. Deus é eterno (SI 90.2), mas a humanidade foi cri- ada em determinada ocasiao (Gn 1.1, 26,27). 6. Deus éa verdade (Jo 14.6), mas 0 coragao humano —a partir da queda — é mais enganoso do que todas as coisas (Jr 17.9). 7. Deus é caracterizado por sua justica (At 17.31), mas a humanidade vive de maneira ilicita (1 Jo 3.4; veja também Rm 3.23). 8. Deus é amor (Ef2.4,5), porém os relacionamentos humanos sofrem a praga de numerosos vicios, como in- veja e disputas (1 Co 3.3). GENESIS 1.26,27 — Esta passagem dé suporte a idéia de que Deus possui um corpo fisico? AMA INTERPRETAGAO: Os mérmons argumen- tam que, pelo fato de os seres humanos terem sido cria- dos com um corpo de carne e ossos, Deus, o Pai, deve obrigatoriamente ter também um corpo fisico, uma vez que a humanidade foi criada 4 imagem de Deus (Smith, 1975, 1.3). CORRIGINDO A MA INTERPRETAGAO: Um principio fundamental de interpretag4o é que as Escri- turas interpretam as Escrituras. Quando outras escrituras a respeito da natureza de Deus sao consultadas, o enten- dimento mérmon sobre Génesis 1.26,27 se torna im- possivel. Jodo 4.24 indica que Deus é Espirito. Lucas 24.39 nos diz que um espirito nao possui carne e ossos. 32 GENESIS Conclusao: como Deus é espirito, Ele ndo tem carne e ossos.Além disso, de maneira contraria ao mormonismo, Deus nao é@ (e nunca foi) um homem (Nm 23.19; Is 45.12; Os 11.9; Rm 1.22,23). GENESIS 1.26,27 — O fato de que 0 ser humano Joi criado a4 imagem de Deus dd suporte a seita Ciéncia Crista afirmar que a humanidade é coeterna com Deus? A MA INTERPRETAGCAO: Esses versos declaram que Deus criou a humanidade conforme 4 sua propria ima- gem. Mary Baker Eddy, a fundadora da seita Ciéncia Crista, procura insistentemente convencer que isso sig- nifica que “homem e mulher — na condigio de coexistentes e eternos com Deus — para sempre refle- tem, na qualidade de glorificados, o infinito Deus Pai- Mae” (Eddy, 516). CORRIGINDO A MA INTERPRETAGAO: Eddy distorce completamente essa passagem das Escrituras. Comentaremos varios erros de forma breve. Insistir que a humanidade é como Deus em todos os aspectos contraria o sentido dos termos “imagem” e “seme- lhanga”. Mesmo o termo “imagem” nesse contexto nio € o mesmo do original, como fica claro pelo uso desse mesmo termo hebraico (fzehlem) para um idolo (por exemplo Nm 33.52; 2 Cr 23.17; Ez 7.20) como somente para a representagao de um deus, e nao o deus mesmo. A palavra “criar” revela que 0 texto nao esta se refe~ rindo a algo eterno, mas a algo que passou a existir. Esse termo (bara) nunca é utilizado no Antigo Testamento referindo-se a algo que seja eterno. Nesse contexto, sig- nifica algo que é trazido 4 existéncia.O mesmo é verda- 33 RESPOSTA AS SEITAS deiro quanto 4 utilizagdo do termo “criar” no Novo Tes- tamento (conferir C].1.15,16; Ap 4.11). E também um engano assumir, como faz Eddy, que por sermos semelhantes a Deus, Ele mesmo seja obriga- toriamente como nos. Por exemplo, ela fala a respeito de Deus como macho e fémea (“Deus Pai-Mae”). Na légi- ca, essa atitude € conhecida como conversao ilicita. O fato de todos os cavalos terem quatro patas nao significa que todos os animais que tenham quatro patas sejam cavalos. Do mesmo modo, por ter Deus criado macho e fémea, nao significa que Ele mesmo seja macho e fémea. “Deus é espirito” (Jo 4.24), contudo, Ele criou as pessoas dotadas de corpos (Gn 2.7).Apenas o fato de termos um corpo fisico nao significa que Deus também o tenha. O Antigo Testamento foi originalmente escrito como um livro judaico, e o judaismo € uma religido essencial- mente monoteista. A Ciéncia Crista é panteista, e Eddy estava lendo esse documento judaico com sua visio panteista. O ser humano no é eterno como Deus e nem idéntico a Ele. Cada pessoa é uma criatura finita, que foi trazida 4 existéncia por um Deus infinito e que se asse- melha a Ele moral e pessoalmente, mas nio é igual a Ele metafisicamente. GENESIS 2.7 — Este versiculo prova que os seres humanos nao possuem uma alma que sobrevive a morte? A MA INTERPRETACAO: As Testemunhas de Jeova citam esse verso para tentar provar que oO ser humano nao possui uma alma que seja distinta do corpo. “O uso da Biblia mostra a alma como uma pessoa ou animal, ou ainda a vida que uma pessoa ou animal desfrutam” (Mankind’s search for God, 1990, pag.125), Dai as pessoas sio almas no sentido de que sao seres viventes, nio no 34 GENESIS sentido de terem em si uma natureza nao material que sobrevive 4 morte. CORRIGINDO A MA INTERPRETAGAO: Em Génesis 2.7 o termo hebraico empregado para “alma” (nephesh) significa “ser vivente’”. Contudo, esse termo hebraico € rico, possuindo varias nuangas de significado quando em diferentes contextos. Um erro fundamental — cometido algumas vezes por estudantes iniciantes de hebraico e grego — é assumir que se um termo hebraico ou grego é utilizado de alguma forma particular em um verso, devera obrigatoriamente ter 0 mesmo significado em todos os seus demais usos. Mas isso é simplesmente errado. O fato é que termos hebraicos e gregos podem ter diferentes nuangas de significado em diferentes con- textos. O termo nephesh é um exemplo. Enquanto ele significa “alma vivente” em Génesis 2.7,0 mesmo termo se refere 4 alma ou espirito como sendo distintos do corpo em Génesis 35.18. Além do mais, quando examinamos o que as Escritu- ras em sua totalidade ensinam a respeito da alma, fica evidente que a posi¢do da Sociedade Torre deVigia (‘Tes- temunhas de Jeov4) é errada. Por exemplo, Apocalipse 6.9,10 refere-se a almas desprovidas de corpos sob 0 al- tar de Deus (nao teria sentido interpretar a referéncia a “alma” nesses versos como “ser vivente” —“‘Vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos”). A primeira Carta aos Tessalonicenses 4.13-17 diz que Cristo trara consigo as almas ¢ espiritos daqueles que estao agora com Ele no céu, e uniré tais espiritos a corpos na ressur- reigio. Em Filipenses 1.21-23, Paulo diz que melhor é partir e estar com Cristo. Em 2 Corintios 5.6-8, Paulo diz que estar ausente do corpo é estar no lar com o Senhor. As Escrituras, como um todo, ensinam que cada pessoa € possuidora de uma alma que sobrevive 4 morte. 35 RESPOSTA AS SEITAS GENESIS 2.7 —A seita Ciéncia Crista esté correta quando alega que Deus nao criou a matéria? AMA INTERPRETACAO: A seita Ciéncia Cristi ensi- na que Deus nio criou matéria alguma, e que a matéria nao é uma coisa real que tenha sido criada por alguém. Embora Génesis 2.7 diga que Deus “formou...o0 homem do pé da terra”, os “cientistas cristaos” concluem que “‘deve ser alguma mentira, porque Deus atualmente tem amaldi- coado a terra”, conforme Génesis 3.17 (Eddy, 524). CORRIGINDO A MA INTERPRETACAO: A Bi- blia claramente afirma que Deus criou os seres humanos com um corpo fisico. Redigir qualquer conclusio con- traria ao contetido de qualquer texto biblico é contradi- _ Zero correto ensino da Palavra de Deus. A Biblia declara: “E formou o Senhor Deus 0 ho- mem do pé da terra e soprou em seus narizes o folego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gn 2.7).O “po da terra” é uma referéncia 6bvia a elementos fisicos, materiais. Mais adiante Deus disse a Adao e a Eva:“‘No suor do teu rosto, comeras o teu pao, até que te tornes a terra; porque dela foste tomado, porquanto és p6 e em pd te tornaras” (Gn 3.19). Também aqui a referéncia é 4 “ter- ra” fisica e ao “p6”. Adiante diz que retornaremos ao po, significando que viemos dele em nosso principio, o que a Biblia diz nas demais passagens (conferir Ec 12.7). GENESIS 3.7 — Este versiculo marca o inicio da liberdade magénica, conforme os macons algumas vezes argumentam? AMA INTERPRETAGAO: Em Génesis 3.7 lemos so- bre a condi¢ao de Adio e Eva apés o seu pecado:“Entio, 36 GENESIS foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais”. Os magons algumas vezes tentam argumen- {ar que a maconaria remonta aos tempos de Adio e Eva, uma vez que as folhas de figueira foram realmente os primeiros “aventais” mac6nicos (Mather e Nichols, 1993, 7). Na maconaria, tais aventais sao utilizados em varios rituais de iniciagdo. Essa interpretacdo est4 correta? CORRIGINDO A MA INTERPRETAGAO: Os iagons est4o aqui praticando a eisegese (estao lendo um significado forcando-o para dentro de um texto) ao in- vés de praticar a exegese (que é extrair o significado de dentro de um texto). Isso se torna evidente a partir do contexto. Os rituais macénicos n4o sio encontrados em ne- nhuma parte do contexto de Génesis 3 nem em qual-_ «quer outra parte da Biblia. As folhas de figueira em Gé- nesis 3 tiveram o tinico propésito de cobrir a nudez de Adao e Eva e nao serem utilizadas como objetos em nenhum ritual ou ceriménia de iniciagao. Deve ser observado que a maconaria é uma religido incompativel com o cristianismo. Dentre outras coisas, cla ensina que a Biblia é um dentre os muitos “simbolos” «ue representam a vontade de Deus (outros “simbolos” da vontade de Deus incluem 0 Veda hindu e 0 Alcorao mucgulmano).Além disso, Jesus é considerado apenas um dentre muitos santos homens que estabeleceram um ca~ minho para chegar a Deus. Também dizem que as varias rcligises no mundo conduzem 4 adoragao ao mesmo Deus,s6 que com diferentes nomes (Jeova, Ala etc.).Acre- ditam que a salvagao nao é baseada na fé em Cristo, mas alcangada através de obras. Além disso, os magons sao obrigados a prestar juramentos que os cristéos jamais ousariam sequer pensar em pronunciar — por exemplo, 37 RESPOSTA AS SEITAS que alguém estava em trevas espirituais e entao veio a magonaria para encontrar a luz. GENESIS 3.15a — Este versiculo ensina que a vir- gem Maria nao tinha pecados? AMA INTERPRETAGAO: Muitos eruditos catélicos alegam que “a semente da mulher foi entendida como se referindo ao Redentor... e desse modo a mae do Re- dentor passou a ser vista na mulher” (Ott, 1960, 200). Até mesmo o infalivel pronunciamento da imaculada concep¢io “aprova essa interpretacdo mariano- messianica” (Ibid.). CORRIGINDO A MA INTERPRETACAO: Esse verso nao contém qualquer referéncia a Maria ou 4 sua dita imaculada concep¢ao. Uma das melhores evi- déncias disso — fora do préprio texto — é 0 fato de que mesmo autoridades catélicas como Ott reconhe- cem que o “sentido literal” desse texto significa que “entre Satanas e seus seguidores por um lado, e Eva e a sua posteridade por outro, haver4 uma constante guerra moral... A posteridade de Eva inclui o Messias, em cujo poder a humanidade ganharA a vitéria sobre Satands” (Ibid.). Mesmo que por extensao Maria pudesse ser conectada de alguma maneira indireta a esse texto, isso ainda seria um gigantesco salto até a sua imaculada concep¢ao, que nao é exposta e nem sugerida em qualquer lugar dessa passagem. O sentido literal é que Eva (e ndo Maria) ea sua posteridade estariam em guerra moral contra Sata- nas e a descendéncia dele, culminando com a vitéria esmagadora do Messias sobre Satands e suas hostes. A “mulher” é obviamente Eva, e a “semente da mulher” é claramente a descendéncia literal de Eva (Gn 4.1,25), 38 GENESIS ido em diregao a ¢ culminando com a vitéria de Cristo sobre Satanas (conferir Rm 16.20). Os catélicos alegam que, assim como o Messias é en- contrado, por extensao, na frase “semente da mulher”, também esta implicita Maria, a mae do Messias. Mesmo «ue isso fosse assim, nao existe nenhuma conexio ne- cessdria ou légica entre Maria ser a mae do Messias e ter tido a sua concepgao sem pecado. (JENESIS 9.4 — Este versiculo proibe transfusées de sangue? A MA INTERPRETAGAO: As Testemunhas de Jeova acreditam que esse verso proiba as transfusdes de sangue. Alegam que uma transfusao sangiiinea € o mesmo que comer sangue, porque é algo muito semelhante ao pro- © de alimentacio intravenosa (Reasoning from the Scriptures, 1989, pag.73). CORRIGINDO A MA INTERPRETAGAO: Enquan- to & verdade que Génesis 9.4 proibe “comer” sangue, uma transfusio ndo consiste em “comer” sangue. Apesar de um médico, ao dar alimentagao a um paciente de modo intravenoso, chamar essa operacao de “alimenta~ yio”, simplesmente nio significa que 0 procedimento de dar sangue de forma intravenosa se constitua em “ali- mentagio”. O sangue no é recebido pelo organismo como “comida”. Comer € 0 ato literal de colocar a co- mida para dentro do organismo de modo normal, atra- vés da boca, e conseqiientemente para o sistema digesti- vo. B costume referir-se a injecdes intravenosas como “alimentaco” pois o resultado final é que, através de injegdes intravenosas, 0 corpo recebe os nutrientes que normalmente receberia através do ato de comer. Em vista disso, Génesis 9.4 € outras passagens relacionadas 4 proi- 39 RESPOSTA AS SEITAS bigéo de comer sangue nao podem ser usadas como su- porte 4 proibic4o de transfusdes de sangue. Uma trans- fusio simplesmente reabastece 0 corpo com um fluido essencial, que da sustento a vida. Veja também comenta- rios em Levitico 7.26,27; 17.11,12. GENESIS 14.18 — Este versiculo dé suporte ao atual “sacerdécio de Melquisedeque” dos mérmons? A MA INTERPRETAGAO: Génesis 14.18 diz:“E Mel- quisedeque, rei de Salém, trouxe pio e vinho;e este era sacerdote do Deus Altissimo”. Os mérmons acreditam. que o sacerdécio de Melquisedeque é um sacerdécio eterno. Embora tenha se perdido nos séculos iniciais do cristianismo, foi restaurado através de Joseph Smith (Smith, 1835, 107.2-4). CORRIGINDO A MA INTERPRETAGAO: Mel- quisedeque em Génesis 14.18 € uma pessoa histérica que tipificou Cristo. Um tipo é uma figura que aponta para algo ou alguém vindouro. Por designio divino, anun- cia algo ou alguém a ser revelado. Como € que ele anun- ciou a Cristo? O nome Melquisedeque da a resposta. Essa palavra é composta de dois termos hebraicos signi- ficando “rei” e “justo”. Melquisedeque era também um sacerdote. Desse modo, ele pressagiou Cristo como um justo rei-sacerdote. Essas caracteristicas foram validas para Melquisedeque apenas em sentido finito, ao passo que em Cristo elas sdo verdadeiras em sentido infinito. Podem os mérmons participar do sacerdécio de Mel- quisedeque? Hebreus 7.23,24 diz:“E, na verdade, aque- les foram feitos sacerdotes em grande namero, porque, pela morte, foram impedidos de permanecer, mas este [Jesus], porque permanece eternamente, tem um sacerdé- cio perpétuo” (€nfase adicionada pelo autor). O sacerd6- 40 GENESIS cio de Cristo é eterno porque Ele é um ser eterno. Di- (crentemente de humanos que perecem e morrem, Cristo existe eternamente. Portanto, o seu sacerdécio, por sua propria natureza, é diferente de qualquer coisa que hu- manos sao capazes de oferecer. Ele ¢ o nosso eterno Sumo Sacerdote que vive para sempre. O termo grego empregado para “permanece” em Iebreus 7.24, de acordo com Joseph Tayer, significa:“Sa- cerdécio imutavel e, portanto, nao passivel de transfe- réncia a um sucessor” (Tayer, 1985, 649). O Dicionario ‘feolégico do Novo Testamento, de Gerhard Kittel, semelhantemente nos diz:““No Novo Testamento, a pas- sagem de Hebreus 7.24 diz que Cristo possui um sacer- décio eterno e imperecivel, nio apenas no sentido de que Ele ndo pode ser transferido para ninguém mais, mas no sentido de ser ‘imutavel’” (Kittel, 1985, 772). Por isso ndo existe nenhuma justificativa biblica para que os - mérmons pensem que possam participar do sacerdécio de Melquisedeque. Esse sacerd6cio pertence exclusiva- mente a Cristo. Esse fato é enfatizado mais adiante em Hebreus 7.26: “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, ino- cente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus”. GENESIS 18.2 — O costume oriental de curvar-se diante de uma pessoa de posi¢do mais elevada justi- fica a prdtica catélica romana de prostrar-se diante de imagens? A MA INTERPRETAGAO: Génesis 18.2 nos informa: “E Jevantou os olhos e olhou,e eis trés vardes estavam em pé junto a ele. E, vendo-os, correu da porta da tenda ao seu encontro, e inclinou-se a terra”. Isso justifica a pratica catélica romana de prostrar-se diante de imagens? MM RESPOSTAAS SEITAS CORRIGINDO A MA INTERPRETACAO: O ar- gumento catélico diz que o ato de se prostrar religiosa- mente diante de uma imagem nfo é errado, pois ha muitos casos na Biblia onde tal ato é aprovado — como em Génesis 18.2. Isso mostra a confusio que fazem de dois contextos muito diferentes. Em primeiro lugar, eles se prostravam por respeito, e nao por reveréncia. Em segundo lugar, 0 ato de se prostrar era entendido como uma pratica social, e nio um rito religioso. Em terceiro lugar, a Biblia condena até mesmo 0 ato de prostrar-se diante de um anjo, mesmo que com o propésito de adoracao a Deus (Ap 22.8,9). Em quarto lugar, a Biblia claramente condena o ato de prostrar-se diante de qualquer imagem em venerac¢’io religiosa (veja Ex 20.5). Finalmente, Deus agiu em determinado momento para evitar precisamente essa pratica. Sabendo que os devotos israelitas se sentiriam tentados a venerar os restos mor- tais de Moisés, Deus 0 “enterrou” ninguém sabe onde (Dt 34.6). Aparentemente, 0 intento de Deus era preve- nir contra a idolatria que o diabo quer encorajar (Jd 9). GENESIS 19.8 — O pecado de Sodoma foi 0 ho- mossexualismo ou a falta de hospitalidade? A MA INTERPRETAGAO: Algumas pessoas tém ar- gumentado que o pecado de Sodoma e:Gomorra foi a falta de hospitalidade, e nao o homossexualismo. Eles se baseiam no costume cananeu de garantir protecdo aque- les que se hospedam sob o telhado de alguém. Alega-se que L6 se referiu a isso quando disse: “Somente nada facais a estes vardes, porque por isso vieram 4 sombra do meu telhado” (Gn 19.8b). Entio L6 teria oferecido as suas filhas para que satisfizessem 4 multiddo enfurecida, 42 GENESIS com a finalidade de proteger a vida dos visitantes que vieram sob o seu telhado. E a solicitagao dos homens da cidade de “conhecer” significaria simplesmente “tornar- se conhecido” (leia Gn 19.7), uma vez que o termo hebraico utilizado para conhecer (yadha) geralmente nao tem conota¢Ges sexuais em parte alguma (conferir Sl 139.1). E importante compreender 0 que as Escrituras dizem a esse respeito, pois certos adeptos da Nova Era, como Matthew Fox, acreditam que o homossexualismo é tao aceito pelo “Cristo césmico” quanto o heteros- sexualismo (conforme seu livro The coming of the cosmic Christ). CORRIGINDO A MA INTERPRETAGAO: (Leia 0s comentarios sobre Ez 16.49). Ao mesmo tempo que ¢ verdade que o termo hebraico utilizado para conhecer (yadha) nao significa necessariamente “ter sexo com”, o termo possui claramente tal significado no contexto da histéria que trata de Sodoma e Gomorra. Esse fato é evidente por varias razGes. Primeiramente, em dez das doze vezes que essa palavra € empregada em Génesis, ela se refere a relagGes sexuais (por exemplo em Gn 4.1,25). Em segundo lugar, ela € empregada referindo-se a relagdes sexuais nesse capitulo, pois Lé se refere as suas duas filhas virgens como nao tendo “conhecido vario” (19.8), que é obviamente o emprego do termo referin- do-se a parte sexual. Em terceiro lugar, o significado de uma palavra é des- coberto pelo contexto no qual é utilizada. E 0 contexto aqui é, sem divida, sexual, conforme é indicado pela referéncia 4 maldade da cidade (18.20), e pela oferta das virgens para a satisfagao das paixGes deles (19.8). Em quarto lugar, ““conhecer” nao pode simplesmente significar “tornar-se conhecido”, porque é equiparado a uma atitude “perversa” (19.7). 43 RESPOSTA AS SEITAS GENESIS Em quinto lugar, por que = filhas virgens CORRIGINDO A MA INTERPRETAGAO: Isso é para satisfazer as paixOes se o intento deles nao era sexu- “culpa por associagio”. Génesis 40.20-22 prova apenas a ivessem pedido para “conhecer” a , : ~ ete al? Se os homens tivessem f edido para gmiecer as que aquele faraé era maligno, e nao que os aniversarios or. a ~ . filhas virgens, ninguém se enganaria quanto as intengdes so malignos. sexuais deles. Faraé também fez algo bom em seu aniversario — 7 b 7 7 declarou anistia ao copeiro-mor (Gn 40.21). Mas seria GENESIS 32.30 — E possivel que a face de Deus igualmente tolo alegar que os aniversirios so bons ba~ seja vista? seando-se nos bons feitos de fara6, como seria tolo ale- . - . . gar que sao maus baseando-se nos feitos maus de farad. A MA INTERPRETACAO: Jacé disse: “Tenho visto a Além do mais, ndo existem nas Escrituras mandamen- Deus face a face, e a minha alma foi salva” (Gn 32.30). Os tos para comemorar aniversarios e nem mandamentos mérmons alegam que Deus, 0 Pai, possui um corpo fisico contra essa pratica. Nao ha razdo para que nao sejam com uma face que pode ser vista (Richards, 1978, 16). comemorados, como todas as outras coisas, “para a gl6- . x ria de Deus” (1 Co 10.31). CORRIGINDO A MA INTERPRETACAO: Em pri- Nao hé nada errado em dar a devida honra a outro meiro lugar, é possivel uma pessoa cega falar com al- ser humano.A Biblia diz:“Dai a cada um o que deveis... guém “face a face”, sem ver a face da outra pessoa. A a quem [é devida] honra, honra” (Rim 13.7).Jé que numa frase “face a face” utilizada em hebraico significa “pesso- festa tipica de anivers4rio nao se presta um culto a outro almente, diretamente ou intimamente”. Moisés teve este ser humano, nio ha razdo que nos impega de honrar os tipo de relacionamento sem mediador com Deus. Po- aniversariantes nessa ocasiao. rém, como todos os demais mortais, ele nunca viu a “face” (a esséncia) de Deus diretamente. A Biblia é clara ao dizer que “Deus é espirito” (Jo 4.24). E “um espirito nao tem carne nem ossos” (Lc 24.39). Entao, Deus nado tem uma face fisica. GENESIS 40.20-22 — Esta passagem indica que nao devemos comemorar aniversdrios? A MA INTERPRETACAO: Essa passagem indica que no aniversario de farad, ele teve 0 padeiro-mor assassi- nado. As Testemunhas de Jeova dizem que j4 que a Biblia apresenta os aniversarios como uma luz desfavoravel, os cristios devem evitar comemori-los (Reasoning from the Scriptures, 1989, pags.68,69). 7 45 CAPITULO 2 UXODO 7.11 — Como é que os sdbios e encantado- ves de favaéd foram capazes de realizar os mesmos feitos poderosos que Deus mandou que Moisés fi- zesse? Esse fato da crédito ao ocultismo? A MA INTERPRETAGAO: Trés passagens no livro de Exodo (7.11,22; 8.7) parecem dizer que os sabios, os encantadores e os magos de faraé fizeram, através de suas “artes secretas” ou “encantamentos”, algumas das mes- mas obras que Deus mandou Moisés e Arado fazerem. Contudo, Moisés e Arao reivindicaram haverem sido enviados por Deus. Como é que esses homens foram capazes de fazer as mesmas maravilhas que Moisés e Arao fizeram pelo poder de Deus? Esse fato indica que os ocultistas tem poderes sobrenaturais? RESPOSTA AS SEITAS CORRIGINDO A MA INTERPRETAGAO: A Bi- blia indica que uma das taticas de Satanas em seu esfor¢go para enganar a humanidade é empregar falsos milagres (Ilcia 2 Ts 2.9 e comentarios sobre Ap 16.14). Bxodo 7.11 afirma:“E Faraé também chamou os sabios e en- cantadores; e os magos do Egito fizeram também o mes- mo com os seus encantamentos”. Cada um dos outros versiculos faz uma alegacao similar. A passagem afirma que os feitos dos magos de faraé foram alcancados por “seus encantamentos [de magia]”’ Alguns comentaristas chegam a afirmar que os feitos dos magicos foram meros truques. Talvez os magos te- nham lancado encantamentos sobre serpentes de modo que ficaram rijas, parecendo terem se tornado cajados. Quando langadas ao solo, sairam de seu transe, vol- tando a moverem-se como serpentes. Alguns dizem ter sido obra de Satands o que teria transformado 0s cajados dos magicos em serpentes. Contudo, isso nao é plausivel, tendo em vista 0 fato de que somente Deus é capaz de criar vida, como os proprios magos reconheceram mais tarde (Ex 8.18,19). Seja qual for a explicagao que alguém assuma refe- rente 4 maneira como esses feitos foram realizados, exis- te um ponto comum a todas as possiveis explicagdes en- contrado no préprio texto. Seja qual for o poder pelo qual alcangaram esses feitos, est claro que nao foram realizados através do poder de Deus. Pelo contrario, fo- ram alcancados pelos “seus encantamentos”. A finalidade desses atos foi convencer faraé de que os seus magicos possuiam tanto poder quanto Moisés e Arao, e nado era necessdrio que faraé se rendesse a sua exigén- cia de deixar ir Israel. Funcionou, ao menos durante os trés primeiros encontros (a vara de Ario, a praga de san- gue, e a praga das ras). Contudo, quando Moisés e Arao, pelo poder de Deus, trouxeram piolhos da areia, os ma- 48 Exopo gicos nao foram capazes de imitar esse milagre. Apenas foram capazes de exclamar: ‘Isto é 0 dedo de Deus” (Ex 8.19). Existem varios pontos pelos quais é possivel discernir as diferengas entre um sinal satanico e um milagre divi- no. Milagre divino Sinal satanico Sobrenatural Acima do normal Ligado a verdade Ligado ao erro Associado ao bem Associado ao mal Nunca associado Freqiientemente associado ao oculto ao oculto Sempre bem-sucedido Nem sempre bem-sucedido Tais diferencas podem ser vistas nessas passagens no livro de Exodo. Embora os magos fossem capazes de transformar as suas varas em serpentes, estas foram engolidas pela vara de Arao, indicando superioridade. Embora os magos fossem capazes de transformar agua em sangue, ndo eram capazes de reverter esse processo. Embora pudessem trazer ras, nao podiam livrar-se de- las. Os seus atos eram acima do normal, porém nio eram sobrenaturais. Embora os magos fossem capazes de copiar alguns dos milagres de Moisés e Ario, a sua mensagem era liga~ da ao erro. Eles basicamente tentaram copiar os milagres dos homens escolhidos por Deus com a finalidade de convencer faraé de que o Deus dos hebreus nao era mais poderoso do que o deus dos egipcios. Embora os magos de faraé tenham sido capazes de simular os trés primei- ros milagres feitos por Deus através de Moisés e Arao, chegou-se a um ponto em que os seus encantamentos nao mais foram capazes de imitar 0 poder de Deus. 49 RESPOSTA AS SEITAS EXODO 13.19 —A preservagéo dos ossos de José dd suporte a crenca catélica romana da veneragao de reliquias? A MA INTERPRETAGAO: Em Exodo 13.19 lemos: “E tomou Moisés os ossos de José [para fora do Egito] consigo, porquanto havia este estreitamente ajuramentado aos filhos de Israel” (leia Gn 50.25). Os estudiosos cat6- licos romanos utilizam esse verso para apoiar 0 seguinte dogma: “E permissivel e proveitoso venerar as reliquias dos santos” (Ott, 1960, 319). O Concilio de Trento de- clarou: “Também os santos corpos dos santos martires e daqueles que habitam com Cristo...devem ser honrados pelos fiéis” (Denzinger, 1957, n° 985). Ott diz:“A razdo para a veneracio das reliquias encontra-se nisto, em que os corpos dos santos foram membros vivos de Cristo e templos do Espirito Santo; que eles serio novamente despertados e glorificados e através deles Deus concede muitos beneficios 4 humanidade” (Ibid). CORRIGINDO A MA INTERPRETACAO: O dogma catélico de veneragao de reliquias e imagens nao tem fundamento nessa passagem das Escrituras e nem em qualquer outra, A passagem de Exodo mostra claramente 0 propésito de levar os ossos de José para fora do Egito, e nao o propésito de venerd-los. Lemos: “E tomou Moisés os ossos de José consigo, porquanto havia esse estreitamen- te ajuramentado aos filhos de Israel”. Ele havia dito:““Cer- tamente Deus vos visitara; fazei, pois, subir daqui os meus 0880s Convosco’ "(Ex 13.19). Mesmo a notavel autoridade catélica Ludwig Ott admite que “as Sagradas Escrituras nado mencionam a veneracao de reliquias” (Ibid). E os chamados “prece- dentes” nas Escrituras nao provam o ponto de vista cato- 50 ExoDo0, lico — os ossos de José nao foram venerados; foram sim- plesmente preservados (Bx 13.19). Dai, usar esse epis6- dio como uma prova biblica para venerar reliquias € ar- rancar violentamente o versiculo para fora do contexto. Ainda mais, Deus condena a veneracao de objetos sa- grados. Quando a serpente de bronze, que Deus ordena- ra para a salvacdo dos israelitas no deserto, foi posterior- mente venerada, 0 ato foi considerado como idolatria (2 Rs 18.4). Deus claramente ordenou ao seu povo que nao fizes- sem imagens de escultura e nem se curvassem diante delas em um ato de devogao religiosa (Ex 20.4,5). Esse é © mesmo erro dos pagaos que “honraram e serviram mais a criatura do que o Criador” (Rm 1.25). A Biblia nos proibe, em qualquer tempo, fazer ou mesmo “nos curvar” diante de uma “imagem” de qualquer criatura em um ato de devogaio religiosa.“‘Nao faras para ti ima- gem de escultura, nem alguma semelhanga do que ha em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas Aguas debaixo da terra. Nao te encurvards a elas nem as servirds” (Ex 20.4,5, énfases adicionadas pelos autores). UXODO 20.4,5 — Este texto proibe as pessoas de usarem uma cruz? A MA INTERPRETAGAO: As Testemunhas de Jeové créem que a ordem expressa nesse verso, de nao fazer idolos, proibe as pessoas de usarem uma cruz (Let God be true, 1946, pag.146). CORRIGINDO A MA INTERPRETAGAO: Os pa- gaos de antigamente aderiam 4 idolatria prostrando-se em adoracao diante de objetos materiais. Em nossa opi- nido, o uso de uma cruz nao é idolatria porque a cruz por si sé nao é adorada e nem venerada. Cristaos usam a 51

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