You are on page 1of 41
Revolucao Bolivariang. i Revolt . histéria historlografia e og sey, personagens InVisibilizad, RAFAEL ARAUIO CONSIDERACOES INICIAIS Em fevereito de 1999, Hugo Chaver as sumiu a Presidéncia vene- melana. Naquela Ocasiao, Poucos imaginavam que o militar, lider de golpe de Estado em 04 de feverei 1992, se tornaria um dos principais personagens da histéria la -americana. de uma frustrada tentativa ito de tino- Constantemente relembrado Por politicos ¢ ativistas sociais dos va- nados campos politicos da Tegiao, para o mal ou para o bem, o seu es- Pectro ainda ronda 0 nosso imaginario politico, mesmo passados oito anos do seu falecimento, ocorrido em 05 de margo de 2013. Sejam Para elogios ou criticas, os seus 14 anos de governo nio foram esqueci- dos. Hi vatios motivos para isso. Ele liderou a mais importante fee lusé0 ocorrida na regiao desde as revolug6es cubana (1959) shies ''970). Este fato, em comunhio com a'sua lideranca carismatica’,fex oy i de carisina foi desenvolvido por Max Weber (2009) com o intuito de avaliar uO #¢ analisar 08 possivei ini sua influéncia no aparelha iveis tipos de dominio com sua t tation, ; digio ou . Segundo dle, a aucoridade do lider carismatico nao se ee inate 6 tilde, ™as em seus dons politicos excepcionals e no tipo de a com 0s seus ein Sociais que reconhecem os seus atributos pressoais ¢ se hia distingao it ipologia, : iz ag. jetivos politicos. Em sua « . rimei- atte 0 beige ee, carismatico sea tuk 0 chefe em © € sustentady - ee hee obi dos poderes ¢ das ras ee wee des mas imnportaness lnderes dn exquends continental desde Fede] Cero, Eom arto dimen, 2s despotas de menmina em roeno do sey ee Ree ee came gees SS A foe een com meses soca SS. See ox Giccinnos: ess di iomagemn sie Chives ¢ os divergtncias nas secs es ercatieas acerca da rewoluso bolivarians permancram por dees anos. A agucads polasizacio politica ener ss esqueniss¢ x somes mos Giemas amos SOS leva 2 esse dingndsticn, O reaquecimento da fers ee acs em moss STINE, sos polos. ee sentide. 2 impocincis des anilises dessa 2 partir de 2009. ocasizo do golpe mreméria sobre as expe Ocezenisico comsndasee venezuclano foi o principal condutor dz screlecso bolirariana. Apesar de sux significincia, 2 coneralieagse parec processo. dene 2s quais destacamos 2 burocratizaso POS soda por fenciondrios piblices. por integranses da cipula do Partie Socistexe Unido de Venezacta (PSUV) membros Forcas Armas de econo com 0 destarado por Guerrero (2013) ¢ Granell 2016) O personalismo contribuiu; aind2, pare que outros impertanss pesonagens do bolivarianieme fossem esquccides on invisilizal exp eer democmacis de mass, om ogra excel oxo HASAMERICANAS, vou. 2 * 165 ee mbora 0 estridente militar tivesse, tas para o desenvolvimento deste Pp mente Chavez e, em r Seu entorno, relevantes ativis- FO} e! 7 ' endl nem jeto. Esses influenciaram forte- 4 . lento, adg revolugao. Listamos {Miriam protagonismo na a seguir al Cabello, Henri Faleén, ions a an puace Diendade Rangel, Luis Miquinela, Luis Reyes es nn de ae duro, Rafael Ramirez, Raul Baduel. entre Sk : ee Rel eiecee iene, S personagens. A lista € ee ‘oderiamos incluir varios outros nomes. Todavia optamos por citar aqueles que acreditamos terem se destacado enn pespaniieltos de Chavez na construgao da revolugao e que exerceram em maior ou menor grau, influéncia sobre ele. Alguns, como Hen- ri Falcon, Luis Reyes Reyes e Raul Baduel, romperam politicamente com cle por discordarem dos rumos da revolugao. Mas, apesar disso. foram importantes em sua histéria e, por isso, foram lembrados aqui. Dentre os sujeitos sociais relevantes para a engrenagem deste pro- cesso historico, destaca-se José Vicente Rangel (1919-2020). Ele foi 5 Sap x um dos protagonistas da histéria contemporanea venezuelana. Jorna- lista e advogado, converteu-se em um dos politicos mais inHuentes da Venezuela entre a década de 1940 eo seu falecimento, ocorrido em 18 de dezembro de 2020. Rangel foi um ativo ator politico na oposi¢ Pézea Jiménez (1952-1958). Por este motivo, fo lou-se no Chile, retornando apds a queda do regi fegresso, retomou a trajetoria de milirancia que o lev Principais figuras da esquerda venezuelana. que durow 25a ; 196 ae depurado por cinco mandatos consecutivos, esteve m8 cman ram conquistados pelos seguin- ea até 1986, Os seus mandatos fo te * partidos: Uniao Republicana Democratica (URD); Partido Comu- 142 Venezuela (PCV), Movimento Eleitoral do Pueblo ee imento 20 Socialismo (MAS). O reconh Ao & ditadura de Marcos i expulso do pais e exi- ime autoritario. No ow a ser uma das 1 61. Ee iniciou uma carreira parlamentat, nos, em 19) ecimento de sero! esquerda a sua expressividade polf em trés ocasides: 1973, 1978 ¢ 1983. A atuagao parlamentar de José Vicente nao © impediu, ainda, de - atividades jornalisticas. Durante anos, ele dirigit: o programa tido pelo canal Televen, a nacional do nosso vizinho exercer televisivo José Vicente Hoy, que foi tran: no qual diversas petsonalidades da politic: marcaram presenga. Rangel, por exemplo, foi o prime entrevistar Hugo Chavez apés a malograda tentativa de golpe de Es- tado, em 30 de agosto de 1992. A partir de entio, as historias destas duas personalidades conectaram-se profundamente. em 1998, Rangel o entrevistow dez tima ocorreu em 04 de dezembro, iro jornalista a Antes da eleigao de Chavez, vezes em seu programa televiso. A ul 48 horas antes do escrutinio daquele ano. Uma vez iniciado 0 governo do comandante, o jornalista assumiu um papel ativo na revolucao. Rangel foi ministro das RelacGes Exteriores entre 1999 ¢ 2001 € da Defesa entre 2001 ¢ 2002, ocasido na qual se tornou o primeiro civil a assumir o cargo. Foi, ainda, vice-presidente da Republica entre 14 de abril de 2002 a 3 de janeiro de 2007. A presenca de José Vicente Rangel nestes cargos ocorreu nos mo- mentos mais conturbados da revolugao bolivariana. Entre abril de 2002 ¢ dezembro de 2006, 0 chavismo enfrentou uma sucesséo de eventos contrarrevolucionarios que desgastaram, profundamente, 9 governo, mas que, ao mesmo tempo, demonstraram a pujanga dare volucéo. Foram eles; uma tentativa de golpe de Estado, entre 1el3 de abril de 2002; a paralisagao da produgao petrolifera, sucedida ent dezembro de 2002 e fevereiro de 2003; 0 referendo revogatorie mandata presidencial, transcorrido em agosto de 2004; por fim: # reeleicao presidencial de Chavez no final de 2006." a A televancia de Rangel para a superacao destes dificeis a ’ mentos fez. com que ressaltéssemos a sua pertinéncia pate ® “ A. Sobre'o galpe de Estado de su voliies omnes ee ‘GOLINGER 2002 ¢ as rensdes politicas ocor GER (2005), OTERO (2004) e MAYA (2009). aliado d, acre ie ve Cha € © utilizow a su, aS de atuacio jornalis cae 'p lar Fao ji listic © pari, toa Btupos da Sociedade civil das k este c an Processo transformador mn ; : TOS artigos e livros, Dentre os pr OS seguintes: 6 No 1967), Tiempo de Verdades (1973), Militares ‘) oaheaia = d polttic: ; elusa) (1976), € Segui ridad, defensa, Gia oie . y militares (1980). +n tema para civiles Por sua historia de militancia, dibi- para arrefecer as tens6es jun Armadas que se opunham a Rangel foi autor de ing pais trabalhos, destacamos ncon- pela sta vasta producao jornalistica Rangel exerceu consistente influén- cia em Chavez. Arriscamo-nos a afirmar que ele foi uma das poucas figuras publicas do bolivarianismo que gozou de irrestrita confianca do comandante. Por isso, 0 escolhemos para a realizacio desta anilise histérica dos caminhos e trajetérias da historia do tempo presente yenezuelana. Intercruzaremos os percursos de Rangel com os de Hugo Cha- vez. As suas histérias nao se entrelacaram, apenas, pela relevancia ¢ pela sua atuacao parlamentar, adquirida na construcao do bolivarianismo revolucionario do século XXL. Ambos foram importantes simbolos na desconstrucao da de- mocracia representativa estabelecida em 1958, por meio do pacto de Punto Fijo, posteriormente analisado, cujas bases serao examinadas posteriormente. Entre as décadas de 1960 ¢ 1980, Rangel foi um dos seus mais importantes criticos. Ele foi um importante eee dos Spositores ao sistema politico estabelecido apés © fim da ditadura de Marco Pérez Jimenez. Uma das suas mais significativas p' (1967), foi um icone das deniincias As vio 0S. Neste trabalho, Rangel expos a brurali Pelas forcas de seguranca nacional contra me! eae “esquerda durante a década de 1960. Fle ek ¢ professor © militante do Partido Comunista da Venenuela (P ublicagdes, Expediente Negro lagdes dos Direitos Hume- dade das agoes cometidas mbros de organizagoes inato de 196 aquele momento, cin raxdotda influénsia’ 1a revolugie ¢ ubana, algumas organizagdes guerrilheiras haviam se estabelecida em nosso vizinho, como o Mo- vimento Esquerda Revolucionaria (MIR) € as Forgas Armadas de Li- al (FALN), organizado por Douglas Bravo ¢ que era o as. O livro foi importante por expressar a Alberto Lovera, 0¢ bertagao Nacion braco armado dos comunist violéncia dos militares, com a anuéncia dos partidos que lideravam o puntofujismo, contra a esquerda, "Se Vicente Rangel foi uma das mais significativas vozes contrarias a este sistema, Hugo Chavez foi a efigie que propiciou o completo esfacelamento da democracia puntofijista, cuja pulverizagao iniciou-se com o Caracazo, em fevereiro de 1989, ¢ que, pela sua importancia histérica, foi o marco de partida para a revolugao bolivariana, confor me avaliaremos ao longo deste capitulo. Assim, combinadas, as acdes de José Vicente Rangel ¢ Hugo Chi- vez foram fundamentais para a derrocada do sistema democratico instituido em 1958. Se Vicente Rangel foi um dos seus mais tenazes ctiticos, Chavez foi o seu coveiro. Por isso, a forte relacdo entre ambos, estabelecida a partir de agosto: de 1992, conforme indicamos anterior mente, sera utilizada neste capitulo. Como ja indicamos, militares, politicos e intelectuais compuseram © vasto mosaico de ativos participantes da revolugao. Muitas vezes, 2 imagem de Chavez sobrepés-se a outros atores importantes desse pro- cesso transformador, que se esfacelou apds o seu precoce falecimente- Rangel nao se encaixa nesse grupo, justamente porque sua aruagae Profissional © sua militancia polftica confundiam-se com @ propria historia contemporanea da nagao caribenha. Por isso, 0 escolhemos para a elaboragao das linhas tracejadas @ S& a Abordaremos um pequeno fragmento da histéria recente yeneZue ri Analisaremos a crise da democracia representativa estabelecids 7 de 3 She ee para a génese do bolivarianisme. A ee gel com Hugo Chavez nos possibilicara desen! AMERICANAS, VoL. 2 * 169 ? ie z ; dc _ dex entrevistas realizadas pelo jorn: mandante en agosto de 1992 ¢ dexembro de 1998 Por meio da aniilise de discurso, identificare i an Gs varemos OS SIgNOS € OS imbolos mobili por Chavez ao defender a desconstrucao da de- mocracia puntofujista € a realizagao da Assembleia Constituinte. Esta jniciativa matcou © inicio da tevolugao bolivariana e, devido a isso gvaliaremos a sua relevancia na construgio discursiva de Chavez antes dasua vitoria eleicoral. alista Por ultimo, em nossas consideragoes finais, avaliaremos, ainda que brevemente, a profunda crise que a Venezuela atravessa desde 2015. Nao conseguiremos esgotar este importante debate, em virtude das Jimitacdes de paginas deste trabalho. Porém, o colapso humanitério gtravessado pelo pais, que deslocou aproximadamente 5,4 milhdes de venezuclanos, segundo dados do Alto Comissionado das Nagoes Unidas para os Refugiados (ACNUR)’. motiva a necessidade de uma breve diferenciacao das gestoes de Hugo Chavez e Nicolas Maduro. Eles nao est4o perfilados na mesma prateleira de lideres revolucio- nétios da historia da América Latina e, como um tributo a Chavez, acreditamos na pertinéncia desta diferenciacao. Os distintos usos do seu espectro ¢ o momento politico da regiao, onde a ascensao das di- reitas leva setores da esquerda a terem um olhar pouco critico sobre a pestio de Maduro e 0 quanto ele desvirtuou a revolucao bolivariana, motivaa sintética avaliacao que faremos ao final deste trabalho. | AREVOLUGAO BOLIVARIANA: UM BREVE BALANGO HISTORICO * WisroRIoGRAPICO 0 inicio do mandato presidencial de Hugo Chavez, em fevereiro de 19 ae ; fee 9, marcou uma nova fase politica da historia Jatino-americana. A "06a, anteriormente definida, foi norabilizada pela rmultiplicidade colapso humanitério do pais, ® Se ME asi , ‘i “Draulrar, Huarao dos res ¢ refugiados yenezuclanos ¢ © Pe tema de de governos de esquerda, que tiveram na heterogeneidade programa- tica uma earacteristica central, Portanto, diferencid-las é fundamental. Segundo Leyton (2009), na Bolivia, no Equador ¢ na Venezuela tivemos governos revoluciondrios neste infelo de século XXI. Estes fo- ram mareados pelas proposigdes anticapitalista, antincoliberal, anti- colonial e prd-socialista, Em sua avaliagdo, as transformagoes politicas e institucionais foram ftindamentais nestes processos, pois nao houve alreragoes no controle da propriedade privada dos meios de produgio ou na estrutura de classes. As mudangas institucionais foram centrais as novas Cartas Magnas simbolizaram a refundagao nacional, consis- tindo nos principais emblemas destas revolugoes. ‘Ao abordar o caso venezuelano, Steve Ellner (2012) defendeu pre- missas proximas a de Leyton. De acordo com o autor, embora radical, o chavismo nao possuiu correlagao com outras experiéncias historicas do socialismo real, como a cubana ou chinesa, ou, ainda, com os go- vernos social-democratas europeus da segunda metade do século XX. Segundo ele, o chavismo foi uma experiéncia original e deve ser refle- tido a partir desta singularidade, em especial, no que tange a defesa da participacdo popular, que, para nds, foi um dos marcos mais significa- tivos desta experiencia. Inegavelmente, a gesto de Chaver foi a mais radical do ciclo de governos de esquerda, Por isso, defendemos que a Venezuela experien- ciou uma revolucao a partir de 1999. Concordamos, dessa forma, com as formulacées feitas por pesquisadores brasileiros ¢ latino-americanes que, a0 abordarem historicamente o tema, também sustentaram essa vertente de andlise, Dentre estes, ressaltamos os seguintes: Molina é ee (2004), Gote (2005), Maringoni (2008), Ayala e Quine® coo Bruce (2016) Scheid (2021). anal encnas Se. saniter scaeluelonirlo do chavismo 2 ae nicteizac’s, no - a segulk examinadas. Anse ial ; is ntanto, consideramos que inexistiram MU tivas nas estruturas econdmicas ¢ sociais durante ® 8°" - ANAS, You.2 * 171 déncia da ae ni €xportacg apesar das iniciativas Sovernamentai maga de petrdleo manteve-se, , ; is : ; suas bases produtivas, We almejaram diversificar as Ao mesmo tempo, nao Verificamo: ieee : S$ iniciat A : cializagao dos meios de Producao Sat telacionadas 4 s0- > ‘ Houve, sim governamentais vinculadas 4 Constituigao de co presas de Produgao Social ( + inofensivas acoes EPS) loperativas ¢ de Em- D j » Como ressaltatam os trabalhos d Alvares e Rodriguez (2008) e Alvarez (2010). Estas seco on ee a isd em nivel comunitario e em algumas dezenas de fabricas expropriadas. Mas nada que alterasse a sua infraestrutura econdémica. Quanto aos aspectos sociais, inexistiram mudaneas na estrutura de classes durante a gestao de Chavez. A expansio do Produto Interno Bruto (PIB) durante o seu governo possibilitou um continuo combate a pobreza, 4 indigéncia e possibilitaram o acesso a empregos formais. De uma maneira geral, presenciamos uma melhoria nos indices sociais. conforme pode ser aferido nos graficos a seguir. Egresso do Exército, ele nao foi um representante da classe trabalhadora no poder, embora tivesse realizado pol{ticas puiblicas que a beneficiaram diretamente. Percentual de pobreza e extrema pobreza ill ._ oro 2021 2013 204 | J 1981/2990 1994 1997 1999 2000 2002:2005 2007 2008 repobrera 1m Extrema PObPeZ2 0, 2014, 2016. Fontes: CEpAL, 2000, 2002, 2004, 2006, 2008, 2009. ia Variagao do PIB 18,3 10,399 94 38 oy | | | ae az 98 # ia, Ht a1 | | , | 58 | a9 78 : 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2613 Fontes: CEPAL, 2000, 2002, 2010, 2016. Variacao do indice de desemprego 12,0 1999200020002001 200220032004 2005 200620072008 2009 202012011 20122013 | Fontes: CEPAL, 2003, 2005, 2010, 2014. ; oe 2 sista’ A Consideramos a revolu¢éo bolivariana de cardter bonapartist®: vit6ria eleitoral do comandante ocorreu em um momento n° 4 ©. § ascensio de Chéyer & presidéncia ocorreu em um momento no qual i policicas organizadas, tanto da direita quanto da esquerda, que puslessem assumnie 1°) yi Nitica do pais, Aprofundando a anilise cunhada por Karl Marx (2006) sobre 0 cara Bonaparte na Franga, em 1851, Leon ‘Trostky, durante o seu exilio no México ennere ‘es dao 8 conceito de Bonapartismo Sui Generis. Seu objetivo foi analisar OSB" gw cage latino-americanos ¢, em especial, a gestéo de Lazaro Cardenas. Na a eno? ach See analisada pelo evoluciondrio tuso, observamos a once it ae : " dora, uma postura nacionalista em termos econdmicns i ae Participaszo politica da classe trabalhadora, ainda que limitada, Nos @P°° le ONO. 2 ¢ 373 Ham forcas poli no ¢ construir um: ticas organizadas que Pudessem a nova hegemoni ‘no préximo tépico deste artigo, Chay. se de hegemonia’ desencadeada com na década de 1990. Bato ele : ee oO ee éxito el a derivou da conjugacao do ativismo politi. co-soc Eon © colapso da Tepresentacio politica, observados entre aquela rebeliao ¢ o escrutinio de dezemb: . 10 de 1998, como dest: ica McCoy (2007), Ellner (2009) ¢ Maya (2009). Durante este ae : Periodo. o distanciamento entre a classe politica e €xpressivos segmentos da so- ciedade civil consolidou-se. A insatisfacao dos venezuelano, Ss COM as suas condicdes sociais de vida foi expressa, por exemplo, em manifes tages de rua e na deslegitimacao do sistema politico-partidério. Como demonstrou Maya (2006, P. 88-90), entre outubro de 1989 € osetembro de 1998, ocorreram, aproximadamente, acender 4, tee ~ &- a Politica. Como Abordareenos ez foia *PIES840 politica da cri 0 Caracazo ¢ que foi aprofundada 6.500 protestos de tua. As marchas exprimiram a insatisfagao com a situacio de subsistén- da € com o sistema politico estabelecido em 1958. O descontentamen- to com a democracia puntofujisia também pode ser observado no alto indice de absten¢ao no pleito presidencial de 1998 (36%) ¢ na irriséria votacdo alcangada por membros das tradicionais agremiacées, AD ¢ Co- pei, como diagnosticado por Lander e Maya (1999, P. 15-17). —— anilise por acreditarmos que 0 caso venezuelano liderado por Hugo Chaves € anilogo. Bet Z ental pata 2 revolu¢So bolivariana, pois cumpri o papel de mediador entre “ ens ‘micmnas, posicionou 0 pais na luca anti-imperialista, impulsionou a soesseniie pac *4io-organizacao da classe trabalhadora, na qual o projeto das Ses Tess rem Fos profundamenteantincolberl, que derivou na dees do nach. Proposta do socialismo do século XI, Ver: TROTSKY, 2 Save construgio da diresio seu concrole militar sobre'cla. A das classes dominanses na 1, I begemonia de um grupo social vincula-se a sua capac ise tte ligica © moral de uma sociedade e, também, x olégica ‘Monia deriva da perda da aucoridade moral ¢ ideoldg' " jedade por 4 revaléncia na 30° Tem reptidiada a sua concepgio de mundo. eaniese cevluconstia que decotte fe uma nowa hegemonia P ie 0 vey “Sstsa0 militar, Nesse contexto, obscrvainos oo i ‘entre rados, ¢ a const jormente, Sips Silicate coe re an. Gomo anise en socioecand- Msc pie ndlgenas e camponeses apresentou 2 301680 Pa A core hegem@nico : *Peltces bolivianas apés 9 ano 2000, pot isso, rornou-se Po Hugo Chavez (MVR) 56,20 Henrique Salas Romer 39,97 (Projeto Venezuela) irene Saez (Copel) 2,82 Luis Alfaro Ucero (AD) 0,42 Outros 0,58 Nao obstante a Venezuela tenha conhecido, ao longo da década de 1990, uma viva politica de la calle (Maya, 2006, P. 105), que esta- beleceu uma direta confrontagao com 0 poder estabelecido, Chavez foi essencial para a revolucao. Ele tornou-se uma expressiva lideran- gs a frustrada tentativa de golpe de Estado em 1992¢ partistas do bolivarianismo fizeram com que ele fosse entre outros ¢a nacional ap os tracos bona| uma figura central para 0 seu desenvolvimento, visto que, aspectos, ele cumpriu 0 papel de mediador entre as distintas classes sociais do pais. Ao mesmo tempo, ele posicionou -imperialista, impulsionou a consciéncia de classe ¢ fornentou a auto -organizacao popular, por meio, em especial, do projeto das comune: como debateram Bruce (2016) e Caruso (2019). Ele foi essencial pa” a postura antineoliberal adotada pela revolugao, que derivou na defese do nacionalismo econdmico e na proposigao do socialism do sé lo XXI!. A presenga desses elementos foi fundamental par * sss a nagao caribenha na Juta anti- dedent™ de gta. pres! nied com) ores 8. O projeto do socialismo do século XJ, impulsionado no Discurso da Unidade bro 2006, que marcou a vitoria de Chivex contra Manuel Rosales na disp 2006, nao passou, em nossa opiniaa, de uma amdlgama de difusas vearlas, CO plo, o iluminismo, o marxismo, 0 bolivarianismo ¢ o erisdanisme professado ee is 00 da libertacio. Economicamente, o projeto chavista aproximou-se mais das exper das dF i) nalidesenvolvitnenGitas |atino-amerioanes, ocortidas, grouso:modosente™ ees Apesar de progressista, o bonapartismo bolivariang cc it que2 emancipagao da classe trabalhadora nao ocorresse. , oe _~ yamos a auséncia de alteragdes na ordem social A rease, ib a9 yez. Houve a conciliagao de antagénicos interesses de oe ee que melhoraram as condig6es de vida dos venezwelanos ee miss6es sociais criadas pelo seu governo.? Por mais a em ae discursos, ele impulsionasse no imaginario politico a independéncia da classe trabalhadora e a construgao de um novo socialism, pouco foi realizado, concretamente, para que esses objetivos fossem alcancados. Apesar da nossa critica formulacao, sustentamos que os omen: Janos experienciaram, de fato, uma revoluco, entre 1999-2013, em vircude das mudangas politicas e culturais impulsionadas por Chavez. Dentre elas, ressaltamos as seguintes: (i) a realizagao de uma Assembleia Constituinte, que se tornow er simbolo de refundagao nacional. Esta iniciativa foi apoiada pela po- pulacdo ao longo da década de 1990 ¢ foi um ponto central das propostas eleitorais de Chavez, embora, conforme veremos, sao = tivesse no seu programa; da consciéncia de classe e a0 surgimenco de ini- como exemplificado no caso iro aspecto 2 continua mobili- (ii) apoio A construgao ciativas de auto-organizacao popular, das comunas. Cooperou para 0 prime i : zagao das bases do chavismo. Esta se deu por meio ide diveeses — dades, tais como: discursos em cadeia nacional de radio ¢ televisdo € Programas televisivos, como © Alb Presidente: » no (iii) defesa da democracia participativa, represencada, por exemple i de cos de impulso aos referendos, plebiscitos ¢ edificagdo de Ps" 52g wer deste debater, A ea de fato, de um projeto socialists. Para xis apeofundamento ee 013) e WEBBER (2019). 2 eo a DBs e Cabenas (2008) « Briceto ¢ Hortado 201% cali se Ph en “he consityearetenntg aarrinotes sorta camara” 7S gestio de Huge CO ‘ popular reeonhecidas pela Constieuigao ae 1999. O ativismo cida. dao foi observado em gestoes municipais que promoveram a ay. ro-organizagao popular eum continuo agir politico Participative, como os transcotridos nos municipios venezuelanos Libertador ¢ Torres, em consonancia com o apresentado por Harnecker (2008) ¢ Ador (2016). A defesa das comunas também foi outra relevante avig nesta diregao; (iv) O fim do analfabetismo, en 2005, como reconhecido pela Orga- nizagio das Nagées Unidas para a Educacao, a Ciéncia ¢ a Cultura (Unesco), ¢ a ampliacao do acesso ao ensino superior, por meio, em especial, da Universidade Simén Bolivar, consistem em relevantes exemplos das transformagées educacionais impulsionadas pelo cha- yismo ¢ que foram relevantes para o desenvolvimento da reyolucio; (vy) a reivindicagao do anti-imperialismo. Essa modalidade de resisténcia politica ¢ cultural, articulada por meio de simbolos, gestos ¢ de um discurso mobilizador, de acordo com Vara (2013) e Wainer (2015), foi empregada por Hugo Chavez para mobilizar heterogéneos grupos politico-sociais em nivel regional e conformar uma frente anti-estadur nidense latino-americanista, como ocortido ao longo das décadas de 1960 e 1970 em razao das consequéncias da revolugao cubanas (vi) as posturas antineoliberais e pré-socialistas. Os instrumentos teéricos e analiticos que podem ser mobilizados para definirmos a gestao de Hugo Chavez enquanto reyolucionitia s40 amplos. Assim como sao densos os debates historiograficos sobreo tema, Evidentemente, as polémicas ¢ divergéncias de andlises em © a ae . icados 2 no do tema sao enormes e mobilizam os pesquisadores dedicado: Por isso ape estudo da histéria do tempo presente latino-americana. Pere bre a histor sentamos alguns debates que consideramos relevantes S° ; ea historiografia da revolugao bolivariana. A seguit, averiguaeme caracteristicas da democracia represencativa construida em M° 1938 Dho apés a derrocada da ditadura de Marco Pérez Jimene® oe cet A compteensio dos seus acertos e desacertos nos auxiliarée ee : dimento das motivacées para o bolivarianismo revolucions” EEK yo), 2. A DEMOCRAGIA DE Punto Firyo: APoGE! ge UE COLAps, iO sm janeiro de 1958, a uni a Em janeiri auniao de militares dissidentes eh : Cterogéneas for pet Populares que desgasta- © opiniao \ gas politicas e sociais impulsionon mobilizag ram a ditadura de Marco Pérez Jiménez june alguns serores das Forcas Armadas, Entre o. quele ano, uma greve geral/e contundente ‘i e, mesmo, centre s dias 21 ¢ 23 de janeiro da- S manifestacdes em Car. e em outras cidades impulsionaram 6 fim do ciclo autori a utorit, : ; rio iniciado em 1948. As agoes contra 0 regime autoricirio aglutinaram os principais partidos Pollties — Agao Democratica (AD), Comité de Organizacio Politica Eleitoral Independente (Copei) ¢ Unio Republicana Democré- tica (URD), este ultimo na clandestinidade —; a Igteja Catélica, fracoes empresariais, organizagoes estudantis, sindicatos e grupos de artistas ¢ intelectuais (CABELLERO, 2003, P. 134-141). Outro protagonista daqueles eventos foi o Partido Comunista da Venezuela (PCV). Embora estivesse na ilegalidade, como a URD, a agremiacao foi fundamental nos protestos estudantis e sindicais contra aditadura, em decorréncia da sua forte ingeréncia nestes movimentos. Os comunistas também foram importantes para o surgimento da Jun- ta Patridtica, Esta frente politica reuniw dispares segmentos da socie- dade venezuelana e foi central para o estabelecimento do amplo mo- vimento antidicatorial entre os anos de 1956 ¢ 1957 (MARINGONI, 2004, P. 99-100). Com 0 iminente fim da ditadura, trolar o sistema democratico vindouro. Oi i radicalizados do movimento popular foi articul dominant dos, que representavam os interesses das classes a. a cransi¢ao pat democracia "¢P! AD e Copei wniram-se para con solamento dos grupos mais lado pelos dois part es do pais o@ novo re Adeson¢ copeistas, assim, coordenaram . Sime civil, que estabeleceu uma pacruada (MARINGONI, 2004, 2 99-100). amcecimett9s rich ‘ We a ie etd de governabilida oe E aneait dos grupos m= “0 seu objetivo central residiu 1° afastal tadicalizados das instituigoes democraticas, As diferencas ideolégicas icas entre as agremiiagGes foram amiainadas ¢ mesmo a 1a sua ordenagao, foi afastada dos circulos do entre 1958-1993, AD ¢ Copei alternaram-se executivo ¢ 0 legislativo venezuelano (MC- ¢ programit URD, que participou d poder. Em razio disso, no poder e controlaram o COY; MYERS, 2007, P. 4). Segundo Molina ¢ El Troudi (2004, P. 34-36), o concerto partid4- tio beneficiou as ctipulas da AD, do COPEI e das Forcas Armadas, os grandes empresarios, os latifundiarios € dirigentes do movimento sin- dical. Sobre este ponto, ressaltamos que Rémulo Betancourt (1959- 1964), primeiro presidente do puntofijismo, fortaleceu as relac6es com a Confederacao dos Trabalhadores da Venezuela (CTV), oferecendo acla um papel intermediario entre 0 governo ¢ os empresarios. Com isso, a burocracia deste sindicato tornou-se relevante para o plano de estabilizagao politica, pois freava irrupges reivindicativas do movi- mento social organizado. O crescimento econémico entre as décadas de 1960 e, principal- mente, de 1970, decorrente, em especial, do fluxo de capitais propor- cionados pela exportagao de petrdleo, cujo prego inflou-se pelas crises petroliferas de 1973 e 1979, garantiram amparo popular aos governos puntofijistas, conforme debateram McCoy (2007) ¢ Gonzalez (2008). Naquelas duas décadas, de acordo com Coronil (1997), consoli- dou-se uma cultura politica utilitarista e um modelo de democracia Sulelar © paternalista resultante da economia petroleira. Afirmou-s¢ ae do pais rico e do governo benfeitor, visto que foi nacuralizada @ 9 a acesso inesgotavel aos fundos monetarios provenientes da ee Pt an ee: 0 facil acesso a recursos Cae da década de 1970 desenvol, eee ee aA: Proredan * Nvolveu o mito do “estado magico ce Pe manutencéo.do ana ruirem as condigées tamale ; desfeita ea democracia : ae esratal na década seguinte, a il Puntofijista esfacelou-se. SP AIMERICANAS, vou, 2 + 179 7 = ; — experenciada pelos latino-ame- ipa = & i980 sontribuiu, assim, para o esgotamento do pace de govemnabilidade arquiterado em 1958, A partir de 1983, , Venezuela ee sey fecesso. A elevacso da divida externa, que sal- sou de USS1,42? bilhies para USS29,356 bilhses entre 1980 ¢ 1990, conforme demonstrou Urquidi (2005, P 277-278), criou sérias di- ficuldades financeiras para os governos de Luis Herrera Campins 1979-1984) e do seu sucessor, Jaime Lusinchi (1984-1989). As duas administracdes tentaram desmantelar as benfeitorias dos dureos tempos do boom petrolifero. Em razio disso, ambos se em- penharam para desarticular o intervencionismo estaral ¢ a regulacdo econdmica das décadas anteriores, introduzindo, em seus governos, es pressupostos neoliberais."° Estes foram aprofundados no segundo mandato de Carlos Andrés Pérez (1989-1992), apesar da forte resis- sincia popular decorrente do Caracazo, cuja experiéncia analisaremos posteriormente. A eleicao de Pérez foi carregada de simbolisme. Ele ja havia sido presidente entre 1974 ¢ 1979 € se cornou uma das principais figu- ras puiblicas da AD. No imaginario popular, ele personificava os bons tempos da bonanga perrolifera, pois, auxiliado pela quadruplicacio des precos do perréleo, a sta gest4o promoveu programas tails r favoreceram 0 seror produtivo € os segmentos mais empobrecidos Populacio (LANDER, 2017, P. 129). —— “dade de defn o brevemente, Ess dour poten eco individuaisem um Semewar ome ele a depict ‘Sto do live comério. bo contrsio do imaginado. 250° per exerci das 08 CTA. Sua institu devem gata it PERSIE 4, pyopinad pv Reso ; —— | Chiat barat, ye. remproriamente, 0 pacernalismo do “estado magica”, ho messmo tern. po, como Pérez foi uma das principals representaghes do puntofupirmy, supunha-se que a sua presidéncia impulsionaria a regeneracae da nocratico que apresentaya nitidos sinais de esgotamenty, sisterna den Todavia, a deteriosada situagio econbmica do pais impedia isso, Pérez assumiu 0 mandato presidencial com uma taxa de inflacao de 40,3% ea retragio do prego do petrdleo dusante a 2* metade da de cada de 1980 fez com que as reservas financciras internacionais da Venezuela caissem de US$ 13,75 bilhoes para US$ 6,67 bihées. Com o propésito de criar possiveis solugées para este conturbade cenatio econdmico, o presidente acordou, com o Fundo Monetésio Enter nacional (FMI), a concessao de um empréstimo de USS$4,5 bithées (MARINGONI, 2004, P. 110). A contrapartida para esta subvencao seria a implementagao de um severo ajuste fiscal que, definitivamen- te, colocaria a nagéo caribenha nos trilhos dos paradigmas neoliberais sinvetizados para a América Latina € paises do antigo Terceiro Mundo pelo Consenso de Washington." O empréstimo demandou os seguintes ajustes macroeconomices: desvalorizagao da moeda nacional, reducao do gasto pibblico, liberacso 11. A recessao econdmmica da década de 1980, decorrente da explosto da alta inflagio, criow as condigées para a inscrgao da América Latina do Plano Brady (1989) ~ no qual os Estados Unidos negociaram 0 perdio de pana’ : ensernas dos paises periféricos ea reesrrucuragao do seu pagamento coma ee eo empréstimos ¢ praros alargados de quitagdy ~ © os ajustes economicos pane Funido Monerério Internacional (FMI) inseriram as sociedades nee sconomicos, conforme debate Williamson (2012, 584). O Consens rl 4 sua aplicagio, Ble fundamentou-se nos seguintes eixos I ~ pele ta : oy — (notadamente em salérios, gastos piiblicos ¢ investments i * monevitia: contengdo da expansio dos meios de paeamem™? 4, igiin ne, elevagho das iterate eecla gee encos Centrale e000 ait politica salarial; controle dos reajustes ¢ achacamentos FY - politica cab oot easieas ior: implancagio de taxay de cdmbio competitivas «aber Vootnd ber mao ee dei Ht é 4 vaghes © V| - canalizagio das despesas socials para 08 ‘Mentagio de politicas aysistencial ne re ¥ \ WAS. Von 2 , = \% pregos, congelamento dos saldrios, teducso e fim das restrigdes as transagoes internacionay mento estrangeiro, O acordo previu, ainda, prego da gasolina, O Caracazo ou Sacudén, ocorrido envre os dias 27 ¢ 2B det de 1989, foi a resposta popular as medidas de austria fi . ) . ‘ Tahal o ions eadas pelo FMI. Os dois dias de distiirbios amedtontaram 9 over : one e levaram 0 entio presidente a ordenar uma forte aa i re dos Ubsidien atsicnlas Hy incluinds investi a clevagio orn 109% de 5 y fepressan polici: suspender as garantias constitucionais. Além do reptidio a5 medidas in- dicadas pelo FMI, as manifestagées expressaram o descontentamento com o sistema bipartiditrio ¢ com o sistema politico estabelecido pelo Pacto de Punto Fijo. \gualmente, salientou-se a repulsa a degradacao das condigdes de vida dos veneztielanos, consoante ao apresentado por Col- menarez (1989), Coronil ¢ Skurki (1991) ¢ Lander ¢ Maya (1994). Segundo dados cepalinos, demonstrados no grifico anterior, a po- breza ¢ a indigéncia elevaram-se, respectivamente, em aproximada- mente 65% e€ 85% entre 1981 ¢ 1990, Ja o desemprego praticamente bservar no grafico abaixo. Como pano de o descontentamen- ndigdes de duplicou, como podemos o! fundo para o levante popular, incidiram, assim, ae eens . to com as institui¢gaes democraticas € a deterioracio das vida dos venezuelanos. | | | | | 14,3 Percentualde Desempres? Urbano (%) (1980-1998) 182 © FrasevORias 181) sobre flex6es de Pp aa histOria recente ra sua importancia | Recorremos as Fre! © Caracazo para ilustra venezuelana: Com 0 “sacudén” de 1989 tevelaram-se com toda claridade os sérios li- dos pactos constitutivos do modelo hegeménico mites ¢ a deterioracao partidos politicos, AD ¢ 0 se- anterior, Fundamentalmente, os grandes cial-cristao, Copei, assim como as organizagoes sindicais afins a eles, re- presentada ‘na CTY, eram incapazes de cumprir com a sua mediagao en- tre a sociedade e o Estado. Estas deficiéncias se prolongaram ao longo dos anos seguintes, produzindo um vazio institucional que acelerou a erosao do sistema politico ao promover demandas ¢ saidas por fora dos espacos democraticos (Tradu¢ao do autor). Ellner (2009, P. 31-33) possui uma vertente de andlise semelhan- tea de Maya e Lander. Segundo ele, as transformages iniciadas com o Caracazo representaram uma ruptura com 0 passado puntofujista e cooperaram com a perda de legitimidade da sua democracia. Para este autor, como ja sublinhamos anteriormente, a insatisfagao com as medidas neoliberais, aprofundadas a partir do governo de Pérez, foram determinantes para que 0 modelo democratico estabelecido em 1958 ruisse. Os protestos de fevereiro de 1989 ¢ a violenta repressao as mani- festacoes autorizadas por Pérez estimularam 0 Movimento Bolivarian? Revoluciondrio (MBR-200)" a buscar, por meio da forca, a mudang ee Nae asseverou Lander (2017, P. 108), em 4 de feve" eee Se eucie on a ele eommandades, tentaram rear a oem ome, Pru o MBR-200 ter vinculos cam Pe ie Siete ° arid de la Revolucién Venezolans ( im Ou, hae mip parcicipsrnms dest hea 0 » citcunscrita a circulos militares, & exce@os 6" —=___ 12. 9 MBR-209 faber, foi criado “regres? Felipe Acowa ¢ emi dezembro de 1982 por Hugo Chavez © outros ts mili at badiras coma (Jesus Urdanctae Rail Baduel, © movimento inbaco™® coy 1 = ea, Ont a COrrupcda eo sistema politico puntohil OMERICANAS, ve5, nou Be 8), do Movimento ¢sttdanti| ‘cia, que tentou apoiar os militares sublevactos dq O fracasso da operacao golpista, Ezequiel Zamora’’, deveu-se, de Valén- ; quela cidade, €nominada pelo MBR-209 - mente, a Capacidade de feac: mental, que conseguiu articular a €Pressio ao s subles apesar de ter sido surpreendido coma Operacao. Coopetou, jeual t ; igualmen- te, a lealdade dos chefes militares com ascendéncia sobre a . ” ‘Opa, ficaram ao lado do mandatario (BRICENO, 2007, p 205-206, Apesar de preso, no entanto, Chavez saiu politicamente vitorioso de ao ados, que daquela fracassada operacao. Os seguintes fatores colaboraram para isso: ele assumiu a responsabilidade pela preparacao do golpe ¢ fez um esclarecimento publico, ainda que breve, das razdes para as aces mili- tares. Na ocasiao da sua prisio, a sua alocucao foi pronunciada em ca- deia nacional. Intitulada, na narrativa histérica do tema, de Por ahora, esse pronunciamento fez dele a principal expresso politica dos que re- pudiavam as velhas instituigdes puritofirjistas © as medidas economicas neoliberais. Como destacou Lander (2017, P. 108), apés estes eventos, “Chavez se converteu numa referéncia simbdlica de alcance nacional”. O comandante concentrou em si as expectativas em telacao 3s possiveis transformagées saciopoliticas. Outras duas relevances conse- quéncias do Caracazo e da frustrada tentativa de golpe deve! (0 bipartidarismo ¢ 4 ascent! (ii) 0 contundente 93 eem m, ainda, Z sto do ser destacadas: (j) a fragmentacao dl multipartidarismo na vida politica ven abstencionismo nos pleitos eleitorais 5 1998, 40% e 36% dos eleitores, respectivamem(e € 36% dos elei (GONZALEZ: ezuelana e ubsequentes. Em | deixaram de vorar 2008, P. 153- iS ecrutinios para o executive federal 153 © 155-157) fe feverciro, ela spmmo arte foe ‘ticar, Como 18. 5 rreigao milit® foi prowgen” ». Em 27 r rey outta insu! jaquele ano 0) de noverbro de 1992 ocorme ones Ny ia neo do esto dese i i lada, Diferentemente da anterio® ofundam yt tlada, 4 jm apt 151): 13 por membros da Marinha e nfo do Exércio. Patt 07 Oya (gpod, BM? “6, ver; CABALLERO (2004, P. 192-204) € Como reiteraram Molina e El Troudi (2004, P. 125-126), em maio de 1993, Pérez foi afastado da presidéncia pelo Congtesso Nacional e pela Corte Suprema de Justica, em virtude da pratica de corrupcao, Apds o “mandato tampao” do prestigiado historiador Ramén Veljs- quez, Rafael Caldera, ex-presidente entre 1969-1974, venceu a dispu- ta eleitoral de dezembro de 1993. Ele foi candidato pelo Convergencia, agremiarao que fundou apés desfiliar-se do Copei, ¢ formou uma ampla frente eleitoral com mo- vimentos sociais ¢ partidos de esquerda, como o PCV, em uma com- posicao denominada de El Chiripero. O seu programa eleitoral foi contrario ao bipartidarismo ¢ ao neoliberalismo e, ao mesmo tempo, atacou a ineficdcia das instituicdes estatais puntofujistas. Ao reconhecer os diversos equivocos do sistema politico que ele ajudou a construir, Caldera conquistou apoio naquele pleito. Neste sentido, defendemos que, simbolicamente, a sua vitéria foi a ultima anuéncia da sociedade civil a0 puntofujismo, mas nao ao bipartidarismo que o estruturou. O governo Caldera foi afetado por forte crise financeira e, por isso, foi incapaz de enfrentar a degradacao sacioecondmica que afetava a sociedade venezuelana desde o inicio década de 1980, conforme de- monstramos 0 grafico a seguir: Fontes: CEPAL, 1999, 2001 NAS, VOL. 2 © 195 FMle, como conrrapartida, elaborou : " nse a Agenda Venezuela. § uma série de medidas de austeridade fiscal, alinhadas as diretri e i agra ™ especial, desagradaram profundamente pareela dos veneztielanos: a reforma trabalhista ¢ a internacionali- axaoda industria petroleira (LANDER, 2017, P 109), O descontentamento com a gestao de Caldera auxiliou na deslegi- rimagao do sistema politico e fez com que Chavez ampliasse a difusao dos eixos programaticos do MBR-200, Contribufram para isso as en- grevistas realizadas por Vicente Rangel em seu Programa José Vicente Hoy'*, exibido pelo canal Televen, e que serao analisadas no préximo wpico deste capitulo. O prestigio do jornalista e da sua exibicao te- levisiva auxiliou na popularizagao das ideias politicas do comandan- te, além de marcar a intensa proximidade entre esses dois relevantes personagens da esquerda venezuelana ¢ da histéria contemporanea do nosso vizinho. Esta a neoliberais. Duas delas, A intensificacao da crise de representag4o politica ao longo do man- dato de Rafael Caldera fez com que a proposi¢ao de uma Assembleia Constituinte se convertesse em um dos eixos centrais dos compromissos eleitorais de Chavez, conforme constatamos na analise das entrevistas tealizadas pelo jornalista. Apesar da centralidade adquirida por essa pro- posta, asseveramos que esse planejamento foi apresentado vagamente no Proyecto de Declaracién Programdtico do MBR-200¢ na Agenda Alternati- "bsliveriang, que orientou a sua campanha eleitoral. ; Nos dois documentos encontramos referéncias 2 demoeracia i es direcionadas 4 reversio ‘icipati Wale, prick sicd . Principalmente, proposig jinhadas ao nacio- h Politicas neoliberais por meio de sugestocs @ } : ¥ mentos smo €conémico e A teoria desenvolvimentista. Estes ele \y No = log do YouTube jose Aeessn alista, Vey: “M15 de maio de 2021, sta, inGmeras entrevl 3Bvd- cl o leivor te Hoy ¢ p compuseram os eixos centrais do programa do Polo Patridtico, frente eleitoral que se aglutinou em torno do comandante para a eleicao pre- sidencial. Ressaltamos, desta forma, que a Agenda Alternativa Boliva- riana estipulou as diretrizes programatica de Chavez em sua primeira eleicao, pois, como destacaram Molina e El Troudi (2004, P. 134), a frente tinica nao tinha um programa eleitoral. Em abril de 1997, o MBR-200 transformou-se em Movimento V Reptiblica (MVR). A necessidade de registro junto ao érgao cleitoral que a organizacao pudesse concorrer a eleigao presidencial de 1998 levou 4 mudanca de nomenclatura. Na ocasiao, a legislacao eleitoral vetava que simbolos pattios, neste caso Bolivar, fossem utilizados para a identificacao de entidades politicas. Por isso, a alteracao na nomen- clatura (LANDER; MAYA, 1999, P. 10). © MVR formou uma frente tinica com diversos partidos e mo- yimentos sociais que demandavam transformagoes politicas € socioe- conémicas, Ela foi composta por diversas agremiagoes de centro-es- querda e da esquerda mais radical, dentre os quais destacamos: Patria Para Todos (PPT), junto com o MVR um pilar central da frente elei- toral, Movimento ao Socialismo (MAS), grupos do La Causa Radi- cal (LCR), Movimento Eleitoral do Povo (MEP) e PCV (LANDER; MAYA, P 11).!° Os seguintes cixos programaticos, sinteticamente citados, guia- ram a composicao da frente eleitoral, de acordo com Molina ¢ El Troudi (2004, P. 137-142): os ataques a AD e ao Copei, expressoes centrais do bipartidarismo; a promessa de realizagao da Assembleia Constituinte, identificada enquanto o meio fundamental pata a sU- peragao da democracia puntofijista; o repridio ds praticas politics € econdmicas neoliberais ¢ a defesa de um projeto nacionalis@ de 15. No artigo Venezuela, La Victoria de Chiver; ao qual laboragio dest i es 2; 80 qual recorreroros para a elaboract ‘capitulo, Lander e Maya (1999) fazem uma profunda andlise da gestio do governo de Rabie ; Kdera, cla composigao do Polo Patridtico e dos resultados eleitorais de 1998. A refer" ‘este trabalho enconcra-se ao final deste capitulo, a ae MERICANAS, yo, 2+ 18 5 condmico; ¢ i ares caltinas Brera axis e. favordveig g transfor sao latino-americana, definida e€nquanto um im, a recuperacao da soberania nacional dian, quanto negativos, da globalizacio, Ael ivindicacao da integra- Portante meio Para te dos impactos, vistos en- leicao de Chavez *haugurou uma nova fase das historias vene- ae latino-americana, Um dos seus impactos mais Significativos consistiu no impulso 4 refundagao nacional Constituintes. Como afirmamos, as revolucdes democritica ¢ cultural (Bolivia) e cidada (Equador) lideradas, Tespectivamente, por Evo Mo- rales e Rafael Corréa, incorporaram essa iniciativa a transform: Por meio das Assembleias acao em um dos emblemas centrais destas revolugées. A seguir, avaliaremos oentrelacamento das trajetérias de Vicente Rangel ¢ Chavez e os seus impactos para a histéria politica venezuelana, 3-A PROPOSTA DA ASSEMBLEIA CONSTITUINTE NAS ENTREVISTAS be HuGo CHAvEz A José VICENTE RANGEL No inicio deste capitulo, sublinhamos que a centralidade de Hiss Chavez na reyolucao bolivariana, em decorréncia das caracreristicas bonapartistas deste processo historico, fez com que os estudos “el micos negligenciassem alguns dos seus importantes arene isso, aproveitamos os objetivos desta coletanea, que vinculot i ‘6tias individuais aos temas analisados, para ae oes “* dois relevantes personagens da primeira revolugao la do século XX, Como hé uma vasta literatura que abor dente © a sua centralidade para a hiseéria to aL lang's, 9ptamos por nao a averiguarmos a se Prlotizamos og vinculos politicos estabelecidos f _ eo da a histéria do come’ po presente yerieaue- pitulo. Desca forma, esas duas figuras. CARROLL (2013) BA i 7 BRO (2013), o\St MARCANO e-TYSZKA (2008), GUERRE NET (2018), Pe ‘Como disse > R i © primeiro jornalista a entre. Chavez aps 2 frussrada tentativa de golpe de Estado em agosto de 1992. Esa gravacdo pata 0 programa da Televen ea segunda con- versacdo, ocorrida em junho de 1993, foram censuradas, sendo exi- hides com cortes. Desde entao, consoante 20 destacado por McCoy (0067, P. 306) ¢ Maya (2009, P. 100-101) as ligacbes estabelecidas entre os dois aprofundaram-se eo histérico. militante da esquerda foi primordial para que 0 ex-milicar adquirisse visibilidade politica ¢ 0 projeto de mudancas de MBR-200 fosse viabilizado. Como jf referenciado, Chavez utilizou as entrevistas por nds avaliadas para difundir o seu programa politico ¢ desconstruir esteredtipos ctiados sobre 2 sua imagem ou mesmo propostas governamentais. A credibilidade de Vicente Rangel ea audiéncia do seu programa colaboraram para isso. visto que os principais veiculos de comunicacdo, alinhados aos resquicios do puntofijiome ¢ 20s grupos dominantes, boicotavam 0 comandante, com resakaram Lander ¢ Maya (1999) ¢ Molina ¢ El Troudi (2004). As entrevistas cooperaram para que Chavez divulgasse a propos? da Assembleia Constituinte, cuja realizacdo, para nds, € fundamental nas avaliacbes acerca do caréter revoluciondrio do bolivarianismo, em consonancia com os debates que apresentamos em outros trabalhos." De acordo com o que destacamos anteriormente. a Constiminte 120 esteve claramente descrita nos dois documentos que serviram de base Pasa as diretrizes programaticas defendidas pelo Polo Patristico. Asscveramos, desta maneira, que 0 Proyecto de Declaraciim Prog’ anes oe a Agenda Alternativa Bolivariana possuiam Tacia puntofujista, repudiavam o neoliberalisine © P ees Por exemplo, salon Participacdo popular e cransformae™ wan area teat ‘ tuinte © as suas especificidades para o projet ear ‘& Par mais que, vagamente, hou i ee wesse referéncias a ela. 17. Ver: ARAUJO, £2009, 2073), ne ee 08.4 significdincia das entrevistas feitas por Vi cente Rangel para a difusio desta rf ai earnos-que 0 Jornal Ptoposta, Ademais cional do comandante a » Mans uma vez, lista foi relevance para Pc af 4 tentativa de golpe de Estado. Na aber a revista, realiza 3 de j ‘ Gaem 13 de junho de 1993, pouco tempo depois do fmpeachment de Andrés Pé de Chavez para os eve: 4 projegio politica na Tez, 0 petiodista sublinha o papel Ntos transcorridas na Venezuela entre fevereiro de 1992 ¢ aquele més: Eia persona que entrevisté para esa fecha [...] Fs una mezele de mito y de rea- lidad, y sin duda que lo que él hizo el 4 de febrero de 1992 incidié directa e indirectamente en todo este Proceso que culmina él 20 de mayo con la decision de la Corte Suprema de Justicia, declarando que habtan hechos para el enjui- ciamiento del Presidente de la Repitblica (...] Me refiero al comandante Hugo Chavez Frias, que sigue recluido en la prision de Yare, No se wata de contrébnir al mito de Chivez, no se trata de exaltar su figura por exaltar, se trata de que Ohdves:¢s una realidad y, como realidad que es ') como ciudadano que es de este pits, tiene derecho a que se le escuche. Cada uno de ustedes que nos estén viendo tienen tambien el derecho de saber lo que estd pensando en este momento uno de los jefes de la rebelién militar del 4 de febrero |...) Por lo demds, ejerza mi funcién como periodista cuando recojo el testimonio de algin venezolano y lo srasmito a través del medio, Ese es mi papel como cindadano, como periodista. O papel da Assembleia Constituinte para 0 projeto do MBR-200 foi delineado pela primeira vez em marco de 1994, logo apés a eleigio de Rafael Caldera, ocorrida em dezembro do ano anterior. A clabo- a0 de urna nova Carta Magna propiciaria a pacificacao nacional, “Mm tazao dos acontecimentos transcorridos entre 1989 ¢ 1993, pos- “tbilitaria a tefundacio nacional ¢ seria um simbolo de ressignificagao Propria democracia, em virtude da incorporagio dos principios da Sstacia participativa, Segundo Chavez (2012, P. 89-90): Mate gue creo que, hablando de pacificaciin nacional, la dnica via en este “omento que pudiera garantizar la paz furura de la nacion serta convo- “una Asamblea Nacional Constituyente. Eso permitiria reunirnos en sober, comer WF vain QUEER 1 pueblo nectonal, el pueblo venexy. Jno, pain vefundar ta Repubblica, para dale wn pew rambo a la nacion, oar tect atl anunelor apd estates veunidos en asamblea popular lor vee reswlanas, para diientr quidnes aro y /acia donde vamos, 9 convertiy eva divewstdn en un gean proyecto mitt jonal que tenga tumnbo, que tenga desting porte (od Cea te tastes, ere ynce eve x4 quleds wna be las pocis vbas que tiene este gablerno: convocar una Cunsltuyente para davle participactin al puelel venesolana. jCudl fue ol nivel de abstencton en las elecetones de dj- ciembret Mutima. Creo que el tds alto en la historia rectente venezslana, Ps decir, la gran mayarla de los venczolann no yuiso ir a eleceioner, No quiso seguir el mensaje allenante te las partidos polttieas, Como ji fol observado, Chavez refuroua participagao do MBR- 200 nas eleigdes até meadas de 1996, Por isso, somente em 1997 o movimento transformourse em. partido ¢ pode, assim, concorrer nos escrutinios, Até envio, o abstencionismo cleitoral foi justifica~ do pela necessidade de realizagao da Constituinte, que consistia no objetivo central do movimento, embora as diretrizes desta proposta mio estivessem em seu programa, Justificanda a nao participagao do MBR-200 no pleito de governadores em 1995 e a relevancia da claboragao da nova Constituigao, Chavez (2012, P. 111-112) ressaltous Hemus dicho. que nosortas, para el proximo ano, 1995, nos negamos a pat sielpar en el proceso electoral, menos que haya un cambio fundamental 3 volver a caer en la ntisma que hemos hablade muchas veces: la Asamblea Nacional Consituyente, para modificar el marco politico y juridico, pat relegate sistema polsicn, Para las de 1995 no varnosa participar. Nos {no enainos organteando un-rmatmaenta y si esas eleciones de 1995 legen ? tm ba hubido un cambio prafumda en las beyes electorates, em la Consvtwcitl twilanal ima, tas de la Consivuyenc, naaoslamartamos a pueblo Wenezalana a pedir consituyence en oe proceso electoral, pero no particip® Sas con cana w gobernactones, aalealddas 0 a concejaias Eitan? — re AMERICAN 4 5 vi YOu. 2 19) direcionada, fundamentalmente, ea dite os eseruturantes, foi a efery, seus eix componentes ideoldgicos ¢ discurs; ferimos oe Naquela ocasiao, os tramites Par: . em curso € 6 comandante havig confirmado a sua Partici- ja as na disputa presidencial de dezembro do NO seguinte. Além de Eat o seu papel pakea refundagio nesion (dace do pais, a convocacio da conven¢ao, © capitulo, 4 da Constituin Gni- VOS que tangenciaram 4a fundacao do MvR al € para a Nova iorga- via referendo Popular, Materializacdo do pro- dicacao da democracia TyaMos esses aspectos no foi propagandeada pelo comandante como a o) , s Boos : lar. Ela vinculava-se a teivin agonismo popu feciapaaie apregoada pelo MBR-200. Obser rrecho abaixo: si 05 Si ido construyendo es un Ve 5 en estos tiltimos atios si algo hemos veni : i seh in poder social, un poder moral, un poder efectivo para hacer ode Swaciss der Conitituyente, ése es su nombre lidad, en 1999, la activacién del Poder Coa; oe é ‘te on lo que le da sentido verdadere a mi candidatura es dein propio |...) e0 ¢s lo g a tara de este pueblo para activar exe Uegar a Miraflores con la voracion ee: iain fadtiedk dine Det ene ee a ae viendo, con bastante 4 tratar de resumir las cinco fases en las iE ze, La primera fase es la que amplizud, la activacién del poder kc ol de esos hombres y mujeres estamos viviendo. Es la fase originaria, c -zolanos tiene un fragmento de ese ime nos estén oyendo, cada uno tele a indolo entorno a grandes orga- : ier, estamos ensamblindolo, estamos ae sts, rambo wld Segunda Mier eH oy ‘maids, . cme sociales, a grandes pooner nt tomadia de aguel término de fase, La segunda fase es la llamada se ees de las mayorias. Esa Sigs Jacobo Rousseau, del Contrato social, ra 1998; ese dia la mayor parte i ee y m1 : 6 de diciembre de 17 lo, va a sellar co Sase contractual tiene fecha, encido de ello, i. del 1 OT ns anoxia cone A Pueblo venezolano, y fase, que ® Et dcate bo a la tercera Ligado por canine "osotros un contrato ri L ] estd ob liga sy di blea Constituyente 1...) Hugo Chdues oe este sistem vig? B mee “ctivar el poder constituyente para itd sun sistema verdaderd “tnavés del referéndum popular y et 176). “rético (CHAVEZ, 2012, P. 170- Nas dez entr que examinamos na formulacio deste tral tho, o comandante reiteradamente salientou os elementos Trips nos rrechos das entrevistas que citamos. Todavia, bd outros aspectys que nio descrevemas, como as taizes histéricas do projeto do MBR. 200. Esta formulagao resgatou a histéria da emancipacao hispano-a- alorizou o papel de alguns dos seus personagens, como mericana € ¥ e Ezequiel Zamora, Destacaram-se, ainda, as atribui- Simén Bolivar Ges das Forcas Armadas variana ea sua significancia p com a Constitmuinte. Como ja observamos, candidatura de Chavez a presidéncia com abruptas nas instituigdes estatais. 0 para o desenvolvimento da proposta boli- ara a refundacao nacional a ser iniciada também se ressaltou nas conversacées 2 vin- culacao da o desejo dos ve- nezuelanes por transformacoes a Constituinte e a sua relacéo com a constru- iva também puderam ser observados em que conectaram as historias do 1 dos maiores expoentes da e- carter revolucionario d cao da democracia participat outros temas tratados nas entrevistas, lider da revolucdo bolivariana com un querda do pais, 0 jornalista José Vicente Rangel. 4. CONSIDERAGOES FINAIS jo de Hugo Chavez a pre stiam forcas politicas em ra Como expusemos neste capitulo, a ascens sidéncia ocorreu em um momento No qual inexi organizadas que tivessem legitimidade para assumir 0 vio da crise de hegemonia. Devido a isso, conceituamos ca como bonapartista e tragamos os aspectos personalistas d co. Coube ao comandante mediar os conflitos de classes, imp! inserumene govern, a sua lideran- a revolt” [sion a conscientizagao politica ¢ fomentar a construgao de que possibilitassem a auto-organizagdo popu lar, O bonapartismo deste processo histérico gerou nos leyam & compreensio do colapso politico e soci petenciado pelos yenezuelanos desde 2013, O icarisma consequéncias que oecondmico da liderans* np PACK va de corse ae rn 2006, fizeram civen « ‘ € a ctise poli lou no pais apés 0 seu falecimenty, Por mais q a Ke 0 nha pa irrefutdveis acertos na conducic do Sithtbenieen ss consegult ue a ascendéncia das Forgas Armadas, ohn aie do Partido Socialista Unido de Venexuels (SUV) a 1, nee . x vee Ui gucsia na dire¢ao politica deste processo,” Estes trés Segmentos fortalece- fam 0 seu protagonismo durante 05 14 anos de governo ¢ bencficia- ram-se materialmente da expansao econdmica decorrente da eleva- ¢ao dos precos internacionais das commodities entre 2003-2014. que reavivou 0 “estado magico”.’” Apesar dos equivocos, Chavez conduziu 0 bolivarianisme nos marcos da democracia ¢ do constitucionalismo, Dentre os varios aspectos que consideramos relevantes na andlise do chavismo “com Chavez”, ressalramos a constante postulac4o da participacao popu- lar, via ocupagao das ruas, construc4o do estado comunal e consul- tas cleitorais. Igualmente, ele reivindicava constantemente 2 Constituicae de 1999, que era um dos simbolos centrais da revolucao bolivariana. Por i80,em seus discursos, havia a defesa inequivoca da Carta Magna do ‘u conhecimento pela sociedade civil. Para Chaver, ela era um bas- “0 furdamental que instrumentalizava 0 agir politico participaeve + '0iconstantemente defendido em sua gest4o- pees um equivoco central do comandante *Ntuais sucessores politicos. Ele nao combate 0 a B i ; "ae eating dlenominagao urlizads para a eferénciaa 1 “Eilat foi a nao construcao fen da conjunto de empress 4 revolugao ¢ enriqueceu a5 custas dO* 19,P 108413). an citke te. se aatha, ver; WEBBER 20 9. Esta marca aprofundou-se ao longo do seu = mesmo tempo que os vinculos com a clipula burocratica smo foram jntensificados. Na auséncia de herdeiros politicos, antes de partir para a sua tilti- de tratamento contra 0 012, ele indicou Nicolas Maduro:como o seu sucessor. almejou dois objetivos: transferéncia de votos, caso do PSUV. A unidade dos chavistas em torno deste poio das Forcas ma viagem cancer, em Havana, no inicio de dezembro de 2 A sua nomeagao falecesse, € uniao personagem decorreu Armadas, a legitimidade entre os principais aliados latino- sobretudo os cubanos, em virtude do sett papel de Chanceler entre 2006-2012, ea pouca rejeicao entre os milirantes do partido.” Maduro foi empossado presid lecimento do comandante. Em ab 50,61% dos votos, em uma acirrada dis Caprilles, representante da Mesa da Uni que obteve 49,12% (CNE, 2013). O reco! cioecondmicos do chavismo € 0 clamor pop mandante impulsionaram o seu éxito eleitoral. A forcada transi¢ao politica, no entanro, coi ciclo de crescimento econémico ebservado entre forme exposto em grafico que compoe a segunda par Apos um leve crescimento econdmico em 2013, que de 1,3%, a Venezuela colapsou ¢ 0 seu PIB retrocede em concordancia com 0 exposto no grafico abaixo. de trés aspectos: 0 irrestrito a americanos, lente em marco de 2013, apés fa- ril, ele foi eleito presidente. com puta com 0 opositor Henrique dade Democratica (MUD), rihecimento dos logros s°- ular pela morte do co- ncidiu com © fim do 2004 ¢ 2013, com re deste capitulo. girou em rorne uu beuscamen™ 20. Nicolés Mad s at eda deminde on Ghavtha Alurérica, Fal um dos homensde mnseore de Chit’ politica na patio em possula credibilidade internacional. Fle camegoul su iT foi motorivea de igi a quando cra estudlante secundarisca, Durante & década de! a 0 secvigo do metr ae 6 uidaddes vereseres da emprest “Merrobus?) que complemen MBR-200, fo deputnde apiral veneruelana, Na 2* metade da década de 1990 ing. tre 2006-2012 foi earcee nstituinte em 1999, depucado do parlament unieametl ‘quand foi dosignadé o de Relagdes Exceriores, cargo ne outubro = , jo vice=presidente, Cargo que ocupou 4 RICAN AS, vo... 2 * 195 de ; eVolucgo Pip 7 \ “19,6 201. ? " 4 2015, : : OL 2016 2017 28 mig 2020 Fontes: CEPAL, 2019, 2021 Os impactos dos boicotes econdmicos realizados pela burguesia ve- nezuelana e os Estados Unidos, como ocorrido no Chile, de Salvador Allende, no inicio da década de 1970, auxiliaram na compreensao da faléncia econdmica dos nossos vizinhos. Todavia, isso nao serye como ar- gumento para mascararmos a incapacidade da gestao de Nicolas Maduro em criar mecanismos que retirem o pais do seu atoleiro econémico. A ctise socioeconémica fez com que 0 chavismo desidratasse ¢ a oposigao conservadora fortalecesse-se. Em dezembro de 2013, nas eleicées municipais, tivemos o avango da MUD que, naquele mo- mento, representaya a oposicgao 4 direita. Em termos persentuals, o governista PSUV obteve 48,69% dos votos e a MUD teve 39.34% (CNE, 2013). Nas eleic6es parlamentares de 2015, a MUD fortale- ceu-se ainda mais, O PSUV angariou 40% dos votos € a MUD teve 56% (CNE, 2015). © crescimento eleitoral da oposi¢ao alavancou Setores mais radicalizados, Esta op¢ao.iniciou-se em” quando, por meio do movimento La Salida, presen! Psla reniincia de Maduro. A partir de encio, com 0 1° midia invernacional, os opositores desencadearam ale at S6es de rua ¢ lideraram ages institucionals que desgastar Mente o governo Maduro. golpismo em seus fevereiro de 2014, amos pressoes strito apoio da manifesta- politica- Os: nfren 25 com os grupos golpistas da oposicao fizeram com que Maduro aprofundasse os seus vinculos com a burocracia do PSUV ecom as Forgas Armadas. Paralelamente, ampliou-se a as- cendéncia sobre as instituicoes democraticas. Essa guinada de Ma- duro levou ao descolamento de intimeros chavistas histéricos, como a entao procuradora Luisa Ortega Diaz, 0 ex-ministro do Planeja- mento Jorge Giordani e 0 ex-presidente da Petrdleos de Venezuela Sociedade Anénima (PDVSA), Rafael Ramirez. Parte do chayismo dissidente reuniu-se na Plataforma de Defesa da Constituicao, que éintegrada por ativistas politicos, intelectuais € militares que rom- peram com 0 governo. Reconhecemos que, a partir de 2009, houve um paulatino recru- descimento das direitas e da luta de classes na América Latina. Acre- ditamas que este cendrio foi possibilitado pela estagnacdo econdmi- ca da regiao e, apds 2014, fez com que os indices de desemprego pobreza fossem ampliados, conforme yemos na tabela abaixo. Além disso, o esgotamento do pacto de conciliagao de classes promovido pelos distintos governos da onda rosa contribuiu para este cenario. Percentuais de desemprego, pobreza e expansao do PIB latino-americano 2014 61 278 42 2018 66 291 ag 2019 80 ae ie 2020 10,7 37,3 63 CEPAL, 2019, 2021 iTOn, ASAMERICANAS, vor “s da luta de classes fey Ste do passado de golpes de Estado fossem i melancblicas paginas ras (2009), no Paraguai (2012), no Brasil (aig) en Hone solticao para as crises politicas e para as dispurtas E ta Bolivia (2019) a tea 0 tes e os governos de esquerda de as classes dominan- U-Se por mei valiacao sob: fe a Por meio da ruptura institucional. A avaliacao sobre o fortalecimento da direita latin jo-americana ¢ os See polis de Eswide nao servem, contudo, para neblinar a nossa arlaZo a ib gestdo de Nicolas Maduro. Além da incom- petente gestao econémica, que impulsionouw a crise humanitaria re- ferenciada no inicio deste capitulo, seu governo, desde 2017, adotou medidas inconstitucionais ¢ fortaleceu a postura autoritaria. Alem da arbitrariedade na repressao aos opositores, simbolizaram esse caminho a votacio para a Constituinte, em 2017, ea eleicao presidencial, em 2018, ambas boicotadas por diversos setores das oposigdes e que tive- ram uma alta abstencdo em torno de 54% ¢ 68%, respectivamente, segundo o Conselho Nacional Eleitoral. Embora defendamos que a gestao de Maduro tenha assumido tra- cos autoritarios desde 2017, ha base social em seu entorno. Ele nao se sustenta no poder apenas pelo controle das instituigoes yenezuclanas € pelo apoio das Forcas Armadas. Na eleicao presidencial de 2018, por exemplo, ele obteve 6,2 milhdes de votos; segundo cifras do Conse- tho Nacional Eleitoral (CNE), Em 23 de fevereito de 2019, as bases sociais do PSUV foram para as ruas apoiar 0 govetno € rechagar a ma- neira pela qual Juan Guaidé, autoproclamado presidente, em janeiro ele ano, queria levar ajuda humanitaria 20 pais. Assim, reconhe- ee social de Maduro e do PSUV ¢ importante pa - Vitthy — busdite compreender a complexa crise politica Nicoldg ‘aie saidas dessa situacao. - omdtigg tine ° nie est4 na mesma pratelelra : ks -americanos, A sua gestdo encarna 0 burocta 45 trai das Forcas Armadas ¢ do PSUV que desvirtuaram & revolugio "ajetos favoraveis A auto-organizagao popular € 3 conscientizacao 4 de {cones revolu- politica que Chaver defendia, Embora reconhegamos os negativos im- pactos do boicore econdmico norte-americano ao longo dos ultimos seis anos ou as saboragens realizadas pela burguesia venezuelana, nao amos ao lado dos grupos que associam a profunda deterio- politica € humanitaria da Venezuela, apenas, as revolugao ¢ ao imperialismo nos perfil ragao gocioecondmica, dos historicos inimigos internos da _americano. Os diversos equivocos de Nicolas Maduro devem ser apresentamos algumas reflexdes que embora saibamios que este de- agoes norte avaliados € debatidos. Por isso, consideramos pertinenites sobre o tema, bate deve ser feito de maneita mais aprofundada. REFERENGIAS BIBLIOGRAFIGAS Anuario estadistico de America Latina y el Caribe (1999) - Comissao Econdmica part ‘América Latinayy Carlbe/Naciones Unidas. Disponivel em: hreps!/svww.cepal ow) es/publicaciones/ae Acessa: 23 de maio de 2020. Anuario estadisticn de America Latina y el Caribe (2000) - Comissiic Feonémica pant ‘América Latina y Caribe/Naciones Unidas. Disponivel em: heepse//www.cepaliorg! es/publicaciones/ae Acesso: 23 de maio de 2020. _ Comissio Econdmict pe Anuario estadtscico de America Latina y el Caribe (2004) Lem: heps:/wvnncepalors América Latina y Caribe/Naciones Unidas. Disponivel es/publicaciones/ae Acesso: 23 de maio dé 2020. Anuario estadistico de America Latina y el Caribe (2006) - Comissio Beondmica pi América Latina y Caribe/Naciones Unidas, Disponivel em etpsfforwwcepilo ¢s/publicaciones/ae Acesso: 23 de maio de 2020. ‘Anario estadistica de America Latina y el Garibe (2008) ~ Comissio Eeondmitee pe América Latina y Caribe/Naciones Unidas. Disponivel em baeepssl deemed es/publicaciongs/ae Acesso: 23 de maio de 2020. Basie enadivtico de America Latina y el Caribe (2009) - Comisste | ; ’ i Latina y Caribe/Naciones Unidas, Disponivel em: haps rns publicaciones/ie Agesso: 23 de maio de 2020, poe . América ae de America Latina y el Caribe (2010) - Comissio ane ee ina y Catibe/Naciones Unidas. Dispontvel em hepelrn™ icaciones/ae Acesso: 23 de maio de 2020. Feonom@ ee | Cities attbelNaciones Unidas Dispos). (publicaciones Acewso: 23 demaio de 22y Anuario estadistico de America Lassi F ‘ Latina y el Caribe (2 19 América Latina y ‘Catibe/Naziones Unidas Pion ne esfpublicaciones/ae Acesso: 23 de maio de 2020, a -Co ADDOR, Felipe. Tdoria Democratic e Poder Popular polis, Editora Insular, 2016. . na América Latina. Plocsan ALWAREZ, Victor e RODRIGUEZ, Davgl. Guia teirice-prictica de EPS (Empresas de Producciin Socialista). Caracas, Fundacion ne, 2008. ALVAREZ, Victor. Del' Estado burocrésizo al Estado comunal — socialisme de la Revolucién Bolivariana. Caracas, Centro Istem da, 2010. ARAUJO, Rafael Pinheiro de. Disctersos politicos comparator. indigenisme + bol 2012). Tese de Doutorado em Historia Comparads (PPGHO! varianismo (1992. UER)). Rio. de Janeiro, UFRE, 2013. ARAUJO, Rafael e SCHURSTER, Karl. a sense, Rio de Janeiro/ Recife, ‘Autografia/EDUPE, 2015. Rafael, A Era Chavez ea Venezuela no Tempe A Fea Chives ¢. Venezuela no Tempe Pre —__, Rafael. Entre a revolugao, a instabilidade politica sun olbar sobre a histéria to tempo presente boitiana ere 2006 207% Epes Be: Americanos, Porto Alegre, v.47, 1. 2s p- 1-27, maio-s80- ; de li imérica Latina y el Caribe (2020). Disponive| “cm: hp scepab orglesfpublicaciones/45000-balance-prliminar-economia -ametica-latina-caribe-2020 Acesso: 15 de dezembro de 2020. BRICENO, Gustavo Tarre. £1 4F - El espejo' roto. Caracas, Ediciones Dulia, 2007, BRICENO, Alberto Hurtado; HURTADO, Sadcidi Zerpa de. Misiones sociales en Venezuela: concepto y contextualizdcion. Sapienza Organizacional. Ano 3, n. 6, 37- 64, 2016. BRUCE, Mariana. Estado ¢ democracia nos tempos de Hugo Ohivez (1998-2013). Rio de Janeiro: Editora FGY, 2016. CABELLERO, Manuel. Las orists de la Venezuela contemporinea (1903-1992), Cara: cas: Alfadil Ediciones, 3°edi¢ao, 2003. CARROLL, Rory. Comandante — A Venezuela de Hugo Chavez. Rio de Janeiro: Intrinseea, 2013. CARUSO, Danilo Spinola. Decifrando a Revolucdo Bolivariana: Estado e luta de classes na Venezuela contempordnea. Tese de Doutorado, Departamento de Historia, UFF, 2017. COELHO, André Luiz; MENDES, Mateus. A sofisticacao do neogolpismo: dos protestos de 2013 a destituicao de Dilma Rousseft, Sul Global, vol. 1, n. 1, 212- 232, 2020. COLMENAREZ, Elio, La insurreceién de febrero. Caracas, Ediciones La Chis- pa, 1989, CORONIL, Fernando, Bi estado magico. Naturaleza, dinero y modernidad en Vene- auicla. Caracas: Editorial Alpha, 2013, LORONIL, F; SKURSKI, J. Dismembering and Remembering the Nation: The Semantic of Political Violence in Venenuel a, Comparative Studies in Society and His tory. An International Quarterly, vol. wxxiiii, n. 2, 288-337, 1991, ee © CABEZAS, Luis Francisco, Las Misiones Socicales en Veneswel: em: hetps://ibrary, cessas 26 eae bslUlibrary Fes, ce! jodf-files/bueros/caracas/05576,puf Acess Phaleesie municipales 20) 3, Disponivel em: Gag Paltico cn América Latina. In: RAJLAND, Beatties COTARELO. Mara Pret me Bonen — teflexiones sobre la emancipacién, clases y 1780S, Buenos Aires: Clacso, 2009. SARS: Karl. © 18 brava de Ls Bonaparte So Pst: Botempo, 2008 MARINGONI, Gilberto, A Venezuela que se inventa, Poder, petréleo intriga ny tempos de Chiver. Sito Paulo: Fundagio Perseu Abramo, 2004, si A Revolupdo Venezuelana. Sao Paulo: Editora Unesp, 2008, MARCANO, Cristina e TYSZKA, Alberto Batrero. Hugo Chaves Sem Uniforme — una histéria pessoal. Rio de Jandiro: Gryphus, 2006, MAYA, Margariea Lopez. El movimento bolivariano: ascenso al poder y gobierno hasta 2008. In: AYALA, Maria; QUINTERO, Pablo (comps). Diez arias de Revo- Jucién en Venezuela — Histéria, Balance'y Perspectivas (1999-2009). Buenos Aires: Editorial Maipue, 2009. MCCOY, Jennifer L; MYERS, David J. (orgs.). Venezuela: Del Pacto de Punto Fijo al Chavismo. Caracas: Los Libros de El Nacional, 2007. MOLINA, Luis Bonilla; TROUDI, Haiman el. Historia de la Revolucién Boltvaria- nay Pequeiia Cronica 1948-2004. Caracas: Ministerio de Comunicacién ¢ informa- cién, 2004. MAYA, Margarita Lopez; LANDER, Edgardo. La transformacién de una sociedad ~petrolera-rentista”: desarrollo cconémico y viabilidad democtitica en Veneruela. In: GAITAN, Pilar; PENARANDA, Ricardo; PIZARRO, Eduardo (orgs). Deme- cracia y Reestructuracion economica en America Latina, Bogota: Instituto de Estudios Politicos y Relaciones Internacionales de la Universidad Nactonal; Cerec, 1994. MAYA, Margarica Lopez. Del viernes negro al referendo revocatorio. Caracas: Alfadil Ediciones, 2006. OTERO, German Sanchéz. Abril sin censua — golpe de Estado en fracas: Editorial Correio del Orinoco, 2012. RANGEL, José Vicente. Fxpediente Negro, Caracas, Pundacion Editorial Bl Perro ¥ Ja Rana: 2020 (Edigao digical). RAMONET, Ignacio. Nugo Chdvez — Minha Primeira Vida. Sao Paulo: Gerart? Edivorial, 2018, SEABRA, Ruphael Lana, A Primeira Revolugdo do Século NXP Bolivarianism? € Socialisino nia Venezuela, Tese de Dourorado, Departament de Sosiolog! Venezucla. C- 20 anos da Revolugio Bolivariana na Venezuela: um bala it6rica, In: SARMIENTO, Ericas ARAUJO, Rafael. Ame Thapin RIAS Amniicarias 26 Or EMVCANAS, vey, 204 L em debate: questdes do tempo Presente, Rio de Jane) zene aneHtO; Ratudos Amerie SILVA, Fabricio Pereira da, O Bim da Onda Ros z . ae oO Ne na. Revista Sul-Americana de Ciéncta Politica, vol, 4, be ea Arastea Laut SMT hy 191720, 2018, noNsl Bee desea: Neogolpismo, Disponivel em: hupy://: com.ar/diario/elmundo/subnoras/128159-4 1 146-2009.07 ei www. paginal 2 margo de 2020. 7-13.himl Acesso: 23 de TROTSKY, Leon. La inelustria nacionalizada y lu adminisiracién obreva tn: Fie EIP Leon Trorsk eae em: hreps://ceiorg.ar/La-industria-nacionalizad Acesso: 01 de fevereiro de 2020, latino-americanos, Buenos Aires 00, 3* Edicdo, Disponivel -administracion-obrera-1 URQUIDI, Victor L. Outro siglo perdido - Las politicas de desarrollo en América Latina (1930-2005). México: Fondo de Cultura Econdmica, 2005 VARA, Ana Maria. Sangre qtie se nos va. Naturaleza, literatura y protesta social en América Latina, Sevilla: CSIC, 2013. WAINER, Luis. Posneoliberalismo y antiimperialismo en la primera etapa de proce- so chavista. In: KOZEL, Andrés, GROSSI, Florencia; MORONI, Delfina (coords.). Flimaginaria ansiimperialista en America Latina. Buenos Aires: Ediciones del Cen- tro Cultural de la Cooperacion Floreal Gorini/CLACSO, 2015. WEBER, Max, Economia e Sociedade — Volume {. Brasilia: Editora da UNB, 2009, Reimpressao. i i Lae WEBBER, Jeffery. Mercado mundial, desarrollo desigual y patrones de acumul cién; la politica econdmica de la izquierda latinoameritana. es aS Franck; WEBBER, Jefferys MODONESL, Massimo. Los gobiernos progres es lati- noamericanos del sigla XXJ - Ensayos de Interpretacion Histérica. UNAM, 2019. WILLIAMSON, Edwin. Histbria da América Latina. Lisbaa: Bdigoes 70, 2016, 2* Edigéo,

You might also like