You are on page 1of 21
INDICES DE PERIGO DE INCENDIO INTRODUGAO A crescente demanda de madeira no imercado mundial e a perspectiva de uma «m’nuigdo da oferta motivada pelo emi- nente esgotamento das eservas acessi- veis de alguns paises, tem levado os res- pronsaveis pela politica florestal de diver- sas nagdes a dirigirem seus esforgos no sentido de incrementar a reposicao das rescrvas florestais através do refloresta- mento. Um exemplo tipico dessa tendén- cia pode ser observado no Brasil, onde as reservas de Araucaria angustifolia, a tni- ca conifera de valor do pais, esto quas? que totalmente esgotadas, Diante desta tragica evidéneia para o setor madeireiro do pais, 0 govérno federal, consciente 2 problema, promulgou a lei dos incentivos fiscais para o reflorestamento, que en- trando em vigor em setembro de 1966, j4 possibilitou até a presente data, a repo- sigéo (com Eucalyptus, Pinus e Arauca- 1ia, principalmente) de'perto de 1 milho de hectares, por parte de indiistrias pri- vadas, de economia mista e mesmo pes- svas fisteas que podem utilizar parte do impésto de renda devido na inversdo em eflorestamento, constituindo assim um lido patriménio futuro. © plantio de grandes extensées de flovestas por sua vez, exige dos técnicos florestais 0 desenvolvimento de novas téenicas no sentido de assegurar comple- to éxito ao empreendimento. E para con- duzir os povoamentos florestais a um rendimento satisfatério ¢ compensador, € necessitio, além do emprégo de méto’ des silviculturais adequados, do estabele- cimento de um sistema de protecdo que assegure o desenvolvimento da floresta sem sofrer a ago injuriosa dos diversos fatéres que podem causar danos & flores. ta. A Protecdo Florestal é pois uma par te de fundamental importancia dentro do contexto geral da silvicultura, moder- na. E dentro do aspecto protecionista, os Ronaldo Viana Soares * incéndios florestais ocupam sem diivida alguma o primeiro lugar em ordem de importéncia pois 0 fdgo € o agente que mals danos causa as florestas em todo © mundo, de maneira geral, exceto natu- ralmente’ aos bosques tropicais midos, ¢2m abundante precipitagao durante to- do 0 ano. Porém, devido a problemas que nao cabe aqui discutir, éstes bosques tropicais Umidos, atualmente, ocupam um lugar secundério na economia flores- tal mundial. Sendo portanto 0 fogo o maior ini- m’go e a maior fonte potencial de danos as florestas de todo o mundo, é natural que os téenicos florestais dediquem aten- go especial 20 problema dos incéndios florestais. E muito se tem estudado e pes- quisado Ultimamente sdbre 0 comportay mento e medidas de controle dos incén- dios florestais. No passado, a atengao ers quase que totalmente dirigida para se es. timar as atividades de supressio do fogo, ano apés ano, procurando estabelecer a extenstio dos aperfelgoamentos aplicados na supressio dos ineéndios (Vines, 1969) A tendéncia moderna no entanto é dedi- car maior atengdo as etapas de preven- gdo a pré-supressio. Dentro desta nova {Mlosofia, comecaram a ser desenvolvidos cs Ind'ces de Perigo de Incéndio, os quals tém sido gradativamente aperfeiciados, merecendo a atengao de numerosos pes quisadores, especialmente nos _ paises mais desenvolvidos: “Embora o vento e a chuva tenham a longo tempo sido reco- nhecidos como exercendo grande influén- cia no comportamento dos incéndios flo- -2sta’s, até 1920 ndo se pensou sériamen- te néste pats (Canada) no uso sistemati- co dos dados climéticos para aperfeigoa uma estimativa do nivel de perigo de in- e’ndio, Desde essa época porém, tabelas de perigo de incéndio para todas as par- tes do Canadd tem evolufdo de estudos das inter-relacdes entre 0 tempo, umida- de do ecmbustivel _e comportamento do fOgo". (Wiliams, 1967). + Professor de Protecio Florestal na Faculdade de Floresta da U.F.P. REVISTA FLORESTA — 19 CONCEITO DE PERIGO DE INCENDIO Que é perigo de incéndio? Varias de- finigdes tem sido dadas a éste termo. Cheney (1966) cita uma definicao anoni- ma de 1958: “i um termo geral que ex- pressa o resultado de ambos (constan- tes e variéxels) fatores de perigo de in- céndio, os quais afetam as chances de um incéndio comecar, propagar- se, produzir danos, assim’ como sua definicéo mais simples, poderiamos di. zer que perigo de fogo é 0 potencial de danos pelo fogo (Countryman, 1996). Praticamente todas as éreas florestais es tao potencialmente ameacadas de danos pelo fogo, isto é, existe um certo grau de perigo de fogo para cada area florestal. ‘Para determinar, a qualquer tempo, verdadero potencial em uma certa rea é necessério assumir que nenhuma aco de supressio de {ogo sera tomada, isto é, 05 incndios so considerados li- yres pare iniciar, queimar e propagarem- se até que mudangas nas condigoes de tempo, combustivel ou topografia, o fa- cam extinguir-se. Entio, o ntimero de in- cendios e os danos que cada um poderé causar tornam-se os componentes de con- trole do perigo total de ineéndio. ‘Analisando’cada_um dos componen- tes (niimero de incéndios e danos por incéndio) podemos observar o que contro- la sua magnitude e assim, construir uma imagem do perigo de incéndio como 0 po- tencial de danos (fig. 1). © ntimero provavel de incéndios em qualquer rea pode ser previsto se co- nhecemos 0 riseo (ou quantas fontes ce fogo sio provavels de surgirem em uma rea) e a probabilidade de ignicéo (ou a chance que qualquer fonte de fogo, se presente, dara origem a um incéndio). © risco, para qualquer 4rea, é determina- do pelo niimero avaliavel de fontes de f6- go, tanto de fontes humanas como de causas naturais tais como raios ou com- bustao expontanea, A probabilidade de ignicdo é determinada pelos fatdres do meio ambiente (ineluindo condigées eli- maticas, combustivel e topografia) € ca- racteristicas da fonte de fogo (tamanho, energia calorifica, etc.). Os danos por incéndio podem ser previstos se conhecemos o tamanho pro- vavel do incéndio e a taxa de danos aos 20 — REVISTA FLORESTA recursos, A taxa de danos aos recursos & baseada na suscetibilidade dos recursos ao dano pelo fogo (ineluindo o valor dés- tes recursos) e @ provavel taxa de com- bust&o do fogo. A taxa de combusto to- ma uma importante parte na quantidade de danes, determinando a quantidade de calor desenvolvida, a intensidade de des- truig&io e 08 anos subsequentes sob forma € erosao e torrentes. A taxa de combus- tao é controlada pelos fatéres do meio, tamanho do incéndio e taxa de propaga- do do fogo. A suscetibilidade dos recur- 0s aos danos é governada pelo tipo de recursos (madeira, bacia hidrogratica, ete.), espécie de danos possiveis (queima, torrente € etosio) e a localizagao dos re- cursos. No diagrama da estrutura de perigo de incéndio (fig. 1), algumas partes estao dentro de quadros e outras no. Algumas diferencas distintas entre os dois grupos fazem esta separacio necessarla. Os ftens dentro de quadros so chamados “com- Ponentes do perigo de fogo” e os outros “determinantes do perigo de fogo”. ‘Os componentes do perigo de incén- dio formam a parte desconhecida do pe- igo de incéndio: Quantos incéndios ocor- vero? Que dano cada ineéndio produzi- 14? Estes por sua vez dependem de ou- tros componentes, tals como quéo possi- vel é comecar determinado incéndio e se comegar, que tamanho aleangara? Mas atras déstes componentes ou cadeia de componentes estéo os fatéres determi- nantes do perigo de incéndio — condicées climaticas, combust{vel, topografia e ou- tros que estejam presentes quando a ava- Iiag&o do perigo de inendio é feita e que determinam o valor provavel de cada componente. ‘Os componentes do perigo de incén- dio so as unidades basicas do grau de perigo de fogo. Uma vez estabelecidas suas Telagdes com os determinantes, per- manecem constantes sempre que ou de qualquer modo que o sistema for usado. Por exemplo, a taxa de propagacao é controlada pelos mesmos fatdres © mes- mas interrelacdes onde quer que seja usa- do na classificacao do perigo de incéndio. Para simplificar 0 diagrama apro- sentado, os grupos de fatéres determi- nantes foram apresentados sob um Unica nome de eneabegamento, Assim, condi 1% — VisauoTa vaslATy riP0 0 uso* arom Muwax9 como, cunsrieas. compustiven, roroenaria conoigdes ou roroamaria cous. eumiricas i te raauiuas of caveas HUMANS nise0 rai Me OE FaeuLuas consti — comaustivas. ToPOeRAFIA. PAquuMa PRoBAsiLiDADE pe renigho promnensio {taxa oF conoustte "Tawa pROPAGAgRO_f———— TAWAWHG 00 INGENOIO earteie of 9an93 ———— | Locauizacto 008 ntouasos~ + avivipaces exencipas aa dimta: ReoREAGHO. ExPLOMAGKO. PASLACEM OF E571 a TAKA 0€ DANOS sos arcunsos ERO oF twoendios PERIGO TOTAL DE INCENDIO (roremeia, pe oanoes Panos Peto meennre Ses climaticas nao se refere a um sim- ples fator, mas inclui todos os aspectos do tempo que afetam o perigo de incén- dio tais como velocidade do vento, tem peratura, umidade relativa do ar, ponte de orvalho, ete. Combust{vel inclui itens tais como quantidade, arranjo, tamanho, composi¢éo quimica, proporcao entre material vivo e morto, ete. BASES PARA 0 CALCULO DOS INDICES DE PERIGO DE INCENDIO Os fndices de Perigo de Incéndio sia mimeros que refletem, antecipadamente, a possibilidade de ocorrer_ um ineéndic, assim como a facilidade de se propagar de acordo com as condig6es atmosféricas do dia, ou de uma sequéncia de dias. Os estudos para o estabelecimenta de indices de perigo de incéndio, isto & 8 tentativa de expressar através de nu meros ou escalas o grau de probabilidade de ocorréncia de incéndios florestais, ti- veram iniclo, em alguns paises, no comé go do século. Segundo Countryman (1966), nos Estados’ Unidos desde hg muito ‘tempo pessoas ligadas a0 uso & contréle do fogo tinham atentado para as variagées do comportamento do fogo com as diferengas de-tempo, combustivel e to- pografica. Comumente se faziam avalia- Ges qualitativas dessas diferengas. Em 1933, H. T. Gisborne pela primeira vez definiu ‘sistematicamente uma taxa de perigo de incéndio, ao elaborar uma esc Ia de perigo de incéndio. A escaia de Gis- borne se baseava nos diversos componen- tes do tempo e expressava scus efeltos combinados em sete classes de perigo. Se- guindo éste mesmo prinefpio, ou seja usar varidvels ou componentes do tem- Po numerosos outros sistemas de classi- ficacdo do perigo de incéndio foram de- senvolvidos. © célculo dos indices de perigo de ineéndio esta pois fundamentalmente ba- seado na medic&o de certos fatéres me- teorolégicos. Esta dependéncia da esti- mativa do grau de perigo & meteorologia Pode, um tanto empiricamente, set expli- cada do seguinte modo: raciocinando em trmos de uma determinada massa flo- restal, podemos distinguir dois tipos de fatéres que determinam o grau de perigo de incéndio — os de carater permanenie 22 — REVISTA FLORESTA (composi¢éo da matéria vegetal, tipo de floresta, topografia, ete.) e os variaveis (fatéres meteorolégicos). Os fatéres de carter permanente no podem ser ojbe- to de um sistema de previsdo do perigo, ois, pelo menos a curto prazo nao va- Tiam, ou seja, de antemao se sabe que hé possibilidade de produzir-se um incén- dio em uma floresta devido aos fatores Permanentes que se fazem presentes, Por outro lado, os fat6res varlaveis (precipi- tago, munidade, etc.) determinam se 0 perigoé maior oti menor. Portanto, pa- Tece l6gico que se utilize a meteorologia para estabelecer os indices dé perigo de meéndio, Alguns indices, além de utiliza: 98 fatéres meteorolégicos diretamente utilizam também outras variaveis tais co- mo indice de sequia, umidade do mate rial combustivel, que dependem igual mente das condigdes _climaticas reinan- tes. Portanto, os fatores meteorolégicos sao utilizados direta ou indiretamente na Previsdo do grau de perigo de incéndios. Esta influéneia dos fatores meteoro- logicos sobre a ocorréncia e propagacas de incéndios florestais tem sido compro- vada através de varios estudos, Haines Sando (1969), através de um estudo re- trospectivo dos grandes ineéndios ocorni- dos nos Estados Unidos em 1871, 1881, 1894, 1910 e 1918 conclui que o mais im: portante dos varios fatéres predisponen- tes do grau de perigo, foi uma anormal. mente baixa precipitacdo durante os 3a 8 meses que precederam os ineéndios. Brown (1964) apresenta dados de obser- vacées efetuadas entre 1963 e 1964, mos- tram 0 que as condigdes mais severas de um ineéndio correm entre 1 e 4 horas da tarde, isto é, exatamente quando as condigées meteorolégicas sfio mais adver- sas (maior temperatura e menor umida- de relativa). Stoljareut (1969), através de estudos na regio de Archangel deter- minou correlages_e multiplas correla- goes entre a duracdo (em dias) do perio- do maximo sem precipitagao (b), a tem- peratura média (t) e a precipitacko men- sal total (d). O mais importante fator foi b, O numero de incéndios em um més foi praticamente independente das _condi- ges climéticas do més anterior. A quan- tidade de chuva caida no periodo de 5 dias antes do perfodo sem precipitagao nao ineluiu no ntimero de incéndios, mas a quantidade caida nos perfodos de 10 15 dias antes tiveram um efeito muito grande. Os mais importantes dos iatéres meteoroldgicos no periodo de 10 dias precedentes foram a média do déficit do ponto de orvalho (A) a 1 hora p.m. 0 ntimero de dias sem chuva, Uma equacdo de regresséo foi desenvolvida para’ n (n? de incéndios por dia) n = 0,43b+0,438.A0,022¢"—3,262, onde a é @ soma da precipitacdo durante os 10 dias que precedem o periodo sem chuva, Finalmente, Kill e Quintilio (1969) apds a investigagao de mais de 3.000 incéndics acompanhados das informacées meteoro- l6gicas, confirma a utilidade das tabelas de perigo de ineéndio para predizer a ccorréncia e comportamento dos incén- dios causados tanto por raios como pelo homem, Parece portanto nfo caber divida que condigées de baixa precipitagio ¢ umidade, acompanhadas de alta tempe- ratura e méxima radiacdo solar, dimi- nuem a umidade do combustivel florestal € por conseguinte aumentam o poten- cal de fogo. O vento também toma par- te néste processo de secagem. E apos a ignigéo, a direcdo e intensidade do ven- to sao de grande importancia; ventos for tes e variaveis fazem a supressao dificil e algumas vézes impossivel. (Haines Sando, 1969). Um ponto porém merece atencao. nenhum indice pode precisar o que acon- teceré em qualquer dia que apresente pe- rigo de fogo. files podem apenas indicar © potencial de fogo, isto é, o que pode acontecer, baseado em ocorréncias ante- tiores em'dia similares, (Nelson, 1964). APARELHOS E DADOS NECESSARIOS AO CALCULO DO {NDICE DE PERIGO DE INCENDIO Como vimos anteriormente, os ind!- ces de perigo de incéndio so calculados a partir de dados meteorolégicos. Desta mancira, para estabelecer qualquer siste- ma de previsia de perigo de fogo, é ne~ cossiria a instalacdo de uma estagao me- tsorolégica. A aparelhagem da estagao meteorolégica depende nao s6 do sistema a ser empregado como também das con- digdes econdmicas da entidade interessa- da. O minimo necessario para se estabele- cer um sistema de determinagao do grau de perigo de incéndio séo: 1 pluviémetro e 1 psicrémetro (aparélho constituido de do's termémetros, sendo um de “bulbo séeo” ¢ outro de “bulbo umido”). Com éstes dois aparélhos podemos determinar a quantidade de chuva, temperatura do ar, umidade relativa do’ar e ponto de or- vaiho. Alguns indices de perigo de incén- dio uttlisam também a velocidade do ven- to e néste caso hé duas alternativas: ins. talar um anemémetro, que é um aparé- Tho caro ou utilizar métodos de pouca preciso, como o catavento de Wild ou a escala de Beaufort, para estimar a velo- cidade do vento. Outros aparélhos podem também ser de grande utilidade em uma estacdo meteorolégica para fins flores- tais, como termdmetro de maxima e mi- nima, evaporimetro, barometro, heliégra~ fo, etc., embora nao sejam necessarios 20 ealoulo dos indices de perigo de fogo. Um ponto que nao pode ser esqueci- do € 0 horério de fazer as observacdes, isto 6, a leitura dos dados meteorolégicos. De uma manefra geral os sistemas de classitieagio do grat de perigo de incén- dio mais usados adotam, para efeito de ealculo, 0s dados coletados ao meio dia solar (1 hora da tarde pelo hordrio ofi- cial). Em casos excepcionais pode-se tole- rar um atraso de até duas horas, ou se- ja, tomar os dados até as trés horas da tarde. Apés éste limite, os dados pratiea- mente nao terdo validade. © INDICE DE PERIGO DE INCENDIO EM ALGUNS PAISES Embora o célculo dos indices de Pe- rigo de Incéndio se baselem nos fatores meteorolégicos, existem muitas varlacdes nos s'stemas de célculo utilisados nos di- versos paises, diferindo as vézes bastante © grau de importéneia ou péso atribuido a determinados fatéres. Inclusive dentro de um mesmo pais as vézes existem va- tics sistemas diferentes em uso, nas di- verses regiées que formam o pais. Para dar uma idéia geral de alguns sistemas de classificacdo do grau de perigo de in- céndio, apresentaremos, resumidamente, alguns indices utilizados em determfna- dos paises, ou mais precisamente, Esta- dos Unidos, Canada, Unto Soviética, Australia, Espanha, Argentina e Brasil, REVISTA FLORESTA — 23 1. ESTADOS UNIDOS: As investigagées sobre a influéneia dos fatéres meteorolégicos no comporta- mento dos incéndios florestais nésse pais comegaram no inicio do século. Em 1933 se utilizou pela primeira vez uma escala para determinar o grau de perigo de in- céndio (escala de Gisborne). Os traba- Thos desenvolvidos pelos florestais de ai- versos estados conduziram a sistemas de cdlculo diferentes para cada regiéo. Oito sistemas de avaliagéo do grau de perigo de ineéndio eram ‘usados nos Estados Unidos em 1963. Embora todos féssem baseados na estimativa da umidade do combustivel e velocidade do vento, nao havia nenhum sistema concordante com outro na avaliagao désses elementos ou no péso dado a éles. Devido a uma série de problemas advindos dessa situacao, decidiu-se desenvolver um sistema nacio- nal, baseado na medica dos mesmos fa- téres, combinados do mesmo modo, para originar um tinico indice. Assim se ori- ginou o Sistema Nacional de Avaliacdo do Perigo de Incéndio (The National Fi- re Danger Rating System). 1.1 Dados necessdrios ao calculo: Para a determinagio do indice é ne- cessario conhecer: as temperaturas dos termémetros séco e timido, a precipitagao didria, a velocidade do vento e o estado da vegetacao inferior. Este estado da ve- getacdo inferior pode apresentar trés ni- veis: séea, verde e transigao. Se considera séca quando 75% ou mais esté morta ou dormente, em transigao quando 25 a 73% e verde quando menos que 25% esta morta ou dormente. As observagées se fazem & 1 hora p.m. 1.2 Métodos de caleulo: Para a determinagio do indice exis- tem as seguintes tabelas fundamentais: 24 — REVISTA FLORESTA — Tabelas n? 1, 2 e 3. Umidade do combustivel fino para os trés estados da vegetacéo inferior (séea, verde e transi- cdo) — so tabelas psicrométricas que em lugar Ge dar a umidade atmestérica dao a do combustivel fino, segundo seu estado. Cada uma delas vai acompanha- da de uma tabelinha que permite obter um fator de sequia a partir da umidade do combustivel fino, Sao tabelas de duas entradas: na coluna & esquerda se en- tra com a diferenga de temperatura en- tre o termémetro séco e 0 imido (west bulb depression) — e nas colunas @ di- reita com a temperatura do termémetro séeo correspondente. — Tabela n° 4, indice acumulado (Bui dup index) corrigido — de acérdo com a chuva caida e conhecendo-se o in- dice do dia anterior se corrige o indice acumulativo, ao qual se soma o fator de sequia (canto inferior esquerdo das tabe: las 1, 2 € 3), obtendo-se 0 indice de peri- go acumulado de hoje. Se néo houver chuva, 0 indice acumulado de hoje sera © indice de ontem mais 0 fator de sequia de hoje. Bste indice por si sé é também um bom indicador do grau de perigo de incéndio, em certas_circunstancias me lhor mesmo que o indice de propagagio. (Nelson, 1964). — Tabela n? 5, Umidade corrigida do combustivel — com o indice acumu- lado se corrige a umidade do combusti- vel fino, dada pelas tabelas 1, 2 € 3. — Tabela n? 6, indice de propaga- go — a umidade corrigida do combus- tivel e a velocidade do vento dio o indice definitive. As tabelas 1, 2 e 3 podem se apresen- tar de duas formas, a partir da umidade relativa do ar. ‘Table 2. — FINE FUEL MOISTURE - TRANSITION HERBACEOUS STAGE, HERBACEOUS STAGE, DRY BULB TEMPERATURE (Degrees F) Table 1. — FINE FUEL MOISTURE - CURED TEMPERATURE (Degrees F) DRY BOL [0 wer sun | 700 DEPRESSION | to Dexter) PERCENT. 30 | 25 La 10] BOF | SOF | 30° | 30 | 20 | 25 20 a 2 2B 19 T | | I re ° 1 2 3 | 25" | 25 | 20 | 20 1 la +] 305] 304 [SOF | 25” | 25 | 20 Lie ‘PERCENT | 25 | aL lar i x x x I x 1 u lages[eges TUR REVISTA FLORESTA — 25 Wy TeuoWeN sUL) 4961 ‘UOsTAN ap opeutog, § “(uraysis Buyer 1aStrep at “oprsus0o opernumoe sorpuy — F BPqRL (apsaa 2 ogdisuBTy “eogs) ogdey -aBan ep staayssod sopuyso saiy so ered ‘ouly ypayjsnquioo op apepruin — ¢ 2 Z “TL SUPCEL ‘ ¢ “toa eH 5 Gatco 40 \? Lz [et le | se [get | ez | 10% & BOL - OST T yr |o {2 | ee | ze 00r—10s. z 66I - OLT T | y [9 lar |e | o¢ 00e— 182 t 69 00% I ¥ 9 |i | tw |e SE—10Z 0 a40UT 40 9°92 Yo je [es [ar lo le 008—1ST =e tle [E [oa [2 (oot | Oeist | oes senon I | e lo jor ist | sz ‘% | OtI—TOr Teng oud jt je |s j@ Jar ive 08 | ooI—I6 L ble it |e 9. o6—18, o le |* |6 {sr li 19 sth oO is ho oe 0 ef. ler ler os oss, 0 e to | a | oF ca sor Y 0 e_|9 ig OF S| | 0 go Or | eH se Ob—9 | 10 s | 6 | a ie serie, |_oz | 10 + 8 (Or w 0-9 jo tis ls ite | set | @| otis le it ie Lor_|_ oes |] in eles [or sor | gh 10 Tl2ig¢ 9 oo | 2 ‘0 ot le | oe )8| lo o lo io it wt ye | +08 1+C 0 do io jo” Lo 0 SLD LH | XAANI ANGINA CeaLDERRIOD 1 END ssa 40 621 ANGAOOTY XAGNI dNaung — *F a1¢eE DVES SQOIOVAYSH NATO - SUNISION TAN ANIA —“e 9148, 26 — REVISTA FLORESTA ~eoal-nagspsageeeuseasess|eeseglesg san s|eaanalsdanaleasse@aasceesec ees neoninnnsa FSSS8SSReR Raasslsssssiss oweslenana aatae/eeeesBeeke sasaalssg ls2a] aalenaaniaaalas ShSee|S2seR Sesesierers|sss RRR RARAARPASlee, REVISTA FLORESTA — 27 Tae Iw | 26+ | 20 i [30 | 305 | 304 138) gor \2 29 13a 21 26 28 25 25 [28 iz oa esa porto 26-200 ay 3] 5 al Wy BI | 24 30 | aaasaeaagalseagsena sea2 Raaassaean eae pseeeenesaleaaagls. ofl fetelqekatla Eadie Sagiaaaeecieseiee| | |e) |__| |__| ___|__|__| 3 Ie "2 BER eet 3 TAS SARARRSSSISESSSBERBSBSESS ATL e SIs) [AAR SSSLeslr aa lrg eee ee tw Bee = feere| : & | [rree|ssaealesassseseeeeacaesgesses a a AAI wesw anes RGRaHRSas 99959 Ranas|Res| be ge ale |=---/-=--- | Sssekezeskss! FF Ba =. | ° |-n-*easalananpannalasess|seenalaea| £3 Bis Be) eee ale\~ i og wanelberse eagsaiaaeaegetelana| ese Bigse sxziszeleorlege og Be) |-————|-____|_____.|._| Bq iS) fee ere oe & RSSaassesalesIee eee EES igs~| |Saalngojorolggelun j-—-———|———--/—_|__] 893 1 58 © | [rovs\reselesanalessasisasasians 838 38 3 eee eee eee ee eee cree bere & 3 | (* | [rottte*ss eeanainaaas saecaesaeaiess Fi z eae PEER eee eee eer ¥ onan ipergalzenag ARaag S8RRa|ane88 25 a g 3 & 3 3 g 5 é ‘Tabela 5 — Correcio da umidade do combu stivel. + Tabela 6 — fndice final de 1.3 Interpretacao dos indices determinados: A divisio dos possiveis valores do Indice de Perigo em cinco classes ¢ recomen- dada para se interpretar o grau de perigo: Classe Intervalos 1. o—4 2 (59. 3 10—19 . 4 : 20-39 . a. > 40. © comportamento do fogo que pode ser geralmente esperado de acérdo com essas classes & o seguinte: (1) Baixo — 0s combustivels nao queimam prontamente através de peque. nas fontes de fogo, entretanto uma fonte de calor mais intensa, como um raio, po- de comecar pequenos incéndios em turfa ou madeira caida. O foge em gramados sécos e abertos pode queimar livremente poucas horas aps uma chuva, mas in- céndios florestais propagamse lentamen- te ou moderadamente ligeiro, A media dos incéndios é de moderada intensidade, ‘embora altas concentragées de combusti- vel, especialmente em camadas, possam queimar bem. Fagulhas podem saltar & curta distancia, mas nao sao persisten- tes. Os incéndios provavelmente nao se tornarao sérios e 0 contréle é relativa- mente facil. (2) Moderado — incéndios podem comecar da maioria das causas aciden- tais, mas exceto através de raios em al- gumas Areas, o nimero de focos é geral-+ mente baixo. O fogo em gramados sécos e abertos queimam intensamente e se propagam rapidamente em dias de vento. Incéndios florestais propagam-se lenta- mente ou moderadamente ligeiro. A mé- dia dos ineéndios é de moderada intensi- dade, embora altas concentrages de com- bustivel, especialmente em camadas, possam queimar bem. Fagulhas podem saltar a curta distancia, mas nao sio persistentes. Os incéndios provavelmen- te ngo se tornarao sérios € 0 contréle € relativamente facil. (3) Alto — Todos os combustiveis fi- nos mortos queimam prontamente ¢ os ineéndios comegam facilmente da malo- ria das causas. Fogos campestres tem possibilidade de escaparem desde que ngo euldados. Os incéndios se propam rapida- mente e fagulhas de curta distancia sao Grau de Perigo or repres. Baixo ... socees Verde ..Moderado s+. Azul Alto ..... seeeeeeseess Amarelo ‘Muito Alto Hala .- Laranja . Extremo, Vermelho comuns. Alta intensidade de queima po- de ser desenvolvida em pendentes ou em concentragées de combustivels finos. Os ineéndios podem tomar-se sérios e seu contrdle dificil, a menos que sejam ata eados prontamente enquanto pequenos. (4) Muito alto — 0s ineéndios come- gam facilmente de todas as causas e ime- diatamente apés a ignico se propagam ¢ aumentam de intensidade rapidamente. “Ineéndios de manchas”, originarios de fagulhas, sio um constante _perigo. Quando os ineéndios passam de combus- tiveis “eves” para _combustiveis “pesa- cs", podem rapidamente desenvolver earacteristicas de alta intensidade tais como saltar fagulhas a longa distincia e produzir redemoinhos de fogo. O ata- que direto & cabeca de tais incéndios ¢ raramente possivel poucos minutos apos haverem inictado. (3) Extremo — os ineéndios iniciam rapidamente, se propagam furiosamente e queimam intensamente. Todos os in- céndios séo potencialmente sérios. O de~ senvolvimento de alta intensidade de queima seré normalmente mais rapido e podera provir de menores focos de fogo que a classe “muito alto” (4). O ataque direto raramente é possivel e pode set perigoso, exceto imediatamente apés a igni¢do. Os incénelos que se propagam em direc&o a combustiveis “pesados” ou em povoamentos de confferas podem se tornar impossiveis de manejar enquanto permanecerem condigdes extremas de queima, Sob tais condigées, a tinica agéo de contrdle segura e efetiva € sobre os flaneos, até que as mudancas de tempo ou suprimento de combustivel diminuam sua intensidade. 2. CANADA: Os estudos para o estabelecimento do fndice de Perigo de Incéndio foram REVISTA FLORESTA — 29 iniciados em 1929, na provincia de On- tério. Em 1939 J4 se utilizavam os indi- ces em trés provinelas e nos Parques Na- cionais da regio ocidental. As investiga- ‘ges continuaram nos anos seguintes, chegando-se ao sistema atual (Canadian Forest Fire Weather Index), publicado pelo Servico Florestal daquéle pais em 1970. © célleulo do indice de Perigo se ba- seia no estado da vegetacao ou sua in- flamabilidade, que por sua vez depende dos fatdres meteorolégicos. De ac6rdo com as condigées climéticas, a vegetacao estara mais ou menos tmida eo fogo se propagaré com maior ou menor fac: Tidade. Os estudos para 0 estabelecimen- to do indice analisaram, por um lado a correlagdo entre a secagem do combusti- vel vegetal e os fatéres -meteorologicos; por outro, o comportamento de incéndios Teais e experimentais em diversos casos. Para se vereficar como secam os eombus- tiveis foram feitas determinacées siste maticas de umidade por meio de pesa- gens de material e secagem posterior em estufa, ao mesmo tempo que se media a umidade atmosférica. Os trabalhos se reallzaram com todos os tipos de com- bust{veis, porém prineipalmente com os mais préximos do solo, tais como folhas séeas, ramos cafdos, humus, turfa, ete. Para confeccionar a tabela, ‘se atribuit cada tipo de combustivel um peso equi- valente & superficie ocupada pelo mesmo na regido circunscrita ao Estado. Por ou- tra parte, se estabeleceu uma correlacao entre a umidade atmosférica, a chuva e 0 Classe 1 10. 2. 1—4 3 -5— 8. 4) 1912. 5 + 1316. 3. UNIAO SOVIETICA: AU.RSS., a0 lado dos E.U.A,, Cana- da e Australia, é um dos paises onde os estudos ¢ a utilizagdo dos indices de pe- rigo de incéndio estdo mais evoluidos ¢ disseminados. Infelizmente, devido & di- ficuldade de encontrar literatura adequa- da, nao podemos apresentar os indices utilizados na Uniéo Soviétiea de modo 30 — REVISTA FLORESTA Indice de Perigo vento segundo a estagdo do ano. Com to- dos ésses dados, se estabeleceram as ta- belas basicas, que com a experiéncia de anos sucessivos se tem transformado. 2.1 Dados necessérios ao célculo: Se tomam medidas da umidade rela- tiva, chuva caida e velocidade do vento. Se recolhe também informagées sobre di- reg&o do vento, visibilidade e estado do céu. Bstes wiltimos dados servem para prever as condicses de detencao ¢ extin- 9 dos incéndios. As Observecdes sio feitas & 1 hora pm. 2.2 Métodes de edteulo: Para a determinacao do indice, exis- tem as seguintes tabelas fundamentais: — Tabela n° 1. Indice de sequia — segundo a duraedo da estiagem ou da im- portancia da chuva se obtém um indice de sequia. — Tabela n? 2. Chuva caida — de acérdo com a quantidade de chuva caida se eorrige o indice inicial de perigo, transformando-o em uma letra chave. — Tabela n? 3, Umidade relativa e vento — éstes dois fatéres determinam a letra chave final. -— Tabela n° 4. Indice de Perigo -— a letra chave final e o indice de sequia dio 0 de perigo, diferenciado segundo se- ja primavera, verdo ou outono, 2.3 Interpretagdo dos indices determina- dos: A escala de perigo vai de 0 a 16. 83- tes ntimeros, para maior facilidade de as~ similaco estéo associados a uma pala- vra que es qualifica, do seguinte modo: Grau de Perigo Nulo Baixo -Médio ses -Alto, -Extremo mais detalhado como fizemos para os Estados Unidos. Apresentaretnos apenas um resumo des indices mais conhecidos e divulgados. Uma caracteristica que chama a atencao nos indices publicados da Uniao Soviética é a preocupacéo em desenvol- ver 0 cAleulo do grau de perigo de fogs baseado mals em termos de inflamabili- dade do que de propagacéo, como ocorte em outros paises. Por éste motivo, os in- dices que conhecemos dequéle pais ndo usam diretamente a velocidade do vento nos céleulos, se bem que talvez o conhe- cimento désse fator meteorologicd possa ser um acessério complementar para 2 técnico responsavel pelo servigo de pre- vengao de incéndios. 3.1 Indice de Nesterov: # talvez o indice de perigo de incén- dio soviético mais conhecido e mais di- fundido no mundo. fiste fndice, também chamado de inflamabilidade, determina ‘© grau de perigo de incéndio através da somatéria dos dias perigosos, baseado no déficit de saturagao de cada dia, A equa- eGo do indiceéG 3 (d.t), ondenéo numero de dias sem chuva, d é 0 déficit de saturagdo do ar em milibares et é 2 temperatura do ar, todos tomados & 1 hora p.m. Sempre que hé ocorréncia de chuvas 0 indice € corrigido, pois a pre- cipitacdo reduz o grau de inflamabilida- de da vegetacdo. ‘A interpretagdo dos resultados obti- dos na aplicacéo do indice depende das condigées locais. Por exemplo, Snytkin (1964) distingue 4 classes prineipais de perigo de incéndio baseado no indice de Nesterov ¢ constréi escalas do grau de perigo mostrando, para cada um dos 18° diferentes tipos de floresta (principal- mente confferas, mas incluindo algumas reas exploradas e de madeiras duras), os valores do indice nos quais os incén- dios sao provéceis. 3.2 Indice Higrotérmico: Carkina (1965) discute o indice hi- grotérmico de perigo de fogo, K = (C/T)n, onde C € a precipitacao total do més, 'T é a soma das temperaturas mé- dias didrias do més e n a porcentagem de dias sem chuva. K formava uma re- Jago hiperbélica com o mimero de in- céndios no més e baseado nesta relagao, fol construida uma escala do grau de pe~ Tigo de 5 classes, variando de “nenhum perigo” (K > 30.1) a “extremo perigo” (K = 0 a 5). Outro indice de perigo de ineéndio, K = (T.d)/C, onde T é a tem- peratura média 4 1 hora p.m. por n dias, dé a média do déficit de saturacdo por n dias e C & a média de precipitacao pa- ya n dias fol desenvolvido. ste K esta relacionado parabolicamente com o nu- mero de ineéndios no més (correlagdo 1.0) e uma segunda eseala de perigo de fogo com 6 classes foi constrifida, varian- do de nenhum perigo (K=0—10)'a extre- mo perigo (K = 85). 3.3 Aparetho indicador do Perigo de In- eéndio: Sesukov (1970) da uma descric¢ao ilustrada do desenho e as especificacdes de um aparelho russo para medir o grau de perigo de fogo. O aparelho tem seis va- 89s de diferentes tamanhos, enchidos com um dielétrico (“perlite”). As vari Ses no contetido de umidade e a condu- tividade elétriea é medida por eletrodos parethados, conectados a um medidor. As leituras do'instrumento foram compara- das com o indice de Nesterov € 205 tes- tes de combustao foram feltos com varios tipos de combustivel. O instrumento deu uma indicagio correta (combustao ou nao combustéo) em 93% dos casos, en- quanto 0 indice de Nesterov foi preciso em apenas 65% dos casos. Uma escala de perigo de incéndio para varios tipos de floresta da regido leste da UR.SS. es- 8 sendo formada, baseada nas leituras do instrumento. 3.4 Indice logaritmico de perigo de in- céndio: Helicyn (1970) desenvolveu um in- dice logaritmico, ¥ log (tr), onde t é a temperatura em grau centrigrados e €0 ponto de orvalho, medidos 1 hora p.m. em cada dia, apés a tiltima chuva igual ou superior ‘a 2,5 mm, Bste indice mostrou ser (segundo’o autor) mais pre- iso que 0 de Nesterov (Zd.t), pois éle le- va em consideracao o mimero de dias do perfodo sem precipitacio. O indice de Nesteroy, por outro lado, nao procede dés- te modo’e assim nao dA crédito ao fato de que a secagem do combustivel é mais rapida durante varios dias frios e sécos que durante poucos dias quentes e sétos. 4, AUSTRALIA: As peculiaridades dos bosques de Eucalyptus obrigaram aos pesquisadores australianos a desenvolverem um siste- REVISTA FLORESTA — 31 ma proprio baseando-se em observacdes realizadas em mais de 5.000 incéndios reais e em mais de 800 incéndios experi- mentais, Também se utilizou a experién- cia dos Estados Unidos, prineipalmente para o indice do sequia. As florestas australianes, constitui- das fundamentalmente por ‘eucaliptos, apresentam caracteristicas _peculiares com respeito aos incéndios, Em primeiro Jugar, se observa que quase todas as es- pécies toleram bem o fogo. Por outro la- do, sob o eucaliptal geraimente nao cres- ce 'sub-bosque. O combustivel fino se ‘compée de f6lhas caidas, pedagos de cas- ca, ete, Por outra parte, os eucaliptos pro- duzem fogos secundérios devido & explo- so das “bolsas” chelas de dleos essén- clals, situadas nas fdlhas e sob 2 casca. Para analisar estas caractericticas se examinou 0 efeito do contetido de uml- dade do combustivel e da velocidade do vento na velocidade de propagacéo do fo- g0; a variacdo didria do referide contew: do'de umidade; a variagio da velocidade do vento a 10m de altura em zona aberta a 1.50m entre o povoamento; a relagdo entre a quantidade de combustivel e a ve- Iceidade de propagacao; o efeito das pen- dentes; e 0 proceso de dispersdio do f0- go por transporte mecdnico das cascas € folhas inflamadas. De todo éste trabalho se deduziu um sistema para elaborar uma tabela de pe- igo de incéndio, publicada pela primeira vez por McArthur em 1958. 4.1 Dados necessérios ao céleulo: Para a determinagio do indice, se toma a temperatura do ar, a precipita- go, a umidade relativa ea velocidade Classe mene 5. ESPANHA: © Servigo de Incéndios Florestais, desde sua criag&o considerou de grande interésse o estabelecimento de um sis- tema de determinagao do tndice de Pe- 32 — REVISTA FLORESTA ‘Valor do indice o—4 5—ll. 12-23 24—49 50—100 do vento. A duragéo do perfodo de séea também se anota, assim como a situagao atmesférica, se é instével ou néo, A quantidade de combustfvel (em tonela- das por sere) se deve conhecer aproxima- damente também para poder determinar cs dados complementares do indice. As medigdes devem ser feitas & 1 hora p.m. 4.2 Métodos de calculo: Se obtém inicialmente o indice de se~ quia. Para tanto se corrige o do dia an- terior, segundo a chuva cafda. Depois, 0 indice corrigido e a temperatura do ‘ar dio o fator de sequia nas tabelas. Este, somado a0 indice corrigido dé o indice de sequia de hoje. O indice de sequia é um dos paréme- tros necessdrios para se obter o de peri- go. Com éle (indice de sequia), a chuva caida e o mimero de dias desde que cho- veu pela titima vez se obtém no medidor um névo fator de sequia. Bste tiltimo, a umidade relative e a velocidade do vento dao 0 indice de Perigo. ‘© medidor consiste de uma série de escalas circulares montadas sébre um elxo, Girando-as se compée os fatores pa- ta calcular o indice. No verso do medi- dor, existe uma tabela auxiliar que da, ‘em tuncao do Indice de Perigo e a quan" tidade de combustivel, a velocidade de avango do possivel incéndio, a altura das chamas ¢ a distancia média de pos- siveis propagagdes por fagulhas. 4.3 Interpretagio dos indices determina- des: A eseala de perigo val de 0 a 100 ¢ se divide nas 5 seguintes classes: Grau de perigo - Baixo + Morerado » Alto SLL) Muito alto sees Extremo rigo de Incéndio como instrumento au- xiliar das medidas de prevengao ¢ luta contra os incéndios. Por ndo existir es- tudos na Espanha sobre este assunto, ¢ com 0 objetivo de dispor rapidamente de um procedimento de célculo, se langou méo da experiéncia de outros paises, es- pecialmente Estados Unidos e Canada. Apés uma série de estudos, inclusive tes- tando a eficiéncia de ambos no Distrito Florestal de Barcelona, optou 0 8.LP. pe- lo sistema Canadense, “devido a sua maior simplicidade e propriedade de ge- neralizagao” (Velez Muficz, 1968) . Apesar da boa adaptabilidade do sis- tema canadense, foram observados al- guns detalhes néo satisfatérios, que tem sido corrigidos, procurando-se uma pe: feita adaptagao do sistema as condicdes daquele pais. Por exemplo, o indice se mostrou pouco eldstico, j4 que o limite maximo era 16 e devido a prolongadas épecas secas, 0 indice permanecia as ve- zes mais de do's meses indicando o mes- mo valor. Isto foi cortigido através da scma de mais um fator, devido a secas prolongadas. O efeito de ventos desfavo- raveis (quente ¢ seco) também fol incor- porado ao indice original, estabelecendo- se assim um indice adequadamente ada- ptado as condigdes climéticas espanho- las. 5.1 — Dadas necessaries ao céleulo: Para determinar o valor do indice se tcmam os seguintes dados: precipitagao, umidade relativa do ar, duracdo da seca (niimero de dias consecutivos em que néio houve chuva maior que 1.3mm), ve- Iceidade € diregdo do vento. As observa- ees so feitas a0 meio dia solar, isto é, 1 hora p.m, pelo horario oficial. 5.2 — Métodos de caleulo: Para inciar os eélculos, quando nao 82 tem dados anteriores, pode-se partir de um indice de sequia igual a 3 e ura indice de perigo igual a 8. Os indices ob- des a seguir aleancam plena validez apés uma semana de observacdes e cal- culos. ©. sistema propost> compreende, além das tabelas do método canadense, uma tabela de seca prolongada e outra de vento desfavoravel: — Tabela n? 1. indice de séquia — entrando na tabela com o indice de sé- quia de ontem e a precipilacdo do dia, se obtém o indice de séquia de hoje — Tabela n? 2 — Chuva caida — é a primeira tabela de correcdo do indice de perigo. Através do indice de perigo de ontem e da precipitaglio do dia, se cbtém a “primeira letra chave”. — Tabela n° 3. Umidade relativa e vento — é a segunda correcao do indi- ce de perigo. Entrando na tabela com a primeira letra chave (tab. 2), a umidade elativa e velocidade do vento, se encon- tra a “letra final”. — Tabela n° 4. Perigo de Incéndio — constitul a terceira correcio do indi- ce de perigo. Entrando na tabela cor- respondente ao periodo do ano em que se est (existem dois) com a letra chave final (tab. 3) e 0 indice de séquia, se de- termina o indice de Perigo do dia — Tabela n° 5. Seca prolongada — constitui uma nova correo, devido & insuficiéncia do indice de sequia cana- dense. O valor encontrado nesta tabela com o mimero de dias consecutivos sem chuva (ou inferiores a 13mm) na pri- meira coluna (composta ‘por duas sub- colunas). Na segunda coluna teremos 0 mimero que se deve somar ao Indice de Perigo. Se chover um ou dois dias segui- des, © valor a somar se reduziré ao que indica a tabela através das colunas sub- sequentes. Ao terceiro dia de chuva o va- lor a smar ser nulo — Tabela n° 6. Vento destavoravel — se houver vento destavordvel, soma-se © valor encontrado nessa tabela (de acordo com a velocidade do referido ven to) a0 indice obtido anteriormente. Se nao existir nenhuma dirego de vento que influa no grau de perigo, nao se le- va em conta este fator 5.8 — Interpretacio dos indices determi- nados: A seguinte escala foi adotada, to- mando em conta os diversos valores ‘que 9 indice pode alcancar: Classe Valor do indice Grau de perigo 1 2:0.....242+-Nulo BD a Baixo: BoB = 8.0001) Medio 4 229 —12..0 0. STAlto 5 13 ao mais... .Extremo REVISTA FLORESTA — 32 © comportamento esperado dos in- eéndios, de acordo com as classes ado- tadas é0 seguinte: (1) Nulo — geralmente néo existe risco de incéndios. Podem ser originados por raio, porém sua propagagio € prati- camente nula. (2) Baixo — os ineéndios podem originar-se por foguelras ou outras fon- tes calorificas de certa intensidade. Se propagam lentamente e sio de facil ex- tingéo. (3) Médio — os ineéndios podem originar-se por fésforos e tendem a pro- pagar-se. Nao existe dificuldade na ex- ting&io quando se atua com rapidez. (4) Alto — os incéndios se iniciam facilmente de f6sforos, brasas ou pontas de cigarro. Se propagam rapidamente e so de dificil extingdo. (5) Extremo — os incéndios podem produzir-se por pequenas fagulhas, que ardem com intensidade propagando 0 fogo com grande violéncia. Sua extin- do € extraordinariamente dificil. TABELA I INDICE DE SEQUIA Atlura de Tluvia en milimetros 1 Indice | 00 14 26 37 47 87 77 97 118 13,0 ficial | 8 a ‘a a a a a a de 18-2536 46856 96 117 13,5 més sequia | INDICE DE SEQUIA DE HOY 0 1 ° ° 0 0 0 0 0 0 0 1 2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2 3 2 1 0 0 0 0 0 0 0 3 4 3 1 0 +0 0 0 0 0 0 4 5 4 2 1 0 0 0 0 0 0 5 6 6 3 1 0 0 0 0 0 0 6 7 6 4 2 1 0 0 0 0 0 7 8 7 5 3 2 0 0 0 0 0 8 9 8 6 4 2 1 ° 0 ° 0 9 10 9 1 5 8 1 0 ° 0 0 w | 10 8 6 4 2 0 0 0 0 1 2 9 7 5 3 0 0 0 0 2 13 «12 «10 8 6 3 1 0 0 0 1B Mu Bou 9 7 4 1 0 0 0 4 1 1420 8 5 2 0 0 0 15 w% 15 «18 9 6 3 0 0 0 16 7 16 614) «1210 7 4 1 0 o 1 38? 8 4 1 0 0 18 19 «18 16D 9 8 2 0 0 39 2 «19 «6170 151310 6 3 0 0 20 m2 8620 «18 6k 7 4 1 0 21 2 2 19 W165) 8 4 1 0 22 23 062220 9 5 2 0 23 2% 8923 m1 19 1 14 10 6 3 0 24 2 42 92 20 1B 1h 1 3 0 2 | 2 22% 2 21 19 16 12 8 4 ° TABELA 2 LLUVIA CAIDA Altura de uvia en milimetros a a voovesecerrrorsoes PEPPER ER EHP DPD EE ! Indice Inieial | ol 8066 «11 19 381 128 — aL. Indice oie | 00 a a a 0 le seauia de hofe, Goceainedo ara: PUB 05 10 18 30 12,7 mas ao Indice" de Sequia (de ‘ontem) seMaddsae de chus PRIMEIRA LETRA CLAVE va em mom = 0 aq oc e¢ »b »b Tabela 2 — Brlmelea 1 e dad 4 b »b letra chave, determi nada através do indi- 7 Se eee eee ce inteial de perigo 7 g e a © ce (de ontem)" eda 4 hoof e o¢ ¢ ‘quantidade de chuva 5 i t e oc ec em mm. 6 j ~€ e da oe : 7 kK g e da ce Bxtraldas de Mon tes, vol. 24, 3? 143, 8 1 og e @ oe 1960) 9 m g e a4 ec 10 n he e ec u o oh ft e oc 2 Beet eee e oc B qi £ e oc 4 ea g e e 15 s ol zg e ¢ 6 too g e ¢ 6, ARGENTINA: © céilculo do Indice de Perigo foi es- tabelecido na Argentina em 1956. Como base se empregaram as tabelas canaden- ses de 1946, elaboradas por Beall. ‘Da mesma forma que os outros sis- temas, se baseia no fato de que os fato- res metereol6gicos modificam a umida- de do material florestal e portanto sua in- flamabilidade. Por outra parte, influem também na propagacao do fogo © indice de perigo é caleulado como uma combinacao de outros dois: o de inflamabilidade e o de secagem. O de in- flamabilidade mede o estado do combus- tivel, enquanto o de secagem reflete sua possivel evolucdo, originando-se de am- bos 0 de Perigo 6.1 — Dados necessarios a0 edleulo: Sio necessdrios dados de precipita cdo, temperatura, umidade relativa do ar e velocidade do vento, todos tomados & 1 hora p.m. 6.2 — Métodos de caleulo: Para o cdleulo existem as seguintes tabelas fundamentais: — Indice de infiamabilidade (tempo wim'do) — quando a chuva é superior a 0,25mm se obtém o indice em funcao des- sa precipitacio e do indice do dia ante- rior — Indice de inflamabilidade (tempo seco) — quando a preeipitacao é inferior a 025mm. Esta dividida em trés tabe- las: para temperaturas menores que 15° ©; de 16 2 25°C; e maiores que 26°C. O indice de inflamabilidade 6 dado, em ca da uma delas, através da umidade relati- va, velocidade do vento e indice do dia anterior dao o indice de sequia de hoje — Indice de Perigo de Fogo — 0 in- dice de inflamabilidade e o de sequia combinados dao 0 perigo de fogo. REVISTA FLORESTA — 95 76% 0 mas VIENTO ma 9 }o0 7 mM 2D a0 28 més | 6 19 20 28 més 38% a 75% ‘VIENTO “ a 20, £ B\s| 8°48 BIE, a-s oe» jake < Elsgze8 <5 |ele 2g a8 [gs ean aE IE one <8 | #2 g = 5 5 4 8 30% 0 menos VIENTO 2 20 7 a 8 Primera Tetra clave 36 — REVISTA FLORESTA LETRA CLAVE FINAL OHH MOLE tt MM it EEO 16 OWS OG tt OM Mt 150 OHS MEE. ntl Brit 00 ON BOBO et EM Ait BL (20.0 OHH BORO RO LO BNE tet WME Aci BE OO CRO 14 ON OM Md BO Ae O81 NIE Cnt OM MMM EO © OM MAEM MM EEO 00 © OU MME inti OM Md BE Woda BEE OOO RACH tad nM BBR OO aROO Won eOMMH BRE OO RRA 04 NE GM BOO ao, OHHH WME OM MMM BEE OO MEnMA HOORBHananEE HE HMMA OOOH HH am ase HUSA BRR ORT OHH MARE OU MET OMA AOR ROH Hee OF DOGO MOOR OR Ha | HM BR ORTHOP E ERE REE MOM ORO APH He MAMA HORSE EERE e SOME RO RHEE EEE | HOM BE POOR E EEE EES 8.0 00 OF Mngt BO RT OP | TABELA 3 — Letra chave final, determinada através da primeira letra chave, umidade relativa e velocidade do vento. § Extraida de Montes, vol. 24, n? 143, 1968. PERIODO DE PRIMAVERA Y VERANO TABELA4 TABLA DEL PELIGRO DE INCENDIO PERIODO DE OTORO Tadice de vequia de hol Indice da sequia de ho] ‘4 nados A escala de perigo vai de 0 2 16 e esta dividida nas seguintes classes Classe Valor do indice Grau de perige tt 0. Sem perigo 2. TV 4.2 Baixo 3. +5 — 8....Moderado 4 :9 12... “Alto 5 13-16... -Muito alto 7. BRASIL, No Brasil nao existe ainda um ser- vigo ou érgao que trate dos problemas de incéndios florestais, pois o Instituto Bra- H Letra | 0 4 7 MIT Htetra | 0 7 iT : cave | 2 a 3 a 2 2 clave 2 2 8 a 8 [fin [| 3 6 106 ae final | 3 6 10 16 24 | { INDICE DE PELIGRO DE HOY | [NICE DE PeLicno DE Hoy - b oo 1 3 4 5 b oo 1°38 4 8 © eda Lee get Et: eEHIEH OEE OLE Hae attest a o 1 2 8 4 8 eo ee atta e | 1 2 3 4 85 6 © | 1 2 3 4 85 6 ' 3 4 58 6 7 8 fo }2 8 4 8 6 @ ar ates ete z 3 4 5 6 7 8 [oh stetabee yee eat 9. f AEEHPee eee eraser etal La 6 7 8 9 w io} 4 5 6 7 8 o i 6 7 8 89 w nl} | 3 | & 6 7 &@ B&B 8 k 7 8 9 0 MB k | 8 7 8 9 9 1 1 6s 9 0 B B TEES EEE TEE aca amet a m oo n Bow ow m | 7 8 9 9 10 i jon 9 0 Uo 2 Bi a 7 8 9 wo UN RB o fa mB Be 4 15 ° 8s 9 © Mn BoB jp [ww n 2 Bw om B 9 wo H 2 1 M4 ja [1 2B Bb uw 1 i a | 9 0 M Bm Fo} Bb B ow Bow t 1 MB 33 Mos [os 2 1 1 1 i 16 5 no 2 B Wis 6 t 2 1 4 5 6 6 t [nu pop 4 5 ie TABELA 4 — Indice de Perigo de Incéndio, de- terminado através da letra chave final 'e do Indice de sequia de hoje Na realidade sio duas tabelas, para serem usadas de acdrdo com a estagze do ano: ui para a Primaverate Verao ea outra para o Outono, Durante o inverno praticamente nao h& perigo de incéndio, devido as condicoes limatieas do pats. § Extrafda de Montes, vol. 24, n? 143, 1968 63 Interpretagao dos indices determi- _sileiro de Desenvolvimento Florestal ain- da nao despertou para o problema, ape- sar das vultosas perdas que anualmente 8 ineéndios florestais cauisam, prineipal- mente nas regides centro e sul do pais. Portanto nio existe ainda uma orienta- céo oficial nem estudos concretos para a adcgao de um fndice de Perigo de Incén- dio de cardter geral. Algumas industrias privadas adotam o indice usado nos Es- tados Unidos, sem nenhuma adaptacao, nem siquer no sistema de medidas deci- mal que é utilizado no Brasil. Em 1963, a Divisio de Estudos e Pes- quisas Metereologicas do Servigo de Me- teorologia do: Ministério da. Agricultura, devido ao catastréfico incéndio ocorrido no Estado do Parand, promoveu a divul- REVISTA FLORESTA — 37 qe e]eTaolle fells ‘atpaaace 221001 vormowu vient. GE HooonG —r-gswaiovnya a910m WiANT Is sonunaRtHoo ‘snenauy 00 aims ale lelele Ayer cunain artoenae os fo ele ele ele] % eave aveanon am PU e ere ay wos 2p sow Je we sevorsonsesco, 2p vIautncag c SOIGN3ONI 30 OYDITad 130 VOIsvuD REGISTRO DE DADOS METEOROLOGICOS E OE PERIGO OE INGENDIO Extraido de MONTES" vol 24, 1143 1968 38 — REVISTA FLORESTA FORMULARIO USADO PELO SERVIGO DE INCENDIOS FLORESTAIS DA ESPANHA PARA gagdo de dois indices, considerados os mais vidveis as condigdes do pats, consi- derando-se 2 “precdria situacao da apa- relhagem do Servigo de Metereologia” do interior do pais. Estes indices tem sido utilizados por algumas industries parti- culares, porém nota-se claramente que necessitam de uma melhor adaptagio as condigées climéticas locais. Esses indices so: 7.1 — Indice de Perigo de Fogo (formula de Angstron): Desenvolvido na Suécia por Angs- tron, basela-se fundamentamente na umidade relativa ¢ na temperatura do ar, tomados a 1 hora p.m.: B=5.H—0,i(t— 27) sendo H a umidade relativa do ar, t a temperatura do ar e 5 e 0,1 valéres cons- tantes, Sempre que B_ for menor que 2.5 havera perigo de incéndio. 7.2 — Indice de Inflamabilidade (ou de Nesterov): Desenvolvido na Unido Soviética por Nesterov, este indice dé uma idéia me. thor do ‘gra de perigo que o anterior, devido ao seu carater aculmulativo: ', a G= = (at sendo n o néimero de dias sem chuva, t a temperatura do ar e do déficit de sa- turacdo do ar (tensio maxima menos tensio real de vapor de agua em mb), todos tomados A 1 hora p.m. Sendo 0 indice acumulativo, o indi- ce de hoje sera igual ao indice de ontem mais o produto de d.t de hoje. No caso de chuva, 0 indice sofre as seguintes re- dudes: — Inferior a 2mm — considerar co- mo sem chuva e continuar 0 céleulo nor- malmente — De 2 a Smm — abater 25% no va- lor de G caleulado (de ontem) c somar © valor de d.t de hoje. — De 5 a 8mm — abater 50% no valor de G caleulado (de ontem) © so- mar o valor de d.t de hoje. — De 8 a 10mm — abandonar a so- ma anterior de G e recomegar novo cal- culo a partir do d.t de hoje — Superior a 10mm — interromper © célculo e recomega-lo no dia seguinte, segundo as regras do caso anterior. No caso da chuva persistir por varios dias volta-se a caleular somente depois que a chuva pare. © grau de perigo é interpretado se gundo a seguinte tabela: Valor de G Grau de perigo < 300 Nenhum risco 300 — 500 Risco fraco 500 — 1000 -....... Risco médio 1000 — 4000 ........ Grande perigo > 4000 + Perigosissimo APLICAGOES E UTILIDADE DO INDICE DE PERIGO DE INCENDIO 0 Indice de Perigo de Incéndio é um valioso instrumento para os responsé- yels pela prevengao e combate aos incén- dios Mlorestais, pois ao fornecer o grau de perigo, ou 'seja, a probabilidade de ocorréneia dos incéndios, permite um planejamento mais racional e econémi- ¢0 dos meios de combate aos incéndios florestais nas diversas épocas do ano. Os seguintes pontos podem ser defini dos como aplicacao e utilidade dos indi: ees de perigo: 1. Conhecimento do grau de perigo — medindo a inflamabilidade do com- bustivel florestal, o indice permite eonhe- cer didriamente 0 estado em que se en contra a vegetagao florestal ¢ 0 seu po- tencial de fogo. 2, Planejamento da prevencio — medidas preventivas devero ser intensi ficadas quando 0 indice sobe. Por outro lado, se 0 indice indica no haver perigo as medidas de prevencao e prontidao pa- ra o combate podem ser atenuadas, con- seguindo-se assim uma certa economia no setor de protecao, pois 0 pessoal e equipamento de alerta podem ser desig- nados para outros trabathos. 3. Permissio para queimas — o in- dice deve ser um dos fatores fundamen- tais a se levar em conta para eonceder permissao para queima. Quando o pert- go é alto ou extremo, nao se deve fazer REVISTA FLORESTA — 39 concessées para 0 uso do fogo de nenhu- ma maneira. 4. Fixagio das zonas de perigo — um estudo comparado da_extensio dos ineéndios e dos valores dos indices em varios anos permite determinar as zonas mais perigosas bem como as épocas em que éste perigo é maior. 5. Comportamento do fogo — os sis- temas que determinam também o indice de propagacdo (E.U.A. e Austrélia p. ex.), possibilitam uma boa idéia do compor: tamento do fogo de acdrdo com os valo- Tes desses indices. 6. Adverténcia publica do perigo de ineéndios — com a finalidade de que to- das as pessoas que visitam a floresta (téc- ‘nicos florestais, cacadores, excursionis- tas, acampadores, etc.) salbam também o grau de perigo de incéndio, convém di- vulgar, através dos meios dispontveis, os valores dos indices. Essa divulgacdo aju- da a formar na populacdo uma maior conscientizago para os problemas que os incéndios podem causar as florestas. BIBLIOGRAFIA, 1. BARNEY, R. J. National fire-danger rating system fine-fuel moisture content tables — an Alsskan adaptation. U.S. For. Serv. Res. Note n? PNW-109, 1969, 12p. 2. BROWN, J. K. Hourly variation in fire dau ger in the Lake States. U.S. For. Serv. Note n° LS — 45, 1964. 2 p. 3, CANADIAN FOREST FIRE WEATHER IN- DEX. Canadian Forestry Service. Ottawa, 1970. 25 p. 4. CARKINA, A. P. Construction of local fi- re-danger scales (as exemplified by the Kos ‘roma region). Sborn. Rabot Lesn, Hor Vsesojuz, Nanc. Yssled. Inst. Lesovod. N° 50, 1965. pp. 252-280, “Orig. nfo consults do, tirado do For. Abst. Vol. 29. 5. CASTELLANOS, 0. ¢ PAPARA, A. Tables of fire danger. An. Adm. Nac. Bosques, Buenos Aires, 1956. pp. 143-176 6. CHENEY, N. P. Predicting fire behaviour with fire danger tables. Australian Fores- try 32 @y: 71-79. 1968. 7. COUNTRYMAN, C.-M. Rating fire danger by the multiple basic index system. Journal of For. 64 (8): 531-536. 1966) 8. CROSBY, J. S. Probability of fire occuren- ce can be predicted. U.S. For. Serv. Tech nical Paper Central Slates For. Exp. Sta NO 143, 1954. 14 p. 9. FAHNESTOCK, G. R. Two keys for apprai- sing forest fire fuels. U.S. For. Serv. Res Note N° PNW — 99, 1970. 26 p. 10. HAINES, D. A. e SANDO, R. W. Climatic conditions preceding historically great fires in the Nortr Central Region. U.S. For. Serv. Res, Paper N° NC — 34, 1969.19 p. 11. HAINES, D., MAIN, W. e JOHNSON, J. VON. Relation between the national” fire danger spread component and fire activity in the Lake States. U.S. For. Serv. Res, Pap. N° NC-41, 1070. 8 p. 12. KARLIKOWSET, T. The evaluation of api ability of proghostie methods for the status of forest fire hazard during years 1965-1066. Proc. 14 th. Cong. Inst. Union For. Res. 40 — REVISTA FLORESTA Organ. Munich, 1967. pp. 802-818. Orig. do cons. For.’ Abst. val. 29. 13, KIIL, A. D. € QUINTILIO, D. Occurence and behavior of forest fires related to fire danger rating in Alberta, 1957-1963. Inform, Rep. For. Res. Lab. Calgary N? A-K—25, 1969. 20 p. 14. KORNIVEV, N. V. Investigation of ignition conditions jn souce forest types. Lesn, Hoz. 11(7): 78-82. 1963. Orig. ndo cons. Tirade do For. Abst. vol. 25. 15, LINDENMUTH, A. W. JR. Development of the 2-index system of rating forest fire dan- ger. J. For. 69(7): 504-309. 1961. 16. NELSON, R. M, The national fire danger rating system: derivation of spread index for eastern and southern states. U.S. For. Serv. Res. Pap. N° SE-18, 1964. 44 . 17. SESUKOV, M.A. Determining fire danger by an indicator instrument, Lesn. Hoz. N° 5: 77-881, 1970. Orig. nfo consult. Tirado do For. Abst. $2(1) 18, SNYTKIN, G. V. Determining fire danger in the Timirjazev lespromkhoz (Tomsk re- sion). Lesn. Hoz. 17(1): 58-51. 1964. Orig, hndo cons. Tirado do For. Abst. vol. 25. 19, SOARES, R. V. Protegio Floresta. Curiti- ba, Centro de Pesquisas Florestais, 1971 180 p. (mimeografado). 20. STOLJARCUK, L. V. Forest fire prediction by meteorological factors. Lesn. Hor 22(10): 66-88. 1969. Orig. néo consult, TI rado do For, Abst. 31(3). 21. TELICYN, G. P. Logarithmic index of fire weather danger for forests. Lesn, Hoz. N° LL: 58-59. 1970 Orig. no consult. Tirade do For. Abst. 32(9). 22. VELEZ MUNOZ, R. Indices de peligro de incendio. Montes, Madrid, 24143): 149-447 1968. 23, VINES, R. G. A survey of forest fire dan- ger in’ Vietoria (1997-1969). Austral. For Res. 4): 39-44. 1969. 24. WILLIAM, D. E. Forest fire control (in Ca- nada). For. Chronicle 43(1): 83-82. 1967.

You might also like