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Quarta-feira, 11 de Novembro de 2020 ARIO DA REPUBLICA ORGAO OFICIAL DA REPUBLICA DE ANGOLA Prego deste nimero - Kz: 7.480,00 Thi @ Sorspondenin quer ORCA quer NATURA 1 pres de cada Ta pb ica wos Dios relativa a snuncio © asinahuns do «Diario Ano | da Republica 1*€2° sate & de Kz: 7800 epara da Repubticas, deve ser diisida & impr | As eee sree Ke: 738159.40 | a 3% saie Ke: 95.00, nreacdo do respective [Nacional - EP, an Luanda, Rua Heariue de Cunt n° 2, Cidade Ada Cains Pest 1300, | 8184 Kz 43352400 | imposta do sel, dependendo a publicagso da wvwinprausmacional govao = Ein, tlep: | A2° sie Kz 226980.00 | 3*sériede depésitoprévioa efecwarnatesourtia dngrensan AB sie Kz 18013320 } datmprensa Nacions-E P SUMARIO Angolano que tutele os bens juridicos essenciais a salvagnarda do Estado ¢ dos cidadaos, bem como do desen- Assembleia Nacional ‘volvimento das instituiges, 3820; Impondo-se que se adopte um Cédigo Penal adequado Aprora © Codigo Penal Angolano. — Revoga o Codigo Penal de gos prineipios ¢ valores fimdamentais em que assenta a 1886, o dplomms legis que subrtitiram quia dor reve pre 1gola, consagrados na Constitiiga0, aos pro- ceitos tos a sponges Temas que preven ov punan Republica de Angola, consagrados na Constitigao, aos p {Setes nctminados pelo presen Codigo onal toda's legit. $re8s0s da ciéneia do direito penal e as fundamentais linhas Jago que couric’ © Codizo Penal aprovade pela presente crientadoras da politien criminal modema Lai, nomeadamente os artigos 1° 9 6. «0 pardgrafo anion do ‘ssembleia Nacional aprova, por mandato do povo, ‘atigo 10° da Lei n® 11/75, de 15 de Dezembro, os artizos 4, A Assembleia Ni i aprova, pc dato do pe TID! 9 15°, 17°, 192, 205, 2°, 28°, H." e 33° do Deere 20 abrigo das disposigdes conjugadas das alineas b), ¢) ¢ ¢) n° 231/79, de 26 de Dio a Lei n* 4177, de 25 de Fevers, a do artigo 164.° da Constituicde da Repiiblica de Angola, a Lei n® 23/10, de 3 de Dezembro, 0 artigo 33° da Let n” 9/81, dde2 de Novembro, os Le 3 do atige LM> da Lei n> 1691, SeBulinte: {il desi, ox aig 25° 928" da Loin” 2591, de 15 de Junho, — (8 atigns 1275. a 1278" do. Coaigo de Processo Civil aprovade LEI QUE APROVA jlo DestoLein 44129, de 28 de Dezeaeo de 1961, os atiaoe as 34387 367,387 39°00" da Lat 3/10, de 29 do Marge © CODIGO PENALANGOLANO cin’ 3/14, de 10 de Fevercio. ARTIGO1* Leta 3920: - (Aprevacto) Aprova © Cadiz do Processo Penal Angolano, — Revoaa o Codigo do ‘ "process Penal de 1959, oe diplemae que sstetram quale doe ‘EE aprovado 0 Cédigo Penal Angolano, que € parte inte- se prezconetodae me dpi lenis ie preven clo a inde pelo presen Codie do Proceso Fem e toda a eaiiagng S7@NtE da presente Lei (qe conirwic 0 preente Diploma nomeadanente 0 Desreto-Let aKtigo2* 26615, de 28 de Mao de 1938, 0 Develo n" 4.583, de 30-de (Limits es penas) Abril de 1545, o Deeeto 38 07, de 13 de Outro de 19. @ Destelo- » Lenn 40673 dem de Nin dclOStoDardirtci* 3071.42.29 1. Ag penas de pristo estabelecidas em qualquer pre- ‘eloncro, 0 Derto-Li n® 29274, de 28 de hnho, 0 DeerdorLei ps » aualauer eis", de il de Maina tein ti7S de 18 geDesemive.¢ ceito penal sempre que tiverem duragio minima inferior o1 Decraon 370.48 de Fever, aL n° 1177 de de Abel, maxima superior aos limites previstos non. 1 do artigo 44° Julho, 0 Lei n® 20/88, de 31 de Dezembro, 8 Lei n2 23/12, de 14 do Codigo Penal sao, respectivamente, aumentadas ou dimi- Skis sia" 21d dolocetonseacabencSt8 del8 judas para exes limites de Setenbro 2. As penas de multa estabelecidas em leis penais com duragto. ar quantiativo inferior on superior noe limites minimo € maximo fixados no n.° 1 do artigo 47.° do Codigo ASSEMBLEIA NACIONAL Penal sao alteradas em conformidade com o disposto no twmeroanteriot Lei n.? 3820 ARTIGO 3° ‘de 1 de Novembro (Resmissoes) © contexto politico, cconémico, social ¢ cultural da As remissdes constantes de outras leis penais para pre- Angola independente © soberana ¢ os desafios da globali- ceitos do Codigo Penal anterior consideram-se feitas pata as zaga0 no dominio criminal tomam imperiosa a substituigo disposigSes carresponcdentes do Cédigo Penal aprovado pela do Cédigo Penal Portugués de 1886 por um Cédigo Penal presente Lei DIARIO DA REPUBLICA ARTIGO.472 (Prane nos pagamentos electrnicos) Quem vieiar on clonar meio de pagamento electrénico para causar prejuizo a outrem € se beneficiar ou beneficiar terceiro, & punido com pena de prisio até 2 anos ot mutta até 240 dias ARTIGO 478" CEsploracioe tritici de mineral) 1. Sem prejuizo do disposto em legislagio especial, constitu crime, punivel com priséo até 5 anos, a prospec- G40, pesquisa, exploracio, extraccio, compra, venda, dacio em pagamento, de metais on de pedras preciosas nao trans- formadas, sem a competente licenga ou autorizagio, 2. A actividade de prospecsio, pesquisa © avalingio, exploracao € trfico ilicito de minerais estrategicos, assim como a simples posse ot mera detengio ilicitas, extraccio ou furto € punivel, nos termos da leaislacao mincira, (0 Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedae Dias das Santos. © Presidente da Reptiblica, JoAo Manver, Gongatves Lounexco, Lein.* 3920 ae 11 de Novembro Considerando os valores € 0s prineipios consaaradas rna Constituigae da Republica de Angola, bem como os progressos da ciéncia do direito penal e as grandes linhas orientadoras da politica criminal modema: ‘Tendo em vista a realizagao ce uma justiga penal eélere e cticaz, alinhada com a necessidade de asseaurar 0 exercicio dos direitos, iberdades e garantias fandamentais: Impondo-se a introdugao na Ordem Juridica Angolana de um Codigo do Processo Penal que proporcione harmo- nizagao com 0 novo Codigo Penal Angolano € concilie, iguatimente, as necessidades da pratica juciciria com as ex séncias de fundamentagao solida do Direito, ‘A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos termos da alinea e) do artigo 164.° da Constitnigao da Reptiblica, a seguinte LEI QUE APROVA 0 CODIGO DO PROCESSO PENAL ANGOLANO ARTIGO 1 (CAprovagioy 1H aprovado 0 Codigo do Processo Penal Angolano, anexo { presente Lei que dela ¢ parte integrante. ARTIGO 2° (Revorasa0) 1, E revogado o Cédigo do Processo Penal de 1929, os diplomas que substituiram qualquer dos scus preccitos todas as disposigdes legais que prevejam factos regulades pelo presente Cédigo do Processo Penal, 2. Erevogada toda a legislagao que contrarie 0 presente Diploma, nomeadamente: @) Decreto-Lei n° 26.643, de 28 de Maio de 1939 — Da Reforma Prisional; b) Deereto n° 34.553, de 30 de Abril de 1945 — Regula a Organizagae dos Tribunais de Exe cuugio das Penas; 6) Deereto-Lein 35.007, de 13 de Outubro de 1945 — Aplicavel a Angola, com emendas, pela Por tatia n° 17.076, de 20 de Margo de 1959; d) Decreto-Lei n° 39.672, de 20 de Maio de 1954 — Regula Aspectos Espectficos dos Autos de ‘Noticia, da Prisio Preventiva e do Exercicio da Acgivo Civel em Conjunto com a Acgao Penal; ©) Decteto-Lei n 21/71, de 29 de Janeiro — Dis ciplina © Depésito das Quantias em Dinheiro Apreendidas € dos Objectos ¢ Quantins nito Reclamados, Apreendidos em Sede do Processo Penal, f Decreto-Lei n® 292/74, de 28 de Junho — Impae 0 Ministerio Piblico @ Obriaaeao de Executar as Indemnizacdes Arbitradas Oficiosamente aos Ofendidos, Sempre que estes no Constituirem Advowado no Processo g) Decreto-Lein® 185/72, de31 de Maio—Altera os Preceitos do Cédigo do Processo Penal Respei- {antes a Prisio Preventiva, Liberdade Provisoria © Bxecugao das Penas, hy) Lein 1/75, de 15 de Dezembro —Da Disciplina do Processo Prodintivo: {) Decreton, 3/76, de 3 de Feverciro —Regulamento da Lein 11/75, de 15 de Dezembro — Da Dis- ciplina do Processo Produitivo; jp Lein2 11/77, de 11 de Maio — Institut a Interven- Ho dos Ascessores Populares nos Tribunais, f Lein® 11/82, de-7 de Outubro— Insitui a Partici- ‘pagiio Popular na Administragao da Justien, D Decreto n° 231/79, de 26 de Julio — Disciplina © ‘Transito Automovel: ‘m) Lei n 20/88, de 31 de Dezembro — Do Ajus- tamento das Leis Processuais Civil e Penal ao Sistema Unificado de Tustica, n) Lei? 23/12, de 14 de Agosto — Altera 0 artigo 562 do Cédigo do Processo Penal; 0) Lein® 2/14, de 10 de Fevereiro — Lei Reauladora das Revistas, Buscas e Apreensdes; p) Lein. 25/15, de 18 de Setembro —Lei das Medi- ddas Cautelares em Processo Penal ARTIGO 3° (Reantstes) As remissGes constantes de outras leis processuais penais| para preceitos do Cédigo do Processo Penal ora revogado, cconsideram-se feitas para as disposig6es comespondentes do Cédigo do Processo Penal aprovado pela presente Lei 1 SERIE —N° 179 —DE 11 DE NOVEMBRO DE 2020 445 ARTIGO 4° (Cransieao) 1, O Ministério Pablico cessa o exercicio das eompeten- cias atribuidas aos juizes de garantia pelo Cédigo aprovado pela presente Lei, logo que estes entrem em fungoes, 2. Cabe ao Conselho Superior da Magistratura Judicial, criar condigées para a entrada em fimgdes dos jizes de garantia, no Ambito das suas competéncias. 3. A Unidade de Referéncia Processual equivale a Unidade de Correc a0 Fiscal ARTIGO S* (Davidas¢eanissoes) [As duividas e as omiss0es resultantes da interpretagio e da aplicagao da presente Lei sio resolvidas pela Assembleia Nacional, ARTIGO 6° (Entrada em vigor) A presente Lei entra em vigor 90 dias apés a data da sua publicagao, ‘Vista ¢ aprovada pela Assemnbleia Nacional, ean Luanda, ‘aos 22 de Julho de 2020, © Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedad Dias das Santos. Promulgada aos 6 de Novembro de 2020, Publique-se. Presidente da Reptblica, Joo Manver Gongatves: Lourexco, CODIGO DO PROCESSO PENALANGOLANO PARTE Disposicoes Gerais TITULOI Disposigdes Prelimninares ARTIGO L* (Necesidade do proceso peal ¢ jz legal) 86 podem ser aplicadas penas € medidas de seauranca no aimbito de umn provesso penal ¢ por un Tribunal compe- tente, nos termos de lei anterior 8 verificacio dos respectivos pressupostos. ARTIGO 2° (CLegaidade « aplieaco subsidirta) 1. 0 proceso é regulado pelas disposiges do presente Cédigo, sem prejuizo de processos da mesma natureza serem regidos por lei especial 2. As disp osigdes do Codigo do Processo Penal so, sub- sidiariamente, aplicveis aos processos @ que se refere a iiltima parte do niimero anterior. ARTIGO 3° (aterpretaie intepragto das lacuna) 1. B parmitida a interpretagao extensiva das disposigoes do Cédigo do Proceso Penal e a sa aplicaeao por analogia, 2. Na falta de norma de direito processual penal rest Iadora de caso andlogo ou nao sendo possivel a analogia pode recorrerse as normas de direito processual civil que sse harmenizem com 0 processo penal e, nio as havendo, 205, prineipios gerais ce processo penal 3. Na falta de principios gerais do provesso penal, o caso ‘omisso € rexulado nos termos da Lei Geral, na medida em ‘que a aplicagao de resras e principios gerais de direito no mplique o enfraquecimento da posigao do arguido no pro- ccesso 011 diminuigao dos seus direitos processuais, ARTIGOa (Apteagso da Lat Processual Pena n tempo) 1. A Lei Processual Penal ¢ de aplicagaio imediat tendo os actos praticados no dominio da fei anterior & sua inteira validade. 2. ALLei Processual Penal nfo se aplica aos processos que tiveram inicio na vigéncia da lei anterior, se a sta aplicagao mediata determiner «@) O agravamento da situagao processual do arauido, em particular, a diminuigfio dos seus direitos de defesa; 6) A contradiga0 ou quebra de harmonia ¢ de unidade entre os actos do processo reanlados pela lei interior ¢ 0s reaulados pela lei visente ARTIGOs* (aplicasao da Let Proces sual Pena no espe) 1. ALei Processual Penal ¢ aplicivel em todo 0 terit6- io nacional 2. Fora do teriterio nacional, a Lei Processual Penal s6 € aplicével nos limites definides pelo direito intemacional e pelos acordos,tratados ¢ convenges intemnacionais de que ‘Angola € Parte ARTIGO S* (udependéucta da acs30 penal esucéncta do Processo Penal) 1. A acgiio penal ¢ independente de qualquer outra €, no respectivo processo, pode ser resolvida qualquer questo nijo penal que interesse & decisio da causa penal 2. A jurisdigfo penal que conhega de questo no penal, nos termos da tiltima parte do nimero anterior, aplica © direito substantivo regulador da relagao jt tida que dessa questio seja objecto, ARTIGO7! (Questoes pejuaicas) 1. Quando, para se conhecer da existéncia de um crime, seja necessério julgar uma questio que nao tenha natureza penal e nao possa ser convenientemente decidida pela juris- digio penal, pode o juiz. ordenar @ suspensio do processo para se intentar a acgio correspondente no Tribunal mate- Imente ccmpetente para a julgar 2. Presume-se que a questao prejudicial a que serefere o ‘nimero anterior no pode ser convenientemente decidida no Processo Penal, quando: 4) Incida sobre o estado civil das pessoas; b) Seja de dificil solugao € nao recaia sobre factos cuja provaa Lei Civil limite 5446 DIARIO DA REPUBLICA 3.A suspensio ¢ requerida pelo Ministerio Publico, pelo assistente ou pelo arguido, depois da acusagiio ou do reque- rimento para abertura de insirugao contraditeria ou ordenada oficiosamente pelo juz 4. A suspensto nao prejuudica a realizagao das diligén- cias de produgto de prova em curso ou que se revestirem de caricter unzente 5. O prazo de suspensio € marcado pelo juiz, que pode protrogi-lo por periodos scessivos até ao maximo de anos, sempre que finndadamente entender que a demora na dee: so da questao prejudicial nao ¢ imputavel a0 arguido ott a0 assistente 6. Ao ordenar a suspensio do processo, deve o juiz pro- ceder ao reexame das medidas de coacgao a que o arsuido esta syjcito, podend, sem prejuizo das disposigoes legais em vigor € dos principios apliciveis, substii-las por outra ou outras medidas menos sravosas 7. Compete 20 Ministerio Paiblico junto do Tribunal ende correr a questio prejudicial promover 0 andamento, o mais célere possivel, do processo emantero juiz penal informado sobre a respectiva tramitacio. ARTIGO 8° (Cessagao da suspensio do Proceso Penal) A aspensio do processo principal cessa, retemando 0 Juiz penal a competéncia para decidir 2 questi prejudicial, quando: A acgao correspondente a questio prejudicial nao for intentade no Tribunal competente, no prazo des dias, b) O prazo de suspensio ndo for promozado, 0 O prazo miximo de suspensio a que se refere 0 2 5 doartigo anterior, se esgotar sem a questo ter sido decidida, TiTULOM Sujeitos Processuals CAPITULO I 0 Juiz € 05 Tribunais seccaor ‘uriedlo ARTIGO 9° uisiigao pena 1. $6 05 Thibumais Judiciais Criminais € respectivos Juizes potlem, sem prejnizo da jurisdigao criminal espe- cial concedida aos Tribunais Militares, conhecer de causas penais e aplicar penas e medidas de sezuranca 2. Na Adininistragao da Justiga Penal, os Tribunais e os Juizes obedecem exclusivamente & Constituiglo, & Let ¢a0s principios do Processo Penal. ARTIGO 10° @evee de calaborags0) 1. AS autoridades © os flincionirios piblicos esto sujeitos ao dever de prestar aos tribunais e as autoridades Jusicidrias, em geral, a devida colaboragao por eles solici- tada no exercicio das fingGes de administragao da Justiga Penal 2. A colaboragao a que se refere o numero anterior tem pricridade relativamente a qualquer outro servigo. Sec¢AO Competincia SUBSECCROT ‘Competéncia Matera ¢ Funionat ARTIGO IL" (Determinagno da competincta) A competéncia materiale funcional dos Tribunais e dos jjizes €regulada pelas leis de organizagao judiciaria ¢ pelos preceitos do presente Codigo. ARTIGO 12° (Campeténca dos juizes) Compete ao juiz: ca) Exercer, na fase de instrugao preparatéria, todas as fingées que Ihe sio atribuidas pelas disposigbes do presente Codigo, b) Proceder a instrugao contraditéria com os mesmos poderes de direcgaio, de organizacao dos traba- Ios e disciplinares conferidos ao juiz na fase de Jiulgamento; ©) Proferir despacho de promincia ou de nao promtin- cia do arguido ou despachos equivalentes @) Dirigir a fase de julgamento e proferir a sentenga, ©) Apreciar ¢ decidir sobre 0 pedido de «habeas cor PUD A Praticar quaisquer outros actos permitides: ou postos por ei. ARTIGO 13° (@eterminaeo da pena apicive) ‘Sempre que, para se estabelecer a competencia do Tribus nal tenha dese considerar a pena aplicavel ao agente do crime, deve ter-se em conta todos os factores, causas ou circunstan- is de elevar o respectivo limite maxino, SUBSECCAOM Competéncia errtorial agriGo M* (eegras seats 1. Sem prejuizo do disposto no niimero seguinte, é com- petente para conliecer de un crime material, o Tribunal em ‘xj area se produziu o resultado ipico, 2. Fim caso de erime em que a marte de pessoa seja ele mento constitutive, € competente 0 Tribunal em euja area ‘agente actuou on, em caso de omissao, devia ter actuado, 3. Nos crimes formais, de mera actividade ou de pura ‘omissio, € competente o Tribunal em cuja area tiver ocor- rido a aceao ou emissio tipicas, 4. Para conhecer dos crimes que se consumam por actos sucessivos ou reiterados ou por actos susceptiveis de se prolongar no tempo, € competente o Tribunal em cuja érea se praticou o tltimo acto de execugao ou em que cessou a consumaao. 5. $e © crime nao chegeu a consumar-se ou em caso de acto preparatério punivel, € competente 0 Tribunal em caja ‘rea se tiver praticado o itimo acto de execugo ou de pre- paracio, respectivamente. 1 SERIE —N° 179 —DE 11 DE NOVEMBRO DE 2020 447 ARTIGO 15° (Crimes cometidos a bor do denavio ou de seromave) 1. E competente para conhecer dos crimes cometides 1 bordo de navio angolano o Tribunal da érea do porto on. do territério angolano para oncle o agente se diriair ou onde desembarear 2. Se 0 agente nio se dirigir para territorio angolano ou. nelenfio desembarear ou se fizer parte da tripulagao donavio,, € competente o Tribunal da dea de matricula do navio. 3. 0 disposto nos nimeros anteriores € aplicavel, com as necessirias adaptagdes, aos crimes cometidos a bordo de aeronave angolana, 4. Se, no caso dos n.* 2 € 3, 0 navio ou a aeronave nto estiverem matriculados em Angola, € competente o Tribunal da area que, em primeiro lugar, tomar conhecimento do crime. 5. 0 disposto no niimero anterior aplica-se a qualquer outro caso nao previsto no presente artigo. ARTIGO 18° Dials sobre oluzaredesconiecimento do lugar do crine) 1. Se o crime tiver sido cometido nos limites de mais do que uma érea judicial e houver diivida acerea do lugar em que 0 agente 0 cometeu, ¢ competente para dele conhecer 0 ‘Tribunal de qualquer das areas 2. No caso do mimero anterior, prefere o Tribunal da érea «em que primeiro tenha havido contecimento da pritica do rime. 3, Desconhiceendo-se o lugar do cometimento do crime, € competente o Tribunal da érea em que, de tal rime, pri- ‘meito se iver tomado conhieciment, ARTIGO 17 (Cote comet no est ro) 1, Para conhever dos crimes cometidos no estrangeiro que devam ser julgados pelos Tribunais Angolanos, é com= petente o Tribunal da itea onde o agente for encontrado ou 0 ‘Tribunal do seu demieitio, 2. Se, até 4 instamragao do processo, 0 arguido nao for encontrado ¢ nao far conhecido o seu domicilio, a compe téncia ¢ atribuida a0 Tribunal da frea onde primeira se tiver conhiecimento da pratica do crime. 43. Se 0 crime s6 em parte tiver sido cometido no estran- zeito, € competente o Tribunal da drea do tetritotio nacional, onde foi praticado o iltimo actorelevante para os termos dos artigos 14° ¢ 16° SUBSECCAO II Campeténeta por Canexie ARTIGO 18° (Phuralidad eunidade de proceso) 1. Por cada crime cometido é, sem prejuizo do disposto ‘no mimero sesatinte, instaurado um processo criminal 2. Os agentes de um ou varios crimes s20 julgados num mesmo processo nos casos de conextio regulados nos atigos seguintes ou sempre que tenham sido cometidos varios eri- mes da competéncia do mesmo Tribunal ARTIGO 19° (Casos de comesio de eimes) Ha conexto, quando o mesmo agente: 4a) Pratica vitios crimes através da meswna acgao ou omissaio, b) Pratica varios crimes na condigao de uns serem causa ou efeito de outros ou de uns se destina- ren.a continuar ou a ocultar os outros; ) Comete varios crimes fora do condicionalismo estabelecido no numero anterior e o juiz deci- dir nos termos do disposto nos n.* 3 ¢ 4 do atigo 22° ARTIGO 21 (Outros eass de canesao) Ha, do mesmo modo, conexio, quando varios agentes: 4) Cometerem 0 mesmo crime em compaticipagio, 5) Cometerem crimes reciprocamente, no mesmo lugar ou ocasiio; ©) Cometerem varios mes em comparticipagao, desde que © sejam no mesmo lugar ou ocasido ou uns sejam causa ou efeito dos outros ou uns se destinem a continuar ott a ocultat os outros; @) Comelerem varios crimes em comparticipacio fora do condicionalismo estabelecido na alinea anterior ¢ 0 juiz decidir nos terms do disposto nos 3 €4 do nitigo 22° ARTIGO 21° (Competinta em rao da conexio) 1. Nos casos da conexaio de processos, 6 competente para conhecer de todos: 4) O Tribunal competente para o crime punivel com pena mais srave, b) Se os crimes forem puniveis com penas de igual sravidade, o Tribunal a cuja ordem o arsuide estiver preso ou, havendo varios arsavidos pre- sos, aquele @ ordem de quem estiver 0 maior smimero de arguidos, ©) Se niio houver arguidos presos ou o seu mimero for igual, © Tribunal da area onde primeiro tiver havido conhecimento de quolquer dos crimes 2 Quando nos casos do mimero anterior, os Tribunais forem de diferente hierarquia, € competente para conhe- cer de todos os processos, 0 Tribimal de hierarquia superior ‘competente para qualquer deles ARTIGO 22° (Formac dem nico proceso) 1. Pata os crimes conexos, ¢ organizado um tinico process 2. Se jf tiverem sido instaurados virios processos, pro- ccede-se apensacao dos restantes quele que disserrespeito ‘0 crime que determinou a competéncia do Tribunal, nos ter- mos dos artigos anteriores. 5448, DIARIO DA REPUBLICA 3. Nos casos estabelecidos na alinea ¢) do atigo 19. ena alinea d) do artigo 20°, a conexto s6 €relevante quando, em relagdo a todos ou a alguns crimes cometidos, 0 juiz deci- dir, em despacho fundamentado, que sto tites € vantajosos a instrugio dos crimes no mesmo processo € o julzamento do agente ou agentes pelo mestno Tribunal. 4.0 despacho a que se refere on.* 3 ¢, na fase judicial, proferido oficiosamente ou a requerimento do Ministerio Piiblico, do assistente ou do arguido, pelo juiz do Tribunal competente para conhecer do crime que determiinow a cone- xilo, nos termos do artigo 21.°, ot pelo magistrado judicial competente nas fases anteriores, ARTIGO 25° (@rocesses exci das reas da conexso) ‘Nao haverd conexto entre 0s processos crimes regulados neste Codigo € os processos que sejam da competéncia de 4) Tribunais Militares, ) Sala da Familia, Menores e SucessGes, em matéria de protecgo de menores e de prevengio crimi- nal ARTIGO 24 (Separasio de processes) © jjniz pode, por despacho findamentado, ordenar of- ciosamente ou a requerimento do Ministério Publico, do arguido ou do lesado © julgamento em separado de um ou ais dos processos conexos, quando a separago: 4) For necesséria para nao prolongar a prisio preven- tiva de qualquer dos erauidos ou para realizar ‘outros interesses atendiveis do Estado, de qual- quer dos arguidos ou dos ofendidos; ) Puder evitar 0 retardamento excessivo do julga- mento de qualquer dos arzuidos. ARTIGO 28° (Mtanutenso da competéncay A competéncia por conexio mantém-se: 4a) Mesmo quando o arguico ou arguidos sejam absol- vidos pelo crime ou crimes que a determinaram ou @ respectiva responsabilidade criminal se tenha extinguido antes do julzamento; b) Relativamente aos processos separados, nos ter- imps do artigo anterior SUBSECCAOTY Desocusio de Compeléncia ARTIGO 25° (Atibuigtoextrardindria de compeléne) 1. A competéncia pode, depois de desianado dia para jul- ‘gamento, ser retirada do Tribunal competente airibuida 4 otro Tribunal quando ocorréncias locais gravemente perturbadoras do normal andamento do processo € da rea- lizagio da justiga 4) Impedirem ou difieuttarem de forma seria 0 exerci- cio da justica pelo Tribunal competente; ) Comprometerem gravemente a liberdade de deter- :minago dos sujitos e participantes processus, ©) Determinarem receio justificado de perigo rele ‘vante para seauranga e a ordem piblicas. 2. A competéncia deve ser atribuida a um Tribunal da mesma espécie ¢ hicrarquia do Tribunal afectado pelas ‘ocorréncias referidas no niimero anterior, o mais préximo possivel deste e onde se preveja que incidentes de seme- Thaante natureza no o¢ orn. 3. 0 pedido de desaforamento ¢ dirigido pelo juiz. do Tribunal afectado pelas ocoméncias perturbadores, pelo Ministério Pablico, pelo arguido, pelo assistente ou pelas partes civis a Camara on Sec¢Ho Criminal competente do Tribunal imediatantente superior € deve ser acompanhiado dos elementos de prova necessirios para a decise. 4. 0 pedido, autuado por apenso, $6 tem efeito suspen- sivo se a Camara competente Iho atribuir, podendo, em tal ‘caso, 0 Tribunal afectado pelas ocoréncias praticar actos processuais urgentes. 5. Seo pedido for deferide, o Tribunal a quem a com- peténcia for atribuida decide em que medida os actos processuais praticados mantém os sens efeitos ou devem ser repetidos. 6. Sto aplicaveis com as necessarias adaptagbes as dis- posigoes do artigo 34.° SUBSECGAOY Dectaracio de incompeténca agrigo 27" (Arguicno de incompetincia decisto) 1. A incompeténcia do Tribimal pode ser deduzida pelo Ministerio Publico, pelo arguido, pelo assistente ot pela paite civil e declarada em qualquer altura do processo até transitar em julzado a decisto final nela proferida 2. 0 Tribunal pode, sem prejuizo do dispostono niimero seguinte, reconhecé-Ia e declaré-la oficiosamente 3.A incompeténcia territorial 36 pode ser deduzida, reco- nhecida e declarada até a0 inicio da audiencia para debate contraditério, em caso de abertura de instrugio contraditéria ‘ou, no tendo ela sar, da adiéncin de julgamento, 4. 0 processo éarquivado se se entender que os Tribunais Angolanos no sio competentes. ARTIGO 2 (Ehoto da decaragto de 1. Dectarada a incompeténcia, o processo ¢ remetido a0 Tribunal competente, sem prejuizo de o Tribunal dectarado incompetente ordenar a pratica de actos processuais consi- derados urzentes. 2. © Tribunal declarado competente pode, sem pre~ juizo do disposto no artigo seguinte, anular os actos que no teriam sido praticados se, perante ele, tivesse de inicio cor rido 0 processo € mandar repetit 0s que achar necessério, ARTIGO 29° (io aceite da competency 1, Se o Tribunal declarado competente no aceitar a ‘competéncia, deve proceder de harmonia com o disposto no artigo 33° ompetancl) 1 SERIE —N° 179 —DE 11 DE NOVEMBRO DE 2020 5449 2. Se, por despacho fundamentado do respectivo juiz, se cntender que nem © Tribunal declarado competente nem ‘Tribunal quese declarou incompetente podem julgar a causa © que € outro o Tribunal competente, para ele deve 0 pro cesso ser rametido, nos terms do artigo anterior. SUBSECCKO VI Cantos de Competineta ARTIGO 30° (especies de comtitos) 1, Ha conflito positive de competéncias quando, en qualquer fase do processo, dois ou mais Tribunais se con- iderarem competentes para conhecer do mesmo crime © julgar o respectivo agente, 2. Ha conilito negativo quando, nas mesmas cireunstén- cias, dois ou mais Tribunais se considerarem incompetentes. ARTIGO 31° (Cessagae do conti) 1. 0 conflito positive cessa quando s6 um dos Tribunais| em conflito continua a declarar-se competente. 2. 0 conflito nezativo cessa logo que um dos Tribunais| se declarar competent ARTIGO 32: (Tribunal competent para resavero conto) 0 conflito ¢ resolvido por decisio do Tribunal de menor hierarquia com jurisdigao sobre todos os Tribunais em conflto, ARTIGO 33° (Procedimento de reselucio do confit. Incitiva) 1, 0 juiz do Tibunal deve, lozo que se aperceba da existéncia do confio, déi-lo a conhecer a0 Tribunal com= petente, nos termos do artigo 32.°, remetendo-Ihe edpia dos elementos necessarios a sa resolugo, nomeadamente, das decisbes e posigdes conflituantes, com indicagao precisa sobre 0 Ministerio Publico, o assistente e 0 arguido e respec tivos advogaclos dos dois iltimos, 2. A resolugtio do conflito pode também ser requerida a0 Tribunal competente, nos termos do artigo 32°, pelo arguido, juntando ao requerimento a cépia e as indicagoes que serefere on® 1 43, Suscitada a resohigao do conflito de incompeténcia © até este ser resolvido apenas ¢ permitida a realizagao de actos processuais urgentes, ARTIGO 44° rocedimento de reslucio de cents, Termes ulterior) 1, Recebidos os elementos a que se teferem os 1. Le 2 do artigo anterior, o Tribunal competente para resolver © contflto manda notificar os sujeitos que sobre ele ainda nao se tiverem pronunciado para o fazerem, no prazo de 8 dias, Juntando os elementos de prova que possuirem. 2. Proferida a decisio sobre o contfto, que nlo passic vel de recurso, ¢ ela notificada aos Tribunais em contlito, a0 Ministerio Pablico junto deles, a0 advogado do assistente © 10 arauiido e seu advogado. secgA0 Mt Iimpediimentas¢ Suspelso do Juz SUBSECCAOT Impediments ARTIGO 35° ampedimmentosderivados das relacdes do juiz com os autrs setesprocessua) ‘Nenhum juiz pode ser tittlar de um Processo Penal, quando: 4) Fer ou tiver sido ofendido com a faculdade de se constr assistente ou parte civil b) For ou tiver sido cénjuge ou representante legal do arguido ou de pessoa que possa constituir-se assistente on parte civil om com alguma dessas pessoas viver ou tiver vivido em situagao ana loga 4 dos c6njuges: ©) For ele om 0 seu cénjuge ou pessoa que com ele -viver em situago andloga a dos ednjuges, ascen- dente, descendente, parente até a0 3.° grav, tutor ou curador, adoptante ou adoptado do arauido, do ofendido ou de pessoa que puder constituir-se assistente ou parte civil ou for afim deles até a0 referido grau; 4) Exercer on ter exercido no mesmo processo a fin 80 de juiz, 0 cénjuge ou pessoa com quem viva mn situagdo andloga a dos eOnjuges ot parente ou afim ate 00 3.° Grow, ARTIGO 36° ‘impedimento derivado de partieipasa no proceso) ‘Nenhum juiz pode intervir em julgamento, recurso ot revisdo num processo em que tiver: @ Tntervindo como tepresentante do Ministerio Piiblico, membro de orzo de policia criminal perito, testernunba, defensor ov advosado do assistente ou da parte civil, b) Procedido a interrogaterio do arguido; ©) Presidide instrugao contraditéria, @) Proferido despacho de promincia ou de nao pro- rmincia ou despacho a rejeitar a acusagao ou a ‘ordenar que 05 autos sejam conclusos ao juiz. da causa para ser designado dia para julgamento; ©) Patticipado em julgamento, decisio de recurso ou revisio anteriores, P Intervindo nas fungoes de fiscalizagao judicial de ‘arantias em instrucao preparatria, agtioo 37° (Oferecimento do juz como ester 1, Se o juz for indicado no processo como testenmsnha «e declarar, por despacho ¢ scb compromisso de honra, que tem conhecimento de factos que podem influir na decisao da ‘causa, considera-se impedido. 5450 DIARIO DA REPUBLICA 2. Caso contrario, nao é inquirido como testemunha, mantendo-se intacta a sua capacidade para intervir no processo, ARTIGO 38° (@eclaraea0 de impediment) 1. O juiz que se dé conta de estar impedido nos termes dos artigos anteriores deve declaré-1o sem demora, por des- acho, no processo. 2. A declaragio de impedimento pode ser requerida pelo Ministerio Piblico, pelo arguido, pelo assistente ou pela patte civil, logo que sejam adiitidos a intervir no processo. 3. O requerimento ¢ acompanhado dos elementos de prova de que o requerente dispuser. 4.0 juiz a quem for oposto o impedimento deve profe- tir despacho no prazo de 5 dias e nele dizer se 0 reconhece ounao, 5.A falta de resposta no prazo indicado no nimeto ante rior equivale ao reconhecimento de impediment, ARTIGO 39° (tetas do impedimento) 1. Os actos praticados por um juiz declarado ou reconhe- cido como impedido so nnlos, salvo 0 disposto no niimero seaminte, 2. Mantém-se vilides os actos praticados por wn juiz: mpedido, sempre que desses actos nao resultar prejuizo para a justa decistio da causa, quando no puderem ser repe- tidos ou quando a repetigto for processualmente irrelevante ARTIGO 40° (eens) 1. 0 despacho em que o juiz reconhece © imp. ¢ imecomivel. 2. Do despacho do juiz que no reconhecer o impedli« ‘mento pode recorrer para o Tribunal imediatamente superior © Ministerio Publico, o arzuido, o assistente ¢ a parte civil 3. Se o recurso for oposto a juiz do Tribunal Supreme, € julgado pela Camara competente do mesino Tribunal, sem a ppresenca do juiz contra quem o impedimento foi deduzido. 4. 0 recurso tem efeito suspensivo, mas o jniz contra quem foi deduzido o impedimento pode praticar os actos processuais urgentes imento ARTIGO 41° (Feros postriores) Declarado ou reconhecido o impedimento, o juiz ampe= dido reniete imediatamente 0 processo a0 juiz que, nos termos da let em vigor, o substi ARTIGO 42° (Extensao doreime de impediments) 1 As disposigdes da presente seco s20 aplicaveis, com as necessitias adaptagdes, aos peritos, interpretes © fmncio- nis de justiga. 2. A declaragao de impedimento ou o requerimento para que seja declarado sao dirigidos a0 magistrado judicial com- patente perante quem corre 0 processo em que o incidente for levantado e so por cles apreciados € imediatamente decididos, sem sibmissio a formalismo especial 3. Se nao houver quem legalmente possa substituir 0 mpedido, 0 substituto € designado pelo juiz presidente do respectivo Tribunal SUBSBCGAO TL Sspeirao€ Recusa aRTIGO 43 (Eundamentos de suspegas) Constitui indamento de suspeigao de um juiz a existén- ia de motivo sério € grave susceptivel de pér em causa a stia imparcialidade, nomendamente, a intervengo em outros processos ou em fises ou actos do mesmo processo, fora dos ‘casos abrangidos pelo artigo 35° ARTIGO-H* (Lessimidade para deduce a susp) 1. Tém legitimidade para suspeitar do juiz ¢ para © recusar 0 Ministerio Publico, 0 arguido, o assistente ou a pante civil 2. Oz nto porte, sem prejuizo do disposto no tian 46°, declarar-se voluntaria ¢ oficiosamente suspcito 3. A suspeigio é deduzida por requerimento, acompa- shad da prova de que o requerente dispuser ARTIGO 4S* Processanento) 1. O requerimento a opor a suspeigio 56 € admissivel até ‘20 inicio do debate contraditério realizado na fase da instru ‘¢i0 contraditéria, até a0 inicio da audigncia de julgamento ‘em primeira instincia on até a0 inicio da conferéneia, em. fase derecurso 2. Se for oposta em momento posterior, a suspeigao 86 6, sem prejuizo do disposto no nero seguinte, admissivel ‘quando os factos alegados que a fundamentam tiverem sido praticados on conhecidos do requerente depois do inicio do debate contraditério ou da audigncia de julgamento. 3. Depois de praferido 0 despacho de prontineia ou de nto prontncia ou despachos equivalentes, ou de proferida a sentenga, a oposigio de suspeigao ao juiz, no € permitida, 4. 0 juiz a quem for oposta a suspeigio deve proferir despacho, no prazo de 8 dias, e nele dectarar se a reconhece ‘1 nao, 5. 0 despacho do juiz @ reconhecer a suspeicdo que the foi oposta nfo € passivel de recurso. 6. Aplica-se ao recurso do despacho do juiz. que mio reconhecer a suspeicdo que the foi oposta o disposto nos 12, 3 €4 do artigo 40.° com as nevessaias adaptages ARTIGO 46° (Fundamentas objectives de spe) 1. Se um juiz entender que se verifieam factos que pos- ‘san constituirfandamento de recusa, nos termos do artigo 43.° «¢ gerar desconfianga sobre a sua imparcialidade pode, por despacho, declaré-los e dé-los a conhecer, mandando noti- ficar 0 Ministerio Piblico, o arauido, o assistente © @ parte civil para, no prazo de 8 dias deduzirem, querendo, contra si ‘a correspondente suspeicao. 1 SERIE —N° 179 —DE 11 DE NOVEMBRO DE 2020 S451 2. Se a suspeigao for deduzida e oposta ao juiz com fin damento nos factos descrites no despacho a que se refere 6 niimero anterior, considera-se a suspeigio reconhecida € declarada, 3. Se a suspeigto nto for oposta no prazo estabelecido, nenhum incidente pode ser deduzido com fumdamento nos rmesmos factos pelos sujeitos processuais notificados para os efeitos deste atizo. ARTIGO 47° Wisposicoesaplicaveis Aplicacse as suspeigdes, com asnecessirias adaptagSes 0 disposto para os impedimentos nos artigos 41.° ¢ 42° CAPITULO IL © Ministério Pablico, os Orgios de Policia Criminal e oAssistente secckor 0 Ministero Pabtico ARTIGO 48° (Atribuicoes do Ministerio Pablico) 1, Compete ao Ministério Publica, enquanto autoridade Jjuiciéria, participar na descoberta da verdade e na realiza- 0 da justiga penal, determinando-se na sua actuagao por criterios de estrita objectividade e legalidade, 2. Compete em especial ao Ministério Piblico: 4) Promover 0 Frocesso Penal, recebendo denincias € ordenando a abertura da correspondente ins- trea, se for caso disso, bem come fiscalizar a legalidade de todos o¢ actos processuais; b) Ditigir erealizar a instrugao preparatéria; ) Exercer, nos termos das disposiges do presente Cédigo, 1 acgio penal, deduzindo a acusagao contra 0 arguido ¢ defendendo-a na instrugao contraditéria © no julgamento, ou abster-se de acusar, ordenando o arquivamento do processo, @ Interpor recursos em defesa da legalidade, ainda «que no interesse do arguido; ©) Promover a execugao das penias € das medidas de seguranga velando para que 08 respectivos pra- zo8 nao sejam exeedivios; A Exercer outras aribuigoes que the sejam conferidas pot lei. ARTIGO 49° (Promocao do Processo Penal, Lesiinldade do Ministerio Publi) ‘Sem prejuizo das limitages estabelecidas nos artigos 50.° © 51°, © Ministerio Publico adquire legitimidade para pro- mover o Processo Penal logo que tiver noticia do crime, por conhecimento oficioso, por demtineia ou através de auto de noticia levantado por entidade competente. ARTIGO $0° (Lepltinidade nos eres sem abies) 1. Quando o procedimento criminal depender de queixa, © Ministerio Pablico #6 © pode promaver depois de aquela ser efectuada pela pessoa com legitimidade para se queiar 2. Considera-se feita ao Ministério Publico a queixa enca- minhada @ uma entidade que esteja obrigada a transmitir-lhe. 3. A queixa pode ser feita pelo respectivo titular, por mandatério judicial ou por mandatério no judicial com poderes especiais. 4.0 disposto nos niimeros anteriores € também aplicével ‘quando 0 procedimento criminal depender da participasio de certas autoridades, ARTIGO 51° (Cegiimidade nos crimes particulars) 1, Quando o procedimento criminal depender de acusagao do ofendido on de ontra pessoa, é necessario que o ofendido ‘ou essa pessoa se queixe, se constitua assistente e deduza acusagao particular 2. A queisa nao tem scgnimento, se a pessoa que a fez nijo declarar que se quer constitu assistente, nfo sendo © processo instruido enquanto nio requerer a respectiva cons- tinsigao ¢ como tal nio for eonstituida, 3. O Ministerio Piblico procede as diligéncias neces- sirias & descoberta da verdade e a instrugio do processo, podendo deduzir acusagao, participar nas fases seguintes, ‘em todos os actos processuais em que intervier oassistente ¢ revorrer das decisves judiciais 4. E aplicdvel a queixa a que se refere este artigo o pre- ceituado n° 3 do artigo anterior ARTIGO 52° (Lepiimidade no eancurs de intraccoex peas) 1, Favendo concurso de infracgdes, o Ministerio Publico promove 0 processo por aquelas infracedes para que tiver legitimidade, caso 0 procedimento criminal pela inraccio ‘mais grave nao dependa de queisa ou de acusagto particular, procedendo, de igual modo, se as infracges forem de igual sravidade 2. Sea infiaccao pela qual o Ministério Pablico tiver legitimidade for de menor aravidade, os titalares do direito de queixa ou de acusagao particular so notificados para declararem, no prazo de 5 dias, se querem ou nfo usar de tal direito 3. Se os titulares do dircito de queixa ou de acusagao paiticular nada declararem ou declararem que niio desejam ‘apresentar queixa, 0 Ministerio Piblico promove 0 pro- ‘cesso pelas infraceGes para cujo procediimento eriminal tiver lewitimidade. 4. Scos titulares do direito de queixa declararem que pre- tendem apresenté-ta, considera-se esta apresentada, devendo ‘© Ministério Publico proceder de acordo com 0 disposto no smimero anterior 5. © Ministerio Publico procede do mesmo modo ‘quando, sendo o crime particular, o titular da acusagio niio declarar nia queixa que se quer constituir assstente © nii0 requeter a respectiva constituigo, no prazo de 5 dias. 6. O presente artigo € aplicavel aos casos em que 0 procedimento criminal depender da participagao de certas antoridades. DIARIO DA REPUBLICA ARTIGO $3 (Desisténcia da queixa ou da aeusaeo particular) 1. Nos processos em que a lesitimidade do Ministerio Piiblico depender de queixa ou de acusagio particular do ofendido ou de cutra pessoa, nos termos dos artigos 50.° © 515, a intervengao do Ministerio Publico termina com 1 homologagio da desisténcia da queixa on da acusagio particular: 2. A homologagiio da desisténcia compete @ autoridade Justicia que dirigir a fase do processo em que ela oconter: 3. Antes de a homologar, deve a autoridade judicidria competent a que se refere © mimero anterior notificar © ‘mattido para, no prazo de 5 dias, declarar se ela se opse, entendendo-se como nao oposigao a falta de declaragi 4, Se 0 arguido nao for pessoalmente netificado por ser desconhecide o seu paradciro, énotificade por editais. ARTIGO 4° anpedimentos epee) 1. Aplican adaptagdes, a8 disposigdes estabelecidas para os juizes nos artigos 35.° a 47°, sem prejuizo do disposto nos nimeros seguintes 2A declaragio oficiosa de impedimento ou 0 reque= rimento para que 0 magistrado do Ministério Piblico seja declarado impedido, tal como o requerimento a recuséelo, gidos 20 respectivo superior hierérquico, que decide a titulo definitivo e sem obediéncia a frmalismo especial 3. Quando o magistrado do Ministerio Pablico for o Procurador Geral da Republica, compete 4 Cimara com- petente do Tribunal Supremo apreciar a declaragéo ou os rrequerimentos, 4. A entidade competente para decidir, nos termos dos ‘mimeros anteriores, desiana o substituto do magistrado impedido. ss¢ a0 Ministerio Piblico, com as necessérias slo SECCROm os de Pica Cranial ARTIGO 38° (Gres de Potieta Criminal 1, Compete aos Orgios de Policia Criminal assistir ¢ coadjuvar 0 Ministério Publico no exercicio das fungSes, que desempenham na realizagao dos fins do processo € na Adininistragaio da Justiga Penal, procedendo, nomeada- mente, a investigagdo das infraceoes penais ¢ a instrugao dos processos. 2. Compete, em especial, aos Orgtos de Policia Criminal 4a) Proceder aos interrogatéries do arguido em liber- dade ¢ aos interrogatorios subsequentes do arguido preso, nos termos do presente Cédigo: b) Ordenar revistas e buscas, nos termos do presente Codigo; ©) Acompanhar as buscas autorizadas pela autoridade Judiciaria competente: Ordenar a apreensao de objectos relacionados com a infiacgao penal cometida, nos termos do pre~ sente Codigo: 2) Ordenar a detengao fora do flagrante delito, nos termos don: 3 do artigo 254. 3. Os actos a que se referem as alineas b), d) € ©) do mere anterior devem ser comunicados a0 Ministério Piblico, no prazo maximo de 24 horas. 4. Os Orwios de Policia Criminal actuam no processo sob direcgdo do Ministerio Piblico, sem prejuize da sua ‘autonomia técnica e operacional ARTIGO 56° (Graios de Policia Criminal de compe 1. Sao Orgaos de Policia Criminal de competéncia gené- rica 08 servigos competentes de investigagio criminal ¢ a Policia Nacional 2. Siio Orgios de Policia Criminal de competéncia espe- cifica, aqueles a quem a lei tenha conferido ou venha a confer tal estatuto, cin genic e especies) aKTIGO 5 (teas epee de Policia Cina) 1. 0s Orgtos de Policia Criminal utlizam as medidas de Policia para cumprimento das tarefas a si acometidas por lei definidas pela autoridade judiciiri, podendo impor res- tigi ou recorrer a meios coercivos quando tal se mostre adequado e necessario, dentro dos limites legais. 2. Sem prejuizo do disposto no mimero anterior, podem cs Oratos de Policia Criminal proceder a vigilinein de pes- ‘soas, edificios € estabelecimentos, destinada a prevenir ou combate a pratia de erie. secgAo mt ‘Asses ARTIGO s8* (ogao de wsistente) 1. Os assistentes s0, no Provesso Penal, auxiliares do Ministerio Piblico, 2. Os assistentes subordinam, sem prejuizo das excep- ‘g0es estabelecidas por lei, a sua actuagao no processo actividade do Ministério Piblico. ARTIGO 59° (Quem pode consttar-se assstente no processo) 1. Podem constituirse assistentes no proceso: ‘) Os ofendidios, eonsiderados como tais os titulares dos interesses especialmente protegidos pela norma ineriminadora, b) As pessons de cuja queixa ou acusagao particular ddepender o procedimento criminal; ©) © eénjuge sobrevivo do ofendido falecido sem ter renunciado a0 direito de queixa ou a pessoa ie com ele vivia em situagio andloga a dos cénjiuges, assim como os seus descendentes ¢ adoptados, ascendentes ou adoptantes © os inmiios e seus descendentes, se no tiverem ipado no erime, 1 SERIE —N° 179 —DE 11 DE NOVEMBRO DE 2020 5453, 0 reptesentante legal de ofendido menor de 16 anos nia sua falta, as pessoas entameracdas na alinea anterior, segundo a ordem nela estabelecida € com as necessérias adaptagées, que nto tenham patticipado no crime; ©) Qualquer pessoa nos crimes contra a paz € a ‘humanidade, nos crimes ambientais ¢ contra atriménio publice: A As pessoas a quem outra lei aribuir esse dreito 2. Se mais de uma das pessoas, de entre as mencionadas nas alineas c) e d) do mimero anterior, requerer a constitui- ¢0 de assistente, aprioridade deve ser concedida aquela que primeiramente a iver requerido. ARTIGO 60 (Consttieso de assstent. Procedimento) 1. A constittigao de assistente pode ser requerida a0 inagistrado do Ministério Pablico, na fase de instrugio prepa- ratéria, ou ao juiz, nas restantes fases do processo, até S dias antes da audiéncia do julaamento. 2. Junto o duplicado da guia de depésito da taxa de jus- tiga devida, 0 juiz decide, definitivamente, por despacho, admitindo ou nao o requerente como assistente, mandando logo notificar da decisio o Ministério Puiblico e o arauido, 3. Na fase de instrugio preparatoria, a constituigio de assistente ¢ os incidentes a que der lugar podem correr em, procedimento separado, com jungao dos elementos necessé- rios @ decisto, 4. $6 depois de o requerente ser admitido como assis tente, ¢ junto © duplicado da guia de depésito da taxa de justiga devida, pode em tal qualidade intervir no processo, ue tem de aceitar no estado em que o encontrar ARTIGO 61 (epresentagio jutcinia do asistente) 1. Os assistentes so obrigatoriamiente representados no processo por advozado, podendo fazer-se acompanhar por ele nas diligéncias em que tenham de intervi. 2. No caso de haver varios assistentes, todos sto repre- sentados pelo mestno advogado ¢, nfo havendo acordo quanto a escolha, decide 0 magistrado competente, nos ter 3. O disposto no mimero anterior niio se aplica no caso de haver incompatibilidade de interesses. 4, Nao se aplica, do mesmo modo, quando ao arguido forem imputados varios crimes, caso em que a pessoa, ot amupo de pessoas, a quer a lei permitir a constituigso de assistente por cada um dos crimes cometides pode consti- tuir advogado. 5, Nenhum assistente pode ser representado por mais de um advogado, ARTIGO «2 (Atrboes do asistente) Alem de colaborar em geral com 0 Ministério Puiblico ¢ © ausiliar na sua actuagao processual, compete em especial a0 assistente: a) Intervir na instrugio preparatéria, oferecendo provas e requerendo as dligéncias que entender ) Deduzir acusagao independente da acusagao do Ministerio Piblico, co) Requerer a abertura de instrucao contraditeria € intervir nas respectivas dligéncias; 4) Patticipar na fase do julgamento e interpor recur- sos das decisées do juiz com as quais mio se conformar, mesmo desacomparhhado do Minis- tétio Publico. caPiTULO II Arguido e Defensor SECCAOI ‘Argaido ARTIGO 83° (Aauisisao da qualidade processual de arid) 1. Assume a qualidade de arguido mum Processo Penal todo aquele sobre quem recai forte suspeita de que tenha praticado um erime suficientemente comprovado. 2. Assume imediata eautomaticamente a posigao proces- sttal de araiido a pessoa contra quem foi deduzidta ncusagio ‘ou requerida instrugao contraditsria, 3. Assume igualmente a posicio de arguido quem, como tal, for constituido nos termos dos artigos 644° ¢ 65.° 4.4 qualidade de arguido mantém-se durante todo © decurso do processo 5. B correspondentemente aplicavel o disposto no n° 4 do artigo sesminte, com as devidas adaptagies ARTIGO 64” (Constituisio de wrauido) 1. obrigatoria« eonstituigio de arsuido: 4) Logo que, em instrugao preparatori, aberta contra pessoa deteminada, esta prestar declaragocs perante 0 masistrado do Ministerio Piblico ou Orwiio de Policia Criminal; ) Quando tenha de ser splicada a alguém uma medida de coacgdo ou de garantia patrimonial: 0) Bam caso de detengio de qualquer pessoa, nos ter ‘mos dos artigos 250.°e seguintes; @) Sempre que, sendo levantado auto de noticia em que se considere como agente dem crime deter- ‘minada pessoa, o auto Ihe tiver sido comunicado a noticia nfo for manifestamente infimdada, 2. A constintig#o de argnido, nos termos do presente ‘antigo, 96 se considera reaizada com: @) A conmanicagao, oral ot esctita, feita pelo magis Irado do Ministério Piblico on Orato de Policia Criminal, conform 0 caso, 4 pessoa visada em qualquer uma das situagoes previstas no ntimero anterior, de que, a partir daquele momento, passa ‘ter no proceso a posigdo de arguido; e, ) A indicagao dos direitos ¢ deveres que competem 1 essa pessoa, nos termos dos artigos 67° € 68° 5484 DIARIO DA REPUBLICA 43. A entidade que proceder a commnicagao indicagso a que se referem o mimero anterior deve entregar ao arguido hota eserita em que se procede a identificago do proceso € do defensor que Ihe tenha sido nomeado e em que ee refiram, 1 factos ou o crime que Ihe so imputados. 4. As declaragdes prestadas no processo por qualquer pessoa, antes de ter sido constituida como arauido, nao podem ser utilizadas como meio de prova contra ela ARTIGO 68° (Coustitigao de arguideofciramente¢requertmente de suspeito) 1, Se, em qualquer acto de inquirigao ou de declaragoes| de pessoa que no ¢ arguido, sugir fundada suspeita de que cla cometeu um crime, a entidade que preside ao acto deve suspendé-lo de imediato ¢ proceder @ comunicagao e a indi cago a que se referem as alineas a) eb) do n° 2 do artigo anterior: 2. A pessoa que se der conta de que € objecto de suspeita de ter cometido um crime ¢ de que estio a ser efectuadas diligéncias destinadas a imputar-lho tem o direito de reque~ rer € exigir a sua constituigao como arguido € de, nessa posigdo processual, passar aser ouvida 3. No caso referido no mimero anterior, 0 requetente considera-se conslituido arguido desde a data do despacho a deferir o requerimento ou daquela em que for ouvide como arguido. 4. comespondentemente aplicavel 0 disposto mos n. 4 do artigo 64° ARTIGO 65° ireitosedeveres processuas do ara Ao arstido é, em eral, garantido, desde que adquire tal posigao, o exercicio, nos termos da lei, dos direitos atribui- dos e dos deveres impostos pela Lei Resiladora do Processo Penal ARTIGO 67° @ireitos do arguio em espe) 1. Si, entre outros, direitos processuais do anzuido a) Estar presente nos actos processuais que directa- mente the disserem respeito, b) Ser ouvido pelo magistrado competente quando ste tenha de tomar decisées que pessoatmente © possam afectar, ©) Ser informado, pelas autoridades judiciérias ou pelo Orso de Policia Criminal perante quem seja obrigado a comparecer, dos direitos que a lei the concede, @) Nao responder as perguntas que the forem feitas quer sobre os factos que the forem imputados quer sobre © conteido das declaragées que acerca deles presta; ©) Bscolher defensor ou pedir a0 magistrado compe- tente que tho nomeie; {A Ser assistido pelo sex defensor em todos os actos processuais em que participar e, se estiver detido, 0 de comuicar-se em privado com ele; 2) Intervir nas fases de instrugio preparatoria ¢ con- traditria, oferecendo provas ¢ requerendo as diligéncias que reputar necessarias; Fh) Impuznar, mediante reclamagao ou recurso, nos termos da lei, as decisdes que the forem desfa- 2. A comunicagao do arauido, em privado, com 0 set defensor, aque se refere a alinea) do niimero antericr, pode fazer-se, quando razoes de seguranga o determinate, vista de um encaregado de vigilincia, mas de tal forma que este nto possa ouviclos. ARTIGO 68° Deveres processus do arguide em expect) ‘io, entre outros, deveres processus do arguido: a) Coniparece petatte 0 juiz, 0 Ministerio Publica ou os Oratios de Policia Criminal quando, para tanto, iver sido eonvocado, nos termos lezais, ) Responder com verdade as perguntas sobre a sta identidade e sobre os seus antecedentes erimi- ©) Submeter-se as diligéncias de prova e as medidas de coacgao © garantia patrimonialordenadas pela entidade competente, nos termos da le: @ Nio perturbar a instrugéo e 6 normal desenvolvi- ‘mento do processo, SECGAO TT Defensor ARTIGO 69° (Defensor constitida om nomeado) 1. © arguido pode constitnir advogado em qualquer altura do processo. 2. Se © anguido constituir mais de wn advogado para © defender, as nolificagdes sao feitas aquele que, em primeiro lugar, tiver sido indicado no acto de canstituica0, 3. Quando, nos casos em que a lei determinar que a assis- téncia do arguido por advogado ¢ obrigatoria, cle nao tiver advogado constituido e, no acto, no o constitu ou ainda se, tendo advogado constinaido, este nto puder ser convo- (vdades sande) 1. As mullidades nao referidas no artigo anterior sao ‘arguiveis, por iniciativa dos interessados e regulam-se pelas disposigoes do presente artigo e do artigo seguinte, 2. Alem das prescritas em outras disposigdes legais, cans- tituem nulidades dependentes da arguigfo dos interessados. a) O cmmptego de uma forma de processo, quando a lei ordenar o emprego de cutra, salvo quando se tratar da prevista na alinea f) do artigo anterior, ) A auséncia, por falta de notificagao, do assistente e da parte civil, quando a presenga deles for obrigatoria, c) A falta de nomeacao de intérprete, quando 2 lei a user 3. Asmulidades a que se refere o miumero anterior, tém de ser arguidas: a) Se o interessado estiver presente na realizacio do acto feridlo de nulidade, antes que ele termine; ) Quando se tratar da mulidade estabelecida na alines >) domiimero anterior, no prazo de S dias a partir anotificagao do despacho que designar dia para audiéncia de julgamento, ©) Quando se tratar de nulidades cometidas nas fase de instrugo contraditévia, até ser encerrado © debate a que se refere 0 artigo 341.° ot, nto tendo havido instrugio contraditeria, no prazo de 5 dias a partir da notificagio do despacho que tiver declarado encerrada a instrugao preparaté- ria; @ No inicio da audienci especial nas formas de process |ARTIGO 142° (Gancao das mulidades) 1. As milidades a que se refere o artigo anterior ficam sanadas com © decurso des prazos referidos no n° 3 do ‘mesmo artigo ou sempre que, antes de eles decorrerem, 08 interessados expressamente: 4@) Renuuneiatem a0 direito de as arguir, ) Aceitarem os efeitos do acto anulavel 1 SERIE —N° 179 —DE 11 DE NOVEMBRO DE 2020 467 2. As mulidades ficam igualmente sanadas no caso de 0 teressado ter taco proveito da faculdade que 0 acto anu livel tinha por fim garanti 3. A nuilidade da alinea ¢) don® 2do artigo anterior eon= sidcra-se sanada quando, depois de nomeado interprete, a Pessoa ouvida nos autos declarar, por seu intermédio, que ratifiea 0 processado. 4, As nulidades resultantes de falta ou vicio de notifi- cago ou de convoeagao para um acto processual ficam sanadas se o interessado comparecer ao acto ow rentmciar, sendo caso disso, a direito de comparecer. 5. Nocaso do mimero anterior a sanaglo no se verifica se 0 interessado comparecer exelusivamente para araui a nulidade. ARTIGO 143° (@feltos da dectaracaio de nulidade) 1, Asntidades, depois de dectaradas, tornam nul acto em que se verificarem, assim como os actos consequentes por elas afectados 2. A decisio que declarar a nulidade de um acto proces- sual deve especificar os que, nos termes da tiltima parte do rmimero anterior, considerar igualmente nulos, erdenando, sempre que isso seja possivel e necessirio, a sua repetigao. 3. As despesas com a repetigao dos actos nuulos sto suportadas pelo arguido, assistente on parte civil que tiver causado a nulidade, 4.0 jiuiz deve, na decisio a que se refere o n° 2, apro- veitar todos o8 actos que puderem ser subtraidos a0 efeito da nulidade, 5. 0 juiz pode julgar suprida qualquer nulidade, conside- rando-a irrelevante, sempre que estimar que o acto, apesar de nulo, nao impede 0 apuramento da verdade nem a justa decistio da causa penal ARTIGO LL" (ovegularidades) 1. As iregularidades s6 detetminam a invalidade do acto fa que se referem ea dos actos subsequentes por elas afec~ tados quando forem arguidas pelos interessados no proprio acto, se a ele asistirem, ou, nao estando presentes, no prazo de 5 dias a partir daquele em que tiverem sido notificados para qualquer termo do processo ou ern que intervierem em, acto nele praticado, 2. Aplica-se comespondentemente o disposto no 1.° 5 do artigo anterior TITULO IV Prova CAPITULOT Disposices Gerais ARTIGO 145° (Fie objeto da prova) 1A verificagio da verdade dos factos que findamentam a responsabilidade penal do arguido faz-se através da prova, 2. Constituem objecto da actividade probatoria os factos juridicamente relevantes para: 4) Avetiguar da existéncia ou no de uma inffacga0 penal © da punibilidade ow nao do respective agente, b) Determinar 2 pena ou medida de seguranga que lhe sejam aplicaveis ©) Declarar, havendo lugar a ela, a responsabilidade civil do arguido conexo com a sts resp onsabi dade criminal ARTIGO 146° (Principio da Wherdade eeeaidade da prow) 1, Hm Processo Penal, a prova ¢ feita por qualquer meio no proibido por le 2. Siio proibidos os meios de prova obtidos mediante ‘ofensa a intearidade fisica ou moral das pessoas. 3. Comsidera-se que ofendem a intearidade fisica ou moral das pessoas, as provas obtidas, ainda que com o sen Cconsentimento, através, nomeadamente, ce 4) Tortnra, coacra0 fisica ou moral, ofensas corpo sais, maus-tratos, hipnose, produgio de estados crepusculares ¢ administragio ot tilizagiio de meios, de qualquer natureza, susceptiveis de retirar, reduzir ou perturbar a liberdade ¢ @ capacidade de meméria, vontade, avaliagao ot decisao, ) Uso de detectores de mentiras ou de meios enga- nnosos ou cruéis, ©) Utilizagio da forga, fora dos casos € dos lesais; @ Ameagas com medidas ou promessas de vantagens legalmente inadmissiveis. 4. As provas obtidas nos termos dos m2 ¢ 3 sto nulas. 5. 0 disposto no nitimero anterior € aplicavel as provas ‘btidas com intromissao na vida privada, no domicilio, na comespondéncia e nas telecommicagdes, salvo se houver

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