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a Mai Mow SERGIO R. ANTUNES LUSTRADO COD. V 303 J TEORIA BASICA CONCEITOS INTRODUTORIOS _— = ELETRICIDADE E ELETRONICA IDEAL PARA ELITE TREINAMENTO E ASSESSORIA TECNICA CAIXA POSTAL 13.073 - CEP: 02398-970 SAO PAULO, SPTEL/FAX (11) 202.0344 NATUREZA DA ELETRICIDADE: DO ATOMO AO ELETROMAGNETISMO V 303 AUTOR SERGIO ROBERTO ANTUNES PRODUCAO ELITE MULTIMIDIA COPY RIGHT 2001/2002 ‘TODOS OS DIREITOS AUTORAIS ESTAO RESERVADOS. E PROIBIDA A REPRODUCAO TOTAL OU PARCIAL DESTA OBRA, SEM AUTORIZACAO POR ESCRITO DO AUTOR. A VIOLACAO DOS DIREITOS AUTORAIS E PUNIVEL COMO CRIME (ARTIGO 184 DO CODIGO PENAL - LEI N® 6895 DE 17/12/1980). ALEM DE SER CRIME, A REPRODUCAO SEM AUTORIZACAO PREJUDICA O AUTOR, DESVALORIZANDO OS PROFISSIONAIS E INIBINDO O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS TRABALHOS. A MATERIA - CORPO SIMPLES E COMPOSTO Todos os materiais, sejam eles metais, pedras, madeiras, etc., s40 constituidos de particulas muito pequenas atomos, ‘Ao agrupamento de atomos que define a qualidade do material, dé-se 0 nome de moléculas. Os materiais cujas moléculas 40 formadas de dtomos iguais chamam-se elementos. Exemplos: cobre, ferro, zinco, etc. ‘os materiais cujas moléculas so constituidas de atomos diferentes chamam-se ‘composto. Exemplos: agua, cloreto de sédio (sal de cozinha), Acido nitrico, etc. Existem certos corpos cuja moléculas - so formadas por um $6 atomo. © ATOMO - ION NEGATIVO E iON POSITIVO \Vejamos agora como constituido 0 tomo no interior de um material qualquer. Na figura 1 a - b nota-se uma regio central chamada nucleo, em tomo do qual giram varias particulas denominadas elétrons. Em condigdes normais existem forgas elétricas positivas e negativas representadas, respectivamente, e pelo niicleo e pelos elétrons. Quem caracteriza a fonte a forga positiva (carga) do niicleo so 0s prétons, a0 passo que caracteriza a forga negativa (carga) sao os elétrons, Essas forgas, no estado natural, so iguais, e em conseqiiéncia, o étomo se apresenta ‘com uma carga elétrica neutra. Entretanto, por uma agdo fisica ou quimica, € possivel romper o estado neutro de um ‘tomo, colocando ou retirando um ou mais elétrons. Quando se retira elétrons de um atomo, ele fica carregado positivamente porque prevalecem os protons; nesse caso o atomo recebe 0 nome de [ON POSITIVO. Se, ao contrario 0 atomo receber um ou mais elétrons, sua carga ‘ele receberd o nome de [ON NEGATIVO. MATERIAIS CONDUTORES E ISOLANTES 05 elétrons contidos em todos os materiais so iguais, porém, em certos materiais eles esto mais firmemente ligados ao conjunto de étomos do que em outros. ‘Os materiais cujos elétrons estdo rigidamente ligados ao conjunto do atomo sao chamados isolantes, e diz-se que eles possuem poucos elétrons livres. Exemplos: porcelanas, mica, vidro, plastico, etc. (Os materiais cujos elétrons estéo menos - presos ao conjunto do atomo sao ‘chamados condutores e diz-se que possuem elétrons livre. Exemplos: cobre, prata, aluminio, ferro, etc. 002 FORGA DE ATRAGAO. Quando dois atomos, sendo eles um fon positivo e um lon negativo, s4o postos em vizinhanga, é natural a tendéncia do ion positive atrair os elétrons em excesso do fon negativo Havendo um meio possivel, tais elétrons se deslocardo para o ion positive, e quando isto acontece ambos os étomos, antes ionizados, voltam a0 seu estado neutro. Percebe-se ent&o, que existe uma forga de atraco do fon positive sobre o fon negativo. ‘Suponhamos agora que possuimos duas placas metdlicas (figura 2) das quais a placa A possui inimeros fons negativos e aplaca B igual quantidade de ions positives. Seguindo o raciocinio exposto acima, nota-se que entre as duas placas existe uma grande forga de tragéo. ‘Aeessa forga denominamos diferenca de potencial ou tensao elétrica Figura 2 diferenga de potencial ou tensdo elétrica entre as placas Ae B. Vamos a seguir, interligar duas placas por meio de um fio de cobre que é bom condutor de eletricidade (figura 3), quando essas ligagdo ¢ feita, muitos elétrons livres do fio de cobre sio atraidos para a placa B, dando lugar a novos elétrons que sero respostos pela placa A. A esses movimento de elétrons dé-se 0 nome de corrente elétrica. igura 3. Demonstrago de corrente elétrica Quando todos os atomos das placas A e B - tornaram-se neutros, desapareceré a tensdo elétrica, consequentemente, a corrente também cessara. Observa-se, portanto, que para haver corrente elétrica por um condutor é preciso que exista uma diferenga de potencial nas suas extremidades. Essa diferenga de potencial ou voltagem 6 forecida pelos geradores de eletrcidade tais como, pilhas, baterias, dinamos, etc. RESISTIVIDADE DAS SUBSTANCIAS A posig&o maior ou menor que cada material oferece @ passagem da corrente elétrica pode ser determinada por meio de uma grandeza chamada resistividade. A resistividade € uma ‘caracteristica natural de cada material oferece a passagem da corrente elétrica. Quanto maior a resistividade de um material, pior condutor é esse material. (© cobre possui baixa resistividade, por isso, 6 muito empregado como condutor de eletricidade. (© niquelcromo possui resistividade relativamente alta, sendo este material muito ‘empregado na fabricagao de resisténcias elétricas para chuveiros, fogdes elétricos, estufas, ferros elétricas, ete. 003 © <2 eTRON SLETRON He i ; ‘© oo © @—-rroron Protos 8S (a) FIG. 1 (b) Atomo de hidrogénio Atomo de carbono (0 mais simples) Placa A Placa B ra ere to +e Se & eee toe +++ Se e & tee +++ == +e +-- +++ Fig. 2 - Diferenca de potencial ou tensao eletrica entre as placas Ae 8. Placa A Placa B teo Flo . pit TITEL convene etéertea JT >) ttt pit Lil Q@-e-o-Oo-o- fi; ae tee ttt tit Fig. 3 - Demonstragao de corrente elétrica GRANDEZA | Mee | Apneviacko | REPRESENTAGAO TENSKO VOLT Vv E CORRENTE ‘AMPERE a T [RESISTENCTA HN 23 E FIG. & 004 RESISTORES - RESISTENCIA - CONDUTANCIA Resistor 6 0 nome do componente (pega) cuja principal finalidade é a de oferecer uma certa Resisténcia a passagem da corrente elétrica, limitando-a ou controlando-a. Tomemos como exemplo 0 chamado resistor de fio. Esse resistor 6 confeccionado ‘com fio de niquel cromo de alta resistividade , porém, o valor de resisténcia que ele terd semente podera ser determinado depois que considerarmos também o comprimento e a Grossura do fio de que feito. Quanto mais comprido for o fio, maior serd a resisténcia, e ‘quanto mais grosso for 0 fio menor seré a resisténcia, Diante disso, concluimos o seguinte: a resisténcia que o resistor de um fio oferece & passagem da corrente elétrica depende: A. da resistividade do material do fio é que feito. 'B, do comprimento do fio (maior comprimento, maior resisténcia, , da grossura do fio (maior grossura, menor resisténcia). ‘Condutancia é grandeza inversa da resisténcia. Quanto menor a resisténcia de um condutor, maior é a sua condutancia. A unidade de medida de condutancia é 0 MHO. UNIDADE DE MEDIDA A Tenséo, a corente e a resisténcia séo as principais grandezas elétricas. Cada uma delas possui sua unidade de medida, como se vé na tabela da figura 4. Nessa tabela séo mostrados também as abreviagdes e representagdes nos calculos dessas grandezas. CIRCUITO ELETRICO FUNDAMENTAL No circuito da figura 5, a bateria fornece uma diferenga de potencial em seus terminais. No instante em que o interruptor for acionado, fechando 0 circuito, circularé uma corrente muitissimo intensa porque o fio condutor possui resisténcia muito baixa. Esse tipo de ligagdo, onde praticamente ndo existe resisténcia, denomina-se ourto circuito. No caso considerado, 0 curto circuito é indesejével porque resulta num rdpido esgotamento da bateria. A corrente elétrica fomecida por um gerador qualquer deve se aproveitada para reproduzir, um determinado trabalho, como por exemplo, acender uma \ampada. Observe o circuito simples da figura 6 A e B, no qual temos uma bateria alimentado uma lmpada, sendo mostrada, inclusive a representagao esquematica do circuito. 005 Fig. 5 (© filamento da lampada 6 feito de um material (tungsténio) que se toma incandescente quando percorrido pela corrente elétrica. A colocagao da lampada no circuito ja do permite que os terminais da bateria fiquem em curto, portanto, ai, temos um oirouito elétrico endo um curto circuito. Vejamos 0 circuito da figura 7, onde a lémpada foi substitulda por um resistor variavel ‘Se 0 cursor (terminal mével) por um resistor variével. For colocado mais para direita, a resisténcia do circuito sera aumentada; nesse caso, a corrente do circuito diminuiré. Se 0 cursor for colocado mais para a esquerda, a resisténcia do circuito di corrente aumentara. Esses variagbes da corrente sero acusadas pelo medidor. wird ea vamos manter 0 cursor do resistor variavel num ponto fixo (resisténcia fixa) @ substituir a bateria por outra de maiores e menores tens6es. Eis que 0 medidor acusara: com uma bateria de maior tenso a corrente do circuito aumenta, com uma bateria de menor tensdo a corrente do circuito diminui. Dai concluimos que aumentado a tensdo ou diminuindo-se a resisténcia num circuito, a corrente aumenta, diminuindo a tens&o ou aumentando-se a resisténcia, a corrente diminui. ALE! DE OHM [ese] Alei de OHM de expressa através do seguinte enunciado: A corrente_el 6 diretamente tens fae mente ‘proporcional a resisténcia do Circuito, matematicamente temios: Corrente é igual a tensdo dividida pela resisténcia, Por exemplo: Deseja-se determinar 0 valor da corrente que circula no circuito da figura 8. Pela formula exposta acima concluimos que conhecendo-se duas grandezas pode-se ‘sempre determinar a outra desconhecida, Assim, por exemplo, 0 valor da tensdo € determinado pela formula, \Vejamos por exemplo: no circuito da figura 9, a corrente é de 3 A ¢ a resistencia é de 20 Ohms. Qual 6 0 valor da tenséo aplicada ao circuit ? ‘Solugao E=1xR=320=60V Resposta: A tensdo aplicada ao circuito é de 60 V. Para determinar se a resisténcia de uma circuito aplica-se a seguinte formula: Por exemplo: deseja-se qual é o valor da resisténcia no circuito da figura 10, onde a tensdo aplicada é de 100 Ve a corrente é de 4 A. Solugao. R=E=100=25 Resposta: A resisténcia do circuito é de 25 Ohms. 006 LAMPADA 47 t'| BATERIA () Fis. 6 cursor nedidor de She _Srorrente Fig. 7 ¥ ~] Solugao: = e=s0v { Rab52 90 5 o£ Beas A corrente é de 2 A. Soluga E=lxR=3 x 20=60Vv Resp.: A tensio aplicade ao circuito €de 60 Vv. = 100 _ > Tr 7 a = 252 Resp.: A resisténcia do circuito ¢ de 25 Da a Seaaw xfer Fig. 10 007 LIGAGOES EM SERIE E EM PARALELO Circuito Série: A figura 11 mostra um circuito com dois resistores ligados em série © aos terminais, (© valor Rt (resisténcia total) deste circuito @ igual a soma dos valores dos dois resistores, portanto, € determinado de modo bem simples, assim. RUER1+R2=10+20=30 Entéo, 30 ohms é valor da resisténcia e equivalente aos dois resistores da figura “. © valor da corrente neste circuito € determinado pela lei de ohm, como j sabemoS, dividindo-se a tensdo apiicada, pela resistencia E=60= 2A R 30 Portanto, pelo circuito da figura 11 circula uma corrente de 2 A. observe que, como se trata de um circuito série, a corrente sO corrente sé tem um caminho para circular, 0 que significa que sua intensidade sera sempre a mesma em qualquer ponto do circuit Por outro lado, a tensdo E da bateria, aplicada ao circuito, distribui-se sobre os dois resistores, constituindo as quedas de tensées E 1 e E 2. Essas quedas de tensdes sao facilmente determinadas pela lei de ohm, assim: 1x1=10x2=20V E2=R2X1=20X2=40V Somando essas duas quedas de tensdes, temos: 20 V + 40 V = 60 V, que é exatamente o valor da tens3o E aplicada ao circuito, pela bateria, CARACTERISTICAS DOS CIRCUITO SERIE A. Acorrente 6 a mesma em qualquer ponto do circuit. B. A tensdo E aplicada é igual 4 soma das quedas de tensdes parciais do circuito, C. A resisténcia total ou equivalente € igual @ soma das resisténcias que compéem 0 circuit. Circuito Paralelo: No circuito da figura 12 vemos dois resistores ligados em paralelo 0s terminais de uma bateria. Observe que 0s dois resistores estdo ligados aos terminais da bater tensdo é aplicada 6 a mesma sobre os dois resistores. portanto, a Entretanto, neste circuito, a corrente It se divide pelos ramais do circuito, pasando uma parte Rt e outra por R2 (© valor da corrente que circula através de cada resistor é inversamente proporcional ‘ao valor do resistor. Esse valor pode facilmente determinado pela lei de ohm. Vejamos. R110 2-200 i a rio.) 008 A corrente total It do circuito ser, por sua vez, igual 4 soma de It + 12, ou seja: Para se calcular a resisténcia total ou equivale do circuito da figura 12, emprega-se a seguinte formula ‘Sendo ohms a resisténcia do circuito, podemos agora determinar diretamente o valo da corrente total it do circuito. CARACTERISTICAS DO CIRCUITO PARALELO: ‘A. A tensao aplicada sobre as resisténcias é a mesma em todas elas. B. A corrente total It € igual & soma das correntes sobre as resisténcias sobre as resisténcias do circuito, C. A.resisténcia total Rt 6 sempre menor que a menor resisténcia do circuito. D. Se a resisténcia iguais estao ligados em paralelo, a Rt é igual ao valor de uma resisténcia dividido pela quantidade delas. EFEITOS TERMICOS DA CORRENTE ELETRICA Qualquer condutor, por methor que seja, em condigées ambientes normais, ele sempre apresentara alguma resisténcia a passagem da corrente elétrica. A corrente elétrica, sendo forgada a vencer uma certa resisténcia, evidentemente, produzira calor sobre resisténcia, diz-se entdo, que ent4o, que houve transformagao de energia elétrica em energia térmica. Esse efeito térmico da corrente elétrica ¢ utilizado no funcionamento do indmeros dispositivos destinados a gerar calor tals como ferro de soldar, chuveiros, aquecedores, estufas, etc. POTENCIA Um trabalho @ realizado sempre que uma forga aplicada a um corpo origina o movimento do mesmo. A tensio elétrica (voltagem) aplicada a um circuito, da origem a um movimento de elétrons e, entao, ha trabalho. O trabalho realizado pela corrente elétrica pode ser traduzido em varias formas, tais como valor, luz, movimento, etc. A “velocidade" na qual esse trabalha € realizado é realizado chama-se poténcia. A unidade de poténcia ¢ o watt, abreviado W. ‘A poténcia de qualquer dispositivo ou apareiho elétrico € decorrente de dois fatores: 1, Intensidade da corrente usada (ampére): 2. Diferenca de potencial da corrente usadas (volt) = | 2 aie ye R2 = 602 te Fig. 12 met 009 Analisemos o circuito da figura 13, onde temos uma bateria alimentando a uma carga R.A expresso cama refere-se aos elementos ou partes do circuito se aplica a energia formecida por uma determinada fonte, é, também onde se obtém o trabalho realizado pela energia elétrica. No circuito da figura 13, a fonte de energia é a bateria e a carga ¢ 0 resistor R. Pela lei de Ohm, a corrente do circuito sera: a queda de tensfo sobre o resistor R sera: E = | X R, que € a tensdo fomnecida pela bateria. A poténcia dissipada pelo resistor R sera igual ao produto da tenséo pela corrente do circuito. Designando a poténcia pela letra P, temos: P = E X |, cujo produto sera dado em Warr. Dissipacdo dos resistores: Considerando 0 efeito térmico da corrente elétrica, facilmente percebemos que os resistores so elementos propensos a produzir calor. Po isso, na aquisigo ou no emprego de qualquer resistor, além do seu valor de resisténcia em ohms, também precisamos considerar a sua capacidade de dissipagdo em watts. Se a poténcia ‘aplicada a um resistor for maior que a sua capacidade de dissipacdo, ele ficara superaquecido & ‘se queimard em pouco tempo. A poténcia que qualquer resistor ¢ capaz de dissipar depende de Certos fatores, dos quais 0 principais ¢ 0 seu tamanho. Quanto maior o resistor, maior 6 a poténcia que ele pode dissipar. Nos pequenos receptores potdveis, geralmente, empregam-se resistores que dissipam % de watt. Depois destes, encontramos resistores para % W, 1 W, 2 W, 3 W, 5 W, 10 W, que so normalmente empregados na técnica de radio ¢ televisdo. Os resistores para dissipagao de 5 W, 10 W, 25 W, 100 W, facilmente encontrados no mercado eletrénico, sdo feitos de fios resistivos (niquelcromo, etc.) especiais para esse fim. CORRENTE CONTINUA E CORRENTE ALTERNADA Iniciaimente, queremos que vocé saiba que existem dois tipos principais de corrente elétrica fomecida pelos meios habituais: a corrente continua (CC ou DC) € a corrente altemada (CA ou AC). A corrente continua circula sempre no mesmo sentido e sua intensidade pode se manter constante enquanto néo houver variac&o na resisténcia do circuito. A corrente altemada Circula altemadamente num e noutro sentido e a sua intensidade varia continuamente. Com excegao de alguma localidades, as companhias que exploram o servico piblico de distribuicao de energia elétrica ao consumidor, fazem na modalidade de corrente alternada. Os geradores quimicos de corrente elétrica fomecem energia elétrica sob a forma de corrente continua. 010 GERADORES QUIMICOS DE CORRENTE ELETRICA Os geradores quimicos de corrente elétrico so dispositivo nos quais ocorrem certas reagdes quimicas capazes de liberar uma determinada quantidade de energia elétrica. Pode-se dizer, por isso, que tais geradores transformam energia quimica em energia elétrica. Esses geradores dividem-se em duas categorias principais: 1) As pilhas: 2) © acumulador. Neste curso, 0 estudo do acumulador é dispensavel. APILHA ELETRICA A pilha elétrica é um gerador de corrente continua. N ela, a energia elétrica gerada é produto da reago quimica entre os elemento que a compdem. Existem varios tipo de pilhas, porém, aqui trataremos particularmente da chamada pilha seca Na pilha seca, um recipiente de zinco, geralmente de forma cilindrica, constitui eletrodos (polo negativo) (-); no centro existe um basto de carvao que constitui o polo positive (+). Entre esses dois pélos encontra-se 0 eletrolito pastoso (cloreto de aménio) 0 despolarizador (biéxido de manganés). A fung4o dos despolarizador é absorver o gas hidrogénio que se forma em tomo do eletrodo positivo. Se 0 despolarizador ndo fosse usado, a passagem de corrente pela pilha seria interrompida em poucos segundos, pois 0 gas hidrogénio ¢ isolante, Este pilha fomece quando nova, uma tensdo de 1, 5 V e a corrente maxima que se pode obter & proporcional ao seu tamanho, variando entre 10 € 150 mA. BATERIA Bateria 6 denominagao ao conjunto de pilhas ou acumuladores, ligados entre si, destinado a fornecer uma forca eletromotriz mais alta ou uma mais quantidade de energia do que uma s6 pilha ou acumulador forneceria Ligam-se as pilhas formando baterias. Ligacao das pilhas em_série: maiores do que as fomecidas por uma ur conforme ilustra a figura 18. Geralmente na pratica necessitamos de tensdes ica pila, Nesse caso ligamos varias pilhas em série, CObservagao: na ligag4o das pilhas em série a tensio de bateria ¢ igual a somas das tensées das pilhas que forma 0 conjunto porém a corrente maxima que se pode obter é a corrente fornecida por uma dnica pilha. Em outras palavradas na ligacdo de pilhas em série as tensées se somam e as correntes nao se somam. Ligacao das pilhas em paralelo: Desejando-se utilizar uma tensdo igual a tensdo dada por uma Unica pilha e uma corrente superior a corrente de uma pilha as mesmas deverao ser ligadas em paralelo. A figura 16 mostra como se faz esta ligago. Na ligagdo paralela a tenso da bateria sera igual a tenséo dada por uma dnica pilha, porém a corrente serd igual a soma das pilhas que forma a bateria Ligacdo das baterias em série - paralelo: As pilhas podem, ainda, ser associadas em série paralelo, quando forem requeridas tenses e correntes maiores que as fomecidas por uma 86 piiha, Essa ligagdo é feita associando-se em paralelo dois ou mais conjuntos séries de pilhas conforme mostra a figura 17 ou MULTIPLOS E SUBMULTIPLOS a tabela da figura 18 na pagina anterior mostra os miiltiplos e submiitiplos das unidades de tenso: corrente, resisténcia e poténcia. Os milltiplos e submitiplos representam respectivamente, valores maiores e menores que a unidade, CONVERSAO DAS UNIDADES EM SEUS MULTIPLOS E SUBMULTIPLOS Para se fazer a conversdo de um valor dado na unidade para um miitiplo mais préximo ou para um submiitipio mais préximo precisa-se observar que a virgula decimal deve ser deslocada de trés em trés casais decimais. Partindo-se da unidade para o miltiplo mais préximo desioca-se a virgula 3 casas para esquerda, ¢ vice-versa. Partindo da unidade para 0 submiltiplo mais préximo, a virgula desloca- se 3 casas para a direita i vice-versa. Por exemplo: deseja-se converter 220 Volts em KV. como todo nimero inteiro, 0 niimero 220 tem a virgula decimal depois do ditimo algarismo da direita, ou seja depois do zero, muito embora na prética essa virgula nao seja colocada por se tratar de um nimero inteio. Conforme foi visto, para convertemos 220 V em Kv, devemos deslocar a virgula decimal 3 casas para esquerda Entdo, 220 V = 0, 22 KV Desejando se converter kilo-volt em volt, desloca-se a virgula 3 casas para direita. Exemplo: 4, 5 KV = 4500 V. Para converter volt em milivolt, desloca-se a virgula trés casas para direita. Exemplo: 25 V = 25.000 mv. Para converter milivolt em volt desioca-se a virgula trés casas para a esquerda Exemplos: 500 mV = 0, 5V 10mv= | 01 V. 012 MOLTIPLOS | SUBMULTIPLOS | ABREVIA VALORES goes 2 miliampare mA A = 0,001 A z Tooo “ € > TA = microampére uA ToT = 0.000001 A > | auilovolt kv iv x 1000 = 1000 V 2 iii 1 7 milivolt av Tuto = 0,001 V = ; Ww nicrovolt uv Tooo0oo 7 0,000001 Vv < | megohm nn 12_x_ 1000000 = 10000002 2 | quito-ohm KQ 12 x 1000 = 10002 = ni 1a & mil iohm = lt a 2 lioh 2 To00 0,001 2 icro-ohm he, R micro-ohi ud Too0000 0,000001 = [quilowstt kW iW x 1000 = 1000 W 3 a TW 7 miliwace mw shy = 0-001 W 5 ; TW microwatt uW Too0000 ~ 0,000001 W 013 MAGNETISMO Dé-se o nome ao estudo dos fendmenos gerados pelos imas. IMA NATURAL Na Asia Menor, numa regido chamada Magnésia, era encontrado um minério de ferro chamado “magnetita’, cujas pedras possuiam propriedade de atrair objetos de ferro. Do nome dessa regido originou 0 nome magnetismo. CAMPO MAGNETICO Uma experiéncia bastante interessante mostra que colocando-se um ima natural sob um pedago de cartolina contendo limalha de ferro e agitando-se a cartolina, as limalhas se distribuem em tomo do ima, formando uma configurac4o mais ou menos irregular, conforme ilustra a figura 19. Como se percebe, as iimalhes se concentram com maior intensidade nas ‘extremidades do ima. As extremidades, denominadas polos do ima, so ligadas através de linhas de forga magnética. Essas linhas de forga, agora perfeitamente visiveis pela presenca das limalhas, no conjunto constituem 0 campo magnético do ima. ‘© niimero de linhas de forga por unidade de area chama-se densidade de fuxo. Um ima contém sempre dois polos. Tais polos possuem a polaridade NORTE e SUL. AAs linhas de forga saem do polo norte e entram no polo sul IMA ARTIFICIAL ‘Além dos imas naturais existem os imas produzidos artificialmente aos quais dé-se 0 nome de ims permanentes artficiais. Um exemplo tipico desses imas 6 aquele com formato de ferradura no qual os dois pélos encontram-se bem préximo um do outro a fim de aumentar a intensidade do campo magnético. O ferro & o material que se magnetiza mais facilmente, porém também se desmagnetiza com muita facilidade. Os agos utiizados na fabricagao de imas attificiais retém 0 magnetismo por muito tempo. Entretanto, atualmente existem certas ligas metélicas especiais que substituem com grandes vantagens 0s acos comuns. FERROMAGNETISMO Na natureza, nem todos os materials, s4o atraidos pelos ims. Na presenga de um ‘campo magnético, cada material se comporta de modo diferente em relagéo a0 outro material Surge, entéo, a necessidade de classificar-se em grupos todos os materiais, onforme 0 ‘comportamento especifico de cada um campo de magnético. 024 Materiais paramagnéticos: Quando colocados num campo magnético, no afetam as linhas de forga. Nessas classe encontram-se a grande a maioria dos materiais. Materiais diamagnéticos: Estes tentam afastar as linhas de forga do campo em suas roximidades. Nesse grupo citam-se 0 merciirio, a prata, 0 antiménio, 0 bismuto, etc...0 bismuto € 0 que melhor caracteriza tais substancias, mas todas elas apresentam somente pequeno diamagnetismo. Materiais ferromagnéticos: Quando colocados num campo magnético, tais materi fazem com que as linhas de forga fiquem mais concentradas na regiao ocupada pelo seu corpo, bem como nas suas proximidades. O elemento que melhor caracteriza essas classe de materiais 6 0 ferro. A figura 20 ilustra substancias paramagnéticas, diamagnéticas e ferromagnéticas colocadas em um campo magnético. Todas as substancias que, num campo magnético, se comportam como o ferro séo chamadas ferromagnéticas. Além do ferro, do aco, do nique! e do cobalto, algumas ligas ‘metalicas formadas destes com outros metais apresentam caracteristicas magnéticas. A importancia do ferromagnetismo em eletricidade e eletrénica, deve-se ao fato de existirem varios componentes como transformadores, indutores, alto’ falantes, etc., que ‘empregam materiais ferromagnéticos. PERMEABILIDADE ‘A medida na qual as linhas de forga se concentram mais ou se concentram menos na regido de um material ferromagnético € determinada por uma grandeza chamada permeabilidade, Um material de maior permeabilidade concentra mais as linhas de forga do que ‘um material de menor permeabilidade. Os materiais ferromagnéticos em geral, todos apresenta alto de permeabilidade. CAMPO MAGNETICO DA CORRENTE ELETRICA Quando uma corrente elétrica circula por um condutor ela produz um campo magnético em volta dese condutor. O campo magnético, assim formado, sera tanto mais intenso quanto mais intensa for a corrente AA linhas de forga do campo magnético produzido pela passagem de uma corrente por um condutor retilineo sao circulos, cujo centro é 0 centro conduto. A figura 21 mostra linhas de forga magnética em tomo de um condutor percorrido por corrente Observe o sentido da corrente e a diregdo das linhas de forca em volta do condutor. A primeira importante relago entre a eletricidade e o magnetismo é exatamente o fato de uma corrente elétrica estar associado um campo magnético. Fig. 20 material material material paramagnético diamagnético ferromagnético fa) (b) (c) ois, ‘© campo magnético, formado num condutor realineo € muito disperso, portanto, muitissimo fraco. A seguir, veremos 0 que ocorre quando 0 condutor é enrolado em espirais, formando um enrolamento selenoidal. CAMPO MAGNETICO DE UM SOLENOIDE Dé-se 0 nome de solentide as bobinas com niicleo de ar, constituidas de uma sé camada de espiras, Quando se faz circular uma corrente elétrica por um enrolamento selendidal, 0 campo magnético_de uma espira soma-se ao campo da espira seguinte, e assim por diante. Como resultado, © campo total seré a soma dos campos de todas as espiras, € 0 solendide se comportaré como um verdadeiro ima, o que pode ser apreciado na figura 22. Vimos que 0 campo magnético num é tanto mais intenso quanto mais intensa for a corrente. Como nao poderia deixar de ser, o mesmo acontece com o selendide, sendo a corrente mais intensa, 0 campo também o sera. Além da corrente, outros fatores influem na intensidade desse campo: ele sera tento mais intenso quanto maior foro didmetro e a quantidade das espiras do enrolamento. Ainda 0 comprimento, também influi na intensidade do campo: para igual niimeros de espires, uma bobina mais curta teré um campo mais intenso que ‘outra mais longa, Desejando aumentar a densidade de fluxo (ntimero de linhas de forca por unidade de rea), 0 selendide deverd ser enrolado em tomo de um niicleo de material ferromagn lata permeabilidade. CIRCUITO MAGNETICO Observe a figura 23. como o rolamento é feito em tomo de um nuicleo, o campo se concentra regularmente no interior do nucleo, mas sua linhas de forca sdo obrigadas a se fecharem por forga_do mesmo. O que resulta numa dispersao do fluxo magnético. Embora o nticleo seja de material altamente permeavel, a dispersdo do fluxo produz um efeito equivalente @ uma diminuigo do valor da permeabilidade Para reduzir se a disperséo do fluxo magnético, utiiza-se um nicleo de tal forma que as linhas de forga se fecharem sobre si mesma sem sair do nticleo. Osso constitui o que denomina um circuito magnético fechado (figura 24). Agora com as linhas de forga confinadas no interior do niicleo, praticamente nao havera disperséo do fluxo e a permeabilidade do circuito magnético ser, praticamente igual & permeabilidade do material que constitu 0 nidcleo. RELUTANCIA A ago de relutancia no circuito magnético pode ser comparada com a o&o da resisténcia no circulto elétrico. Quanto menor a relutancia do circuito, maior seré 0 fluxo magnético. Os materiais ferromagnético todos apresentam relutancia mais baixa do que o ar, por isso, eles constituem um caminho facil para as linhas de forga, 016 nicleo altamente an permeavel > N Fig. 24 niicleo termi- nais del bobina ft Fig. 25 entreferro Na figura 26 vemos um circuito magnético apresentando, numa pequena extenséo, uma espécie de vao, denominado entreterro. Num grande nimero de aplicagde, a presenga de entreferro & de muita importancia, porque ele modifica sensivelmente as caracteristicas do circuito magnético. O ajuste do entreferro permite a variagéo da permeabilidade e da reluténcia do circuito magnético, ajustando-os para os valores desejados. INDUGAO ELETROMAGNETICA AA indugo eletromagnética constitui a segunda importante relagao entre a eletricidade 0 magnetismo. Sempre que um condutor se movimenta num campo magnético, cortando as linhas de forga do mesmo, aparece nesse condutor uma forca eletromotriz induzida (figura 26) Esse mesmo efeito seria observado se mantivéssemos 0 condutor imével ¢ movéssemos 0 ‘campo magnético. Se 0 condutor formar um circuito fechado, a forga eletromotriz induzida dard origem a uma corrente induzida. Observe que nenhuma tensdo 6 induzida quando 0 condutor € ‘© campo permanecem iméveis. Figura 26 - Movendo 0 condutor num campo magnético, uma tensdo é induzida no condutor. (© valor da tensao induzida 6 proporcional ao mimero de linhas de forga e a velocidade com que 0 condutor se move no campo. Vimos, portanto, que existem duas importantes relagées entre a eletricidade e 0 ‘magnetismo. Na verdade, essas relagées constituem duas leis fundamentais de energia eletromagnética: 4. Um campo elétrico em movimento origina um campo magnético. 2, Um campo magnético em movimento origina um campo elétrico. GERADORES DE CORRENTE ALTERNADA ‘Sabemos que a eletricidade pode ser gerada quando um condutor se movimenta num ‘campo magnético cortando suas linhas de forga. O funcionamento dos geradores praticos de eletricidade basela-se nesse principio. Na figura 27 A, B, C, D, vemos um gerador elementar de corrente altemada, também denominado alternador. O gerador representado na figura 27 consiste de uma unica espira de fio, disposta de tal forma que possa ser girada livremente em um campo magnético estacionario. Este movimento causa a inducdo de uma tensao na espira. Para ligar a espira a um circuito extemo, afim de utilizar-se a F, E M, induzida, usam-se contatos deslizantes (os contatos nado aparecem na figura). © campo magnético é fornecido pelos polos norte e sul no ima. - campo —* Fig. 26 Fig. 27 (a) 90° Fig.27 (a) Admitamos que a espira gira com velocidade constante ao sentido indicado pela seta dentro do campo magnético que também é uniforme. A espira se encontra na posigao de 0° (zero grau) em relagéo a0 campo magnético. Nessa posigo, como a espira ndo corta_nenhuma linha de forga, nenhuma tensdo é induzida nela. E = OV. Deslocando-se na posigéo de 0°, a espira esté cortando cada vez mais linhas de forga, © valor de tenso induzida na espira comeca a crescer. Na posigao de 90° a espira cortara o ‘maximo de linhas de forga e a tensdo induzida nela sera maxima. E = Max positivo A partir da posigo de 90°, 0 numero de linhas de forga vai diminuindo, a tenséo induzida nela também vai diminuindo. Na posigo de 180° a espira nao cortara linhas de forga ‘a tensdo induzida sera igual a zero. E=OV. Na figura 27 D, a espira se encontra na posigao contraria a mostrada em B. Assim sendo, desta vez ela estara cortando linhas de forga no sentido contrario (de baixo para cima). Isto provoca uma inversdo da tensdo induzida que adquire o seu valor maximo nesta posicao. E = Max negativo. Com mais uma rotacdo de 90° a espira tera dado uma volta completa, isto é, tera chegado & posicdo de 360°, posi¢go essa que coincide com a mostrada em (A), a tensao induzida sera, portanto, igual a zero: E = 0 V. A figura 28 A mostra somente um lado da espira no campo magnético em 12 diferentes posigées, e a figura 28 B mostra os valores da tensao correspondentes @ cada uma dessas posigdes. CICLO - PERIODO - SEMICICLO ‘A tensdo induzida, apés passar por todos os valores de tensdo representados pela curva da figura 29, completou um ciclo. Se a espira continua a girar, outros ciclos sero obtidos. (© tempo necessério para a tensdo ou corrente completar um ciclo € chamado periodo e é destinado pela letra T. Qs valores compreendidos entre a primeira metade do periodo. Constituem o semiciclo positive de variagao de tenséo. Na segunda metade do periodo, a tensdo passa por valores negativos que constituem 0 semiciclo negativo de variagao da tensao. O valor maximo ‘0u pico positivo da tensdo se dé metade do semiciclo positivo. O pico negativo da tensdo ocorre nia metade do semiciclo negativo. Por envolver uma fungdo trigonométrica denominada seno, a curva de tensdo da figura 29 denomina-se sendide. Dizemos, entéo, que a tensdo varia senoidalmente. 020 FREQUENCIA Conforme se observa pela figura 29, numa volta completa 0 gerador (altemador) produz uma tensdo variavel no tempo. O ciclo representado nesta figura completado num certo espago de tempo denominado periodo. Se esse periodo é de um segundo, constatamos que um ciclo foi completado em um segundo. Dai, temos: 1 ciclo X 1 segundo = 1 hertz. (© hertz (abreviado Hz) @ a unidade de medida de frequéncia. A frequéncia exprime 0 ‘dimero de cicios realizados em um segundo. Dois miitiplos do hertz muitos usados s&o: © Quilohertz, igual a 1.000 Hertz. (© Megahertz, igual a 1.000.000 de hertz A tensio de rede local que alimenta nossas resisténcias & de corrente altemnada (CA) cuja frequéncia € de 60 Hz. Isto significa que ela completa 60 ciclos por segundo e que sua polaridade se inverte 120 vezes por segundo, Nessa rede de 60 Hz, nota-se que 0 tempo gasto para se completar um ciclo (periodo) 6 de 1/60 de segundo. Se essa frequéncia for aumentada, 0 periodo diminuiré na mesma proporgio de onde se inclui que a frequéncia é o inverso do periodo. Matematicamente, terios: Fete T=4 Te F ‘Onde: F = frequéncia (ciclos por segundo), = periodo (tempo necessério para completar um ciclo). Exemplo: - Qual & a frequéncia de uma tensdo alternada cujo periodo € de 0,02 segundos ? Solugao F = 1: T 01,02 = 50Hz Exemplo 2: Qual € o periodo de uma tensdo altemada cuja frequéncia ¢ de 60 Hz 7 Solugdo T = 1 = 1 = 0,0167 segundo. F 60 021 VALOR MAXIMO ‘Observando 0 grafico da figura 29, notamos que no instante % do periodo se da o valor maximo de tensdo positivo, e no instante % do periodo se da o valor maximo negativo da tensdo. Esse valor maximo representa a amplitude ou 0 pico de tensao. Geralmente, os valores méximos da tensdo e da corrente alternada so assim representados. E Max ou Em falor maximo, amplitude ou pico de tensdo. | Max ou Im = valor maximo, amplitude ou pico de corrente. VALOR EFICAZ DA CORRENTE ALTERNADA Para que vocé compreenda perfeitamente 0 que é valor eficaz da C.A vamos recorrer um exemplo bastante simples: Para tanto, consideramos os gréficos apresentados na figura 30 A ¢ B. No grafico A ternos uma corrente alterada cujo valor maximo € de 14, 1 ampéres, em: B, temos uma corrente continua de 10 ampéres. Se essas duas correntes forem aplicada, cada uma por sua vez, sobre a mesma resisténcia , qual delas produzira mais calor na resisténcia ? A resposta certa €: ambas as correntes produziréo a mesma quantidade de calor na resisténcia. Dizemos, entdo que 0 valor eficaz da corrente alternada com 14, 1 A de amplitude 6 de 10 A, porque produziu os mesmos efeitos térmicos que a corrente continua de 10 A produziu na resisténcia Para deter formula: lar se valor eficaz de uma corrente altemada aplica-se a seguinte lef= ,707 | Max Corrente eficaz = 0,707 X corrente maxima No exemplo dado, temos: lef= = 10 A (aproximadamente) ,707 X 14, Suponhamos agora, que conhecemos o valor eficaz, de uma CA e desejamos determinar o seu valor maximo ou amplitude, Nesse caso, utilizamos a seguinte formule Max = 41 Xlef Corrente maxima = 1, 41 X corrente eficaz, Considerando, ainda, o exemplo da figura 30 A, temos: I Max =1,41X 10°= 14,14, 022 valor max valor max (a) (b) - corrente alternada corrente continua ‘dielétrico Fig. 31(c) 023 De maneira andloga, a tensdo alternada também tem seus valores maximos e eficaz determinado por estas duas férmulas simples: Eet= 701 X E Max E Mai 41 XE ef Nos circuitos constituidos somente de resisténcias, a corrente alternada (quando considerada com seu valor eficaz), se comporta exatamente igual a corrente continua. Entretanto, em muitos circuitos, existéncia de componentes ou cargas que nao séo resisténcia puras ndo permite que o comportamento da corrente seja igual ao da corrente continua. Os capacitores, as bobinas ¢ os transformadores so componentes caracteristicos que se comportam muito diferentemente quando submetidos a uma CA ou uma CC. Tais componentes so denominados reativos e é exatamente deles que passaremos a tralar neste momento. CAPACITORES Basicamente, um capacitor é um dispositive capaz de armazenar energia. Um capacitor pode receber energia de uma fonte externa de tensdo, acumular a carga, reté-la durante um apreciavel espaco de tempo apés a fonte externa esta energia ao circuito. Na sua forma mais simples, um capacitor é constituido de duas placas condutivas, chamadas armaduras, separadas por um material bom isolante que recebe o nome de dielétrico. FUNCIONAMENTO DO CAPACITOR No circuito da figura 3 1*, com a chave na posigao 1, como as armaduras do capacitor ficam em contato com os terminais da bateria, ha um motivo instantaneo de elétrons na placa A para a placa B. Apés um espago muito curto de tempo, cessa o movimento de elétrons @ 0 capacitor estard carregado, isto 6, numa de suas placas havera um potencial negative ¢ na ultra, um poténcia positivo. A tensdo entre as armaduras do capacitor sera a tensao da bateria, Colocando-se a chave na posigao 2, como se ilustra em B, o capacitor estara desligado do circuito, mas, como os elétrons em excesso na placa B néo podem chegar a placa ‘A, por causa do dielétrico, ele continuaré carregado. Comprovando esse fato, vejamos 0 que ‘ocorre quando a chave é colocada na posicao 3, conforme ilusira em ( C ‘Agora, os elétrons em excesso na placa B dispéem de um caminho através do filamento da lampada para chegarem a placa A. A lampada se acende por um instante € imediatamente se apaga, pois, 0 movimento de elétrons ¢ instanténeo e cessa assim que 0 equilibrio do nimero de elétrons entre uma placa e outra brilha, pois, somente enquanto ha corrente de descarga do capacitor e quando esta cessa, diz-se que 0 capacitor se descarregou, A figura 31 D mostra 0 capacitor descarregado. 024 CAPACITANCIA ‘A propriedade que 0 capacitor possui de armazenar energia denomina-se capacitdncia ou capacidade, © simbolo de capacitancia é C. Na figura 32, S indica a superficie das placas A e B, D indica a distancia entre as mesmas. A energia armazenadas pelo capacitor depende da capacitancia, a esta, por sua vez depende da rea S das placa, da distancia D entre as mesmas e da constante do dieletrico, Para aumentar a capacitancia € necessario: 1. Aumentar a area S das placas. 2. Diminuir a distancia D entre as mesma 3. Substituir 0 dielétrico por outro mais eficiente. O DIELETRICO Ja sabemos que o material existente entre as placas do capacitor chama-se dielétrico. Este material deve ser um timo isolante para que 0 capacitor nao se descarreque internamente. Se o dielétrico ndo forma um bom isolante, os elétrons acumulados na armadura negativa tendem a atravessa-los em diregdo a placa positiva. A corrente devido a tal desiocamento de elétrons chama-se corrente de fuga. A corrente de fuga deve ser reduzida a um valor insignificante em todo capacitor de boa qualidade. ‘A Constante Dielétrica do dielétrico indica a quantidade de energia armazenada, comparada com o dielétrico de ar. A tabela da figura 33 da a constante dielétrica de algumas substancias usadas como dielétrico, ‘Comprando-se pois, dois capacitores iguais porém, um com dielétrico de ar e outro com dielétrico de mica, notamos que este Ultimo armazena de 4 a 8 vezes mais energia do que primeiro que 0 primeiro que possui dielétrico de ar. UNIDADE DE CAPACITANCIA ‘A unidade de capacitincia é 0 FARAD, que por ser muito grande, raramente 6 ‘empregado na pritica. Utiizamos constantemente seus submiltiplossguintes: © MICROFARAD, abreviado uF, igual a um milionésimo do Farad. © NANFARAD, abreviado nF, igual a milésima parte do microfarad. © PICOFARAD, abreviado pF, igual a milésima parte do nanofarad. Portanto: 1 uF = 1000 nF = 1.000.000 pF. ozs REATANCIA CAPACITIVA Analisemos agora 0 comportamento de um capacitor de CC e CA. Inicialmente consideremos 0 caso da corrente continua, ilustra na figura 34. Como ja visto, 0 capacitor C carrega-se adquirindo uma tensao igual @ tenséo da bateria, o que ocorre numa fracdo de segundo, depois ndo haverd mais corrente pelo circuito. Fica, pois evidenciado que o capacitor oferece uma oposigao total & passagem da CC, ou seja (© capacitor bloqueia a corrente continua A figura 35 A-B mostra 0 mesmo circuito, porém com a diferenca fundamental de que a bateria foi submetida por gerador CA. Em se tratando de corrente altemiada, quando esta variar em um semiciclo (figura 35 ‘A), 0 capacitor se carregaré em um sentido, permitindo a circulagao da corrente pelo circuito, No semiciclo seguinte da CA, quando a polaridade do gerador se inverte (figura 36 B), 0 capacitor se descarregaré e se carregaré, porém, com polaridade contraria a inicial. Desse modo, 0 capacitor vai carregando e descaregando altemadamente, acompanhando a variagdo de olaridade do gerador, permitindo a circulago da corrente altemada pelo circuito. © valor eficaz da corrente alternada que circula entre os polos do gerador_e os terminais do capacitor depende da frequéncia da corrente e da capacitancia C do capacitor. A ‘oposigo maior ou menor que 0 capacitor oferece a passagem da corrente altemada chama-se reatancia capacttiva, cujo simbolo € XC. A reatancia capacitiva é medida em ohms e é determinada pela seguinte formula: (Reatancia capacitiva 6 igual a 1 dividido por 6, 28 vezes a frequéncia vezes a capacitncia) (Onde: (Pi) 6 uma constante = 3, 14 F = frequéncia C= capacitancia ‘OBS: Embora o ideal seja utilizar sempre as unidades fundamental nos calculos, para maior facilidade, na férmula acima a frequéncia e a capacitincia podem ser dadas me Megahertz e Microfarad. Respectivamente Exemplo 1: Determinar a reatancia capacitiva de um capacitor de .05 uF operando numa frequéncia de 0, 5 Mhz. Exemplo 2: Determinar a reatancia capacitiva de um capacitor de .02 uF operando numa frequéncia de 0, 002 Mhz. Quanto maiores forem a frequéncia e a capacitancia, menor sera a reatancia capacitiva, e vice-versa 026 CONSTANTE MATERTAD: DIELETRICA Ar 1 Papel parafinado 4aé Porcelana Sa7 Mica 4aée Ceramica | 3 Led rel Fig. 33 I=0 Fig. 34 Fig.35 (by aur [aur aur ce C14+C24+C3 = 242+2= 6 uF = Glxc2 _ 15: AFAR %e * tree > 1 15pF 5pF = 3,75 uF Pig. 37 jo 027 ASSOCIAGAO DOS CAPACITORES Associando-se _capacitores em paralelo, a area das placas sera maior. Como a ‘capacitancia depende diretamente da area das placas, evidentemente a capacitancia total sera maior, Para determinar se a capacitancia total de capacitores ligados em paralelo, emprega-se 0 mesmo processo adotado para 0 caso de resistores ligados em série. Assim, no circuito da figura 36 a capacitancias total sera 6 uF- A ligagao dos capacitores em série equivale a um aumento na distancia entre as placas; consequentemente, a capacitancia seré menor. Nesse tipo de ligacdo, utiliza-se a mesma formula usada para 0 célculo de resistores ligados em paralelo. Observe 0 exemplo dado na figura 37. TENSAO MAXIMA DE TRABALHO A tensdo maxima de trabalho é o valor limite, abaixo 0 qual o capacitor pode operar com relativa seguranga. Normalmente esse valor ¢ dado em tenso de corrente continua e, de preferéncia 0 capacitor ndo deve operar com tensao acima de 60 ou 70% do valor da tensao maxima _de trabalho nele estipulado. Assim um capacitor para 350 VCC nao deve, por Precauco, operar num circuito com tensao acima de 250 volts. PERDAS DE ENERGIA EM CAPACITORES Os capacitores sdo os responsaveis por uma pequena parcela de energia dissipada no Circuito. De um modo geral, essas perdas so devidas aos dielétricos e corrente nas placas nos terminais de ligagao. Entretanto, como os capacitores normaimente apresentam perdas consideravelmente menores que 0s indutores, eles esto em melhores condigées para serem considerados elementos reativos puros. INDUTORES AUTO-INDUGAO Pela andlise dos circuitos da figura 38 A-B, teremos oportunidade de observar 0 que ha de essencialmente diferente entre um circuito e outro. Como ja sabemos que somente os resistores se comportam da mesma maneira, em CC e CA, é de esperar que 0 comportamento da bobina L no sejas o mesmo em ambos os circuitos. Os dois geradores possuern a mesma voltagem (mesma tens&o) sendo um de CC e outro de CA No circuito da figura 38 A (CC), 0 medidor acusa a passagem de uma corrente cujo valor 6 dado pela lei de Ohm: | = E/R. a resisténcia do circuito é constituido pela resisténcia interna do medidor, que normalmente & desprezivel, e pela resisténcia do fio do qual a bobina é feita medidor medidor cA 028 (a) (b) No circuito da figura 38 B (CA), embora a tensdo e a resisténcia sejam de valores iguais aos do circuito anterior, a determinagao da corrente ja ndo sera possivel por meio da formula | = E/R e isto porque o seu valor seré menor que no circuito anterior. Vejamos a razdo desse fendmeno: Num circuito de corrente continua, o campo magnético se estabelece me volta e no interior da bobina, e permanece estacionario enquanto a corrente estiver circulando. Em se tratando de corrente altemada (figura 38 8) a corrente muda intensamente de ‘sentido a cada instante e consequentemente, a intensidade e a polaridade do campo magnético ‘também acompanha essas variagdes. Sabemos que a variagdo do fluxo magnético através de uma espira induz nessa espira uma forga eletromotriz ou voltagem., Portanto, a variagao do fluxo magnético no enrolamento faz surgir nas espiras da bobina uma forga eletromotriz induzida. Tendo sido verificado que essa forca eletromotriz produz uma corrente de sentido contrério ao da corrente que produz 0 campo, ela é chamada froca_contraeletromottriz (F.C.E.M). No caso da bonina, como a forga contraeletromotriz é induzida no mesmo enrolamento que produziu 0 campo magnético inicial, esse fenémeno ‘denomina-se auto - indugdo. INDUTANCIA © efeito originado pela auto-indugao denomina-se indutancia. Pode-se entao, afirmar que a indutancia é a caracteristica de cada bobina que determina a maior ou menor intensidade ppela qual a auto-indugo se manifesta. Isto significa que num enrolamento de alta indutancia a forga contraeletromotriz é maior que num enrolamento de indutancia mais baixa. Aindutancia de uma bobina depende: 1, Do ndimero de espiras (maior 0 numero de espiras, maior indutancia). 2. Do diametro das espiras (maior diametro médio das espiras, maior indutancia) 3. Do fator de forma do enrolamento. Ainda, o valor de permeabilidade do nucleo também influi indutancia de uma bobina. ‘A unidade de medida da induténcia é 0 HENRY, abreviados por H ou h. seus dois mittipios sao: (O MILIHENRY( mH), igual a milésima parte do henry. O MICROHENRY (uH), igual a milionésima parte do henry. henry |.000 milihenrys 1 milihenry = 1.000 microhenrys. Além determos visto que a indutancia é uma caracteristica bem definida de cada bobina, vimos também pelo fenémeno da auto-indugdo, que ela se opde a passagem da corrente altemada pela bobina 029 ‘A oposigao oferecida pela indutancia de uma bobina a passagem da corrente alternada chama-se reatancia indutiva, cujo simbolo é XL. A unidade indutiva depende da frequéncia_da corrente e da indutancia da bobina, e 6 determinada pela seguinte formula, XL-2BXFXL (Reatancia indutiva = 6, 28 vezes a frequéncia vezes a indutancia). ‘Onde: F = frequéncia, em hertz L= indutancia, em henry Exemplot: Determinar a reatdncia indutiva XL da bobina no circuito da figura 38, Exemplo 2: determinar a reatancia indutiva XL da bobina no circuito da figura 40, INDUTORES COM NUCLEO DE AR, DE FERRITE E DE FERRO A denominagao genérica dos componentes destinados a oferecer uma determinada indutancia no circuito é indutor. Portanto, enrolamento ou bobina, choque de RF, choque de AF, choque de filtro etc., S80 indutores. 5 indutores ou bobinas com niicleo de ar, em geral, possuem a indutancia baixa ( da ordem dos microhenrys ou milihenrys) e séo comumente empregados no circuito de RF em frequéncia que vo de 400 Hhz em varios Mhz. Essas bobinas S40 constituidas de enrolamentos feitos em tomo de um tubo de material isolante que serve de forma 0 enrolamento. Ainda nas etapas de RF, empregam-se indutores com nicleo de ferrite. Sendo o ferrite um material de alta permeabilidade, a indutancia da bobina sera maior do que o nucleo de ar. Qs indutores com niicleo de ferro séo empregados em frequéncia baixas como as audiofrequéncias e as frequéncias de rede de energia elétrica local. Como veremos mais inte, nos circuitos da fonte de alimentagdo deve-se usar um indutor com niicleo de fero ‘como choque de filtro que oferega alta reatdnoia na frequéncia da corrente altemada a corrente continua, Pequenas bobinas com niicleo de ar podem ser utilizadas para impedir a passagem de corrente altemmada de RF nos circuitos de corrente continua, sendo nesse caso, designadas choques de RF. INDUTORES VARIAVEIS Pode-se, ainda pela variagdo da permeabilidade, variar a indutancia de uma bobina. Na pritica, essa variagdo @ conseguida introduzindo ou retirando da bobina um nicleo ferromagnético cilindrico mével, por meio de uma parafuso fixador ajustavel, ASSOCIAGAO DE INDUTORES Quando nao existe indugéo matua entre os indutores, a sequéncia de célculos para determinar se valor da indutdncia_de indutores ligados em série ou em paralelo é a mesma tusado no célculo de resistores, conforme se observa nas figuras 41 ¢ 42 030 XL=2 xPxb XL = 6,28 x 2.000x0,5 2000 Hi: L 500 mH yy, 6.280 ohms LI4L2 = 1,590,5 = 201 20uH eo LixL2 _ 20x89 _ 1600 _ soun Lr #80 ~ 100 — = 16 ul Fig. 42 031 TRANSFORMADORES Poucas aplicagdes dos fendmenos eletromagnéticos séo to interessantes como 0 transformador. O campo de aplicagéo dos transformadores € muito vasto na eletricidade e, particularmente, na radiotécnica. Tais componentes séo encontrados em varias formas ¢ dimensées, desempenhando diversas e importantes fungées. Nao raramente, deparamos com Circuito cujo componente principal é o transformador. Dai a necessidade de vocé dedicar o maximo de atengdo ao contetido desta lig&o. INDUGAO MUTUA A indugdo miitua é um fenémeno que se relaciona com a agao do campo magnético de um enrolamento sobre outro enrolamento. Na fig. 43, 05 dois enrolamento so designado por N1 € N2, sendo que N1 acha-se e N2 esta ligado a um medidor de tensao. © enrolamento N1 6 percorrido por uma corrente alternada que estabelece um campo ‘magnético nas suas proximidades. Como a intensidade e 0 sentido da corrente varia a cada semiciclo, 0 campo magnético produzido por ela também varia continuamente, mudando de polaridade a cada semicicl. ‘A essa variagdo da campo magnético corresponde uma igual variagdo da intensidade de fluxo onde o campo se estende. Estando a enrolamento N2 préximo de N1, suas espiras serdo atravessadas pelas linhas de forgas do campo que é varidvel. A variagdo do fluxo magnético através das espiras de N2 dara corigem a uma forca eletromatriz induzida neste enrolamento. Assim sendo, em N2 surgira uma tensdo induzida que sera indicada pelo vottimetro Resumindo: uma corrente altemada aplicada ao circuito do enrolamento N2. Seria inci tentar obter 0 mesmo resultado aplicando em Ni uma corrente continua, porque 0 campo ‘magnético seria de intensidade e polaridade constante, ndo havendo forga eletromatriz induzida no enrolamento N2. Seria initil tentar obter 0 mesmo resultado aplicando em Niuma corrente continua, porque 0 campo magnético seria de intensidade e polaridade constantes, ndo havendo variagao de fluxo e, consequentemente, ndo havendo forca eletromotriz induzida no enrolamento N2. Portanto, tal qual auto-indugdo, a indugdo mutua requer a variagdo da corrente, caracteristica essas inerente corrente alternada. Voltimetro 032 FUNCIONAMENTO DOS TRANSFORMADORES Duas bobinas acopladas entre si, nas quais se manifesta o fenémeno da indug&o mitua, constituem um transformador. © enrolamento que recebe a corrente altemnada chama-se primério € © enrolamento no qual é induzida a tensdo chama-se secundario. Examinemos agora 0 transformador da fig.44. onde: N1 = ntimero de espiras do primario; N2 = ndmero de espiras do secundario; E1 = tensdo no primério; E2 = tenso no secundario, A relacdo existente entre o nimero de espiras do primario e do secundario denomina-se relacdo de espiras e é indicado por Ni N2. Exemplo 1 - Qual a relacdo de espiras de um transformador que possui 600 espiras no primério e secundario? NL _ 600 _ 12 Solugéo: Solugdo: Hz = sg ~ TOU 12 = 1 Resp.: a relacdo de espiras é de 12 para 1 Exemplo 2: - Qual a relagdo de espiras de um transformador com 500 espiras no primario e 2.000 espiras no secundario? solugdo: Nb = 307-4 oul: 4 Resp. a relagéo de espiras 6 de 1 para 4. A relagdo de espiras existentes entre 0 primario e secundério de um transformador determina a relagdo entre as tensdes no primario e secunddrio desse entre as tensdes € diretamente proporcional 4 relagdo de espiras. NL EL Convertendo este raciocinio numa expresso matemética: ND * TE Para determinarmos 0 valor da tenso no secundario de um transformador, basta ‘multiplicarmos a tenso no primario pelo contrario da relagao de espiras, ou seja E2 = E1N2 Ni Exemplo 4- Qual a tensao no secundario do transformador da fig. 45? Exemplo 2 - Um transformador possui uma relagao de espiras de 20 para 1 (20: 1) eem ‘seu primério 6 aplicada uma tenséo CA de 120V. Qual a tenso no secundario? Vimos, entdo, que aumentando o numero de espiras do secundério, a tensao correspondente também aumenta na mesma proporcao. e2 = E1 x 82 NI m ANE « a B 033 Por outro lado; quando se aumenta o niimero de espiras do secundario, a corrente que ‘esse secundario pode fomecer diminui na mesma proporeao. Portanto ‘Se N1 =N2, entdo, 11 =I2 ‘Se N2 = 2vezes N1, entdo, 12 = =112 Percebemos, assim, que a relagdo entre as correntes é inversamente proporcional & relagdo de espiras, isto &: Ni N2=12 “4 (© valor da corrente no secundario de um transformador é determinado muito facilmente, pois basta multiplicar 0 valor da corrente no primério pela relago de espiras, ou seja 12214 XN4 N2 Exemplo: um transformador possui 200 espiras no priméria e 1,000 espiras no secundario; a corrente no primario € de amperes. Qual a corrente no secundario? Solugdo: 12=11XN4.=5X 200=1000=1A N2 1000 1000 Resposta: A corrente no secundario é de 1 A. TIPOS DE TRANSFORMADORES Usam-se em radio e televisdo trés tipos gerais de transformadores. 4. Transformadores de forga 2. Transformadores de AF (audiofrequéncia) 3. Transformadores de RF (radiofrequéncia) Os transformadores de forga so utilizados na transferéncia da tenséo de rede para alimentagao de circuitos que requerem tensdes diferentes desta. Tais transformadores possuem niicleo de material ferromagnético (laminas de ferro-silicio) @ sdo projetados para operar unicamente na frequéncia de rede. Os transformadores de audiofrequéncia (AF) s4o utilizados em circuitos de som para transferir tens6es numa larga faixa de AF. Esta é a principal diferenga destes com os transformadores de forga que operam numa s6 frequéncia. Os transformadores de AF também possuem niicleo de material ferromagnético, 1 = 400 N2 =1.200 Es lors B2=? 42 N2 1200 Solugdo: £2 = El x EP = 110 x qaQ~ = 132.000 = 123,000 ~ 330 volts. 034 Os transformadores de radiofrequéncia (RF) possuem um nimero de espiras relativamente pequeno e so usados na transferéncia de tensdo de alta-frequéncia. Em circuitos de radio e televisdo sdo muito empregados esses transformadores que normalmente possuem niicleo de ferrite, ou, entdo, de ar. CASAMENTO DE IMPEDANCIAS ‘Além da importante propriedade de levar ou baixar tensdes e correntes, o transformador possui outra propriedade de grande importancia que o toma extremamente util no acoplamento de circuitos cam diferentes impedancia. A impedancia é definida como sendo a resisténcia resultante (onde todos os elementos resistivos e reativos foram considerados) que um circuito oferece a passagem da corrente altemada. Se tentarmos transferir a poténcia do amplificador para o alto-falante, ligando diretamente esses dois circuitos, haveré uma grande perda de poténcia porque eles possuem impedancias muito diferentes. ‘A associagéo de impedancia é um requisito muito importante a ser obedecido na transferéncia de poténcia de um estégio para o outro, isto porque existe um principio em eletricidade que diz 0 seguinte * A transferéncia de poténcia de um circuito para 0 outro so seré maxima se as impedancias dos dois circuitos forem iguais”. Quando esta condicao nao existe, recorre-Se ao uso de transformadores. A figura 47 mostra como o transformador proporciona 0 devido casamento das impedancias, permitindo a transferéncia da poténcia do amplificador para o alto-falante sem que haja perdas. AUTOTRANSFORMADORES Pode-se conseguir a transformagao de tensdes e correntes sem obrigatoriamente dispor- se de enrolamento separados. Para tanto, emprega-se o autotransformador (figura 48). (© autotransformador, apesar de poder ser usado para os mesmos fins que o transformador, possui 0 inconveniente de nao isolar eletricamente um enrolamento do outro Quando isto for necessario, ter-se 4 que usar um transformador propriamente dito. Saida cats ‘ jaixa Entrada | AMPLIFICADOR| (alta im~ _ pedanciay impedancia) 035 ‘TRANSFORMADOR petcrronsid é 7a « + alta stencta impedancia iny Desistencia (maior nimero de (menor niimero de espiras) espiras) Secundario Primirio (c.a.) Secundario WEE Fig. 49 036 AS ONDAS ELETROMAGNETICAS Como sabemos, uma corrente elétrica da origem ao estabelecimento de um campo ‘magnético, e a variago do fluxo magnético produz uma forga eletromotriz induzida em uma corrente induzida. Na realidade, essas relagdes existentes entre a eletricidade e 0 magnetismo adquirem um cardter de grande intimidade, cardter esse, que se manifesta sobretudo, quando prevalecem as condigdes de estabelecimento dos chamados campos eletromagnéticos, Assim como existe um campo magnético em tomo de um ima permanente, ou em. tomo de um condutor quando percorrido por uma corrente elétrica, existe também um campo em tomo das cargas elétricas. Esses campos, elétricos e magnético, poderao ser varidveis, desde que as causas que os produzam sejam varaveis. As duas relagdes fundamentais entre 0 campo elétrico © 0 magnético, como jé vimos, so as seguintes: 1. A variagéo do campo elétrico comesponde a existéncia de um campo magnético. 2. A variagéo do campo magnético corresponde a existéncia de um campo elétrico, Como ja se percebe, existe uma reciprocidade entre assas relagdes, isto ¢, a variagZo de um dos campos relaciona-se com a existéncia do outro. Por si s6, a reciprocidade existente entre essas relagdes nos dé uma idéia de propagaco. Entdo, se num determinado ponto existir um campo elétrico varidvel, temos que: a variagéo do campo elétrico correspondera a existéncia de um campo magnético variavel nas proximidades; & variago do campo magnético corresponderd a existéncia de um campo elétrico variavel em. ‘um ponto mais adiante e assim, sucessivamente, de ponto para ponto no espaco. No fim do século passado, partindo das equagies mateméticas que descrevem os fatos narrados dessas duas relagées, 0 sabio James Clark Maxwel chegou a um resultado que interpretou como sendo @ existéncia das ondas eletromagnéticas, cuja teoria de Propagagéo necessitava apenas de uma confirmacao experimental. Pouco tempo depois, Henrich Rudolp Hertz constatou no laboratorio a existéncia da possibilidade da transmissdo de mensagens a grande distdncia através do espago sem utilizagdo de fios ou de outros meios materiais entre o transmissor e 0 receptor. Em homenagem a Hertz, as ‘ondas eletromagnética, ou ondas de radio, so também ondas hertzianas. Quando um transmissor entra em funcionamento, ele transfere energia para a antena estabelecendo em tomo desta um campo eletromagnético que se irradia pelo espaco ‘com uma velocidade de aproximadamente 300.000 quildmetro por segundo. ‘AS ondas eletromagnéticas possuem duas principais caracteristicas: a sua frequéncia f e 0 seu comprimento de onda . Essas duas quantidades relaciona-se do Sepuite mode: 300.009 7A Sendo a frequéncia medida entre Khz e o comprimento de onda metro. 037 FREQUENCIA DE RADIOCOMUNICAGAO, As frequéncia utilizadas_na radiocomunicago estende-se por uma faixa bastante ampla. AS mais baixas frequéncias utiizadas so as que véo de 10 a15 Khz, cujo é privativo dos sistemas radionavegagao, As frequéncias que mais comumente recebemos em nossos receptores 40 as que vo de 540 Khz a 1600 Khz, constituindo a faixa de radiodifuséo em ondas, médias. As ‘transmissGes dos sistemas de televisdo utiizam frequéncias muito mais alta compreendidas nas faixas VHF e UHF. Os valores de frequéncias utiizadas nas _radioemisses denominam-se radiofrequéncia e estas sao divididas em faixas, o que facilita 0 seu estudo e referéncia Conforme se observa na tabela abaixo, além da designagao as frequéncias, existe também ‘um designagao segundo o comprimento da onda. FREQUENCIAS | DESIGNACAO | ABREVIAGAO | COMPRIMENTO | DESIGNAGAO (FREQUENCIA) DE ONDA COMPRIMENTO 3* 30 Khz, Muito baixas VF 100 a 10 Km Ondas muito longas 304300Khz | Baixas LF 10a 1Km Ondas longas 300 a 3000 Khz_| Médias ME 10002 100m __|Ondas médias __| 330 Mhz Altas: HF 100. a 10m Ondas curtas 30a300Mhz | Muito altas VHF 10atm Ondas muito curtas 300 a 3000 Mhz | Ultra altas UHF 100. a 10cm Ondas ultra curtas ‘Observe que as estagdes locais (BROADCASTING), operando entre 540 a 1600 Kz, estéo na faixa de ondas médias. 038 MODULAGAO DE AMPLITUDE Quando numa antena transmissora so aplicadas as correntes altemadas de iofrequéncia (RF), propagam-se ondas de radio Sondas eletromagnéticas) em todas as Para transmitir-se pelo radio 0 som da voz ou da miisica, toma-se necessario ‘modular a onda de radiofrequéncia, a mais comumente empregada 6 a modulacéo de amplitude, designada pelas letras AM (do inglés, Amplitude Modulation) cujo principio Passaremos a expor. Conforme vimos, 0 som produzido por um instrumento musical no 6 puramente senoidal, mas, afim de amplificar a explicagao, vamos supor que um instrumento esteja roduzindo um som cuja forma de onda seja puramente senoidal, conforme ilustra a figura B. O sinal ilustrada na figura 8 & produzido por um oscilador de RF. Vamos também atribuir, também, esse sinal uma forma de onda puramente senoidal ‘Ao compararmos esses dois eles é a frequéncia is, imediatamente que a grande diferenca entre lizando valores, para melhor compreenséo, vamos considerar que a frequéncia de audio (AF) seja de 2.000 hz e que a radiofrequéncia (RF) seja de 1 Mhz (1.000.000Hz) ‘A frequéncia de audio nao pode ser irradiada diretamente porque ela € muito baixa para se proparagar como onda eletromagnética. Por outro lado, sera initil irradiar a frequéncia de 1 Mhz que aliés é bastante apropriada para a radiotransmissao, seja ela n&o Contiver 0 sinal de audio que se deseja transmit. Entéo, a solugao 6 combinar um sinal com © outro, produzindo um sinal de radiofrequéncia modulado por uma audiofrequéncia, conforme ilustra a figura Vemos, portanto, que a onda de radiofrequéncia se comportara como um “veiculo” para a audiofrequéncia; por esse motivo ela é chamada de onda portadora, Observe que a variagdo da amplitude do sinal de RF comandada pela forma de onda do sinal de AF. Note que essa amplitude varia de ciclo para ciclo, comegando de baixo valor, aumentando até atingi o maximo, voltando a diminuir, e assim por diante, SA Ai (a) Sinal de AF Sinal de RF audiofrequéncia (sinal modulador) se eee. RF modulad, (portadora, 039 PORCENTAGEM DE MODULAGAO, A relagéo existente entre a amplitude do sinal de AF e a amplitude de RF Portadora, antes da modulagao, denomina-se fator de modulagao. Entdo: fator de modulago = amplitude do sinal de AF (V) ‘amplitude do sinal de RF (V) © fator de modulagdo 6 geraimente expresso em porcentagem. Por exemplo: se a amplitude do sinal de AF ¢ igual metade da amplitude da portadora (antes da modulaco), © fator de modulagdo sera igual a 0, 5 ou 50%; diz-se entéo, que nivel de modulacao ¢ de 50%. Se a amplitude de sinal de AF for igual a amplitude da portadora, o fator de modulago sera igual a 1 ou 100%; diz-se, entdo, que o nivel de modulagdo € de 100% ou que a portadora esté 100% modulada A figura“ mostra um sinal de AF pouco intenso, por isso, modulando muito fracamente a onda portadora. Na figura“ vemos uma portadora de 100% modulada, isto é, 0s dois sinais, de AF e RF (antes da modulagdo) tem a mesma amplitude, E importante fazer variar, tanto quanto, possivel, a amplitude da portadora, isto Porque a saida do estagio detetor do receptor depende das variagdes da amplitude do sinal recebido. Explica-se assim, 0 fato de uma estacao de poténcia comparativamente baixa, que transmite uma onda bem modulada, produzir, na maioria das vezes, um sinal mais forte do que uma estado de maior poténcia, porém, com transmissor mal modulado, para uma mesma distancia do receptor. Entretanto, existe um limite praticavel para a modulagao e este é de 100%. Se 0 sinal de AF for muito intenso, ou seja, se a amplitude de AF for maior que a da portadora (antes de modulada), 0 fator de modulagdo sera maior que 1; diz-se nesse caso, que a portadora esta super modulada, conforme ilustra a figura A super modulagao provoca sérias distoroSes no som devendo, portanto, ser evitada. ‘Os sons compostos, mais ou menos ricos em harménicos, correspondentes aos sinais de AF de forma de onda mais complexa, madulam do mesmo modo a RF portadora, conforme , ilustra a figura SISTEMA BASICO DE RADIOCOMUNICAGAO Um sistema de radiocomunicago consiste essencialmente de um transmissor funcionando num certo local e de um receptor funcionando noutro local, préximo ou distante; uma cidade vizinha, noutro estado, noutro pais ou mesmo em outro continente. Atuaimente no hé limite de distancia para o emprego prético de radio entre dois pontos quaisquer em nosso planeta. Nos satélites e engenhos césmicos tem sido instalados transmissores receptores de radio, sendo efetuadas comunicagées a milhdes de quilémetros. Na figura’ ilustra a cons transmissao e recepgao ico em diagrma em blocos dos equipamentos de 040 No transmissor, a radiofrequéncia da onda portadora é gerada no estagio do oscilador. Geralmente, esse sinal de RF € muito fraco. Necessitando receber ampliicagao Essa amplificagéo se da no amplificador de RF que pode ser constituidos de um ou mais estagios (no diagrma considerado aparece apenas um estagio amplificador de RF). © sinal de RF produzido no microfone também € de nivel muito baixo do apresentando poténcia suficiente para modular a RF portadora. Assim, ele devera ser devidamente amplificado no estagio amplficador de RF. Depois de amplificado, o sinal de ‘AF vai ao modulador onde é efetuada a modulagdo da portadora. A seguir, a portadora modulada 6 transferida para a antena transmissora, de onde é irradiada como onda eletromagnética, Dai, as ondas eletromagnéticas se propagaréo pelo espaco a uma velocidade de 300.000 Km por segundo, transportando a energia do sinal irradia pela antena TRANSMISSOR Ao receptor compete a captagéio da miniscula fragéo da energia eletromagnética irradiada que chega aos distantes locais onde se faz recep¢ao. Para captor as ondas de radio, o receptor necesita, inicialmente, de uma antena, esta é chamada de antena de recepco. As ondas eletromagnéticas, a0 passarem pela antena receptora, induzem nela uma forga eletromotriz cuja forma de onda reproduz o sinal de RF modulado irradiado pelo transmissor. Da antena, 0 sinal recebido é levado a antena do receptor, que deverd estar sintonizado na frequéncia desse sinal. Como 0 sinal captado & muito débil, ele receberd uma ‘série de amplificagdo durante 0 percurso que realizar aso longo do receptor até chegar ao alto falante, onde novamente seré transformado em som. © sistema em blocos da parte receptora apresentada na figura somente as trés principais fungdes desempenhadas por um receptor, que so: 4. Amplificar 0 sinal de RF modulado 2. Detetar 0 demodulador esse sinal, isto é, separar da portadora sinal de AF corresponde ao som da voz ou misica transmitida 3. Amplificar 0 sinal de AF e reproduzir 0 som original no alto falante. Entretanto, um modemo receptor de radio realiza outras importantes fungdes. Podemos citar, por exemplo; 0 fato dele proporcionar uma recepcdo uniforme, em varias faixas de onda, quer as estagbes estejam préximas, quer estejam distantes. CONSTITUIGAO DE UM RECEPTOR DE AM A figura 0 diagrma de blocos de um modemo receptor de AM. Observe que foram acrescentados outros estagios cujas fungdes sao importantissimas, como veremos adiante. 042 OYSWOINNNODOIAWY ad WWALSIS - map fe a 2p + sr1due sopet 7280 ry son Uv TT av 9p yeurs eur ee AV 9p Teuys seep tears id 203929 opetnpom wos au ap Teuys a sopernpoa wel aq “yrdue opeors31aue Ju Wy [ers av 2p opeotgy1aue tere av ap Teuys pea opernpow a ep Teurs — CACO OCCU’ WOSSTNSNVET A ANTENA DE RECEPGAO Como vimos, 0 percurso do sinal ao longo do receptor comeca na antena, onde se capta a onda eletromagnética para a qual o receptor esta sintonizado. Embora exista uma grande variedade de tipos, a antena extema, geralmente instalada no teclado das resisténcia, € 0 melhor tipo de antena de recepcdo para as estagSes de radiofundo em ondas médias e curtas. ‘Muitos tipos de receptores sé munidos de antena telescépica, que é constituida de varias segdes de diémetro cada vez menor que se encaixam umas no interior das outras, Possibilitando esticar ou encurtar a antena, até mesmo introduzi-a completamente no interior da caixa do receptor quando este estiver em uso. ‘A antena dos pequenos receptores portateis consiste de enrolamentos feito em tomo de um bastdo de ferrite. Apesar do tamanho bastante reduzido, tais antenas possuem um bom desempenho. A AMPLIFICADOR DE RF © amplificador de RF é 0 primeiro estagio do receptor. Este amplificador destina- se a desempenhar duas importantes funcdes: ” intonizar ou selecionar a frequéncia desejada. Existe um nimero muito grande de estages radiotransmissoras, cujas as ondas so captadas simultaneamente pela antena receptora. Evidentemente, 0 radio ouvinte deverd ouvir um Gnico sinal previamente escolhido, e no todos ao mesmo tempo porque, que se assim fosse, 0 alto falante reproduziria uma grande confuso, no se entendendo coisa alguma e nem distinguindo-se um programada do outro. E preciso, portanto, que o receptor selecione a emissora que desejamos ouvir, impedindo que o sinal das demais seja ‘amplificado e chegue a o alto falantes. AA tarefa de selecionar (ou sintonizar) o sinal de uma determinada frequéncia entre varios sinais de frequéncias proximas compete aos circuitos ressonantes, conforme jé vimos. Como as faixas de frequéncias distribuidas para os varios tipos de servigo de radio esto, alualmente, muito congestionadas, a separagao entre as frequéncias das estagbes & muito estreita. Por esse motivo, o amplificador de RF deve ser bastante seletivo, isto 6, deve ser capaz de separa nitidamente a frequéncia da emissora escolhida das frequéncias vizinhas das outras estages. Essa propriedade do receptor, como jé foi visto, chama-se Seletividade . Num aparelho que n&o tenha boa seletividade a recepgo pode ser seriamente prejudicada pela interferéncia de algumas estagdes que sero ouvidas misturadas no alto falante. 2" Amplficar 0 sinal de RF modulado. sinal captado pela antena é de nivel muito baixo, necessitando ser amplificado. E de responsabilidade do amplificador de RF amplificar 0 sinal selecionado até um nivel satisfat6rio antes de entregé-lo ao estagio seguinte. Essas amplificagao proporcionada por um transmissor da meeira convencional, sendo 0 sinal aplicado & base e retirado no coletor. Duas caracteristica que merecem ser consideradas flo que diz respeito ao ‘amplificador de RF so 0 seu ganho e a sua fidelidade. 044 © ganho & 0 niimero de vezes pelo qual a tenso do sinal ¢ multiplicada. Exemplificando: suponhamos que 0 sinal de RF na entrada de um receptor tenha uma amplitude € de 30 microvolts e que o ganho do amplificador seja de 100 na saida do amplificador 0 sinal teré uma amplitude de 30 X 100, que é igual a 3.000 microvolts. Os amplificadores de RF séo portanto, amplificadores’ de tensdo, 0 sinal de RF sai do ‘amplificador com sua tensdo multiplicada pelo ganho. A fidelidade 6 a propriedade que a o amplificador deve possuir de possuir de amplificar 0 sinal sem deformar sua forma de onda. A deformacao provocada pelo amplificador denomina-se distor¢éo. Um amplificador de boa qualidade oferece boa fidelidade, ou seja, apresenta pequena distoreao no sinal amplificado. Um circuito tipico de amplificador de RF pode ser apreciado na figura ‘Observe que em L2 0 sinal retirado na derivagao ‘Tap’, 0 mesmo ocorrendo em L3. Uma explicagéo mais detalhada a este respeito seré dada por ocasido do estudo dos amplificadores de Fi. Podemos, entretanto, adiantar que a posi¢éo desse “Tap” atua Principalmente na seletividade do circuito ressonante, quanto mais para cima estiver 0 “Tap” menos seletivo sera o circulto, e vice-versa L2.em conjunto com C1 forma 0 circuito ressonante de entrada. ‘Como 0 capacitor C1 é variavel, a frequéncia de ressonancia pode ser variada desde 0 limite minimo, ou frequéncia mais baixa, até o limite maximo, ou frequéncia mais lata. Na faixa de ondas médias, por exemplo, a frequéncia mais baixa sintonizada é de 540 Khz (varidvel todo fechado), e a mais alta é de 1600 Khz (variavel todo aberto), Entre esses dois limites, é possivel sintonizar circuito de qualquer frequéncia da faixa, © grafico da figura mostra a curva de seletividade apresentada pelo circuito ressonante constituido por L2 C1. Como se observa a impedancia do circuito é alta somente para frequéncia sintonizada Fr, e baixa para todas as frequéncias cujos valores estejam baixos ou acima dessa frequéncia. Note que a curva apresenta um pico bastante agugado. Quanto mais for agugado esse pico, mais seletivo sera o circuito. Lembre-se que seletividade depende primordialmente do Q do circuito, nesse caso, representado pelo Q do enrolamento L2. © sinal da frequéncia Fr € amplificado pelo transmissor, porém, os sinais de frequéncias diferentes, abaixo ou acima de Fr so bastante atenuados pela seletividade do Circuito ressonante, chegando a entrada do amplificador com intensidade muito reduzida. A carga de coletor do amplificador de RF é constituida por um cirouito ressonante formado & pelo indutor L3 e pelo capacitor C2 que também ¢ varidvel. Como os circuitos ressonantes situados na entrada e na saida do amplificador devem estar sintonizado na ‘mesma frequéncia Fr, o circuito L3-C2 deverd ter sua frequéncia variando & medida que se fizer variar a frequéncia de ressonancia de L2 e C1. Melhor dizendo, o circuito L2-C1 deverd acompanhar as variagdes do circuito L2 C1. Melhor dizendo, o circuito L3-C2 devera acompanhar as variagdes do circuito L2-C1 Naturalmente, para se conseguir isso, os capacitores varidveis C1 © C2 séo conjugados num mesmo eixo, constituindo duas segdes de um capacitor variavel triplo, isto Porque além das duas segGes citadas, serd necessério uma terceira segdo destinada & variagao da frequéncia do oscilador local. 045 sinal de FI sinal de RF sinal de FI ifi sinal de ae ty amplificado Od sinal amplificado cal. ampl. —> detetor aan . conversor RF nao i modulada ar de AF oscil. vV local came |_ || ait. i) ome ve re alimentagao { " AA = RECEPTOR DE_AM Amplificador de RF _U sinal de AF amplificado pedincia img frequéncia 046 requene A finalidade do circuito ressonante na saida do amplificador é retomar a sua resposta de frequéncia ainda mais seletiva, melhorando, assim, 0 seu desempenho. Entretanto, deve se tomar alguns cuidados especiais na montagem dos circuitos de RF. Por exemplo, deve ser evitado qualquer acoplamento entre L3 e L2, caso contrario © sinal de RF amplificado seré realimentado para a entrada, provocando a instabilidade do circuito e 0 aparecimento de oscitagdes indesejaveis. O resistor Re limita as corrente, estabilizando 0 circuito em fungo das variacBes da temperatura. A amplificador deve operar em classe A, apresentando a menor distorgao possivel, uma vez que a amplitude do sinal de RF na entrada do amplificador 6 muito equena, sendo medida em microvolt ou milivot © capacito Ce desacopla as variagdes de tenséo no emissor provocado pelo resistor Re. Como as frequéncias que seréo amplificadas por este amplificador séo bem mais altas que as de AF, 0 capacitor Ce tera seu valor bem menor, entre .001 . 05 uF, na maioria dos casos. © capacitor Ca bloqueia a polarizagao continua de base e ao mesmo tempo acopla © sinal de RF para a base do transmissor. © resistor Cd atua como filtro desacoplando qualquer residua de RF presente esse ponto e 0 capacitor Ck faz parte do circuito de acoplamento para o estagio seguinte ‘além de atuar como bloqueio para +b. ‘Agora uma observagdo: a grande maioria dos receptores domésticos no possui o estégio amplificador de RF, de modo que a entrada do receptor esté no proprio estagio ‘conversor. © ganho proporcionado pelo conversor e pelo amplificador de Fi geraimente 6 suficiente para dar ao seu receptor a sensibilidade necessaria para receber radiodifusoras locais em ondas médias ¢ as estagies distantes mais potente em ondas curtas. Os receptores destinados ao servigo de radiocomunicagéo de maior responsabilidade, que normalmente 80 empregados na recepoao de sinais bastantes fracos, possuem sempre o amplificador de RF, também os autoradios, de um modo geral, possuem o estagio amplificador de RF. ESTAGIO CONVERSOR E OSCILADOR LOCAL. © estégio conversor tem a finalidade de transformar o sinal modulado de RF proveniente da antena num sinal de frequéncia um tanto mais baixa e fixa chamada frequéncia intermediéria, abreviada Fi. Todas as informagées de audio (modulagao) que estiverem contidas na onda portadora original estargo contidas na onda portadora original estardo contidas nessas frequéncia intermediaria FI Considerando a frequéncia intermedidria igual a 455 Khz, num receptor comum, qualquer que seja a frequéncia do sinal de RF na entrada do receptor, temos na saida, do conversor uma frequéncia de 456 Khz que é exatamente a Fl A frequéncia intermediéria Fl, portanto, uma frequéncia fixa, para qual todas as ondas portadoras de RF so convertidas num receptor superheterédino. A utilizagao desse proceso apresenta duas principais vantagens: 047 10 sinal de Fl poderé ser amplificado num estgio projetado especialmente para essa frequéncia, eliminado 0 problema da desuniformidade da resposta para todas as frequéncia da faixa ou das faixas de onda cobertas pelo receptor. 2 Sendo a Fl de valor diferente da RF recebida, praticamente no haverd influéncia de um estagio sobre outro, diminuindo a possibilidade de surgirem oscilagdes vespiirias. No diagrama em blocos da figura _se mostra como é efetuada a conversio de frequéncia, Observem que chegam dois sinais simultaneamente ao conversor: um deles é 0 sinal da portadora proveniente te do amplificador de RF, e outro vem de um circuito denominado oscilador local. A finalidade do oscilador local & produzir um sinal de RF nao ‘modulado, cuje frequéncia esteja acima da frequéncia da onda portadora uma quantidade igual 4 Fi Por exemplo sendo a frequéncia de Fl igual a 455 Khz e sendo a faixa que 0 receptor deve cobrir de 540 Khz a 1600 Khz, 0 oscilador tera que funcionar em uma extensdio de 995 khz (540+455) a 2.055 Khz (1600+455). Recebendo o sinal de RF modulado e sinal do oscilador local, 0 conversor produz um sinal cuja frequéncia é igual a diferenga entre ambos, conservado ao mesmo tempo a férmula de modugo do sinal original Agora outra observagao, foi dito que oscilador local deve operar acima do sinal de entrada uma quantidade igual a Fi. Entretanto, isto ndo constitui uma regra, podendo o ‘oscilador operar também abaixo da frequéncia de entrada. Contanto que a diferenca entre dois sinais seja de valor igual a Fi. Em geral as frequéncias do oscilador so mais latas que ‘as do sinal, exceto nas faixas de frequéncias mais altas. Vejamos um exemplo de conversio. Na figura _ 0 receptor esta sintonizado ara uma emissora transmite em 670 Khz. Quando se faz a sintonizagao do receptor para essa frequéncia, 0 oscilador local fica automaticamente ajustado para gerar, 1.125 Khz. Os dois sinais chegam ao conversor este efetua a diferenga entre ambos: 1. 125 Khz - 670 Khz = 455 Khz ‘Como pode se observar por esta figura, a Fl de 455 Khz conserva-se a modulagao do sinal de RF de 670 Khz. ‘Ao mudar-se de sintonia do receptor, passando a receber, por exemplo, uma frequéncia de 1.000 Knz, automaticamente 0 oscilador local ficard ajustado para 1.455 Khz, © 0 conversor produziré a ciferenca: 1, 455 Khz - 1.000 = 455 Khz Resumindo: A Fl produzida no conversor & de frequéncia fixa e retém todas as caracteristicas de modulagdo do sinal © processo de misturar duas frequéncias, obtendo a diferenca entre elas, denomina-se batimento. Se 0 produto do batimento de dois sinais resulta num sinal de Tadiofrequéncia (da faixa de audio) 0 processo denomina-se batimento heterédino. ‘Quando 0 resultado do batimento & um sinal de frequéncia acima da faixa de audio (como a Fl, por exemplo), diz-se que 0 batimento super heterddino , dai o nome superheterédino atribuido ao receptor que utiliza este proceso. Atualmente, todos os equipamentos de ‘comunicago em geral, empregam a técnica de batimento superheterédino. o4a No receptor, a Fl produzida no conversor com um certo ganho ou amplificacao denominado ganho de conversao. O ganho de conversao é, entretanto, um tanto baixo, de modo que, apés a conversio, o sinal devera ser devidamente amplificado no estagio amplificador de FI ‘CIRCUITOS CONVERSORES ‘Afim de facilitar a compreenséo do funcionamento do conversor e do oscilador local, vamos considerar, inicialmente, o circuito que emprega transmissores separados nessas duas fungdes, conforme ilustra a figura Neste circuito, transmissor TR1 desempenha a funcdo de conversor e TR2 6 0 oscilador local © transmissor TR1 funciona como amplificador de RF, porém, com a principal diferenga de haver dois sinais presentes em sua entrada, Um desses sinais 6 que provém da antena, chegando até a base de TR1 por meio do transformador de radiofrequéncia TRF (bobina de antena), cujo secundério é sintonizado pelo capacitor C1 Outro sinal_presente na base de TR1 vem do oscilador local através do capacitor Ca. 0 oscilador local € do tipo Hartley com realimentagao no emissor. © enrolamento Lo em paralelo com C2 forma circuito sintonizado responsavel pela frequéncia gerada no oscilador. Na pratica, esse enrolamento & chamado bobina osciladora. Os capacitores C1 ¢ C2 séo as duas segdes de um capacitor variavel duplo, No secundério do 1° TFi teremos o sinal de Fi resultante da conversao, © sinal do oscilador local pode ser injetado a base ou a0 emissor do transmissor conversor, dependendo do projeto. No caso em questo, o sinal do oscilado esta sendo aplicado a base do conversor. CONVERSOR AUTO-OSCILANTE ‘AS fungdes de oscilago e converséo de frequéncia realizadas pelos dois transmissores do circuito da figura pode ser conseguidas com um tnico transmissor que, nesse caso, funcionard como conversor e oscilador; 0 circuito assim montado recebe 0 nome de conversor auto-oscilante. Um exempio tipico de conversor auto-oscilante € dado na figure Neste exemplo, 0 circuito ressonante L1-C1 sintoniza a frequéncia desejada, enquanto que 0 circuito L3-C2 é responsavel pela frequéncia gerada no oscilador . C1 e C2 Constituem um capacitor varidvel duplo. Os indutores L3 e L4 so acoplados indutivamente, afim de que haja realimentagdo para circuito oscilante L3-C2. © capacitor Ca constitui um acoplamento para a RF e, a0 mesmo tempo, bloqueia, para L2, a polarizacao continua de base fomecida pelo divisor de tensdo Rie R2. 049 FI= 455 KHz (modulado) [ axptit. i L de RF |» conversor |———____» £ = 670 Kitz 1.125 Riz (modulado) nao modulado oscilador local Sintonia TRE Light x cL © resistor 13, ligado ao emissor estabiliza 0 ponto de operagdo em fungao de variagdes de temperatura. © capacitor C3 bloqueia a tensao positiva do emissor, evitando um curto circuito através da bobina L3. ‘A derivagao em L3 proporciona o casamento de impedancia para a transferéncia do sinal do circuito L3-C2 para o emissor. © capacitor C4 sintoniza 0 primario do 1° TRI na frequéncia de 485 Khz. 4 reduz a tens num valor adequado para a alimentacdo do coletor, e a0 mesmo tempo, em conjunto com C5 forma um filtro para linha de +B. Nos circuitos que empregam conversores auto-oscilantes (um sé transistor), uma ego da bobina osciladora vai sempre ligagao do coletor. Um a parte do sinal do coletor & tetirada por meio desse enrolamento @ reconduzindo para 0 circuito de entrada do ‘transmissor, afim de manter as oscilagdes. Dependendo do elemento (base ou emissor) no ‘qual se faz a realimentacao do circuito, pode-se obter dois tipos de circuitos: realimentagZo ‘No emissor ou realimentagao na base. nos dois casos, a retirada do sinal desse faz_por meio de uma derivagao préxima ao extremo inferior do enrolamento da bobina osciladora. O propésito disso é impedir que a baixa impedancia de entrada possa reduzir o fator de mérito do oscilador. O circuito da figura, com injego do sinal no emissor, mais utiizado e isso se deve ao fato dos sinais de antena e do oscilador serem aplicados a diferentes elementos do transmissor, que funcionaré de modo mais estével. Os circuits conversores que usam dois transmissores, um como oscilador local € ‘outro como conversor, sao preferiveis porque oferecem maior confiabilidade, principalmente pelo fato do oscilador poder funcionar com maior estabilidade. De modo geral, os receptores de boa qualidade com mais, de uma fixa de onda, bem como os auto-radios, empregam_ circuitos conversores com dois transistores, principalmente na recepodo em ondas curtas. Ja 0 conversor auto-oscilante (um sé transmissor) tem 0 seu emprego ‘generalizado nos receptores de baixo custo, quer possuem, normalmente somente a faixa de ‘ondas médias. PRODUTOS DE CONVERSAO Na entrada do conversor so aplicados dois sinais de diferentes frequéncias, que 1. Osinal proveniente da antena, cuja frequéncia designaremos por Fa. 2. Q sinal do oscilador local, cuja a frequéncia designaremos por Fo. Do batimento que o conversor realiza com essas duas frequéncias, produz-se um grande nimeros de sinais de diferentes frequéncias denominados produtos de conversdo. Assim, sendo, na saida do conversor serdo encontrados as seguintes frequéncias: A. A frequéncia do sinal Fa e suas harménicas 2Fa, 3Fa, etc. B. A frequéncia do sinal Fo e suas harménicas 2 Fo, 3 Fo, etc. os1 C. asoma Fo+Fa e sua harménicas D. A diferenca Fo - Fa e suas harménicas. De todas essas frequéncias, apenas nos interessa uma que é diferenga Fo - Fa . essas diferenga recebe 0 nome de frequéncia intermediéria e seu valor é fixo para o receptor. Os valores mais comuns de FI para os receptores de AM que operam em ondas médias e curtas so os de 455 Khz e 465 Khz. ‘A separagao do sinal_de Fl dentre os demais produtos de conversao é realizada pelo transformador de Fl. Esse transformador deve ter 0 seu primério sintonizado ( por um capacitor) para a freqléncia de Fle 0 mesmo deveré possuir uma curva seletividade bastante agucada. Assim sendo, dizemos que o transformador de FI deixa passar frequéncia intermediaria, rejeitando os demais produtos de conversdo. ‘SINAL IMAGEM Apesar dos transformadores e amplificadores de FI serem_suficientemente seletivos para proporcionarem a rejeigao dos produtos espirios de conversao, os receptores Superheterddinos esto sujeitos ao perigo do sinal imagem, que podera ser ouvido no alto falante “misturado * com o sinal da estagao que se esta recebendo, Vamos recorrer a um exemplo muito simples para que vocé possa compreender o que 6 0 sinal imagem e como ele consegue ludibriar a seletividade superheterédino. Observe na figura que aprecem varios sinais de diferentes frequéncias na antena receptora. Na entrada do receptor, 0 circuito ressonante L2-C1 esta sintonizado para a frequéncia para a frequéncia de 650 Khz que 4 da estacdo que se deseja receber. Quando se ajusta o variével C1 para sintoniza essa emissora, o varidvel C2, acompanhando a variagdo de C1, sintoniza a bobina osciladora Lo na frequéncia de 1. 105 Knz. © conversor faz 0 batimento dos sinais dos sinais do oscilador local (1105 Khz) € da emissora (650 Khz cujo resultado sera a freqiéncia intermediaria). Fi = Fo - Fa= 1, 105 - 650 = 455 Khz. Evidentemente, serdo formado os demais produtos de conversdo, mas como, 0 transformador de Fl esta sintonizado em 455 Khz, somente essa frequéncia passara, sendo todas as outras, Entretanto, vamos considerar 0 que acontece com a frequéncia de 1. 560 Khz, que também esta captada pela antena juntamente com as demais. O circuito ressonante L2-C1 no esté sintonizado para esta frequéncia, e sim para a de 650 Khz. Porém se esse circuito ressonante néo for bastante seletivo, acontece que o sinal de 1.560 Khz passara, embora atenuado, para base do transmissor conversor. Entdo, esse transistor, conversor. Entdo, ‘esse transistor do sinal de 1. 560 Khz com a frequéncia do oscilador local que esta ajustado ara 1. 105 khz. Assim, teremos na saida do conversor: 1. 560-1. 015 = 455 Que é exatamente o valor da freqiiéncia intermediaria. Nessas condigées, 0 transformador de Fi ndo rejeitar 0 produto do batimento da frequéncia do oscilador local com 0 sinal de 1. 560 Khz que também ouvido no auto-falante, ‘muito embora o receptor esteja sintonizado para a estago que opera em 650 Khz. © sinal imagem de uma frequéncia qualquer é facilmente determinado, pois seu valor 6 igual a soma dessa frequéncias consideradas como dobro da frequéncia intermedidria. Assim, no exemplo dado opera em 650 Khz, 650 Khz + 2 X 455 Khz = 1. 560 Khz Um bom receptor deve ser capaz de rejeitar 0 sinal imagem da frequéncia sintonizada, Para tanto, o circuito ressonante de entrada deve ser bastante seletivo, de ‘modo que a frequéncia do sinal imagem nao alcance a entrada (base) do conversor. Nos modemos receptores superheterddinos, que usam os valores de 455 Khz e 465 Khz como frequéncias intermediarias, na faixa de ondas médias, dificilmente ocorrera a mistura ou interferéncia do sinal da estagdo recebida com o sinal imagem, por que este normalmente caira fora da faixa. Entretanto, em ondas curtas jé ndo acontece o mesmo; além do sinal imagem cair normalmente dentro da faixa, a seletividade para a rejei¢do do mesmo muito mais dificil de se conseguir nessas frequéncias. Se 0 receptor possui 0 estagio amplificador de RF, a possibilidade de interferéncia do sinal imagem ficara consideravelmente reduzida, mesmo na faixa de ondas curtas. Como esse amplificador amplifica somente 0 sinal desejado e no o sinal imagem, este dificilmente alcancaré a entrada do conversor em condigdes de causar interferéncias. ERRO E CORREGAO DE RASTREIO Vimos que, quando se varia 2 captdncia do variavel do circuito ressonante do ‘oscilador local (C2) deve acompanhar esses variagdo, fazendo com que a frequéncia gerada no oscilador seja sempre igual a soma da frequéncia da emissora sintonizada com a frequéncia intermediaria. Esse acompanhamento chama-se rastrelo, deve ser correto em toda a extensdo da faixa recebida para que, em qualquer valor desta, a frequéncia do ‘oscilador local seja igual & soma da frequéncia sintonizada (Fa) com a frequéncia intermediaria (Fi). Entretanto, € muito dificil e dispendioso projetar um capacitor variavel duplo capaz de assegurar 0 rastreio correto ao longo de toda a faixa ou faixas de recepgao. Por isso, € mais conveniente usar um variavel duplo comum e efetuar a corregao do erro de rastreio por meio de capacitores ajustaveis, ligados em série ("pader’) e em paralelo (trimers) com os Circuitos ressonantes principais, conforme ilustra a figura © trimer t1 em paralelo com a segao do variavel principal, geralmente é designado como “trimer da antena” pois se encontra na entrada do receptor, influindo na sintonia do sinal captado pela antena. © trimer 12 faz parte do conjunto de capacitores ligados em paralelos com a bobina osciladora. Em muitos casos, este trimer est ligado diretamente em um paralelo com a bobina osciladora e nao diretamente com o varidvel, como mostra a figura 053 Por outro lado, o pader p trabalha sempre em série com o circuito ressonante principal. Quando @ bobina osciladora possui niicleo de ferrite ajustavel, 6 muito comum. usar um capacitor comum no lugar do pader que, nesse caso, recebe o nome de ‘pader fixo’. Quando a bobina osciladora possui nucleo de ferrite ajustavel e € adequadamente construida para o varidvel, o pader é absolutamente dispensavel. O AMPLIFICADOR DE FI Conforme vimos, 0 sinal captado perta antena 6 convertido num sinal de frequéncia fixa chamada frequéncia intermediéria (Fi), cujo valor normalmente 6 mais baixo que o da RF recebida. Como a conversdo de frequéncia no afeta forma original de ‘modulago, o sinal de Fl conteré a mesma modulagao em amplitude que o sinal de RF original O sinal de Fi deverd ser amplificador no canal de Fl, que poderd conter de um a trés estagios amplificadores. A maioria dos radioreceptores — comuns possuem dois amplificadores de Fl, sendo, também, encontrados receptores com apenas um amplificador de Fi. Ja um receptor comum com os trés estagios amplificadores de FI mais raramente serd encontrados. © amplificador de Fl é um circuito de alto ganho, permanentemente sintonizado na frequéncia diferenga entre a do oscilador e a do sinal de RF captado pela antena. A principal caracteristica desse amplificador é a presenca dos transformadores de Fl em sua entrada e em sua saida, conforme mostra a figura Na maioria das vezes o transformador de Fl é de sintonia bem simples, isto € somente o enrolamento primario é sintonizado por um capacitor paralelo, constituindo um circuit ressonante. Ha casos, em que também, um ou mais secundarios sdo sintonizados por capacitores em paralelo, constituindo circuitos paralelo Como os amplificadores de FI so projetados para amplificar uma i frequéncia, 05 seus cirouitos sintonizados podem esta ajustados sempre para a maxima amplificagao e seletividade desejadas. Praticamente, além do alto ganho, quase toda a seletividade do superheterédino se desenvolve nesses estagios. Neste circuito, R1 e R2 constituem o divisor de tens&o para a base de TR1, sendo que R2 vai ligado lina de C. A.G.. assunto que sera tratado mais adiante, © capacitor C1 desacopla R11 @ R2, atenuando como filtro de C.A.G., mantendo constante a tensdo nesse ponto. 4 R45 eC3 operam de modo idéntico ao descrito nos dois paragrafos anteriores. (Qs capacitores C e C4 evitam a realimentagao negativa, condicionando o maximo ganho dos amplificadores. (© capacitor C5 no primario do 3° TF! desacopla esse ponto do sinal de Fl, escoando para a massa qualquer residuo de Fl ai existente, atenuando, ao mesmo tempo, como um filtro adicional para a linha +B, © principal componente do amplificador de Fl 0 transformador de Fl, por isso, 0 desempenho superterédino. Atualmente, 0 tipo de transformador de Fi mais empregado € 0 que usa niicieo de ferrite nos enrolamentos e possuem, geralmente, capacitores de sintonia fixos. A sintonizagdo de tais transformadores ¢ feita movendo os nucleos de ferrite no interior de cada enrolamento, por meio de parafusos fixadores ajustaveis. A sito denominamos sintonizacéo por permeabilidade. 054

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