15 - Concessoes Homenagem CABM

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{UDENCIA DO STF SOBRE COMPETENCIA DOS TRIBUNAIS DE CONTAS DITERMINREM AO PODER ENECUTIVO ANULAGAO DE CONTRATO ISTRATIVO E'SUA SUSPENSAO TAS NA CONSTITUICAO — ESTUDO SOBRE O ACORDAO PROFERIDO PELO {IMO TRIBUNAL FEDERAL NO ARE 639337 AGRISP ~SAO PAULO ‘A posigio dos demais ministre. Julgamentoe conti da emen ‘Nossasconsideracies. © Referees nn NTARIOS A ADI 3.433/DF: DA COMPETENCIA CONSTITUCIONAL PARA DISPOR IRE POLITICA TARIFARIA NAS CONCESSOES DE SERVIGO PUBLICO. DA RESERVA, [ADMINISTRACAO nt Ls Freie. “acon foqmeg ons onan exrndsio” nym ap oan “ane SUPUY “ONTTWANN op 2 virgnuysaesjut ep ovSeinas eu opteSnfu ap owas wn eope seg ou sepupiaduros ap “qseag ou sreprpni sogssnosrp ura wepunpar -oottrquose oxqqtnba out 9 $0240 SOU SOIL SOSIBAFP OPUR}aAzEDE ‘0. so anus epezaidsouaur as eumysoo sepugiadwoo ap o¢dnsedos eper ‘seansiod sagysanb 10d ‘owuejua oN ‘auaurye#aj no [euo!oMySUOD vl>s “sept soe so1eytz saxopea ap vys99 xoUoU eBo.2}UD ‘aU sajua so anb 9 ~ oupyrum efas anb wn ap ayuauiayuaiay ovdnpoutit | OHIVAUVD OWLSVD FUGNY SOOITaNd SOSIANAS SOG SVAIIVL SVN OLOVAII Fd VALLVON VIONSLACWOD Em outros paises, isso pode ou nio coincidir, Nos Estados Unidos, por exemplo, Mantel a pte Dwight Eisenhower (poder central) inaugurou, no pos Segunde Gung Mundial, o Programa de Interstates, cuja competéncia atualmentee det, pelo estado aarrine ably Pesat de as intersttesserem uma infraestrutura rodovidrs federal “ervige piblicorodoviério~e, inclusive, a cobranga de tatifas—dé-seno nivel ectedcal, No Brasil, tentativas de separar a infraestrutura do servigo pablico, eaten dlotadas de boas intengdes para a maior eficiéncia e equidade na cobranga tarifiia 203, Tauétios, no encontra guarida consttucional. Enesse sentido que a Avia Pcn oe {Meonstitucionalidade n° 3.343/DF exibe um rol de discussBes juriticas gue tornou essa CE, por todas: AMARAL, Anténio Carlos Cinta do. Distingi entre usuario de sorvgo public e concumidor In: Concss de sero pio vas tendéncas. So Paulo: Quarter Latin, 2012 p. I-12 coombaxronumagsmaousuansoorsmmrncs | 4 4d) ADIn®3.533-9/DE, que discutiu a respeito de le distrital que obrigava as con- cessiondrias de telefonia fixa a instalarem contadores de pulso em cada ponto de consumo (julgada procedente em 2 de agosto de 2006); ©) ADIn®3.847/SC, que discutiu a lei estadual que vedava a cobranga de assinatura basica pelas concessionarias de telefonia (julgada procedente em 1° de set de 2011); £) ADI n® 4.369 MC-REF/SP, que discute lei estadual que veda a cobranga de assinatura mensal em servicos de telefonia fixa e mével (iminar deferida em ‘medida cautelar e referendada pelo plenério em 23 de junho de 2010); ) ADI n® 4.382/SC, que discute sobre lei estadual que isenta 0 pagamento de pedagio nas rodovias federais BR-101 ¢ BR-116 (pedido de liminar ainda nio apreciado). Um fato adicional & argumentacao jé levantada na Corte é que nenhuma das leis estaduais menciona eventual fonte de custeio ou compensacio a fim de manter 1 equilibrio econdmico-financeiro dos contratos. Embora esse tipo de previsio nio deixasse de eivar de inconstitucionalidade a norma, seria oportuno para se balizar a discussio quanto a possibilidade de concesso de subsidios de um ente federativo diverso ao poder concedente do contrato. ‘Conforme afirma Celso Anténio Bandeira de Mello, “(..) nao hé impediente juridico a que o Poder Pablico adote um sistema de tarifas subsidiarias, sea tanto for Ievado para manter-thes a necesséria modicidade”.* Na Colémbia, por exemplo, a Sentencia T-149, de 2 de abril de 2014, emitida pela Corte Constitucional, recentemente impés aos prestadores de servigos de saneamento a obrigacio de fornecimento de um ‘minimo de 50 litros dirios de agua potével por pessoa, em uma reinterpretacdo da Let de Abastecimento de Agua, para que assim haja a protegao ao usuario hipossuficiente, 'A questo que deve ser colocada é: de quem deve pattir os subsidios? Partindio-se da premissa de que o chefe do Poder Executivo (reserva da Admi- nistragio) titular do servigo puiblico encaminhe um projeto de lei que conceda qualquer isengao ou subsidio ao usuario, parcela da doutrina encara esse evento como um fato de principe, havendo o dever de restaurar o equilibrio econdmico-financeiro do contrato ‘administrative por forca do art. 37, XI, da CF e do art. 65, I, d, da Lei n’ 8.666/93.° O proprio Supremo Tribunal Federal, na ADI n® 2.733/ES, adotou esse posicionamento no julgamento (5 de fevereiro de 2006) da constitucionalidade de uma lel capixaba que concedia isencao para os usuarios de uma rodovia concessionada sem qualquer forma de compensacio. Jana hipétese de um evento de outra esfera federativa, nao responsavel pelo servigo piblico em questo, verificada a ocorréncia da teoria da imprevisio (doutrina francesa)/fato de principe (doutrina brasileira), haveria a possibilidade de concess3o de subsidios a concessionéria por ente federativo alheio ao titular do servigo pubblico (poder concedente)? A resposta é pela negativa. Qualquer evento que cause desequilfbrio contratual, ainda que em um exemplo hipotético no qual a jé citada lei distrtal fosse MELLO, Cates Anno Bani do, Curso de drtsadinstratv. 25. ed So Palo: Maeiros, 208. p. 725 1 Aquino adentraremos na dscussio seo sto deve ser geal cu abstat, individual ou conceto, partir ou nio ‘Ga mesma autoridade responsivel pelo contrat, seguindo a pesto de parca da doutrna, Ct, por todos: JUSTEN FILHO, Macy. Cased diets adinstotioy.8.ed Belo Horizonte: Frum, 2002 p. 521-522 TO 46 | Comiroxnasrnarmonsninsnonten teen Hemme fc antes ek consttucional (eainda que tivesse previsso de compensagio),caberia somente ao poder concedente a implementasao de compensacao ~ mediante a competente alteracto do contrato (celebracao de termo aditivo). © que poderia ser feito pelo outro ente federativo ¢ 0 subsidio direto ao usuario ~ porexemplo, ressarcindo-o em dinheiro do pagamento da tara, ou adiantando esses \alores que sero pagos a concessionéria, Nesse caso, nao haveria impacto na prestagao do servigo; portanto, nao haveria desequilibrio contratual. Outra hipétese é um subsidio indireto ao usudrio, mas diretamente ao poder Concedente, a fim de fazer frente & gratuidade adotada - 0 que poderia ser feito mevliante transferéncias intergovemamentais, por exemplo. Entretanto, haveria a necessidade de alteracio contratual, ficando 0 poder concedente com o risco de eventualmente as receitas do outro ente nao estarem presentes em um momento futuro, devendo assumir 8 responsabilidade integral pela compensagdo concessionsria,* O ente federativo nao pode, portanto, ressarcir diretamente a empresa conces- siondria e permissionéria mediante lei, jé que as tinicas hipdteses de existincia de relagiojuridiea possiveis sao entre entefederativo (usuario ow ente federativo) e poder concedente, Caso haja aintengao de uma relagdo direta“ente federativo-concession tia”, seria necesséria a celebragdo de um contrato, instrumento que no se confunde eam 6 Contrato administrativo de concessao ou permissio celebrado com o poder concedente, Isso depende, portanto, da aceitagéo das partes: seria um contrato a administagiy, no um contrato administrativo, Uma ideia a ser rechacada é a definicéo da competéncia pela generalidade ow néo do servigo. Ou sea, pela necessidade de uniformizagio do tema em terrtério nacional, os servigos de telecomunicagées ou enengia so de competéncia federal. Tl raciocinig foi levantado diversas vezes nos votos dos ministros. Embora a conclusao esteja correta, essa premissa no se aplica no presente caso. A justificativa para a definigao de competéncia nao é relevante em termos juridicos. A sua utilidade é para temas de debate em federalismo fiscal, que podem perpassar, inclusive, anecessidade dese alterar 4 competncia do ente federativo. Em termos juridicos, somente importa a que ente a competéncia foi definida na Constituicio Federal. Caso contrério, esse argumento da Tecessidade de generalizar o servigo poderia ser aplicado ao transporte coletivo pela Unio, o que seria inconsttucional a luz do art. 30, V, da CR. A Unio poderia, por exemplo, definir que os nibus devem ou nao ter ar condicionado, devem ou nao ter terifa zero para determinadas categorias, devem ter um ntimero minimo de capacidade, etc: Isso esbarraria frontalmente no disposto no dispositive constitucional em coment, A outra questio que pode ser enfrentada refere-se & discussio da cobranga de tarifa pela disponibilidade do servigo — hipdtese de incidéncia tipica das taxes, O fato & que a natureza juridica da exacéo, tributria (taxa) ou nao tributiria (tarifa), no se Gefine pela forma da prestagio do servico, mas sim pelo regime juridico definido & entidade arrecadadora da receita. Isto é a definigo de taxa ou tarifa pela natureza do servigo, eno pela opsio do legislador ou administrador piblico, acarreta esse tipo “CL ports CARVALHO, And Casi Tarifa zr no tanspot publi pte studantesé pratcamente invaivel. Coral Frc, jl. 2014. Disponivel em: pew cojurcams fale asa ee ‘arifazeroestudantespratiamentednviaveb Aceso em 3 deal 201d courmtnaanonucvacnmcronsstanmcnonsamagosremsces | 47 de discussdo — como no caso do pedgio e do selo-pedagio. O fato é que o legislador define o regime juridico incidente sobre a cobranca, de taxa ou tarifa, e cada regime receberd um influxo especifico de normas juridicas, descabendo a discusso quanto a natureza juridica da cobranga. Jé a existéncia de tarifa minima, conforme expée Egon Bockman Moreira,’ nd0 pode ser vista exclusivamente sob a perspectiva do usuério que nao utiliza 0 servico € &“penalizado”, Nesse sentido, (.)) a concessio significa a concretizagio de determinada politica piblica, debatida e dofinida pelas autoridades a quem se outorgau tal competéncia. (..) Afinal, a cobranca de um valor minimo nao correspande tio somente ao custo do que éefetivamente consumido, ‘mas sim Aqueles da implantacSo de toda a rede necessiria ao bom funcionamento do servigo publica (..). E, por derradeiro, 0 conceito de tarifa minima envolve também outro quanto 8 possibilidade de antecipacto tariféria, a qual, se néo utilizada pelo usuario, torma-se também potencial. Por exemplo, o usudrio poderia antecipar o pagamento da tarifaem carties eletrinicos inteligentes (em um sistema pré:pago) enunea vir autilizar o servigo por qualquer motivo ~supondo, por exemplo, que ele va viver em outro pais ou venha a falecer. Isso redundaria no absurdo de que o regime juridico tarfério transmutar-se-ia para o de taxa, de acordo com a utilizago ou nao do ususrio, Por essa razao, 0 regime juridico nao é definido sob o olhar do usuario, mas sim da qualificacao juridica que o Estado imprime & exploracao do servigo piiblico. Em vistas a isso, até mesmo o sistema pré-pago possui um efeito indireto de financiar a infraestrutura e a rede subjacentes ao servigo - por meio de usuarios que talvez nunca venham a utilizé-lo em sua plenitude. Se o niimero desses usuarios que se tornam exclusivamente potenciais puder ser mapeado estatisticamente, tal dado poderé, inclusive, propor modelagens futuras que vislumbrem tarifas mais médicas nos servigos piblicos, ressalta-se. Referéncias (CARVALHO, André Casto, Divito de infastratura: peropetiva pablica. 850 Paulo: Quartier Latin, 2014 CARVALHO, André Castro, Novos horizontes para uma qualificaciojurdiea do pedéigio no Brasil Farum Contatagoe Cesio Pita, ano 10, v.12, abr 201, p- 5670 (CARVALHO, André Castro. Tarifa zero no transporte piblico para estudantes & {ConsultorJertico, jul. 2014. Disponivel em: , Acesso em: 31 dejul 2014 AMARAL, Anténio Carlo Cintra do. DistingSo entre ususrio de serigo pablo e consumidor In: Conceso de sercigas pica: novas tendéncias. So Paulo: Quartier Latin, 2012. p. 111-122 JUSTEN FILHO, Margal. Curso de diveto adnistrativo. 8, ed. Belo Horizonte: Forum, 2012 rticamente inviivel. Vandre-cavsino tris ‘CE-CARVALHO, André Castro. Novos horzonts pra uma qualfieagiopsiica do pedigiono Brasil Forum Cotta ¢ Gest Pili, a 10 v.11, abr. 2011, . 5670 MOREIRA, Egon Bockmann. Diet das eoncesses de seco pili: negra da Lei 8987/1995 (prt gers, Sto Paulo: Mathis, 200. p. 388 Fa eT rnoey fennopa stmnescan neta re MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de dint adinistratce 25, ed. Sko Paulo: Malhotros, 2008 MOREIRA, Egon Bockmann, Divito das cooesses de cerigo public: inteligencia da Lei 8987/1985 (parte era Sbo Paulo: Malheitos, 2010, PEREIRA, Flivio Henrique Unes. Rega, fcalizagoe sane: fundamentos e requsitos da delegagto do percicio do por de plica administativaa particulars, Belo Horizonte: Forum, 2013, —_— Informally cn ete eo conforme 3 NIE 6202 da Associa Bara cde Nona ‘meas (ABNT “CARVALHO, Andst Caer Comptinia norma impala tif dos eps pio. Cee eetisecgae Ue pl (Card) O Dea Admit eprint STF ef Fer ester ole art Bande det Blo Hoon: Fru 2036p 4-8, ii ee SSS

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