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Terra, Universo Oe ea de Vida Biologia e Geologia 11° ano 1.’ Parte Biologia ‘Amparo Dias da Silva | Maria Ermelinda Santos | Fernanda Gramaxo Almira Fernandes Mesquita | Ludovina Baldaia | José Mario Félix Gea owanats DIGA NAO A Explora o teu livro com o Smart Book! Simples. Facil. Interativo. Instala ou acede a EV Smart Book num dos seguintes dispositivos: Smart Book Acesso a diversos recursos associades ao manual gue ajudam a esclarecer todas os dOvidas ¢ a tomar o estudo mais rico e divertido, Consulta 0s cones de acossodisporivels em www.escolavitual pt PROGRAMA DA COMPONENTE DE BIOLOGIA Unidade 5 Crescimento e Renovacio Celular 1. Crescimento e renovagao celular LL DNAe sintese proteica 12,Mitose Unidade 6 Repraducao 1 Reproducao assexuada 1.1 Estratégias reprodutives 2, Reproducao sexuada 2.1. Meiose e fecundaraa 2.2. Reprocugao sexuada e variabilidade 3. Ciclos de vida: unidade e diversidade Unidade 7 Evolucio Biolégica 1 Unicelularidade e rulticelularidade 2. Mecanismos de evolucao 2.1 Evolucioniseno vs.ixismo 2.2 Selecdo natural, selegéo artificial e varabilidade Unidade 8 Sistemstica dos Seres Vivos 1 Sistemas de classificacao 1.1 Diversidade de critérios 1.2. Taxonomiae nomenclature 2, Sistema de classificacao de Whittaker modificado I) APRESENTACAO = Uma teia é uma obra preciosa e delicada, impregnada de uma beleza = serena que cintila com os primeiros raios da manha. € também um sim= bolo de arte, de criatividade, de paciéncia e até de sobrevivencia, Tudo na vida € uma teia. As relacdes bidticas e as relagées abioticas cruzam-se de todas as formas numa interacao constante em que o todo sempre muito maior do que a soma das partes. Também de teias vive os nossos afetos, e em teia se partiha e se evolu, Tal como cada um de nds, ateia vai crescendo em tamanho e em beleza 8 medida que o fio da vida segue 0 seu curso, Por tudo isto, uma teia poderd ser um bom simbolo para representar © crescimento afetivo, emocional e intelectual que o percurso pela Biologia e pela Geologia Ihe proporcionarao, Construa a sua teia de forma paciente e perseverante, Siga todos os patamares de modo organizado e sereno. Deixe-se envolver pelas ques- tes e procure respostas para elas nos dados das diferentes atividades, Confronte as suas respostas com as do texto e pare um pouco nas peque- nas Ideias-Chave para se organizar. Se puder, aceite os desafios maiores que 0 Investigar Comunicar (he propoe. Vera que as competéncias que desenvolver he permitirao obter muitas e importantes «presas». Bem-vindos ateia! 6. CRESCIMENTO, RENOVACAO CELULAR € REPRODUCAO 1. Crescimento e renovacio celular | DNRe sintese de protenas Universidade e variabtdade da molécula de ONA DING ura poinera de nuclestids em cunlahalice =Repicasio do DNA Composigao. estrutura do RNA Fuxo de informacao genética ~Biassntese de proteinas = Cogn genético ~Mecansma dasntese de proteinas Ateragio do material genético + Cielo celular Ctrutura dos cromossomas das cluaseucaréticas Fases¢o ciclo celular Interfase Fase nitérea ~Aspetescernparatvs dafase mtécaemcéiVasanimateem tas veetas Reguasio de cici cellar €tabiliade do programa genética “ Crescimentoeregenerasio detecdos Diterenciagd0 celular Competéncias Avaliago 2. Reprodugao nos seres vivos + Reproduséo assexvada Clonagem nas plantas Clonagem em animais + Reproducio sexuada Fecundagao.emelose ~Melose -redusao cromossémica =fiteragbes a0 nivel das cramassornas ~Mitose e meiose —assetos comparativos Reproduce sexuada evariablidade genética Diversidade de estratégiasnarepreduco sexuada —Reeproducao sexuada nos animals —fleprodugao sexuada nas plantas Ciclos de vida—unidade e diversidade Ciclo de vida de uma alga~a esprogira Ciclo de vida deum feto-o polipsdio Ciclo de vida de um mamitero + RelagSes entre o ciclo de vida dos organismos eo meio Intervenge humana no ciclo de vide dos seresvivos Competéncias Avaliacao 10 10 n a 1s % 25 2 we n 7 28 40 w ue so 52 3 50 os 108 7. EVOLUCAO BIOLOGICA € SISTEMATICA DOS SERES VIVOS 1. Evolugao biolagica xo + Uniceluaridadee muticeliarigace no Dos seresprocaiontes aes eres eucaiones m1 Origem da muticeuaridade us + evolicionisme efxsmo uo ‘Mecanismas da evolugso ma -Lamarcismo wo =Danwinisino 1s ~Selecso wfc seesSo natu evaranicace a ~Confonto ene ama-chismo e dani 30 -agumentos do evoicionisine im ~vgumentos ce natoriaCompsraca m1 ~voumentos paleotoa cos as ~Axgumentoscolagicas 15 ~Segumentosbcquimcos 136 Neodarwinismo-teorasintticagaevolucio a =Variabicade pase do r0ces0 evaitnd ne ~Selegs0 nature fundo oentco 9 Competéncias m1 Avaliagao surg 2. Sistematica dos seres vivos x6 + Sistemas de classificago wo Divesidae de crite de castcags0 1 Hierareuia das categoria taxonémicas 33 Nomenciaturaregras isis 156 7 + steines da vida ie - Sistema de asfcagso de ihitaker 181 Os sistemas de classifies io maisrecentesarupam os ers vso em sis rena ets dominios 1s Competéncias 169 Avaliagao 170 Anexo 1s Glossario 186 Bibliografia 190 HG elos fortes que unem todos os orga- eM ee Ce ee Lae rer ery Um dos principios mais importantes que Rae ue tee BR ee SC ee Red eee eae Cue Cee RM aL Ce ee CoM ee eee De Eee) UR er ee Ca Tea Ce eR nerd Oe ee oe A ee Re oR rar Etc Rn Loe hcp ead CO ern ecu Be eee eee Re Br Rae RR ee ee Fe pC rea Ce eae eee ae) Cee ore Le CUAL elas seek.) Coa aha € VARIABILIDADE CELULAR? COMO EXPLICAR Coke yest Deets UN y REPRODUCAO E VARIABILIDADE Bra ate ed 10 Fig. Mati entico smeueatans 1. Crescimento e renovacao celular As células sdo unidades estruturais e funcionais dos organismos. Utilizandog 0 seu programa genético, produzern moléculas especificas que permitem of crescimento e a renovagao celulares. i Entre a diversidace de moléculas sintetizadas, 2s proteinas, com as suasi sequéncias espectticas de aminoscidos, sdo moléculas essenciais& vida DNA e sintese de proteinas Quando, por exemplo, se observa uma fotografia com vérios membros de uma farviia, rovavelmente & possivel identifica’ entre esses membros certas semelhangas ao nivel da estatura, da cor dos olhos ou das caracteristicas das prdprias faces, Ha tracos familiares que resultarn de uma herecitariedade: comum. Nao abstante, cada um dos membros dessa familia também exibe caracteristicas que o distinguem de todos 0s outros; cada indivi- duo é, na verdade, ‘nico. Aeexisténcia de semelhancas e de diferencas deve-se ao facto de cada organismo ter um programa genético que herdado dos seus antenassados, mas que nao é repetido, 0 programa genético esté presente no acido desoxirribonu- cleico (DNA, em terminolagia inglesa), mol cula que coordena toda aatividade celular Como foi descoberto o DNA? Que caracteristicas apresenta esta incomparavel molécula? Em finais do século XIX, 0 bioquimico alemao Miescher, a partir de células com grandes nticleos,isolou urna substancia de elevaco peso molecular a que chamou nuclefna. Anos mais tarde, 2 nucleina passoua ser designada por écido desoxirribonucleico, Este acido foi praticamente ignorado pelos bidlogos durante quase um século, Considerava-se, de forma generalizada, que as pro- telnas nucleares eram as macromoléculas portadoras da informago genética ©. DNA, cornparado corn a complexidade e civersidade das proteinas, parecia ruito simples para explicar as caracteristicas especificas de cada organismo. ‘nescimenTo ERENOVACAO CELULAR S6 na década de UO do século XX, na sequéncia de trabalhos realizados com bactéras e virus, 0 écido desoxirisonucleico foi considerado 0 material genético. Vamos abordar algumas propriedades fundamentals desta molécula, o DNA, e como ela intervém na sintese de proteinas, focalizando trabalhos reali- zados por alguns investigadores. Universalidade e variabilidade da molécula de DNA As moléculas de DNA sao invariéveis do ponto de vista uimico, qualquer que seja 0 tipo celular ou o tipo de ser vivo. Variam, de um tipo celular para outro, antimero eo tama- nho das moléculas, mas sobretudoa informasao que contém. Fig.2~ Cola procansin, Célula do... Tamanho (em m) 1 a teria L y —— Quivifou cebola, banana, gad.) + Dos tubos de ensaio As diferencas mais evidentes relativas ao material genético de procarion-{ tes e de eucariontes dizem respeito nao s6 8 quantidade de DNA, mas tam- béma sua arganizacéo ¢ localizago. Nos procariontes, 0 ONA encontra-se no citoplasmma como uma moléculal circular, ndo tendo, em regra, outros constituintes associados. Essa molécula constitui o nucleoide, Nas células eucariéticas existe uma campartimentacéo membranar, estando a quase totalidade do material genético confinade ao nicleo. 0 niicleo possui duas membranas, membrana nuclear interna e membrana nuclear externa, que constituem o invélucro nuclear, com intimeros poros nucleares que permitem @ comunicacao entre o interior do nticleo e 0 cito- plasma, No interior, o nicleo contém o nucleoplasma, onde se encontram os ‘cromossomas, massas de material facimente corével, constituidos por fila mentos de DNA e protetnes. No nGcleo pode ainda existir um ou mais nucléolos, estruturas em cuj constituigao entram écidos nucleicos e proteinas ATIVIDADE 1 COMO EXTRAIR € VISUALIZAR MOLECULAS DE DNA? Nesta atividade, o DNA & separado grosseiramente s de outros constituintes celulares. iT +10 mL de detergente daloica, 1colherdesal__ + Alcoolrefrigerado £70 ml de agua destiiada + Pipeta,vareta + Almofariz + Acido cloririco normal a temperatura ambiente + Recipiente com gelo + Reagente de Schiff (fucsina descorada] + Funil, papel de filtro e algodao hidrfilo Protocolo experimental 1, Descasque e corte 0 quivi em pequenos fragmentos ¢ coloque-os no almofaniz, 2, Deite 0 sale o detergente num gobelé com agua destilada, Agjte suavernente amistura 3. Coloque a mistura obtida no almofarize triture 4, Filtre, scessivamente, o produto obtido através de papel de fitro e delgado hidrofilo, 5, Faga escorrer, lentamente, alcool efrigerado em quantidade aproximadamente igual &do fikrado ‘a0 longo da parede da proveta. Espere algum tempo e procure abservar a formacao de duas fases: ‘uma superior alcoélica, e outra inferior, aquosa, 6. ODNA, insolGvelno élcool, precipita e forma uma massa filamentose, esbranquicada, que contém protetnas e outros materials Fig 4] Com o auxiio de uma vareta, e com movimentos circulaes, pode recolher aigum material 7. Paraacoloracao, pode utilizar a técnica de Feulguen (adaptada aeste material) ~colaque o precipitado em agua destilada (10 s}; —mergulhe-o er &cido cloririco normal (25 5); passe novamente 0 material por agua destilada (10s); —mergulhe o precipitaco no reagente de Schiff (3 min} 12 ‘nescimenTo ERENOVACAO CELULAR WER Siesta! oa — wets eae de eit Apatite ‘nna, fierce = Ags cokeragn por ag Fig.2- rj doONA gore cllas avi Coecnetcetage Gs PRINCIPIOS 1. Destruiras membranas paralbertar A. 0 papel defitroretém alguns constituintes maiorese dea DNA passaro DNA (bem comoas protein). 2, Separar oDNAdoresto B, A fucsinaretoma acor vermelna em contacto como DNA, dos constitutes dacéula C. 0 detergente intervém na desorganizacao 3. Fazer precipitaro DNA com das membranas. o fim de o observar. D. 0 alcool permite desidratar as moléculas de DNA, que 4, Por coloracto,testar se aglutinam, tornando-se vsiveis apresengado DNA + Utilizando os dados da tabela, procure estabelecer relacdes entre as etapas de extracao e os princt- pios que as fundamentam. DNA, um polimero de nucleétidos em dupla hélice Cada organisa possui um patrimdnio genético que o tora Gnico. O seu DNA, molécuiz biolégica universal, é 0 suporte molecular da inforrnacao gené- tica que coordena todas as atividades celulares e que é transmitida a todas as {cellas-fihas no decurso co desenvolvimento ©. DNA contém a “linguagem’ da vida. identificacao da composicao e estrutura desta biomolécula constituiu um marco muito importante na biolo- Egia molecular. 13 ATIVIDADE 2. COMO € CONSTITUIDA A MOLECULA DE DNA? de parte de uma nga ul eletia de DNA ssoeace apenas PROTEINAS? ~RIY DOI A Tet ssa. 8 - ! Processamente subuindes Fig Soo 1. Porque pode afirmar-se que a célula representada é uma célula eucaritica? 2. Legende as estruturas referenciadas por A, B, Ce. 3. Refira a etapada sintese de proteinas que ocorte no citoplasma, ‘6, Com base nos dads, fundamente as designacbes atribuldas ao RNA mensageiro {mRNA} e a0 RNA de transferéncia({RNA}). 5. Que funcéo desempenhar as moléculas de ATP neste processo? 28 ‘ReSCIMENTO RENOVAAOCELULAR Transctigo da informacao genética —Nos sistemas vivos, aprimeira etapa da transferéncia da informacao genética corresponde & sintese de RNA mensageiro a partir cde uma cadeia de DNA que Ihe serve de molde, Chama-se transcrig&o do DNA poraue a informacéo cdo DNA & transcrita para mRNA, por complernentaridade de bases. Fig 32—Tanserigo aa nto Fig. 38 ~ Ue vio lob ransergao CCadela de DNA Molde para a sitese de RNA Nuclestios de RNA {ribonucleétidos) Sintese de ANA NA-polimerase{enzima) Catalisador das reagées, Ao efetuar-se a transcrigdo, s6 uma das cadelas do DNA é utilizada coma olde. 0 camplexo RNA-polimerase fixa-se sobre uma certa sequéncia de DNA, desiiza 20 longo dela, ocorrendo a sua abertura, e inicia-se a transcrigaa a informagao. A sintese de RNA a partir de nucledtidos livres faz-se na dire- sa05'> 3. ods a passagem da RNA-polimerase, a molécula de DNA reconstitui-se, estabelecendo-se pontes de hidrogénio entre as bases complementares, Nas células eucarioticas, a transcrigao realiza-se no nclea e os produtos primérios {desta transcricao, RNA precursor au pré-mRNA, experimentam, posterior- |Imente, processamento, que é um canjunto de transformasdes, variéveis con- forme o tipo de RNA, que conduzem & formacao de um RNA funcional, tam- Bbém chamado mRNA maluroifg 21 29 eine we ae hapaeme Fig.24— Transeo eproessament de MRNA en earns \ Nos eucariantes cada gene no DNA contém sequéncias de nuclestidos que nao codificam informacéo, chamados intrées, intercalados com sequéncias que cadificam, designadas exées. A transcricao de um segmento de DNA formna urn RNA pré-mensageiro. No processamento deste RNA, por ago de enzimas, sio retirados os intrdes, havendo, posteriormente, a uniao dos exdes, Estas transformacdes conduzem & formarao de RNA mensageiro (mRNA) maturo, que, posteriormente, migra do niicleo para citoplasma, fixando-se nos ribossomas. Tradusio da informacio genética — Neste processo, a informa- 30 genética contida no mRNA é traduzida numa sequéncia de erni- 1no&cidos (polipéptido},havendo intervena de varios componentes Fig. 25—Tin, rm Contém ainfrmagao para sintse de roeinas "ann |Aminodcidos | Molculsbisicas para construg de protias. ‘NA Transfere os aminodcidos para os ribossomas Aibossomas | Sistas do ltuaondo oom a radu. a, "P| encimas Catalisam as eages. oso AP Transferem energia para o sistema Fae E nos ribossomas que se efetua a traduggo da mensagem contida no RNA mensageiro que especifica a sequéncia de aminodcidos na prateina, O RNA de transferéncia (tRNA) funciona como “intérprete” dessa mensagem. Ele sele- ciona e transfere os aminodcidos para os locais de sintese, os ribassomas. Cada ‘RNA tem numa zona especial uma sequéncia de trés nucledtidas, o anticodso, que & complementar de um dos codes do mRNA. Na exttemidade 3° da molécula de tRINA liga-se 0 respetive aminodcido, Estas ligagdes imolicam transferéncias de energia e sao catalisadas por enzi- mas, Como 0 cédigo genético & degenerado, pode existir mais de um tRNA paraa mesmo aminoacido, 30 ‘ReSCIMENTO RENOVAAOCELULAR Jogo) ATIVIDADE7 —QUAIS AS PRINCIPAIS ETAPAS DA TRADUCAO? rennet, — Ce Sree 1. Representeo segmento de cadelade DNA que servi de molde ao maNA considerado na figura 2, Qual oaminoacide que na situacao exemplificada tabelece igacaa coma ‘metionina (consulte atabela, Codigo genético, pag.27). 3. Estabelesaacorrespondéncia entre os ntimeros (de 126) eastrés fases em quea biossintese de proteinas becuse se efetua - sarotersor solugio 31 fxerio 32 einas, processo complexo em que participam varios importantes a rap-2 Na sintese de pro intervenientes, podem salientar-se coma cé dez e aamplificacao. + Rapidez — Uma célule precursora de um glébulo vermelho, por exemplo,. sintetiza uma das cadeias da molécula de heroglabina que contém 140 ami- no&cidos, em do's outrés minutos + Amplificago - No decurso do processo, algumas fases sao amplificadas. Fig. 38 -Visualagiodavarscrien, Molcls do mRNA\AY caoias tra, livibossoma 6 un corjuio de stad parr de ra coda de ONA So eba ceva, ora macula de m2 aa iste deca case palpepica esd em cferrtes esis Varies moléculas de mRNA podem ser sintetizadas a partir de um mesmo gene no DNA, A mesma mensagem do mRNA também pode ser descodifi- ada simultaneamente por vérios ribossomas, originando-se, deste mod varias cadeias polipepticicas idénticas, em que cada uma resulta da traducao efetuada por cada ribossoma, Assim, anesar do mRNA ter curta duragzo, como jem pode ser treduzida varias vezes, a suaatividade é amplificada. dicas acabadas de sint amensa Muitas das cadeias polipent ainda atividade biolégica, Experimentam posteriorment natu variada Entre as méltiplas fungdes que as prot penham, para além da sua fungao estrutural, salient catalise enzimética, cuja importéncia é fundamental par vida tizar néo possu alteracdes de inas desem- m Za mu -Se, por exemplo, @ manutensao da ‘ResCIMENTO ERENOVAGAO CELULAR Altera¢ao do material genético Em todos os organismos, 2 informacao genética esté codificada na sequéncia de nucledtidos dos genes. Mas o material genético no nermanece imutével, pode, em situacdes diversas, ser modificado As alteracdes na sequéncia nucleotidica do DNA tém o nome de mutagées (énicas (do latin rmutare = rrudar] € 0s indivicuos que as manifestam dizemn-se mutantes. ATIVIDADE8 | MUTACGES, QUE CONSEQUENCIAS? Pal (ied pa bo fq, pq Fig. t= Perpetua do a mata Aa) | eq Twn. 33 Heres normaist@m 3 formadelentes biconcavas vadas 20 ricroscOnio lotic, ‘cada hemscin cont cerca cde 300 mihBes Ge moléculas A sua erigem ests numa ateragdo Go material genético ‘de hemagiobina, que € uma pretena consttuéa porqua- que conduz 3 formagso de uma hemoglobin anormal, a ‘ro cadeias polineptcicas,idénticas duas a duas (duas hemosiabinaS,provecando deficiéncia no transporte ce ‘adelas xe cus cadelas ‘oxignie. Num incvilue com erepanacitse, as hemicas Ea hemoalobina que assegura o transporte de oxigénio_tomam 2 forma de foice, de onde ceriva © nome da pelosangue doenca anemia fakciforme. As hemcias em foice so mas igidas e mais frge's do que as hemScias norms, ‘experimeniando uma desiuise mut rpida Os doentes manifestam anemia grave e crises dolresss, em paticu~ lara0 nivel das aticulagdes. ROGOODAAA pune oooe a Aete ‘A drepanocitose—tamibém chamada anemiafalciforme— feta mihdes de indviduos no Mande, essenciimente na ‘Atica Oriental ea populas3e negra dos Estados Unidos, sraigs de UUDASA i eo @ Refira caracteristicas que sto observaveis em individuos albinos. Como explica que, num individu hemoflico, a coagulagdo do sangue ocorra corn lentid80? a ‘Mencione o significado que atibui a exoressdo perpetuaco de uma mutacao™ Preece Considerando um individuo so e um indivicue atingido por drepanactose, mencione catacteristicas que os distinguer ~aonivel celular ~aonivel molecular ‘ResCIMENTO ERENOVAGAO CELULAR Umaalterasso na sequéncia de bases na molécula de DNA pode cond rmudancas na proteina sintetizada Se essa proteina assegura uma funcao- ~chave no arganismo, arealizacaa desta funcao pode ser muito afetada No caso da drepanocitose, o gene da molécula de ONA que determina a sin- tese da cadeia fb da hemoglobina foi modificado num ponto preciso, passendo a existir uma outra forma desse gene. Ocorreu uma mutag3o génica. A timina, presente no gene normal, 6 substituids pela adenina no gene mutado, ficando a mmensagemn genética alterada, O novo cod8o GUG intraduz um aminoacid clife- rente, avalina, em vez de &cido glutémico, constituindo-se ahemaglobinaS. ry Fig. 44 Aheealsina SHS] é mena solvel do que ahemegltra ral A substituigao de acide glu Glu) por valina {Val] modifica a solubili- ade das moléculas de hemoglobina: enquanto as moléculas normals ficam independentes, sendo soliveis, as mnoléculas de hemoglobina S aderem umes outras forrnam cadeias rigidas de filamentos insoliveis que conduzern & deformacao dos glébulos. Os glébulos vermelhos depran ‘queara circulacao nos capilares fticos podem blo- Dewey ‘Além das anomalias referidas, muitas outras resultam de alteracoes, em ‘menor ou maior escala, de regides fundamentais do material genético, Sugerimos-Ihe que selecione uma das anomalias consideradas, ou outra, e efetue uma pesquisa sobre, por exemplo: + incidéncie + causas; + consequéncias. O efeito de uma mutacao a nivel celular pode ser t8o pequeno que nao per- ite evidenciar-se facilmente, mas pode também ser t8o significative que pode conduzir 8 morte da célula ou do organismo, Contudo, embora as muta~ 2s0es sejarn muitas vezes perigosas, nem sempre mn efeitos desastrosos. 35 fxerio Por vezes acorrem mutagdes que nao provocem alteracdes nas protel- nas, pois, devido a redundancta do cédigo genético, 0 codéo mutado pode? codificar o mesmo aminoacido (mutecdes silenciosas). Noutros casos, oF novo aminogcido pade ter propriedades semelhantes as do aminoécido! substituido ou, até, a substituigdo pode ocorrer numa zona que néo determinante para. funcéo da proteina sintetizaca ‘As mutades podem também conduzir a formacéo de proteinas com noves capacidades que paderéo ser extremamente cteis, tanto na Natureza como no laboratério. Por exemplo, é por causa das mutacdes que existe uma to grande diversidade de genes no mundo vivo, a qual permite @ evolucao das especies. Quando as mutacdes ocorrem ao nivel dos gametas, mutagBes germi- nais, podem ser transmitidas & geracdo seguinte; se as mutacdes t@m lugar nas outras células, mutagdes somaticas, ndo sao transmissiveis a descen- déncia Alteragées ambiental trouxeram consigo um aumento consideravel de fatores que conduzem alteragdes do DNA ea um aumento da frequéncia das mutagbes. Entre 0s agentes mutagénicos fisicos mais conhecidos, podem referit-se 0s ralos X, 05 raios gama e as radiacées ultrevioleta. O calor pode tambérn aummentar a incidéncia de mutacdes. Taibém substancias quimicas, como corantes alimentares e alguns componentes do fumo do cigerro, padem ake rar 0 material genético de uma célua, conduzindo ao desenvolvimento de diversas formas de mutaseo. +A informasao genética est codificada: a sequéncia de nucleétidos de um gene determina a ordem de sucessdo de aminodcidos na proteina, + 0 fluxo de informagdo genética na célula é: DNA» RNA + proteina, “+ No sistema de correspondéncia entre a sequéncia de nucleétidos num gene e ‘a sequéncia de aminodcides na proteina, a cada codao corresponde um ami- nodcide bem determinado. + Aexpressao de um gene efetua-se em duas etapas: na transcrisdo sao sinte- tizadas moléculas de RNA por complementaridade a partir de cadeias de DNA; na tradugéo é sintetizada a cadeia polipeptidica especificada pelo RNA mensageiro. +0 cédigo genético & 0 mesmo para todos os seres vivos. € universal. Esta uni- versalidade esté na base de varias aplicasées biotecnolégicas. + As mutasées introduzem variabilidade na informasao genética. + Varios fatores do meio favorecem o aparecimento de mutacées. 36 ‘ResCIMENTO ERENOVAGAO CELULAR De acordo com a teoria celular, as basicas da vida, asseguram a continuidade dessa mesma vida, na medica em ue se divider e originarn novas células. las, para além de serem as unidades = Bs elu pout 6 oases gor dso, Quando as células se divider, cada célula origina, em regra, duas células- has que sao geneticamente iguais & célula-mae. As células-fihas, por sua vez, podem torar-se células-maes de uma outra geracao celular Esta extraordinéria capacidade de as células se dividirem & a base do cresci- mento dos seres vivos, da reconstituicao de céluas e de tecidos e da reprodur Se pensarnos que na maioria dos animals cada nova vida comeca a part fide uma Gnica célula, a célula-avo, e que, por exerplo, no caso dos seres ‘humenos, cerca de 40 semanas depois, a partir dessa célula, surge um or Enismo complexo com trilides de células, compreendemos a importancia da acivisao celular. 38 Chonan Pade coh Separagi dos Sle ig ~ Ds clr om procaranos oon euros Nos organismos unicelulares, coro as bactérias ou as leveduras, cada divi- sao celular corresponde a reproducdo, pois a partir de uma célula formam=se duas ou mais células independentes. Nos seres pluricelulares, so necessérias rnuitas divisdes celulares para que se constitua um individuo a partir da célula-ovo. Um trago comum na diviséo celular, tanto nos seres eucariontes como nos seres procariontes, & a preciso corn que a informacao genética autodupli- cada e as cépias rigorosamente distribuidas por cada urna das células-filhas, através de um "ballado” sequenciado e rigoroso de moléculas de DNA. € esta fidelidade na duplicacgo e na distribuico do material genético pelas células- -filas que assegure a continuidade genética da vida Quando se pensa na divisdo celular e no “sincronizado bailado” que os cro- mossomas executam, & pertinente perguntar como 6 que moléculas tio extensas como as de DINA se movimentam durante 2 diviséo celular, sem se quebrarem ou emaranharem. Poder-se-8 compreender melhor este proceso conhecendo a capacidade das moléculas de DNA para se compactarem ou distenderem, Estrutura dos cromossomas das células eucaridticas Nos eucariontes, as moléculas de ONA estao, como ja sabe, no niicleo das células, associadas a protetnas, constituindo estruturas filamentosas comple- xas, 05 cromossomas, Os cromossomas (corpos coleridos) possuem esta designarao no por serem coloridas mas por possuirem uma grande afinidade para certos corantes, Os cromossomas padem apresentar-se ao longo da vida das células de forma distendida ou de forma condensada ‘ResCIMENTO ERENOVAGAO CELULAR ATIVIDADE9 COMO € CONSTITUIDO UM CROMOSSOMA? ‘a mieroscépi letnieg, a materal genic opesentase ‘Coma una com cantar” com cerea de 10pm de amet, Fig.a7 Eee 1. Indique o nome da estrutura ao nivel da qual se ligam entre si os cromatidios de um cromossoma. 2, Descrevaa constituicao basica de um cromaticio. Excuse 3. Sugira uma explicaso para a modificacao dos cromossomas da forma distendida para a forma se Profesor condensada, durante a vida de uma célula t, Sob que forma é que ihe parece previsivel que o material genético se apresente no momento da ee 2 divisdo celular? 39 § i A unidade basica de um cromossorna de uma célula eucariética 6 uma longa molécula de ONA que se encontra ligade proteinas, representandos estas mais de 50% ca tatalidade do cramassama. 0 DNA transporta a infor-3 macao genética, enouanto as proteinas sao responsaveis pela forma fisica dof cromossoma, ao mesmo tempo que regulam aatividade do DNA, Em alguns perfodos da vida celular, cada cromossoma é formado por uma nica molécula de DNA associada a proteinas, sendo, assim, constitulde por um cromatidio, Noutros periods, contudo, 0 DNA duplca ¢ 0 cromossoma fica constituido por dois cromatidios, isto é, duas moléculas de DNA associa- das a proteinas. Os dois cromatidias apresentam-se ligados por uma estrutura sélida e resistente chamada centrémero, que & uma zona de constricao do cromossoma, com uma sequéncia de DNA especifica, & qual se liga um disco proteico, Quando as células se encontrarn em diviséo, os cromossornas apresen- tam-se bem individualizados, uma vez que esto profundamente conden- sados, devido a fendmenos de espiralizacao, sendo, por isso, observaveis ao microscépio ético, Uma molécula de ONA humano pode condensar-se de tal modo que fica 30 000 vezes menor do que se estiver distendida A espirali- 2aGa0 sucessiva tora 0 cromossoma mais curto, mais espesso e, por isso, mais condensado. Quando, pela contrério, o cromossomna se apresenta dis tendido, é fino e flexuoso, sendo, por isso, dificil visualizar cada filamento ao microscépio dtico. Fases do ciclo celular A principal caracteristica da vica celular é 2 sua natureza ciclica. De um modo geral, as células crescem, aumentam o seu contetdo e depois dividern-se Numa populacéo de céluias ern diviséo, a vida de uma célula comeca quando ela surge 2 partir da célula-mde e acaba quando ela prépria se divide para originar duas célu- las-filhas, 0 conjunto de transforrmacdes que Gecorrem desde a forrnacae de uma célula até a0 momento em que ela propria, por diviséo, or'= gina duas células-filhas constitui un processo dindmico e continuo a que se chama ciclo celular. Fig. AB Clo ceur, auc Baseando-se na atividade das céiulas que é visivel ao micrasco- pio dtico, num ciclo celular consideram-se duas fases: ~interfase; — fase mitética (fase M) ou periodo da divisdo celular. A interfase corresponde ao periodo compreendido entre o fin de uma divisdo celui e 0 inicio da sequinte, A fase mitética diz respeito a0 periodo durante o qual ocorre a divisao celular Analisemas de forma mais detahada 0 que se passa ciclo celular de céluas animnais, ‘ResCIMENTO ERENOVAGAO CELULAR ATIVIDADE 10 | COMO SE CARACTERIZAM AS FASES DO CICLO CELULAR? O- Eom 1. Organize um mapa de conceitos que explicit as fases eas subfases do ciclo celular. —— 2. Emaque subfase da interfase ocorre a duplicacao do DNA? 3._Quais so as principas ciferencas que se podem observar entre a fase G, ea fase G,? 14, Como se pode distinguira ansfase dametifase? 5. Em que perfodo da fase mitética se individuaizam as céulas-fihas? A generalidade das células passa 2 maior parte da sua vide em interfase (cerca de 90% do ciclo celular), que € um periodo de intensa atividade bios- sintética, Durante esta fase, verifica-se o crescimento e a duplicago do con- tetido celular, nomeadamente da componente cromossémica. As células possuem numerosos filamentos cilindricos, microtibulos, constituidos por uma proteina, Estes s80 coordenados por um centro organizador de microtabulos (MTOC - Microtubule Organizing Center). Nas células animais, 0 centro organizador de microtiibulos & constituide pelo centrossoma, que inclui os centriolos dispostos perpendiculermente. 0s centrioles sao estruturas cilndricas constituidas por micratébulos altamente organizadas, possuindo cada centriola ; Fig. 50 Cerio. Excuse hove conjuntos de tr€s microttioulos. de rotessor A fase mitética corresponde a uma etapa final, e visivel 20 microscépio ——j Fotico, em que se déia separacdo das unidades moleculares previamente dupli- ___ Ecadas a a2 Interfase Na interfase, 0s cromossomas encantram-se distendidos, nao sendo vis veis a0 microscépio atica : A replicacéo do DNA de uma célula acorre durante uma parte limitada da! interfase, denominaca periodo S ou de sintese, que é prececido, e seguido, respetivamente, por dis intervalos, Ge G, (G de gap = intervalo), ou fases. Fase G, — corresponde ao periodo que decorre entre o fim da mitose e 0 inicio da sintese de DNA. Caracterize-se por uma intensa atividade biossinté- tica, nomeadamente de proteinas estruturais, enzimas e RNA, havenda ainda forrnacao de organelos celulares e, consequentemente, um notério cresci- mento da célula Fase S — ocorre a autorreplicacéo de cada uma das moléculas de DNA. A estas novas moléculas assaciam-se as respetivas proteinase, a partir desse momento, cada cromossoma passa a ser constituide por dois cromatidios ligados pelo centrémero, Nas células animais, fora do nicleo, dé-se ainda a duplicacao dos centriolos, originando-se dois pares. Fase G, — decorre entre o final da sintese de DNA e 0 inicio da mitose. Neste periodo dé-se, sobretudo, a sintese de biomoléculas necessarias a divisao celu- lar, como, por exemplo, protefnas, que vao ser utlizadas na fase mitdtica Fase G, Fig S1—Ceh ola erespotias ass, Assim, na interfase pode considerar-se a sequéncia de subfases (, Se Co, que, dependendo de esnécie, do tecido © do estadio de desenvolvimento, apresentam duragao variavel Fase mitética Embora a fase mitatica possa variar de um organismo para o outra em por menores, na maior parte das células eucaridticas o processo geral 6 seme- ihante. Vejemos cam algumn detalhe o que se passa nas células animais. Na fase mitética poder considerar-se duas etapas —mitose ou cariocinese —civisao do nicleo; —citocinese — diviséo fisica do citoplasma, Mitose — diz respeito a0 conjunto de transformacdes durante as quais 0 niicleo das céulas eucaristicas se divide, Nesta fase, as células reorganizam os seus microtibulos na forma de um fuso bipolar estando 0 MTOL nos polos do fuso. Embore a mitose seja um pracesso continua, nela distinguem-se, con- vencianalmente, quatro estadios: profase, metéfase, anatase e telofase Fig 52~Mtose em cela nuvars ‘RESCIMENTO ERENOVAGAO CELULAR PROFASE + orients de cromatn condenses, tomanco-secadavezmas grosses malscutos + ata comessoma const por ois emails undospe centro + 0s oi pats de ceniloscomegam fate seem sendos pests, femandonse ete les eso acrométce ou mitten cons porumastems ce mrlibdosprteces. + Quand oscentteosatngem 0520s 2 ‘membianaricea dsoranzasee os nicoes Gesaprecem. METAFASE + Oscromessomas anger ‘seumibia eeutaments + ospaesde cents stones oleae + ofuss crm completa seudeserichamente, otic seq iginsmisolbulsse gpm acrmessonas + Os comossemasdspbemn-se com of cenidmetesn plane equator (pane ‘auidstints entre of dos polo), votades parse centro dees ano ecm os brasos para fora. Os cromossomas aes imobeasoscepeemesenaplacs equatorial eesti prontos para se diem. ANAFASE + Disa cuagem de cadsum dos centrémeros,separande-se oscremaices que assim 2 ensitudeseromossomas Independentes. + or merttblo gad 208 ‘romostomatncutanese¢ ‘ses comesam aafastse, riaando para pols opstos. ‘scene pla coscromossomas-ihes. “Netra ds nite os depos da custo conjuntes compos eaglantes ecromossomase,portare, de DNA TELOFASE + aimeibrananvcise reotginaase ve oreromossmae de cadsciulofiha| + Osnucélosreapare + Dssohese fas mrs, + Os romossemas descondesam-s alongs frnande-se menos ses + daca costes por doin. termina ssn aio, 43 Citocinese - diz respeito a divisdo do citoplasma e, portanto, a conse-J quente individualizagao das Guas céluias-filhas Qariceess — terra remoratcnca, — @Anwstyecantsaconrs a es “met on remeron pismatcn eta Sc indveioicron Fig 53~Ctorinse em cas anima. Er regra, nos dois titinnos estadios da mitose, no fim da anéfase e na teld- fase, forma-se na zona do plana equatorial um anel contractil de filamentos proteicos. Estes contraem-se e puxamn a membrana para dentro, causando um sulco de clivagem que vai estrangulando o citoplasma, até se separarem as duas céluas-fihas. Aspetos comparativos da fase mitatica em células animais eem células vegetais A fase mitética das células vegetais segue o madelo geral das células ani- mais. Existem, contudo, algumas diferencas importantes, quer no que se refere & mitose quer no que se refere & citocinese, ATIVIDADE 11 QUAIS AS PRINCIPAIS DIFERENGAS ENTRE A FASE MITO- TICA NAS CELULAS ANIMAIS € NAS CELULAS VEGETAIS? oh, A resposta ao problema formulado surgiré através da observacdo de células vegetais em divisto. Para encontrar figuras de mitose em células vege- tais, pode recorrer-se a células de um 6rgd0 em crescimento, por exemplo, o épice vegetative da raiz da cebola. Fase mitética em células vegetais Material + Raiz de cebola + Acido cloririco + Vidro de rel6gio + Orceinaacética +Lamparinade dleool «Papel de fitro + Laminas elamelas + Material de dissec¢a0 (eguihae bisturi) Ey ‘ResCIMENTO ERENOVAGAO CELULAR ‘Modo de proceder: 1, Misture, num vidro de relogio, nove partes de orceina acética com uma parte de acido cloridrico.& funcao do ‘Acido cloridrico € dissolver as armelas medianas que unem a células umas as outras. 2. Corte trés a seis vértices vegetativos com cercade 2 mm de comprimento. Coloque-os na solucao preparada em 1. 3. Aquecao vidro de reldgio, passando-o trés ou quatro vezes sobre a chamna, até se soltarem vapores. Nao deixe ferver. 4. Tire um vértice vegetative para uma limina de vidro e corte ccercade 1 mm apartir da extremidade, rejeitando a parte restante, '5. Coloque uma gota de orceina Ponhao material nesta «gota durante 3 minutos, Fragmente-o com uma agulha espatulada Coloque uma lamela sobre o material e faca, pressao com o cabo da agulha, [+ observe a0 microscépio Gtico e esquematize algu- ‘mas das figuras de mitose que observar i + Procure identificar estadios de mitose le compare-0s comoque conhece das células animais Em que diferem? Fig, 55 Mins om cls vot, i Comparando a fase mitdtica das células animais das células vegetais, podem sistematizar-se alguns aspetos comuns. as PROFASE Os eromossomas aproson- tam-s2 curtos @ espessos. METAFASE 0s cromossomas atingem 0 maximo encurtamento eis pdem-se no plano equatorial as células ANAFASE Dé-se a cisdo dos contréme- ros ¢ cada cromatidio de cada cromossoma, gracas a0 microtibulos, migra para os polos da célula, WS Fig. 5— Divisio do clas aimais ‘TELOFASE Os cromossomas estdo no polo das céulas, reconstitul $e a membrana nuclear € 0 citoplasma da célula esta a dividir-se, CITOCINESE Indivdualizam-se duas c6lu las-flhas, Os cromossomas estdo dos- condensados e cada oélula- -fla & geneticament idén- tica 8 célule-mée, egeas~ aspetos comus ‘ResCIMENTO ERENOVAGAO CELULAR 'B Apesar dos aspetos comuns, existem algumas diferencas entre a fase imitdtica das células animnais ea fase mitética das céiulas vegetais Ao contrério das células animais, nas células das plantas superiores o centro organizador de microtibulos nao possui centrioles visiveis. Os microttbulos 0 organizador de microtGibulos e é a sua coor. denacao que se deve 0 movimento dos cromosso No que diz respeito &citocinese, o processo é substancialmente diferente estdo na dependéncia do cent as, Vesiuls: Aervedos socomple Sebel Vesiulas fundense dasparoces ‘luares Fig 57 —Chacirse Nas mento. Nas células veget lulas animais, @ citocinese ocorre, como jé vinos, por estrangula- is, a parede celular rigida no permite a divis8o por Neste caso, vesiculas derivadas do complexo de Golgi ali- rial e fundem-se para forrnar urna estrutura plana, rutura as membranas das vesiculas originam as membranas plasmé- estrangulamen inham-se na equat Zpared aT fxerio ue Apesar de as células eucaridticas se dividirem seguinda os mesmos meca-g nismos, 0 ritmo e o momento séo muito varidveis, cepencendo do tino de¥ célula e de vérios fatores ambientais. Na verdade, em cada ser huano, varios milhées de células encontram-se, por segundo, em divisdo, assegurando af sobrevivéncia do individuo. As células do figado dividern-se, pelo menos, uma ‘vez por ano, ao 9ass0 que algumas das células do intestino e ruitas células precursoras do sangue dividern-se mais do que uma vez por dia As hemécias as fibras musculares perdem 2 canacidade ce se dividirem quendo atingen a maturidade. As células cancerosas, pelo contrério, dividern-se continuamente @ de uma forma descontrolada. Na maioria das células, contudo, acorrem ciclos celulares corn uma periocicidade que permite responder as necessida~ des do arganismo, Qaqui se depreende que o ciclo celular obedece a rigorosos mecanismmos de controio, Regulacao do ciclo celular Os mecanismos de regulacao do ciclo celular atuam fundamentalmente emtrés pontos:no inal de G., durante a mitase e ne final de G, Contala om, xt ud cn el llbra els poue enrat em ‘Ggauentio deseneadeursess tose ou more cellar 300 ENAse apresenar davicado ‘do pude ser reparado. Amc eiteranpia soot oma adequate 94130 Astibuer deforma equtatva. Fig. 580 ie colar rogulato om nomortos especies. Na etapa G,, a8 células fazem como que uma ‘avaliagdo interna’ relativa- mente 20 prosseguimento do ciclo celular. Se a avalacao & negativa, as células nao se divider, perrmanecendo num estédio denominado Cp. O tempo de per- manéncia er Cy depende no s6 do tipo de célula, mas também das circuns- ‘ancias que a rodeiarn. As células que nao voltam a dividir-se permanecem no estadio Ge semanas ov mesmo anos, até a sua morte Quando sao devidarnente estirmuladas, as células que se encontram ern Cy podem abandonar este estado e prosseguiro seu ciclo cellar. (ResCIMeNTO RENOVACAOCELULAR No caso do ciclo celular prossequire ainda na fase final de G:, se as molécu- las de DNA nao se apresentam de forma adequada, desencadeia-se a apop- tose ou morte celular progiamada Fig. 58—A apopos 6 uma seni do acontacineros que conto & agent da cla. Os fragments rosa sa pstesomentfog:tais. No final de G, ha também um momento de controlo antes de se iniciar a mitose. Se a replicagao do DNA ocorreu corretamente, 0 ciclo prossegue. 'No caso de terem ocorrido anomalias na replicaco do DNA, esta ainda no ter terminado ou o DNA se apresentar danificado por radiacdes soleres ou or rains X, por exemala, 0 ciclo &, em regra, interrompido, Durante 2 mitose hé também um momento em que o ciclo pode ser inter~ rompido, 0 que acontece no caso de a reparticao dos cromassornas pelas Células-filhas nao se estar a efetuar de forma equitativa Estes mecanismos de regulagao do ciclo celular s80 de primordial impor tancia, uma vez que, quando estes mecanismos falham, pode exemplo, um cancro ou neoplasia maligna B. caine couheom — | dasclasbasais = process de [0 surest na su ical de rier tumor primi. turatagso lls basse ‘rants Paria demic i cancaara dg 8 spac A. Mieroiotoyafaca pele Fig 60 joan ntsucos desocomse pra ues parts do capo 7: ano as ses eles s desconola 49 Profeesor Numa neoplasia, as células dividem-se descontroladamente e podem adquirir caracteristicas de malignidade. As células dos tumores malignosé podem, entao, invacir as tecidos vizinhos ou espalhar-se por outras partes dof corpo ~ metastizacao (do grego metastasis = mudar de lugar). Sendo os mecanismos de regulacao influenciados por moléculas provenientes quer do meio interno quer do meio externo, é fécil compreender o perigo que deter- minadas substancias quimicas, como o fume de cigarro, poluentes, corantes & ‘outras substancias podem representa para satide. Por outro lado, hé que evi- tar todas as situacdes que possam danificar o DNA, como radiacdes, na medida ern que os mecanismnos de reparagao e de controlo podem n&o atuar + No nUcleo das células eucariéticas existem os cromossomas, que sGo constituldes por DNA e proteinas. + Ao longo do ciclo celular, os cromossomas podem apresentar-se condensados ou distendidos. + Um ciclo celular inclui a interfase e a fase mitética, +A interfase compreende os periodos G,, Se G,, ocorrendo a replicacdo do DNA no period S. + Na fase mitética ocorre a diviséo da célula, comecando por se dividir 0 nGcleo, mitose, e depois o citoplasma, citocinese. + O ciclo celular apresenta mecanismos de regulagdo que atuam em diferentes momentos. Estabilidade do programa genético Na divisao celular, o programa genético de uma célula é transmitido, em regra, com fidelidade as células-filhas, garantindo-se, assim, a estabilidade genética através de sucessivas geracdes ATIVIDADE 12 | COMO ASSEGURADA A ESTABILIDADE GENETICA? a —=x podem cosiderase as fases come ‘ReSCIMENTO RENOVAAOCELULAR e608 DO tuspsense span porlotedecromessomas Eon Observe atentamente os diagramas' lle Il que compoem a figura 11. Complete o diagrama |, fazendo corresponder a cada ntimero o termo que the parecer mais adequado. 2, Ordene os estidios representados em, de acordo com a forma como eles se sucedem ‘20 longo do ciclo celular. 3. Faga corresponder as letras ¢e d do esquema ll aos nGimeros respetivas do grafico Il 4, Atendendo ao tracado do grafico, refira: —em que fases do ciclo celular se encontra duplicada a informacao genética; qual a curacao da interfase da célula considerada; —Uuma explicacao pare otracado do grafico no period. De que forma os dados da figura permitem encontrar resposta para o problema formulado nesta tividade? 5. Durante @ interfase, no perfodo S, ocorre a replicagéo semiconservativa das moléculas de DNA que fazem parte dos cramossomas, coro ja vimos. Estes ficam constituidas por dois cromatidios ligados pelo centrémero. Neste momento, as células tém a informacao genética duplicada, Desde o inicio da i fase G, cada um dos cromatidios de cada cromossomna , tanto no plano gené- tica come na sua fisiologia,idéntica ao cromossoma inical da fase G, que 0 precedeu. Coma, no entanto, os dois cromatfdias se encantram ligados pela centrémero, constituern um tnico ¢romossoma Durante a mitose, e apds a clivagem dos centrémeros, cada um dos cro- mossomes-irmaos migra para os polos da célula. Deste modo, na andfase focorre uma distribuigéo equitativa dos cromossomnas e, pr sso, do DNA pelas {icélulas-fihas. Estas recebem, por este processo, umn némero de cromossomas FidEntico ao da célula-mée e, portanto, a mesma informacao genética, garan~ Etindo, se nenhum erra ocorrer, a estabilidade genética através das geracoes. 51 52 Fig. 68 ~Regereraro de um member an Crescimento e regeneracao de tecidos desenvolvimento de um individuo compreende, em regra, um conjunto? de fendmenos biolégicos que decorrem desde a célula-ovo até ao estadof adulto. Um aspeto marcante em todo este pracesso 6, sem diivida, a fantastica apacicade das células para se civiciren Fig. 6—Algrs mins devia parr de ura ao reqistados otogacanent (MO 820, to dos seres pluricelula- A divisdo celuar, para alm de permitr o crescimer 25, € ainda fundamental na manutengdo da integridade dos individuos adul tos. Os glébulos vermelhos do sangue vivern, em média, 120 dias, sendo pro- Juzidos diariamente na medula éssea 150 a 200 milhares de milhdes Também as células da epiderme da pele estao constantement das, de tal mado que a epiderme é totalmente substituida em algumas deze nas de dias. As células do figado renovam-se continuamente e algumas céiulas do Intestino vivern apenas umas horas. A reposigo de todas estas células 56 & possivel gr lulas se cividirem, Também aregeneracéo de tecidos depende das divisbes celulares. Meso ‘nos animais de organizacao mais complexa, embo neragao nao deixa de se verificar Fig. 64 Regeneraro de cnn trays na estelsdomer a ser renova- as & capacidade das (ResCIMeNTO RENOVACAOCELULAR Os peixes regeneram barbatanas & 0 membros completos 2 2 cauda. Para além da reprodugao e do crescimento, a divisdo celular & fundamental para assegurar a manutencéo da integricade fisica dos incividuos, Trata-se de 98 Orgaos; os anfibios reconstitu um mecanisma vital que permite manter a vida, contr continuidade da vida na Terra ibuindo para assegurar a As células de um organismo, que provieram da célula-ovo por divisoes mitéticas sucessivas, contém, no seu ncleo, exatamente os mesmos cro- mossomas e, por isso, a mesma informagao genética, Contudo, verifica-se que 2s células constituem tecidas e érgaos muito diversos, onde assumem formas e funcdes completamente diferentes. = ieee psd club, ieee mas, eens ung, No corpo humano, por exemplo, calcula-se existam mais de 200 tipos ice células diferentes. As cifer Edas leva & formacao de estruturas complexas, como bro, que desernpenham fungdes também com: 12s combinacdes desses células especializa- olho, a mao au o cére- exes, or exemplo, associado 3 viséo e num mesma individuo, podem encontrar- ~se células que estao especializadas na captaco da luz 20 nivel da retina, enquanto outras, no cérebro, fazem a identificacao da imagem, Por outro lado.3 tera necessariamente de haver células que transportam o oxigénio para a vida de cada uma das células e outras que armazenam substancias de reserva, como a gordura. Todas as células, porém, pertencem ao mesmo individuo © receberam o mesmo patrimanio genético. De igual modo, nas plantas e em cada individuo ha uma imensa diversidade de células especializadas em diferentes fungdes, apesar de possufrem o mesmo patriménio gen Fig. 65 Clas dara eas las apresnia caratestias diversas, desergenando fares tabi ders. um con Ao longo do desenvolvimento de um individua ocorre, em reg junto de processos atra élulas geneticamente idénticas se especializam no sentido de desempenharem uma ou varias func6es. Esta especializacao bioquimica e morfolagica, chamada diferenciagéo celular, acarreta alteragbes nao $6 ao nivel da fungao, mas também da composicgo € daestrutura das células. Calcula-se que cada célula diferenciada possua, num determinado momento, apenas 5% a 10% do seu DNAativo Pode, enti, perguntar-se se a restante informagdo genética se alterou e, portanto, se se perdeu de forma irreversivel ou se esta simplesmente “ador- mecida' por inbigdes de varia ordern A primeira hindtese que os biélogos colocaram foi que cada grupo de célu- las percia parte dos seus genes, retendo anenas equeles que eram funcionais num determinado érgao, Numerosas experiéncias desenvolvidas, cruciais no esclarecimento desta hipdtese s dos quais partir de 1950, mostraram-: su ‘ReSCIMENTO RENOVAAOCELULAR ATIVIDADE 13 | NUMA CELULA DIFERENCIADA, 0 DNA EO MESMO DA CELULAINICIAL? . Oev:0n-30 ragmonos ir cenoura que Sto cutvaces att Die best swan! \ 4 2 ~ Or conicoee sora ee a2 oe fe KR & es oe ee we = 8 ttrewalea Gv seme receotnethte ae a Srucleade data fo Fis 67 Eee 1. No caso das cenouras, indique a proveniéncia das células a partir das quais se fornaram plantas ——_— ccompletas. 2. Porque pode afirmar-se que essas células se desdiferenciararn? . No caso da experinciall,indique a proveniéncia do material genético do girina 2 aa Prescor . Que hé de comum entre as duas experiéncias apresentadas? 3. Em que medida os resultados destas experincias permiter tirar conclusdes relativamente ‘a0 problema considerado? 35 356 col-ove €m 1950, J Steward, trabalhanda com cenouras, cbteve plantas completasg a partir de células diferenciadas da raz. Estavam dados os primeiros passos dag clonagem, que inclui um conjunto de pracedimentos e técnicas através das§ quais se podem obter clones. Os clones podem ser definidos ao nivel dost genes, das células ou mesmo dos individuos. Trata-se, respetivamente, de um conjunto de genes, de células ou de individuos multicelulares, geneticamente idénticos entre sie que sao todos descendentes de umn Gnico ancestral (gene, célula ou inividuo). No caso das cenouras, as células diferenciadas que se obtém por diviséo a partir das céluas inicials, a0 serem remavidas do seu local original e em condigdes apropriadas, podem originar um grande némero de organismos iguais entre sie ao seu Unico progenitarinicial Também Robert Briggs e seus colaboradores, transplantando ndcleos de células especializadas de um girino pare 6vulos cujo nicleo tinha sido des- truido, conseguiram obter girinos Apartirdos resultados apresentados, verifica-se que, em determinadas cr- cunstancias, as células diferenciadas podem perder a sua especialzagio, transformando-se em células indiferenciadas, Estas células readquirem 2 capacidade de originar um individuo completo e dizem-se totipotentes, uma ‘vez que conservam tadas as potenciaidades genéticas do nicleo inicial Pode, assim, conciuir-se que as céiules diferenciadas conservam todo o seu DNA, embora apenas uma pequena parte desse DNA esteja ativa Atualmente, uma area de investigacao de grande interesse procura, apart de células totipatentes, obter, nda individuos completos, mas sim tecidos argaos espectticos. cha feene ‘eit cate Fig. 68 —Datotiatna Strong cel, (ResCIMeNTO RENOVACAOCELULAR Nestas manipuiagdes, ao mesmo tempo que se amplia a compreensao da erecio especializacao celular, obtém-se tecidos que podem ser usados no trata~ — mento de doencas, como, por exemplo, a diabetes ¢ a doenca de Parkinson. Ha basicamente cuas formas de proceder nesta linha terapéutica, Uma con- siste em utlizar células totipotentes dos embrides, chemadas células estami~ ais embrionarias ou células-tronco embrionarias, Estas sao separadas © cada uma 6 submetida a um tratamento que permite o desenvolvimento dos tecidos pretendidos, Um outro processo, que levanta menos problemas éticos, consiste em uti- lizar células estaminais presentes em alguns drgaos dos indivicuos adultos, como a pele @ a medula dssea, ou a cordao umbilical dos recém-nascidos, e provocar a sua diferenciagao nos tecidos que se pretender, Face a todos estes dados, & previsivel que a célula tenha rigorosos meca- rismos de regulagao capazes de assegurar que num determinado momento Cavide determinados genes estejam ativos 2 outros néo. Na verdade, embara todas 2s células de um mesmo individuo possuam 0 mesmo patriménio hereditario, os genes que esto em atividade nos diferen- tes tecidos podem nao ser os mesmos. Deste facto resultam as diferencas verificadas de tecido paratecico. cams nae Iunoatne ie nee Fig. 65 —Diferomtes cas, diferentes fungs, erortes gees avs, Asalteracdes que se verificam de uma célula para outra dependem da forma como o DNA se expressa. Se, por exempla, no caso humano, determinadas células do pancreas produzem insulina e 2s hemacias possuem hemoglobina que transporta oxigénio, é porque hé genes ativos em cada um destes tipos de §células que s2o diferentes, embora ambas as células possuam os mesmnos ‘Egenes. De facto, urna porgao significative de genes tem como funcao controlar za atividade de outros genes, mantendo apenas ativos genes cuja acdo propor- Eciona condi¢des vitais para a célula e Ihe conferem funcdes especificas. 37 Estes mecanismos de regula;3o s80 um assunto que tem sido alvo deg intensas investigacSes, algumas delas jé premiadas com o Nobel da Medicina? (Os mecanismos de regulagao nao estéo ainda totalmente esclarecios, sobr tudo ao nivel dos eucariontes, embore se admita que 0 cantrolo ocorra emt diferentes niveis da exaressividade do DNA e com intervencao de moléculas do ambiente celular, pedir de 100 cantol da erossidade ds pores o:ore adieu is contralo da expressividade dos genes pode fazer-se a varios niveis, quer ao nivel da transcrigdo quer ao nivel da traducao, e & influenciado por elementos provenientes do ambiente. Vejamos 0 caso, por exerplo, das metaplasias. As metaplasias sa0 mudangas reversiveis num determinado tipo de células que so substituidas por células de outro tipo. Por exemplo, as células que revestem as paredes de traqueia e dos brénquias tém uma forma colunar e apresentam cflios 3 superficie, Nos fumadores, essas célu- las vao senda substituidas por outras desarovidas de cilios e com forma paralelepipédica, Provavelmente, este tipo de tecido resiste melhor &s agres- sdes causadas pelo fumo; contudo, perdem-se importantes mecanismos de defesa, como 0 muco & os cilios existentes nas células, que ajudam 2 eliminar elementos prejudiciais trans- partados pelo ar Fig. 7 ~ os nas vias epitais ‘ReSCIMENTO RENOVAAOCELULAR Também no refluxo gastrico crénico, as células que revestem a porgao infe- rior do eséfago, devido & agressao constante do dcido proveniente do est mago, padem experimentar alteracses metaplésicas. Como resultado desses alteragdes, passam a apresentar as caracteristicas das células que revestem o estémago oumesmo a intestino. Admite-se que alguns mecicamentos ingeridos por mulheres gravidas pos- sam também afetar a diferenciacao celular, conduzindo ao aparecimento de malforrmagoes no feto, Os elementos pravenientes do ambiente ativam a expressividade de eterminados genes em detrimenta de outros, alterando, assim, o tipo de céluiaea sua fungéo + As potencialidades genéticas dos individuos superam largamente as caracte- risticas que eles expressam. + Muitos genes que constituem 0 patriménio genético destinam-se a regular 0 funcionamento de outros genes. + Os genes que se expressam num determinado contexto dependem das relagées que se estabelecem entre o DNA e o. ambiente que caracteriza esse contexto, + Muitas das potencialidades genéticas das células diferenciadas encontram- -Se inibidas e nunca chegam a expressar-se. INVESTIGAR *. Ue A ivisao celular 6 um assunto-charneira entre © pasado e o futuro. Se, por um lado, ela per- rite explicar 0 crescimento e 0 desenvolvi- mento dos individuos, por outro lado, ela esta ligada 2 questoes de biologia molecular de Grande atualidade. A clonagem e o cancro, por exemplo, s80 duas dessas questdes. Procure compreender melhor ern que circunstancias pode surgir um cancro e de que forma o estilo de vida de cada um contribui para o seu apare- cimento, Pode ser interessante explorar estu- dos de caso disponiveis na bibliografia, por ‘exemplo, as relasdes entre Chernobyl, ou 0 fumo do tabaco, ou as radiacdes solares e 0 aparecimento de cancras, 59 (ote) Vas aL + Distinguir DNA de RNA com base em caracteristicas estruturais e funcionais + Relacionar a replicacae do DNA com 2 manutenca da informacae genética + Explicar como a informago genética contida no DNA se relaciona com o processo de sintese de protetnas. + Interpretar dados relativos aos mecanismos de replicacao, de transcrig80 e de traducao. + Kdentificar a sintese de proteinas como mecanismo importante para a manutencio da vida, + Reconhecer que o ciclo celular compreende a interfase e a fase mitética, permanecendo a célulaa maior parte da vida em interfase. + Distinguiro periodo S do periado C, que o precede e do periodo G, que he sucede. + Reconhecer que na fase mitstica comeca por se divdir 0 ncleo (mitose) a0 longo de quatro sub- fases sucessivas, dando-se, depois, naparte final, advisio do citoplasmna(citocinese) + Relacionaro crescimento e a integridade fisica dos organismos com a capacidade das células se ividirem, originando células geneticamente iguais 8 célula inicial + Reconhecer que o ciclo cellar apresenta rigorosos mecanismos de controlo, + Distinguire prever consecuéncias da totipoténcia e da diferenciagao celular. + Reconhecer que a diversidade de formas e de fungBes que as c6lulas do mesmo individue apresen- tam resultam de complexes mecanismos de regulacao que ativam seletivamente diferentes genes em diferentes células + Desenvolver trabalho cooperative e saber interagir com os elementos do grupo. + Selecionar, organizar e comunicar informagao documental + Assumir uma postura critica e refietida face 8s manipulasBes celulares, «+ Manifestar um comportamento organizado e reflexive quando desenvolve trabalho laboratarial + Empenhar-se nos debates de forma criativa.e interveniente, + Base azotada + Desoxirribose + Nacleo + Anafase + Diferenciacao celular + Nuclebtide + Cadeia polinucleotidica + DNA. +Profase + Citocinese + Bees + Replicagae + Codogene + Fase mitética + Ribose + Codigo genético + Gene + Ribossoma + Cromossorma + Genoma + RNA + Cromatigio + Interfase + Telofase + Cariétipo + iIntroes + Totipoténcia + Centrfolo + Metifase + Tradugao + Centrossoma + MicrotGbulos + Transcrigso. + Ciclo celular + Mitose + Clonagem celular + Mutagao AVALIAGAO 1. "Sendo o “esqueleto” desoxirribose-fosfato o mesmo em todas as moléculas de DNA, nenhuma informaso genética pode ser transportada por essa estrutura. A informasio deve estar inscrita na sequéncia das quatre bases (A, T, G,C). Esta condicdo no determina, todavia, dde maneira restritiva, a quantidade de informacao que pode ser efetivamente transportada pelo DNA. Como cada molécula & muito longa, o nimero de sequéncias possiveis 64", sendon ‘ondmero de nucleétides de uma dada molécula, Deste modo, um nlimero praticamente infinite de mensagens genéticas pode ser formado com as quatro letras, A, T, Ge C, do alfabeto dos acidos nucleicos.” James watson, lola meleclr de gene Ein, 1958 1:1, James Watson colocou a hipétese de a informagao genética estar inscrita na sequéncia das quatro bases (A, T,G,C). Faca corresponder S (sim) ouN (nao) a cada uma das letras que identificam as afirmacdes seguintes, de acordo com a possibilidade de constitulrem, ou nao, argumentos a favor da hipétese considerada ‘AA molécula de ONA & uma sucesséo ce cuatro tipos de nuclestidos diferentes, B -Os nuclebtidos cistinguer-se elas respetivas bases azotadas C=A molécula de DNA ests enrolada em duplahélice D~As bandas laterais dahélice sd0 constitudas por desoxirribose efostato €- Em cada molécula, onimero de sequéncias possiveis € F-ODNA@ uma molécula filamentosa. 1.2. Uma ‘linguagem’” codificada Na. Péptiéo Fig 2 11.2.1. Para cada uma das cadeias de DNA representadas, refira © ndmero de grupos fosfato, de acticares, de adeninas, de quaninas e de citosinas. (Apresente os resultados sob a forma de um quadro.) 1.2.2. Comparande os valores considerados, identifique os grupos cujos ntmeres variam. 1.2.3. Represente, de forma simplificada, a molécula de mRNA que codifica a sequéncia de aminoacidos @que o esquerna se refere solo 61 AVALIACAO 2.Nos itens 2.1. a2.3., selecione a opsio que permite preencher o(s) espaco(s) eebter uma afirmagao correta. 2.1. Se um segmento de DNA pode ser representado por S'CATTACS’, a cadeia complementar 6 A-S(CTAATG3 B—S'CAUUAC3 ¢-3'GTAATGS D-3°CATTACS’ 2.2. 0 cOdigo genético s ‘mesmo aminoacido, ‘A ambiguo [...] RNA, B—complexo [...] mRNA C—universal(..] anticodbes D-redundante [..]coddes 2,3. O nGimero de moléculas de tRNA necessério para preduir uma cadeia pelipenti¢ica com 50 aminoacids, mas em que somente 16 desses aminoscidos sao diferentes, & A-25 8-50 c-16 p-8 porque varios podem cadificar o 3. ODNAé uma molécula que participa na replicagio e na transcrisao. Copie atabela seguinte e complete-a, colocando um sinal (v) na(s) coluna(s) para indicar se cada afirmacao se refere & transcriclo, 3 replicagio ou a ambas. Relativamente & primeira afirmaco, a tabela est ja preenchida, Replicagao [Transcr TNucletides lives ligar-se& cadbia do DNA. v v Séo produzidas duas moléculas de DNA. Formam-se dvas cadeias de DNA novas, Fo] = >| TNuslemtdos ctosina so complementares dos de quanina da cadeia de DNA. E” Nueletidos uracilo so complamantares dos de adenina da eadeia de DNA. F Nunca existem nucledtides tinina na cadeia que se forma, 4. ODNA 6 uma motécula universal e inform Fa Solio {4.4 Mencione o terme que corresponde a cada uma ds letras (X,Y) da figura 73 62 AVALIAGAO 4.2. Estabeleca ecorrespondéncia entre cada um dos seguintes termos / expressées e urn dos ndmeros da figura A-Codao B-Ligasto peptidice C—Aminoacido D-RNA €-DNA '5. Num determinado cromossoma existe um gene com mais de dois milhdes de pares de rucleétides que inclu o fragmento de cadeia de DNA representado na figura, 5.1. Refiraa sequéncia de aminoscidos que surge a partir de fragmento de DNA representado {consuite 0 cédigo genético) 5.2. Em consequéncia de mutacaes, a sequéncia de amino8cides pode mudar.Refira as consequ€ncias sobre a proteina formada, se: 5.2.1. o gene possuir um nucledtido T, em vez de C na posiga0 X. 5.2.2. o gene possulr um nucleétido T, em vez de C na posicao ¥ 5.2.3. ogene possuir um nucledtide G, em vez de A na posic30 Z 6. Nos itens 6.1. 26.3, selecione a opcao que permite preencher o(s) espaco(s) e obter uma afirmasio correta. 6.1. As experiéncias em que Meselson e Stahl colacaram bactérias em azote pesado cdemonstraram conclusivamente que 0 DNA A-tem dupla hélice B~replica semiconservativamente, C—tem bases pares complementares. D~consiste na repetico de nucleétidos. 6.2. Uma porcao de DNA com 100 pares de bases contém 45 citosinas. Essa porgo de DNA contémn adeninas Aas B-15 c-10 D-55 6.3. Aradiacdo utravioleta € um agente mutagénico de natureza epode introduzir diretamente ateracdes durante a A= biolbgic [...]catlise enzimatica B~fisica[...]renlicag3o do DNA C-bioguimica [.]sintese de proteinas 3 D~fisica|...] radusao 63 solugao AVALIACAO 7. Adivisio celular asseguraa tigacdo entre sucessivas geracdes, quer se considerem as células, os individuos ou mesmo as espécies. Na diviséo mitética assiste-se aum processo sequenciado de multiplicago por dois, sequido de uma divisdo em partes iguais. Analisando a fotografia ea respetiva representagao esquemstica, complete as frases, selecionando para cada uma aletra da alinea adequada. Fa 75 7.1. Oestidio da mitose representado na figura é a encontram na A~ metafase [...] placa equatorial constituides por um cromatidio anatase [...] placa equatorial constituidas por dois cromatidios porque os cromossomas se Ccitocinese [...] placa equatorial e apresentam o maximo encurtamento ‘D—metéfase[...] placa equatorial e apresentam dois cromatidios ,originando cétulas 7.2. A divisdo representada é fundamental ‘A=nareprodusao |...] com cite cromossomas. B—no crescimento [..] com quatro cromossomas C—na reparacae de tecidos [..] com cite cromatidios D—naclonagem [...] com cite cromatidios 7.3. As estruturas representadas nos polos da célula sfo_e existem ‘A= microtGbulos [..] nas células animais B—microtabules[...] em todas as células C~centrfolos [...] nas células vegetais D~centrioos [...] nas élulas animais 7.4. Quando se refere globalmente “multiplicas8o por dois sequida de uma divisdo em partes ‘iguais", cuer-se incicar, respetivamente: A periodo S mitose B-interfase ecitocinese Interfase e fase mitética D~pertodo Se fase mitetica AVALIAGAO 8. Em 1951, Margaret Gey promoveu investigacdes que permitiram cultivar células em condicées. apropriadas, mantendo-as em divisées continuas. Algumas destas células viajaram js para o Espaco. Margaret faleceu aos 31 anos, vitima de cancro (ironicamente, vitima de células em divisio descontrolada), mas as suas células em cultura, décadas depois, continuam a dividir-se. Gracas aos seus trabalhos pioneiros, nos laboratérios de todo o mundo existem, atualmente, culturas de células humanas (musculares, da pele e dos pulmées) que se mantém em constante divisio, perpetuande linhas celulares de diferentes tecidos. Aqui continuam a desbravar-se os segredos da célula, testam-se medicamentos, 0 efeito de radiacées, etc. 8.1. Quantos cromatidios apresenta cada uma das células humanas em cultura: 8.1.1. no periodeG, 8.1.2, no periodo,? 8.1.3. nofinalda telofase? 8.1.4, no final dacitocinese? 8.2. Como pode o ciclo celular ser naturalmente interrompido, na caso de ocorreralguma anomalia? 8.3. Considere os acontecimentosreferenciados pelas letras de AH ‘A~Separam-se 0s cromatiios-irmaos 8 -0s cromossomas tornam-se vsives C—Amembrana nuclear desintegra-se DO citoplasma divide-se. €_Dé-se acisto dos centrémeros F ~0s cromossomas atingem 0 maximo encurtamento. G-Di-se areplicagao do DNA H.-Cada cromossoma, completamente distendido, possui uma Unica molécula de DNA 8.3.1, Selecione as tras que indicam acorréncias 83.11. dainterfase 83.12. da fase mitetica 83.13. damitose. 8.3.2. Cologue as letras na sequéncia que reflete a ordem pela qual decorrem os fen6menos descritos ao longo do cicio celular, admitinde que a célula est& em G., 8.4. Diga em que medida a cultura de células pode dar um importante contributo para o controle do cancro 65 66 PAM coLe Nee R LCR NLL cies que povoam 2 Terra, a d [0s € muito diversa, mas sempre limitada, Fig. 76=Longovae de erores esis. A continuidade da vida é assegurada pela reproducdo, canjunto de proces- 508 pelos quais os seres vivos originam novos individuos idénticos a si prios. Cada individue Jo, umn elo na sucessao das geractes, visto que, a0 reproduzir-se, peri de da espécie a que pertence. Os processos de reproducao sao muito variados, podendo agrupar-se em dois tipos. s:reproducao assexuads e repraducao sexuada Na reprodugao assexuada, formam- ir de urn 6 progenitor, sem ocarrer fusdo de gémetas, ou seja, sen fecundacao Na reproducao sexuada, os novos individuos sao originados a partir de um ovo, célula que resulta da fusdo de dois gémetas. Apesar da reproducao assumir aspetos muitos diversas, ela & sempre baseada na civisao celular e, logicamente, na capacidade de replicagéo do DNA, garantindo a passagem de informacaa genética ao longo das sucessi- vas gerasbes desse m ndament noves individuos a pa Reproducao assexuada 0s seres procariontes e a maioria dos seres unicelulare podem reproduzir-se assexuadamente. Este tivo de reproducao ocorre tam- bém em muitos seres multicelulares. icariontes nermooucho nos sexes vives ATIVIDADE 14 | REPRODUGAO ASSEXUADA — QUE ESTRATEGIAS? Através de alguns trabalhos praticos muito simples, pode constatar diversas estratégias de reproducdo assexuada em organismos seus conhecidos. |-EMLeveDuRAS Material ‘Modo de proceder + Suspensao deleveduras Retire uma gota de uma suspensdo de levecras, + Laeinas elamelas previamente preparade, e monte entre alamina ealamela — + Conta-gotas 2—-Observe ao microscépio e, percorrendo a preparacto, = procure leveduras em divisao. '3—Registe num esquemao que observa. + Microscépio ético MNO BOLOR DO PAO Material ‘Modo de proceder + Pao combolor 1-Recolha, com uma pinga, alguns filamentos verticals, + Agua observaveis a vista desarmada. + Tesoura 2 Observe 8 upa binocular ou a0 microscépio essas estruturas.

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