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UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR

Tecnologia em Gestão de Turismo


Cleber Vicente Gonçalves Silva

COMPREENDER E APLICAR CONCEITOS TEÓRICOS EM SITUAÇÕES PRÁTICAS

RELACIONADAS À GESTÃO DE TURISMO

(PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL)

Rio de Janeiro/RJ
2020
CLEBER VICENTE GONÇALVES SILVA

COMPREENDER E APLICAR CONCEITOS TEÓRICOS EM SITUAÇÕES PRÁTICAS


RELACIONADAS À GESTÃO DE TURISMO
PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL

Trabalho de produção textual interdisciplinar


individual apresentado à Universidade Pitágoras
UNOPAR, como requisito parcial para obtenção de
média semestral nas discplinas de Políticas
Públicas para o Turismo, Marketing Turístico,
Fundamentos do Turismo, Turismo em Áreas
Naturais, Gestão de Projetos e Eventos.
Professores: Taigoara Finardi Martins, Jaqueline
Ferrarezi, Dayane Freire Romagnolo, Jamile
Bernardes, Alessandra Petrechi.

Rio de Janeiro/RJ
2020
SUMÁRIO

1. Introdução................................….................................................................................................. 04

2. Apresentação….............................................................................................................................. 04

3. Atividade 1 Fundamentos do Turismo .......................................................................................... 05

4. Atividade 2 Políticas Públicas para o Turismo …......................................................................... 09

5. Atividade 3 Marketing Turístico ................................................................................................... 11

6. Atividade 4 Turismo em áreas naturais .........................................................................................13

7. Atividade 5 Gestão de Projetos e Eventos .................................................................................... 16

8. Conclusão….................................................................................................................................. 20

10. Referências bibliográficas …...................................................................................................... 20


1. Introdução

Esse trabalho é um exercício prático teórico das disciplinas Políticas Públicas para o Turismo,

Marketing Turístico, Fundamentos do Turismo, Turismo em Áreas Naturais e Gestão de Projetos e

Eventos do Curso de Tecnologia em Gestão de Turismo da Universidade Pitágoras UNOPAR e se

utiliza da agência de turismo fictícia “Fun For All”, hipoteticamente localizada no Estado e na

cidade do Rio de Janeiro, para exercitar conceitos da área através de uma possível parceria da

Agência Fun For All com a Associação de Pessoas com Deficiência Auditiva e Visual – APDA.

É preciso entender o turista cego e o seu grau de cegueira, que pode variar da escuridão total a

habilidade de poder enxergar pontos de luz ou algumas sombras, mesmo não distinguindo formas, e

o turista surdo e o seu grau de surdez, que pode variar da surdez total, a surdez parcial e a

habilidade de sentir vibrações sonoras. A assessoria da APDA irá facilitar em compreender as

necessidades especiais dos turistas cegos ou com limitações visuais, quais atitudes a tomar no

relacionamento pessoal ou como prestar apoio e assessoria a esse turista, facilitando a sua

mobilidade e comunicação, bem como na manipulação de objetos, equipamentos e como lidar com

um cão-guia.

Sabemos através de pesquisas que o tato possibilita às pessoas com deficiência visual grande parte

do processo de interação com o mundo e a audição permite avaliar a natureza e direcção ou o

movimento dos sons.

"O cego utiliza para se orientar, para além do tacto, do ouvido e do olfacto, o seu sentido cinestésico

- que lhe permite identificar uma curva, um desnível ou a quantidade de passos que deve dar num

percurso efectuado antes, etc". (Wagner, 1992).

Apresentação

Utilizando como base a Situação Geradora de Aprendizagem (SGA), a Agência de Turismo Fun For

All, localizada na cidade do Rio de Janeiro, atua no mercado turístico há mais de dez anos e ainda
não conta, na sua carteira de clientes, com um trabalho direcionado a pessoas com deficiência.

É com grande satisfação que vemos a possibilidade de parceria com a Associação de Pessoas com

Deficiência Auditiva e Visual – APDA, com unidades em todas as regiões do Brasil e contando com

milhares de associados. Desejamos que essa aproximação renda bons frutos para ambas as partes e

sirva para melhor nos qualificarmos no atendimento a esse público, oferecendo um serviço de

excelência e qualidade.

Para melhor conhecermos o perfil dos associados da APDA elaboramos uma pesquisa a ser

encaminhada para todos os membros da Associação e, dessa forma, avaliarmos a demanda e

realidade do mercado a ser atendido.

Atividade 1 – Fundamentos do Turismo

a) Explique o conceito de “demanda turística”, exemplificando-o a partir do público alvo da

Fun For All (atual e futuro). É importante que os clientes sejam classificados em relação aos

seus grupos (viajantes, visitantes e turistas) e ao destino visitado (internacional e interno).

Segundo Kotler (2005), “demanda é o volume total daquilo

que um grupo determinado de pessoas compraria, tendo

definidos: área geográfica, período e "estratégia/campanha"

de marketing.”

Nós, enquanto “operadores de mercado”, poderemos, através da pesquisa, avaliar a “demanda

turística” ou possíveis consumidores dos nossos pacotes de serviços turísticos entre os associados

da APDA e dimensionar nossa “oferta turística” adequada ao “espaço geográfico” em que se

encontram os membros da Associação.

Classificamos, segundo a OMT, 2001, a demanda turística em três grupos: os viajantes, os visitantes

e os turistas. Cada grupo possui especificidades em termos sociodemográficos e motivações. O foco

do nosso trabalho se concentrará entre os visitantes (excursionistas) e turistas. Entendendo como


excursionistas “visitantes de um dia”, que não pernoitam no local visitado, deixando-o em até 24

horas após a chegada, e turistas aqueles que irão pernoitar no local visitado pelo menos por uma

noite.

b) Com base na Matriz das Cinco Forças Competitivas, de Michael Porter, analise o mercado

turístico da Fun For All. Para tanto, imagine que ela esteja localizada em sua região e, a partir

dessa localidade, pense em quais forças exerceriam mais influência na empresa:

“O mercado consiste em todos os consumidores potenciais

que compartilham de uma necessidade ou desejo específico,

dispostos e habilitados para fazer uma troca que satisfaça

essa necessidade ou desejo” (KOTLER, 2000, p. 110).

Ao mesmo tempo em que buscamos informações entre o nosso público-alvo realizaremos um

planejamento estratégico a fim de oferecermos produtos turísticos mais competitivos e melhor

adaptados às necessidades dos associados da APDA.

Dimensões para análise de segmentação da demanda:

* Geográfica - Fronteiras políticas; Climas; Fronteiras populacionais.

* Demográfica e Socioeconômica – Gênero; Idade; Estado civil; Composição familiar; Ciclo de

vida; Ocupação; Educação; Renda.

* Psicográficas (de ordem psicológica) - Estilo de vida; Atividades; Características de

personalidade; Preferências.

* Padrões de Comportamento - Momento das compras; impulso ou preferência por marcas; Número

de unidades compradas; Hábitos em relação à mídia; Ocasião; Benefícios buscados.

(Padrões de consumo e predisposição do consumidor - Frequência de uso – muito uso versus pouco

uso; Fidelidade à marca; Conhecimento do produto).

Matriz das cinco forças


(Gráfico: excelsolucao.com.br)

Utilizando a “matriz das cinco forças” de Michael Eugene Porter, professor da Harvard Business
School, e adaptando-a para a realidade do competitivo mercado do Rio de Janeiro, podemos
verificar o seguinte cenário:

- Rivalidade entre concorrentes: o Rio de Janeiro é uma zona turística de alta complexidade, com

inúmeras operadoras e agências de turismo disputando um mesmo mercado durante todo o ano, com

um fluxo permanente para a região e picos de alta em períodos específicos como Carnaval,

Réveillon e verão/férias, que obrigam as agências concorrentes a se diferenciarem e oferecerem

roteiros e atendimento que as destaquem no mercado. Podemos citar três exemplos de serviços

diferenciados para pessoas com deficiência, a recepção dos turistas no aeroporto/rodoviária feita

pela agência contratada, guias de turismo que dominam a linguagem de sinais (LIBRAS) e

materiais informativos no sistema Braille, voltados para pessoas cegas.

- Ameaça de novos entrantes: a alta competitividade entre as agências de turismo no Rio de Janeiro

e o surgimento permanente de novos roteiros na Cidade mantém o mercado em constante atenção.

Recentemente a inauguração da Rio Star, a maior roda gigante na América do Sul, obrigou muitas

agências a mudarem seus roteiros para incluir a atração na região portuária. Antes, a inauguração de

espaços como o Aquário do Rio, também o maior aquário na América do Sul e o Museu do Amanhã

mexeram com os roteiros tradicionalmente oferecidos na Cidade.

- Ameaça de produtos substitutos: O turismo interestadual e internacional no Rio de Janeiro sofre

forte concorrência com outros destinos no Brasil e na América do Sul. Os Estados do nordeste
melhoram a cada ano no quesito infraestrutura e oferecem preços mais atrativos, as praias de Santa

Catarina ou Cartagena, na Colômbia, ganham um lugar de destaque no cenário nacional e

internacional. Também começam a despontar as praias em meio a Região Amazônica, e sua

exuberante floresta, que estão cada vez mais famosas. Ainda assim o Rio de Janeiro é considerado a

“porta de entrada” de turistas, não somente para o nordeste, como também para todo o continente

sul-americano.

- Poder de barganha dos clientes: A popularização de aplicativos, como Voopter, TripAdvisor e

Decolar.com, utilizados em telefones celulares, aumentou o poder de barganha dos clientes e

também acirra a concorrência entre as agências de turismo, mesmo as que oferecem um serviço

especializado e voltado para pessoas com deficiência

- Poder de barganha de fornecedores: A parceria com a APDA e a qualificação do quadro de

funcionários da Agência Fun For All para atender turistas com deficiência irá aumentar seu “poder

de barganha” oferecendo um serviço diferenciado. A parceria entre agências de turismo com

restaurantes, hotéis e empresas que oferecem roteiros alternativos criam pacotes turísticos com

preços mais competitivos. Também há a possibilidade de aquisição de licenças exclusivas para

explorar turisticamente alguns arquipélagos no litoral do Rio de Janeiro, que aumenta o poder de

barganha entre algumas agências de turismo oferecendo roteiros alternativos e exclusivos.

O impacto da epidemia da COVID19

No período atual não podemos deixar de citar e vale destacar o fenômeno criado pela pandemia da

COVID19 que estabeleceu graves incertezas no mercado do turismo mundial. Provavelmente

poucas agências de turismo poderão resistir ao impacto criado por essa doença no cenário do

turismo nacional e internacional.

O fenômeno que estamos enfrentando no momento atual devido a pandemia global da COVID19 e

seu efeito desestabilizante dos mercados, em destaque para o setor do turismo, acirra a “rivalidade

entre concorrentes” e a total desestabilização do setor, que impacta num efeito cascata as atividades

direcionadas e correlacionadas ao atendimento direto de turistas, como hotelaria, bares e

restaurantes (em bairros tipicamente turísticos) e agências de viagens, tanto quanto seus

fornecedores e outros setores de suporte e apoio à indústria do turismo, como aluguel de lojas,
aluguel de imóveis por temporada, aluguel de carros, empresas de transporte, produção e venda de

lembranças e “souvenirs” além de outros.

Atividade 2 – Políticas Públicas para o Turismo

a) Quais medidas e alterações devem ser implementadas pelo poder público municipal e pela

iniciativa privada, para garantir acessibilidade plena a ambos os grupos? Existem normativas

legais que tratem deste tema? Em caso afirmativo, quais?

Todos têm o Direito de poder acessar serviços de lazer e turismo. O Brasil enquanto membro da

Organização das Nações Unidas é obrigado por lei a contemplar a parcela da população brasileira

com deficiências físicas e criar condições para o turismo acessível. Instalar elevadores, rampas de

acesso, audioguias, totens em braile, maquetes táteis, imagens em relevo, piso tátil, sinais

luminosos, ou com ruídos, que facilitem o acesso para deficientes visuais, surdos ou cadeirantes e

todas essas medidas devem ser uma questão de política pública a ser implementada em todo o

território nacional.

A Organização Mundial do Turismo (OMT) estima que, 1,2 bilhão de pessoas viajem anualmente

com fins turísticos e a acessibilidade é fundamental para permitir que o turismo seja para todos. Não

somente pessoas com deficiência visual, auditiva, física e intelectual, como também idosos,

gestantes, crianças e outras pessoas que possuam alguma dificuldade de locomoção devem poder

desfrutar dos destinos, atrativos e vivenciar a experiência inesquecível de poder viajar.

Segundo o IBGE (2010) cerca de 6% da população brasileira possui certo grau de deficiência e a

mais comumente declarada é a deficiência visual, incluindo cegueira total e baixa visão.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da NBR 9050, estabelece critérios

para a acessibilidade em edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Viajantes com

qualquer restrição de mobilidade ou outras deficiências precisam de atenção especial nas ruas,

avenidas, praças, tal como em aviões, vans, restaurantes, hotéis e espaços culturais, como museus e

outros.

O Ministério do Turismo criou o Guia Turismo Acessível (https://turismoacessivel.gov.br/), um site

colaborativo, disponível também em inglês e espanhol, que permite aos usuários avaliarem a
acessibilidade de hotéis, restaurantes, vias públicas e atrativos diversos em todo o Brasil e conta

com mais de 500 mil estabelecimentos cadastrados.

b) Atualmente, existe alguma localidade turística (município) que se dedique a cumprir esta

função social de garantia de acessibilidade turística frente às pessoas com deficiência? Qual?

Ainda que tenhamos um longo caminho a percorrer no que tange a tornar as cidades e principais

atrativos turísticos brasileiros acessíveis, podemos citar algumas localidades, destinos turísticos

nacionais, que oferecem acessibilidade nos seus principais atrativos turísticos:

RIO DE JANEIRO (RJ)

A Cidade do Rio de Janeiro, “porta de entrada” para o Brasil e América do Sul, um dos destinos

mais visitados e famosos em todo o mundo, oferece total acessibilidade nos seus principais atrativos

turísticos: o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar. Ainda há muita adaptação para ser feita e é preciso

que o poder público tenha atenção com a manutenção das melhorias que a Cidade já implementou,

mas podemos perceber uma preocupação crescente entre empresas e o poder público para atende às

necessidades das pessoas com deficiência.

SÃO PAULO (SP)

A maior cidade da América do Sul, principal destino do turismo de negócios no Brasil, São Paulo,

conta com centenas de atrativos totalmente acessíveis. Museus e centros culturais disponibilizam

visitas guiadas com audioguias para cegos, tótens em braile, maquetes táteis, imagens em relevo,

piso tátil e acesso para cadeirantes. Vale destacar que shopping centers, parques, jardins e estações

do metrô também são acessíveis.

SALVADOR (BA)

O centro histórico de Salvador, que é patrimônio cultural da humanidade e capital do Estado da

Bahia, apesar de antiga, com suas ruas de pedra, escadarias e relevo acidentado, mostra que é

possível permitir a visitação de pessoas com deficiência. Muitas calçadas são rebaixadas e contam

com rampas; ladeiras e escadarias contam com elevadores que facilitam o acesso para cadeirantes e
pessoas cegas.

FOZ DO IGUAÇÚ (PR)

Um dos mais famosos atrativos turíticos no Brasil, as Cataratas do Iguaçú, localizada na fronteira

entre o Brasil, o Paraguai e a Argentina, foi um dos primeiros atrativos turísticos a adotar a política

de inclusão a pessoas com deficiência e oferece até a possibilidade da prática de esportes radicais

para essa população, como o salto de paraquedas.

FORTALEZA (CE)

A capital do Ceará, Fortaleza, oferece esteiras e cadeiras anfíbias que facilitam o acesso de cegos,

idosos e outras pessoas com deficiência e mobilidade reduzida às mais famosas praias da região.

Também é possível praticar vôlei e frescobol adaptados e a cidade conta até com uma academia ao

ar livre com estação de exercícios físicos exclusiva para cadeirantes.

Atividade 3 – Marketing Turístico

A amplitude e complexidade que envolvem o Marketing nos leva a associá-lo a diversos processos

e práticas os quais estão, de maneira geral, diretamente voltados ao cliente e ao atendimento de

suas necessidades. Ou seja, compreender a aplicabilidade do Marketing requer depreender acerca

de temas relacionados às necessidades e aos desejos humanos, entendendo que, em maior ou

menor grau, a organização precisa se adaptar a tais aspectos inerentes aos seus clientes, bem

como desenvolver estratégias para a devida comercialização dos produtos e/ou serviços que oferta.

No contexto do Marketing Turístico não é diferente! Neste campo, um dos desafios consiste

justamente no atendimento de pessoas que possuem anseios e necessidades diferentes em produtos

turísticos adaptáveis a tais particularidades.

Partindo do exposto até o momento, associando a problemática da SGA aos seus conhecimentos

em Marketing, no campo do turismo, sua missão é pensar em como comercializar um produto

turístico a este público-alvo! Para este exercício, é importante ter como ponto de partida os 3 P’s

específicos do Marketing de Serviços: Pessoas; Processos e Provas Físicas. Assim, sua tarefa nesta
etapa será:

a) Pense no turismo urbano como uma das opções da Fun For All para pessoas com

deficiência visual e pessoas com deficiência auditiva. Como estes 3 P’s específicos seriam

avaliados por ambos os públicos? Como esta opção de turismo pode atendê-los e satisfazê-los?

O turismo urbano oferece possibilidades de roteiros gastronômicos e culturais tradicionalmente

mais adaptados a atender às necessidades de pessoas com necessidades especiais e podem ser ricas

experiências para pessoas cegas e surdas. Espaços gastronômicos que explorem sabores e aromas,

jardins sensoriais, shows musicais, orquestras, museus que permitam a interação tátil com o acervo

ou explorem a experimentação por luzes e cores, para os surdos.

Para utilizarmos os três Ps complementares do mix de marketing e sempre tendo claro que o

público-alvo da Agência Fan For All são pessoas surdas e cegas, estamos pensando em estratégias

de comunicação e profissionais preparados para utilizar uma linguagem sensorial visual e tátil.

Os três Ps: para pessoas cegas:

Pessoas, Processos e Prova Física – o atendimento deverá ser realizado por um profissional que

consiga destacar nos roteiros atrativos que explorem características acessíveis voltadas para essa

população e ofereça, além de materiais em braille, experiências com sabores e aromas, contato com

a temperatura e o vento, além de oferecer a facilidade com elevadores, rampas de acesso,

audioguias, tótens em braile, maquetes táteis, imagens em relevo, piso tátil e alertas sonoros.

Os três Ps: para pessoas surdas:

Pessoas, Processos e Prova Física – o atendimento deverá ser realizado por um profissional que

consiga se comunicar em libras e destacar roteiros e atrativos que explorem características

acessíveis voltadas para essa população oferecendo, além das experiências com sabores, aromas,

contato com a temperatura e a brisa, o estímulo visual com alertas luminosos que possibilitem

diversão com mais segurança e comodidade.

b) No âmbito da comercialização de pacotes para turismo urbano, quais aspectos devem ser
destacados e quais as informações essenciais a serem disponibilizadas a fim de interessar e

encantar ambos os públicos? Para esta etapa não deixe de pesquisar seu público-alvo a fim de

melhor conhecê-lo.

Os roteiros a serem trabalhados devem privilegiar a acessibilidade voltada para cada grupo

específico: o grupo das pessoas surdas e o grupo das pessoas cegas:

- O grupo das pessoas surdas, dentro de um roteiro urbano deve ter privilegiado o estímulo de

outros aspectos sensoriais que não a audição. Aposto em roteiros que privilegiem o tato, o paladar, o

olfato e a visão. Instalações artísticas, em centros culturais e museus são uma excelente alternativa.

Também é possível de incluir e intercalar com experiências gastronômicas. Sempre acompanhados

de um gria de turismo habilitado na linguagem de sinais contextualizando cada etapa da experiência

turística. Ampliando o alcance e aprofundando as experiências para que se tornem prazerosas,

memoráveis e inesquecíveis.

- A proposta de estratégia para lidar com o grupo de pessoas cegas deve privilegiar experiências

sensoriais que explorem o paladar, a audição, o tato e o olfato. Mais uma vez, um roteiro artístico

cultural, que permita a experiência tátil, é uma alternativa dentro do cenário urbano. Permeando o

roteiro com experiências gastronômicas, que explorem sabores e aromas.

No Rio de Janeiro, o Jardim Botânico da cidade, localizado na zona sul, região onde se concentram

a maioria dos atrativos turísticos da “Cidade Maravilhosa”, dispõe do “Jardim Sensorial”, onde é

possível ter uma experiência tátil e olfativa com várias plantas. O Aquário do Rio de Janeiro, o

AquaRio, também oferece uma experiência tátil com alguns peixes e crustáceos. O Centro Cultural

do Banco do Brasil e o Teatro Municipal, também oferecem maquetes manipuláveis, numa

estratégia inclusiva para grupos com necessidades especiais.

Atividade 4 - Turismo em áreas naturais

Os produtos turísticos em áreas naturais podem compreender inúmeras atividades. Podemos

pensar em ecoturismo, turismo de aventura, turismo rural ou alguma outra atividade que seja

desenvolvida em áreas naturais. Você precisa analisar qual segmento turístico irá enquadrar para

ofertar um produto turístico adequado ao turista com deficiência, conforme descrito no contexto da

SGA. Sua tarefa, nesta etapa será:


a) Definir qual segmento turístico irá optar para oferecer aos turistas (ecoturismo, turismo de

aventura ou turismo rural).

Na realidade do Rio de Janeiro, com uma natureza exuberante, presente em todos os espaços, vejo o

ecoturismo como a estratégia natural e que oferece maior capacidade de diversificação nos roteiros:

no mar, rios, florestas e lagoas.

b) Dentro do segmento, analisar quais atividades poderiam ser oferecidas aos clientes com

deficiência visual.

Praias que não ofereçam risco com ondas e correntezas ou que tenham difícil acesso, que impeçam

a mobilidade devido ao terreno arenoso ou pedregoso, da mesma forma, trilhas ecológicas em

terrenos planos e que permitam a interação com a vegetação natural, tal como os jardins em áreas

naturais, que permitem a experiência tátil com plantas que não oferecem riscos de acidentes ou

ferimentos, possibilitando experiências através do olfato e do tato.

Oferecer roteiros inclusivos e seguros para esse grupo específico é uma excelente possibilidade de

retirar pessoas tradicionalmente limitadas a roteiros urbanos e artificiais.

c) Realizar um levantamento sobre a existência de atividades turísticas em áreas naturais, no

Brasil, para deficientes visuais e expor quais são elas e onde elas ocorrem.

Uma experiência inusitada de turismo voltada para deficientes visuais, foi desenvolvida pela

Federação das Empresas de Transporte de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo, a

Fresp. A proposta ganhou corpo e teve início em 2016, com uma nova modalidade de roteiro

partindo de ônibus da capital para o interior paulista, levando grupos de cegos à roça.

O turismo de experiência inclui, mesclando o turismo em área natural com o turismo rural, colher

café na fazenda sustentável Retiro Santo Antônio, em Santo Antônio do Jardim (distante cerca de

172 km da capital), e o reconhecimento tátil de grãos, torra e degustação de cafés regionais na

Cafeteria Loretto, em Espírito Santo do Pinhal.

Outras opções de passeios identificados para pessoas cegas foram localizados nos Jardins Botânicos
do Rio de Janeiro e de Vitória, no Espírito Santo, que também possuem áreas naturais e onde são

oferecidos roteiros sensoriais que permitem, mesmo para quem não é cego, de olhos fechados,

vivenciar a experiência de identificar por onde caminhar e por qual caminho seguir. Essa vivência

revela fatos curiosos para quem se dispõe a observação do farfalhar das ramas de uma árvore, por

exemplo, onde monitores cegos revelam até a capacidade de poder indicar a chegada da chuva

através do olfato, que se sente no ar.

Em um jardim sensorial é possível exercitar nossos cinco sentidos: tato, audição, visão, olfato e

sabor, a partir das texturas (de plantas e pisos); pelo barulho do vento nas folhas dos arbustos; o som

do fluxo da água nos córregos e bicas; o aroma e sabor de diferentes plantas; e os diferentes tons de

verde e cores vibrantes das flores, para quem enxerga, é claro!

d) Colocar a sua opinião, sobre por que motivos ainda existem poucas ofertas de produtos

turísticos, nessa área.

A questão da acessibilidade para os deficientes sensoriais ou com mobilidade reduzida está

estabelecida pela Lei nº 10.098/2000 e regulamentada pelo Decreto nº 5296/2004. Entretanto, não é

necessário pesquisar muito para descobrirmos a enorme dificuldade para que esse público tenha

seus direitos assegurados e respeitados. Apesar de haver uma lei estabelecendo a eliminação de

barreiras e obstáculos nas vias públicas, de modo que pessoas com deficiência possam ter liberdade

de movimento, com segurança, assim como pessoas surdas disponham de mecanismos e técnicas

alternativas que possibilitem a comunicação, bem como o acesso à informação, ao trabalho, à

educação, ao transporte, à cultura, ao esporte e ao lazer, não é a realidade dos principais centros, nas

maiores cidades brasileiras.

Acredito que ainda falte fiscalização e incentivos fiscais que despertem o interesse de empresários

de investirem em reformas que garantam a acessibilidade dos seus estabelecimentos, hotéis,

pousadas ou restaurantes. Com a realização das Paraolimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, muita

coisa foi feita para que a cidade pudesse receber atletas e o público com deficiências. Passados

quatro anos dos jogos o que vemos é a triste realidade da falta de manutenção e o não cumprimento

da lei por vários estabelecimentos.


Atividade 5 – Gestão de Projetos e Eventos

Considerando que no turismo estão sempre sendo colocados estranhos frente a frente, seja entre

turistas, seja entre turista e população visitada, seja entre turista e trabalhadores do turismo, não

há como ignorar que a atividade turística envolve riscos de distintas naturezas, tornando-a uma

atividade emblemática do capitalismo, com um rico campo de pesquisa para esses grandes temas

das ciências sociais. Desta reflexão nasce a preocupação com a análise dos riscos associados às

atividades turísticas e com o bem-estar e a segurança das pessoas, em condição especial ou não.

Em termos gerais, um produto turístico precisa ter mapeado todos os possíveis riscos que podem

ocorrer. Este mapeamento é a identificação do que pode acontecer, porque, como, com que

probabilidade e com quais consequências, a fim de servir de base para a análise de riscos. A

empresa responsável pelo produto turístico precisa fazer a análise dos riscos que envolvem os

procedimentos de cada atividade específica, a fim de assegurar suas práticas de modo seguro. É

importante ressaltar que apesar da consciência sobre os riscos, não existe uma legislação ou lei

específica de segurança para o turismo. Os principais riscos associados às atividades e produtos

turísticos para pessoas com necessidades especiais dizem respeito às condições básicas de

infraestrutura, qualificação profissional, empreendimentos adequados, segurança e qualidade no

atendimento. Neste sentido, a segurança, se constitui em uma condição primordial para quem viaja

e para quem reside no entorno considerado turístico. De acordo com a Organização Mundial do

Turismo (OMT, 1997), segurança é sinônimo de qualidade e é uma condição imprescindível para

um turismo responsável. Isto significa zelar pela vida, saúde, integridades física, psicológica e

econômica dos viajantes e envolvem aspectos como: seguranças públicas, médicas, informativas,

dos serviços turísticos, dos eventos, dos transportes e do espaço em que o turista permanece.

Imaginando um pacote turístico que atenda à demanda de pessoas com deficiência auditiva e

visual e analisando a teoria de Gestão de Riscos, identifique quais seriam os principais riscos

associados a este produto turístico. Esta análise vai permitir que você elabore questionários de

identificação de riscos associados ao pacote turístico. Pede-se:

a) Elabore um questionário de verificação da acessibilidade de edificação a ser aplicado junto

aos estabelecimentos comerciais e rede hoteleira a serem indicados no pacote turístico. Este

questionário deve verificar questões relacionada a acessos externos, acessos privados, acesso
ao ambiente interno, sanitários, autonomia e segurança, pisos, sinalização, recepção,

estacionamento, rampas e escadas, mobiliário, comunicação auditiva e visual, entre outros.

Estamos organizando um grupo de turistas com deficiência auditiva e visual e buscamos esclarecer

sobre a estrutura e capacidade de atendimento do seu estabelecimento voltada para esse público

específico. Para tanto, elaboramos um questionário com questões simples e diretas e agradecemos a

atenção para tais perguntas.

Vocês estão habilitados para atendimento de clientes/hóspedes em LIBRAS (Linguagem Brasileira

de Sinais)?

O seu estabelecimento/hotel possui rampas de acesso para todas as áreas comuns de circulação?

(calçada, lobby, recepção, corredores, elevadores, acesso a banheiros, restaurante, piscina, sauna,

salas de jogos e de reuniões)?

O seu estabelecimento/hotel possui elevadores? Os botões de acesso aos andares estão identificados

em braille (sistema de escrita tátil para pessoas cegas)?

Os elevadores, corredores e áreas comuns de circulação do seu estabelecimento/hotel possuem

comunicação visual, sonora e piso tátil voltado para pessoas com deficiência visual e surdas?

As portas dos quartos e banheiros também são identificadas através de sinalização em braille?

b) Em relação ao entorno do seu estabelecimento/hotel poderia informar...

Possui vaga de estacionamento para pessoa com deficiência?

As calçadas possuem piso tátil?

Rampas de acesso?

Estações de metrô/trem/ônibus acessíveis?

Nas esquinas, as ruas estão identificadas com tótens contendo informações em braille e também

informações em relação a nomes e configuração da região e entorno?

Os cruzamentos/semáforos, e ao longo das ruas, vias e avenidas, possuem faixa para pedestres com

avisos sonoros/luminosos de segurança? Quais possuem?


c) Esse Shopping Center é acessível para pessoas cegas/surdas?

Com audioguias para cegos? Sim Não

Sinalização na vertical e na horizontal ? Sim Não

Tótens em braile? Sim Não

Maquetes táteis? Sim Não

Imagens em relevo? Sim Não

Piso tátil? Sim Não

Piso antiderrapante? Sim Não

Ascensorista nos elevadores? Sim Não

c) Esse Centro Cultural/Museu é acessível para pessoas cegas/surdas?

Elevadores? Sim Não

Ascensorista nos elevadores? Sim Não

Rampas de acesso? Sim Não

Sinalização na vertical e na horizontal? Sim Não

Audioguias para cegos? Sim Não

Monitoria/guias fluentes em libras? Sim Não

Materiais informativos em braille? Sim Não

Tótens em braile? Sim Não

Maquetes táteis? Sim Não

Imagens em relevo? Sim Não

Piso tátil? Sim Não

Piso antiderrapante? Sim Não

c) Esse jardim é acessível para pessoas cegas/surdas?


Elevadores? Sim Não

Ascensorista nos elevadores? Sim Não

Piso antiderrapante? Sim Não

Rampas de acesso? Sim Não

Sinalização na vertical e na horizontal? Sim Não

Audioguias para cegos? Sim Não

Monitoria/guias fluentes em libras? Sim Não

Materiais informativos em braille? Sim Não

Tótens em braile? Sim Não

Maquetes táteis? Sim Não

Imagens em relevo? Sim Não

Piso tátil? Sim Não

c) Essa praia/piscina é acessível para pessoas cegas/surdas?

Guarda vidas com domínio da linguagem de sinais? Sim Não

Esteira de acesso? Sim Não

Piso antiderrapante? Sim Não

Rampas de acesso? Sim Não

Sinalização na vertical e na horizontal? Sim Não

Audioguias para cegos? Sim Não

Monitoria/guias fluentes em libras? Sim Não

Materiais informativos em braille? Sim Não

Tótens em braile? Sim Não

Maquetes táteis? Sim Não


Imagens em relevo? Sim Não

Piso tátil? Sim Não

Conclusão

Esse exercício teórico para produção textual, envolvendo as disciplinas do segundo semestre do

Curso de Tecnologia em Gestão de Turismo, utilizando a agência de turismo fictícia “Fun For All”,

e uma possível parceria com a Associação de Pessoas com Deficiência Auditiva e Visual – APDA,

foi uma rica possibilidade de iniciar um processo de compreensão da realidade enfrentada pelas

pessoas com deficiência, ou mesmo gestantes e turistas na terceira idade, que enfrentam

dificuldades especiais e geralmente são esquecidas ou ignoradas pela maioria da população.

Mais uma vez destaco a importância de entender o turista cego, ou o seu grau de cegueira, e o

turista surdo, ou seu grau de surdez, para o exercício da cidadania e satisfação de Direitos básicos,

ao mesmo tempo em pude iniciar um processo de apropriação e conhecimento do vasto universo

que compreende os estudos de marketing e gestão, avaliando demandas, possibilidades e realidades

de um mercado a ser explorado e atendido.

Muita gratidão por essa rica possibilidade de estudo!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

@gente no Turismo. Turismo acessível existe no Brasil? Disponível em:

https://agentenoturismo.com.br/2013/05/29/turismo-acessivel-existe-no-brasil/ Acesso em: 10 mai.

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e Distribuidora Educacional S.A., 2016. 176 p.

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BERNARDES, Jamile Ruthes B522t Turismo em áreas naturais / Jamile Ruthes Bernardes. –

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DELMANTO, Aline D359p Políticas públicas para o turismo / Aline Delmanto, Caroline Valença

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OLIVEIRA, Alessandra Petrechi de O48g Gestão de projetos e eventos / Alessandra Petrechi de

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