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Gerenciamento Integrado de

Resíduos Sólidos Urbanos - GIRSU


Engenharia Civil
Gestão Ambiental

ATERRO SANITÁRIO

Profa. Dra. Luciana Paulo Gomes


lugomes@unisinos.br
Prof. MS Marcelo Oliveira Caetano
mocaetano@unisinos.br

Ramais: 1783 e 5060


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ABNT - Associação Brasileira de


Normas Técnicas - NBR 8419/1992

ESTA NORMA FIXA AS CONDIÇÕES MÍNIMAS EXIGÍVEIS PARA


A APRESENTAÇÃO DE PROJETOS DE ATERROS SANITÁRIOS
DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS.
NBR 8419 3

4.1 Partes constituintes do projeto e forma de apresentação:

4.1.1 Os projetos apresentados devem ser obrigatoriamente constituídos das


seguintes partes:

a) memorial descritivo;
b) memorial técnico;
c) cronograma de execução e estimativa de custos;
d) desenhos;
e) eventuais anexos.

4.1.2 As unidades adotadas devem ser as do Sistema Internacional de


Unidades (SI).

4.1.3 Os desenhos devem ser apresentados de acordo com as normas


brasileiras aplicáveis.
NBR 8419 4

4.2 Responsabilidade e autoria do projeto

4.2.1 O projeto deve ser de responsabilidade e subscrito por profissional


devidamente habilitado no CREA.

4.2.1 Todos os documentos e plantas relativas ao projeto devem ter


assinatura e número de registro no CREA do profissional, com indicação da
“Anotação da Responsabilidade Técnica”.
NBR 8419 5

5.1 Memorial descritivo

O memorial descritivo deve conter as seguintes partes:

a) Informações cadastrais;
b) Informações sobre os resíduos a serem dispostos no aterro sanitário;
c) Caracterização do local destinado ao aterro sanitário;
d) Concepção e justificativa do projeto;
e) Descrição e especificações dos ELEMENTOS do projeto;
f) Operação do aterro sanitário;
g) Uso futuro da área do aterro sanitário.
NBR 8419 6

Memorial descritivo
APRESENTAÇÃO DE PROJETOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS
URBANOS – FUNASA
O memorial descritivo é etapa descritiva do projeto onde deverão ser
abordados os dados relativos à situação existente, às alternativas propostas,
às soluções adotadas, tratando-se portanto, do conjunto de elementos que
justificam a necessidade do projeto, bem como a defesa do mesmo. Deverá
conter, entre outras, as seguintes informações:

a) dados gerais do município


b) caracterização da área objeto do projeto - MAPA
c) descrição do sistema de resíduos sólidos - POSTERIOR
d) estudos de concepção do sistema proposto - POSTERIOR
NBR 8419 7

5.1.6 Descrição e especificações dos elementos de projeto

Todos os elementos de projeto devem ser suficientemente descritos


e especificados, com apresentação de desenhos, esquemas, detalhes, etc.

5.1.6.1 Sistema de drenagem superficial

5.1.6.2 Sistema de drenagem e remoção de lixiviado

5.1.6.3 Sistema de tratamento do lixiviado

5.1.6.4 Impermeabilização inferior e/ou superior

5.1.6.5 Sistema de drenagem de gás


NBR 8419 8

Memorial de cálculo
APRESENTAÇÃO DE PROJETOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS
URBANOS – FUNASA
No memorial de cálculo deverão ser apresentados todos os critérios utilizados
para o dimensionamento das diversas partes constituintes do sistema, desde
os recursos humanos até os equipamentos necessários para a sua
implantação e operação. O memorial deverá conter os coeficientes e
parâmetros adotados, bem como as planilhas de cálculo e de
dimensionamento utilizadas. A seguir estão enumerados os principais aspectos
a serem contemplados:

a) estudo populacional
b) volume de coleta, tratamento e disposição final
c) dimensionamento de veículos e equipamentos
d) dimensionamento de pessoal
e) Dimensionamento das unidades de tratamento e disposição final
NBR 8419 9
Projetos gráficos
APRESENTAÇÃO DE PROJETOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS
URBANOS – FUNASA
a) planta geral do município indicando a posição da área urbana, das vilas e
povoados atendidos pelo sistema e sítio(s) de disposição final do sistema;
b) planta de situação, escala 1:10.000, indicando (iluminando), os principais
itens constituintes do projeto, e sua localização;
c) mapa planialtimétrico, escala 1:5.000;
d) planta baixa na escala 1:2.000, em especial da malha urbana do município,
indicando roteiro de coleta, roteiro de varrição, localização de
equipamentos públicos, principais unidades do sistema, locais públicos,
praças, mercados, feiras;
e) obras e edificações, escalas 1:100 ou 1:50, planta baixa, cortes, fachadas
de todas as edificações contempladas no projeto;
f) projetos executivos, em escalas adequadas, necessárias para o melhor
detalhamento da obra.
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Impermeabilização inferior
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 11

• Definição do sistema a ser adotado

• Cálculos de volumes e quantidades de material

• Planta baixa, corte, detalhe


IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 12

Sistema de Impermeabilização

Os sistemas de impermeabilização em aterros objetivam impedir


a infiltração de águas da chuva através da massa de resíduos,
após a conclusão da operação de aterramento
(impermeabilização superior) e garantir um confinamento dos
resíduos e lixiviados gerados, impedindo a infiltração de
poluentes no subsolo e aqüíferos adjacentes (impermeabilização
inferior ou da base).
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 13

Um sistema de impermeabilização deve apresentar as seguintes


características:

• Estanqueidade;

• Durabilidade;

• Resistência mecânica;

• Resistência a intempéries;

• Compatibilidade com os resíduos a serem dispostos.

Os materiais mais utilizados para a impermeabilização em aterro


são as argilas compactadas (liner mineral) e as
geomembranas sintéticas.
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 14

Tipo: Liner mineral


Rocca et al. (1993) - solo argiloso, para ser considerado adequado como
impermeabilização de aterros:

• ser classificado como CL, CH, SC ou OH, segundo sistema unificado de


classificação de solo (ASTM D2487-69);

• apresentar uma porcentagem maior do que 30 % de partículas passando pela


peneira no 200 da ASTM (Análise de Granulometria por Peneiramento e
Sedimentação), conforme NBR 7181/84;

• apresentar limite de liquidez maior ou igual a 30 % (conforme NBR 6459/84);

• apresentar índice de plasticidade maior ou igual a 15 (conforme NBR 7180/84);


IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 15

Tipo: Liner mineral


As camadas impermeabilizantes de argila devem ser executadas com controle
tecnológico de compactação:

• Camadas compactadas de no máximo 20 cm de espessura;

• Umidade em torno da umidade ótima obtida no ensaio de compactação com


Proctor normal;

• Densidade de no mínimo 95 % da densidade máxima obtida no ensaio de


compactação Proctor normal;

• Coeficiente de permeabilidade de, no máximo, 10-7 cm/s.


IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 16

Tipo: Liner mineral

Compactação da argila

Compactação do solo manual


IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 17

• Sistemas simples: são construídos com apenas uma


camada, geralmente de argila compactada.

60 a 100 cm

- Calcular o volume de argila.


IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 18

Tipo: Geomembrana
• Sistemas simples são construídos com apenas uma camada de
geomembrana
•Sistemas compostos são constituídos por duas camadas
sobrepostas de diferentes materiais, geralmente uma camada de
argila compactada mais uma geomembrana sobreposta, supondo-
se uma perfeita aderência entre geomembrana e a argila;
•Sistemas duplos são construídos com duas camadas espaçadas
por material drenante (geralmente o material drenante é areia ou
uma geomalha) que tem por finalidade detectar e coletar os líquidos
ou gases que porventura venham a passar pela camada
impermeabilizante superior.
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 19

Geomembrana PVC
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 20

Geomembrana PEAD
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 21

geotextil

PEAD
- Calcular a quantidade de manta de PEAD.
1mm a 2mm
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 22

Rocca et al. (1993) - solo argiloso, para ser considerado


adequado como impermeabilização de aterros:

ser classificado como CL, CH, SC ou OH, segundo sistema unificado de


classificação de solo (ASTM D2487-69);

apresentar uma porcentagem maior do que 30 % de partículas passando pela


peneira no 200 da ASTM (Análise de Granulometria por Peneiramento e
Sedimentação), conforme NBR 7181/84;

• apresentar limite de liquidez maior ou igual a 30 % (conforme NBR 6459/84);

• apresentar índice de plasticidade maior ou igual a 15 (conforme NBR 7180/84);


IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 23

As camadas impermeabilizantes de argila devem ser


executadas com controle tecnológico de
compactação:

• camadas compactadas de no máximo 20 cm de espessura;

• umidade em torno da umidade ótima obtida no ensaio de


compactação com Proctor normal;

• densidade de no mínimo 95 % da densidade máxima obtida


no ensaio de compactação Proctor normal;

 coeficiente de permeabilidade de, no máximo, 10-7 cm/s.


IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 24

Geomembranas são membranas sintéticas feitas de borracha e


plásticos e são comercializadas em diversas espessuras e texturas.
Polímeros atualmente utilizados para a confecção de membranas flexíveis:

• Borracha butílica;
• Borracha da epiclorídrina (ECO);
• Borracha de nitrila;
• Borracha de etilo-propileno (EPDM);
• Polietileno de alta densidade (PEAD);
• Cloreto de polivinila (PVC).
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 25

Características para uso em impermeabilização de aterros sanitário:


• Resistir satisfatoriamente ao ataque de todos os produtos químicos aos quais
estiver exposto, assim como às radiações ultravioleta e aos microrganismos;

• Apresentar resistência às intempéries para suportar os ciclos de


umedecimento e secagem e de frio e de calor;

• Apresentar adequada resistência à tração e flexibilidade e alongamento


suficientes para suportar os esforços de instalação e de operação, sem
apresentar falhas;

• Resistir à laceração, abrasão e punção de qualquer material pontiagudo ou


cortante que possa estar presente nos resíduos;

• Apresentar facilidade para execução de emendas e reparos em campo, sob


quaisquer circunstâncias.
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 26

Vantagens e desvantagens de algumas geomembranas sintéticas.


IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 27

a) Impermeabilização inferior
A NBR 13896/97 prevê a necessidade de implantação de uma camada
impermeabilizante na base do aterro quando no local não houver um solo
homogêneo com coeficiente de permeabilidade inferior a 10-6 cm/s e uma
zona não saturada com espessura superior a 3,0 m.
CAMADA IMPERMEABILIZANTE:
Materiais de propriedades químicas compatíveis com os resíduos, com
suficiente espessura e resistência, de modo a evitar rupturas devido a
pressões hidrostáticas e hidrogeológicas, contato físico com o lixiviado
ou resíduo, condições climáticas e tensões da instalação da
impermeabilização ou aquelas originárias da operação diária;
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 28

• Colocada sobre base ou fundação capaz de suportá-la,


bem como resistir aos gradientes de pressão acima e abaixo
da impermeabilização, de forma a evitar sua ruptura por
assentamento, compressão ou levantamento do aterro;

 Instalada de forma a cobrir toda a área, de modo que o


resíduo ou lixiviado não entre em contato com o solo natural.
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 29

Sugestão de sistema de impermeabilização inferior para aterros sanitários


com grande potencial de impacto ambiental.
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 30

A camada de geotêxtil (geossintético filtrante) que é mostrada


na figura anterior, quando colocada sobre o dreno de brita, em aterros
brasileiros que contêm alto teor de matéria orgânica, pode levar a
colmatação biológica do geotêxtil. Por isso, nestes casos não se
recomenda a utilização deste material.

A NBR 13896/97 – Aterros de resíduos não perigosos: Critérios


para projeto, implantação e operação – apresenta uma aparente
contradição quando por um lado condiciona em seu item 5.2.1 a
implantação da impermeabilização inferior ao não atendimento das
condições naturais do terreno estabelecidos pela própria norma. Quer
dizer, se o terreno natural apresentar permeabilidade inferior a 10-6 cm/s e
uma zona não saturada com espessura superior a 3,0 m, não é necessária
impermeabilização artificial. No entanto, no item 5.2.6 da mesma norma,
diz que sob o sistema artificial de impermeabilização inferior deve haver um
sistema de detecção de vazamento de lixiviados.
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 31

b) Instalação (construção) da impermeabilização inferior

A construção da camada de base do aterro sanitário é uma das


partes importantes e sensíveis de toda obra. É esta camada, se bem
executada, que impede a contaminação das águas subterrâneas por
lixiviados e gases. Além disso, em aterro de médio e grande porte é
praticamente impossível fazer qualquer reparo nesta camada se
houver alguma ruptura.
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 32

Projeto adequado de sistema composto de impermeabilização com


contato íntimo entre geomembrana e a argila compactada
(Adaptado de Daniel, 1993).
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 33

ANCORAGEM DA GEOMEMBRANA

Dimensões mínimas da canaleta de ancoragem (Fonte:Vidal, 2004)


IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 34

Já com o objetivo de proteger a geomembrana de danos


que possam ser causados pela colocação do sistema de drenagem
(brita) ou mesmo dos resíduos sólidos (materiais pontiagudos e
cortantes), uma camada de proteção mecânica deverá ser colocada
sobre a geombrana.

Esta camada, com cerca de 20 a 30 cm de espessura,


poderá ser de qualquer solo, não sendo necessário que seja argila,
uma vez que a sua função não é de impermeabilização, mas de
proteção.
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 35

Terraplanagem
Porto Alegre
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 36

Espalhamento
Porto Alegre
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 37

Compactação
por rolo pé-de-
carneiro das
camadas de
argila
Porto Alegre
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 38

Colocação da
geomembrana
de PEAD
sobre camada
de argila
compactada
Porto Alegre
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 39

Patamar impermeabilizado com PEAD


Porto Alegre
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 40

Colocação da camada de proteção mecânica


Porto Alegre
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 41

Nivelamento da camada de proteção mecânica


Porto Alegre
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 42

Preparação da base do aterro com argila compactada


São Leopoldo – Fase 1
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 43

Impermeabilização do solo através de


Geomembrana de PEAD
São Leopoldo – Fase 1
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 44

Manta Geotextil sob PEAD


São Leopoldo – Fase 1
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 45

Cobertura de argila sobre


Geotextil
São Leopoldo – Fase 1
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 46

Terraplenagem
São Leopoldo –
Fase 2
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 47

Impermeabilização liner mineral


São Leopoldo – Fase 2

Teste de
permeabilidade
do solo.
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 48

Impermeabilização com geomembrana


São Leopoldo – Fase 2
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 49

Testes para
verificação
da vedação
da solda
(Teste de
Canal)

Solda da geomembrana
São Leopoldo – Fase 2

Spark test
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 50

Geotêxtil
São Leopoldo – Fase 2
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 51

Sobre o geotêxtil argila


São Leopoldo – Fase 2
IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 52

ANCORAGEM DA GEOMEMBRANA

Dimensões mínimas da canaleta de ancoragem (Fonte:Vidal, 2004)


IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 53

Exercício : Volume de argila para


impermeabilização inferior e m2 de
geomembrana
C
C

L
L

P
A

Aterro negativo Aterro positivo


IMPERMEABILIZAÇÃO INFERIOR 54

Exercício: Volume de argila para


impermeabilização inferior e m2 de
geomembrana
Argila compactada
C 60 cm
C

L
L

P
A

Aterro negativo Geomembrana 1 mm Aterro positivo

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