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1656332101425E-Book Fusion - Conduta N
1656332101425E-Book Fusion - Conduta N
NUTRICIONAL
EM CIRURGIA BARIÁTRICA
O que você vai
encontrar neste e-book
3 Introdução
5 Cirurgia bariátrica: para quem é
recomendada?
6 Tipos de cirurgia bariátrica
13 Correção de deficiências
nutricionais
16 Progressão da dieta
21 Ingestão calórica
22 Ingestão proteica
24 Ingestão de carboidratos e
gorduras
25 Suplementação de
micronutrientes
32 Manejo de sintomas
gastrintestinais
36 Acompanhamento nutricional
ao longo da vida
INTRODUÇÃO
Atualmente, a obesidade pode ser considerada um grave problema
de saúde pública mundial, pois induz a diversas doenças graves. Seu
tratamento pode se dar de muitas maneiras, dentre elas, através da
cirurgia bariátrica.
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04
CIRURGIA BARIÁTRICA:
PARA QUEM É RECOMENDADA?
Por ser uma cirurgia complexa e com consequências a
longo prazo, não são todos os pacientes com excesso de
peso que devem passar pela cirurgia bariátrica. Na verdade,
o tratamento da obesidade é um processo que requer uma
abordagem multidisciplinar, e que pode se dar por quatro
vias principais, dependendo do grau de sobrepeso do
paciente:
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TIPOS DE CIRURGIA BARIÁTRICA
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Condutas nutricionais
pré-cirúrgicas
Candidatos à cirurgia bariátrica que possuem desvios
nutricionais e que não são tratados previamente estão em
maior risco para as complicações e os efeitos adversos da
cirurgia. Enquanto isso, um bom estado nutricional auxilia e
melhora a condição do paciente após a cirurgia bariátrica. Por
isso, algumas condutas nutricionais devem ser tomadas no
período que antecede o procedimento. Confira-as a seguir.
Preparação para a cirurgia
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É necessário perder peso antes da cirurgia
bariátrica?
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Correção das deficiências nutricionais
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INGESTÃO DE INGESTÃO EM CASO DE
NUTRIENTE
ROTINA DFICIÊNCIA
2,86
Vitamina B9 400 μg/d 1000 μg/d
(Ácido fólico)
Mulheres: 75
mg/d 100 mg por três vezes/d
Vitamina C Homens: 90 ou 500 mg/d por 1 mês
mg/d
50.000 UI de vitamina D 1
Cálcio: 600 mg/d vez/semana por 8 semanas
Vitamina D e Terapia de manutenção: 1.500 a
Vitamina D: 3000
Cálcio 2.000 UI/d para atingir
UI/d
concentrações normais
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Condutas nutricionais
pós-cirúrgicas
Após a cirurgia bariátrica, o cuidado nutricional adequado não só
previne a desnutrição e complicações gastrointestinais, mas também
diminui o risco de reganho de peso. Adiante, entenda quais são as
condutas nutricionais a serem tomadas depois que os pacientes já
realizaram o procedimento.
PROGRESSÃO DA DIETA EM PACIENTES BARIÁTRICOS
A maioria dos
procedimentos bariátricos
inclui a redução do
volume do estômago e/ou
a criação de uma pequena
bolsa gástrica. Devido ao
pequeno volume e ao
edema gástrico pós-
operatório, a ingestão de
alimentos sólidos nos
primeiros dias após a
cirurgia é muito difícil ou
impossível.
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Imediatamente após a cirurgia
Do 2º ao 3º dia
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Do 4º ao 9º dia
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Do 10º ao 14º dia
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Da 4ª semana em diante
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INGESTÃO CALÓRICA
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INGESTÃO PROTEICA
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INGESTÃO DE CARBOIDRATOS E GORDURAS
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Suplementação de micronutrientes
A cirurgia bariátrica leva a uma redução significativa na capacidade
gástrica absortiva e na secreção de ácido clorídrico e enzimas
digestivas. Desse modo, as deficiências nutricionais são comuns,
sendo afetadas pelo tipo de cirurgia realizada. Outros fatores que
afetam o estado nutricional são deficiências pré-operatórias, presença
de vômitos ou regurgitação, intolerância alimentar e padrões
alimentares inadequados.
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Vitamina B1 - Tiamina
A deficiência de tiamina pode aparecer devido a uma combinação de
rápida perda de peso, diminuição do consumo e vômitos persistentes
no pós-operatório. Os principais riscos são danos neurológicos,
cardiovasculares e metabólicos (beribéri seco, beribéri úmido e acidose
metabólica).
Terapia oral: 100 mg duas a três vezes ao dia, até que os sintomas
desapareçam;
Terapia intravenosa: 200 mg três vezes ao dia ou 500 mg uma ou
duas vezes ao dia, durante 3 a 5 dias, seguido de 250 mg/dia por 3 a
5 dias ou até os sintomas desaparecem;
Terapia intramuscular: 250 mg uma vez ao dia por 3 a 5 dias, ou
100 a 250 mg por mês.
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Vitamina B9 - Ácido fólico
A deficiência de ácido fólico pode ocorrer devido a interações
medicamentosas, má absorção e ingestão dietética inadequada,
podendo causar distúrbios clínicos, como anemia megaloblástica. Nota-
se que a deficiência de ácido fólico está frequentemente relacionada à
deficiência de vitamina B12. A triagem de rotina é recomendada.
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Vitamina C
Existem dados limitados em relação ao status da vitamina C em
pacientes bariátricos. Um consumo diário de ≥75 mg para mulheres e
90 mg para homens é recomendado de acordo com a RDA. A
suplementação deve ser considerada concomitantemente com
suplementos de ferro para melhorar a absorção do mineral.
Vitamina D e Cálcio
Pacientes bariátricos correm risco de fraturas e osteoporose devido à
rápida perda de peso e alterações de absorção que ocorrem no pós-
operatório, e o resultado a longo prazo da deficiência de cálcio ou
vitamina D é a perda de massa óssea e doenças do metabolismo ósseo.
Sendo assim, uma avaliação abrangente deve incluir o monitoramento
de fosfatos alcalinos, vitamina D, concentrações séricas de
paratormônio e cálcio urinário.
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Vitaminas A, E, K
Pacientes bariátricos estão em risco de deficiência de vitamina A,
devido à área de absorção limitada, má absorção de gordura e
supercrescimento bacteriano. A deficiência pode levar a visão
prejudicada, cegueira noturna, ressecamento da córnea e cabelos
secos.
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Ferro
A anemia por deficiência de ferro é um problema comum a longo
prazo após cirurgias bariátricas, e pode ocorrer devido a alterações
anatômicas, baixa tolerância à carne vermelha, redução da acidez no
estômago, uso crônico de drogas para suprimir a secreção de ácido
gástrico e perda de ferro por menstruação. Essa deficiência pode
causar vários efeitos colaterais, como anemia, fadiga, diminuição da
produtividade no trabalho e incapacidade de regular a temperatura
corporal.
Zinco
A deficiência de zinco induz a perda de cabelo, diminuição do paladar
e disfunção sexual. Desse modo a triagem é recomendada pelo menos
anualmente, principalmente em pacientes com diarréia crônica, ou
sintomáticos para anemia, mas sem deficiência de ferro.
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Cobre
Um risco aumentado de deficiência de cobre aparece após
procedimentos de má absorção. Atrasos no diagnóstico e tratamento
da deficiência de cobre podem deixar os pacientes com deficiência
neurológica residual. Assim, a triagem de rotina é recomendada pelo
menos anualmente, preferencialmente a cada 3 meses, através de
cobre sérico e ceruloplasmina.
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MANEJO DE SINTOMAS GASTRINTESTINAIS
Diarreia e flatulência
32
Síndrome de Dumping
Constipação
33
Disfagia
Vômitos
34
Intolerância alimentar
Desidratação
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Acompanhamento nutricional
ao longo da vida
36
Em relação às consultas periódicas com um(a) nutricionista, o
foco deve ser maximizar os resultados do procedimento e reduzir o
risco de reganho de peso tardio, auxiliando os pacientes a
desenvolverem hábitos de alimentação saudável que atendam às
suas necessidades nutricionais.
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Referências
BETTINI, Silvia et al. Diet Approach Before and After Bariatric
Surgery. Reviews in Endocrine and Metabolic Disorders, v. 21,
n. 3, p. 297-306, 2020.