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Apostilas Aprendizado Urbano 1

MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


Matemática: 1. Numeração; 2. Números naturais: múltiplos, divisores,divisibilidade e restos; 3. M.D.C. e
M.M.C.; 4. Números fracionários e Operações com frações; 5. Números Decimais e Dízimas Periódicas; 6.
Sistemas de Unidade, Notação Científica e Bases não Decimais; 7. Razões e Proporções; 8. Escalas; 9. Divisão
Proporcional; 10. Regra de Três Simples ou Composta; 11. Porcentagem; 12. Teoria dos Conjuntos:
Conjuntos Numéricos; Relações, Funções de Primeiro e Segundo Grau; 13. Noções de Probabilidade e
Estatística Descritiva; 14. Noções de Lógica; 15. Matemática Financeira; 16. Aplicações e Operações com
Inequações; 17. Sequências e Progressões Aritméticas e Geométricas; 18. Operações com Matrizes,
Logaritmos, Raízes e Radicais, Fatoração Algébrica.
Raciocínio Lógico: Estruturas lógicas, Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e
conclusões, Lógica sentencial (ou proposicional), Proposições simples e compostas, Tabelas-verdade,
Equivalências, Diagramas lógicos, Lógica de primeira ordem, Princípios de contagem e probabilidade,
Operações com conjuntos, Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais.

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Numeração - Números naturais: múltiplos, divisores,divisibilidade e restos

Um sistema de numeração, (ou sistema numeral) é um sistema em que um conjunto de números são
representados por numerais de uma forma consistente. Pode ser visto como o contexto que permite ao
numeral "11" ser interpretado como o numeral romano para dois, o numeral binário para três ou o numeral
decimal para onze.

O conjunto dos números naturais é representado pela letra maiúscula N e estes números são construídos
com os algarismos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, que também são conhecidos como algarismos indo-arábicos.

A construção dos Números Naturais


1.Todo número natural dado tem um sucessor (número que vem depois do número dado),
considerando também o zero.

Exemplos: Seja m um número natural.


(a) O sucessor de m é m+1.
(b) O sucessor de 0 é 1.
(c) O sucessor de 1 é 2.
(d) O sucessor de 19 é 20.
2.Se um número natural é sucessor de outro, então os dois números juntos são chamados números
consecutivos.
Exemplos:
(a) 1 e 2 são números consecutivos.
(b) 5 e 6 são números consecutivos.
(c) 50 e 51 são números consecutivos.
3.Vários números formam uma coleção de números naturais consecutivos se o segundo é sucessor do
primeiro, o terceiro é sucessor do segundo, o quarto é sucessor do terceiro e assim sucessivamente.

Exemplos:
(a) 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são consecutivos.
(b) 5, 6 e 7 são consecutivos.
(c) 50, 51, 52 e 53 são consecutivos.
4.Todo número natural dado n, exceto o zero, tem um antecessor (número que vem antes do número
dado).
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de zero.
(a) O antecessor do número m é m-1.
(b) O antecessor de 2 é 1.
(c) O antecessor de 56 é 55.
(d) O antecessor de 10 é 9.
O conjunto abaixo é conhecido como o conjunto dos números naturais pares. Embora uma seqüência real
seja um outro objeto matemático denominado função, algumas vezes utilizaremos a denominação sequência

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dos números naturais pares para representar o conjunto dos números naturais pares:
P = { 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, ...}
O conjunto abaixo é conhecido como o conjunto dos números naturais ímpares, às vezes também chamado,
a sequência dos números ímpares.
I = { 1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, ...}

Igualdade e Desigualdades
Diremos que um conjunto A é igual a um conjunto B se, e somente se, o conjunto A está contido no
conjunto B e o conjunto B está contido no conjunto A. Quando a condição acima for satisfeita,
escreveremos A=B (lê-se: A é igual a B) e quando não for satisfeita denotaremos tal fato por:

(lê-se: A é diferente de B). Na definição de igualdade de conjuntos, vemos que não é importante a ordem
dos elementos no conjunto.

Exemplo com igualdade: No desenho, em anexo, observamos que os elementos do conjunto A são os
mesmos elementos do conjunto B. Neste caso, A=B.

Consideraremos agora uma situação em que os elementos dos conjuntos A e B serão distintos.
Sejam A={a,b,c,d} e B={1,2,3,d}. Nem todos os elementos do conjunto A estão no conjunto B e nem todos os
elementos do conjunto B estão no conjunto A. Também não podemos afirmar que um conjunto é maior do
que o outro conjunto. Neste caso, afirmamos que o conjunto A é diferente do conjunto B.

Exercício: Há um espaço em branco entre dois números em cada linha. Qual é o sinal apropriado que deve
ser posto neste espaço: <, > ou =?

159 170
852 321
587 587

Operações com Números Naturais


Na sequência, estudaremos as duas principais operações possíveis no conjunto dos números naturais.
Praticamente, toda a Matemática é construída a partir dessas duas operações: adição e multiplicação.

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A adição de números naturais
A primeira operação fundamental da Aritmética, tem por finalidade reunir em um só número, todas as
unidades de dois ou mais números.

Propriedades da Adição
1.Fechamento: A adição no conjunto dos números naturais é fechada, pois a soma de dois números
naturais é ainda um número natural. O fato que a operação de adição é fechada em N é conhecido na
literatura do assunto como: A adição é uma lei de composição interna no conjunto N.

2.Associativa: A adição no conjunto dos números naturais é associativa, pois na adição de três ou
mais parcelas de números naturais quaisquer é possível associar as parcelas de quaisquer modos, ou
seja, com três números naturais, somando o primeiro com o segundo e ao resultado obtido somarmos
um terceiro, obteremos um resultado que é igual à soma do primeiro com a soma do segundo e o
terceiro.

3.Elemento neutro: No conjunto dos números naturais, existe o elemento neutro que é o zero, pois
tomando um número natural qualquer e somando com o elemento neutro (zero), o resultado será o
próprio número natural.

4.Comutativa: No conjunto dos números naturais, a adição é comutativa, pois a ordem das parcelas
não altera a soma, ou seja, somando a primeira parcela com a segunda parcela, teremos o mesmo
resultado que se somando a segunda parcela com a primeira parcela.

Curiosidade: Tabela de adição


Para somar dois números, com a tabela, um em uma linha e outro em uma coluna, basta fixar um número
na 1a. coluna e um segundo número na 1a. linha. Na interseção da linha e coluna fixadas, obtemos a soma
dos números.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

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2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Por exemplo, se tomarmos o número 7 na linha horizontal e o número 6 na linha vertical, obteremos a
soma 13 que está no cruzamento da linha do 7 com a coluna do 6.

Multiplicação de Números Naturais


É a operação que tem por finalidade adicionar o primeiro número denominado multiplicando ou parcela,
tantas vezes quantas são as unidades do segundo número denominado multiplicador.

Exemplo: 4 vezes 9 é somar o número 9 quatro vezes:


4 x 9 = 9 + 9 + 9 + 9 = 36
O resultado da multiplicação é denominado produto e os números dados que geraram o produto, são
chamados fatores. Usamos o sinal × ou · ou x, para representar a multiplicação.

Propriedades da multiplicação
1.Fechamento: A multiplicação é fechada no conjunto N dos números naturais, pois realizando o
produto de dois ou mais números naturais, o resultado estará em N. O fato que a operação de
multiplicação é fechada em N é conhecido na literatura do assunto como: A multiplicação é uma lei
de composição interna no conjunto N.

2.Associativa: Na multiplicação, podemos associar 3 ou mais fatores de modos diferentes, pois se


multiplicarmos o primeiro fator com o segundo e depois multiplicarmos por um terceiro número
natural, teremos o mesmo resultado que multiplicar o terceiro pelo produto do primeiro pelo
segundo.
(m.n).p = m.(n.p)
(3.4).5 = 3.(4.5) = 60

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3.Elemento Neutro: No conjunto dos números naturais existe um elemento neutro para a
multiplicação que é o 1. Qualquer que seja o número natural n, tem-se que:
1.n = n.1 = n
1.7 = 7.1 = 7
4.Comutativa: Quando multiplicamos dois números naturais quaisquer, a ordem dos fatores não
altera o produto, ou seja, multiplicando o primeiro elemento pelo segundo elemento teremos o
mesmo resultado que multiplicando o segundo elemento pelo primeiro elemento.
m.n = n.m
3.4 = 4.3 = 12

Propriedade Distributiva
Multiplicando um número natural pela soma de dois números naturais, é o mesmo que multiplicar o fator,
por cada uma das parcelas e a seguir adicionar os resultados obtidos.

m.(p+q) = m.p + m.q


6x(5+3) = 6x5 + 6x3 = 30 + 18 = 48

Divisão de Números Naturais


Dados dois números naturais, às vezes necessitamos saber quantas vezes o segundo está contido no
primeiro. O primeiro número que é o maior é denominado dividendo e o outro número que é menor é o
divisor. O resultado da divisão é chamado quociente. Se multiplicarmos o divisor pelo quociente obteremos
o dividendo.
No conjunto dos números naturais, a divisão não é fechada, pois nem sempre é possível dividir um número
natural por outro número natural e na ocorrência disto a divisão não é exata.

Relações essenciais numa divisão de números naturais


1.Em uma divisão exata de números naturais, o divisor deve ser menor do que o dividendo.
35 : 7 = 5
2.Em uma divisão exata de números naturais, o dividendo é o produto do divisor pelo quociente.
35 = 5 x 7
3.A divisão de um número natural n por zero não é possível pois, se admitíssemos que o quociente
fosse q, então poderíamos escrever:
n÷0=q
e isto significaria que:
n=0xq=0

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o que não é correto! Assim, a divisão de n por 0 não tem sentido ou ainda é dita impossível.

Potenciação de Números Naturais


Para dois números naturais m e n, a expressão mn é um produto de n fatores iguais ao número m, ou seja:
mn = m . m . m ... m . m
m aparece n vezes
O número que se repete como fator é denominado base que neste caso é m. O número de vezes que a base
se repete é denominado expoente que neste caso é n. O resultado é denominado potência.
Esta operação não passa de uma multiplicação com fatores iguais, como por exemplo:
23 = 2 × 2 × 2 = 8
43 = 4 × 4 × 4 = 64

Propriedades da Potenciação
1.Uma potência cuja base é igual a 1 e o expoente natural é n, denotada por 1n, será sempre igual a 1.
Exemplos:
a.1n = 1×1×...×1 (n vezes) = 1
b.13 = 1×1×1 = 1
c.17 = 1×1×1×1×1×1×1 = 1
2.Se n é um número natural não nulo, então temos que no=1. Por exemplo:
(a) nº = 1
(b) 5º = 1
(c) 49º = 1
3.A potência zero elevado a zero, denotada por 0o, é carente de sentido no contexto do Ensino.
4.Qualquer que seja a potência em que a base é o número natural n e o expoente é igual a 1,
denotada por n1, é igual ao próprio n. Por exemplo:
(a) n¹ = n
(b) 5¹ = 5
(c) 64¹ = 64
5.Toda potência 10n é o número formado pelo algarismo 1 seguido de n zeros.
Exemplos:
a.103 = 1000
b.108 = 100.000.000
c.10o = 1

M.D.C. e M.M.C.

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Diz-se que um número natural a é múltiplo de outro natural b, se existe um número natural k tal que:
a=k×b

Exemplos:
(a) 15 é múltiplo de 5, pois 15=3×5.
(b) 24 é múltiplo de 4, pois 24=6×4.
(c) 24 é múltiplo de 6, pois 24=4×6.
(d) 27 é múltiplo de 9, pois 27=3×9.

Se a=k×b, então a é múltiplo de b, mas também, a é múltiplo de k, como é o caso do número 35 que é
múltiplo de 5 e de 7, pois:
35=7×5
Se a=k×b, então a é múltiplo de b e se conhecemos b e queremos obter todos os seus múltiplos, basta fazer k
assumir todos os números naturais possíveis. Para obter os múltiplos de 2, isto é, os números da forma
a=k×2 onde k é substituído por todos os números naturais possíveis. A tabela abaixo nos auxiliará:
0=0×2, 2=1×2, 4=2×2, 6=3×2, 8=4×2, 10=5×2, 12=6×2

O conjunto dos números naturais é infinito, assim existem infinitos múltiplos para qualquer número
natural. Se y é um número natural, o conjunto de todos os múltiplos de y, será denotado por M(y). Por
exemplo:
M(7)={ 0, 7, 14, 21, 28, 35, 42, ... }
M(11)={ 0, 11, 22, 33, 44, 55, 66, 77, ... }

Observação: Como estamos considerando 0 como um número natural, então o zero será múltiplo de todo
número natural. Tomando k=0 em a=k.b obtemos a=0 para todo b natural. Por exemplo:
0=0×2, 0=0×5, 0=0×12, 0=0×15

Observação: Um número b é múltiplo dele mesmo.


a = 1 × b se, e somente se, a=b
Por exemplo, basta tomar o mesmo número multiplicado por 1 para obter um múltiplo dele próprio, como:
3=1x3, 5=1x5 e 15=1x15.

Divisores de números Naturais


A definição de divisor está relacionada com a de múltiplo. Um número natural b é divisor do número
natural a, se a é múltiplo de b.

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Exemplo: 3 é divisor de 15, pois 15=3×5, logo 15 é múltiplo de 3 e também é múltiplo de 5.

Um número natural tem uma quantidade finita de divisores. Por exemplo, o número 6 poderá ter no
máximo 6 divisores, pois trabalhando no conjunto dos números naturais não podemos dividir 6 por um
número maior do que ele.
Os divisores de um número y também formam um conjunto finito, aqui denotado por D(y).

Exemplos:
(a) Divisores de 6: D(6)={1,2,3,6}
(b) Divisores de 18: D(18)={1,2,3,6,9,18}
(c) Divisores de 15: D(15)={1,3,5,15}

Observação: O número zero é múltiplo de todo número natural e além disso, zero não divide qualquer
número natural, exceto ele próprio.

Se aceitarmos que 6÷0=b, então teremos que admitir que:


6=0xb
mas não existe um número b que multiplicado por 0 (zero) seja igual a 6, portanto a divisão de 6 por 0
é impossível.
A divisão de 0/0 (zero por zero) é indeterminada, o que significa que pode existir uma situação que ela passe
a ter significado, no sentido seguinte:

Se aceitarmos que 0÷0=X, então poderemos escrever que:


0÷0=X÷1
Como temos uma igualdade de frações, gerando uma proporção, deveremos aceitar que o produto dos meios
é igual ao produto dos extremos nesta proporção e assim:
0×1=0×X=0
que não é contraditório e isto pode ser realizado para todo X real, razão pela qual a expressão da forma 0÷0 é
dita indeterminada.

Mínimo Múltiplo Comum


Diz-se que um número m é múltiplo comum dos número a e b se m é múltiplo de a e também é múltiplo de
b, ou seja.
m=k×a e m=w×b

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onde k e w números naturais.

Exemplos: Múltiplos comuns


(a) 24 é múltiplo comum de 6 e 8.
(b) 15 é múltiplo comum de 3 e 5.

Determinaremos agora todos os números que tem 18 como múltiplo comum, o que é o mesmo que obter
todos os divisores naturais de 18.
18 é múltiplo comum de 1 e 18 pois 18=1x18
18 é múltiplo comum de 2 e 9 pois 18=2x9
18 é múltiplo comum de 3 e 6 pois 18=3x6
O número 18 é múltiplo comum de todos os seus divisores, logo:
D(18) = { 1, 2, 3, 6, 9,18 }
Agora obteremos os múltiplos comuns dos números a e b. Para isso denotaremos por M(a) o conjunto dos
múltiplos de a, por M(b) o conjunto dos múltiplos de b e tomaremos a interseção entre os conjuntos M(a) e
M(b).

Exemplo: Múltiplos comuns de 3 e 5.


M(3)={0,3,6,9,12,15,18,21,24,27,30,33,36,39,42,45,...}
M(5)={0,5,10,15,20,25,30,35,40,45,50,55,...}
M(3) M(5)={0,15,30,45,...}
Como estamos considerando 0 (zero) como número natural, ele irá fazer parte dos conjuntos de todos os
múltiplos de números naturais e será sempre o menor múltiplo comum, mas por definição, o Mínimo
Múltiplo Comum (MMC) de dois ou mais números naturais é o menor múltiplo comum a esses números
que é diferente de zero. Logo, no conjunto:
M(3) M(5)={0, 15, 30, 45, ...}

o Mínimo Múltiplo Comum entre 3 e 5 é igual a 15.

Ao trabalhar com dois números a e b, utilizamos a notação MMC(a,b) para representar o Mínimo Múltiplo
Comum entre os números naturais a e b, lembrando sempre que o menor múltiplo comum deve ser
diferente de zero. Por exemplo:
M(4)={0,4,8,12,16,20,24,...}
M(6)={ 0, 6, 12, 18, 24, ...}
MMC(4,6)=min {12,24,36,...}=12
O conjunto dos múltiplos do MMC(a,b) é igual ao conjunto dos múltiplos comuns de a e b. Por exemplo, se
a=3 e b=5:

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M(3)={0,3,6,9,12,15,18,21,24,27,30,...}
M(5)={0,5,10,15,20,25,30,35,40,45,...}
M(3) M(5)={0,15,30,45,...}
M(15)={0,15,30,45,60,...}

Observe que M(15)=M(3) M(5)

Método prático para obter o MMC


Do ponto de vista didático, o processo acima é excelente para mostrar o significado do MMC mas existe um
método prático para realizar tal tarefa sem trabalhar com conjuntos.
1.Em um papel faça um traço vertical, de forma que sobre espaço livre tanto à direita como à
esquerda do traço.
|
|
|

2.À esquerda do traço escreva os números naturais como uma lista, separados por vírgulas, para obter
o MMC(a,b,c,...). Por exemplo, tomaremos 12, 22 e 28 do lado esquerdo do traço vertical e do lado
direito do traço poremos o menor número primo que divide algum dos números da lista que está à
esquerda. Aqui usamos o 2.
12 22 28 | 2
|
|

3.Dividimos todos os números da lista da esquerda, que são múltiplos do número primo que está à
direita do traço, criando uma nova lista debaixo da lista anterior com os valores resultantes das
divisões (possíveis) e com os números que não foram divididos.
12 22 28 | 2
6 11 14 |
|
|

4.Repetimos a partir do passo 3 até que os valores da lista que está do lado esquerdo do traço se
tornem todos iguais a um.
12 22 28 | 2
6 11 14 | 2
3 11 7 | 3
1 11 7 | 7

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1 11 1 | 11
1 1 1 | 924

5.O MMC é o produto dos números primos que colocamos do lado direito do traço e neste caso:
MMC(12,22,28)=924.
Exemplo: Obtemos o MMC dos números 12 e 15, com a tabela:
12 15 |
|
|
e depois dividimos todos os números da lista da esquerda pelos números primos (quando a divisão for
possível), criando novas listas sob as listas anteriores. O MMC(12,15)=60 é o produto de todos os números
primos que colocamos do lado direito do traço.
12 15 | 2
6 15 | 2
3 15 | 3
1 5 | 5
1 1 | 60

Máximo Divisor Comum


Para obter o Máximo Divisor Comum devemos introduzir o conceito de divisor comum a vários números
naturais. Um número d é divisor comum de outros dois números naturais a e b se, d divide a e d divide b
simultaneamente. Isto significa que devem existir k1 e k2 naturais tal que:
a = k1 × d e b = k2 × d
Exemplos: Divisores comuns.
(a) 8 divide 24 e 56, pois 24=3x8 e 56=7x8.
(b) 3 divide 15 e 36, pois 15=5x3 e 36=12x3.

Observação: Um número d é divisor de todos os seus múltiplos. O conjunto dos divisores comuns de dois
números é finito, pois o conjunto dos divisores de um número é finito. O conjunto dos divisores de um
número natural y, será denotado por D(y).

Obteremos agora os divisores comuns aos números 16 e 24, isto é, obteremos a interseção entre os conjunto
D(16) e D(24).
D(16)={ 1, 2, 4, 8, 16 }
D(24)={ 1, 2, 3, 4, 6, 8, 12, 24 }
D(16) D(24)={1, 2, 4, 8}
Ocorre que o menor divisor comum entre os números 16 e 24, é 1, assim não interessa o menor divisor
comum mas sim o maior divisor que pertence simultaneamente aos dois conjuntos de divisores.

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Denotaremos por MDC(a,b), o Máximo Divisor Comum entre os números naturais a e b. Por exemplo,
tomemos os conjuntos de divisores D(16)={1,2,4,8,16} e D(24)={1,2,3,4,6,8,12,24}, então:
MDC(16,24)=max( D(16) D(24))=8

Método prático para obter o MDC


De forma similar ao cálculo do MMC(a,b), temos também um procedimento prático para determinar o
MDC(a,b) entre dois números naturais, pois encontrar conjuntos de divisores para cada número pode ser
trabalhoso. Para introduzir este método, determinaremos o MDC entre os números 30 e 72, a título de
exemplo.
1.Construímos uma grade com 3 linhas e algumas colunas, pondo os números dados na linha do
meio. Na primeira coluna coloque o maior deles e na segunda coluna o menor.

72 30

2.Realizamos a divisão do maior pelo menor colocando o quociente no espaço sobre o número
menor na primeira linha e o resto da divisão no espaço logo abaixo do maior número na terceira
linha.

2
72 30
12

3.Passamos o resto da divisão para o espaço localizado à direita do menor número na linha central.

2
72 30 12
12

4.Realizamos agora a divisão do número 30, pelo resto obtido anteriormente que é 12. Novamente, o
quociente será colocado sobre o número 12 e o resto da divisão ficará localizado abaixo do número
30.

2 2
72 30 12
12 6

5.Realizamos agora a (última!) divisão do número 12, pelo resto obtido anteriormente que é 6. De
novo, o quociente será posto sobre o número 6 e o resto da divisão ficará localizado abaixo do

Apostilas Aprendizado Urbano 15


número 12.

2 2 2
72 30 12 6
12 6 0

6.Como o resto da última divisão é 0 (zero), o último quociente obtido representa o MDC entre 30 e
72, logo denotamos tal fato por:
MDC(30,72) = 6

Relação entre o MMC e MDC


Uma relação importante e bastante útil entre o MMC e o MDC é o fato que o MDC(a,b) multiplicado pelo
MMC(a,b) é igual ao produto de a por b, isto é:
MDC(a,b) × MMC(a,b) = a × b
MDC(12,15) × MMC(12,15)=12 × 15
Esta relação é útil quando precisamos obter o MMC e o MDC de dois números, basta encontrar um deles e
usar a relação acima.

Exemplo: Para obter o MMC(15,20) e o MDC(15,20), o primeiro passo é obter o que for possível. Se
MDC(15,20)=5 e 15 x 20=300, basta lembrar que MDC(15,20)×MMC(15,20)=15×20 e fazer:
5 × MMC(15,20) = 300
de onde se obtém que MMC(15,20)=60.

Exercício: Se a soma de dois números é 320 e o mínimo múltiplo comum entre eles é 600, quais são esses
números? Qual é o máximo divisor comum entre eles?
Solução: Se X e Y são os números procurados, eles devem ser divisores de 600, logo devem pertencer ao
conjunto D(600):
{1,2,3,4,5,6,8,10,12,15,20,24,25,30,75,100,120,150,200,300,600}
Pares de números deste conjunto que somam 320, são: 300 e 20 ou 200 e 120. O primeiro par não serve pois
MMC(300,20)=300. Os números que servem são X=200 e Y=120 pois MMC(200,120)=600 e
MDC(200,120)=40.

Primos entre si
Dois números naturais são primos entre si quando o MDC entre eles é igual a 1. Por exemplo, 16 não é um
número primo, 21 também não é um número primo mas 16 e 21 são primos entre si pois MDC(16,21)=1.

Apostilas Aprendizado Urbano 16


Radiciação de números naturais
Radiciação de ordem n é o processo pelo qual dado um número natural a devemos determinar um número
natural b tal que:
bn = a
onde n é um número natural. É o processo inverso da potenciação.

Neste trabalho, representaremos a operação de radiciação por

Rn[a], a1/n, pot(a,1/n), pow(a,1/n),


que se lê: raiz n-ésima de a. Uma notação simples e muito comum no meio científico é aquela que usa o
acento circunflexo: a^(1/n).

Raiz quadrada: A raiz quadrada de um número não negativo (não somente natural) é um outro número não
negativo b tal que:
b2 = a
A raiz quadrada de um número a>0 pode ser denotada por a1/2.

Exemplo: Para obter a raiz quadrada de 36 deve-se obter o valor numérico de b de forma que:
b2 = b × b = 36
Neste trabalho, usaremos o processo de tentativa, para dividir 36 por seus divisores até que o divisor seja
igual ao quociente
36÷2=18, 36÷3=12, 36÷4=9, 36÷6=6
Portanto 6 é a raiz quadrada de 36.

Raiz cúbica: A raiz cúbica de um número (não somente natural) a é um número b tal que:
b3 = b . b . b = a
A raiz cúbica de um número a pode ser denotada por a1/3.

Exemplo: Para determinar a raiz cúbica de 64, deve-se obter um número b de forma a obter
b3=b×b×b=64
Por tentativa, temos:
1×1×1=1, 2×2×2=8, 3×3×3=27, 4×4×4=64
Portanto 4 é raiz cúbica de 64.

Apostilas Aprendizado Urbano 17


Números fracionários e Operações com frações

Fração é a representação da parte de um todo (de um ou mais inteiros), assim, podemos considerá-la como
sendo mais uma representação de quantidade, ou seja, uma representação numérica, com ela podemos
efetuar todas as operações como: adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação, radiciação.

Dessa forma, toda fração pode ser representada em uma reta numerada, por exemplo, 1/2 (um meio)
significa que de um inteiro foi considerada apenas a sua metade, portanto, podemos dizer que em uma reta
numerada a fração 1/2 estará entre os números inteiros 0 e 1.

Por ser uma forma diferente de representação numérica, a fração irá possui uma nomenclatura específica e
poderá ser escrita em forma de porcentagem, números decimais (números com vírgula) e números mistos.

Como é que você representaria a quantidade referente ao número 1 que foi dividida em 8 partes iguais?

Simplesmente através da seguinte fração:

Generalizando, a fração é a representação genérica do valor a que é dividido por b partes iguais,
sendo b ≠ 0.
Em toda fração, o termo superior é chamado de numerador e o termo inferior chamamos de denominador.

Em nossa fração genérica temos que o termo a é o numerador e o termo b é o seu denominador.

Apesar de matematicamente a forma correta de representação de uma fração ser , por motivos
técnicos em função das limitações da linguagem de marcação de hipertexto, geralmente utilizaremos a
representação a/b.
Interpretação de Frações
Veja a figura abaixo, que foi divida em 16 partes iguais, 4 partes em laranja e 12 partes em amarelo. Em
termos de fração, podemos dizer que o 4 corresponde ao numerador da fração e que o 16 corresponde ao seu
denominador.

Podemos então representar a seguinte fração: 4/16


Mas o que significa isto?
A fração 4/16 pode significar que das 16 partes que compõe a figura, estamos considerando apenas 4 delas,

Apostilas Aprendizado Urbano 18


ou seja, estamos considerando apenas quatro dezesseis avos da figura.
Agora veja a figura seguinte:

Temos 12 das 16 partes em laranja, que podemos então representar por 12/16.
Neste caso estamos considerando doze dezesseis avos da figura.
E se ao invés das 4 ou 12 partes, tivéssemos considerado todas?
A figura abaixo nos representa esta hipótese:

Nela temos 16 das 16 partes em laranja, que podemos então representar por 16/16.
Se você estiver atento, já percebeu que 16/16 equivale a 1, ou seja, a figura toda em laranja.
Outra coisa que podemos perceber, é que a fração referente à terceira figura (16/16), é exatamente igual a
soma das frações referentes às duas figuras anteriores (4/16 + 12/16). Isto ocorre porque soma de frações
com o mesmo denominador, é realizada somando-se os numeradores e mantedo-se o denominador em
comum.

Tipos de frações
A representação gráfica mostra a fração 3/4 que é uma fração cujo numerador é um número natural menor
do que o denominador.

1/4 1/4

1/4 1/4

A fração cujo numerador é menor que o denominador, isto é, a parte é tomada dentro do inteiro, é
chamada fração própria. A fração cujo numerador é maior do que o denominador, isto é, representa mais do
que um inteiro dividido em partes iguais é chamada fração imprópria.
3/3 2/3 5/3=1+2/3

1/3 1/3 1/3

+ =
1/3 1/3 1 1/3

1/3 1/3 1/3

Apostilas Aprendizado Urbano 19


Fração aparente: é aquela cujo numerador é um múltiplo do denominador e aparenta ser uma fração mas
não é, pois representa um número inteiro. Como um caso particular, o zero é múltiplo de todo número
inteiro, assim as frações 0/3, 0/8, 0/15 são aparentes, pois representam o número inteiro zero.

Frações Equivalentes: São as que representam a mesma parte do inteiro. Se multiplicarmos os termos
(numerador e denominador) de uma fração sucessivamente pelos números naturais, teremos um conjunto
infinito de frações que constitui um conjunto que é conhecido como a classe de equivalência da fração dada.
1/2 2/4 3/6 4/8

1/2 1/4 1/4 1/6 1/6 1/6 1/8 1/8 1/8 1/8

1/2 1/4 1/4 1/6 1/6 1/6 1/8 1/8 1/8 1/8

Propriedades fundamentais
(1) Se multiplicarmos os termos (numerador e denominador) de uma fração por um mesmo número natural,
obteremos uma fração equivalente à fração dada:
1 1×2 2
= =
2 2×2 4

(2) Se é possível dividir os termos (numerador e denominador) de uma fração por um mesmo número
natural, obteremos uma fração equivalente à fração dada:
12 12÷2 6 6÷2 3
= = = =
16 16÷2 8 8÷2 4

A fração como uma classe de equivalência


A classe de equivalência de uma fração é o conjunto de todas as frações equivalentes à fração dada. Ao invés
de trabalhar com todos os elementos deste conjunto infinito, simplesmente poderemos tomar a fração mais
simples deste conjunto que será a representante desta classe. Esta fração será denominada um número
racional. Aplicando a propriedade fundamental, podemos escrever o conjunto das frações equivalentes a
1/3, como:
C(1/3) = { 1/3, 2/6, 3/9, 4/12, 5/15, 6/18, ... }

Apostilas Aprendizado Urbano 20


Número Misto
Quando o numerador de uma fração é maior que o denominador, podemos realizar uma operação de
decomposição desta fração em uma parte inteira e uma parte fracionária e o resultado é denominado
número misto.

Transformação de uma fração imprópria em um número misto


17 16+1 16 1 1 1
= = + = 4+ = 4
4 4 4 4 4 4

Transformação de um número misto em uma fração imprópria


1 1 16 1 17
4 = 4+ = + =
4 4 4 4 4

Simplificação de Frações
Simplificar frações é o mesmo que escrevê-la em uma forma mais simples, para que a mesma se torne mais
fácil de ser manipulada.
O objetivo de simplificar uma fração é torná-la uma fração irredutível, isto é, uma fração para a qual o
Máximo Divisor Comum entre o Numerador e o Denominador seja 1, ou seja, o Numerador e o
Denominador devem ser primos entre si. Essa simplificação pode ser feita através dos processos de divisão
sucessiva e pela fatoração.
A divisão sucessiva corresponde a dividir os dois termos da fração por um mesmo número (fator comum )
até que ela se torne irredutível.
36 36÷2 18 18÷2 9 9÷3 3
= = = = = =
60 60÷2 30 30÷2 15 15÷3 5
Respectivamente, dividimos os termos das frações por 2, 2 e 3.
Observação: Outra maneira de divisão das frações é obter o Máximo Divisor Comum entre o Numerador e o
Denominador e simplificar a fração diretamente por esse valor.
Exemplo: Simplificaremos a fração 54/72, usando o Máximo Divisor Comum. Como MDC(54,72)=18, então
54:18=3 e 72:18=4, logo:
54 = 54÷18 = 3

Apostilas Aprendizado Urbano 21


72 72÷18 4

Comparação de duas frações


(1) Por redução ao mesmo denominador
Se duas frações possuem denominadores iguais, a maior fração é a que possui maior numerador. Por
exemplo:
3 4
<
5 5
(2) Tanto os numeradores como os denominadores das duas frações são diferentes
Devemos reduzir ambas as frações a um denominador comum e o processo depende do cálculo do Mínimo
Múltiplo Comum entre os dois denominadores e este será o denominador comum às duas frações. Na
seqüência, divide-se o denominador comum pelo denominador de cada fração e multiplica-se o resultado
obtido pelo respectivo numerador.
Exemplo: Vamos comparar as frações 2/3 e 3/5. Como os denominadores são 3 e 5, temos que MMC(3,5)=15.
Reduzindo ambas as frações ao mesmo denominador comum 15, aplica-se a regra de dividir o denominador
comum pelo denominador de cada fração e na seqüência multiplica-se esse respectivo número pelo
numerador.
2 3
?
3 5
Multiplicando os termos da primeira fração por 5 e multiplicando os termos da segunda fração por 3,
obteremos:
2 2×5 3×3 3
= ? =
3 3×5 5×3 5
Temos então os mesmos denominadores, logo:
2 10 9 3
= ? =
3 15 15 5
e podemos garantir que
2 10 9 3
= > =
3 15 15 5
(3) As frações possuem um mesmo numerador

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Se os numeradores de duas frações forem iguais, será maior a fração cujo denominador for menor.
Exemplo: Uma representação gráfica para a desigualdade
3 3
>
4 8
pode ser dada geometricamente por:
3/4=6/8 3/8

1/8 1/8 1/8 1/8 1/8 1/8 1/8 1/8

1/8 1/8 1/8 1/8 1/8 1/8 1/8 1/8

Observe que a área amarelada é maior na primeira figura.

Divisão de frações
Consideremos inicialmente uma divisão D de duas frações, denotada por:
1 2
D= ÷
2 3
Um modo fácil para explicar esta divisão é tomar as duas frações com o mesmo denominador e realizar a
divisão do primeiro numerador pelo segundo numerador, isto é:
1 2 3 4
D= ÷ = ÷
2 3 6 6
pois 1/2 é equivalente a 3/6 e 2/3 é equivalente a 4/6. O desenho abaixo mostra as frações 1/2 e 2/3, através
de suas respectivas frações equivalentes: 3/6 e 4/6.
3/6 4/6

1/6 1/6 1/6 1/6 1/6 1/6

1/6 1/6 1/6 1/6 1/6 1/6

Realizar a divisão entre dois números fracionários ou não A e B, é o mesmo que procurar saber quantas
partes de B estão ocupadas por A. Quantas partes da fração 4/6 estão ocupadas pela fração 3/6?
No desenho, os numeradores das frações estão em cor amarela. Como temos 3 partes em amarelo na

Apostilas Aprendizado Urbano 23


primeira fração e 4 partes em amarelo na segunda fração, a divisão corresponde à fração 3/4, ou seja, em
cada 4 partes amarelas, 3 estão ocupadas.
Este argumento justifica a divisão de duas frações pela multiplicação da primeira fração pelo inverso da
segunda fração e observamos que de fato isto funciona neste caso:
1 2 3 6 18 3
D= ÷ = × = =
2 3 6 4 24 4
Na verdade, há um tratamento mais geral que o deste caso particular. A divisão de um número real a/b pelo
número real c/d é, por definição, a multiplicação do número a/b pelo inverso de c/d. Acontece que o
inverso de c/d é a fração d/c, assim:
a c a d a.d
÷ = × =
b d b c b.c

Números Decimais e Dízimas Periódicas

Há frações que não possuem representações decimal exata. Por exemplo:

Aos numerais decimais em que há repetição periódica e infinita de um ou mais algarismos, dá-se o nome
de numerais decimais periódicos ou dízimas periódicas.
Numa dízima periódica, o algarismo ou algarismos que se repetem infinitamente, constituem o período
dessa dízima.
As dízimas classificam-se em dízimas periódicas simples e dízimas periódicas compostas. Exemplos:
(período: 5) (período: 3) (período: 12)

São dízimas periódicas simples, uma vez que o período apresenta-se logo após a vírgula.

Período: 2 Período: 4 Período: 23


Parte não periódica: 0 Período não periódica: 15 Parte não periódica: 1
São dízimas periódicas compostas, uma vez que entre o período e a vírgula existe uma parte não periódica.
Observações:
Consideramos parte não periódica de uma dízima o termo situado entre vírgulas e o período. Excluímos
portanto da parte não periódica o inteiro.
Podemos representar uma dízima periódica das seguintes maneiras:

Apostilas Aprendizado Urbano 24


Geratriz de uma dízima periódica
É possível determinar a fração (número racional) que deu origem a uma dízima periódica. Denominamos
esta fração de geratriz da dízima periódica.
Procedimentos para determinação da geratriz de uma dízima:
Dízima simples
A geratriz de uma dízima simples é uma fração que tem para numerador o período e para denominador
tantos noves quantos forem os algarismos do período.
Exemplos:

Dízima Composta:
A geratriz de uma dízima composta é uma fração da forma , onde

n é a parte não periódica seguida do período, menos a parte não periódica.


d tantos noves quantos forem os algarismos do período seguidos de tantos zeros quantos
forem os algarismos da parte não periódica.
Exemplos:

Sistemas de Unidade, Notação Científica e Bases não Decimais

O método que conhecemos para escrever os números utiliza um sistema de


numeração posicional. Isso significa que a posição ocupada por cada
algarismo em um número altera seu valor.

Por exemplo; Em nosso sistema usual de numeração - sistema decimal ,


utilizamos um total de 10 algarismos, a saber : 0 ,1 , 2 , 3 , 4 , 5 , 6 , 7 , 8 e 9,
por isso, afirmamos que trabalhamos na base 10 de numeração, pois
utilizamos um total de 10 algarismos.

Quando escrevemos o número 374, sabemos que o algarismo 3 representa


300 unidades, 30 dezenas ou 3 x 102 unidades, o algarismo 7 representa

Apostilas Aprendizado Urbano 25


70 unidades, 7 dezenas ou 7 x 101 unidades e o 4 representa 4 unidades
ou 4 x 100 unidades.
Assim, podemos escrever :

374 = 3 x 102 + 7 x 101 + 4x100

Base de um Sistema de Numeração

A base de um sistema de numeração é a quantidade de algarismos utilizados para


a escrita de todos os números. O sistema de base 10 é usualmente empregado em
nosso dia-a-dia, embora não seja a única base de numeração utilizada.

Quando adquirimos uma dúzia de laranjas, duas dúzias de rosas, cinco dúzias de
bananas ou uma grosa ( doze dúzias ) de parafusos estaremos trabalhando na
base duodecimal (base 12) de numeração.

Quando marcamos o tempo em dias, horas, minutos e segundos estamos


trabalhando com a base 60 de numeração, ou na base sexagesimal.

Os computadores utilizam a base 2 ( sistema binário ) e os programadores, por


facilidade, usam em geral uma base que seja uma potência de 2, tal como 64
(base 16 ou sistema hexadecimal) também a base 8 = 23 sistema octal ou
octagenário

Explicação Gráfica de um Sistema de Numeração

No quadro abaixo, temos 43 unidades. Vamos contá-las em alguns sistemas de


numeração.

Sistema Decimal

No Sistema Decimal contamos de dez em dez e sabemos que cada 10 unidades de


1ª ordem equivalem a 1 unidade de 2ª ordem. Cada 10 unidades de 2ª ordem
equivalem a 1 unidade de 3ª ordem. Cada 10 unidades de 3ª ordem equivalem a
1 unidade de 4ª ordem, e assim sucessivamente

Apostilas Aprendizado Urbano 26


No sistema decimal contamos de 10 em 10. Com isso formamos 4 grupos de 10 e
mais 3 unidades. E dessa forma 43 unidades será representada como: 4 grupos
de 10 ( dezenas ) + 3 unidades = 43(10)

Sistema de Base 2 ( Sistema Binário )

No Sistema Binário contamos de dois em dois e sabemos que cada 2 unidades de


1ª ordem equivalem a 1 unidade de 2ª ordem. Cada 2 unidades de 2ª ordem
equivalem a 1 unidade de 3ª ordem. Cada 2 unidades de 3ª ordem equivalem a
1 unidade de 4ª ordem, e assim sucessivamente.

No sistema binário contamos de 2 em 2. Com isso formamos 21 grupos de 2 e mais


1 unidade. Como cada dois grupos desses 21 grupos formam uma unidade de ordem
superior, teremos 21 : 2 = 10 unidades de terceira ordem e uma unidade de segunda
ordem de resto. Como cada dois grupos desses 10 grupos formam uma unidade de
ordem superior, teremos 10 : 2 = 5 unidades de quarta ordem e zero unidades de
terceira ordem. Como cada dois grupos desses 5 grupos formam uma unidade de
ordem superior, teremos 5 : 2 = 2 unidades de quinta ordem e uma unidade de
quarta ordem. Como cada dois grupos desses 2 grupos formam uma unidade de
ordem superior, teremos 2 : 2 = 1 unidade de sexta ordem e zero unidades de
quinta ordem.

Dessa forma : 43(10) = 101011(2)

Sistema de Base 3 ( Sistema Ternário )

No Sistema Ternário contamos de três em três e sabemos que cada 3 unidades de


1ª ordem equivalem a 1 unidade de 2ª ordem. Cada 3 unidades de 2ª ordem
equivalem a 1 unidade de 3ª ordem. Cada 3 unidades de 3ª ordem equivalem a
1 unidade de 4ª ordem, e assim sucessivamente.

(10) = 1121(3)

Sistema de Base 4 ( Sistema quaternário )

Apostilas Aprendizado Urbano 27


No Sistema Quaternário contamos de quatro em quatro e sabemos que cada
4 unidades de 1ª ordem equivalem a 1 unidade de 2ª ordem. Cada 4 unidades de
2ª ordem equivalem a 1 unidade de 3ª ordem. Cada 4 unidades de 3ª ordem
equivalem a 1 unidade de 4ª ordem, e assim sucessivamente.

No sistema quaternário contamos de 4 em 4. Com isso formamos 10 grupos de 4 e


mais 3 unidades. Como cada 4 grupos desses 10 grupos formam uma unidade de
ordem superior, teremos 10 : 4 = 2 unidades de terceira ordem e 2 unidades de
segunda ordem de resto. Como cada 3 grupos desses 4 grupos formam uma
unidade de ordem superior, teremos 4 : 3 = 1 unidades de quarta ordem e uma
unidade de terceira ordem.

Dessa forma : 43(10) = 223(4)

Sistema de Base 8 ( Sistema octal ou octagenário)

No Sistema de base oito contamos de oito em oito e sabemos que cada 8 unidades
de 1ª ordem equivalem a 1 unidade de 2ª ordem. Cada 8 unidades de 2ª ordem
equivalem a 1 unidade de 3ª ordem. Cada 8 unidades de 3ª ordem equivalem a 1
unidade de 4ª ordem, e assim sucessivamente.

No sistema octal contamos de 8 em 8. Com isso formamos 5 grupos de 8 e mais


3 unidades. Como a quantidade 5 grupos é inferior a 8, já concluímos a
transformação solicitada.

Dessa forma : 43(10) = 53(8)

Notação

Quando escrevemos numa base diferente da decimal, grifamos o número com um


índice que determina a sua base de numeração. Sempre que um número for
apresentado sem índice que indique sua base de numeração, entenderemos que
a base é dez. Sempre que outra base for utilizada, essa base terá de ser,
obrigatoriamente, indicada.

Se o número ABC estiver escrito na base n, escreveremos : ABC (n) ou ABCn ou (ABC)n

Na base 10, dispomos de 10 algarismos para a representação do número:

Apostilas Aprendizado Urbano 28


0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9.

Na base 2 utilizamos apenas 2 algarismos: 0 e 1.


Exemplo: 1001(2) ; 100010101(2)

Na base 4 utilizamos apenas os 4 primeiros algarismos: 0, 1, 2 e 3.


Exemplo: 3201(4) ; 22031(4)

Na base 7 utilizamos os 7 primeiros algarismos: 0, 1, 2, 3, 4, 5 e 6.


Exemplo: 562(7) ; 3405(7)

Na base 8, seriam os 8 primeiros os algarismos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7.


Exemplo: 753(8) ; 6714(8)

Na base 16, seriam os 10 algarismos usados na base 10 e mais os símbolos


A, B, C, D, E e F, representando respectivamente 10, 11, 12, 13, 14 e 15 unidades.
Exemplo: 9AE0(16) ; 84CD(16)

De um modo geral, temos que uma base b qualquer utilizará b algarismos, onde b
varia entre 0 e b - 1.

Mudança de Base

Mudança da Base Decimal para uma Base Qualquer

Para transformarmos da base decimal para uma base qualquer devemos dividir
sucessivamente o número e a seguir os quocientes obtidos pelo algarismo
representativo dessa base até que a divisão não seja mais possível.

Só um exemplo tornará mais clara essa definição.

Exemplo 01 - Transforme para a base 5 o número 269. Como a base 5 trabalha em


grupos de 5, devemos dividir, sucessivamente, essas 269 unidades por 5.

ou dessa forma, mais prática

E lendo o número de trás para frente, e considerando, apenas o último quociente

Apostilas Aprendizado Urbano 29


e os demais restos, teremos a nossa solução:

269 = 2034(5)

Esse número não pode ser lido como dois mil e trinta e quatro na base cinco, já que
essa leitura é específica da base decimal. O correto será: dois, zero, três, quatro na
base cinco.

Exemplo 02 - Transforme para a base 8 o número 531. Como a base 8 trabalha em grupos de 8, devemos
dividir, sucessivamente, essas
531 unidades por 8.

ou dessa forma, mais prática

E lendo o número de trás para frente, e considerando, apenas o último quociente e os demais restos,
teremos a nossa solução:
531 = 1023(8)

Esse número não pode ser lido como mil e vinte e três na base oito, já que essa leitura é específica da base
decimal. O correto será:
um, zero, dois, três na base cinco.

Exemplo 03 - Transforme para a base 2 o número 97. Como a base 2 trabalha em grupos de 2, devemos
dividir, sucessivamente, essas
97 unidades por 2.

E lendo o número de trás para frente, e considerando, apenas o último quociente e os demais restos,
teremos a nossa solução:
97 = 1000011(2)

Como já sabemos, esse número deverá ser lido como: um, zero, zero, zero, zero, um, um na base dois.

Exemplo 04 - Transforme para a base 12 o número 1579, considerando A = 10 e B = 11. Como a base 12
trabalha em grupos de 12,
devemos dividir, sucessivamente, essas 1579 unidades por 12.

E lendo o número de trás para frente, e considerando, apenas o último quociente e os demais restos, e,

Apostilas Aprendizado Urbano 30


também, lembrando que
A = 10 e B = 11, teremos a nossa solução: 1579 = AB7(12)

Mudança de uma Base Qualquer para a Base Decimal

1° Método: Para transformarmos o número, de n algarismos, ABC...YZ escrito numa base b para a base
decimal, teremos:

A . b(n - 1) + B . b(n - 2) + C . b(n - 3) + D .b(n - 3) + ....... + X . b2 + Y . b1 + Z . b0

Só um exemplo tornará mais clara essa transformação.

Exemplo 05 - Transforme para a base decimal o número 1246(7).

Se o número possui 4 algarismos, a primeira potência de 7 terá o expoente 4 - 1 = 3, assim :

1 . 7(4 - 1) + 2 . 7(4 - 2) + 4 . 7(4 - 3) + 6 . 7(4 - 4) = 1 . 73 + 2 . 72 + 4 . 71 + 6 . 70 = 343 + 98 + 28 + 6 = 475

Exemplo 06 - Transforme para a base decimal o número 302(4).

Se o número possui 3 algarismos, a primeira potência de 4 terá o expoente 3 - 1 = 2, assim :

3 . 4(3 - 1) + 2 . 4(3 - 2) + 2 . 4(3 - 3)= 3 . 42 + 2 . 41 + 2 = 3 . 16 + 2 . 4 + 2 = 48 + 8 + 2 = 58

2° Método: Para transformarmos um número escrito numa base b para a base decimal, podemos aplicar o
método Prático:
"Desce multiplicando e sobe somando". Apliquemos esse método:

Exemplo 07 - Transforme para a base decimal o número 652(8)


Sempre começamos pelo algarismo da esquerda. Ele desce multiplicando pela base 8 ==> 6 x 8 = 48 e sobe
somando pelo próximo
algarismo: 48 + 5 = 53 e o processo continua: o resultado 53 desce multiplicando pela base 8 ==> 53 x 8 =
424 e sobe somando com
o próximo e último algarismo: 424 + 2 = 426.
Assim 652(8) = 426(10)

Exemplo 08 - Transforme para a base decimal o número 10212(3)


Sempre começamos pelo algarismo da esquerda. Ele desce multiplicando pela base 3 ==> 1 x 3 = 3 e sobe
somando pelo próximo
algarismo: 3 + 0 = 3 e o processo continua: o resultado 3 desce multiplicando pela base 3 ==> 3 x 3 = 90 e

Apostilas Aprendizado Urbano 31


sobe somando com o
próximo 2 ==> 9 + 2 = 11 e e sobe somando pelo próximo algarismo: 11 x 3 = 33 + 1 = 34 ...... 34 x 3 = 102 + 2
= 104
Assim 10212(3) = 104(10)

3° Método: Para transformarmos um número escrito numa base b para a base decimal, podemos
aplicar um segundo método Prático: Método das sucessivas divisões. Esse algoritmo é a aplicação contrária
do método para a
transformação da base decimal para uma base qualquer. Apliquemos esse método:

Exemplo 09 - Transforme para a base decimal o número 7182(9)


Se o número possui quatro algarismos, faremos três divisões sucessivas com o divisor 9 e escreveremos o
número 7182 de baixo para
cima, o algarismo 7 será o último quociente e os demais algarismos serão os restos. Assim :

Com isso , teremos que : 7182(9) = 5.258(10) = 5.258

Exemplo 10 - Transforme para a base decimal o número 345(6)


Se o número possui três algarismos, faremos duas divisões sucessivas com o divisor 6 e escreveremos o
número 345 de baixo para
cima, o algarismo 3 será o último quociente e os demais algarismos serão os restos. Assim :

Com isso , teremos que : 345(6) = 137(10) = 137

Exemplo 11 - Transforme para a base decimal o número AB3G8(16)


Se o número possui cinco algarismos, faremos quatro divisões sucessivas com o divisor 16 e escreveremos o
número AB3E8 de baixo
para cima, o algarismo A será o último quociente e os demais algarismos serão os restos. Não podemos
esquecer que na base 16,

Apostilas Aprendizado Urbano 32


temos : A = 10 ; B = 11 ; C = 12 ; D = 13 ; E = 14 e F = 15. Assim :

Com isso , teremos que : AB3G8(16) = 701 416(10) = 701.416

Observação Importante: Quando transformamos um número na base decimal para uma base menor que 10,
o número, se lido na base
decimal será sempre maior que o correspondente decimal.

Exemplo : 345(6) = 137(10) 345(10) > 137(10)

Mudança de uma Base não-decimal para uma Base não-decimal.

Nesse caso transformamos o número inicial para a base decimal e transformamos dessa para a base não
decimal solicitada

Exemplo 11 - Transforme para a base 8 o número 4312(5).

1ª Etapa: Vamos transformar 4312(5) para a base decimal.

Se o número possui 4 algarismos, a primeira potência de 5 terá o expoente 4 - 1 = 3, assim :

4 . 5(4 - 1) + 3 . 5(4 - 2) + 1 . 5(4 - 3) + 2 . 5(4 - 4) = 4 . 53 + 3 . 52 + 1 . 51 + 2 . 50 = 500 + 75 + 5 + 2 = 582

Apostilas Aprendizado Urbano 33


2ª Etapa:Vamos transformar 582(10) para a base 8.

E lendo o número de trás para frente, e considerando, apenas o último quociente e os demais restos,
teremos a nossa solução:
582 = 1106(8) e 4312(5) = 1106(8)

Exemplo 12 - Transforme para a base 7 o número 10010(2).

1ª Etapa: Vamos transformar 10010(2) para a base decimal.

Se o número possui 5 algarismos, a primeira potência de 2 terá o expoente 5 - 1 = 4, assim :

1 . 2(5 - 1) + 0 . 2(5 - 2) + 0 . 2(5 - 3) + 1 . 2(5 - 4) + 0 . 2(5 - 5) = 1 . 16 + 0+ 0 + 2 + 0 = 18

2ª Etapa: Vamos transformar 18(10) para a base 7.

E lendo o número de trás para frente, e considerando, apenas o último quociente e o único resto, teremos a
nossa solução:
18 = 24(7) e 10010(2) = 24(7)

Razões e Proporções

Razão é uma forma de se realizar a comparação de duas grandezas, no entanto, para isto é necessário que as
duas estejam na mesma unidade de medida.
A razão entre dois números a e b é obtida dividindo-se a por b. Obviamente b deve ser diferente de zero.
Na razão, o número a é chamado de antecedente e o b tem o nome de consequente.

Apostilas Aprendizado Urbano 34


A

B
Exemplo: A razão entre 12 e 3 é 4 porque:
12
=4
3
e a razão entre 3 e 6 é 0,5 pois:
3
= 0,5
6
A razão também pode ser expressa na forma de divisão entre duas grandezas de algum sistema de medidas.
Por exemplo, para preparar uma bebida na forma de suco, normalmente adicionamos A litros de suco
concentrado com B litros de água. A relação entre a quantidade de litros de suco concentrado e de água é
um número real expresso como uma fração ou razão (que não tem unidade), é a razão:
A
= A/B
B
Exemplo: Tomemos a situação apresentada na tabela abaixo.

Líquido Situação1 Situação2 Situação3 Situação4


Suco puro 3 6 8 30
Água 8 16 32 80
Suco pronto 11 22 40 110
Na Situação1, para cada 3 litros de suco puro coloca-se 8 litros de água, perfazendo o total de 11 litros de
suco pronto.
Na Situação2, para cada 6 litros de suco puro coloca-se 16 litros de água, perfazendo o total de 24 litros de
suco pronto.
Exemplo: Em uma partida de basquete um jogador faz 20 arremessos e acerta 10.

Podemos avaliar o aproveitamento desse jogador, dividindo o número de arremessos que ele acertou pelo
total de arremessos, o que significa que o jogador acertou 1 para cada dois arremessos, o que também pode
ser pensado como o acerto de 0,5 para cada arremesso.

Apostilas Aprendizado Urbano 35


10 : 20 = 1 : 2 = 0,5

Proporção nada mais é que a igualdade entre razões.


Digamos que em determinada escola, na sala A temos três meninos para cada quatro meninas, ou seja,
temos a razão de 3 para 4, cuja divisão de 3 por 4 é igual 0,75. Suponhamos que na sala B, tenhamos seis
meninos para cada oito meninas, então a razão é 6 para 8, que também é igual 0,75. Neste caso a igualdade
entre estas duas razões vem a ser o que chamamos de proporção, já que ambas as razões são iguais a 0,75.

A proporção entre A/B e C/D é a igualdade:


A C
=
B D

Numa proporção:
A C
=
B D
os números A e D são denominados extremos enquanto os números B e C são os meios e vale a propriedade:
o produto dos meios é igual ao produto dos extremos, isto é:
A·D=B·C
Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8, pois:
3 6
=
4 8
Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3 esteja em proporção com 4/6.
Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte forma:
x 4
=
3 6
Para obter X=2.

Apostilas Aprendizado Urbano 36


Escalas

Definimos escala como sendo a rezão entre o comprimento do projetp e o comprimento real
correspondente, sempre medidos na mesma unidades.

Usamos escala quando queremos representar um esboço gráfico de objetos, planta de uma casa ou em
mapas, cidades e maquetes.

- Escala numérica: É representada em forma de fração 1/10.000 ou razão 1:10.000, isso significa que o valor
do numerador é o do mapa e o denominador é o valor referente ao espaço real.

Ex: 1:10.000, cada 1 cm no papel (mapa) corresponde a 10.000 cm no espaço real.

- Escala Gráfica: Representa de forma gráfica a escala numérica.

Cada unidade da escala, ou seja, 1 cm representa 50 km no espaço real.

Assim como os mapas servem para localização e orientação, existem outros instrumentos, vamos analisar
especificamente a Rosa dos ventos, conhecida como Pontos cardeais, colaterais, subcolaterais e
intermediários.

Apostilas Aprendizado Urbano 37


Pontos cardeais

Norte (N)
Sul (S)
Leste (L)
Oeste (O)

Pontos Colaterais

Noroeste (NO)
Nordeste (NE)
Sudoeste (SO)
Sudeste (SE)

Pontos Subcolaterais

Norte-Nordeste (NNE)
Norte-Noroeste (NNO)
Leste-Nordeste (LNE)
Leste-Sudeste (LSE)
Sul-Sudeste (SSE)
Sul-Sudoeste (SSO)
Oeste-Sudoeste (OSO)
Oeste-Noroeste (ONO)

Pontos intermediários: Sem notação específica, é o ponto intermediário entre S (Sul) e SSO (Sul-Sudoeste),
por exemplo.

Divisão Proporcional

A divisão proporcional é muito usada em situações relacionadas à Matemática Financeira, Contabilidade,


Administração, na divisão de lucros e prejuízos proporcionais aos valores investidos pelos sócios de uma
determinada empresa, por grupos de investidores em bancos de ações e contas bancárias.
Quando realizamos uma divisão diretamente proporcional estamos dividindo um número de maneira
proporcional a uma sequência de outros números. Por exemplo, vamos dividir o número 396 em partes
diretamente proporcionais a 2, 4 e 6.

Apostilas Aprendizado Urbano 38


Ao somarmos as partes após a divisão temos que obter o número original correspondente a 396. Observe:
66 + 132 + 198 = 396
Veja mais um exemplo:
Devemos dividir entre João, Pedro e Lucas 46 chocolates de forma diretamente proporcional às suas idades
que são: 4, 7 e 12 anos, respectivamente.

João, Pedro e Lucas receberão respectivamente 8, 14 e 24 chocolates.


Veja outro exemplo:
O prêmio de um concurso no valor de R$ 490.000,00 deverá ser divido de forma diretamente proporcional
aos pontos obtidos pelos candidatos das três primeiras colocações. Considerando que o primeiro colocado
fez 220, o segundo 150 e o terceiro 120 pontos, determine a parte do prêmio relativa a cada participante.

Os candidatos receberão R$ 176.000,00, R$ 120.000,00 e R$ 96.000,00, de acordo com a pontuação


assinalada.

Apostilas Aprendizado Urbano 39


Regra de Três Simples ou Composta

Regra de três simples é um processo prático para resolver problemas que envolvam quatro valores dos quais
conhecemos três deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já conhecidos.
Passos utilizados numa regra de três simples:
1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma espécie em colunas e mantendo na mesma
linha as grandezas de espécies diferentes em correspondência.
2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais.
3º) Montar a proporção e resolver a equação.
Exemplos:
1) Com uma área de absorção de raios solares de 1,2m2, uma lancha com motor movido a energia solar
consegue produzir 400 watts por hora de energia. Aumentando-se essa área para 1,5m2, qual será a energia
produzida?
Solução: montando a tabela:
Área (m2) Energia (Wh)
1,2 400
1,5 x
Identificação do tipo de relação:

Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x (2ª coluna).
Observe que: Aumentando a área de absorção, a energia solar aumenta.
Como as palavras correspondem (aumentando - aumenta), podemos afirmar que as grandezas
são diretamente proporcionais. Assim sendo, colocamos uma outra seta no mesmo sentido (para baixo) na 1ª
coluna. Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Logo, a energia produzida será de 500 watts por hora.

2) Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400Km/h, faz um determinado percurso em 3


horas. Em quanto tempo faria esse mesmo percurso, se a velocidade utilizada fosse de 480km/h?
Solução: montando a tabela:
Velocidade (Km/h) Tempo (h)
400 3
480 x

Apostilas Aprendizado Urbano 40


Identificação do tipo de relação:

Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x (2ª coluna).
Observe que: Aumentando a velocidade, o tempo do percurso diminui.
Como as palavras são contrárias (aumentando - diminui), podemos afirmar que as grandezas
são inversamente proporcionais. Assim sendo, colocamos uma outra seta no sentido contrário (para cima)
na 1ª coluna. Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Logo, o tempo desse percurso seria de 2,5 horas ou 2 horas e 30 minutos.

3) Bianca comprou 3 camisetas e pagou R$120,00. Quanto ela pagaria se comprasse 5 camisetas do
mesmo tipo e preço?
Solução: montando a tabela:
Camisetas Preço (R$)
3 120
5 x
Observe que: Aumentando o número de camisetas, o preço aumenta.
Como as palavras correspondem (aumentando - aumenta), podemos afirmar que as grandezas
são diretamente proporcionais. Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Logo, a Bianca pagaria R$200,00 pelas 5 camisetas.

4) Uma equipe de operários, trabalhando 8 horas por dia, realizou determinada obra em 20 dias. Se o
número de horas de serviço for reduzido para 5 horas, em que prazo essa equipe fará o mesmo trabalho?
Solução: montando a tabela:
Horas por dia Prazo para término (dias)
8 20
5 x
Observe que: Diminuindo o número de horas trabalhadas por dia, o prazo para término aumenta.
Como as palavras são contrárias (diminuindo - aumenta), podemos afirmar que as grandezas
são inversamente proporcionais. Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Apostilas Aprendizado Urbano 41


A regra de três composta é utilizada em problemas com mais de duas grandezas, direta ou inversamente
proporcionais.
Exemplos:
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m3 de areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão
necessários para descarregar 125m3?
Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as grandezas de mesma espécie e, em cada
linha, as grandezas de espécies diferentes que se correspondem:
Horas Caminhões Volume
8 20 160
5 x 125
Identificação dos tipos de relação:
Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x (2ª coluna).

A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde está o x.


Observe que:
Aumentando o número de horas de trabalho, podemos diminuir o número de caminhões. Portanto a
relação éinversamente proporcional (seta para cima na 1ª coluna).
Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o número de caminhões. Portanto a relação
é diretamente proporcional (seta para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão que contém o termo
x com o produto das outras razões de acordo com o sentido das setas.
Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Logo, serão necessários 25 caminhões.

2) Numa fábrica de brinquedos, 8 homens montam 20 carrinhos em 5 dias. Quantos carrinhos serão
montados por 4 homens em 16 dias?

Apostilas Aprendizado Urbano 42


Solução: montando a tabela:
Homens Carrinhos Dias
8 20 5
4 x 16
Observe que:
Aumentando o número de homens, a produção de carrinhos aumenta. Portanto a relação
é diretamente proporcional(não precisamos inverter a razão).
Aumentando o número de dias, a produção de carrinhos aumenta. Portanto a relação também
é diretamente proporcional (não precisamos inverter a razão). Devemos igualar a razão que contém o termo
x com o produto das outras razões.
Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Logo, serão montados 32 carrinhos.

3) Dois pedreiros levam 9 dias para construir um muro com 2m de altura. Trabalhando 3 pedreiros e
aumentando a altura para 4m, qual será o tempo necessário para completar esse muro?
Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x. Depois colocam-se
flechas concordantes para as grandezas diretamente proporcionais com a incógnita e discordantes para
as inversamente proporcionais, como mostra a figura abaixo:

Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Logo, para completar o muro serão necessários 12 dias.

Porcentagem

A porcentagem é de grande utilidade no mercado financeiro, pois é utilizada para capitalizar empréstimos e
aplicações, expressar índices inflacionários e deflacionários, descontos, aumentos, taxas de juros, entre
outros. No campo da Estatística possui participação ativa na apresentação de dados comparativos e
organizacionais.

Apostilas Aprendizado Urbano 43


Os números percentuais possuem representações na forma de fração centesimal (denominador igual a 100)
e quando escritos de maneira formal devem aparecer na presença do símbolo de porcentagem (%). Também
podem ser escritos na forma de número decimal. Observe os números a seguir, eles serão demonstrados
através das três formas possíveis:

A melhor forma de assimilar os conteúdos inerentes à porcentagem é com a utilização de exemplos que
envolvem situações cotidianas. Acompanhe os exemplos a seguir:

Exemplo 1

Uma mercadoria é vendida em, no máximo, três prestações mensais e iguais, totalizando o valor de R$
900,00. Caso seja adquirida à vista, a loja oferece um desconto de 12% sobre o valor a prazo. Qual o preço da
mercadoria na compra à vista?

Podemos utilizar a razão centesimal ou o número decimal correspondente.


12% = 12/100 = 0,12

Utilizando razão centesimal


12/100 x 900 = 12x900/100 = 1080/100 = 10800/100 = 108 reais
900 – 108 = 792 reais

Utilizando número decimal


0,12 x 900 = 108 reais
900 – 108 = 792 reais

A utilização de qualquer procedimento fica a critério próprio, pois os dois métodos chegam ao resultado de
forma satisfatória e exata. No caso do exemplo 1, o desconto no pagamento à vista é de R$ 108,00, portanto
o preço é de R$ 792,00.

Exemplo 2

O FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) é um direito do trabalhador com carteira assinada, no
qual o empregador é obrigado por lei a depositar em uma conta na Caixa Econômica Federal o valor de 8%
do salário bruto do funcionário. Esse dinheiro deverá ser sacado pelo funcionário na ocorrência de demissão

Apostilas Aprendizado Urbano 44


sem justa causa. Determine o valor do depósito efetuado pelo empregador, calculado o FGTS sobre um
salário bruto de R$ 1.200,00.

8% = 8/100 = 0,08

Utilizando razão centesimal


8/100 x 1200 = 8x1200 / 100 = 9600 / 100 = 96 reais

Utilizando número decimal


0,08 x 1200 = 96 reais

O depósito efetuado será de R$ 96,00.

Teoria dos Conjuntos: Conjuntos Numéricos; Relações, Funções de Primeiro e Segundo Grau

O conjunto dos números naturais é representado pela letra maiúscula N e estes números são construídos
com os algarismos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, que também são conhecidos como algarismos indo-arábicos .

Na sequência consideraremos que os naturais têm início com o número zero e escreveremos este conjunto
como:
N = { 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, ...}
Representaremos o conjunto dos números naturais com a letra N. As reticências (três pontos) indicam que
este conjunto não tem fim. N é um conjunto com infinitos números.
Excluindo o zero do conjunto dos números naturais, o conjunto será representado por:
N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, ...}

A construção dos Números Naturais


1.Todo número natural dado tem um sucessor (número que vem depois do número dado),
considerando também o zero.

Exemplos: Seja m um número natural.


(a) O sucessor de m é m+1.
(b) O sucessor de 0 é 1.
(c) O sucessor de 1 é 2.
(d) O sucessor de 19 é 20.

2.Se um número natural é sucessor de outro, então os dois números juntos são chamados números
consecutivos.

Apostilas Aprendizado Urbano 45


Exemplos:
(a) 1 e 2 são números consecutivos.
(b) 5 e 6 são números consecutivos.
(c) 50 e 51 são números consecutivos.

3.Vários números formam uma coleção de números naturais consecutivos se o segundo é sucessor do
primeiro, o terceiro é sucessor do segundo, o quarto é sucessor do terceiro e assim sucessivamente.

Exemplos:
(a) 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são consecutivos.
(b) 5, 6 e 7 são consecutivos.
(c) 50, 51, 52 e 53 são consecutivos.

4.Todo número natural dado n, exceto o zero, tem um antecessor (número que vem antes do número
dado).
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de zero.
(a) O antecessor do número m é m-1.
(b) O antecessor de 2 é 1.
(c) O antecessor de 56 é 55.
(d) O antecessor de 10 é 9.

O conjunto abaixo é conhecido como o conjunto dos números naturais pares. Embora uma seqüência real
seja um outro objeto matemático denominado função, algumas vezes utilizaremos a denominação sequência
dos números naturais pares para representar o conjunto dos números naturais pares:
P = { 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, ...}
O conjunto abaixo é conhecido como o conjunto dos números naturais ímpares, às vezes também chamado,
a sequência dos números ímpares.
I = { 1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, ...}

Igualdade e Desigualdades
Diremos que um conjunto A é igual a um conjunto B se, e somente se, o conjunto A está contido no
conjunto B e o conjunto B está contido no conjunto A. Quando a condição acima for satisfeita,
escreveremos A=B (lê-se: A é igual a B) e quando não for satisfeita denotaremos tal fato por:

(lê-se: A é diferente de B). Na definição de igualdade de conjuntos, vemos que não é importante a ordem
dos elementos no conjunto.

Apostilas Aprendizado Urbano 46


Exemplo com igualdade: No desenho, em anexo, observamos que os elementos do conjunto A são os
mesmos elementos do conjunto B. Neste caso, A=B.

Consideraremos agora uma situação em que os elementos dos conjuntos A e B serão distintos.
Sejam A={a,b,c,d} e B={1,2,3,d}. Nem todos os elementos do conjunto A estão no conjunto B e nem todos os
elementos do conjunto B estão no conjunto A. Também não podemos afirmar que um conjunto é maior do
que o outro conjunto. Neste caso, afirmamos que o conjunto A é diferente do conjunto B.

Exercício: Há um espaço em branco entre dois números em cada linha. Qual é o sinal apropriado que deve
ser posto neste espaço: <, > ou =?
159 170
852 321
587 587

Operações

Em um jogo de somar, as fichas são amarelas ou vermelhas.


Ao tirarmos uma ficha temos que adicionar o número tirado, se a ficha for amarela o número é positivo e se
a ficha for vermelha o número é negativo.

Ganha aquele jogador que conseguir ter maior quantidade de pontos.

Eduardo e Mônica começaram a jogar. Eduardo na primeira rodada ficou com +16 pontos, retirou nas

rodadas seguintes as fichas . Qual é a situação de Eduardo.

Vamos fazer os cálculos:

Apostilas Aprendizado Urbano 47


Portanto, Eduardo ao final do jogo estava com – 97 pontos.

Com os cálculos acima podemos concluir que:


Na soma de dois números inteiros com sinais iguais, o valor absoluto será a soma das parcelas, e o sinal será
o mesmo das parcelas.
Exemplo: (+ 5) + (+ 4) = + 9
(- 5) + (- 4) = - 9

Na soma de dois números inteiros com sinais diferentes, o valor absoluto será a diferença das parcelas e o
sinal será o da parcela de maior valor absoluto.
Exemplo: (- 5) + (+ 4) = - 1

A Soma de dois números inteiros opostos é ZERO.


Exemplo: (+ 10) + (- 10) = 0

Simplificando a escrita:

Apostilas Aprendizado Urbano 48


Propriedades da Adição:

►Propriedade do fechamento

(+15) + (+8) = +23


(-34) + (+20) = -14
(-60) + (+60) = 0
A soma de dois números inteiros é sempre um número inteiro.

► Propriedade Comutativa

(+20) + (-43) = -23


(-43) + (+20) = -23

(+20) + (-43) = (-43) + (+20)

A ordem das parcelas não altera a soma

► Propriedade Associativa

[(+10) + (-6)] + (-80) (+10) + [(-6) + (-80)] =


= (+4) + (-80) = -76 (+10) + (-86) = -76

Numa adição de três ou mais parcelas, podemos associar as parcelas de formas diferentes, que os resultados
serão iguais.

►Elemento Neutro

(-32) + 0 = 0 + (-32) = -32


(+250) + 0 = 0 + (+250) = +250

O zero é o elemento neutro da adição.

A subtração é uma operação básica da Matemática, sendo representada pelo sinal de –. O desenvolvimento
da subtração entre números Naturais é de certa forma bem simples. Observe os exemplos:

10 – 2 = 8
12 – 6 = 6
22 – 10 = 12

Apostilas Aprendizado Urbano 49


52 – 12 = 40
101 – 10 = 91
200 – 189 = 11

As operações de subtração envolvendo os números Inteiros requerem algumas situações teóricas que
relacionam os possíveis sinais operatórios. Para realizar a subtração entre os números inteiros precisamos
ter conhecimento sobre o módulo de um número. Módulo de um número inteiro é calculado obtendo o seu
valor real. Observe:

Módulo de +1: representado por |+1| = 1


| – 3| = 3
| – 7| = 7

Regras operatórias:
Sinais iguais: soma e conserva o sinal.
Sinais diferentes: subtrai e conserva o sinal do maior módulo.

Operações sem parênteses

+ 10 – 7 = + 3 (Sinais diferentes: subtrai e conserva o sinal do maior módulo)

– 3 – 3 = – 6 (Sinais iguais: soma e conserva o sinal)

+ 20 – 30 = – 10 (Sinais diferentes: subtrai e conserva o sinal do maior módulo)

– 12 + 3 = – 9 (Sinais diferentes: subtrai e conserva o sinal do maior módulo)

– 9 + 9 = 0 (operação entre números opostos, resultado sempre será 0)

– 25 + 24 = – 1 (Sinais diferentes: subtrai e conserva o sinal do maior módulo)

Operações com parênteses

Nesse caso, as operações de subtração podem ser resolvidas eliminando os parênteses, isso será feito
aplicando algumas regras que envolvem jogo de sinal, observe:

+ (+) = +
+ (–) = –
– (+) = –
– (–) = +

Eliminado os parênteses, passa a valer as regras operatórias:

Apostilas Aprendizado Urbano 50


(+10) – (–23) = +10 + 23 = + 33

(+20) – (+12) = +20 – 12 = + 8

(–32) + (–5) = – 32 – 5 = – 37

(–27) – (–30) = –27 + 30 = + 3

O conjunto dos números inteiros é formado pelos números inteiros positivos e seus respectivos negativos,
denominado oposto ou simétrico. A multiplicação entre esses números deverá respeitar algumas regras
envolvendo jogo de sinais.

Produto de dois números inteiros com sinais diferentes.

Quando realizamos a multiplicação:

5 x 6 é o mesmo que 6 + 6 + 6 + 6+ 6. Então, para multiplicarmos dois números inteiros com sinais
diferentes, iremos utilizar a mesma ideia.

(+5) * (– 2)

(– 2) + (– 2) + (– 2) + (– 2) + (– 2) (Escrevendo uma adição de parcelas iguais)

– 2 – 2 – 2 – 2 – 2 = – 10 (Simplificando a escrita e calculando o resultado)

(+5) * (– 2) = –10

O produto de dois números inteiros, diferente de zero, e de sinais diferentes é um número inteiro de:

Valor absoluto igual ao produto dos valores absolutos dos fatores e sinal negativo (–).

Produto de dois números inteiros com sinais iguais.

Nesse caso há duas possibilidades: dos fatores serem positivos ou dos fatores serem negativos.

Vamos calcular o produto de (+ 8) * (+5) = + 40

Vamos calcular o produto de (– 6) * (– 15) = + 90

O produto de dois números inteiros diferentes de zero e de sinais iguais é um número inteiro de:

Valor absoluto igual ao produto dos valores absolutos dos fatores e sinal positivo (+).

Apostilas Aprendizado Urbano 51


Elemento Neutro

O elemento neutro da multiplicação é 1 ou + 1.

Pois qualquer número inteiro multiplicado por 1 (positivo) será ele mesmo.
Exemplo:
(– 4) * 1 = – 4
(+ 5) * (+ 1) = 5
(–10) * (+1) = – 10
(+ 9) * ( 1 ) = + 9

A multiplicação dos números inteiros é mais simples que a adição e subtração, pois basta multiplicarmos os
valores absolutos e o sinal fica conforme a regra:

(+)*(+)=(+)
(+)*(–)=(–)
(–)*(+)=(–)
(–)*(–)=(+)

Divisão significa “partir ou distinguir em diversas partes; separar as diversas partes de.
Na divisão utilizamos praticamente o mesmo método da multiplicação. Devemos, em primeiro lugar,
relembramos o jogo de sinais:
- Divisão de números com mesmo sinal = +
- Divisão de números com sinais diferentes = -
Numa divisão exata de dois números inteiros, o quociente é um número inteiro e o resto é igual a zero.

►Quociente de dois números inteiros com sinais diferentes.

(- 45) : (+ 5) = - 9
(+45) : ( -5) = -9

O quociente de uma divisão exata entre dois números inteiros, com divisor diferente de zero e sinais
diferentes é um número inteiro de:
Valor absoluto: igual ao quociente dos valores absolutos dos termos.
Sinal: negativo (-).

►Quociente de dois números inteiros com sinais iguais.

Apostilas Aprendizado Urbano 52


(- 60) : (- 10) = + 6
(+ 60) : (+ 10) = + 6

O quociente de uma divisão exata entre dois números inteiros, com divisor diferente de zero e sinais
iguais é um número inteiro de:
Valor absoluto: igual ao quociente dos valores absolutos dos termos.
Sinal: positivo (+).

Acontece da mesma forma que na multiplicação, dividimos os valores absolutos e o sinal é conforme a
regra:
-:+=-
+:+=+
-:-=+

Observações:
• Não existe divisão por zero. Exemplo: 15 : 0, pois não existe um número inteiro cujo produto por zero seja
15.

• Zero dividido por qualquer número é sempre zero.

Números Racionais

Um número racional é o que pode ser escrito na forma


m

n
onde m e n são números inteiros, sendo que n deve ser não nulo, isto é, n deve ser diferente de zero.
Frequentemente usamos m/n para significar a divisão de m por n. Quando não existe possibilidade de
divisão, simplesmente usamos uma letra como q para entender que este número é um número racional.
Como podemos observar, números racionais podem ser obtidos através da razão (em Latim:
ratio=razão=divisão=quociente) entre dois números inteiros, razão pela qual, o conjunto de todos os
números racionais é denotado por Q. Assim, é comum encontrarmos na literatura a notação:
Q = {m/n : m e n em Z, n diferente de zero}
Quando há interesse, indicamos Q+ para entender o conjunto dos números racionais positivos e Q_ o
conjunto dos números racionais negativos. O número zero é também um número racional.

Dízima periódica
Uma dízima periódica é um número real da forma:

Apostilas Aprendizado Urbano 53


m,npppp...
onde m, n e p são números inteiros, sendo que o número p se repete indefinidamente, razão pela qual
usamos os três pontos: ... após o mesmo. A parte que se repete é denominada período.
Em alguns livros é comum o uso de uma barra sobre o período ou uma barra debaixo do período ou o
período dentro de parênteses, mas, para nossa facilidade de escrita na montagem desta apostila, usaremos o
período sublinhado.

Exemplos: Dízimas periódicas


1.0,3333333... = 0,3
2.1,6666666... = 1,6
3.12,121212... = 12,12
4.0,9999999... = 0,9
5.7,1333333... = 7,13
Uma dízima periódica é simples se a parte decimal é formada apenas pelo período. Alguns exemplos são:
1.0,333333... = 0,(3) = 0,3
2.3,636363... = 3,(63) = 3,63
Uma dízima periódica é composta se possui uma parte que não se repete entre a parte inteira e o período.
Por exemplo:
1.0,83333333... = 0,83
2.0,72535353... = 0,7253
Uma dízima periódica é uma soma infinita de números decimais. Alguns exemplos:
1.0,3333...= 0,3 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 +...
2.0,8333...= 0,8 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 + ...
3.4,7855...= 4,78 + 0,005 + 0,0005 + ...
A conexão entre números racionais e números reais
Um fato importante que relaciona os números racionais com os números reais é que todo número real que
pode ser escrito como uma dízima periódica é um número racional. Isto significa que podemos transformar
uma dízima periódica em uma fração.

A geratriz de uma dízima periódica


Dada uma dízima periódica, qual será a fração que dá origem a esta dízima? Esta fração é de fato um número
racional denominado a geratriz da dízima periódica. Para obter a geratriz de uma dízima periódica devemos
trabalhar com o número dado pensado como uma soma infinita de números decimais. Para mostrar como
funciona o método, utilizaremos diversos exemplos numéricos.
1.Seja S a dízima periódica 0,3333333..., isto é, S=0,3. Observe que o período tem apenas 1 algarismo.

Apostilas Aprendizado Urbano 54


Iremos escrever este número como uma soma de infinitos números decimais da forma:
S = 0,3 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 + 0,00003 +...
Multiplicando esta soma "infinita" por 101=10 (o período tem 1 algarismo), obteremos:
10 S = 3 + 0,3 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 +...
Observe que são iguais as duas últimas expressões que aparecem em cor vermelha!
Subtraindo membro a membro a penúltima expressão da última, obtemos:
10 S - S = 3
donde segue que
9S=3
Simplificando, obtemos:
1
S= = 0,33333... = 0,3
3
Exercício: Usando o mesmo argumento que antes, você saberia mostrar que:
0,99999... = 0,9 = 1

2.Vamos tomar agora a dízima periódica T=0,313131..., isto é, T=0,31. Observe que o período tem
agora 2 algarismos. Iremos escrever este número como uma soma de infinitos números decimais da
forma:
T =0,31 + 0,0031 + 0,000031 +...
Multiplicando esta soma "infinita" por 10²=100 (o período tem 2 algarismos), obteremos:
100 T = 31 + 0,31 + 0,0031 + 0,000031 +...
Observe que são iguais as duas últimas expressões que aparecem em cor vermelha, assim:
100 T = 31 + T
de onde segue que
99 T = 31
e simplificando, temos que
31
T= = 0,31313131... = 0,31
99

3.Um terceiro tipo de dízima periódica é T=7,1888..., isto é, T=7,18. Observe que existe um número

Apostilas Aprendizado Urbano 55


com 1 algarismo após a vírgula enquanto que o período tem também 1 algarismo. Escreveremos este
número como uma soma de infinitos números decimais da forma:
R = 7,1 + 0,08 + 0,008 + 0,0008 +...
Manipule a soma "infinita" como se fosse um número comum e passe a parte que não se repete para o
primeiro membro para obter:
R-7,1 = 0,08 + 0,008 + 0,0008 +...
Multiplique agora a soma "infinita" por 101=10 (o período tem 1 algarismo), para obter:
10(R-7,1) = 0,8 + 0,08 + 0,008 + 0,0008 +...
Observe que são iguais as duas últimas expressões que aparecem em cor vermelha!
Subtraia membro a membro a penúltima expressão da última para obter:
10(R-7,1) - (R-7,1) = 0,8
Assim:
10R - 71 - R + 7,1 = 0,8
Para evitar os números decimais, multiplicamos toda a expressão por 10 e simplificamos para obter:
90 R = 647
Obtemos então:
647
T= = 7,1888... = 7,18
90

4.Um quarto tipo de dízima periódica é T=7,004004004..., isto é, U=7,004. Observe que o período
tem 3 algarismos, sendo que os dois primeiros são iguais a zero e apenas o terceiro é não nulo.
Decomporemos este número como uma soma de infinitos números decimais da forma:
U = 7 + 0,004 + 0,004004 + 0,004004004 +...
Manipule a soma "infinita" como se fosse um número comum e passe a parte que não se repete para o
primeiro membro para obter:
U-7 = 0,004 + 0,004004 + 0,004004004 +...
Multiplique agora a soma "infinita" por 10³=1000 (o período tem 3 algarismos), para obter:
1000(U-7) = 4 + 0,004 + 0,004004 + 0,004004004 +...
Observe que são iguais as duas últimas expressões que aparecem em cor vermelha!
Subtraia membro a membro a penúltima expressão da última para obter:
1000(U-7) - (U-7) = 4
Assim:

Apostilas Aprendizado Urbano 56


1000U - 7000 - U + 7 = 4
Obtemos então
999 U = 6997
que pode ser escrita na forma:
6997
T= = 7,004004... = 7,004
999
Números irracionais
Um número real é dito um número irracional se ele não pode ser escrito na forma de uma fração ou nem
mesmo pode ser escrito na forma de uma dízima periódica.
Exemplo: O número real abaixo é um número irracional, embora pareça uma dízima periódica:
x=0,10100100010000100000...
Observe que o número de zeros após o algarismo 1 aumenta a cada passo. Existem infinitos números reais
que não são dízimas periódicas e dois números irracionais muito importantes, são:
e = 2,718281828459045...,
Pi = 3,141592653589793238462643...
que são utilizados nas mais diversas aplicações práticas como: cálculos de áreas, volumes, centros de
gravidade, previsão populacional, etc...
Exercício: Determinar a medida da diagonal de um quadrado cujo lado mede 1 metro. O resultado numérico
é um número irracional e pode ser obtido através da relação de Pitágoras. O resultado é a raiz quadrada de
2, denotada aqui por R[2] para simplificar as notações estranhas.

Representação, ordem e simetria dos racionais


Podemos representar geometricamente o conjunto Q dos números racionais através de uma reta numerada.
Consideramos o número 0 como a origem e o número 1 em algum lugar e tomamos a unidade de medida
como a distância entre 0 e 1 e por os números racionais da seguinte maneira:

Ao observar a reta numerada notamos que a ordem que os números racionais obedecem é crescente da
esquerda para a direita, razão pela qual indicamos com uma seta para a direita. Esta consideração é adotada
por convenção, o que nos permite pensar em outras possibilidades.
Dizemos que um número racional r é menor do que outro número racional s se a diferença r-s é positiva.
Quando esta diferença r-s é negativa, dizemos que o número r é maior do que s. Para indicar que r é menor
do que s, escrevemos:
r<s

Apostilas Aprendizado Urbano 57


Do ponto de vista geométrico, um número que está à esquerda é menor do que um número que está à
direita na reta numerada.
Todo número racional q exceto o zero, possui um elemento denominado simétrico ou oposto -q e ele é
caracterizado pelo fato geométrico que tanto q como -q estão à mesma distância da origem do conjunto Q
que é 0. Como exemplo, temos que:
(a) O oposto de 3/4 é -3/4.
(b) O oposto de 5 é -5.

Do ponto de vista geométrico, o simétrico funciona como a imagem virtual de algo colocado na frente de
um espelho que está localizado na origem. A distância do ponto real q ao espelho é a mesma que a distância
do ponto virtual -q ao espelho.

Módulo de um número racional


O módulo ou valor absoluto de um número racional q é maior valor entre o número q e seu elemento
oposto -q, que é denotado pelo uso de duas barras verticais | |, por:
|q| = max{-q,q}
Exemplos: |0|=0, |2/7|=2/7 e |-6/7|=6/7.
Do ponto de vista geométrico, o módulo de um número racional q é a distância comum do ponto q até a
origem (zero) que é a mesma distância do ponto -q à origem, na reta numérica racional.

A soma (adição) de números racionais


Como todo número racional é uma fração ou pode ser escrito na forma de uma fração, definimos a adição
entre os números racionais a/b e c/d, da mesma forma que a soma de frações, através de:
a c ad+bc
+ =
b d bd

Propriedades da adição de números racionais


Fecho: O conjunto Q é fechado para a operação de adição, isto é, a soma de dois números racionais ainda é
um número racional.
Associativa: Para todos a, b, c em Q:
a+(b+c)=(a+b)+c
Comutativa: Para todos a, b em Q:
a+b=b+a
Elemento neutro: Existe 0 em Q, que adicionado a todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é:

Apostilas Aprendizado Urbano 58


q+0=q
Elemento oposto: Para todo q em Q, existe -q em Q, tal que
q + (-q) = 0
Subtração de números racionais: A subtração de dois números racionais p e q é a própria operação de adição
do número p com o oposto de q, isto é:
p - q = p + (-q)
Na verdade, esta é uma operação desnecessária no conjunto dos números racionais.

A Multiplicação (produto) de números racionais


Como todo número racional é uma fração ou pode ser escrito na forma de uma fração, definimos o produto
de dois números racionais a/b e c/d, da mesma forma que o produto de frações, através de:
a c ac
× =
b d bd

O produto dos números racionais a e b também pode ser indicado por a × b, axb, a.b ou ainda ab sem
nenhum sinal entre as letras.
Para realizar a multiplicação de números racionais, devemos obedecer à mesma regra de sinais que vale em
toda a Matemática:
(+1) × (+1) = (+1)
(+1) × (-1) = (-1)
(-1) × (+1) = (-1)
(-1) × (-1) = (+1)

Podemos assim concluir que o produto de dois números com o mesmo sinal é positivo, mas o produto de
dois números com sinais diferentes é negativo.
Propriedades da multiplicação de números racionais
Fecho: O conjunto Q é fechado para a multiplicação, isto é, o produto de dois números racionais ainda é um
número racional.
Associativa: Para todos a, b, c em Q:
a×(b×c)=(a×b)×c
Comutativa: Para todos a, b em Q:
a×b=b×a
Elemento neutro: Existe 1 em Q, que multiplicado por todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é:
q×1=q

Apostilas Aprendizado Urbano 59


Elemento inverso: Para todo q=a/b em Q, q diferente de zero, existe q-1=b/a em Q, tal que
q × q-1 = 1
Esta última propriedade pode ser escrita como:
a b
× =1
b a
Divisão de números racionais: A divisão de dois números racionais p e q é a própria operação de
multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é:
p ÷ q = p × q-1
Provavelmente você já deve ter sido questionado: Porque a divisão de uma fração da forma a/b por outra da
forma c/d é realizada como o produto da primeira pelo inverso da segunda?
A divisão de números racionais esclarece a questão:
a c a d ad
÷ = × =
b d b c bc
Na verdade, a divisão é um produto de um número racional pelo inverso do outro, assim esta operação é
também desnecessária no conjunto dos números racionais.

Propriedade distributiva (mista)


Distributiva: Para todos a, b, c em Q:
a×(b+c)=(a×b)+(a×c)

Potenciação de números racionais


A potência qn do número racional q é um produto de n fatores iguais. O número q é denominado a base e o
número n é o expoente.
qn = q × q × q × q × ... × q, (q aparece n vezes)
Exemplos:
(a) (2/5)³ =(2/5) (2/5)×(2/5) = 8/125
(b) (-1/2)³=(-1/2)×(-1/2)×(-1/2) = -1/8
(c) (-5)² =(-5)×(-5) = 25
(d) (+5)² =(+5)×(+5) = 25

Observação: Se o expoente é n=2, a potência q² pode ser lida como: q elevado ao quadrado e se o expoente é
n=3, a potência q³ pode ser lida como: q elevado ao cubo. Isto é proveniente do fato que área do quadrado
pode ser obtida por A=q² onde q é a medida do lado do quadrado e o volume do cubo pode ser obtido por

Apostilas Aprendizado Urbano 60


V=q³ onde q é a medida da aresta do cubo.

Reais

O conjunto dos números reais surge para designar a união do conjunto dos números racionais e o conjunto
dos números irracionais. É importante lembrar que o conjunto dos números racionais é formado pelos
seguintes conjuntos: Números Naturais e Números Inteiros. Vamos exemplificar os conjuntos que unidos
formam os números reais. Veja:

Números Naturais (N): 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, ....
Números Inteiros (Z): ..., –8, –7, –6, –5, –4, –3, – 2, –1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, .....
Números Racionais (Q): 1/2, 3/4, 0,25, –5/4,
Números Irracionais (I): √2, √3, –√5, 1,32365498...., 3,141592....

Podemos concluir que o conjunto dos números reais é a união dos seguintes conjuntos:

N U Z U Q U I = R ou Q U I = R

Os números reais podem ser representados por qualquer número pertencente aos conjuntos da união acima.
Essas designações de conjuntos numéricos existem no intuito de criar condições de resolução de equações e
funções. As soluções devem ser dadas obedecendo padrões matemáticos e de acordo com a condição de
existência da incógnita na expressão.

Funções

Chama-se função polinomial do 1º grau, ou função afim, a qualquer função f de IR em IR dada por uma lei
da forma f(x) = ax + b, onde a e b são números reais dados e a 0.
Na função f(x) = ax + b, o número a é chamado de coeficiente de x e o número b é chamado termo
constante.
Veja alguns exemplos de funções polinomiais do 1º grau:
f(x) = 5x - 3, onde a = 5 e b = - 3
f(x) = -2x - 7, onde a = -2 e b = - 7
f(x) = 11x, onde a = 11 e b = 0

Gráfico
O gráfico de uma função polinomial do 1º grau, y = ax + b, com a 0, é uma reta oblíqua aos eixos Oxe
Oy.
Exemplo:
Vamos construir o gráfico da função y = 3x - 1:

Apostilas Aprendizado Urbano 61


Como o gráfico é uma reta, basta obter dois de seus pontos e ligá-los com o auxílio de uma régua:
a) Para x = 0, temos y = 3 · 0 - 1 = -1; portanto, um ponto é (0, -1).
b) Para y = 0, temos 0 = 3x - 1; portanto, e outro ponto é .

Marcamos os pontos (0, -1) e no plano cartesiano e ligamos os dois com uma reta.

x y
0 -1

Já vimos que o gráfico da função afim y = ax + b é uma reta.


O coeficiente de x, a, é chamado coeficiente angular da reta e, como veremos adiante, a está ligado à
inclinação da reta em relação ao eixo Ox.
O termo constante, b, é chamado coeficiente linear da reta. Para x = 0, temos y = a · 0 + b = b. Assim, o
coeficiente linear é a ordenada do ponto em que a reta corta o eixo Oy.

Zero e Equação do 1º Grau


Chama-se zero ou raiz da função polinomial do 1º grau f(x) = ax + b, a 0, o número real x tal que f(x) = 0.
Temos:
f(x) = 0 ax + b = 0

Vejamos alguns exemplos:


1.Obtenção do zero da função f(x) = 2x - 5:
f(x) = 0 2x - 5 = 0

2.Cálculo da raiz da função g(x) = 3x + 6:


g(x) = 0 3x + 6 = 0 x = -2

3.Cálculo da abscissa do ponto em que o gráfico de h(x) = -2x + 10 corta o eixo das abicissas:
O ponto em que o gráfico corta o eixo dos x é aquele em que h(x) = 0; então:
h(x) = 0 -2x + 10 = 0 x=5

Crescimento e decrescimento
Consideremos a função do 1º grau y = 3x - 1. Vamos atribuir valores cada vez maiores a x e observar o que
ocorre com y:

Apostilas Aprendizado Urbano 62


x -3 -2 -1 0 1 2 3
y -10 -7 -4 -1 2 5 8

Notemos que, quando aumentos o valor de x, os correspondentes


valores de y também aumentam. Dizemos, então que a
função y = 3x - 1 é crescente.
Observamos novamente seu gráfico:

Regra geral:
a função do 1º grau f(x) = ax + b é crescente quando o coeficiente de x é positivo (a > 0);
a função do 1º grau f(x) = ax + b é decrescente quando o coeficiente de x é negativo (a < 0);
Justificativa:
•para a > 0: se x1 < x2, então ax1 < ax2. Daí, ax1 + b < ax2 + b, de onde vem f(x1) < f(x2).
•para a < 0: se x1 < x2, então ax1 > ax2. Daí, ax1 + b > ax2 + b, de onde vem f(x1) > f(x2).

Sinal
Estudar o sinal de uma qualquer y = f(x) é determinar os valor de x para os quais y é positivo, os valores de
x para os quais y é zero e os valores de x para os quais y é negativo.
Consideremos uma função afim y = f(x) = ax + b vamos estudar seu sinal. Já vimos que essa função se
anula pra raiz . Há dois casos possíveis:

1º) a > 0 (a função é crescente)


y>0 ax + b > 0 x>

y<0 ax + b < 0 x<

Apostilas Aprendizado Urbano 63


Conclusão: y é positivo para valores de x maiores que a raiz; y é negativo para valores de x menores que a
raiz

2º) a < 0 (a função é decrescente)


y>0 ax + b > 0 x<

y<0 ax + b < 0 x>

Conclusão: y é positivo para valores de x menores que a raiz; y é negativo para valores de x maiores que a
raiz.

Função Quadrática

Chama-se função quadrática, ou função polinomial do 2º grau, qualquer função f de IR em IR dada por uma
lei da forma f(x) = ax2 + bx + c, onde a, b e c são números reais e a 0.
Vejamos alguns exemplos de função quadráticas:

Apostilas Aprendizado Urbano 64


1.f(x) = 3x2 - 4x + 1, onde a = 3, b = - 4 e c = 1
2.f(x) = x2 -1, onde a = 1, b = 0 e c = -1
3.f(x) = 2x2 + 3x + 5, onde a = 2, b = 3 e c = 5
4.f(x) = - x2 + 8x, onde a = -1, b = 8 e c = 0
5.f(x) = -4x2, onde a = - 4, b = 0 e c = 0

Gráfico
O gráfico de uma função polinomial do 2º grau, y = ax2 + bx + c, com a 0, é uma curva
chamadaparábola.
Exemplo:
Vamos construir o gráfico da função y = x2 + x:
Primeiro atribuímos a x alguns valores, depois calculamos o valor correspondente de y e, em seguida,
ligamos os pontos assim obtidos.

x y
-3 6
-2 2
-1 0

0 0
1 2
2 6

Observação:
Ao construir o gráfico de uma função quadrática y = ax2 + bx + c, notaremos sempre que:
•se a > 0, a parábola tem a concavidade voltada para cima;
•se a < 0, a parábola tem a concavidade voltada para baixo;

Zero e Equação do 2º Grau


Chama-se zeros ou raízes da função polinomial do 2º grau f(x) = ax2 + bx + c , a 0, os números reais x
tais que f(x) = 0.
Então as raízes da função f(x) = ax2 + bx + c são as soluções da equação do 2º grau ax2 + bx + c = 0, as quais
são dadas pela chamada fórmula de Bhaskara:

Temos:

Apostilas Aprendizado Urbano 65


Observação
A quantidade de raízes reais de uma função quadrática depende do valor obtido para o
radicando , chamado discriminante, a saber:
•quando é positivo, há duas raízes reais e distintas;
•quando é zero, há só uma raiz real (para ser mais preciso, há duas raízes iguais);
•quando é negativo, não há raiz real.

Coordenadas do vértice da parábola


Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima e um ponto de mínimo V; quando a < 0, a
parábola tem concavidade voltada para baixo e um ponto de máximo V.
Em qualquer caso, as coordenadas de V são . Veja os gráficos:

Apostilas Aprendizado Urbano 66


Imagem
O conjunto-imagem Im da função y = ax2 + bx + c, a 0, é o conjunto dos valores que y pode assumir.
Há duas possibilidades:
1ª - quando a > 0,

a>0

2ª quando a < 0,

a<0

Apostilas Aprendizado Urbano 67


Parábola
É possível construir o gráfico de uma função do 2º grau sem montar a tabela de pares (x, y), mas seguindo
apenas o roteiro de observação seguinte:
1.O valor do coeficiente a define a concavidade da parábola;
2.Os zeros definem os pontos em que a parábola intercepta o eixo dos x;
3.O vértice V indica o ponto de mínimo (se a > 0), ou máximo (se a< 0);

4.A reta que passa por V e é paralela ao eixo dos y é o eixo de simetria da parábola;
5.Para x = 0 , temos y = a · 02 + b · 0 + c = c; então (0, c) é o ponto em que a parábola corta o eixo dos
y.
Sinal
Consideramos uma função quadrática y = f(x) = ax2 + bx + c e determinemos os valores de x para os quais
y é negativo e os valores de x para os quais y é positivos.
Conforme o sinal do discriminante = b2 - 4ac, podemos ocorrer os seguintes casos:
1º - >0
Nesse caso a função quadrática admite dois zeros reais distintos (x1 x2). a parábola intercepta o eixo Ox
em dois pontos e o sinal da função é o indicado nos gráficos abaixo:

Apostilas Aprendizado Urbano 68


quando a > 0
y>0 (x < x1 ou x > x2)
y<0 x1 < x < x2

quando a < 0
y>0 x1 < x < x2
y<0 (x < x1 ou x > x2)

º- =0

quando a > 0

Apostilas Aprendizado Urbano 69


quando a < 0

Noções de Probabilidade e Estatística Descritiva

A estatística é uma parte da matemática aplicada que fornece métodos para coleta, organização, descrição,
análise e interpretação de dados e para a utilização dos mesmos na tomada de decisões.
A coleta, a organização ,a descrição dos dados, o cálculo e a interpretação de coeficientes pertencem à
ESTATÍSTICA DESCRITIVA, enquanto a análise e a interpretação dos dados, associado a uma margem de
incerteza, ficam a cargo da ESTATÍSTICA INDUTIVA ou INFERENCIAL, também chamada como a
medida da incerteza ou métodos que se fundamentam na teoria da probabilidade.

Gráficos

São representações visuais dos dados estatísticos que devem corresponder, mas nunca substituir as tabelas
estatísticas.

Características:

Uso de escalas, sistema de coordenadas, simplicidade, clareza e veracidade.

Gráficos de informação: São gráficos destinados principalmente ao público em geral, objetivando


proporcionar uma visualização rápida e clara. São gráficos tipicamente expositivos, dispensando

Apostilas Aprendizado Urbano 70


comentários explicativos adicionais. As legendas podem ser omitidas, desde que as informações desejadas
estejam presentes.

Gráficos de análise: São gráficos que prestam-se melhor ao trabalho estatístico, fornecendo elementos úteis
à fase de análise dos dados, sem deixar de ser também informativos. Os gráficos de análise freqüentemente
vêm acompanhados de uma tabela estatística. Inclui-se, muitas vezes um texto explicativo, chamando a
atenção do leitor para os pontos principais revelados pelo gráfico.

Uso indevido de Gráficos: Podem trazer uma idéia falsa dos dados que estão sendo analisados, chegando
mesmo a confundir o leitor. Trata-se, na realidade, de um problema de construção de escalas.

.Classificação dos gráficos: Diagramas, Estereogramas, Pictogramas e Cartogramas.

.1 - Diagramas:

São gráficos geométricos dispostos em duas dimensões. São os mais usados na representação de séries
estatísticas. Eles podem ser :

Gráficos em barras horizontais.

Gráficos em barras verticais ( colunas ).

Quando as legendas não são breves usa-se de preferência os gráficos em barras horizontais. Nesses gráficos
os retângulos têm a mesma base e as alturas são proporcionais aos respectivos dados. A ordem a ser
observada é a cronológica, se a série for histórica, e a decrescente, se for geográfica ou categórica.

Gráficos em barras compostas.

Gráficos em colunas superpostas.

Eles diferem dos gráficos em barras ou colunas convencionais apenas pelo fato de apresentar cada barra ou
coluna segmentada em partes componentes. Servem para representar comparativamente dois ou mais
atributos.

Gráficos em linhas ou lineares.

Apostilas Aprendizado Urbano 71


São freqüentemente usados para representação de séries cronológicas com um grande número de períodos
de tempo. As linhas são mais eficientes do que as colunas, quando existem intensas flutuações nas séries ou
quando há necessidade de se representarem várias séries em um mesmo gráfico.

Quando representamos, em um mesmo sistema de coordenadas, a variação de dois fenômenos, a parte


interna da figura formada pelos gráficos desses fenômeno é denominada de área de excesso.

Gráficos em setores.

Este gráfico é construído com base em um círculo, e é empregado sempre que desejamos ressaltar a
participação do dado no total. O total é representado pelo círculo, que fica dividido em tantos setores
quantas são as partes. Os setores são tais que suas áreas são respectivamente proporcionais aos dados da
série. O gráfico em setores só deve ser empregado quando há, no máximo, sete dados.

Obs: As séries temporais geralmente não são representadas por este tipo de gráfico.

.Estereogramas:

São gráficos geométricos dispostos em três dimensões, pois representam volume. São usados nas
representações gráficas das tabelas de dupla entrada. Em alguns casos este tipo de gráfico fica difícil de ser
interpretado dada a pequena precisão que oferecem.

Apostilas Aprendizado Urbano 72


.

Pictogramas:

São construídos a partir de figuras representativas da intensidade do fenômeno. Este tipo de gráfico tem a
vantagem de despertar a atenção do público leigo, pois sua forma é atraente e sugestiva. Os símbolos devem
ser auto-explicativos. A desvantagem dos pictogramas é que apenas mostram uma visão geral do fenômeno,
e não de detalhes minuciosos. Veja o exemplo abaixo:

Cartogramas: São ilustrações relativas a cartas geográficas (mapas). O objetivo desse gráfico é o de figurar os
dados estatísticos diretamente relacionados com áreas geográficas ou políticas.

Probabilidades: conceito, axiomas e distribuições (binominal, normal, poisson, qui-quadrado)

O cálculo das probabilidades pertence ao campo da Matemática, entretanto a maioria dos fenômenos de que
trata a Estatística são de natureza aleatória ou probabilística. O conhecimento dos aspectos fundamentais do
cálculo da probabilidades é uma necessidade essencial para o estudo da Estatística Indutiva ou Inferencial.

Conceito de Probabilidade

Chamamos de probabilidade de um evento A (sendo que A está contido no Espaço amostral) o número real

P(A) , tal que : número de casos favoráveis de A / número total de casos

OBS: Quando todos os elementos do Espaço amostral tem a mesma chance de acontecer, o espaço amostral
é chamado de conjunto equiprovável.

Apostilas Aprendizado Urbano 73


Exemplos:

1- No lançamento de uma moeda qual a probabilidade de obter cara em um evento A ?

S = { ca, co } = 2 A = {ca} = 1 P(A) = 1/2 = 0,5 = 50%

2- No lançamento de um dado qual a probabilidade de obter um número par em um evento A ?

S = { 1,2,3,4,5,6 } = 6 A = { 2,4,6 } = 3 P(A) = 3/6 = 0,5 = 50%

3- No lançamento de um dado qual a probabilidade de obter um número menor ou igual a 6 em um evento


A?

S = { 1,2,3,4,5,6 } = 6 A = { 1,2,3,4,5,6 } = 6 P(A) = 6/6 = 1,0 = 100%

Obs: a probabilidade de todo evento certo = 1 ou 100%.

4- No lançamento de um dado qual a probabilidade de obter um número maior que 6 em um evento A ?

S = { 1,2,3,4,5,6 } = 6 A={ }=0 P(A) = 0/6 = 0 = 0%

Obs: a probabilidade de todo evento impossível = 0 ou 0%

Eventos Complementares

Sabemos que um evento pode ocorrer ou não. Sendo p a probabilidade de que ele ocorra (sucesso) e q a
probabilidade de que ele não ocorra (insucesso), para um mesmo evento existe sempre a relação:

p+q=1

Obs:Numa distribuição de probabilidades o somatório das probabilidades atribuídas a cada evento


elementar é igual a 1 onde p1 + p2 + p3 + ... + pn = 1 .

Exemplos:

1-Sabemos que a probabilidade de tirar o nº 4 no lançamento de um dado é p = 1/6. logo, a probabilidade de


não tirar o nº 4 no lançamento de um dado : q = 1 - p ou q = 1 - 1/6 = 5/6.

2-Calcular a probabilidade de um piloto de automóveis vencer uma dada corrida, onde as suas "chances",
segundo os entendidos, são de "3 para 2". Calcule também a probabilidade dele perder:

O termo "3 para 2" significa : De cada 5 corridas ele ganha 3 e perde 2. Então p = 3/5 (ganhar) e q=
2/5 (perder).

3-Uma dado foi fabricado de tal forma que num lançamento a probabilidade de ocorrer um número par é o
dobro da probabilidade de ocorrer número ímpar na face superior, sendo que os três números pares
ocorrem com igual probabilidade, bem como os três números ímpares. Determine a probabilidade de
ocorrência de cada evento elementar:

4-Seja S = {a,b,c,d} . Consideremos a seguinte distribuição de probabilidades: P(a) = 1/8 ; P(b) = 1/8 ; P(c) =
1/4 e P(d) = x . Calcule o valor de x :

Apostilas Aprendizado Urbano 74


5- As chances de um time de futebol T ganhar o campeonato que está disputando são de "5 para 2".
Determinar a probabilidade de T ganhar e a probabilidade de T perder :

6- Três cavalos C1,C2 e C3 disputam um páreo, onde só se premiará o vencedor. Um conhecedor dos 3
cavalos afirma que as "chances" de C1 vencer são o dobro das de C2,e que C2 tem o triplo das "chances" de
C3. Calcule as probabilidades de cada cavalo vencer o páreo:

Eventos Independentes

Quando a realização ou não realização de um dos eventos não afeta a probabilidade da realização do outro e
vice-versa.

Exemplo: Quando lançamos dois dados, o resultado obtido em um deles independe do resultado obtido no
outro. Então qual seria a probabilidade de obtermos, simultaneamente, o nº 4 no primeiro dado e o nº 3 no
segundo dado ?

Assim, sendo P1 a probabilidade de realização do primeiro evento e P2 a probabilidade de realização do


segundo evento, a probabilidade de que tais eventos se realizem simultaneamente é dada pela fórmula:

P(1 n 2) = P(1 e 2) = P(1) x P(2)

P1 = P(4 dado1) = 1/6 P2 = P(3 dado2) = 1/6

P total = P (4 dado1) x P (3 dado2) = 1/6 x 1/6 = 1/36

Eventos Mutuamente Exclusivos

Dois ou mais eventos são mutuamente exclusivos quando a realização de um exclui a realização do(s)
outro(s). Assim, no lançamento de uma moeda, o evento "tirar cara" e o evento "tirar coroa" são
mutuamente exclusivos, já que, ao se realizar um deles, o outro não se realiza.

Se dois eventos são mutuamente exclusivos , a probabilidade de que um ou outro se realize é igual à soma
das probabilidades de que cada um deles se realize:

P(1 U 2) = P(1 ou 2) = P(1) + P(2)

Exemplo: No lançamento de um dado qual a probabilidade de se tirar o nº 3 ou o nº 4 ?

Os dois eventos são mutuamente exclusivos então: P = 1/6 + 1/6 = 2/6 = 1/3

Obs: Na probabilidade da união de dois eventos A e B, quando há elementos comuns, devemos excluir as
probabilidades dos elementos comuns a A e B (elementos de A n B ) para não serem computadas duas vezes.
Assim P(A U B) = P(A) + P(B) - P(A n B)

Exemplo: Retirando-se uma carta de um baralho de 52 cartas, qual a probabilidade da carta retirada ser ou
um ÁS ou uma carta de COPAS ?

P(ÁS U Copas) = P(ÁS) + P(Copas) - P(ÁS n Copas) = 4/52 + 13/52 - 1/52 = 16/52

Os axiomas da probabilidade formam a base para a teoria da probabilidade matemática. O cálculo de

Apostilas Aprendizado Urbano 75


probabilidades pode ser frequentemente determinado pelo uso da análise combinatória ou pela aplicação
direta dos axiomas. As aplicações da probabilidade vão muito além da estatística, que é geralmente baseada
na ideia de distribuições de probabilidade e do teorema do limite central.
Para dar um significado matemático à probabilidade, considere um jogo de cara ou coroa. Intuitivamente, a
probabilidade de dar cara, qualquer que seja a moeda, é "obviamente 50%"; porém, esta afirmação por si só
deixa a desejar quanto ao rigor matemático - certamente, enquanto se pode esperar que, ao jogar essa moeda
10 vezes, teremos 5 caras e 5 coroas, não há garantiasde que isso ocorrerá; é possível, por exemplo,
conseguir 10 caras sucessivas. O que então o número "50%" significaria nesse contexto?
Uma proposta é usar a lei dos grandes números. Neste caso, assumimos que é exequível fazer qualquer
número de arremessos da moeda, com cada resultado sendo independente - isto é, o resultado de cada
jogada não é afetado pelas jogadas anteriores. Se executarmos N jogadas, e seja NH o número de vezes que a
moeda deu cara, então pode-se considerar, para qualquer N, a razão NH/N.
Quando N se tornar cada vez maior, pode-se esperar que, em nosso exemplo, a razão NH/N chegará cada
vez mais perto de 1/2. Isto nos permite "definir" a probabilidade Pr(H) das caras como o limite matemático,
com N tendendo ao infinito, desta sequência de quocientes:

Na prática, obviamente, não se pode arremessar uma moeda uma infinidade de vezes; por isso, em geral,
esta fórmula se aplica melhor a situações nas quais já se tem fixada uma probabilidadea priori para um
resultado particular (no nosso caso, nossa convenção é a de que a moeda é uma moeda "honesta"). A lei dos
grandes números diz que, dado Pr(H) e qualquer número arbitrariamente pequeno ε, existe um
número n tal que para todo N > n,

Em outras palavras, ao dizer que "a probabilidade de caras é 1/2", queremos dizer que, se jogarmos nossa
moeda tantas vezes o bastante, eventualmente o número de caras em relação ao número total de jogadas
tornar-se-á arbitrariamente próximo de 1/2; e permanecerá ao menos tão próximo de 1/2 enquanto se
continuar a arremessar a moeda.
Observe que uma definição apropriada requer a teoria da medida, que provê meios de cancelar aqueles
casos nos quais o limite superior não dá o resultado "certo", ou é indefinido pelo fato de terem uma medida
zero.
O aspecto a priori desta proposta à probabilidade é algumas vezes problemática quando aplicado a situações
do mundo real. Por exemplo, na peça Rosencrantz e Guildenstern estão mortos, deTom Stoppard, uma
personagem arremessa uma moeda que sempre dá caras, uma centena de vezes. Ele não pode decidir se isto
é apenas um evento aleatório - além do mais, é possível, porém improvável, que uma moeda honesta
pudesse dar tal resultado - ou se a hipótese de que a moeda é honesta seja falsa.

Distribuições (binominal, normal, poisson, qui-quadrado)

Apostilas Aprendizado Urbano 76


Distribuição Binomial
Vamos imaginar fenômenos cujos resultados só podem ser de dois tipos, um dos quais é considerado como
sucesso e o outro insucesso. Este fenômeno pode ser repetido tantas vezes quanto se queira (n vezes), nas
mesmas condições. As provas repetidas devem ser independentes, isto é, o resultado de uma não deve afetar
os resultados das sucessivas. No decorrer do experimento, a probabilidade p do sucesso e a probabilidade de
q (q = 1 - p) do insucesso manter-se-ão constantes. Nessas condições X é uma variável aleatória discreta que
segue uma distribuição binomial.

P(x) =

P(x) = é a probabilidade de que o evento se realize x vezes em n provas.

p = é a probabilidade de que o evento se realize em uma só prova = sucesso.

q = é a probabilidade de que o evento não se realize no decurso dessa prova = insucesso.

OBS: O nome binomial é devido à fórmula, pois representa o termo geral do desenvolvimento do binômio
de Newton.

Exemplos:

1- Uma moeda é lançada 5 vezes seguidas e independentes. Calcule a probabilidade de serem obtidas 3 caras
nessas 5 provas.

n=5 x = 3 p = 1/2 q = 1 - (1/2) = 1/2 P(x=3) = 5/16

2- Dois times de futebol, A e B, jogam entre si 6 vezes. Encontre a probabilidade de o time A ganhar 4
jogos.

3- Determine a probabilidade de obtermos exatamente 3 caras em 6 lances de uma moeda.

4- Jogando-se um dado três vezes, determine a probabilidade de se obter um múltiplo de 3 duas vezes.

5- Dois times de futebol, A e B, jogam entre si 6 vezes. Encontre a probabilidade de o time A :

a- ganhar dois ou três jogos;

b- ganhar pelo menos um jogo;

6- A probabilidade de um atirador acertar o alvo é 2/3. Se ele atirar 5 vezes, qual a probabilidade de acertar
exatamente 2 tiros ?

7- Seis parafusos são escolhidos ao acaso da produção de certa máquina, que apresenta 10% de peças
defeituosas. Qual a probabilidade de serem defeituosos dois deles ?

DISTRIBUIÇÃO NORMAL

Apostilas Aprendizado Urbano 77


Entre as distribuições teóricas de variável aleatória contínua, uma das mais empregadas é a distribuição
Normal.

Muitas das variáveis analisadas na pesquisa sócio-econômica correspondem à distribuição normal ou dela se
aproximam.

Propriedades da distribuição normal :

1ª - A variável aleatória X pode assumir todo e qualquer valor real.

2ª - A representação gráfica da distribuição normal é uma curva em forma de sino, simétrica em torno da
média, que recebe o nome de curva normal ou de Gauss.

3ª - A área total limitada pela curva e pelo eixo das abscissas é igual a 1, já que essa área corresponde à
probabilidade de a variável aleatória X assumir qualquer valor real.

4ª - A curva normal é assintótica em relação ao eixo das abscissas, isto é, aproxima-se indefinidamente do
eixo das abscissas sem, contudo, alcançá-lo.

5ª - Como a curva é simétrica em torno da média, a probabilidade de ocorrer valor maior que a média é
igual à probabilidade de ocorrer valor menor do que a média, isto é, ambas as probabilidades são iguais a 0,5
ou 50%. Cada metade da curva representa 50% de probabilidade.

Quando temos em mãos uma variável aleatória com distribuição normal, nosso principal interesse é obter a
probabilidade de essa variável aleatória assumir um valor em um determinado intervalo. Vejamos com
proceder, por meio de um exemplo concreto.

Exemplo: Seja X a variável aleatória que representa os diâmetros dos parafusos produzidos por certa
máquina. Vamos supor que essa variável tenha distribuição normal com média = 2 cm e desvio padrão =
0,04 cm. Qual a probabilidade de um parafuso ter o diâmetro com valor entre 2 e 2,05 cm ?

P ( 2 < X < 2,05) = ?

Com o auxílio de uma distribuição normal reduzida, isto é, uma distribuição normal de média = 0 e desvio
padrão = 1. Resolveremos o problema através da variável z , onde z = (X - )/S

Utilizaremos também uma tabela normal reduzida, que nos dá a probabilidade de z tomar qualquer valor
entre a média 0 e um dado valor z, isto é: P ( 0 < Z < z)

Temos, então, que se X é uma variável aleatória com distribuição normal de média e desvio padrão S,
podemos escrever: P( < X < x ) = P (0 < Z < z)

No nosso problema queremos calcular P(2 < X < 2,05). para obter essa probabilidade, precisamos, em
primeiro lugar, calcular o valor de z que corresponde a x = 2,05

z = (2,05 - 2) / 0,04 = 1,25

Utilização da Tabela Z

Apostilas Aprendizado Urbano 78


Procuremos, agora, na tabela Z o valor de z = 1,25

Na primeira coluna encontramos o valor até uma casa decimal = 1,2. Em seguida, encontramos, na primeira
linha, o valor 5, que corresponde ao último algarismo do número 1,25. Na intersecção da linha e coluna
correspondentes encontramos o valor 0,3944, o que nos permite escrever:

P (0 < Z < 1,25 ) = 0,3944 ou 39,44 %, assim a probabilidade de um certo parafuso apresentar um diâmetro
entre a média = 2cm e x = 2,05 cm é de 39,44 %.

Exercícios:

1- Determine as probabilidades:

a) P(-1,25 < Z < 0) =

b) P(-0,5 < Z < 1,48) =

c) P(0,8 < Z < 1,23) =

d) P(-1,25 < Z < -1,20) =

e) P( Z < 0,92) =

f) P(Z > 0,6) =

2- Os salários dos bancários são distribuídos normalmente, em torno da média R$ 10.000,00, com desvio
padrão de R$ 800,00. Calcule a probabilidade de um bancário ter o salário situado entre R$ 9.800,00 e R$
10.400,00.

Devemos inicialmente calcular os valores z1 e z2,

z1 = (9800 - 10000) / 800 = -0,25 e z2 = (10400 - 10000) / 800 = 0,5

P( 9800 < X < 10400) = P(-0,25 < Z < 0,5) =

P(-0,25 < Z < 0) + P(0 < Z < 0,5) = 0,0987 +0,1915 = 0,2902 ou 29,02 %

3- Um teste padronizado de escolaridade tem distribuição normal com média = 100 e desvio padrão = 10.
Determine a probabilidade de um aluno submetido ao teste ter nota :

a) maior que 120

b)maior que 80

c)entre 85 e 115

d)maior que 100

Distribuição de Poisson

Apostilas Aprendizado Urbano 79


Considere as situações em que se avalia o número de ocorrências de um determinado evento por unidade de
tempo, de comprimento, de área ou de volume (genericamente denominados de área de oportunidade). Em
muitos casos, conhece-se o número de sucessos, mas às vezes é muito difícil ou até mesmo impossível
determinar o número de fracassos. Imagine o número de automóveis que passam por uma esquina: pode-se
anotar o número de veículos que passaram num determinado intervalo de tempo, mas não se pode
determinar quantos deixaram de passar.

A distribuição de Poisson é aplicada nos tipos de situações em que nos interessa o número de vezes em que
um evento pode ocorrer durante um intervalo de tempo ou em determinado ambiente físico (área de
oportunidade). Tomando como referência o número de ocorrências em determinado intervalo de tempo,
em um processo de Poisson podem ser observados eventos discretos num intervalo de tempo, de tal forma
que, reduzindo suficientemente este intervalo, tenhamos:

HIPÓTESES DO MODELO DE POISSON


1. A probabilidade de observar apenas um sucesso no intervalo é estável.
2. A probabilidade de observar mais que um sucesso no intervalo é zero.
3. A ocorrência de um sucesso em qualquer intervalo é independente da ocorrência de sucesso em qualquer
outro intervalo.

A distribuição de Poisson é caracterizada apenas pelo parâmetro λ, que representa o valor esperado ou
média, do número de sucessos por intervalo t. Em outras palavras, λ é a taxa de ocorrência dos eventos no
intervalo de tempo.
A função de probabilidade da distribuição de Poisson é : e− λλx
P{X = x} =
x!
onde:
e é uma constante (base do logarítmo neperiano) valendo aproximadamente 2,718...
λ é o número esperado de sucessos no intervalo considerado
x é o número de sucessos (x = 0, 1, 2, ...,∞.)

Distribuição Qui-Quadrado
É um modelo de distribuição contínua muito importante para a teoria da inferência estatística.
Considere x1, x2, x3 ...xp, “n” variáveis aleatórias independentes, normalmente distribuídas com média zero e
variância 1, ou seja, “n” variáveis tipo normal padrão.
Define-se a variável aleatória com distribuição Qui-Quadrado como: n

n2 = x12 + x22 + x32 + ... + xn2 ou


χ 2
n = ∑i= 1 zi2

onde “n” é um parâmetro da função densidade de probabilidade denominado grau de liberdade e


geralmente denotado pela letra grega  (lê-se fi), ou eventualmente por gl.

CARACTERÍSTICAS DA DISTRIBUIÇÃO QUI-QUADRADO

Apostilas Aprendizado Urbano 80


1. n2  0
2. Média = n
3. Variância = 2n
4. A função densidade de probabilidade está representada graficamente para alguns valores de n:

Observe que à medida que n cresce, a função de densidade de probabilidade tende à forma da FUNÇÃO
NORMAL.

TABELA QUI-QUADRADO
A tabela do Qui-Quadrado em função do grau de liberdade n, apresenta o valor numérico da VA que deixa
à sua direita determinada área α, ou seja α = P(X  x)

Para cálculo da probabilidade P(X  x), ou seja, área na cauda esquerda da distribuição, utiliza-se a
propriedade P(X  x) = 1 – P(X  x) = 1 – α, conforme ilustrado abaixo.

1. O valor à direita, chamado qui-quadrado superior,


é obtido na tabela com n =12 e α =0,025.
Logo, x2 = 23,34

2. O valor da abscissa à esquerda, chamado


qui-quadrado inferior, é obtido da tabela
com n =12 e α =1 - 0,025, portanto α =0,975.
Logo, x2 = 4,40

Apostilas Aprendizado Urbano 81


Inferência estatística

A Inferência Estatística consiste de procedimentos para fazer generalizações sobre as características de uma
população a partir da informação contida na amostra.
O que é? Quando se utiliza? Para que serve?

* É um processo de raciocínio indutivo, em que se procuram tirar conclusões indo do particular, para o
geral. É um tipo de raciocínio contrário ao tipo de raciocínio matemático, essencialmente dedutivo.
* Utiliza-se quando se pretende estudar uma população, estudando só alguns elementos dessa população, ou
seja, uma amostra.
* Serve para, a partir das propriedades verificadas na amostra, inferir propriedades para a população

Amostragem: amostras casuais e não casuais. Processos de amostragem, incluindo estimativas de


parâmetros. Intervalos de confiança.

Como podemos determinar quantas pessoas em uma população apresentam certa característica? Por
exemplo, quantos eleitores apoiam um candidato à presidência? Ou então, da população de determinado
estado, quantas pessoas são crianças, quantas vivem em centros urbanos, quantas estão desempregadas?
Uma forma de responder a essas questões consiste em entrevistar todas as pessoas. Mas este é um processo
demorado e caro.
Outro processo possível consiste então em consultar um grupo de pessoas, que constituem um amostra. Se
a amostra representa de fato toda a população, podemos utilizar as características dos seus elementos para
estimar as características de toda população.

Distinguiremos dois tipos de amostragem: a probabilística e a não-probabilística. A amostragem será


probabilística se todos os elementos da população tiverem probabilidade conhecida, e diferente de zero, de
pertencer à amostra. Caso contrário, a amostragem será não probabilística.
Segundo essa definição, a amostragem probabilística implica um sorteio com regras bem determinadas, cuja
realização só será possível se a população for finita e totalmente acessível.
Exemplo: Numa empresa deseja-se escolher 3 diretores entre seus chefes executivos. A escolha é aleatória
e não depende do prestígio, da capacidade, dos anos de serviço, etc. Temos uma amostragemprobabilística.
As técnicas da estatística pressupõem que as amostras utilizadas sejam probabilísticas, o que muitas
vezes não se pode conseguir. No entanto o bom senso irá indicar quando o processo de amostragem,
emboranão sendo probabilístico, pode ser, para efeitos práticos, considerado como tal. Isso amplia
consideravelmente as possibilidades de utilização do método estatístico em geral.
A utilização de uma amostragem probabilística é a melhor recomendação que se deve fazer no sentido de se
garantir a representatividade da amostra, pois o acaso será o único responsável por eventuais discrepâncias
entre população e amostra, o que é levado em consideração pelos métodos de análise da Estatística Indutiva.

Apostilas Aprendizado Urbano 82


A amostra casual simples é composta por elementos retirados ao acaso da população. Então todo elemento
da população tem igual probabilidade de ser escolhido para a mostra. Um exemplo ajuda a entender essa
técnica de amostragem.
Imagine que um professor quer obter uma mostra casual simples dos alunos de sua escola. Para isso, pode
organizar um sorteio com fichas numeradas, de zero a nove. Para fazer o sorteio, o professor retira uma
ficha de uma urna e anota o número. Esse número será o primeiro dígito do número do aluno que será
sorteado para a amostra. Feito isso, o professor recoloca a ficha na urna, mistura, retira outra ficha e anota o
número, que será o segundo dígito do número do aluno que será sorteado para a amostra. Esse
procedimento deve ser repetido até que sejam retirados todos os dígitos do número do aluno sorteado.
Se a escola tem, por exemplo, 832 alunos, os números dos alunos têm três dígitos. Para sortear um aluno, é
preciso retirar três fichas da urna, uma de cada vez, sempre lembrando que a ficha retirada deve ser
recolocada na urna antes de nova retirada. O número de um dos alunos sorteados poderia ser, por exemplo,
377 assim obtido:

Primeira ficha: 3
Segunda ficha: 7
Terceira ficha: 7

É claro que devem ser desprezados números maiores do que 832 (se a escola tem 832 alunos, nenhum aluno
recebeu número maior do que 832), números que já foram sorteados e o número 000. O professor sorteia
tantos números quantos são os alunos que ele quer na amostra.

A amostra não-casual é a amostra não probabilística.

Processos de amostragem, incluindo estimativas de parâmetros

 Amostragem por conglomerado


A população é dividida em diferentes conglomerados (grupos), extraindo-se uma amostra apenas dos
conglomerados selecionados, e não de toda a população. O ideal seria que cada conglomerado representasse
tanto quanto possível o total da população. Na prática, selecionam-se os conglomerados geograficamente.
Escolhem-se aleatoriamente algumas regiões, em seguida algumas sub-regiões e finalmente, alguns lares.
Esse processo possibilita ao pesquisador entrevistar apenas poucas pessoas.

 Amostragem Estratificada
Se a população pode ser dividida em subgrupos que consistem, todos eles, em indivíduos bastante
semelhantes entre si, pode-se obter uma amostra aleatória de pessoas em cada grupo. Esse processo pode
gerar amostras bastante precisas, mas só é viável quando a população pode ser dividida em grupos
homogêneos.

Apostilas Aprendizado Urbano 83


 Amostragem Aleatória Simples
A amostragem aleatória simples é a maneira mais fácil para selecionarmos uma amostra probabilística de
um população. Comecemos introduzindo o conceito de AAS de uma população finita, para a qual temos
uma listagem de todas as unidades elementares. Podemos obter uma amostra nessas condições, escrevendo
cada elemento num cartão, misturando-os numa urna e sorteando tantos cartões quantos desejarmos na
amostra. Esse procedimento torna-se inviável quando a população é muito grande. Nesse caso, usa-se um
processo alternativo, no qual os elementos são numerados e em seguida sorteados por meio de uma tabela
de números aleatórios.
Utilizando-se um procedimento aleatório, sorteia-se um elemento da população, sendo que todos os
elementos têm a mesma probabilidade de ser selecionados. Repete-se o procedimento até que sejam
sorteadas as unidades da amostra.
Podemos ter uma AAS com reposição, se for permitido que uma unidade possa ser sorteada mais de uma
vez, e sem reposição, se a unidade sorteada for removida da população.
Do ponto de vista da quantidade de informação contida na amostra, amostrar sem reposição é mais
adequado. Contudo, a amostragem com reposição conduz a um tratamento teórico mais simples, pois ela
implica que tenhamos independência entre as unidades selecionadas. Essa independência facilita o
desenvolvimento das propriedades dos estimadores que serão considerados.
Se a população for infinita então as retiradas com e sem reposição serão equivalentes, isto é, se a população
for infinita (ou então muito grande), o fato de se recolocar o elemento retirado de volta na população não
vai afetar em nada a probabilidade de extração do elemento seguinte.
Se, no entanto, a população for finita (e pequena) será necessário fazer uma distinção entre os dois
procedimentos, pois na extração com reposição as diversas retiradas serão independentes, mas no processo
sem reposição haverá dependência entre as retiradas, isto é, o fato de não recolocar o elemento retirado
afeta a probabilidade do elemento seguinte ser retirado. A amostragem sem reposição é mais eficiente que
aamostragem com reposição e reduz a variabilidade uma vez que não é possível retirar elementos extremos
mais do que uma vez.

 Amostragem Sistemática
Quando os elementos da população se apresentam ordenados e a retirada dos elementos da amostra é feita
periodicamente, temos uma amostragem sistemática. Assim, por exemplo, em uma linha de produção,
podemos, a cada dez itens produzidos, retirar um para pertencer a uma amostra da produção diária.

Amostras não-probabilísticas são também, muitas vezes, empregados em trabalhos estatísticos, por
simplicidade ou por impossibilidade de se obterem amostras probabilísticas, como seria desejável. No
entantoprocessos não-probabilísticos de amostragem têm também sua importância. Sua utilização,
entretanto, deve ser feita com cuidado.

Apresentamos a seguir algumas técnicas de amostragem não-probabilística.

Apostilas Aprendizado Urbano 84


 Inacessibilidade a toda população
Esta situação ocorre com muita freqüência na prática. Por exemplo, seja a população que nos interessa
constituída de todas as peças produzidas por certa máquina. Ora, mesmo estando a máquina em
funcionamento normal, existe uma parte da população que é formada pelas peças que ainda vão ser
produzidas. Ou então se nos interessar a população de todos os portadores de febre tifóide, estaremos diante
de um caso semelhante. Deve-se notar que, em geral, estudos realizados com base nos elementos da
população amostrada terão, na verdade, seu interesse de aplicação voltado para os elementos restantes da
população.
Este caso de amostragem não-probabilística pode ocorrer também quando, embora se tenha a possibilidade
de atingir toda a população, retiramos a amostra de uma parte que seja prontamente acessível. Assim, se
fôssemos recolher uma amostra de um monte de minério, poderíamos por simplificação retirar a amostra de
uma camada próxima da superfície do monte, pois o acesso as porções interiores seria problemático.

 Amostragem a esmo
É a amostragem em que o amostrador, para simplificar o processo, procura ser aleatório sem, no entanto,
realizar propriamente o sorteio usando algum dispositivo aleatório confiável. Por exemplo, se desejarmos
retirar uma amostra de 100 parafusos de uma caixa contendo 10.000, evidentemente não faremos uma AAS,
pois seria muito trabalhosa, mas retiramos simplesmente a esmo.
Os resultados da amostragem a esmo são, em geral, equivalentes aos da amostragem probabilística se a
população é homogênea e se não existe a possibilidade de o amostrador ser inconscientemente influenciado
por alguma característica dos elementos da população.

 Amostragens intencionais
Enquadram-se aqui os diversos casos em que o amostrador deliberadamente escolhe certos elementos para
pertencer à amostra, por julgar tais elementos bem representativos. O perigo desse tipo de amostragemé
grande, pois o amostrador pode facilmente se enganar em seu pré-julgamento.

 Amostragem por voluntários


Ocorre, por exemplo, no caso da aplicação experimental de uma nova droga em pacientes, quando a ética
obriga que haja concordância dos escolhidos.

Distribuições Amostrais

O conceito de distribuição de probabilidade de uma variável aleatória será agora utilizado para caracterizar

Apostilas Aprendizado Urbano 85


a distribuição dos diversos valores de uma variável em uma população.
Ao retirar uma amostra aleatória de uma população estaremos considerando cada valor da amostra como
um valor de uma variável aleatória cuja distribuição de probabilidade é a mesma da população no instante
da retirada desse elemento para a amostra.
Em conseqüência do fato de os valores da amostra serem aleatórios, decorre que qualquer quantidade
calculada em função dos elementos da amostra também será uma variável aleatória.

Parâmetros – são valores teóricos correspondentes a população.

Estatísticas – são funções dos valores amostrais.

As estatísticas, sendo variáveis aleatórias, terão alguma distribuição de probabilidade, com uma média,
variância, etc. A distribuição de probabilidade de uma estatística chama-se comumente distribuição
amostral ou distribuição por amostragem.

Estimação

A inferência estatística tem por objetivo fazer generalizações sobre uma população, com base nos dados de
amostra. Um dos itens básicos nesse processo é a estimação de parâmetros. A estimação pode ser por ponto
ou por intervalo.

 Estimativa por Ponto: é a estimativa de um parâmetro populacional por um único valor.


 Estimativa por Intervalo: consiste em um intervalo em torno da estimativa por ponto de tal forma que
ele possua probabilidade conhecida (nível de confiança (1-)) de conter o verdadeiro valor do parâmetro.
Este intervalo é conhecido por intervalo de confiança (IC).

Intervalo de confiança para a média  de uma população


Os intervalos de confiança para a média são tipicamente construídos com o estimador no centro do
intervalo.

1- Quando  é conhecido:
Quando o uso da distribuição normal está garantido, o intervalo de confiança para a média é determinado
por:

IC = ( - z ; + z ) ou

Apostilas Aprendizado Urbano 86


IC = ( - z ; + z )

no caso de população finita de tamanho N e amostragem sem reposição.

Os intervalos de confiança mais freqüentemente utilizados são os de 90%, 95% e 99%.


z (1-)
1,65 0,90
1,96 0,95
2,58 0,99

Matemática Financeira

Juros

Podemos definir juros como o rendimento de uma aplicação financeira, valor referente ao atraso no
pagamento de uma prestação ou a quantia paga pelo empréstimo de um capital.

Existem dois tipos de juros:


Os Juros Simples - São acréscimos que são somados ao capital inicial no final da aplicação
Juros Compostos - São acréscimos que são somados ao capital, ao fim de cada período de aplicação,
formando com esta soma um novo capital.
Capital ou Valor Principal é o valor que é financiado, seja na compra de produtos ou empréstimos em
dinheiro.
A grande diferença dos juros é que no final das contas quem financia por juros simples obtém um montante
(valor total a pagar) inferior ao que financia por juros compostos.

Apostilas Aprendizado Urbano 87


Transformando toda esta definição em fórmula:

J = P.i.n

Onde:

J = Juros
P = Principal (capital)
I = Taxa de juros
N = Número de período

Exemplos de fixação Juros Simples

a) Um funcionário tem uma dívida de R$ 500,00 que de ser paga com juros de 6% a.m pelo sistema de juros
simples e este deve fazer o pagamento em 03 meses.

Aplicando a fórmula de juros simples

J = P.i.n

Substituindo valores :

J = 500 x 0,06 x 3 = R$ 90,00


O montante total será de R$ 590,00
Ou seja,
Montante = Principal + Juros
Montante = Principal + (Principal x Taxa de juros x Número de períodos)

Assim sendo, a fórmula do montante é :

M=P.(1+(i.n))

Apostilas Aprendizado Urbano 88


b) Calcule o montante resultante da aplicação de R$ 60.000,00 à taxa de 9,5% a.a durante 120 dias.
Aplicando a fórmula de montante

M=P.(1+(i.n))

Substituindo os valores:
M = 60.000 x [1 + (9,5/100).(120/360)] = R$ 61.896,00

Vale observar que é expresso a taxa “i” e o período “n”, na mesma unidade de tempo (anos). Por tanto é
preciso dividir 120/360, para se obter o valor equivalente em anos, levando-se em consideração que o ano
comercial são 360 dias

Exercícios de fixação

Nos exercícios anteriores vimos apenas exemplos práticos de uso das fórmulas, agora serão vistos exercícios
com as respectivas respostas e algumas ocasiões de aplicações.

1) Calcular os juros simples de R$ 1.500,00 a 13 % a.a. por 2 anos..


Escrevendo a fórmula

J = P.i.n

j = 1.500 x 0,13 x 2 = R$ 390,00

2) Calcular os juros simples produzidos por R$20.000,00, aplicados à taxa de 32% a.a., durante 155 dias.

Escrevendo a fórmula
J = P.i.n

Apostilas Aprendizado Urbano 89


Calculando o tempo da taxa = 32% a.a equivale a 32%/360 dias = 0,088 a.d
Desta forma como a taxa e o período estão convertidos à mesma unidade de tempo (dias), podemos usar a
fórmula e efetuar o cálculo diretamente:

J = 20.000 x 0,088 x 155 = R$ 2.728,00

3) Qual o capital que aplicado a juros simples de 1,5% a.m. rende R$2.600,00 de juros em 90 dias?

Escrevendo a fórmula
J = P.i.n

Temos imediatamente: J = P.i.n, ou seja: 2.600 = P.(1,5/100).(90/30)


Observe que expressamos a taxa i e o período n em relação à mesma unidade de tempo, ou seja, meses.
Assim:
2.600 = P. 0,015 . 3 = P . 0,045

Na sequência, temos:
P = 2.600 / 0,045 = R$ 57.777,77

4) Se a taxa de uma aplicação é de 130% ao ano, quantos meses serão necessários para dobrar um capital
aplicado através de capitalização simples?

Escrevendo a fórmula de Juros para Fixação


J = P.i.n
(não será usada neste exercício)

Escrevendo a fórmula de Montante para Fixação


M = P (1 + i.n)

Objetivo final: M = 2.P


Dados do problema: i = 130/100 = 1,3

Resolução:

Apostilas Aprendizado Urbano 90


2P = P (1 + 1,3 n)
2 = 1 + 1,3. n
n =0, 869, arredondado = 8 meses

Taxa Real: Taxa Real é a taxa efetiva corrigida pela taxa inflacionária do período da operação.

Taxa Efetiva: A taxa Efetiva é quando o período de formação e incorporação dos juros ao Capital coincide
com aquele a que a taxa está referida.
Exemplos:
1.120% ao mês com capitalização mensal.
2.450% ao semestre com capitalização semestral.
3.1300% ao ano com capitalização anual.
Conexão entre as taxas real, efetiva e de inflação: A taxa Real não é a diferença entre a taxa efetiva e a taxa
da inflação. Na realidade, existe uma ligação íntima entre as três taxas, dadas por:
1+iefetiva = (1+ireal) (1+iinflação)

Exemplo: Se a taxa de inflação mensal foi de 30% e um valor aplicado no início do mês produziu um
rendimento global de 32,6% sobre o valor aplicado, então o resultado é igual a 1,326 sobre cada 1 unidade
monetária aplicada. Assim, a variação real no final deste mês, será definida por:
vreal = 1 + ireal
que pode ser calculada por:
vreal = resultado / (1 + iinflação)
isto é:
vreal = 1,326 / 1,3 = 1,02
o que significa que a taxa real no período, foi de:
ireal = 2%

Aplicação em caderneta de poupança: Se o governo anuncia que a Caderneta de Poupança proporciona um


rendimento real de 0,5% ao mês (=0,005), significa que o seu dinheiro deve ser corrigido pela taxa da
inflação iinflação, isto é, deve ser multiplicado por 1 + iinflação e depois multiplicado por 1+0,5%=1,005.
Exemplo: Se uma pessoa possuia numa caderneta de poupança o valor de CR$ 670.890,45 no dia 30/04/93 e
a taxa da inflação desde esta data até 30/05/93 foi de 35,64% entao ele terá em sua conta no dia 30/05/93, o
valor de:

Apostilas Aprendizado Urbano 91


V = 670.890,45 x 1,3564 x 1,005 = 914.545,77
Taxas equivalentes
Duas taxas i1 e i2 são equivalentes, se aplicadas ao mesmo Capital P durante o mesmo período de tempo,
através de diferentes sistemas de capitalização, produzem o mesmo montante final.
Exemplo: A aplicação de R$1.000,00 à taxa de 10% ao mês durante 3 meses equivale a uma única aplicação
com a taxa de 33,1% ao trimestre. Observemos o Fluxo de caixa da situação.

Tomando P=1.000,00; i1=0,1 ao mês e n1=3 meses, seguirá pela fórmula do Montante composto, que :
S1=P(1+i1)3=1000(1+0,1)3=1000.(1,1)3=1331,00
Tomando P=1.000,00; i2=33,1% ao trimestre e n2=1 trimestre e usando a fórmula do Montante composto,
teremos:
S2=C(1+i2)1=1000(1+0,331)=1331,00
Logo S1=S2 e a taxa de 33,1% ao trimestre é equivalente à taxa capitalizada de 10% ao mês no mesmo
trimestre.

Observação sobre taxas equivalentes: Ao afirmar que a taxa nominal de uma aplicação é de 300% ao ano
capitalizada mensalmente, estamos entendemos que a taxa é de 25% ao mês e que está sendo aplicada mês a
mês, porque:
i = 300/12 = 25
Analogamente, temos que a taxa nominal de 300% ao ano corresponde a uma taxa de 75% ao trimestre,
aplicada a cada trimestre, porque:
i = 300/4 = 75
É evidente que estas taxas não são taxas efetivas.

Cálculos de taxas equivalentes: Como vimos, taxas equivalentes são aquelas obtidas por diferentes processos
de capitalização de um mesmo Principal P para obter um mesmo montante S.
Consideraremos ia uma taxa ao ano e ip uma taxa ao período p, sendo que este período poderá ser: 1
semestre, 1 quadrimestre, 1 trimestre, 1 mês, 1 quinzena, 1 dia ou outro que se deseje. Deve ficar claro que
tomamos 1 ano como o período integral e que o número de vezes que cada período parcial ocorre em 1 ano
é indicado por Np.

Apostilas Aprendizado Urbano 92


Exemplo: 1 ano = 2 semestres = 3 quadrimestres = 4 trimestres = 12 meses = 24 quinzenas = 360 dias.
A fórmula básica que fornece a equivalência entre duas taxas é:
1 + ia = (1+ip)Np
onde

ia taxa anual
ip taxa ao período
Np número de vezes em 1 ano

Situações possíveis com taxas equivalentes

Fórmula Taxa Período Número de vezes


1+ia = (1+isem)2 isem semestre 2
1+ia = (1+iquad)3 iquad quadrimestre 3
1+ia = (1+itrim)4 itrim trimestre 4
1+ia = (1+imes)12 imes mês 12
1+ia = (1+iquinz)24 iquinz quinzena 24
1+ia = (1+isemana)24 isemana semana 52
1+ia = (1+idias)365 idias dia 365

Exemplo: Qual será a taxa efetiva que equivale à taxa de 12% ao ano capitalizada mês a mês?
Vamos entender a frase: "12% ao ano capitalizada mês a mês". Ela significa que devemos dividir 12% por 12
meses para obter a taxa que é aplicada a cada 1 mês. Se estivesse escrito "12% ao ano capitalizada
trimestralmente" deveriamos entender que a taxa ao trimestre seria igual a 12% dividido por 4 (número de
trimestres de 1 ano) que é 3%.
Vamos observar o fluxo de caixa da situação:

Solução: A taxa mensal é i1=12%/12=1%=0,01, assim a taxa efetiva pode ser obtida por
1+i2 = (1,01)12 = 1,1268247
logo
i2 = 0,1268247 = 12,68247%
Observação: Se iinflação=0, a taxa real equivale à taxa efetiva.
Exemplo: Qual é a taxa mensal efetiva que equivale à taxa de 12% ao ano? Neste caso, a fórmula a ser usada
é:
1+ia = (1 + imes)12
Como ia=12%=0,12 basta obter i(mes) com a substituição dos valores na fórmula acima para obter:

Apostilas Aprendizado Urbano 93


1,12 = [1 + i(mes)]12
Existem outras maneiras para resolver esta equação exponencial mas aplicaremos o logaritmo na base 10 a
ambos os lados da igualdade para obter:
log(1,12) = 12 log[1+i(mes)]
log(1,12)/12 = log[1 + i(mes)]
0,04921802267018/12 = log[1 + i(mes)]
0,004101501889182 = log[1+i(mes)]
assim
100,004101501889182 = 10log[1+i(mes)]
Desenvolvendo a potência obtemos:
1,009488792934 = 1 + i(mes)
0,009488792934 = i(mes)
i(mes) = 0,9488792934%

Aplicações e Operações com Inequações

Denominamos inequação toda sentença matemática aberta por uma desigualdade.As inequações do 1º grau
com uma variável podem ser escritas numa das seguintes formas:
, , , , como a e b reais . Exemplos:

Representação gráfica de uma inequação do 1º grau com duas variáveis


Método prático
•Substituímos a desigualdade por uma igualdade.
•Traçamos a reta no plano cartesiano.
•Escolhemos um ponto auxiliar, de preferência o ponto (0, 0) e verificamos se o mesmo satisfaz ou
não a desigualdade inicial.
Em caso positivo, a solução da inequação corresponde ao semiplano ao qual pertence o pontoauxiliar.
Em caso negativo, a solução da inequação corresponde ao semiplano oposto aquele ao qual pertence o
ponto auxiliar. Exemplos:
•Representamos graficamente a inequação

Apostilas Aprendizado Urbano 94


Tabela
x y (x, y)
0 4 (0, 4)
2 0 (2, 0)

Substituindo o ponto auxiliar (0, 0) na inequação


Verificamos:

(Afirmativa positiva, o ponto auxiliar satisfaz a inequação)


A solução da inequação corresponde ao semiplano ao qual pertence o ponto auxiliar (0, 0).

As inequações do 2º grau são resolvidas utilizando o teorema de Bháskara. O resultado deve ser comparado
ao sinal da inequação, com o objetivo de formular o conjunto solução.

Exemplo 1

Vamos resolver a inequação 3x² + 10x + 7 < 0.

S = {x ? R / –7/3 < x < –1}

Apostilas Aprendizado Urbano 95


Exemplo 2

Determine a solução da inequação –2x² – x + 1 ≤ 0.

S = {x ? R / x ≤ –1 ou x ≥ 1/2}

Exemplo 3

Determine a solução da inequação x² – 4x ≥ 0.

S = {x ? R / x ≤ 0 ou x ≥ 4}

Apostilas Aprendizado Urbano 96


Exemplo 4

Calcule a solução da inequação x² – 6x + 9 > 0.

S = {x ? R / x < 3 e x > 3}

Sequências e Progressões Aritméticas e Geométricas

Chamamos de progressão aritmética, ou simplesmente de PA, a toda seqüência em que cada número,
somado a um número fixo, resulta no próximo número da seqüência. O número fixo é chamado de razão da
progressão e os números da seqüência são chamados de termos da progressão.
Observe os exemplos:
50, 60, 70, 80 é uma PA de 4 termos, com razão 10.
3, 5, 7, 9, 11, 13 é uma PA de 6 termos, com razão 2.
-8, -5, -2, 1, 4 é uma PA de 5 termos, com razão 3.
156, 152, 148 é uma PA de 3 termos, com razão -4.
100, 80, 60, 40 é uma PA de 4 termos, com razão -20.
6, 6, 6, 6,..... é uma PA de infinitos termos, com razão 0.

Numa PA de 7 termos, o primeiro deles é 6, o segundo é 10. Escreva todos os termos dessa PA.
6, 10, 14, 18, 22, 26, 30

Apostilas Aprendizado Urbano 97


Numa PA de 5 termos, o último deles é 201 e o penúltimo é 187. Escreva todos os termos dessa PA.
145, 159, 173, 187, 201

Numa PA de 8 termos, o 3º termo é 26 e a razão é -3. Escreva todos os termos dessa PA.
32, 29, 26, 23, 20, 17, 14, 11

Numa PA, o 1º termo é 45 e o 2º termo é 80. Qual a razão dessa PA.

Numa PA, o 5º termo é -7 e o 6º termo é 15. Qual a razão dessa PA.

Símbolos usados nas progressões


Em qualquer seqüência, costumamos indicar o primeiro termo por a1, o segundo termo por a2, o terceiro
termo por a3, e assim por diante. Generalizando, o termo da seqüência que está na posição n é indicado por
an.

Veja alguns exemplos

Na PA 2, 12, 22, 32 temos: a1 = 2, a2 = 12, a3 = 22 e a4 = 32


Quando escrevemos que, numa seqüência, tem-se a5 = 7, por exemplo, observe que o índice 5 indica a
posição que o termo ocupa na seqüência. No caso, trata-se do 5º termo da seqüência. Já o símbolo a5 indica
o valor do termo que está na 5º posição. No caso o valor do quinto termo é 7.
A razão de uma PA é indicada por r, pois ela representa a diferença entre qualquer termo da PA e o termo
anterior.
Observe os exemplos:

Na PA 1856, 1863, 1870, 1877, 1884 a razão é r = 7, pois:


a2 – a1 = 1863 - 1856 = 7
a3 – a2 = 1870 – 1863 = 7
a4 – a3 = 1877 – 1870 = 7
a5 – a4 = 1884 – 1877 = 7

Na PA 20, 15, 10, 5 a razão é r = -5, pois:


a2 – a1 = 15 – 20 = -5

Apostilas Aprendizado Urbano 98


a3 – a2 = 10 – 15 = -5
a4 – a3 = 5 – 10 = -5

Classificação das progressões aritméticas

Uma PA é crescente quando cada termo, a partir do segundo, é maior que o termo que o antecede. Para que
isso aconteça é necessário e suficiente que a sua razão seja positiva.
Exemplo:
(7, 11, 15, 19,...) é uma PA crescente. Note que sua razão é positiva, r = 4
Uma PA é decrescente quando cada termo, a partir do segundo, é menor que o termo que o antecede. Para
que isso aconteça é necessário e suficiente que a sua razão seja negativa.
Exemplo:
(50, 40, 30, 20,...) é uma PA decrescente. Note que sua razão é negativa, r = -10
Uma PA é constante quando todos os seus termos são iguais. Para que isso aconteça é necessário e suficiente
que sua razão seja igual a zero.
Exemplo:

Determine x para que a seqüência (3+ x, 5x, 2x + 11) seja PA.


5x – ( 3 + x ) = 2x + 11 – 5x
5x – 3 – x = 2x +11 – 5x
5x – x – 2x + 5x = 11 + 3
7x = 14
x = 14/7 = 2

Fórmula do termo geral da PA

an = a1 + (n – 1).r

Determinar o 61º termo da PA (9, 13, 17, 21,...)


r=4 a1 = 9 n = 61 a61 = ?
a61 = 9 + (61 – 1).4
a61 = 9 + 60.4 = 9 + 240 = 249

Apostilas Aprendizado Urbano 99


Determinar a razão da PA (a1, a2, a3,...) em que a1 = 2 e a8 = 3
an = a1 + ( n – 1 ).r
a8 = a1 + (8 – 1 ).r
a8 = a1 + 7r
3 = 2 + 7r
7r = 3 – 2
7r = 1
r = 1/7
Determinar o número de termos da PA (4,7,10,...,136)
a1 = 4 an = 136 r=7–4=3
an = a1 + (n – 1).r
136 = 4 + (n – 1).3
136 = 4 + 3n – 3
3n = 136 – 4 + 3
3n = 135
n = 135/3 = 45 termos

Determinar a razão da PA tal que:


a1 + a4 = 12 e a3 + a5 = 18

a4 = a1 + (4 – 1).r a3 = a1 + (3 – 1).r a5 = a1 + 4r
a4 = a1 + 3r a3 = a1 + 2r

a1 + a1 + 3r = 12

a1 + 2r + a1 + 4r = 18

2a1 + 3r = 12
2a1 + 6r = 18
3r = 6

Apostilas Aprendizado Urbano 100


r = 6/3 = 2

Interpolar (inserir) cinco meios aritméticos entre 1 e 25, nessa ordem .

Interpolar (ou inserir) cinco meios aritméticos entre 1 e 25, nessa ordem, significa determinar a PA de
primeiro termo igual a 1 e último termo igual a 25.
(1,_,_,_,_,_,25)
a7 = a1 + 6r
25 = 1 + 6r
6r = 24
r = 24/6
r=4
(1, 5, 9, 13, 17, 21, 25)

Representação genérica de uma PA

PA de três termos:
(x, x + r, x + 2r)
ou
(x – r, x , x + r), em que a razão é r

PA de quatro termos:
(x, x + r, x + 2r, x + 3r)
ou
(x – 3r, x – r, x + r, x + 3r), em que a razão é 2r

Cálculo da soma dos n primeiros termos de uma PA


Em uma pequena escola do principado de Braunschweig, Alemanha, em 1785, o professor Buttner propôs a
seus alunos que somassem os números naturais de 1 a 100. Apenas três minutos depois, um gurizote de oito
anos de idade aproximou-se da mesa do senhor Buttner e, mostrando-lhe sua prancheta, proclamou: “ taí “.
O professor, assombrado, constatou que o resultado estava correto. Aquele gurizote viria a ser um dos
maiores matemáticos de todos os tempos: Karl Friedrich Gauss (1777-1855). O cálculo efetuado por ele foi
simples e elegante: o menino percebeu que a soma do primeiro número, 1, com o último, 100, é igual a 101;
a soma do segundo número, 2 , com o penúltimo, 99 , é igual a 101; também a soma do terceiro número, 3 ,

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com o antepenúltimo, 98 , é igual a 101; e assim por diante, a soma de dois termos eqüidistantes dos
extremos é igual a soma dos extremos.
1 2 3 4..................................97 98 99 100

4 + 97 = 101
3 + 98 = 101
2 + 99 = 101
1 + 100 = 101

Como são possíveis cinqüenta somas iguais a 101, Gauss concluiu que:
1 + 2 + 3 + 4 + .......................... + 97 + 98 + 99 + 100 = 50.101 = 5050
Esse raciocínio pode ser estendido para o cálculo da soma dos n primeiros termos de uma progressão
aritmética qualquer:

Calcular a soma dos trinta primeiros termos da PA (4, 9, 14, 19,...).

a30 = a1 + (30 – 1).r


a30 = a1 + 29r
a30 = 4 + 29.5 = 149

Calcular a soma dos n primeiros termos da PA (2, 10, 18, 26,...).

an = 2 + (n – 1).8
an = 2 + 8n – 8
an = 8n – 6

Determine a soma dos termos da PA (6, 10, 14,..., 134).

Calcule a soma dos múltiplos de 7 compreendidos entre 100 e 300.

Múltiplos de 7 (0, 7, 14, 21, 28,...).

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O primeiro múltiplo de 7 compreendido entre 100 e 300 é o 105.
O último múltiplo de 7 compreendido entre 100 e 300 é o 294.
294 = 105 + (n – 1).7
294 = 105 + 7n – 7
7n = 294 – 105 + 7
7n = 196
n = 196/7 = 28

Progressão geométrica
Denominamos de progressão geométrica, ou simplesmente PG, a toda seqüência de números não nulos em
que cada um deles, multiplicado por um número fixo, resulta no próximo número da seqüência. Esse
número fixo é chamado de razão da progressão e os números da seqüência recebem o nome de termos da
progressão.

Observe estes exemplos:


8, 16, 32, 64, 128, 256, 512, 1024 é uma PG de 8 termos, com razão 2.
5, 15, 45,135 é uma PG de 4 termos, com razão 3.
3000, 300, 30, 3 é uma PG de 4 termos, com razão 1/10

Numa PG de 5 termos o 1º termo é 2 e o 2º termo é 12. Escreva os termos dessa PG.


2, 12, 72, 432, 2592
Numa PG de 4 termos, o último termo é 500 e o penúltimo é 100. Escreva os termos dessa PG.
4,20,100,500

Numa PG de 6 termos, o 1º termo é 3 e a razão é 10. Qual o 6º termo dessa PG.


3,30,300,3000,30000,300000
a6 = 300000

Numa PG de 5 termos, o 3º termo é -810 e a razão é -3. Escreva os termos dessa PG.
-90,270,-810,2430,-7290

Numa PG, o 9º termo é 180 e o 10º termo é 30. Qual a razão dessa PG.

Apostilas Aprendizado Urbano 103


q = 30/180 = 3/18 = 1/6
A razão é 1/6

Fórmula do termo geral de uma progressão geométrica.

Determinar o 15º termo da progressão geométrica (256, 128, 64,...).

Determinar a razão da PG tal que:

Determinar o número de termos da PG (128, 64, 32,......, 1/256).

Determinar a razão da PG tal que:

Representação genérica de uma PG:

a) PG de três termos, (x, xq, xq²) em que a razão é q;


(x/q, x, xq), com razão q, se q ≠ 0.

b) PG de quatro termos, (x, xq, xq², xq³), com razão q;


(x/q³, x/q, xq, xq³), com razão q², se q ≠ 0.

Determinar a PG de três termos, sabendo que o produto desses termos é 8 e que a soma do segundo com o
terceiro termo é 10.

Apostilas Aprendizado Urbano 104


Soma dos n primeiros termos de uma PG:
Sendo Sn a soma dos n primeiros termos da PG (a1,a2, a3,...an,...) de razão q, temos:
Se q = 1, então Sn = n.a1

Calcular a soma dos dez primeiros termos da PG (3, 6, 12,....).

Operações com Matrizes, Logaritmos, Raízes e Radicais, Fatoração Algébrica.

Aqui tomaremos o conjunto N dos números naturais, como:


N={1,2,3,4,5,6,7,...}
O produto cartesiano N×N indicará o conjunto de todos os pares ordenados da forma (a,b), onde a e b são
números naturais, isto é:

Apostilas Aprendizado Urbano 105


N×N={(a,b): a e b são números naturais }
Uma relação importante em N×N é:
Smn={(i,j): 1<i<m, 1<j<n}

Definição de matriz
Uma matriz real (ou complexa) é uma função que a cada par ordenado (i,j) no conjunto Smn associa um
número real (ou complexo).
Uma forma comum e prática para representar uma matriz definida na forma acima é através de uma tabela
contendo m×n números reais (ou complexos). Identificaremos a matriz abaixo com a letra A.

a(1,1) a(1,2) ... a(1,n)


a(2,1) a(2,2) ... a(2,n)
... ... ... ...
a(m,1) a(m,2) ... a(m,n)

Definições básicas sobre matrizes


1.Ordem: Se a matriz A tem m linhas e n colunas, dizemos que a ordem da matriz é m×n.
2.Posição de um elemento: Na tabela acima a posição de cada elemento aij=a(i,j) é indicada pelo par
ordenado (i,j).
3.Notação para a matriz: Indicamos uma matriz A pelos seus elementos, na forma: A=[a(i,j)].
4.Diagonal principal: A diagonal principal da matriz é indicada pelos elementos da forma a(i,j) onde
i=j.
5.Matriz quadrada é a matriz que tem o número de linhas igual ao número de colunas, i.e., m=n.
6.A diagonal secundária de uma matriz quadrada de ordem n é indicada pelos n elementos:
a(1,n), a(2,n-1), a(3,n-2), a(4,n-3), a(5,n-4), ..., a(n-1,2), a(n,1)
7.Matriz diagonal é a que tem elementos nulos fora da diagonal principal.
8.Matriz real é aquela que tem números reais como elementos.
9.Matriz complexa é aquela que tem números complexos como elementos.
10.Matriz nula é aquela que possui todos os elementos iguais a zero.
11.Matriz identidade, denotada por Id, tem os elementos da diagonal principal iguais a 1 e zero fora
da diagonal principal.
12.Matriz diagonal é aquela que tem todos os elementos nulos fora da diagonal principal. Alguns
elementos da diagonal principal podem ser nulos.

Exemplos de matrizes

Apostilas Aprendizado Urbano 106


Matriz 4x4 de números reais:

12 -6 7 18
-23 -24 0 0
0 0 5 0
0 0 0 9
Matriz 4x4 de números complexos:

12 -6+i 7 i
-i -24 0 0
0 0 5+i 5-i
0 0 0 9
Matriz nula com duas linhas e duas colunas:

0 0
0 0
Matriz nula com três linhas e duas colunas:

0 0
0 0
0 0
Matriz identidade com três linhas e três colunas:

1 0 0
0 1 0
0 0 1
Matriz diagonal com quatro linhas e quatro colunas:

23 0 0 0
0 -56 0 0
0 0 0 0
0 0 0 100

Matrizes iguais
Duas matrizes A=[a(i,j)] e B=[b(i,j)], de mesma ordem m×n, são iguais se todos os seus correspondentes
elementos são iguais, isto é:
a(i,j) = b(i,j)
para todo par ordenado (i,j) em Smn.

Apostilas Aprendizado Urbano 107


Exercício: Determinar os valores de x e y para que sejam iguais as matrizes abaixo, isto é:
=
1 2
x-1 y-1
3 4
x+y x2

Soma de matrizes e suas propriedades


A soma (adição) de duas matrizes A=[a(i,j)] e B=[b(i,j)] de mesma ordem m×n, é uma outra matriz C=[c(i,j)],
definida por:
c(i,j) = a(i,j) + b(i,j)
para todo par ordenado (i,j) em Smn.
Exemplo: A soma das matrizes A e B é a terceira matriz indicada abaixo.
+ =
-23 10
10 5 -13 15
7 9
8 9 15 18

Propriedades da soma de matrizes


A1: Associativa: Para quaisquer matrizes A, B e C, de mesma ordem m×n, vale a igualdade:
(A + B) + C = A + (B + C)
A2: Comutativa: Para quaisquer matrizes A e B, de mesma ordem m×n, vale a igualdade:
A+B=B+A
A3: Elemento neutro: Existe uma matriz nula 0 que somada com qualquer outra matriz A de mesma ordem,
fornecerá a própria matriz A, isto é:
0+A=A
A4: Elemento oposto: Para cada matriz A, existe uma matriz -A, denominada a oposta de A, cuja soma entre
ambas fornecerá a matriz nula de mesma ordem, isto é:
A + (-A) = 0

Multiplicação de escalar por matriz e suas propriedades


Seja k um escalar e A=[a(i,j)] uma matriz. Definimos a multiplicação do escalar k pela matriz A, como uma
outra matriz C=k.A, definida por:
c(i,j) = k. a(i,j)

Apostilas Aprendizado Urbano 108


para todo par ordenado (i,j) em Smn.
Exemplo: A multiplicação do escalar -4 pela matriz A, definida por:
-4 =
-2 10 -8 -40
7 9 28 36

Propriedades da multiplicação de escalar por matriz


E1: Multiplicação pelo escalar 1: A multiplicação do escalar 1 por qualquer matriz A, fornecerá a própria
matriz A, isto é:
1.A = A
E2: Multiplicação pelo escalar zero: A multiplicação do escalar 0 por qualquer matriz A, fornecerá a matriz
nula, isto é:
0.A = 0
E3: Distributividade das matrizes: Para quaisquer matrizes A e B de mesma ordem e para qualquer escalar k,
tem-se:
k (A+B) = k A + k B
E4: Distributividade dos escalares: Para qualquer matriz A e para quaisquer escalares p e q, tem-se:
(p + q) A = p A + q A

Multiplicação de matrizes
Seja a matriz A=[a(i,j)] de ordem m×n e a matriz B=(b(k,l)) de ordem nxr. Definimos o produto das matrizes
A e B como uma outra matriz C=A.B, definida por:
c(u,v) = a(u,1) b(1,v) + a(u,2) b(2,v) + ... + a(u,m) b(m,v)
para todo par (u,v) em Smr.
Para obter o elemento da 2a. linha e 3a. coluna da matriz produto C=A.B, isto é, o elemento c(2,3),
devemos:
1.multiplicar os primeiros elementos da 2a. linha e 3a. coluna;
2.multiplicar os segundos elementos da 2a. linha e 3a. coluna;
3.multiplicar os terceiros elementos da 2a. linha e 3a. coluna;
4.multiplicar os quartos elementos da 2a. linha e 3a. coluna;
5.somar os quatro produtos obtidos anteriomente.
Assim:

Apostilas Aprendizado Urbano 109


c23 = a21 b13 + a22 b23 + a23 b33 + a24 b43
Podemos visualizar esta operação através das matrizes seguintes. Basta observar a linha em azul na primeira
matriz, a coluna em azul na segunda matriz e o elemento em azul na terceira matriz.
× =
a11 a12 a13 a14
b11 b12 b13 b14 c11 c12 c13 c14
a21 a22 a23 a24
b21 b22 b23 b24 c21 c22 c23 c24
a31 a32 a33 a34
b31 b32 b33 b34 c31 c32 c33 c34
a41 a42 a43 a44
b41 b42 b43 b44 c41 c42 c43 c44

Observação: Somente podemos multiplicar duas matrizes se o número de colunas da primeira for igual ao
número de linhas da segunda.

Propriedades da multiplicação de matrizes


Para todas as matrizes A, B e C que podem ser multiplicadas, temos algumas propriedades:
M1: Nem sempre vale a comutatividade: Em geral, A×B é diferente de B×A, como é o caso do produto que
segue, onde A está cor vermelha e B em cor preta:
×
1 2 3
1 2
2 4 6
3 5
3 6 9
7 9

M2: Distributividade da soma à direita


A (B+C) = A B + A C
M3: Distributividade da soma à esquerda
(A + B) C = A C + B C
M4: Associatividade
A (B C) = (A B) C
M5: Nulidade do produto: Pode acontecer que o produto de duas matrizes seja a matriz nula, isto é: AB=0,
embora nem A nem B sejam matrizes nulas, como é o caso do produto:
× =
0 1
0 2 0 0
0 0
0 0 0 0

M6: Nem sempre vale o cancelamento: Se ocorrer a igualdade AC=BC, então nem sempre será verdadeiro

Apostilas Aprendizado Urbano 110


que A=B, pois existem exemplos de matrizes como as apresentadas abaixo, tal que:
× = ×
0 1
0 5 0 2 0 5
0 0
0 0 0 0 0 0

mas as matrizes A e B são diferentes.

Matrizes com propriedades especiais


1.Uma matriz A é nilpotente de índice k natural, se:
Ak = 0
2.Uma matriz A é periódica de índice k natural, se:
Ak+1= A
3.Uma matriz A é idempotente, se:
A2 = A
4.As matrizes A e B são comutativas, se:
AB=BA
5.As matrizes A e B são anti-comutativas, se:
AB=-BA
6.A matriz identidade Id multiplicada por toda matriz A, fornecerá a própria matriz A, quando o
produto fizer sentido.
Id A = A
7.A matriz A será a inversa da matriz B, se:
A B = Id e B A = Id

A transposta de uma matriz e suas propriedades


Dada uma matriz A=[a(i,j)] de ordem m×n, definimos a transposta da matriz A como a matriz
At = [a(j,i)]
e segue que as linhas de A se transformam nas colunas de At.

Propriedades das matrizes transpostas


T1: A transposta da transposta da matriz é a própria matriz.
(At)t = A

Apostilas Aprendizado Urbano 111


T2: A transposta da multiplicação de um escalar por uma matriz é igual ao próprio escalar multiplicado pela
transposta da matriz.
(kA)t = k (At)
T3: A transposta da soma de duas matrizes é a soma das transpostas dessas matrizes.
(A + B)t = At + Bt
T4: A transposta do produto de duas matrizes é igual ao produto das transpostas das matrizes na
ordem trocada.
(A B)t = Bt At

Matrizes simétricas e anti-simétricas e suas propriedades


Uma matriz A é simétrica se é uma matriz quadrada tal que:
At = A
Uma matriz A é anti-simétrica se é uma matriz quadrada tal que:
At = -A

Propriedades das matrizes simétricas e anti-simétricas


S1: Se A é uma matriz simétrica de ordem n, então para todo escalar k, a matriz k.A é simétrica.
S2: Se A é uma matriz quadrada de ordem n, então a matriz B=A+At é simétrica.
S3: Se A é uma matriz quadrada de ordem n, então a matriz B=A-At é anti-simétrica.
S4: Se A é uma matriz quadrada de ordem n, então A sempre pode ser decomposta como a soma de uma
matriz simétrica S com uma matriz anti-simétrica T, isto é, A=S+T, e neste caso:
S =(1/2)(A + At) e T =(1/2)(A - At)

Logaritmos
Considerando a e b dois números reais e positivos, sempre com a diferente de 0 , define-
se logaritmo de b(logaritmando) na base a, qual número deve-se incluir no expoente de a afim de
termos b como resultado.

Assim: ax = b , então temos que

Com as condições de .

I) , sendo que 3 é o logaritmo, 2 é a base e 8 é o logaritmando.


pois temos que 23 = 8.

Apostilas Aprendizado Urbano 112


II) , sendo que –3 é o logaritmo, 3 é a base e 1/27 é o logaritmando.
pois temos que 3-3 = 1/27 .

→ Antilogarítimo é definido como sendo:


Exemplo:

I)
Propriedades zero ( que são conseqüência direta da definição)

1º Propriedade (propriedade do produto).

2º Propriedade (propriedade do quociente).

3º Propriedade (propriedade da potência).

Conseqüência da 3º propriedade :

4º Propriedade (propriedade da mudança de base).

→ Colog, definição:

Em muitos casos na resolução de operações envolvendo logaritmos, é viável e se faz necessário a utilização
de técnicascapazes de nos fornecer de forma precisa e direta o conjunto solução de uma questão, uma dessas
“técnicas” é conhecido como mudança de base de um logaritmo, na qual veremos a seguir.
Vejamos:

Apostilas Aprendizado Urbano 113


Observe que inicialmente temos um logaritmo qualquer representado por uma base “b” e o logaritmando
“a” , fazendo a mudança de base , vamos transformar esse logaritmo em um quociente de um logaritmo
formado por um base “c” .Podemos perceber que tanto “a” quanto “b” passam a ser o logaritmando formado
pela base “c”.
Para facilitar o entendimento da mudança de base, iremos aqui resolver alguns exercícios. Lembrando
sempre que para que um logaritmo exista, sua base tem que ser maior que 0 e diferente de 1 (b>0 e b=/=1) e
também é importante lembrar que seu logaritmando tem que ser maior que 0(a>0).
1) Calcule pela mudança de base o valor de Log464 .
Podemos escrever que;
Log464 = log2 64 / log2 4
Calculando separadamente, temos;
Log264 = 2x = 26; x=6
Log 24 = 2x = 22; x=2
Portanto, x =6/2 = 3
Para provarmos essa técnica poderíamos conferir a resposta pela definição do logaritmo, sendo 64 um
múltiplo de 4, sua forma fatorada é 64= 43
Portanto Log464 = x ; 4x=43, x=3
2) Sabendo-se que log10 2 =0,301 e log10 3=0,477 , pede-se. Calcule o valor de Log9512
Podemos escrever que;
Log9512= log10512/log109
Calculando separadamente, temos;
Log 10512= Log 1029= 9 x log102 =9x0, 301=2,709
Log109= Log1032= 2xlog103=2x0, 477=0, 954
Reescrevendo (Efetuando o quociente);
Log9512= 2,709/0,954 =2,839(Resultado aproximado).

Radiciação

Quando estudamos a potenciação, vimos que 23 é igual a 2 . 2 . 2 que é igual a 8. Partimos do número 2 e

Apostilas Aprendizado Urbano 114


através de uma multiplicação de 3 fatores iguais a 2, chegamos ao número 8. Agora temos o caminho
inverso, araiz cúbica de oito é a operação que nos aponta qual é número que elevado a 3 é igual a 8, ou seja,
é a operação inversa da potenciação.

Raízes de Radicando Real com Índice Não Nulo


A raiz enésima de a é igual a b, se e somente se b elevado a enésima potência for igual a a:

Não Existe a Raiz de um Radicando Negativo e Índice Par


Por quê?
Vamos tomar como exemplo a raiz quadrada de menos 16 expressa por . Segundo a definição temos:

Qual é o valor numérico que b deve assumir para que multiplicado por ele mesmo seja igual a -16?

Como sabemos na multiplicação de números reais ao multiplicarmos dois números, diferentes de zero, com
o mesmo sinal, o resultado sempre será positivo, então não existe um número no conjunto dos números
reais que multiplicado por ele mesmo dará um valor negativo, pois o sinal é o mesmo em ambos os fatores
da multiplicação.

A Raiz de um Radicando Negativo e Índice Ímpar é Negativa


Em uma multiplicação se todos os sinais forem positivos, obviamente o produto final também será positivo,
já se tivermos fatores negativos, se estes forem em quantidade par o resultado será positivo, se forem em
quantidade ímpar o resultado será negativo. É evidente que nenhum dos fatores pode ser igual a zero. Então
a raiz enésima de a, um número real negativo será negativa se o índice for ímpar. Se for par como vimos
acima, não existirá.
Vamos analisar a raiz quinta de menos 32 que se expressa como :

Como o expoente de b é ímpar, ou seja, o número de fatores que representa a potência é impar, para que o
resultado seja -32, é preciso que b seja negativo. Então a raiz de um número negativo e índice ímpar sempre
será um número negativo.
Neste exemplo -2 é o número negativo que elevado a 5 resulta em -32, logo:

Apostilas Aprendizado Urbano 115


Note que na potência colocamos o -2 entre parênteses, pois se não o fizéssemos, apenas o 2 estaria elevado à
quinta potência. Como o expoente é ímpar, não faria diferença no resultado se não os tivéssemos utilizado,
mas isto seria imprescindível se o expoente fosse um número par, para que não houvesse erro de sinal no
resultado da potenciação.

A Raiz de um Radicando Positivo também é Positiva


Não importa se o índice é par ou impar, em não sendo nulo, a raiz de um radicando positivo também será
positiva.
Vamos analisar a , que se lê raiz quadrada de nove:

Logo 3 é o número que elevado ao quadrado dá 9.


Mas você pode também se perguntar:
E se for -3? Se elevarmos -3 ao quadrado também iremos obter nove!
Correto, mas lembra-se da definição da raiz para um radicando positivo?

Tanto o radicando quanto a raiz devem ser positivos, é por isto que não podemos considerar o -3.

A Raiz de um Radicando Nulo também é Nula


Isto é verdade desde que o índice não seja nulo também.
Exemplo:
, pois .

Propriedades da Radiciação
As propriedades que vamos estudar agora são consideradas no conjunto dos números reais positivos ou
nulos, podendo não se verificar caso o radicando seja negativo, pois como sabemos, não existe raiz real de
um número negativo.

A Raiz de uma Potência é uma Potência com Expoente Fracionário


Assim como de uma potenciação podemos chegar a uma radiciação, desta podemos chegar a
uma potenciação:

Exemplo:

Apostilas Aprendizado Urbano 116


Já que n não pode ser zero, a partir desta propriedade concluímos que não existe raiz de índice zero.
Se n fosse zero, o denominador da fração do expoente seria zero, que sabemos não ser permitido.

Mudança de Índice pela sua Multiplicação/Divisão e do Expoente do Radicando por um Mesmo número
Não Nulo
Se multiplicarmos ou dividirmos tanto o índice do radical, quanto o expoente do radicando por um mesmo
número diferente de zero, o valor do radical continuará o mesmo:

Exemplos:

Raiz de uma Potência


A raiz n de uma potência de a elevado a m, é a potência m da raiz n de a:

Exemplo:

Produto de Radicais de Mesmo Índice


O produto de dois radicais de mesmo índice é igual à raiz deste índice do produto dos dois radicandos:

Exemplo:

Vamos verificar:

Divisão de Radicais de Mesmo Índice


O quociente de dois radicais de mesmo índice é igual a raiz deste índice do quociente dos dois radicandos:

Apostilas Aprendizado Urbano 117


Exemplo:

Verificando:

Simplificação de Radicais Através da Fatoração


Podemos simplificar e em alguns casos até mesmo eliminar radicais, através da decomposição do radicando
em fatores primos. O raciocínio é simples, decompomos o radicando em fatores primos por fatoração e
depois simplificamos os expoentes que são divisíveis pelo índice do radicando.
Vamos simplificar decompondo 91125 em fatores primos:

Como 91125 = 36 . 53 podemos dizer que:

Repare que tanto o expoente do fator 36, quanto o expoente do fator 53 são múltiplos do índice do
radicando que é igual a 3. Vamos então simplificá-los:

Perceba que através da fatoração de 91125 e da simplificação dos expoentes dos fatores pelo índice do
radicando, extraímos a sua raiz cúbica eliminando assim o radical.
Vejamos agora o caso do radical :

Logo 2205 = 32 . 5 . 72, então:

Como os expoentes dos fatores 32 e 72 são divisíveis pelo índice 2, vamos simplificá-los retirando-os assim
do radical:

Neste caso o expoente do fator 5 não é divisível pelo índice 2 do radicando, por isto após a simplificação não
conseguimos eliminar o radical.

Apostilas Aprendizado Urbano 118


Agora vamos analisar o número :

Note que 729 = 36, então:

Neste caso o expoente de 36 não é divisível pelo índice 5, mas é maior, então podemos escrever:

Repare que agora o expoente do fator 35 é divisível pelo índice 5, podemos então retirá-lo do radical:

Agora vamos pensar um pouco. Após a fatoração tínhamos o radical . O expoente 6 não é divisível por 5,
pois ao realizarmos a divisão, obtemos um quociente de 1 e um resto também de 1. Pois bem, o 1 do
quociente será o expoente da base 3 ao sair o radical. A parte que ainda ficou no radical terá como expoente
o 1 do resto. Vamos a alguns exemplos para melhor entendermos a questão:
Simplifique .
Dividindo 18 por 7 obtemos um quociente de 2 é um resto de 4, logo fora do radical a base 5 terá o
expoente 2do quociente e a base dentro do radical terá o expoente 4 que é o resto da divisão:

Logo:

A fatoração mais comum é a fatoração de números. Por isso, veja a fatoração do número 144:

Para fatorar 144 deve-se dividi-lo por fatores primos (números que dividem por um e por ele mesmo), veja:

144 = 2 . 2 . 2 . 2 . 3 . 3 = 24 . 32
Fatores Primos

Pode-se fatorar não só números, mas também expressões algébricas. A fatoração é uma forma diferente de
representar um número ou uma expressão algébrica:

►50 = 2 . 5 . 5 = 2 . 52 → forma fatorada do número 50.

►x2 - 1 = (x + 1) (x - 1) → forma fatorada da expressão algébrica x2 – 1.

Apostilas Aprendizado Urbano 119


Raciocínio Lógico

A Lógica procura apurar se as coisas que sabemos ou em que acreditamos, de fato constituem uma razão
para acreditar em uma tese obtida, ou seja, se está adequadamente justificada em vista das informações que
são dadas. Já o Raciocínio é um processo mental.

Existem muitas definições para a palavra “lógica”, porém no caso do nosso estudo não é relevante um
aprofundamento nesse ponto.

Alguns autores definem lógica como sendo a “Ciência das leis do pensamento”, e neste caso existem
divergências com essa definição, pois o pensamento é matéria estudada na Psicologia, que é uma ciência
distinta da lógica (ciência).

Segundo Irving Copi, uma definição mais adequada é: “A lógica é uma ciência do raciocínio” , pois a sua
ideia está ligada ao processo de raciocínio correto e incorreto que depende da estrutura dos argumentos
envolvidos nele.

Assim concluímos que a lógica estuda as formas ou estruturas do pensamento, isto é, sua destinação é
estudar e estabelecer propriedades das relações formais entre as proposições.

Estruturas lógicas.

Entende-se por estruturas lógicas as que são formadas pela presença de proposições ou sentenças lógicas (são
aquelas frases que apresentam sentido completo, como por exemplo: Madalena é culpada).

Observe que a estrutura lógica pode ligar relações arbitrárias e, neste caso, nada deverá ser levado para a
prova a não ser os conhecimentos de Lógica propriamente dita, os concursandos muitas vezes caem em
erros como:

Se Luiza foi à praia então Rui foi pescar, ora eu sou muito amigo de uma Luiza e de um Rui e ambos
detestam ir à praia ou mesmo pescar, auto induzindo respostas absurdas.

Dessa forma, as relações são arbitrárias, ou seja, não importa se você conhece Luiza, Madalena ou Rui.

Vamos aos conhecimentos básicos de estruturas lógicas.

PROPOSIÇÕES OU SENTENÇA

Chamamos de proposição ou sentença, todo conjunto de palavras ou símbolos que exprimem um


pensamento de sentido completo. É todo encadeamento de termos, palavras ou símbolos que expressa um
pensamento de sentido completo cabível de ser julgado, valorado, em verdadeiro ou falso. Esta valoração
também é chamada de valor lógico ou valor verdade. Dentro deste conceito, toda afirmação é uma

Apostilas Aprendizado Urbano 120


proposição.

Sendo assim, vejamos os exemplos:

a) O Instituto do Coração fica em São Paulo.


b) O Brasil é um País da América do Sul.
c) A Polícia Federal pertence ao poder judiciário.

Você já deve ter notado que as proposições podem assumir os valores falsos ou verdadeiros, pois elas
expressam a descrição de uma realidade, e também observamos que uma proposição representa uma
informação enunciada por uma oração, e, portanto, pode ser expressa por distintas orações, tais como:

“Pedro é maior que Carlos”, ou podemos expressar também por “Carlos é menor que Pedro”.

Temos vários tipos de sentenças:


· Declarativas
· Interrogativas
· Exclamativas
· Imperativas

Leis do Pensamento

Vejamos algumas leis do pensamento para que possamos desenvolver corretamente o nosso pensar.
· Princípio da Identidade. Se qualquer proposição é verdadeira, então, ela é verdadeira.
· Princípio de Não-Contradição. Uma proposição não pode ser ao mesmo tempo verdadeira e falsa.
· Princípio do Terceiro Excluído. Uma proposição só pode ser verdadeira ou falsa , não havendooutra
alternativa.
· Sentenças Abertas. Quando substituímos numa proposição alguns componentes por variáveis, teremos
uma sentença aberta.

VALORES LÓGICOS DAS PROPOSIÇÕES

Valor lógico é a classificação da proposição em verdadeiro (V) ou falso (F), pelos princípios da não-
contradição e do terceiro excluído. Sendo assim, a classificação é única, ou seja, a proposição só pode ser
verdadeira ou falsa.

Exemplos de valores lógicos:

r: O número 2 é primo. (Verdadeiro)


s: Marte é o planeta vermelho. (Verdadeiro)
t: No Brasil, fala-se espanhol. (Falso)
u: Toda ave voa. (Falso)
v: O número 3 é par. (Falso)
x: O número 7 é primo. (Verdadeiro)

Apostilas Aprendizado Urbano 121


z: O número 7 é ímpar. (Verdadeiro)

Somente às sentenças declarativas pode-se atribuir valores de verdadeiro ou falso, o que ocorre quando a
sentença é, respectivamente, confirmada ou negada. De fato, não se pode atribuir um valor de verdadeiro
ou falso às demais formas de sentenças como as interrogativas, as exclamativas e outras, embora elas
também expressem juízos.

São exemplos de proposições as seguintes sentenças declarativas:

O número 6 é par.
O número 15 não é primo.
Todos os homens são mortais.
Nenhum porco espinho sabe ler.
Alguns canários não sabem cantar.
Se você estudar bastante, então aprenderá tudo.
Eu falo inglês e francês.
Marlene quer um sapatinho novo ou uma boneca.

Não são proposições:


Qual é o seu nome?
Preste atenção ao sinal.
Caramba!

TAUTOLOGIA

Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições é uma tautologia se ela for sempre
verdadeira, independente da verdade de seus termos.
Resumindo: para saber se uma proposição composta é uma Tautologia, construiremos a sua tabela-verdade!
Daí, se a última coluna da tabela-verdade só apresentar verdadeiro (e nenhum falso), então estaremos
diante de uma Tautologia.

Simples!

Exemplo:

Apostilas Aprendizado Urbano 122


A proposição é uma tautologia.

CONTRADIÇÕES

A contradição é uma relação de incompatibilidade entre duas proposições que não podem ser
simultaneamente verdadeiras nem simultaneamente falsas, por apresentarem o mesmo sujeito e o mesmo
predicado, mas diferirem ao mesmo tempo em quantidade e qualidade.

Exemplo: Todos os homens são mortais e alguns homens não são mortais.

Há uma relação de incompatibilidade entre dois termos em que a afirmação de um implica a negação do
outro e reciprocamente.

Uma proposição composta P (p, q, r, ...) é uma contradição se P (p, q, r, ... ) tem valor lógico F quaisquer que
os valores lógicos das proposições componentes p, q, r, ..., , ou seja, uma contradição conterá apenas F na
última coluna da sua tabela-verdade.

Como uma tautologia é sempre verdadeira e uma contradição sempre falsa, tem-se que: a negação de uma
tautologia é sempre uma contradição enquanto a negação de uma contradição é sempre uma tautologia.

CONTINGÊNCIA

Há uma contingência quando não temos nem uma tautologia nem uma contradição, ou seja, quando a
tabela-verdade apresenta alguns verdadeiros e alguns falsos, a depender do valor das proposições que dão
origem à sentença em análise.
Exemplo: p ↔ q

O bicondicional pode ser tanto verdadeiro (quando suas duas parcelas são ou ambas verdadeiras ou ambas
falsas) quanto falso (quando uma parcela é verdadeira e a outra é falsa).
Com isso, o “se, e somente se” não é nem uma tautologia, nem uma contradição. É uma contingência.

Resumidamente temos:
· Tautologia contendo apenas V na última coluna da sua tabela-verdade;
· Contradição contendo apenas F na última coluna da sua tabela-verdade;

Apostilas Aprendizado Urbano 123


· Contingência contendo apenas V e F na última coluna da sua tabela-verdade.

Em concursos, a contingência é a situação mais comum de ocorrer. Ela é a regra geral. A tautologia e a
contradição são exceções.

EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS
Duas proposições compostas são equivalentes quando apresentam sempre o mesmo valor lógico,
independentemente dos valores lógicos das proposições simples que as compõem.
Quando duas proposições p, q são equivalentes escrevemos p ⇔ q .

É possível construirmos inúmeras equivalências lógicas. Para concursos, eu creio que 4 delas
são especialmente importantes:
· ~(p ∧ q) ⇔ (~p) ∨ (~q)
· ~(p ∨ q) ⇔ (~p) ∧ (~q)
· p → q ⇔ (~p) ∨ q
· p → q ⇔ (~q) → (~p)

Vejamos a primeira delas: ~(p ∧ q) ⇔ (~p) ∨ (~q)

Para negar um “e” lógico, nós temos que fazer um “ou” da negação de cada parcela.
Ou ainda: para negar um “e”, nós negamos cada parcela e trocamos o “e” por um “ou”.

Exemplo: A negação de “Pedro é alto e Júlio é rico” é “Pedro não é alto ou Júlio não é rico”.

Para a verificação da equivalência, vamos montar as tabelas-verdade.


Primeiro vamos fazer a tabela de “~(p ∧ q)”. Para tanto, começamos com o “e” que está entre parênteses.

Apostilas Aprendizado Urbano 124


Apostilas Aprendizado Urbano 125
Na sequência, realizamos a negação deste resultado. Com isso, teremos o lado esquerdo da igualdade:

Pronto, o lado esquerdo da igualdade está feito. Vamos para o lado direito: “(~ p) ∨ (~q)”.
Neste caso, primeiro fazemos as negações e depois o “ou”.

Depois da negação feita, realizamos o “ou” entre as negações.

Pronto. Agora temos os dois lados da igualdade para comparar.


Veja que as duas tabelas apresentam as mesmas respostas para todos os valores de “p” e “q”:

Apostilas Aprendizado Urbano 126


Isso significa que as proposições apresentadas são, de fato, equivalentes em termos lógicos.

ARGUMENTOS

Denomina-se argumento a relação que associa um conjunto de proposições P1, P2, ... Pn , chamadas
premissas do argumento, a uma proposição C a qual chamamos de conclusão do argumento.

No lugar dos termos premissa e conclusão podem ser usados os correspondentes hipótese e tese,
respectivamente.

Os argumentos que têm somente duas premissas são denominados silogismos.

Assim, são exemplos de silogismos os seguintes argumentos:

I - P1: Todos os artistas são apaixonados.


P2: Todos os apaixonados gostam de flores.
C: Todos os artistas gostam de flores.

II - P1: Todos os apaixonados gostam de flores.


P2: Miriam gosta de flores.
C: Miriam é uma apaixonada.

Outro exemplo de um argumento (forma típica):

Quem nasce no Brasil e tem pais brasileiros possui nacionalidade brasileira.


Roberto nasceu no Brasil e seus pais são brasileiros.
Roberto tem nacionalidade brasileira.

Exemplos de diferentes maneiras de expressar o mesmo argumento (na cor verde, indicadores de premissa
ou de conclusão):

Roberto tem nacionalidade brasileira, pois Roberto nasceu no Brasil e seus pais são brasileiros, e quem nasce

Apostilas Aprendizado Urbano 127


no Brasil e tem pais brasileiros possui nacionalidade brasileira.
Quem nasce no Brasil e tem pais brasileiros possui nacionalidade brasileira. Portanto, Roberto tem
nacionalidade brasileira, uma vez que Roberto nasceu no Brasil e seus pais são brasileiros.
Roberto nasceu no Brasil e seus pais são brasileiros. Ora, quem nasce no Brasil e tem pais brasileiros possui
nacionalidade brasileira. Logo, Roberto tem nacionalidade brasileira.
Roberto é brasileiro, porque nasceu no Brasil e seus pais são brasileiros.

[Pressupostos:
(a) Quem nasce no Brasil e tem pais brasileiros possui nacionalidade brasileira;
(b) "brasileiro" significa "ter nacionalidade brasileira".]

Quem nasce no Brasil e tem pais brasileiros possui nacionalidade brasileira. Por isso, Roberto é brasileiro.

[Pressupostos:
(a) Roberto nasceu no Brasil e seus pais são brasileiros;
(b) "brasileiro" significa "ter nacionalidade brasileira".]

Não são argumentos (embora possam parecer):

Condicionais, isto é, hipóteses. Nesse caso, o que se está propriamente afirmando é apenas o condicional
como um todo - a proposição composta que estabelece o nexo entre duas proposições componentes, o
antecedente e o conseqüente. Quando digo que se fizer sol neste fim de semana, eu irei à praia, não estou
fazendo previsão do tempo, afirmando que fará sol neste fim de semana, nem estou pura e simplesmente me
comprometendo a ir à praia. A única coisa que estou fazendo é afirmar a conexão entre duas proposições,
dizendo que a eventual verdade da primeira acarreta a verdade da segunda. Sendo assim, apenas uma
proposição é afirmada; logo, não temos um argumento.

Ligações não-proposicionais, isto é, conexões de frases em que pelo menos uma delas não é uma proposição.
Se pelo menos uma das frases ligadas não for uma proposição (for, por exemplo, um imperativo ou um
pedido), não caberá a afirmação da verdade de algo com base na verdade de outra coisa. Não se terá,
conseqüentemente, um argumento.

Veremos mais sobre argumentos na sequência, no segundo tópico cobrado no edital, lógica de
argumentação.

Questões de Concursos

Apostilas Aprendizado Urbano 128


1 - ESPP - 2012 - BANPARÁ - Técnico Bancário
André, Paulo e Marcos fazem aniversário no mesmo mês, porém não têm as mesmas idades, pois, nasceram
em anos consecutivos. Um deles é professor, o mais velho é advogado e outro é dentista. Paulo é o mais
velho e tem 27 anos. Marcos é o mais novo e não é dentista. Podemos dizer que
a) Marcos tem 26 anos.
b) André tem 25 anos e é dentista.
c) Marcos é professor e tem 26 anos.
d) Paulo é dentista.
e) André tem 26 anos.

2 - ESAF - 2012 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal


A afirmação “A menina tem olhos azuis ou o menino é loiro” tem como sentença logicamente equivalente:
a) se o menino é loiro, então a menina tem olhos azuis.
b) se a menina tem olhos azuis, então o menino é loiro.
c) se a menina não tem olhos azuis, então o menino é loiro.
d) não é verdade que se a menina tem olhos azuis, então o menino é loiro.
e) não é verdade que se o menino é loiro, então a menina tem olhos azuis.

3 - ESAF - 2012 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal


Se Anamara é médica, então Angélica é médica. Se Anamara é arquiteta, então Angélica ou Andrea são
médicas. Se Andrea é arquiteta, então Angélica é arquiteta. Se Andrea é médica, então Anamara é médica.

Considerando que as afirmações são verdadeiras, segue- se, portanto, que:


a) Anamara, Angélica e Andrea são arquitetas.
b) Anamara é médica, mas Angélica e Andrea são arquitetas.
c) Anamara, Angélica e Andrea são médicas.
d) Anamara e Angélica são arquitetas, mas Andrea é médica.
e) Anamara e Andrea são médicas, mas Angélica é arquiteta.

4 - ESAF - 2012 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal


Se Ana é pianista, então Beatriz é violinista. Se Ana é violinista, então Beatriz é pianista. Se Ana é pianista,
Denise é violinista. Se Ana é violinista, então Denise é pianista. Se Beatriz é violinista, então Denise é
pianista. Sabendo-se que nenhuma delas toca mais de um instrumento, então Ana, Beatriz e Denise tocam,
respectivamente:
a) piano, piano, piano.
b) violino, piano, piano.
c) violino, piano, violino.
d) violino, violino, piano.
e) piano, piano, violino.

Apostilas Aprendizado Urbano 129


5 - ESAF - 2012 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal
Caso ou compro uma bicicleta. Viajo ou não caso. Vou morar em Pasárgada ou não compro uma bicicleta.
Ora, não vou morar em Pasárgada. Assim,
a) não viajo e caso.
b) viajo e caso.
c) não vou morar em Pasárgada e não viajo.
d) compro uma bicicleta e não viajo.
e) compro uma bicicleta e viajo.

6 - ESAF - 2012 - Receita Federal - Analista Tributário da Receita Federal


A negação da proposição “se Paulo estuda, então Marta é atleta” é logicamente equivalente à proposição
a) Paulo não estuda e Marta não é atleta.
b) Paulo estuda e Marta não é atleta.
c) Paulo estuda ou Marta não é atleta.
d) se Paulo não estuda, então Marta não é atleta.
e) Paulo não estuda ou Marta não é atleta.

7 - ESAF - 2012 - Receita Federal - Analista Tributário da Receita Federal


Se Paulo é irmão de Ana, então Natália é prima de Carlos. Se Natália é prima de Carlos, então Marta não é
mãe de Rodrigo. Se Marta não é mãe de Rodrigo, então Leila é tia de Maria. Ora, Leila não é tia de Maria.
Logo
a) Marta não é mãe de Rodrigo e Paulo é irmão de Ana.
b) Marta é mãe de Rodrigo e Natália é prima de Carlos.
c) Marta não é mãe de Rodrigo e Natália é prima de Carlos.
d) Marta é mãe de Rodrigo e Paulo não é irmão de Ana.
e) Natália não é prima de Carlos e Marta não é mãe de Rodrigo.

GABARITO

1-E 2-C 3-C 4-B 5-B 6-B 7-D

Apostilas Aprendizado Urbano 130


Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e conclusões.

Se raciocinar é passar do desconhecido ao conhecido, é partir do que se sabe em direção àquilo que não se
sabe, a analogia (aná = segundo, de acordo + lógon = razão) é um dos caminhos mais comuns para que isso
aconteça.

No raciocínio analógico, compara-se uma situação já conhecida com uma situação desconhecida ou
parcialmente conhecida, aplicando a elas as informações previamente obtidas quando da vivência direta ou
indireta da situação-referência.

Normalmente, aquilo que é familiar é usado como ponto de apoio na formação do conhecimento, por isso, a
analogia é um dos meios mais comuns de inferência.

Se, por um lado, é fonte de conhecimentos do dia-a-dia, por outro, também tem servido de inspiração para
muitos gênios das ciências e das artes, como nos casos de Arquimedes na banheira (lei do empuxo), de
Galileu na
catedral de Pisa (lei do pêndulo) ou de Newton sob a macieira (lei da gravitação universal). No entanto,
também é uma forma de raciocínio em que se cometem muitos erros. Tal acontece porque é difícil

Apostilas Aprendizado Urbano 131


estabelecer-lhe regras rígidas. A distância entre a genialidade e a falha grosseira é muito pequena.

A força de uma analogia depende, basicamente, de três aspectos:

a) os elementos comparados devem ser verdadeiros e importantes;

b) o número de elementos semelhantes entre uma situação e outra deve ser significativo;

c) não devem existir divergências marcantes na comparação.

Apostilas Aprendizado Urbano 132


No raciocínio analógico, comparam-se duas situações, casos, objetos etc. semelhantes e tiram-se as
conclusões adequadas. Na ilustração, tal como a carroça, o carro a motor é um meio de transporte que
necessita de um condutor. Este, tanto num caso quanto no outro, precisa ser dotado de bom senso e de boa
técnica para desempenhar adequadamente seu papel.

Aplicação das regras acima a exemplos:

a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e relevantes, não imaginários ou insignificantes.

Analogia forte - Ana Maria sempre teve bom gosto ao comprar suas roupas, logo, terá bom gosto ao comprar
as roupas de sua filha.

Analogia fraca - João usa terno, sapato de cromo e perfume francês e é um bom advogado; Antônio usa
terno, sapato de cromo e perfume francês; logo, deve ser um bom advogado.

b) O número de aspectos semelhantes entre uma situação e outra deve ser significativo.

Analogia forte - A Terra é um planeta com atmosfera, com clima ameno e tem água; em Marte, tal como na
Terra, houve atmosfera, clima ameno e água; na Terra existe vida, logo, tal como na Terra, em Marte deve
ter havido algum tipo de vida.

Analogia fraca - T. Edison dormia entre 3 e 4 horas por noite e foi um gênio inventor; eu dormirei durante
3 1/2 horas por noite e, por isso, também serei um gênio inventor.

c) Não devem existir divergências marcantes na comparação.

Analogia forte - A pescaria em rios não é proveitosa por ocasião de tormentas e tempestades; a pescaria
marinha não está tendo sucesso porque troveja muito.

Analogia fraca - Os operários suíços que recebem o salário mínimo vivem bem; a maioria dos operários
brasileiros, tal como os operários suíços, também recebe um salário mínimo; logo, a maioria dos operários
brasileiros também vive bem, como os suíços.

Apostilas Aprendizado Urbano 133


Pode-se notar que, no caso da analogia, não basta considerar a forma de raciocínio, é muito importante que
se avalie o seu conteúdo. Por isso, esse tipo de raciocínio não é admitido pela lógica formal. Se as premissas
forem verdadeiras, a conclusão não o será necessariamente, mas possivelmente, isto caso cumpram-se as
exigências acima.

Tal ocorre porque, apesar de existir uma estrutura geral do raciocínio analógico, não existem regras claras e
precisas que, uma vez observadas, levariam a uma conclusão necessariamente válida.

O esquema básico do raciocínio analógico é:

A é N, L, Y, X;

B, tal como A, é N, L, Y, X;

A é, também, Z

logo, B, tal como A, é também Z.

Argumento Válido
Dizemos que um argumento é válido ou ainda que ele é legítimo ou bem construído quando a sua conclusão
é uma conseqüência obrigatória do seu conjunto de premissas. Posto de outra forma: quando um argumento
é válido, a verdade das premissas deve garantir a verdade da conclusão do argumento. Isto significa que
jamais poderemos chegar a uma conclusão falsa quando as premissas forem verdadeiras e o argumento for
válido.

É importante observar que ao discutir a validade de um argumento é irrelevante o valor de verdade de cada
uma das premissas. Em Lógica, o estudo dos argumentos não leva em conta a verdade ou falsidade das
proposições que compõem os argumentos, mas tão-somente a validade destes.

Exemplo:
O silogismo:
“Todos os pardais adoram jogar xadrez.
Nenhum enxadrista gosta de óperas.
Portanto, nenhum pardal gosta de óperas.”
está perfeitamente bem construído (veja o diagrama abaixo), sendo, portanto, um argumento válido, muito
embora a verdade das premissas seja questionável.

Apostilas Aprendizado Urbano 134


Op = Conjunto dos que gostam de óperas
X = Conjunto dos que adoram jogar xadrez
P = Conjunto dos pardais
Pelo diagrama pode-se perceber que nenhum elemento do conjunto P (pardais) pode pertencer ao
conjunto Op (os que gostam de óperas).

Argumento Inválido
Dizemos que um argumento é inválido, também denominado ilegítimo, mal construído ou falacioso,
quando a verdade das premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclusão.

Exemplo:
O silogismo:
“Todos os alunos do curso passaram.
Maria não é aluna do curso.
Portanto, Maria não passou.”
é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois as premissas não garantem (não obrigam) a
verdade da conclusão (veja o diagrama abaixo). Maria pode Ter passado mesmo sem ser aluna do curso, pois
a primeira premissa não afirmou que somente os alunos do curso haviam passado.

P = Conjunto das pessoas que passaram.


C = Conjunto dos alunos do curso.

Apostilas Aprendizado Urbano 135


Na tabela abaixo, podemos ver um resumo das situações possíveis para um argumento:

Inferência
Umas vez que haja concordância sobre as premissas, o argumento procede passo a passo através do processo
chamado inferência.
Na inferência, parte-se de uma ou mais proposições aceitas (premissas) para chegar a outras novas. Se a
inferência for válida, a nova proposição também deve ser aceita. Posteriormente essa proposição poderá ser
empregada em novas inferências.

Assim, inicialmente, apenas podemos inferir algo a partir das premissas do argumento; ao longo da
argumentação, entretanto, o número de afirmações que podem ser utilizadas aumenta.
Há vários tipos de inferência válidos, mas também alguns inválidos, os quais serão analisados neste
documento. O processo de inferência é comumente identificado pelas frases "conseqüentemente..." ou "isso
implica que...".

Dedução

A dedução é um tipo de raciocínio que parte de uma proposição geral (referente a todos os elementos de um
conjunto) e conclui com uma proposição particular (referente a parte dos elementos de um conjunto), que
se apresenta como necessária, ou seja, que deriva logicamente das premissas. Veja dois exemplos:

•Todo metal é dilatado pelo calor. (Premissa maior)


Ora, a prata é um metal. (Premissa menor)
Logo, a prata é dilatada pelo calor. (Conclusão)

•Todo brasileiro é sul-americano. (Premissa maior)


Ora, todo paulista é brasileiro. (Premissa menor)
Logo, todo paulista é sul-americano. (Conclusão)

Assim, a dedução organiza e especifica o conhecimento que já temos. Ela tem como ponto de partida o
plano do inteligível, ou seja, da verdade geral, já estabelecida.

Apostilas Aprendizado Urbano 136


Sofismas ou falácias
Existem também os raciocínios ou argumentos que são incorretos, e que visam induzir ao erro. Chamam-
se falácia ou sofisma, e, em geral, contêm falhas no âmbito formal ou material. Eis um exemplo que tem
circulado pela Internet, com outros de igual calibre, para fazer graça:

Toda regra tem exceção.


Isto é uma regra e, portanto, tem exceção.
Logo, nem toda regra tem exceção.

Observe que a premissa maior é um dito popular, baseado no senso comum, cujo caráter verdadeiro é
discutível. É isso o que possibilita extrair a conclusão paradoxal ou absurda.

Também é um sofisma ou falácia a generalização indevida, isto é, algo que é correto para um grupo restrito
de elementos é generalizado para toda a espécie. Considere ainda a seguinte proposição: "Todo criminoso
merece a ir para a cadeia". Neste caso, temos uma falácia de falsa premissa, a partir do momento em que
existem penas alternativas, em que se deve verificar a natureza e a gravidade do crime, etc.

Conclusão
Finalmente se chegará a uma proposição que consiste na conclusão, ou seja, no que se está tentando provar.
Ela é o resultado final do processo de inferência, e só pode ser classificada como conclusão no contexto de
um argumento em particular.
A conclusão se respalda nas premissas e é inferida a partir delas. Esse é um processo sutil que merece
explicação mais aprofundada.

• Se as premissas são falsas e a inferência é válida, a conclusão pode ser verdadeira ou falsa. (Linhas 1
e 2.)
• Se as premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa, a inferência deve ser inválida. (Linha 3.)
• Se as premissas são verdadeiras e a inferência é válida, a conclusão deve ser verdadeira. (Linha 4.)
Então o fato que um argumento é válido não necessariamente significa que sua conclusão suporta - pode
ter começado de premissas falsas.
Se um argumento é válido, e além disso começou de premissas verdadeiras, então é chamado de um

Apostilas Aprendizado Urbano 137


argumento sensato. Um argumento sensato deve chegar à uma conclusão verdadeira.

Exemplo de argumento

A seguir exemplificamos um argumento válido, mas que pode ou não ser "consistente".
1 - Premissa: Todo evento tem uma causa.
2 - Premissa: O Universo teve um começo.
3 - Premissa: Começar envolve um evento.
4 - Inferência: Isso implica que o começo do Universo envolveu um evento.
5 - Inferência: Logo, o começo do Universo teve uma causa.
6 - Conclusão: O Universo teve uma causa.
A proposição da linha 4 foi inferida das linhas 2 e 3.
A linha 1, então, é usada em conjunto com proposição 4, para inferir uma nova proposição (linha 5).

O resultado dessa inferência é reafirmado (numa forma levemente simplificada) como sendo a conclusão.

Questões de Concursos

1 - ESAF - 2012 - MF - Assistente Técnico - Administrativo


Se Marta é estudante, então Pedro não é professor. Se Pedro não é professor, então Murilo trabalha. Se
Murilo trabalha, então hoje não é domingo. Ora, hoje é domingo. Logo,
a) Marta não é estudante e Murilo trabalha.
b) Marta não é estudante e Murilo não trabalha.
c) Marta é estudante ou Murilo trabalha.
d) Marta é estudante e Pedro é professor.
e) Murilo trabalha e Pedro é professor.

2 - ESAF - 2012 - MF - Assistente Técnico - Administrativo


Em uma cidade as seguintes premissas são verdadeiras: Nenhum professor é rico. Alguns políticos são ricos.
Então, pode-se afirmar que:

a) Nenhum professor é político.


b) Alguns professores são políticos.
c) Alguns políticos são professores.
d) Alguns políticos não são professores.
e) Nenhum político é professor.

Apostilas Aprendizado Urbano 138


3 - CESPE - 2013 - TRE-MS - Técnico Judiciário - Programação de Sistemas
As proposições a seguir são as premissas de um argumento.

Se uma companhia tem grande porte e numerosas ramificações, sua falência teria um custo intolerável para
a sociedade.

Se a falência de uma companhia tem um custo intolerável para a sociedade, o governo protegê-las-á na
iminência ou durante de uma crise séria.

Se o governo protege uma companhia durante uma crise séria, recursos públicos são usados em benefício de
um ente privado.

Assinale a opção correspondente à conclusão que, juntamente com as premissas acima, constituem um
argumento válido.

a) Se uma companhia tem grande porte e numerosas ramificações, então recursos públicos são usados em
benefício de um ente privado.
b) Se a falência de uma companhia tem um custo intolerável para a sociedade, então recursos públicos são
usados em benefício de um entre privado.
c) Se uma companhia entrar em falência, então a sociedade arcará com um custo intolerável.
d) Se o governo protege uma companhia na iminência de uma crise séria, então recursos públicos são usados
em benefício de um ente privado.
e) Se ocorre uma crise séria em uma companhia, então recursos públicos são usados em benefício de um
ente privado.

GABARITO
1-B 2-D 3-A

Apostilas Aprendizado Urbano 139


Lógica sentencial (ou proposicional). Proposições simples e compostas. Tabelas-verdade. Equivalências.
Leis de De Morgan. Diagramas lógicos.

Proposição Simples
Uma proposição é dita proposição simples ou proposição atômica quando não contém qualquer outra
proposição como sua componente. Isso significa que não é possível encontrar como parte de uma
proposição simples alguma outra proposição diferente dela. Não se pode subdividi-la em partes menores tais
que alguma delas seja uma nova proposição.

Exemplo:
A sentença “Carla é irmã de Marcelo” é uma proposição simples, pois não é possível identificar como parte
dela qualquer outra proposição diferente. Se tentarmos separá-la em duas ou mais partes menores nenhuma
delas será uma proposição nova.

Proposição Composta
Uma proposição que contenha qualquer outra como sua parte componente é dita proposição composta ou
proposição molecular. Isso quer dizer que uma proposição é composta quando se pode extrair como parte
dela, uma nova proposição.

Tabelas-verdade.

A tabela-verdade é usada para determinar o valor lógico de uma proposição composta, sendo que os valores
das proposições simples já são conhecidos. Pois o valor lógico da proposição composta depende do valor
lógico da proposição simples.
A seguir vamos compreender como se constrói essas tabelas-verdade partindo da árvore das
possibilidadesdos valores lógicos das preposições simples, e mais adiante veremos como determinar o valor
lógico de uma proposição composta.

Proposição composta do tipo P(p, q)

Apostilas Aprendizado Urbano 140


Proposição composta do tipo P(p, q, r)

Proposição composta do tipo P(p, q, r, s)

A tabela-verdade possui 24 = 16 linhas e é formada igualmente as anteriores.

Apostilas Aprendizado Urbano 141


Tabelas das principais operações do cálculo proposicional

Negação
A ~A
V F
F V
A negação da proposição "A" é a proposição "~A", de maneira que se "A" é verdade então "~A" é falsa, e
vice-versa.

Conjunção (E)
A conjunção é verdadeira se e somente se os operandos são verdadeiros.
A B A^B
V V V
F V F
F F F
V F F

Disjunção (OU)
A disjunção é falsa se, e somente se ambos os operandos forem falsos.
A B AvB
V V V
V F V
F V V
F F F

Condicional (se... então) [implicação]


A conjunção é falsa se, e somente se, o primeiro operando é verdadeiro e o segundo operando é falso.
A B A→B
V V V
V F F
F V V
F F V

Bicondicional (se e somente se) [equivalência]


A conjunção é verdadeira se, e somente se, ambos operandos forem falsos ou ambos verdadeiros.
A B A↔B
V V V
V F F

Apostilas Aprendizado Urbano 142


F V F
F F V

Disjunção exclusiva (Ou... ou XOR)


A conjunção é verdadeira se, e somente se, apenas um dos operandos for verdadeiro.
A B A∨B
V V F
V F V
F V V
F F F

Adaga de Quine (NOR)


A conjunção é verdadeira se e somente se os operandos são falsos.
A↓
A B A∨B
B
V V V F
V F V F
F V V F
F F F V

Como usar tabelas para verificar a validade de argumentos


Verifique se a conclusão nunca é falsa quando as premissas são verdadeiros. Em caso positivo, o argumento
é válido. Em caso negativo, é inválido.

Alguns argumentos válidos


•Modus ponens

A B A→B
V V V
V F F
F V V
F F V

•Modus tollens

A B ¬A ¬B A→B
V V F F V

Apostilas Aprendizado Urbano 143


V F F V F
F V V F V
F F V V V

•Silogismo hipotético

A B C A→B B→C A→C


V V V V V V
V V F V F F
V F V F V V
V F F F V F
F V V V V V
F V F V F V
F F V V V V
F F F V V V

Algumas falácias
•Afirmação do consequente
Se A, então B. (A→B)
B.
Logo, A.

A B A→B
V V V
V F F
F V V
F F V

•Comutação dos condicionais


A implica B. (A→B)
Logo, B implica A. (B→A)

A B A→B B→A
V V V V
V F F V
F V V F
F F V V

Apostilas Aprendizado Urbano 144


Como usar tabelas para verificar a equivalência de fórmulas
(A∧B) ≡ ¬(B→¬A) ≡ ¬(¬A∨¬B) ≡ (¬A↓¬B)

A B ¬A ¬B A∧B B→¬A ¬(B→¬A) (¬A↓¬B)


V V F F V F V V
V F F V F V F F
F V V F F V F F
F F V V F V F F
(A→B) ≡ ¬(¬A∧B) ≡ (¬A∨B) ≡ ¬(¬A↓B)
A B ¬A ¬B A→B A∧¬B ¬(¬A∧B) ¬A∨B
V V F F V F V V
V F F V F V F F
F V V F V F V V
F F V V V F V V
(A∨B) ≡ ¬(¬A∧¬B) ≡ (¬A→B) ≡ ¬(A↓B)
A B ¬A ¬B A∨B ¬A∧¬B ¬(¬A∧¬B) ¬A→B
V V F F V F V V
V F F V V F V V
F V V F V F V V
F F V V F V F F

Equivalências.

Há equivalência entre as proposições P e Q somente quando a bicondicional P ↔ Q for uma tautologia ou


quando P e Q tiverem a mesma tabela-verdade. P ⇔ Q (P é equivalente a Q) é o símbolo que representa a
equivalência lógica.
Diferenciação dos símbolos ↔ e ⇔

O símbolo ↔ representa uma operação entre as proposições P e Q, que tem como resultado uma nova
proposição P ↔ Q com valor lógico V ou F.

O símbolo ⇔ representa a não ocorrência de VF e de FV na tabela-verdade P ↔ Q, ou ainda que o valor


lógico de P ↔ Q é sempre V, ou então P ↔ Q é uma tautologia.

Exemplo

A tabela da bicondicional (p → q) ↔ (~q → ~p) será:

Apostilas Aprendizado Urbano 145


Portanto, p → q é equivalente a ~q → ~p, pois estas proposições possuem a mesma tabela-verdade ou a
bicondicional (p → q) ↔ (~q → ~p) é uma tautologia.

Veja a representação:

(p → q) ⇔ (~q → ~p)

Leis de De Morgan.

Duas equivalências fundamentais são as denominadas Leis de De Morgan: ¬(AÚB), significando ¬AÙ¬B, e
¬(AÙB), significando ¬AÚ¬B.
Tendo como referência as informações acima, julgue os itens que se seguem.

45 Nas sentenças abaixo, apenas A e D são proposições.

A: 12 é menor que 6.
B: Para qual time você torce?
C: x + 3 > 10.
D: Existe vida após a morte.

Diagramas lógicos

Existem argumentos que apresentam proposições com quantificadores. Nestes casos, para a análise do
argumento a gente utiliza os chamados diagramas lógicos.

Uma sentença aberta é uma sentença que possui pelo menos uma variável.
Exemplo:
x+3>5
Acima temos uma sentença aberta. Ela possui a variável x. Cada valor de x dá origem a uma proposição, que
pode ser julgada em V ou F. Isso é o que caracteriza uma sentença aberta. É o fato de ela poder dar origem a
diversas proposições, conforme o valor assumido pela variável. Em outras palavras, a sentença x + 3 > 5 , por
si só, não é uma proposição. Ela não pode, de imediato, ser julgada em V ou F. Cada valor de x vai dar
origem a uma proposição que, aí sim, poderá ser julgada.
Pois bem, é muito comum que, a partir de uma sentença aberta, sejam formuladas proposições por meio de
quantificadores. Quando um quantificador incide sobre uma variável, aí temos uma proposição, que pode

Apostilas Aprendizado Urbano 146


ser julgada em V ou F.
A partir do exemplo acima, vamos criar uma outra frase:
Existe valor de x tal que x + 3 > 5 .

Ah, agora mudou tudo. A palavra “existe” é um quantificador. Podemos pensar que ela é sinônimo de
“algum”. Ou seja, afirma-se que algum x obedece a “ x + 3 > 5 ”. Ou seja, afirma-se que existe pelo menos
um valor de x que satisfaz x + 3 > 5 .
Essa segunda sentença é uma proposição. Apesar de apresentar uma variável, ela já pode ser julgada de
imediato. No caso, sabemos que é verdadeira.

Os quantificadores são geralmente indicados por palavras como: todo, algum, nenhum etc.
Argumentos que envolvem proposições deste tipo são mais facilmente estudados por meio de diagramas,
que representam os diversos conjuntos de possibilidades.

Exemplo de frases:
“Todo cachorro tem quatro patas”
“Algum cavalo é marrom”
“Nenhum triângulo tem 5 lados”
“Todos os homens têm olhos azuis”

Como montar os diagramas?

A técnica é bastante simples.


Vamos começar com o caso do todo.

Exemplo:
“Todo cachorro late”
Significa que o conjunto dos cachorros está dentro (está contido) do conjunto das coisas que latem. Deste
modo:

Apostilas Aprendizado Urbano 147


A ideia é sempre essa. Sempre que nos disseram que “Todo X é Y” significa que o conjunto dos X está
contido no conjunto dos Y.

Dizendo de forma um pouco diferente: o conjunto dos cachorros é um subconjunto do conjunto das coisas
que latem.

Reparem que este quantificador nos traz algumas certezas e algumas incertezas.
Para melhor entendimento, mudemos de frase.
Todo dragão é um animal com mais de 15 metros de altura.

Isso nos dá certeza de que não há dragões fora do conjunto dos animais com mais de 15 metros de altura.

Agora, simplesmente dizer que “todo dragão é um animal com mais de 15 metros de altura” não nos dá
certeza de que existem dragões, nem de que há animais com mais de 15 metros de altura. São as “regiões de
incerteza”, destacadas em amarelo na figura acima.
Ou seja, nas regiões em amarelo, não sabemos se há ou não elementos.
Esta proposição em especial foi dada porque, no mundo real, de fato, não há dragões.
Também não há animais com mais de 15 metros de altura.
Apesar disso, é correto dizer que “todo dragão é um animal com mais de 15 metros de altura”.
Ora, se existem zero dragões, então, de fato, todos estes “zero” dragões têm mais de 15 metros de altura.
Agora vamos para o caso do algum.

Apostilas Aprendizado Urbano 148


“Algum brasileiro fala espanhol”
Este quantificador também nos traz algumas incertezas. Vejam como fica o desenho:

Quando dizemos que alguns brasileiros falam espanhol, nós temos a certeza que os dois conjuntos se tocam.
E mais que isso: na intersecção, há pelo menos um elemento.
Ou seja, existe pelo menos uma pessoa que é brasileira e, além disso, fala espanhol.
Isso nos dá a certeza de que, na região marcada com um (X) na figura abaixo, existe pelo menos uma pessoa:

Quanto às demais regiões do diagrama, não sabemos se correspondem a algum indivíduo. São “regiões de
incerteza”, representadas em amarelo:

Não sabemos se há brasileiros que não falam espanhol (região 1 da figura). Também não sabemos se há
pessoas que falam espanhol e não são brasileiras (região 2 da figura).

Apostilas Aprendizado Urbano 149


Situação semelhante acontece com a seguinte proposição:
Alguns brasileiros não falam espanhol.
O diagrama é o mesmo. A única coisa que muda é a “região de incerteza”.
Agora, temos certeza de que existem brasileiros que não falam espanhol. É a região marcada com um (X) ma
figura abaixo:

Não temos certeza se há pessoas que são brasileiras e falam espanhol (região 1). Também não sabemos se há
pessoas que não são brasileiras e falam espanhol (região 2).
Vamos para o caso do nenhum.
“Nenhum dragão é dinossauro”
Neste caso, estamos afirmando que o conjunto dos dragões não apresenta intersecção com o conjunto dos
dinossauros.
Assim:

Apostilas Aprendizado Urbano 150


Novamente: dizemos que não há intersecção entre os dois conjuntos.
Assim como nos casos anteriores, temos algumas incertezas.

A única certeza que temos é que não há intersecção entre os conjuntos. É a região cinza da figura acima.
Pintamos de cinza par indicar ausência de elementos.
Contudo, simplesmente dizer que “nenhum dragão é dinossauro” não garante qualquer coisa sobre a
existência de elementos dentro do conjunto dos dragões (região 1 da figura), ou dentro do conjunto dos
dinossauros (região 2).
Não temos certeza se existem dragões. Nem se existem dinossauros. Apenas temos certeza de que não há
dragões que também sejam dinossauros.

Esta proposição em especial foi utilizada porque, no mundo real, atualmente, não existem dinossauros.
Também não existem dragões. Deste modo, realmente é correto dizer que nenhum dragão é dinossauro.

Com isso não estamos afirmando a existência de qualquer um destes dois tipos de criatura.

Lógica de primeira ordem.

Apostilas Aprendizado Urbano 151


A lógica de primeira ordem (LPO), conhecida também como cálculo de predicados de primeira
ordem (CPPO), é um sistema lógico que estende a lógica proposicional (lógica sentencial) e que é estendida
pela lógica de segunda ordem.

Um cálculo de predicados consiste em:


•regras de formação (definições recursivas para dar origem a fórmulas bem-formadas ou FBFs).
•regras de transformação (regras de inferência para derivar teoremas).
•axiomas.
Os axiomas considerados aqui são os axiomas lógicos que fazem parte do cálculo de predicados. Além disso,
os axiomas não-lógicos são adicionados em teorias de primeira ordem específicas: estes não são considerados
como verdades da lógica, mas como verdades da teoria particular sob consideração.
Quando o conjunto dos axiomas é infinito, requer-se que haja um algoritmo que possa decidir para uma
fórmula bem formada dada, se ela é um axioma ou não. Deve também haver um algoritmo que possa decidir
se uma aplicação dada de uma regra de inferência está correta ou não.
É importante notar que o cálculo de predicados pode ser formalizado de muitas maneiras equivalentes; não
há nada canônico sobre os axiomas e as regras de inferência propostos aqui, mas toda a formalização dará
origem aos mesmos teoremas da lógica (e deduzirá os mesmos teoremas a partir de um conjunto qualquer de
axiomas não-lógicos).

A linguagem da lógica proposicional não é adequada para representar relações entre objetos.

Por exemplo, se fôssemos usar uma linguagem proposicional para representar "João é pai de Maria e José é
pai de João" usaríamos duas letras sentenciais diferentes para expressar idéias semelhantes (por exemplo, P
para simbolizar "João é pai de Maria "e Q para simbolizar "José é pai de João" ) e não estaríamos captando
com esta representação o fato de que as duas frases falam sobre a mesma relação de parentesco entre João e
Maria e entre José e João.

Outro exemplo do limite do poder de expressão da linguagem proposicional, é sua incapacidade de


representar instâncias de um propriedade geral.

Por exemplo, se quiséssemos representar em linguagem proposicional "Qualquer objeto é igual a si mesmo "
e "3 é igual a 3", usaríamos letras sentenciais distintas para representar cada uma das frases, sem captar que a
segunda frase é uma instância particular da primeira.

Da mesma forma, se por algum processo de dedução chegássemos à conclusão que um indivíduo arbitrário
de um universo tem uma certa propriedade, seria razoável querermos concluir que esta propriedade vale
para qualquer indivíduo do universo. Porém, usando uma linguagem proposicional para expressar "um
indivíduo arbitrário de um universo tem uma certa propriedade " e "esta propriedade vale para qualquer
indivíduo do universo" usaríamos dois símbolos proposicionais distintos e não teríamos como concluir o
segundo do primeiro.

A linguagem de primeira ordem vai captar relações entre indivíduos de um mesmo universo de discurso e a

Apostilas Aprendizado Urbano 152


lógica de primeira ordem vai permitir concluir particularizações de uma propriedade geral dos indivíduos
de um universo de discurso, assim como derivar generalizações a partir de fatos que valem para um
indivíduo arbitrário do universo de discurso. Para ter tal poder de expressão, a linguagem de primeira
ordem vai usar um arsenal de símbolos mais sofisticado do que o da linguagem proposicional.
Considere a sentença "Todo objeto é igual a si mesmo ".
Esta sentença fala de uma propriedade (a de ser igual a si mesmo) que vale para todos os indivíduos de um
universo de discurso, sem identificar os objetos deste universo.

Considere agora a sentença "Existem números naturais que são pares".


Esta sentença fala de um propriedade (a de ser par) que vale para alguns (pelo menos um dos) indivíduos do
universo dos números naturais, sem, no entanto, falar no número" 0" ou "2" ou "4",etc em particular.

Para expressar propriedades gerais (que valem para todos os indivíduos) ou existenciais (que valem para
alguns indivíduos) de um universo são utilizados os quantificadores  (universal) e  (existencial),
respectivamente. Estes quantificadores virão sempre seguidos de um símbolo de variável, captando, desta
forma, a idéia de estarem simbolizando as palavras "para qualquer" e "para algum".

Considere as sentenças:
- "Sócrates é homem"
- "Todo aluno do departamento de Ciência da Computação estuda lógica"
A primeira frase fala de uma propriedade (ser homem) de um indivíduo distinguido ("Sócrates") de um
domínio de discurso. A segunda frase fala sobre objetos distiguidos "departamento de Ciência da
Computação" e "lógica". Tais objetos poderão ser representados usando os símbolos , soc para "Sócrates", cc
para "departamento de Ciência da Computação", lg para "lógica".Tais símbolos são chamados de símbolos de
constantes.

As propriedades "ser aluno de ", "estuda" relacionam objetos do universo de discurso considerado, isto é,
"ser aluno de " relaciona os indivíduos de uma universidade com os seus departamentos, "estuda" relaciona
os indivíduos de uma universidade com as matérias. Para representar tais relações serão usados símbolos de
predicados (ou relações). Nos exemplos citados podemos usar Estuda e Aluno que são símbolos de relação
binária. As relações unárias expressam propriedades dos indivíduos do universo ( por exemplo "ser par","ser
homem").

A relação "ser igual a" é tratada de forma especial, sendo representada pelo símbolo de igualdade .

Desta forma podemos simbolizar as sentenças consideradas nos exemplos da seguinte forma:
- "Todo mundo é igual a si mesmo " por x xx;
- "Existem números naturais que são pares" por xPar(x);
- "Sócrates é homem" por Homem(soc);
- "Todo aluno do departamento de Ciência da Computação estuda lógica" porx(Aluno(x,cc) Estuda (x,lg)).

Apostilas Aprendizado Urbano 153


As constantes, sinais funcionais e sinais predicativos constituem a coleção de sinais ditos símbolos não
lógicos.
Há diversas variações menores listadas abaixo:
•O conjunto de símbolos primitivos (operadores e quantificadores) varia frequentemente. Alguns símbolos
primitivos podem ser omitidos, substituindo-os com abreviaturas adequadas; por exemplo (P ↔ Q) é uma
abreviatura para (P → Q) ∧ (Q → P). No sentido contrário, é possível incluir outros operadores como
símbolos primitivos, como as constantes de verdade ⊤ para "verdadeiro" e o ⊥ para "falso" (estes são
operadores do aridade 0). O número mínimo dos símbolos primitivos necessários é um, mas se nós nos
restringirmos aos operadores listados acima, seria necessário três; por exemplo, o ¬, o ∧, e o ∀ bastariam.
•Alguns livros mais velhos usam a notação φ ⊃ ψ para φ → ψ, ~φ para ¬φ, φ & ψ para φ ∧ ψ, e uma
variedade de notações para os quantificadores; por exemplo, ∀xφ pode ser escrito como (x)φ.
•A igualdade é às vezes considerada como parte da lógica de primeira ordem; Neste caso, o símbolo da
igualdade será incluído no alfabeto, e comportar-se-á sintaticamente como um predicado binário. Assim a
LPO será chamada de lógica de primeira ordem com igualdade.
•As constantes são na verdade funções de aridade 0, assim seria possível e conveniente omitir constantes e
usar as funções que tenham qualquer aridade. Mas é comum usar o termo "função" somente para funções de
aridade 1.
•Na definição acima, as relações devem ter pelo menos aridade 1. É possível permitir relações de aridade 0;
estas seriam consideradas variáveis proposicionais.
•Há muitas convenções diferentes sobre onde pôr parênteses; por exemplo, se pode escrever ∀x ou ( ∀x).
Às vezes se usa dois pontos ou ponto final ao invés dos parênteses para criar fórmulas não ambíguas. Uma
convenção interessante, mas incomum, é a "notação polonesa", onde se omite todos os parênteses, e
escreve-se o ∧, ∨, e assim por diante na frente de seus argumentos. A notação polonesa é compacta e
elegante, mas rara e de leitura complexa.
•Uma observação técnica é que se houver um símbolo de função de aridade 2 que representa um par
ordenado (ou símbolos de predicados de aridade 2 que representam as relações de projeção de um par
ordenado) então se pode dispensar inteiramente as funções ou predicados de aridade > 2. Naturalmente o
par ou as projeções necessitam satisfazer aos axiomas naturais.

Os conjuntos das constantes, das funções, e das relações compõem a assinatura e são geralmente
considerados para dar forma a uma linguagem, enquanto as variáveis, os operadores lógicos, e os

Apostilas Aprendizado Urbano 154


quantificadores são geralmente considerados para pertencer à lógica. Uma estrutura dá o significado
semântico de cada símbolo da assinatura. Por exemplo, a linguagem da teoria dos grupos consiste de uma
constante (elemento da identidade), de uma função de aridade 1 (inverso), de uma função de aridade 2
(produto), e de uma relação de aridade 2 (igualdade), que seria omitida pelos autores que incluem a
igualdade na lógica subjacente.

Regras de formação
As regras de formação definem os termos, fórmulas, e as variáveis livres como segue. O conjunto
dos termos é definido recursivamente pelas seguintes regras:
1.Qualquer constante é um termo (sem variáveis livres).
2.Qualquer variável é um termo (cuja única variável livre é ela mesma).
3.Toda expressão f (t1,…, tn) de n ≥ 1 argumentos (onde cada argumento ti é um termo e f é um símbolo de
função de aridade n) é um termo. Suas variáveis livres são as variáveis livres de cada um dos termos ti.
4.Cláusula de fechamento: Nada mais é um termo.
O conjunto das fórmulas bem-formadas (chamadas geralmente FBFs ou apenas fórmulas) é definido
recursivamente pelas seguintes regras:
1.Predicados simples e complexos: se P for uma relação de aridade n ≥ 1 e os ai são os termos então P (a1,
…,an) é bem formada. Suas variáveis livres são as variáveis livres de quaisquer termos ai. Se a igualdade for
considerada parte da lógica, então (a1 = a2) é bem formada. Tais fórmulas são ditas atômicas.
2.Cláusula indutiva I: Se φ for uma FBF, então ¬φ é uma FBF. Suas variáveis livres são as variáveis livres de
φ.
3.Cláusula indutiva II: Se φ e ψ são FBFs, então (ψ ∧ φ), (ψ φ), (ψ → φ), (ψ ↔ φ) são FBFs. Suas variáveis
livres são as variáveis livres de φ e de ψ.
4.Cláusula indutiva III: Se φ for uma FBF e x for um variável, então ∀xφ e ∃xφ são FBFs, cujas variáveis
livres são as variáveis livres de φ com exceção de x. Ocorrências de x são ditasligadas ou mudas (por
oposição a livre) em ∀xφ e ∃xφ.
5.Cláusula de fechamento: Nada mais é uma FBF.
Na prática, se P for uma relação de aridade 2, nós escrevemos frequentemente "a P b" em vez de "P a b"; por
exemplo, nós escrevemos 1 < 2 em vez de < (1 2). Similarmente se f for uma função de aridade 2, nós
escrevemos às vezes "a f b" em vez de "f (a b)"; por exemplo, nós escrevemos 1 + 2 em vez de + (1 2). É
também comum omitir alguns parênteses se isto não conduzir à ambigüidade. Às vezes é útil dizer que
"P (x) vale para exatamente um x", o que costuma ser denotado por ∃!xP(x). Isto também pode ser expresso
por ∃x (P (x) ∀y (P (y) → (x = y))).
Exemplos: A linguagem dos grupos abelianos ordenados tem uma constante 0, uma função unária −,
uma função binária +, e uma relação binária ≤. Assim:
•0, x, y são termos atômicos
•+ (x, y), + (x, + (y, − (z))) são termos, escritos geralmente como x + y, x + (y + (−z))
•= (+ (x, y), 0), ≤ (+ (x, + (y, − (z))), + (x, y)) são fórmulas atômicas, escritas geralmente como x + y =
0, x + y - z ≤ x + y,
•(∀x ∃y ≤ (+ (x, y), z)) ∧ (∃x = (+ (x, y), 0)) é uma fórmula, escrita geralmente como (∀x ∃y (x + y ≤ z))
∧ (∃x (x + y = 0)).

Apostilas Aprendizado Urbano 155


Substituição
Se t é um termo e φ(x) é uma fórmula que contém possivelmente x como uma variável livre, então φ(t) se
definido como o resultado da substituição de todas as instâncias livres de x por t, desde que nenhuma
variável livre de t se torne ligada neste processo. Se alguma variável livre de t se tornar ligada, então para
substituir t por x é primeiramente necessário mudar os nomes das variáveis ligadas de φ para algo diferente
das variáveis livres de t. Para ver porque esta condição é necessária, considere a fórmula φ(x) dada por
∀y y≤x ("x é máximal"). Se t for um termo sem ycomo variável livre, então φ(t) diz apenas que t é maximal.
Entretanto se t é y, a fórmula φ(y) é ∀y y≤y que não diz que y é máximal.O problema de que a variável
livre y de t (=y) se transformou em ligada quando nós substituímos y por x em φ(x). Assim, para construir
φ(y) nós devemos primeiramente mudar a variável ligada y de φ para qualquer outra coisa, por exemplo a
variável z, de modo que o φ(y) seja então ∀z z≤ y. Esquecer desta condição é uma causa notória de erros.

Igualdade
Há diversas convenções diferentes para se usar a igualdade (ou a identidade) na lógica de primeira ordem.
Esta seção resume as principais. Todas as convenções resultam mais ou menos no mesmo com mais ou
menos a mesma quantidade de trabalho, e diferem principalmente na terminologia.
•A convenção mais comum para a igualdade é incluir o símbolo da igualdade como um símbolo lógico
primitivo, e adicionar os axiomas da igualdade aos axiomas da lógica de primeira ordem. Os axiomas de
igualdade são

•A próxima convenção mais comum é incluir o símbolo da igualdade como uma das relações de uma teoria,
e adicionar os axiomas da igualdade aos axiomas da teoria. Na prática isto é quase idêntico à da convenção
precedente, exceto no exemplo incomum de teorias com nenhuma noção de igualdade. Os axiomas são os
mesmos, e a única diferença é se eles serão chamados de axiomas lógicos ou de axiomas de teoria.
•Nas teorias sem funções e com um número finito de relações, é possível definir a igualdade em termos de
relações, definindo os dois termos s e t como iguais se qualquer relação continuar inalterada ao se
substituir s por t em qualquer argumento. Por exemplo, em teoria dos conjuntos com uma relação ∈, nós
definiríamos s = t como uma abreviatura para ∀x (s ∈ x ↔ t ∈ x) ∧ ∀x (x ∈ s ↔ x ∈ t). Esta definição de
igualdade satisfaz automaticamente os axiomas da igualdade.
•Em algumas teorias é possível dar definições de igualdade ad hoc. Por exemplo, em uma teoria de ordens
parciais com uma relação ≤ nós poderíamos definir s = t como uma abreviatura paras ≤ t ∧ t ≤ s.

Apostilas Aprendizado Urbano 156


Limitações
Apesar da Lógica de Primeira Ordem ser suficiente para formalizar uma grande parte da matemática, e
também ser comumente usada em Ciência da Computação e outras áreas, ela tem as suas limitações. Suas
limitações incluem limitações em sua expressividade e limitações com relação aos fragmentos das línguas
naturais que pode descrever.

Expressividade
O teorema de Löwenheim–Skolem mostra que se uma teoria de primeira ordem tem um modelo infinito,
então a teoria também tem modelos de todas as cardinalidades infinitas. Em particular, nenhuma teoria de
primeira ordem com um modelo infinito pode ser categórica. Assim, não há uma teoria de primeira ordem
cujo único modelo tem o conjunto dos números naturais como domínio, ou cujo único modelo tem o
conjunto dos números reais como domínio. Várias extensões da Lógica de Primeira-Ordem, incluindo a
Lógica de Ordem Superior e a Lógica Infinitária, são mais expressivas no sentido de que elas admitem
axiomatizações categóricas dos números naturais ou reais. Essa expressividade tem um custo em relação às
propriedades meta-lógicas; de acordo com o Teorema de Lindström, qualquer lógica que seja mais forte que
a lógica de primeira ordem falhará em validar o teorema da compacidade ou em validar o teorema de
Löwenheim–Skolem.

Formalizando as Línguas Naturais


A lógica de primeira ordem é capaz de formalizar vários quantificadores na lingua natural, como “todas as
pessoas que moram em Paris, moram na França”. Mas existem várias características que não podem ser
expressas na lógica de primeira ordem. “Qualquer sistema lógico que é apropriado para analisar línguas
naturais, precisa de uma estrutura muito mais rica que a lógica de primeira ordem" (Gamut 1991, p 75).

Tipo Exemplo Comentário


Se Rafael for satisfeito consigo Requer quantificadores sobre os predicados, os
Quantificadores
mesmo, então ele tem pelo quais não podem ser implementados com a lógica
sobre as
menos uma coisa em comum de primeira ordem (unicamente ordenada): Zj→
propriedades
com Roberta ∃X(Xj∧Xp)
Quantificadores Papai Noel tem todos os atributos Requer quantificadores sobre os predicados, os
sobre as de um sadista quais não podem ser implementados com a lógica

Apostilas Aprendizado Urbano 157


de primeira ordem (unicamente ordenada):
propriedades
∀X(∀x(Sx → Xx)→Xs)
Não pode ser analisado como Wj ∧ Qj;
Predicado adverbial Luiz está andando rápido predicados adverbiais não são a mesma coisa que
predicados de segunda ordem , como cores
Não podem ser analisados como Sj ∧ Ej;
Adjetivo Relativo Jumbo é um elefante pequeno predicados adjetivados não são a mesma coisa que
predicados de segunda ordem , como cores
Modificador do Anderson está andando muito
-
predicado adverbial rápido
Uma expressão como "extremamente" , quando
Modificador do Roberta é extremamente usado com um adjetivo relativo "pequena", resulta
adjetivo relativo pequena em um novo adjetivo relativo: "extremamente
pequena"
A preposição "ao lado de" quando aplicada a Luiz,
Alberto está sentado ao lado de
Preposições resulta em um predicado adverbial "ao lado de
Danilo
Luiz"

Axiomas e regras
Os cinco axiomas lógicos mais as duas regras de inferência seguintes caracterizam a lógica de primeira
ordem:
Axiomas:

Regras de Inferência:
•Modus Ponens:

Apostilas Aprendizado Urbano 158


•Generalização Universal:

Estes axiomas são na realidade esquemas de axiomas. Cada letra grega pode ser uniformemente substituída,
em cada um dos axiomas acima, por uma FBF qualquer, e uma expressão do tipo denota o
resultado da substituição de x por t na fórmula .

Cálculo de predicados
O cálculo de predicado é uma extensão da lógica proposicional que define quais sentenças da lógica de
primeira ordem são demonstráveis. É um sistema formal usado para descrever as teorias matemáticas. Se o
cálculo proposicional for definido por um conjunto adequado de axiomas e a única regra de
inferência modus ponens (isto pode ser feito de muitas maneiras diferentes, uma delas já ilustrada na seção
anterior), então o cálculo de predicados pode ser definido adicionando-se alguns axiomas e uma regra de
inferência "generalização universal" (como, por exemplo, na seção anterior). Mais precisamente, como
axiomas para o cálculo de predicado, teremos:
•Os axiomas circunstanciais do cálculo proposicional (A1, A2 e A3 na seção anterior);
•Os axiomas dos quantificadores (A4 e A5);
•Os axiomas para a igualdade propostos em seção anterior, se a igualdade for considerada como um conceito
lógico.

Uma sentença será definida como demonstrável na lógica de primeira ordem se puder ser obtida
começando com os axiomas do cálculo de predicados e aplicando-se repetidamente as regras de inferência
"modus ponens" e "generalização universal". Se nós tivermos uma teoria T (um conjunto de sentenças, às
vezes chamadas axiomas) então uma sentença φ se define como demonstrável na teoria T se a ∧ b ∧ … →
φ é demonstrável na lógica de primeira ordem (relação de consequência formal), para algum conjunto finito
de axiomas a, b,… da teoria T. Um problema aparente com esta definição de "demonstrabilidade" é que ela
parece um tanto ad hoc: nós tomamos uma coleção aparentemente aleatória de axiomas e de regras de
inferência, e não é óbvio que não tenhamos acidentalmente deixado de fora algum axioma ou regra
fundamental. O teorema da completude de Gödel nos assegura de que este não é realmente um problema: o
teorema diz que toda sentença verdadeira em todos os modelos é demonstrável na lógica de primeira
ordem. Em particular, toda definição razoável de "demonstrável" na lógica de primeira ordem deve ser
equivalente à definição acima (embora seja possível que os comprimentos das derivações difira bastante
para diferentes definições de demonstrabilidade). Há muitas maneiras diferentes (mas equivalentes) de
definir provabilidade. A definição acima é um exemplo típico do cálculo no estilo de Hilbert, que tem
muitos axiomas diferentes, mas poucas regras de inferência. As definições de demonstrabilidade para a
lógica de primeira ordem nos estilos de Gentzen (dedução natural e cálculo de sequentes) são baseadas em
poucos ou nenhum axiomas, mas muitas regras de inferência.

Apostilas Aprendizado Urbano 159


Regressão ou reversão

Regressão é uma técnica que permite explorar e inferir a relação de uma variável dependente (variável de
resposta) com variáveis independentes específicas (variáveis explicatórias).
Regressão designa uma equação matemática que descreva a relação entre duas ou mais variáveis.
Para resolvermos tais problemas, basta “montar” uma equação algébrica.
Veremos mais sobre o tema adiante.

Princípios de contagem e probabilidade.

Foi a necessidade de calcular o número de possibilidades existentes nos chamados jogos de azar que levou
ao desenvolvimento da Análise Combinatória, parte da Matemática que estuda os métodos de contagem.
Esses estudos foram iniciados já no século XVI, pelo matemático italiano Niccollo Fontana (1500-1557),
conhecido como Tartaglia. Depois vieram os franceses Pierre de Fermat (1601-1665) e Blaise Pascal (1623-
1662).

A Análise Combinatória visa desenvolver métodos que permitam contar - de uma forma indireta - o
número de elementos de um conjunto, estando esses elementos agrupados sob certas condições.

Fatorial

Seja n um número inteiro não negativo. Definimos o fatorial de n (indicado pelo símbolo n! ) como sendo:

Apostilas Aprendizado Urbano 160


n! = n .(n-1) . (n-2) . ... .4.3.2.1 para n  2.

Para n = 0 , teremos : 0! = 1.

Para n = 1 , teremos : 1! = 1

Exemplos:

a) 6! = 6.5.4.3.2.1 = 720

b) 4! = 4.3.2.1 = 24

c) observe que 6! = 6.5.4!

d) 10! = 10.9.8.7.6.5.4.3.2.1

e) 10! = 10.9.8.7.6.5!

f ) 10! = 10.9.8!

Princípio fundamental da contagem - PFC

Se determinado acontecimento ocorre em n etapas diferentes, e se a primeira etapa pode ocorrer de k 1


maneiras diferentes, a segunda de k2 maneiras diferentes, e assim sucessivamente , então o número total T
de maneiras de ocorrer o acontecimento é dado por:

T = k1. k2 . k3 . ... . kn

Exemplo:

O DETRAN decidiu que as placas dos veículos do Brasil serão codificadas usando-se 3 letras do alfabeto e 4
algarismos. Qual o número máximo de veículos que poderá ser licenciado?

Solução:

Usando o raciocínio anterior, imaginemos uma placa genérica do tipo PWR-USTZ.

Como o alfabeto possui 26 letras e nosso sistema numérico possui 10 algarismos (de 0 a 9), podemos
concluir que: para a 1ª posição, temos 26 alternativas, e como pode haver repetição, para a 2ª, e 3ª também
teremos 26 alternativas. Com relação aos algarismos, concluímos facilmente que temos 10 alternativas para
cada um dos 4 lugares. Podemos então afirmar que o número total de veículos que podem ser licenciados

Apostilas Aprendizado Urbano 161


será igual a: 26.26.26.10.10.10.10 que resulta em 175.760.000. Observe que se no país existissem
175.760.001 veículos, o sistema de códigos de emplacamento teria que ser modificado, já que não existiriam
números suficientes para codificar todos os veículos.

Agora é por sua conta!

1) Sabe-se que existe pelo menos um A que é B. Sabe-se, também, que todo B é C. Segue-se,
portanto, necessariamente que
a) todo C é B
b) todo C é A
c) algum A é C
d) nada que não seja C é A
e) algum A não é C

2) Considere as seguintes premissas (onde X, Y, Z e P são conjuntos não vazios):


Premissa 1: "X está contido em Y e em Z, ou X está contido em P"
Premissa 2: "X não está contido em P"
Pode-se, então, concluir que, necessariamente
a) Y está contido em Z
b) X está contido em Z
c) Y está contido em Z ou em P
d) X não está contido nem em P nem em Y
e) X não está contido nem em Y e nem em Z

3) Três rapazes e duas moças vão ao cinema e desejam sentar-se, os cinco, lado a lado, na
mesma fila. O número de maneiras pelas quais eles podem distribuir-se nos assentos de modo que as duas
moças fiquem juntas, uma ao lado da outra, é igual a
a) 2
b) 4
c) 24
d) 48
e) 120

4) De um grupo de 200 estudantes, 80 estão matriculados em Francês, 110 em Inglês e 40 não estão
matriculados nem em Inglês nem em Francês. Seleciona-se, ao acaso, um dos 200 estudantes. A
probabilidade de que o estudante selecionado esteja matriculado em pelo menos uma dessas disciplinas (isto
é, em Inglês ou em Francês) é igual a
a) 30/200
b) 130/200
c) 150/200
d) 160/200

Apostilas Aprendizado Urbano 162


e) 190/200

5) Uma herança constituída de barras de ouro foi totalmente dividida entre três irmãs: Ana, Beatriz e
Camile. Ana, por ser a mais velha, recebeu a metade das barras de ouro, e mais meia barra. Após Ana ter
recebido sua parte, Beatriz recebeu a metade do que sobrou, e mais meia barra. Coube a Camile o restante
da herança, igual a uma barra e meia. Assim, o número de barras de ouro que Ana recebeu foi:
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

6) Chama-se tautologia a toda proposição que é sempre verdadeira, independentemente da


verdade dos termos que a compõem. Um exemplo de tautologia é:
a) se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo
b) se João é alto, então João é alto e Guilherme é gordo
c) se João é alto ou Guilherme é gordo, então Guilherme é gordo
d) se João é alto ou Guilherme é gordo, então João é alto e Guilherme é gordo
e) se João é alto ou não é alto, então Guilherme é gordo

7) Sabe-se que a ocorrência de B é condição necessária para a ocorrência de C e condição


suficiente para a ocorrência de D. Sabe-se, também, que a ocorrência de D é condição necessária e
suficiente para a ocorrência de A. Assim, quando C ocorre,
a) D ocorre e B não ocorre
b) D não ocorre ou A não ocorre
c) B e A ocorrem
d) nem B nem D ocorrem
e) B não ocorre ou A não ocorre

8) Se Frederico é francês, então Alberto não é alemão. Ou Alberto é alemão, ou Egídio é


espanhol. Se Pedro não é português, então Frederico é francês. Ora, nem Egídio é espanhol nem Isaura é
italiana. Logo:
a) Pedro é português e Frederico é francês
b) Pedro é português e Alberto é alemão
c) Pedro não é português e Alberto é alemão
d) Egídio é espanhol ou Frederico é francês
e) Se Alberto é alemão, Frederico é francês

9) Se Luís estuda História, então Pedro estuda Matemática. Se Helena estuda Filosofia, então Jorge estuda
Medicina. Ora, Luís estuda História ou Helena estuda Filosofia. Logo, segue-se necessariamente que:
a) Pedro estuda Matemática ou Jorge estuda Medicina
b) Pedro estuda Matemática e Jorge estuda Medicina
c) Se Luís não estuda História, então Jorge não estuda Medicina
d) Helena estuda Filosofia e Pedro estuda Matemática

Apostilas Aprendizado Urbano 163


e) Pedro estuda Matemática ou Helena não estuda Filosofia

10) Maria tem três carros:


um Gol, um Corsa e um Fiesta.
Um dos carros é branco, o outro é preto, e o outro é azul.
Sabe-se que:
1) ou o Gol é branco, ou o Fiesta é branco,
2) ou o Gol é preto, ou o Corsa é azul,
3) ou o Fiesta é azul, ou o Corsa é azul,
4) ou o Corsa é preto, ou o Fiesta é preto. Portanto, as cores do Gol, do Corsa e do Fiesta são,
respectivamente,
a) branco, preto, azul
b) preto, azul, branco
c) azul, branco, preto
d) preto, branco, azul
e) branco, azul, preto

GABARITO

1) C
2) B
3) D
4) D
5) E
6) A
7) C
8) B
9) A
10) E

Mais uma questão comentada!

Em uma circunferência com raio de 5 cm, são marcados n pontos, igualmente espaçados. A respeito dessa

Apostilas Aprendizado Urbano 164


situação, julgue os próximos itens.

(1) Se n = 4, então a área do polígono convexo que tem vértices nesses pontos é igual a 60 cm2.

(2) Se n = 6, então o polígono convexo que tem vértices nesses pontos em perímetro inferior a 32 cm.

Questãozinha de geometria (não tinha falado de geometria, né?) Precisamos saber que:

(1) quando você tem um quadrado (n=4, ok?) inscrito à (ou dentro da) circunferência, o lado desse quadrado
será o raio x raiz de 2. Ou seja,

Lado = Raio x Raiz (2)

Lado = 5 x Raiz (2)

Logo,

Área = Lado ao quadrado = 5 x Raiz (2) ao quadrado = 25 x 2 = 50

Item errado.

(2) em um hexágono inscrito à circunferência, o Lado será igual ao Raio.

Assim,

Perímetro = 6 x Lado = 6 x 5 = 30 (inferior a 32).

Item correto.

Agora, parta para ação novamente:

01. O economista José Júlio Senna estima que em 1998 o déficit em conta corrente do país será de US$ 40
bilhões, mas, no próximo ano, devido à redução das importações, esse déficit diminuirá em US$ 12 bilhões.
No entanto, em 1999, o país deverá pagar US$ 29 bilhões em amortizações. Nessas condições, mesmo
supondo que entrem US$ 17 bilhões em investimentos diretos e US$ 15 bilhões para fi-nanciar as
importações, ainda faltarão para o país equilibrar suas contas uma quantia em dólares igual a
• 1 bilhão
• 13 bilhões
• 25 bilhões
• 29 bilhões

Apostilas Aprendizado Urbano 165


• 32 bilhões

02. Numa sala estão 100 pessoas, todas elas com menos de 80 anos de idade. É FALSO afirmar que pelo
menos duas dessas pessoas
• nasceram num mesmo ano.
• nasceram num mesmo mês.
• nasceram num mesmo dia da semana.
• nasceram numa mesma hora do dia.
• têm 50 anos de idade.

03. Com 1.260 kg de matéria prima uma fábrica pode produzir 1.200 unidades diárias de certo artigo
durante 7 dias. Nessas condições, com 3.780 kg de matéria prima, por quantos dias será possível sustentar
uma produção de 1.800 unidades diárias desse artigo?
• 14
• 12
• 10
• 9
• 7

04. Alberto recebeu R$ 3.600,00, mas desse dinheiro deve pagar comissões a Bruno e a Carlos. Bruno deve
receber 50% do que restar após ser descontada a parte de Carlos e este deve receber 20% do que restar após
ser descontada a parte de Bruno. Nessas condições, Bruno e Carlos devem receber, respectivamente,
• 1.800 e 720 reais.
• 1.800 e 360 reais.
• 1.600 e 400 reais.
• 1.440 e 720 reais.
• 1.440 e 288 reais.

05. Para entrar na sala da diretoria de uma empresa é preciso abrir dois cadeados. Cada cadeado é aberto por
meio de uma senha. Cada senha é constituída por 3 algarismos distintos. Nessas condições, o número
máximo de tentativas para abrir os cadeados é
• 518.400
• 1.440
• 720
• 120
• 54

06. Somando-se parcelas iguais a 5 ou a 8 é possível obter como resultado quase todos os números inteiros
positivos. Exemplos: 32 = 8 + 8 + 8 + 8; 33 = (5 + 8) + (5 + 5 + 5 + 5).
O maior número que NÃO pode ser obtido dessa maneira é
1. 130
2. 96
3. 29
4. 27

Apostilas Aprendizado Urbano 166


5. 22

07. São lançadas 4 moedas distintas e não viciadas. Qual é a probabilidade de resultar exatamente 2 caras e 2
coroas?
• 25%
• 37,5%
• 42%
• 44,5%
• 50%

08. Numa loja de roupas, um terno tinha um preço tão alto que ninguém se interessava em comprá-lo. O
gerente da loja anunciou um des-conto de 10% no preço, mas sem resultado. Por isso, ofereceu novo
desconto de 10%, o que baixou o preço para R$ 648,00. O preço inicial desse terno era superior ao preço
final em
• R$ 162,00
• R$ 152,00
• R$ 132,45
• R$ 71,28
• R$ 64,00

09. Numa ilha há apenas dois tipos de pessoas: as que sempre falam a verdade e as que sempre mentem. Um
explorador contrata um ilhéu chamado X para servir-lhe de intérprete. Ambos encontram outro ilhéu,
chamado Y, e o explorador lhe pergunta se ele fala a verdade. Ele responde na sua língua e o intérprete diz -
Ele disse que sim, mas ele pertence ao grupo dos mentirosos. Dessa situação é correto concluir que
• Y fala a verdade.
• a resposta de Y foi NÃO.
• ambos falam a verdade.
• ambos mentem.
• X fala a verdade.

10. Se 1 hectare corresponde à área de um quadrado com 100 m de lado, então expressando-se a área de 3,6
hectares em quilômetros quadrados obtém-se
a) 3.600
b) 36
c) 0,36
d) 0,036
e) 0,0036

11. Sabe-se que existe pelo menos um A que é B. Sabe-se, também, que todo B é C. Segue-se, portanto,
necessariamente que
• todo C é B
• todo C é A
• algum A é C
• nada que não seja C é A

Apostilas Aprendizado Urbano 167


• algum A não é C

12. Considere as seguintes premissas (onde X, Y, Z e P são conjuntos não vazios):

Premissa 1: ''X está contido em Y e em Z, ou X está contido em P''

Premissa 2: ''X não está contido em P''


Pode-se, então, concluir que, necessariamente

a) Y está contido em Z
b) X está contido em Z
c) Y está contido em Z ou em P
d) X não está contido nem em P nem em Y
e) X não está contido nem em Y e nem em Z

13. Se o jardim não é florido, então o gato mia. Se o jardim é florido, então o passarinho não canta. Ora, o
passarinho canta. Logo:
• jardim é florido e o gato mia
• jardim é florido e o gato não mia
• jardim não é florido e o gato mia
• jardim não é florido e o gato não mia
• se o passarinho canta, então o gato não mia

14. Um crime foi cometido por uma e apenas uma pessoa de um grupo de cinco suspeitos: Armando, Celso,
Edu, Juarez e Tarso. Perguntados sobre quem era o culpado, cada um deles respondeu:
Armando: ''Sou inocente''
Celso: ''Edu é o culpado''
Edu: ''Tarso é o culpado''
Juarez: ''Armando disse a verdade''
Tarso: ''Celso mentiu''
Sabendo-se que apenas um dos suspeitos mentiu e que todos os outros disseram a verdade, pode-se concluir
que o culpado é:
• Armando
• Celso
• Edu
• Juarez
• Tarso

15. Três rapazes e duas moças vão ao cinema e desejam sentar-se, os cinco, lado a lado, na mesma fila. O
número de maneiras pelas quais eles podem distribuir-se nos assentos de modo que as duas moças fiquem
juntas, uma ao lado da outra, é igual a
• 2
• 4
• 24

Apostilas Aprendizado Urbano 168


• 48
• 120

16. De um grupo de 200 estudantes, 80 estão matriculados em Francês, 110 em Inglês e 40 não estão
matriculados nem em Inglês nem em Francês. Seleciona-se, ao acaso, um dos 200 estudantes. A
probabilidade de que o estudante selecionado esteja matriculado em pelo menos uma dessas disciplinas (isto
é, em Inglês ou em Francês) é igual a
• 30/200
• 130/200
• 150/200
• 160/200
• 190/200

17. Uma herança constituída de barras de ouro foi totalmente dividida entre três irmãs: Ana, Beatriz e
Camile. Ana, por ser a mais velha, recebeu a metade das barras de ouro, e mais meia barra. Após Ana ter
recebido sua parte, Beatriz recebeu a metade do que sobrou, e mais meia barra. Coube a Camile o restante
da herança, igual a uma barra e meia. Assim, o número de barras de ouro que Ana recebeu foi:
• 1
• 2
• 3
• 4
• 5

18. Chama-se tautologia a toda proposição que é sempre verdadeira, independentemente da verdade dos
termos que a compõem. Um exemplo de tautologia é:
a) se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo
b) se João é alto, então João é alto e Guilherme é gordo
c) se João é alto ou Guilherme é gordo, então Guilherme é gordo
d) se João é alto ou Guilherme é gordo, então João é alto e Guilherme é gordo
e) se João é alto ou não é alto, então Guilherme é gordo

19. Sabe-se que a ocorrência de B é condição necessária para a ocorrência de C e condição suficiente para a
ocorrência de D. Sabe-se, também, que a ocorrência de D é condição necessária e suficiente para a
ocorrência de A. Assim, quando C ocorre,
a) D ocorre e B não ocorre
b) D não ocorre ou A não ocorre
c) B e A ocorrem
d) nem B nem D ocorrem
e) B não ocorre ou A não ocorre

20. Dizer que ''Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista'' é, do ponto de vista lógico, o mesmo que dizer
que:
• se Pedro é pedreiro, então Paulo é paulista
• se Paulo é paulista, então Pedro é pedreiro

Apostilas Aprendizado Urbano 169


• se Pedro não é pedreiro, então Paulo é paulista
• se Pedro é pedreiro, então Paulo não é paulista
• se Pedro não é pedreiro, então Paulo não é paulista

GABARITO

01-C
02-E
03-A
04-C
05-B
06-D
07-B
08-B
09-E
10-D
11-C
12-B
13-C
14-E
15-D
16-D
17-E
18-A
19-C
20-A

Questões de Concursos

Matrizes

1 - ESAF - 2013 - DNIT - Técnico Administrativo


Os elementos de uma matriz A3X2 , isto é, com três linhas e duas colunas, são dados por:

Apostilas Aprendizado Urbano 170


Em que j i a representa o elemento da matriz A3X2

localizado na linha i e coluna j. Então, a soma dos elementos da primeira coluna de A3X2 é igual a:

• a) 17
• b) 15
• c) 12
• d) 19
• e) 13

2 - ESAF - 2013 - DNIT - Técnico de Suporte em Infraestrutura de Transportes


Os elementos de uma matriz A3X2 , isto é, com três linhas e duas colunas, são dados por:

Em que j i a representa o elemento da matriz A3X2 localizado na linha i e coluna j. Então, a soma dos
elementos da primeira coluna de A3X2 é igual a:

• a) 17
• b) 15
• c) 12
• d) 19
• e) 13

3 - ESAF - 2012 - MF - Assistente Técnico - Administrativo


Dadas as matrizes

calcule o determinante do produto A.B

Apostilas Aprendizado Urbano 171


• a) 8
• b) 12
• c) 9
• d) 15
• e) 6

4 - ESAF - 2012 - CGU - Analista de Finanças e Controle


Calcule o determinante da matriz:

• a) 1
• b) 0
• c) cos 2x
• d) sen 2x

• e) sen x⁄2

5 - ESAF - 2008 - MPOG - Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental


Uma matriz X de quinta ordem possui determinante igual a 10. A matriz B é obtida multiplicando-se todos
os elementos da matriz X por 10. Desse modo, o determinante da matriz B é igual a:

• a) 10-6

• b) 105

• c) 1010

• d) 106

• e) 103

GABARITO
1-D 2-D 3-E 4-C 5-D

Apostilas Aprendizado Urbano 172


Mais algumas questões:

01. Com a promulgação de uma nova lei, um determinado concurso deixou de ser realizado por meio de
provas, passando a análise curricular a ser o único material para aprovação dos candidatos. Neste caso, todos
os candidatos seriam aceitos, caso preenchessem e entregas-sem a ficha de inscrição e tivessem curso
superior, a não ser que não tivessem nascido no Brasil e/ou tivessem idade superior a 35 anos.
José preencheu e entregou a ficha de inscrição e possuía curso superior, mas não passou no concurso.
Considerando o texto acima e suas restrições, qual das alternativas abaixo, caso verdadeira, criaria uma
contradição com a desclassificação de José ?
• José tem menos de 35 anos e preencheu a ficha de inscrição corretamente.
• José tem mais de 35 anos, mas nasceu no Brasil.
• José tem menos de 35 anos e curso superior completo.
• José tem menos de 35 anos e nasceu no Brasil.

02. Uma rede de concessionárias vende somente carros com motor 1.0 e 2.0. Todas as lojas da rede vendem
carros com a opção dos dois motores, oferecendo, também, uma ampla gama de opcionais. Quando
comprados na loja matriz, carros com motor 1.0 possuem somente ar-condicionado, e carros com motor 2.0
têm sempre ar-condicionado e direção hidráulica. O Sr. Asdrubal comprou um carro com ar-condicionado e
direção hidráulica em uma loja da rede.
Considerando-se verdadeiras as condições do texto acima, qual das alternativas abaixo precisa ser
verdadeira quanto ao carro comprado pelo Sr. Asdrubal?
• Caso seja um carro com motor 2.0, a compra não foi realizada na loja matriz da rede.
• Caso tenha sido comprado na loja matriz, é um carro com motor 2.0.
• É um carro com motor 2.0 e o Sr. Asdrubal não o comprou na loja matriz.
• Sr. Antônio comprou, com certeza, um carro com motor 2.0.

03. Em uma viagem de automóvel, dois amigos partem com seus carros de um mesmo ponto na cidade de
São Paulo. O destino final é Maceió, em Alagoas, e o trajeto a ser percorrido também é o mesmo para os
dois. Durante a viagem eles fazem dez paradas em postos de gasolina para reabastecimento dos tanques de
gasolina. Na décima parada, ou seja, a última antes de atingirem o objetivo comum, a média de consumo dos
dois carros é exatamente a mesma. Considerando que amanhã os dois sairão ao mesmo tempo e percorrerão
o último trecho da viagem até o mesmo ponto na cidade de Maceió, podemos afirmar que:
I - Um poderá chegar antes do outro e, mesmo assim manterão a mesma média de consumo.
II - Os dois poderão chegar ao mesmo tempo e, mesmo assim manterão a mesma média de consumo.
III - O tempo de viagem e o consumo de combustível entre a paradas pode ter sido diferente para os dois
carros.
a) Somente a hipótese (I) está correta.
b) Somente a hipótese (II) está correta.
c) Somente a hipótese (III) está correta.
d) As hipóteses (I), (II) e (III) estão corretas.

04. Vislumbrando uma oportunidade na empresa em que trabalha, o Sr. Joaquim convidou seu chefe para
jantar em sua casa. Ele preparou, junto com sua esposa, o jantar perfeito que seria servido em uma mesa
retangular de seis lugares - dois lugares de cada um dos lados opostos da mesa e as duas cabeceiras, as quais

Apostilas Aprendizado Urbano 173


ficariam vazias. No dia do jantar, o Sr. Joaquim é surpreendido pela presença da filha de seu chefe junto
com ele e a esposa, sendo que a mesa que havia preparado esperava apenas quatro pessoas. Rapidamente a
esposa do Sr. Joaquim reorganizou o arranjo e acomodou mais um prato à mesa e, ao sentarem, ao em vez de
as duas cabeceiras ficarem vazias, uma foi ocupada pelo Sr. Joaquim e a outra pelo seu chefe. Considerando-
se que o lugar vago não ficou perto do Sr. Joaquim, perto de quem, com certeza, estava o lugar vago?
• Perto do chefe do Sr. Joaquim.
• Perto da esposa do chefe do Sr. Joaquim.
• Perto da filha do chefe do Sr. Joaquim.
• Perto da esposa do Sr. Joaquim.

05. Uma companhia de ônibus realiza viagens entre as cidades de Corumbá e Bonito. Dois ônibus saem
simultaneamente, um de cada cidade, para percorrerem o mesmo trajeto em sentido oposto. O ônibus 165
sai de Corumbá e percorre o trajeto a uma velocidade de 120 km/h. Enquanto isso, o 175 sai de Bonito e faz
a sua viagem a 90 km/h. Considerando que nenhum dos dois realizou nenhuma parada no trajeto, podemos
afirmar que:
I - Quando os dois se cruzarem na estrada, o ônibus 175 estará mais perto de Bonito do que o 165.
II - Quando os dois se cruzarem na estrada, o ônibus 165 terá andado mais tempo do que o 175.
a) Somente a hipótese (I) está errada.
b) Somente a hipótese (II) está errada.
c) Ambas as hipóteses estão erradas.
d) Nenhuma das hipóteses está errada.

06. Stanislaw Ponte Preta disse que ''a prosperidade de alguns homens públicos do Brasil é uma prova
evidente de que eles vêm lutando pelo progresso do nosso subdesenvolvimento.''. Considerando que a
prosperidade em questão está associada à corrupção, podemos afirmar que esta declaração está intimamente
ligada a todas as alternativas abaixo, EXCETO:
• nível de corrupção de alguns homens públicos pode ser medido pelo padrão de vida que levam.
• A luta pelo progresso do subdesenvolvimento do Brasil está indiretamente relacionada à corrupção
dos políticos em questão.
• A luta pelo progresso do subdesenvolvimento do Brasil está diretamente relacionada à corrupção dos
políticos em questão.
• progresso de nosso subdesenvolvimento pode ser muito bom para alguns políticos.

07. Em uma empresa, o cargo de chefia só pode ser preenchido por uma pessoa que seja pós-graduada em
administração de empresas. José ocupa um cargo de chefia, mas João não. Partindo desse princípio, podemos
afirmar que:
• José é pós-graduado em administração de empresas e João também pode ser.
• José é pós-graduado em administração de empresas, mas João, não.
• José é pós-graduado em administração de empresas e João também.
• José pode ser pós-graduado em administração de empresas, mas João, não.

08. Três amigos - Antônio, Benedito e Caetano - adoram passear juntos. O problema é que eles nunca se
entendem quanto ao caminho que deve ser seguido. Sempre que Antônio quer ir para a esquerda, Benedito
diz que prefere a direita. Já entre Antônio e Caetano, um sempre quer ir para a esquerda, mas nunca os dois

Apostilas Aprendizado Urbano 174


juntos. Fica ainda mais complicado, pois Benedito e Caetano também nunca querem ir para a direita ao
mesmo tempo. Se considerarmos um passeio com várias bifurcações, o(s) único(s) que pode(m) ter votado
esquerda e direita respectivamente, nas duas últimas bifurcações, é ou são:
• Antônio.
• Benedito.
• Caetano.
• Antônio e Caetano.

09. Em um concurso para fiscal de rendas, dentre os 50 candidatos de uma sala de provas, 42 são casados.
Levando em consideração que as únicas respostas à pergunta ''estado civil'' são ''casado'' ou ''solteiro'', qual o
número mínimo de candidatos dessa sala a que deveríamos fazer essa pergunta para obtermos, com certeza,
dois representantes do grupo de solteiros ou do grupo de casados?
a) 03
b) 09
c) 21
d) 26

10. Em uma viagem ecológica foram realizadas três caminhadas. Todos aqueles que participaram das três
caminhadas tinham um espírito realmente ecológico, assim como todos os que tinham um espírito
realmente ecológico participaram das três caminhadas. Nesse sentido, podemos concluir que:
• Carlos participou de duas das três caminhadas, mas pode ter um espírito realmente ecológico.
• Como Pedro não participou de nenhuma das três caminhadas ele, é antiecológico.
• Aqueles que não participaram das três caminhadas não têm um espírito realmente ecológico.
• Apesar de ter participado das três caminhadas, Renata tem um espírito realmente ecológico.

GABARITO

01-D
02-B
03-D
04-A
05-C
06-B
07-A
08-B
09-A
10-C

Apostilas Aprendizado Urbano 175


Questões de Concursos

Geométricos

1 - IESES - 2011 - PM-SC - Soldado da Polícia Militar


Se o raio de uma circunferência tiver um acréscimo de 50% então o acréscimo percentual em seu
comprimento será igual a:
• a) 25%
• b) 50%
• c) 100%
• d) 150%

2 - FCC - 2012 - TST - Técnico Judiciário - Área Administrativa


Sobre uma prateleira retangular de 42 cm por 18 cm serão acomodadas embalagens de leite, que têm a
forma de caixas retangulares de dimensões 6 cm, 9 cm e 15 cm. Todas as embalagens deverão ter uma de
suas faces totalmente apoiada na prateleira. Nessas condições, o número máximo de embalagens que
poderão ser acomodadas é
• a) 11.
• b) 12.
• c) 13
• d) 14.
• e) 15.

3 - FCC - 2012 - TST - Técnico Judiciário - Segurança Judiciária


Pequenas caixas cúbicas de arestas medindo 20 cm serão guardadas em um caixote maior, também com a
forma de cubo, cujas arestas medem 60 cm. Considerando que o caixote deverá ser tampado, o número
máximo de caixas que poderá ser ali armazenado é igual a
• a) 3.
• b) 6.
• c) 9.
• d) 18.
• e) 27.

4 - CEPERJ - 2012 - PROCON-RJ - Analista de Proteção e Defesa do Consumidor

Apostilas Aprendizado Urbano 176


No plano cartesiano da figura abaixo, cada quadradinho tem 1cm de lado. Uma linha poligonal começa no
ponto A = (0, 0), mantém o padrão que a figura mostra, e termina no ponto B = (167, 56).

O comprimento da linha poligonal AB é de:


• a) 327cm
• b) 329cm
• c) 331cm
• d) 333cm
• e) 335cm

5 - CEPERJ - 2012 - PROCON-RJ - Agente de Proteção e Defesa do Consumidor


Um cubo de prata maciça com 4cm de aresta vale hoje R$1600,00 no mercado de metais. Então um cubo de
prata maciça com 5cm de aresta valerá:
• a) R$2000,00
• b) R$2500,00
• c) R$2875,00
• d) R$3125,00
• e) R$3465,00

6 - CEPERJ - 2012 - PROCON-RJ - Agente de Proteção e Defesa do Consumidor


Em um jardim, um canteiro é formado por 9 quadrados juntos, como na figura a seguir:

Sabendo que o perímetro do canteiro é de 120m, então a área do canteiro em metros quadrados é igual a:

Apostilas Aprendizado Urbano 177


• a) 252
• b) 300
• c) 324
• d) 360
• e) 396

GABARITO
1-B 2-D 3-E 4-D 5-D 6-C

Apostilas Aprendizado Urbano 178

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