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Módulo B4: Portugal – A População

Duração de Referência: 25 horas

1 Apresentação

Com o módulo B4 - Portugal – A População - pretende-se que os alunos compreendam as


características actuais da população portuguesa e sejam capazes de ter uma visão prospectiva
da sua evolução, equacionando problemas demográficos que, também, afectam a União
Europeia.

Pretende-se, ainda, que os alunos conheçam as características da população portuguesa e da


sua distribuição espacial, privilegiando uma abordagem que permita ao aluno compreender,
por um lado, que a população é um recurso a potencializar e que, por outro lado, qualquer que
seja a unidade espacial utilizada, existem assimetrias na distribuição da população que têm
subjacentes outras assimetrias que é necessário atenuar, se se quiser caminhar para o
desenvolvimento assente numa maior coesão social.

O desenvolvimento deste tema pressupõe, ainda, que se veicule a ideia de que a melhoria da
qualidade de vida da população e o desenvolvimento socio-demográfico equilibrado são
objectivos fundamentais do ordenamento do território, a realizar a várias escalas. Deste modo,
considera-se oportuno fazer a referência aos instrumentos de planeamento territorial e à
respectiva escala de intervenção, bem como à necessidade de articulação entre eles.

2 Competências Visadas Com este módulo pretende-se que os alunos desenvolvam


competências que lhes permitam:

• compreender a evolução numérica da população portuguesa • compreender a distribuição


espacial da população portuguesa • explicar a evolução das diferentes variáveis demográficas
• debater as principais assimetrias demográficas no território nacional • discutir soluções para
o problema do despovoamento • debater o papel da emigração e da imigração, em Portugal •
utilizar técnicas de expressão gráfica e cartográfica • pesquisar dados estatísticos no sítio da
Internet do INE e em outros semelhantes • seleccionar, sistematizar e interpretar dados
estatísticos • seleccionar o tipo de cartografia mais adequado ao fenómeno demográfico a
representar • seleccionar as escalas de um gráfico mais adequadas ao fenómeno demográfico
a representar • interpretar mapas e gráficos diversos • manifestar espírito de tolerância e
capacidade de diálogo crítico • manifestar rigor e empenhamento na realização das
actividades propostas

3 Objectivos de Aprendizagem

No final deste módulo o aluno deve ser capaz de:

• conhecer os diferentes momentos censitários • caracterizar a evolução numérica da


população na segunda metade do século XX até à actualidade • explicar a evolução da
população portuguesa • explicar a evolução das taxas de natalidade, em Portugal • explicar a
evolução da taxa de mortalidade, em Portugal • explicar o envelhecimento demográfico •
relacionar a evolução numérica da população portuguesa, na segunda metade do século vinte
até à actualidade, com o comportamento das variáveis demográficas • caracterizar a
distribuição espacial da população portuguesa no Continente e nas Regiões Autónomas •
explicar a litoralização da distribuição da população portuguesa • caracterizar a estrutura
etária da população portuguesa • explicar a estrutura etária da população portuguesa •
caracterizar a estrutura da população activa portuguesa • explicar a estrutura da população
activa portuguesa • distinguir taxa demográfica de um índice demográfico • equacionar
problemas da demografia portuguesa • debater os problemas da população portuguesa •
caracterizar a emigração portuguesa na segunda metade do século XX e na actualidade •
caracterizar a imigração em Portugal • construir mapas, gráficos e diagramas triangulares •
construir pirâmides etárias • interpretar mapas, gráficos, diagramas triangulares e pirâmides
etárias • tratar dados estatísticos

4 Âmbito dos Conteúdos

O módulo B4 - Portugal – A População - desagrega-se nos conteúdos seguintes. Esta


desagregação não implica necessariamente uma abordagem sequencial dos diferentes
conteúdos, sendo aconselhável a integração dos mesmos, com recurso à
recuperação/reorganização de anteriores aprendizagens formais ou informais.

B4.1 - A evolução numérica B4.2 - A distribuição espacial B4.3 - As estruturas


demográficas B4.4 - A emigração e a imigração Com o conteúdo B4.1 – A evolução
numérica – pretende-se que os alunos compreendam a evolução numérica da população
portuguesa e os seus diferentes ritmos evolutivos, relacionando a evolução da taxa de
crescimento efectivo da população com a evolução das taxas de natalidade, de mortalidade,
de imigração e de emigração, uma visão retrospectiva necessária à compreensão da situação
actual. É importante que se identifiquem problemas como o envelhecimento demográfico e o
declínio da fecundidade, reflectindo sobre medidas a aplicar para a respectiva
solução/atenuação, veiculando a ideia que estes problemas, como outros problemas
demográficos, não se resolvem em curtos intervalos de tempo. O tratamento deste conteúdo
deve, ainda, permitir que os alunos expliquem o actual crescimento da população portuguesa,
salientando os problemas daí decorrentes e debatam medidas que permitam inverter as
actuais tendências. Dada a relevância deste problema é fundamental que os alunos

comparem os valores nacionais com os de outros países comunitários (ou mesmo do mundo) e
analisem medidas implementadas em outros Estados-membros que visem o mesmo objectivo.

Com o conteúdo B4.2 – A distribuição espacial – pretende-se que os alunos analisem a desigual
distribuição geográfica da população portuguesa, a litoralização e o despovoamento,
sobretudo, do interior, a diferentes escalas de análise: Novas Unidades Territoriais (NUT I, NUT
II, NUT III) e concelhos.
O tratamento deste tema deve incidir sobre a variação espacial da população, pelo menos
entre os dois últimos censos, relacionando essa variação com a evolução do saldo natural, do
saldo migratório e com os movimentos migratórios internos. Esta abordagem implica o estudo
da distribuição espacial das diferentes variáveis demográficas, salientando as semelhanças e as
diferenças entre as várias unidades administrativas, as respectivas causas e consequências.

A distribuição espacial da população nas Regiões Autónomas deve ser direccionada para a sua
relação com as características do relevo, dos diferentes elementos do clima e da localização
das actividades económicas e, para o seu impacto nas características da rede rodoviária.

A leccionação deste tema deve, também, enfatizar o papel de instrumentos de ordenamento


do território, tais como os planos especiais e os Planos Regionais de Ordenamento do
Território (PROT), os Planos Intermunicipais de Ordenamento do Território (PIOT) e os Planos
Municipais de Ordenamento do Território (PMOT), cujos objectivos têm sempre em vista a
melhoria da qualidade de vida da população. É de salientar as vantagens de uma efectiva
aplicação coordenada e integrada para, por um lado, assegurar uma gestão mais racional dos
recursos naturais, a preservação do equilíbrio ambiental e, por outro lado, assegurar uma
igualdade de oportunidade dos cidadãos no acesso às infra-estruturas, aos equipamentos, aos
serviços e a determinadas funções urbanas.

Com o conteúdo B4.3 – As estruturas demográficas – pretende-se que os alunos analisem a


estrutura etária e a estrutura da população activa à escala nacional e à escala regional,
mobilizando nessa análise conhecimentos antes adquiridos, solidificando concepções tanto
retrospectivas como prospectivas da evolução dessas estruturas. A propósito da estrutura da
população activa devem equacionar-se problemas como os impactos da redução e do
envelhecimento dos activos, na inovação, na segurança social e na idade da reforma e do grau
de instrução da população, na aquisição de competências profissionais diversificadas. Sugere-
se, também, que se debatam questões relacionadas com o emprego, nomeadamente, o
desemprego, o subemprego, e o emprego temporário. A este propósito é importante que os
alunos tomem conhecimento de situações/problemas existentes em outros Estados-membros.

Com o conteúdo B4.4 – A emigração e a imigração – pretende-se uma abordagem da dinâmica


da emigração, em Portugal, analisando as suas motivações, as suas áreas emissoras, os seus
destinos, as características sociais, etárias, profissionais e culturais dos seus intervenientes
tanto na actualidade como durante a segunda metade do século passado e, ainda os seus
reflexos a diversos níveis.

Esta abordagem deve ter em atenção os problemas da emigração clandestina, tanto no caso
dos emigrantes portugueses como no caso dos actuais imigrantes, debatendo problemas como
a integração dos imigrantes assim como a das gerações seguintes, a tolerância racial e a
tolerância religiosa.
Na situação actual da imigração é importante analisar o caso da imigração originária das
antigas colónias africanas portuguesas, da imigração oriunda do Brasil, dos Estados da Europa
de Leste, quer esses países integrem ou não a União Europeia e, ainda, a imigração originária
de países como, por exemplo, o Reino Unido.

Um caso interessante para analisar é o do regresso dos emigrantes portugueses. Esta


abordagem deve, necessariamente, incidir sobre as motivações da imigração e os seu impacto
no território e na economia nacionais.

A abordagem dos conteúdos do módulo 4 - Portugal – A População - pressupõe os seguintes


termos/conceitos:

- acréscimo populacional - analfabetismo - assimetria regional - capacidade de carga humana -


censo - classe etária - classe oca - concelhos fronteira - crescimento efectivo da população -
crescimento natural - crescimento migratório - demografia - densidade populacional -
desemprego - desenvolvimento sustentável - despovoamento - emigração - emigrante
permanente - emigrante temporário - emprego temporário - envelhecimento demográfico -
esperança de vida - estrutura activa - estrutura etária - êxodo rural - fecundidade - idade média
ao 1.º casamento - imigração - índice de dependência de idosos - índice de dependência de
jovens - índice de dependência total - índice de renovação de gerações - índice sintético de
fecundidade - litoralização (do povoamento) - migração

- mortalidade - mortalidade infantil - movimento migratório - nado-vivo - natalidade - nível de


qualificação profissional - Nova Unidade Territorial (NUT) - plano especial de ordenamento do
território - Plano Intermunicipal de Ordenamento do Território - Plano Municipal de
Ordenamento do Território (PMOT) - Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT), -
pirâmide etária - política demográfica - população absoluta - população activa - população
presente - população relativa - população residente - qualidade de vida - recenseamento -
rejuvenescimento (demográfico) - saldo migratório - saldo natural - subemprego - taxa de
alfabetização - taxa de crescimento efectivo - taxa de crescimento migratório - taxa de
crescimento natural - taxa de desemprego - taxa de mortalidade - taxa de mortalidade infantil
- taxa de natalidade - taxa de fecundidade - território fronteiriço - tipos de emprego

5 Situações de Aprendizagem / Avaliação

A abordagem deste tema pressupõe o recurso sistemático à construção de gráficos e de


mapas, à análise de quadros estatísticos que poderão ser pesquisados pelos alunos em fontes
diversas ou serem preparados antecipadamente pelo professor, preferencialmente retirados
das diferentes estatísticas publicadas pelo INE, à pesquisa e à análise de bibliografia específica.
A abordagem deste tema deve permitir que os alunos construam uma correcta imagem
sociodemográfica do nosso País, através da comparação dos valores nacionais com os valores
relativos à União Europeia, à Europa e, eventualmente, ao nível mundial.

Este tema deve ser utilizado para os alunos aprofundarem o conhecimento das diferentes
unidades administrativas, nomeadamente as NUT I, NUT II, NUT III e os concelhos. Muita da
cartografia a produzir pelos alunos deve ser realizada à escala das NUT III a fim de os alunos se
familiarizarem com esta escala de análise, tendo o professor o cuidado de fornecer os mapas-
base com a delimitação actualizada das referidas NUT.

É importante que o professor, atempadamente, obtenha um conjunto de mapas


sobreponíveis, à mesma escala - relevo, hidrografia, distribuição da precipitação, distribuição
da temperatura, número de horas de sol, distribuição da população, distribuição dos
diferentes indicadores demográficos, distribuição das cidades, distribuição das redes de
transporte e mapas com a divisão administrativa para facilitar a conceptualização das
características das diferentes NUT II e NUT III.

A abordagem deste tema deve privilegiar a recuperação/consolidação/aprofundamento de


conceitos já iniciados no Ensino Básico.

Dada a natureza do tema, o professor deve ter em atenção as decisões tomadas ao nível das
iniciativas, dos objectivos e das opções tomadas no âmbito do Programa Nacional da Política
de Ordenamento do Território (PNTOT), programa posto à discussão pública em Maio de 2006.

A leccionação deste módulo deve basear-se na criação de situações de aprendizagem que


promovam actividades em que os alunos desenvolvam competências na área da expressão
gráfica e cartográfica, da intervenção em debates relativos ao tema, do trabalho individual e
em grupo, da pesquisa e da aquisição/recuperação de vocabulário específico. A abordagem
deste tema pode ser proporcionadora do incremento da leitura através, nomeadamente, da
análise de extractos de obras literárias ou de artigos de revistas.

As actividades a desenvolver pelos alunos devem ainda permitir a revisão das fórmulas de
cálculo das diferentes variáveis demográficas e a prática de cálculo de taxas e de índices
demográficos. A construção de mapas e de gráficos deve, também, alertar os alunos para, por
exemplo, os problemas de «manipulação» da expressão gráfica, exemplificando como a
selecção das classes pode interferir na visualização espacial dos fenómenos representados ou
como a escolha das escalas vertical e horizontal de um gráfico tornam uma variação mais
«explosiva» ou mais «lenta».
A preparação de instrumentos de avaliação adequados permitirá, ao professor e aos alunos,
controlarem as aprendizagens, possibilitando ao primeiro desencadear a realização de
actividades de remediação e aos segundos uma reflexão crítica sobre o seu desempenho.

Considera-se interessante que a construção de gráficos seja realizada em papel milimétrico,


sendo feita uma chamada de atenção para a cor deste, a fim de que a cor da base não esbata o
fenómeno a representar. Assim, os alunos podem desenvolver uma atitude crítica quando essa
construção for feita em computador.

A preparação atempada de mapas-base permitirá ao professor seleccionar as unidades


administrativas mais adequadas aos objectivos da representação. A escolha dos tons e das
cores a utilizar permitirá aos alunos o desenvolvimento de competências estéticas que lhe
poderão ser úteis em trabalhos a realizar durante o curso e, mesmo, na sua vida activa.

As actividades relativas à evolução numérica da população e das variáveis demográficas devem


basear-se nos valores das «séries demográficas longas» publicadas pelo INE, podendo, se for
considerado relevante pelo professor, fazer-se um recuo dos dados a cartografar até ao início
da primeira metade do século XX. Uma tarefa interessante é a identificação numa curva
evolutiva de ritmos diferentes de variação, através do prolongamento das diferentes partes de
uma curva com uma régua ou mesmo um lápis.

A recolha de dados que envolvam a comparação ao nível europeu ou ao nível mundial, deve
ser realizada na mesma fonte a fim de não haver distorções e veicular práticas de rigor
científico.

No que diz respeito à construção de mapas, os alunos podem recorrer ao uso de classes com
intervalos regulares ou, então, de classes com intervalos irregulares recorrendo, para isso, à
elaboração de diagramas de dispersão.

No que diz respeito a actividades relacionadas com a estrutura etária e com a estrutura da
população activa, é fundamental que os alunos construam pirâmides etárias de modo a
poderem compará-las nos diferentes espaços nacionais e ao longo do tempo, consolidando
mais facilmente as diferenças regionais e a evolução no tempo. Esta metodologia pressupõe
que os valores das diferentes classes etárias sejam apresentados em percentagem, o que não
inviabiliza que, em certas situações, se recorra à comparação de valores absolutos.

Os alunos deverão familiarizar-se com técnicas de análise de números com um número


elevado de algarismos e, ainda, com o recurso a escalas simples para fazer comparações, por
exemplo, de gráficos de barras ou gráficos circulares. Este treino ser-lhes-á útil em situações de
avaliação sumativa.
A intervenção em debates ou em jogos de papéis sobre os problemas relacionados com, por
exemplo, a situação do emprego ajudam a preparar os alunos para eventuais entraves que vão
encontrar no mercado de trabalho, ajudando-os na tomada de decisões relativamente ao
respectivo futuro. Os debates ou os jogos de papéis que se sugerem proporcionam ao
professor a oportunidade para discutir casos a ocorrer no ano da leccionação e para realizar
registos das competências do domínio atitudinal.

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