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TEORIA DO DIREITO

Indicações de leituras Miguel Reale trabalhava no direito como uma unidade


o Teoria Geral do Direito e do Estado – Hans Kelsen; tridimensional de três aspectos inclusos.
o Teoria Pura do Direito – Hans Kelsen (1° cap); Após o Miguel Reale surgiu o Tercio Sampaio Ferraz Junior, seu
o Teoria do Ordenamento Jurídico - Norberto Bobbio; aluno, que melhora a teoria deste anexando linguagens e
epistemologias. Ele tornou o direito uma linguagem, trabalhando
Prova 31/08 – sobre Kelsen e Bobbio - peso 2,0 na decidibilidade dos conflitos dentro da organização do poder
GA 5/10 – Kelsen, Bobbio e Harch (?) - peso 8,0 judiciário.
GB – apresentação das decisões do STF – peso 10,0 Após a queda do governo argentino, Luiz Alberto Vara vem para
o brasil e configura duas correntes no sul do Brasil. Linguagem
Histórico Brasileiro da Teoria do Direito passa a ser algo comum, no qual o direito passou a ser visto,
visando a linguagem como debate inicial.

EPISTEMOLOGIA DO DIREITO
Introdução ao mundo. Esse conceito é trazido por Kelsen em seu livro e
O texto inicia ressaltando a necessidade de elaboração de uma nova exemplificado por Leonel em seu texto sobre a Epistemologia do
Matriz Teórica para a compreensão da complexidade da atual Direito. Kelsen, na Teoria Pura do Direito trabalha muito no
sociedade, visando uma revolução política que evidencia os novos desenvolvimento de uma linguagem bem rigorosa e lógica do
aspectos sociais da democracia. direito, tornando-o uma ciência própria.
Nos últimos tempos, a noção de ciência do direito tem migrado dos A lógica mostra a antinomia do direito, ou seja, as contradições
critérios sintático-semânticos, que visavam uma análise puramente existentes. Sendo assim, ao atribuirmos a ele uma linguagem
estática do direito, para um critério pragmático, buscando uma rigorosa, estamos definindo certos limites que possibilitam que as
perspectiva estrutural dirigida as funções sociais do Direito, decisões se mantenham em uma determinada lógica de pensamento
evidenciando-se, assim, o problema da democracia. fixo, fazendo com que se diminua a possibilidade de ocorrência de
O raciocínio jurídico tradicional busca uma interpretação na qual a contradições entre diferentes casos. Sendo assim, a dogmática se
racionalidade seria obtida por meio de uma metodologia dedutiva preocupa em definir um ponto de partida como certo.
que se baseia em evidências e relações de causalidade entre os Nesta matriz, ao analisarmos o direito unicamente como um
argumentos. Essa visão estática limitava a compreensão do meio idealista “dever ser” excluímos da análise a realidade concreta e o
social a qual estava inserida e foi ultrapassada pelas perspectivas estudo social do meio com base em juízos de realidade e juízos de
sistêmicas que buscavam o sentido na estrutura. O texto, ainda em valor. Sendo assim, acarretou-se a superestimação dos aspectos
seu primeiro momento, ressalta a complexidade social. lógicos constitutivos da teoria pura em detrimento dos suportes
O texto de Leonel trabalha a linguagem como, primeiramente, a fáticos do conhecimento. Menciona a existência de dois momentos
comunicação, fazendo com que, além de meras palavras, traga-se da lógica de Kelsen, o primeiro, no qual o fato jurídico precisa
um conteúdo e entendimento desta, com base na complexidade da decorrer de uma norma jurídica e o segundo, evidenciando a
sociedade atual, trazendo o sentido das palavras. Evidencia-se, hierarquia presente dentro do ordenamento jurídico. A matriz
portanto, a presença predominante do entendimento da linguagem analítica é centrada nos aspectos descritivos do direito e, por se
dentro do ordenamento jurídico e de sua construção rigorosa enquadrar no Estado liberal clássico, é limitada politicamente,
analítica entre outras matrizes por ele apresentada, ou seja, outras sendo não interventora. Sendo assim, gera-se uma incapacidade de
correntes dentro do direito. pensar em uma complexidade social mais ampla.

Matrizes Epistemológicas: as matrizes epistemológicas baseiam-se Hermenêutica


na análise da sociedade hipercomplexa na qual estamos inseridos. A hermenêutica vem para tentar responder problemas altamente
O texto subdivide estas matrizes em três: a analítica, a complexos dentro do direito, principalmente aos relacionados com
hermenêutica e a pragmática. Ele ainda evidencia a superioridade moral, política, religião. Sendo assim, existe a preocupação de
da matriz pragmático-sistêmica. Menciona ainda a teoria compreender como o juiz interpreta. Para Kelsen esse pensamento,
dominante no Brasil, de Miguel Reale, que, embora apresentasse já do juiz, deveria ser secundário, no qual ele deveria ser ume
a tridimensionalidade, não era tão detalhada quanto a perspectiva executado e deve seguir exatamente como está na lei. Entretanto,
semiótica. toda leitura precede uma interpretação desta. Sendo assim, existe
A Filosofia Analítica: há a predominância da sintaxe. Foco do o papel do juiz de compreender o que ocorreu, colocando nesta
estudo de Hans Kelsen. compreensão certos aspectos de local, horário, meio social no qual
A Hermenêutica: a hermenêutica jurídica situa-se na semântica, ou está envolvido.
seja, na compreensão visando o sentido referencial do ordenamento A hermenêutica trabalha como casos, situações individuais as quais
jurídico. devem ser interpretadas para que se possa realizar, de forma mais
A Pragmático-Sistêmica: busca uma interpretação da sociedade, justa, uma decisão acerca do fato constituído. Ou seja, mesmo em
com um papel menos focado no juiz e mais no coletivo. uma situação muito difícil, pode-se tentar que se consiga uma
interpretação diferente da situação. A hermenêutica é muito
Filosofia Analítica adorada pelos advogados que, mesmo em casos complexos, podem
Uma das correntes, chamadas analíticas, parte dominante, traz que procurar uma justiça com base nos aspectos sociais do defendido.
a linguagem é construída de forma rigorosa, mais objetiva, No Brasil, a hermenêutica possui certas limitações pois suas
utilizando de estudos como a matemática, fixa, estável e lógica, decisões e interpretações devem estar referenciados na
evitando entrar em contradições com conceitos muito amplos. constituição. Sendo assim, o papel da hermenêutica deve ainda
Sendo assim, a corrente analítica traz conceitos bem definidos que estar de acordo com o que esta presente na constituição, devido a
trabalham em algo exato e preciso, atribuindo sentido a situação e hierarquia jurídica, fazendo com que a constituição possua papel
principal e deva ser utilizada como base para a interpretação das Essa matriz realmente provoca uma mudança epistemológica na
leis. teoria jurídica. Visa um direito mais voltado para o coletivo, no
O controle de constitucionalidade no Brasil trouxe grande poder o qual a figura do juiz, embora importante, não seja centralizada
Superior Tribunal Federal, possibilitando que haja debates nesta matriz, evidenciando o coletivo como o foco principal da
jurídicos que tragam a hermenêutica, mas sejam pensados aplicação do direito.
conforme a constituição estabelece. Sendo assim, esses juízes “o comportamento social em um mundo altamente complexo
possuem a capacidade de compreender e interpretar casso e contingente exige a realização de graduações que
extremamente complexos, não se limitando exclusivamente da possibilitem expectativas comportamentais recíprocas e que
são orientadas a partir de expectativas sobre tais
filosofia analítica do direito e fazendo com que haja uma
expectativas” (Luhmann, 1985)
hermenêutica constitucional para a decisão destes casos.
O texto ainda reforça a importância de um Estado interventor para
Sendo assim, há a visão da importância de um aspecto mais social
que possa garantir um Estado de Direito Democrático, no qual
da hermenêutica jurídica, baseando as decisões em virtude dos
uma intervenção democrática ocorra para garantir os direitos
estados sociais de momento. Sendo assim, viabiliza-se uma
sociais.
liberdade jurídica pertinente a compreensão das leis com base no
Já nas considerações finais, além de evidenciar o Estado
intérprete da norma ao proferir uma decisão. Reforça-se ainda a
Interventor, critica-se o controle democrático de produção,
importância da atualização e harmonia da jurisprudência na decisão
ressaltando a importância de uma nova perspectiva de reflexão
proferida, elevando o critério social político.
jurídica que de maior espaço para a complexidade, organização e
decisão na observação do direito.
Pragmático-Sistêmica

TEORIA PURA DO DIREITO – CAP. 1


O texto busca compreender a análise do ser e do não ser do direito, Ser: o que é. As coisas como realmente são e como as coisas
focando apenas neste e deixando ideologias políticas e religiosas de aparentam ser, os chamados fenômenos, elemento que pode ser
lado. estudado. As coisas como aparentam ser são as coisas do ser,
aquelas que eu posso ter enunciados falando sobre ela e que podem
O Ato e seu Significado Jurídico ser verificadas quanto a sua existência. Suscetível a juízos de
O direito se preocupa com o comportamento das pessoas, a realidade, pode ser visível ou vivenciada.
regulamentação de suas condutas. É muito importante interpretar o Princípio da Causalidade: toda causa tem um efeito.
a conduta destes para que se possa saber como regulamentá-lo. o Ciência: são muito mais facilmente estudados os
Todo comportamento tem a ver com determinado interesse e, inseridos na área do ser: biologia, química, física,
portanto, um critério de interpretação importante é compreender engenharias...
quais são os interesses desta ação social, analisando a conduta e Dever ser: ato dirigido a conduta de outrem. Guia de
comportamento. comportamentos que devem ser seguidos. O dever ser trabalha
Quanto aos aspectos gerais da ciência na qual está inserida, o com valores. Preocupação com os comportamentos sociais, técnica
direito é, ao mesmo tempo, social e natural. É considerado natural de controle social. Para Kelsen o Direito seja a ser uma ordem
pois neste engloba o social, visto que, ao analisado como coercitiva da sociedade, estabelecendo condutas do dever ser. O
pertencente a ciência da natureza, com a sociedade pertencente a dever ser é prescritivo, dando ordens para que as pessoas hajam de
esta natureza, temos nela incluída a ciência social. Os fatos determinada maneira.
jurídicos podem ser subdivididos em: o Princípio da Imputação: no direito, é preciso que um
1°: O ato em si, situação atual, caso concreto; terceiro, com competência para isso, observe a conduta
2°: Significado jurídico pertencente a este ato. ilegal sendo realizada e que impute a pessoa o crime
Sentido Subjetivo e Sentido Objetivo consumado. É necessário que seja atribuído sentido por
Além disso, podemos analisar os aspectos subjetivos e objetivos do um oficial responsável.
direito, vejamos: o Estudo de Futuro: o direito se baseia na regulamentação
Sentido Subjetivo: desejo, pensamento, ideal. dos direitos futuros, estudos mais complexos de
Sentido Objetivo: norma jurídica. comportamento humano.
Lembramos também que não é o ser que deve ser, mas sim seu
A Norma conteúdo que deve ser conforme o conteúdo do dever ser. Além
Em um primeiro momento, temos normas que permitem, proíbem disso, por mais que algo seja da forma como deve ser, ainda sim
e obrigam determinadas condutas a um dever ser específico. não podemos dizer que o ser e o dever ser deste algo são idênticos,
O que faz um fato ser jurídico não é sua facticidade, mas seu sentido visto que uma conduta é, enquanto a outra deve ser.
objetivo atribuído por uma norma jurídica. Vemos, portanto, que o Dever ser: é o sentido subjetivo de todo o ato de vontade de um
conhecimento jurídico tem a capacidade de utilizar as normas que indivíduo.
possuem o caráter jurídico e conferir este caráter a determinados Norma: atribuição objetiva ao dever ser.
fatos, tornando-os, assim, atos jurídicos. A vontade coletiva pode validar um comportamento, mas somente
Direito: ordem normativa da conduta humana. com uma norma superior é que pode ser objetivamente válida esta
NORMA = DEVER SER norma social. Ou seja:
Ato de vontade: quando um indivíduo exprime vontade de que o Validação De Uma Norma: uma norma se torna válida a partir de
outro se comporta de determinada maneira. Quer, desejo. Pode ter que esta norma, estabelecida por uma lei superior (hierarquia
sentido objetivo ou subjetivo, referenciados no final deste capítulo. jurídica), adquire eficácia comprovada.
SER É DIFERENTE DE DEVER SER
Para compreender a diferença, é importante afirmar que a Vigência da Norma
linguagem jurídica se difere da linguagem convencional e, Vigência: existência específica da norma. Elemento.
portanto, as análises devem ser feitas partindo da visão jurídica das Eficácia: surge após a norma entrar em vigor.
palavras mencionadas. Uma norma jurídica é considerada objetivamente válida apenas
quando a conduta humana que ela regula corresponder
efetivamente, pelo menos em uma certa medida. Uma norma Juízo Positivo: quando uma conduta real corresponde a norma
jurídica poderá deixar de ser considerada válida quando permanece objetivamente válida.
duradouramente ineficaz. Juízo Negativo: quando uma conduta real contraria a norma
Retroatividade das Normas Jurídicas: uma norma pode retirar, com objetivamente válida.
força retroativa, a validade de outra norma jurídica. Juízo de Realidade: não diz respeito a normas, apenas enunciam
Além dos domínios de validade espacial e temporal pode-se que algo é como este é. Diz respeito a relações entre dois elementos
distinguir um domínio de validade pessoal e um domínio de da ordem do ser.
validade material das normas: O juízo de valor está enquadrado dentro da ordem do ser, e não do
Domínio de Validade Pessoal: pode ser limitado, valendo somente dever ser.
para alguns indivíduos, ou ilimitado, valendo para todos. Valores Relativos: normas legisladas pelos homens. É permitido
Domínio de Validade Material: sempre é ilimitado e vislumbra a que uma norma constitua determinado valor enquanto outra
matéria a qual envolve a norma. constitua valor oposto.
Regulação das Normas: apenas a conduta humana é passível de Valores Absolutos: normas legisladas por uma autoridade supra-
regulamentação, sendo estas objeto direto ou conexão com o humana. Exclui a possibilidade de vigência de duas normas que se
conteúdo normativo em questão. contradizem.
Uma norma não é verdadeira ou falsa, apenas válida ou inválida. Já
Regulamentação das Normas Jurídicas os juízos de valor, como uma norma limitada na sua validade no
Toda a conduta fixa em um ordenamento jurídico é autorizada pelo caso concreto, podem ser vistos como verdadeiros ou falsos.
mesmo. Mas não significa que determinadas condutas não
descritas não tenham mesma validade, conforme demonstrado Ato de Vontade
abaixo: O sentido subjetivo de um ato de vontade é o querer, o interesse
Regulamentação Positiva: quando determinada norma confere em realizar determinada ação. Mas, a partir do momento em que
embasamento legal para descrever determinada ação ou omissão. eu concretizo esta ação, substitui o sentido subjetivo de meu desejo
Está escrito no ordenamento jurídico. pelo sentido objetivo de realização deste desejo.
Regulamentação Negativa: não está descrita no ordenamento Valor Subjetivo: relacionado ao desejo/vontade de um ou vários
jurídico, mas deve-se levar em conta como regulamentada. Ex: indivíduos em relação a um objeto.
omissão imprópria. Valor Objetivo: relação de uma conduta com uma norma
objetivamente válida.
Norma e Valor
Quando uma norma estatui uma determinada conduta como
devida, a conduta real pode corresponder à norma ou contrariá-la.

FILOSOFIA ANALÍTICA
Existem três matrizes principais da teoria do direito: mencionada anteriormente ainda pode ser determinada como
1. Analítica: foco principal do primeiro momento do ciência em um primeiro momento, mas ao analisarmos o sentido
semestre desta frase, devido a possibilidade ou não de verificação de sentido,
2. Hermenêutica devemos descartar a possibilidade de se considerar científica. Há
3. Pragmático-Sistêmica outros critérios, também, necessários para que haja ciência.
Linguagem Para o Direito Intersubjetividade: Pode ser comprovado por outras pessoas
A maior parte dos estudiosos do direito falam sobre a relevância da usando a mesma metodologia. Convencer.
linguagem para o direito. Sendo a comunicação extremamente Axioma: ponto de partida, base a partir da qual pode-se deduzir
importante, cujo objetivo é a compreensão, dotando de sentido a particulares. Similar a um dogma, princípio.
linguagem. Uma ideia inicial da linguagem é que uma sociedade Dedução: pode-se deduzir similares a partir da ciência de um
existe por conta desta, através da comunicação entre os indivíduos particular.
pertencentes a esta, somente assim podendo evoluir. O direito, Não contradição: não pode haver contradições.
portanto, é uma linguagem, a linguagem jurídica, que possui suas Sistema: a ciência é um sistema de variáveis proporcionais
próprias regras e nuances. intersubjetivas suscetíveis a verificação.
O Direito compreende que é necessário constitui uma linguagem
mais técnica, adaptada as suas necessidades. Há ainda quem queira
construir linguagens mais sofisticadas, linguagens científicas para Objetivo Enunciado Proposição
o direito, os chamados analíticos. Ex. Hans Kelsen e Norberto
Bobbio.

Ciência Para o Direito Intersubjetivida


O que é ciência? Primeiro precisamos de um objeto, tema, Verificaçao Axioma
de
delimitado. Na teoria do direito o objeto é o Direito Positivo. Para
nos relacionarmos com o objeto do Direito Positivo precisamos da
linguagem, comunicação. Ou seja, precisamos de enunciados,
orações gramaticalmente corretas. Vejamos que para a ciência há a Não
necessidade de se ter orações gramaticalmente corretas, diferente Dedução Sistema
Contradição
da realidade cotidiana que pode diferir neste quesito. Um exemplo
de enunciado é a seguinte frase: os unicórnios se apaixonam no
inverno. Essa frase está gramaticalmente correta e, sendo assim, se
trata de um enunciado. Níveis da Semiótica
Para ser ciência, em segundo lugar, precisa ser dotado de sentido, A semiótica é o estudo da linguagem na comunicação e pode
ter preposição, estar sujeito a um critério de verificação. A frase acontecer, segundo Rudolf Carnap, em três níveis distintos.
Sintaxe: parte mais global da comunicação. Traz verdades constitucionalidade. Ele fez parte deste tribunal, mas ao negar-se
universais. Ex.: o dia está lindo. Mais formal. proferir apenas sentenças favoráveis ao governo, fora demitido e
Semântica: em segundo nível, a mesma frase pode dizer várias mudou-se para Alemanha, para trabalhar como professor em uma
coisas na semântica, ambíguo, levando em conta os particulares. Universidade. Entretanto ele era judeu e fora expulso da
Para outrem o dia pode não estar lindo da mesma forma que eu. Universidade, levado a ser estudioso de francês na Suíça, a fim de
Portanto, necessita-se de explicação semântica, não precisa de protegê-lo. Na Suíça ele escreveu, em francês, a Teoria Pura do
ciência. Resume-se a que se refere. Direito. Poucos meses após a mudança, Hitler assumiu o controle
Pragmática: para que tenha total sentido, além de saber da frase e da Alemanha. Morou nos EUA e trabalhou em Harvard, após
a que se refere, preciso saber de onde vem esta frase. Quem diz? estudar o idioma por dois anos na Universidade. Lá ele escreveu o
Onde diz? Para quem diz? Sendo assim, segundo o professor, o dia livro Teoria Geral do Direito e do Estado.
está lindo para tomar um café, por exemplo. Resumindo, é
necessário contextualização. Enunciados no Direito
Informativo:
Normativismo de Hans Kelsen Emotivo:
Hans Kelsen nasceu na cidade de Praga, na República Tcheca, mas Interrogativo:
morava na Áustria. Estudou direito na Universidade de Viena, Prescritivo: ordem do dever ser, condutas a serem seguidas.
formado aos 20 anos de idade. Durante a Primeira Guerra Mundial, Performativo: enunciados que indicam que determinada conduta
fora convocado para redigir de maneira jurídica as ordens do deve ser realizada, baseando-se em uma performance obrigatória.
exército. Com essa experiencia, foi nomeado para escrever a 1° Sendo assim, um juiz ou um policial, ao realizarem enunciados, o
Constituição da Áustria, após dissolução do antigo Império direito configura a estes propriedade para que suas ordens ganhem
Austro-húngaro. Criou um tribunal para analisar a poder de serem executadas obrigatoriamente.
constitucionalidade das leis, chamado controle de

TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO – CAP. 1


Norberto Bobbio Sendo assim, ele elenca que o direito é uma norma, mas mais
Norberto Bobbio (Turim, 18 de outubro de 1909 – Turim, 9 de específico um conjunto ordenado de normas.
janeiro de 2004) foi um filósofo político, historiador do pensamento Análise da teoria do Direito dividida em:
político, escritor e senador vitalício italiano. Conhecido por sua Nomostática: trata de problemas relativos à norma jurídica.
ampla capacidade de produzir escritos concisos, lógicos e, ainda Nomodinâmica: trata de problemas relativos ao Ordenamento
assim, densos. Trabalhava temas clássicos da filosofia do direito na Jurídico
Itália, que nesta época focava na teoria neokentiana. Desenvolveu o Pela primeira vez a teoria do ordenamento jurídico
toda uma teoria da filosofia do direito. Quando jovem, o livro sobre constitui uma das partes de uma completa teoria do
a teoria de Hans Kelsen foi publicado em italiano e Norberto direito.
Bobbio se interessou muito por isto. Sendo assim começou a
estudar a linguagem como método do direito. Escreveu livros para Ordenamento Jurídico e Definições do Direito
seus alunos lerem nas aulas. Iniciou-se com o livro Teoria da Nesta segunda parte, Bobbio se preocupa em definir o direito. Ao
Norma, mas chegou à conclusão que sua teoria chegava à conclusão contrário de Hans Kelsen, para Bobbio o direito não poder ser
de sistema, de unidade e, para se obter esta unidade, são necessárias definido a parti do ponto de vista das normas. É possível pela
algumas etapas metodológicas, resultando no direito como um observado de uma organização produzida por um ordenamento
ordenamento jurídico. Sendo assim, escreveu o livro a Teoria do jurídico.
Ordenamento Jurídico, focado em elucidar o direito como uma Há, neste livro, diversos critérios para a caracterização do direito.
fonte normativa focada em uma unidade. Foi Bobbio quem I. Critério Formal: Definição do direito através do elemento
introduziu na literatura o termo “Ornamento Jurídico”, altamente estrutural das normas. Estrutura das normas:
utilizado até os dias de hoje. Após este momento, ele escreveu a. Positivas ou Negativas;
vários livros sobre teoria política, livros sobre Maquiavel, Hobbes, i. Positivas: prescrevem um
Kant, além de livros de liberalismo, democracia e inclusive comportamento fazendo incidir uma
dicionários políticos. No Brasil foi muito reconhecido por seus obrigação positiva.
livros políticos, mais ainda do que seus livros sobre o ordenamento ii. Negativas: estabelecem uma
jurídico. Já idoso, foi nomeado senador vitalício italiano. proibição, fazendo incidir um modal
de valor negativo.
Novidade o Problema do Ordenamento b. Categóricas ou Hipotéticas;
Diferente de Kelsen, Bobbio não trabalha sobre a teoria da norma, i. Categóricas: comportamentos nos
mas se baseia no estudo da teoria do ordenamento jurídico, como quais não há opção, não há hipótese.
conjunto. O livro Teoria do Ordenamento Jurídico tem como Ex.: o Brasil é uma República
objetivo analisar o ordenamento jurídico. Divergindo de Kelsen, Federativa. É e ponto, não há a opção
Bobbio acreditava que o direito deveria ser visto como um não ser.
ordenamento jurídico, e não apenas visando as normas jurídicas. ii. Hipotéticas: estabelece o raciocínio
Sendo assim, as normas jurídicas existem, mas não podem ser de condição – é proibido fumar,
analisadas isoladamente, mas em um conjunto de normas então SE X fumar, deve sofrer uma
Contexto -> Ordenamento Jurídico consequência.
No livro anterior deste, Teoria da Norma, ele discute se o direito é c. Gerais ou Individuais.
uma Instituição (costumes, hábitos que surgem na sociedade) ou i. Gerais: quando vale para todo o
Norma Jurídica. Este pensamento colabora com o de Kelsen (em território, no espaço, e para todos os
seu livro Teoria Geral do Direito e do Estado), tendo Bobbio se indivíduos. Serve para ligar a norma
utilizado deste autor como base para a construção deste livro. individual, atribuindo a esta
legitimidade.
ii. Individuais: normas que valem para b) Tudo e proibido
algumas pessoas, em determinada c) Tudo é obrigatório
situação. Ex.: contrato de locação. Pode-se conceber um ordenamento que ordene ou proíba uma
II. Critério Material: extraído do conteúdo das normas única ação (ex.: pertencente a um grupo, associações ou clube). Isso
jurídicas. O objeto de regulamentação de normas jurídicas se trataria de uma norma particular reguladora, ou no máximo uma
são as ações possíveis dos indivíduos. Há a tentativa de norma geral exclusiva.
separa o campo de ações reservadas ao direito por duas Mesmo em um ordenamento simples, este é composto de dois tipos
distinções: de normas:
a. Ações Internas e Ações Externas; a) Normas de Conduta (destinada ao cidadão);
b. Ações Subjetivas e Ações Objetivas. b) Normas de Estrutura (destinada ao juiz).
III. Critério do Sujeito que Põe a Norma: considera jurídicas as
normas impostas pelo poder soberano. Este poder Os Problemas do Ordenamento Jurídico
soberano detém o monopólio do exercício da força, sendo Dão resultados das relações das normas entre si. Essas normas
um conjunto de órgãos estabelecidos por um ordenamento constituem uma unidade, mas de que modo? Há uma Hierarquia de
jurídico. A soberania caracteriza-se não por uma norma, Normas Jurídicas, fazendo com que todas fiquem dispostas em um
mas um ordenamento. mesmo ordenamento único, mas em formato hierárquico atraído
IV. Critério do Sujeito ao Qual a Norma é Destinada: por relações de poder. Nem todas as normas têm o mesmo poder.
normalmente se destina a dois tipos de pessoas: Constituição
a. Súditos: população em um geral, cidadão,
indivíduos da sociedade. Maior parte das Normas superiores conferem validade às
normas é destinada. normas inferiores, que precisam fazer parte
b. Juiz: juiz de direito. Uma das figuras mais da unidade do sistema por critérios
importantes para o Direito. Existem leis hierárquicos
específicas (pena, tempo).
Opino iuris ac necessitas -> a norma é jurídica se seguida da Normas inferiores
crença de sua obrigatoriedade;
A noção para definir uma norma encontra sua explicação Problema das Antinomias Jurídicas:
no ordenamento que a compreende. podem duas normas conferirem valores contrários, entrando em
contradição entre si. A grande maioria destas normas estão em
Nossa Definição do Direito diferentes patamares da hierarquia jurídica, prevalecendo, quando
O que se entende por norma jurídica? Norma jurídica normalmente em contradição, aquela com maior poder conferido. Quando estas
se relaciona com a sanção, algo que se faça valer a norma jurídica têm o mesmo poder, vale os valores e princípios morais para a
(poder/força). E análise de condutas como proibido, permitido e resolução do conflito entre as normas (ex.: durante a pandemia, o
obrigatório. A sanção jurídica é através do aspecto de que era mais importante, economia ou saúde – mesmo poder
institucionalização hierárquico).
Problemas da Eficácia: podemos considerar ineficaz uma norma Problema das Lacunas do Direito: todo o ordenamento jurídico
que não é cumprida na realidade? pretende também ser completo. Entretanto, nem sempre isso
O problema da validade e da eficácia diminui se nos ocorre, existindo certas lacunas que devem ser preenchidas,
referirmos ao ordenamento jurídico, onde a eficácia situações não previstas dentro do ordenamento jurídico. Norberto
fundamenta a validade. Bobbio não aceita estas lacunas, pois considera que o direito deve
Problemas do Direito Consuetudinário (costume): prever tudo e todas as situações que ocorrem na sociedade.
“O termo direito, na mais comum acepção de direito objetivo Idealmente, no Brasil, quando houver uma lacuna o juiz deverá
indicia um tipo de sistema normativo não um tipo de norma decidir conforme a constituição, levando em consideração os seus
(p.31)” princípios. Outro problema é que princípios são muito amplos e há
ambiguidades para o seu real entendimento. Sendo assim temos
Pluralidade de Normas uma antinomia, ou colisão de princípios.
Um ordenamento jurídico sempre significa um conjunto de Problema do Reenvio de um Ordenamento a Outro: há uma teoria
normas. Pode existir um ordenamento composto de uma só das relações entre distintos ordenamentos. No direito canônico,
norma? No pensamento de Bobbio esse ordenamento seria que regula o comportamento das pessoas dentro da religião a qual
impossível pois, para existir ele precisaria estar enquadrado em ela se encaixa, (ex.: Igreja Católica) o divórcio é proibido, enquanto
uma destas três possibilidades: no direito civil é permitido.
a) Tudo é permitido

TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO – CAP. 2


No estudo de Bobbio, o ordenamento é visto como uma unidade, A dificuldade de rastrear todas as normas de um ordenamento
sendo composto de uma miríade de normas que ninguém foi capaz jurídico provem do fato destas derivarem de mais de uma fonte.
de contar. O capítulo 2 de seu livro, traz o problema entre fontes Ordenamento Simples: normas derivadas de uma fonte
reconhecidas e fontes delegadas. Fontes são a origem de algo, de Ordenamento Complexo: normas derivadas de mais de uma fonte
onde vem. Kelsen discute, de forma positivista e analista, que o jurídica
direito tem apenas uma única fonte, o direito por si só. O direito Nosso ordenamento, devido a suas diversas fontes, é complexo e,
que cria o direito, tendo autonomia para isso. Se criamos uma lei, é para tanto, assume-se dois expedientes:
necessário que haja uma lei que regule a forma pela qual pode-se a) Recepção de normas já prontas, produzidas por outros
criar leis. ordenamentos;
b) Delegação do poder de produzir normas a poderes ou
Fontes Reconhecidas e Fontes Delegadas órgãos inferiores. Multiplicação de normas.
Possibilidade de criação de novas normas pelos órgãos o Norma de Estrutura: normas de segunda instância (ex.:
inferiores. O direito se autorreproduz pela delegação de a norma que, por não ser seguida, invalidou o
normas. julgamento Kiss – escolha do júri).
Fontes Reconhecidas: é uma recepção de normas. Ex.: costumes. Quanto aos imperativos, há os imperativos de primeira instância,
Fontes Delegadas: é uma delegação de normas. Ex.: regulamentos que se trata dos comandos de fazer e não fazer, e os imperativos de
em relação à lei. segunda instância, os chamados comandos de comandar. Ambas
Mas e o poder negocial? Este pode ser visto como um direito existem em todos os níveis da pirâmide hierárquica do
natural, como na visão de Kant, reproduzindo uma fonte ordenamento jurídico. A quantidade e frequência das normas de
recepcionada ou como um direito positivo, derivado do Estado, estrutura mostram a complexidade do sistema.
proveniente de fonte delegada. As normas de primeira instância podem ser:
Tipos de Fontes e Formação Histórica do Ordenamento a) Imperativas
Relembremos os dois tipos de fontes jurídicas mencionados b) Proibitivas
anteriormente: c) Permissivas
Recepção As normas de segunda instância podem ser:
o Incorporação normas não jurídicas (morais, religiosas a) Normas que mandam mandar;
etc.) b) Normas que proíbem mandar;
o Absorção de um direito preexistente c) Normas que permitem mandar;
o Limitação externa ao ordenamento d) Normas que mandar proibir;
Delegação e) Normas que proíbem proibir;
o Multiplicação das fontes do direito f) Normas que permitem proibir;
o Criação de novos direitos g) Normas que mandar permitir;
o Limitação interna ao ordenamento h) Normas que proíbem permitir;
Além das fontes anteriormente mencionadas, há ainda que se falar i) Normas que permitem permitir;
em uma fonte das fontes, a fonte de todas as normas, o poder
originário. A complexidade do ordenamento decorre Construção Escalonada do Ordenamento
historicamente por duas razoes fundamentais: A complexidade do ordenamento não exclui a sua unidade. Ou seja,
1. A sociedade civil na qual vai se formando um não podemos falar de ordenamento jurídico sem o considerarmos
ordenamento jurídico não é uma sociedade natural, mas algo unitário.
uma sociedade na qual vigem normas de variados O ordenamento jurídico apresenta uma estrutura hierárquica,
gêneros. As estratificações anteriores a este dispostas em uma ordem hierárquica.
ordenamento não se estinguem com o surgimento deste  Normas produtivas (cima para baixo) e Normas Executivas
poder originário (juridicamente falando), atuando estas (baixo para cima)
como limites externos ao poder soberano.  Poderes (cima para baixo) e Deveres (baixo para cima)
2. O poder originário cria novas centrais de produção Norma aakkddaNorma
jurídica, atribuindo a órgãos executivos o poder de editar Execução jkjijjdProdução
normas integradoras subordinadas às legislativas. Aqui
há que se falar em uma autolimitação do poder soberano.
Segundo as teorias jusnaturalistas, há duas principais concepções
com as quais é possível explicar a passagem do estado de natureza Deveres iiiPoderes
para o estado civil.
Teorias do Direito Natural Moderno (contrato social): Controle de
o Hobbes – Direito Positivo nasce ilimitado, o Direito Constitucionalidade: serve para, quando há alguma norma
Natural “morre” inconstitucional dentro do ordenamento jurídico, que esta possa
o Locke – Direito Positivo nasce limitado, pois é ser removida da pirâmide pelo controle de constitucionalidade.
instrumento do Direito Natural
Limites Materiais e Limites Formais
As Fontes do Direito Quando um órgão superior atribui poder a um órgão inferior, este
Podemos fazer um breve esquema de como funcionam algumas das poder não é ilimitado. Ele possui certas limitações, subdivididas em
fontes do direito: limitações materiais e formais. Os limites com os quais o poder
Derivadas Delegadas superior restringe e regula o inferior são:
Limites Materiais: relativos ao conteúdo das normas.
Fontes Limites Formais: relativos à forma, ao modo ou procedimento pelo
Reconhecidas qual a norma deve ser editada.
Originárias Juízo de equidade: autorização ao juiz para produzir direito fora de
qualquer limite material imposto pelas normas superiores
Entretanto, além destas fontes, precisamos nos preocupar com o (excepcional e raro)
que seria uma fonte do direito.
Fontes do Direito: fatos e atos dos quais o ordenamento jurídico A Norma Fundamental
faz decorrer a produção de normas jurídicas. O ordenamento jurídico pressupõe seu surgimento a uma norma
Ou seja, o ordenamento jurídico, além de regular comportamentos, fundamental. Toda a norma, com exceção desta, somente pode
também regula sobre a forma/modo pelo qual se devem produzir legislar tendo sido atribuída a ela o poder para legislar, atribuição
estes regulamentos. esta proveniente de outra norma do ordenamento. Sendo assim, a
Há normas de conduta, normas de ação, e normas de estrutura, as norma fundamental é única, estando no topo do ordenamento
quais regulam a produção da norma e seus procedimentos. jurídico.
o Norma de Conduta: normas de primeira instância (ex.: Fonte de origem: Assembleia Constituinte
crime cometido pelos acusados do caso Kiss). O, enquanto uma única norma se valida por uma norma anterior, o
fundamento de validade e legitima todo o ordenamento jurídico
como um todo é a norma fundamental. A norma fundamental por
si só não é fundamentada por nenhuma anterior, pois é a única que convenção ou pretensa evidência. São proposições primitivas das
é considerada válida por si só. quais se deduzem outras, mas não são dedutíveis elas mesmas.
“É uma norma ao mesmo tempo atributiva e imperativa, Se seu fundamento é um problema, não o é de ordem jurídica, mas
segundo a consideremos do ponto de vista do poder ao qual sim externo ao sistema.
dá origem ou da obrigação que dela deriva [...]”. (p.66) Fora do Direito Positivo, então, há, historicamente, três principais
A norma fundamental é uma ideia de direito ideal, servindo de fundamentações: Deus, Lei Natural ou Convenção originária.
modelo ideal para todas as normas do ordenamento jurídico.
Dentro deste modelo ideal temos o dever ser, o conceito da Direito e Força
hierarquia piramidal do ordenamento, dos aspectos de validade. A lei tem o poder para se fazer cumprir. Confere, portanto, o direito
A norma fundamental não é uma norma escrita, mas sim um de se exigir o cumprimento da lei com base no uso da força. As
pressuposto básico do ordenamento, sendo a condição de regras para o exercício da força sã aquela parte das regras que
possibilidade deste. servem para a organizar a sanção e, logo, para tornar mais eficazes
E a norma fundamental, sobre o que se funda? Ela cumpre a mesma as normas de conduta e o próprio ordenamento em sua totalidade.
função que os postulados num sistema científico, postos por

TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO – CAP. 3


O Ordenamento Jurídico Como Sistema

Três Significados de Sistema Jurídico

As Antinomias

Vários Tipos de Antinomias

Critérios Para a Solução Das Antinomias

Insuficiência de Critérios

Conflito dos Critérios

O Dever da Coerência
COR 1
COR 2
COR 3

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