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O GERENCIAMENTO DE PROCESSOS:
IMPLANTAÇÃO DO MÉTODO NO SENAC TECNOLOGIAS DA
INFORMAÇÃO
FLORIANÓPOLIS/SC
2007
FABÍOLA LOPES BRASIL DE MARINHO
GERENCIAMENTO DE PROCESSOS:
IMPLANTAÇÃO DO MÉTODO NO SENAC TECNOLOGIAS DA
INFORMAÇÃO
FLORIANÓPOLIS/SC
2007
“Do materialismo ao
espiritualismo é uma simples
questão de esperar esgotarem-se
os limites do primeiro”.
Raul Seixas
i
AGRADECIMENTOS
Toda conquista requer esforço e renúncia. Requer também humildade, paciência e apoio
daqueles que estão ao nosso redor.
Por mais esta conquista, agradeço à minha mãe Cléa Lopes Brasil, mulher lutadora, a quem
devo a minha vida e meu eterno respeito, por ter me ensinado os verdadeiros valores da vida:
a ética, o respeito, o amor à família, a obstinação e a crença em Deus. Por tudo que eu sou,
obrigado.
À minha querida irmã, “Juju”, que cresceu absurdamente, mas continua sendo a minha
moleca, pela paciência e pelo enorme sentimento de orgulho que cativa por mim.
Ao meu falecido padrasto, o “seu” Chico, que foi um verdadeiro pai, pelo imenso amor e
carinho que teve por mim.
Ao meu conselheiro, companheiro, amor e amigo, Hugo Andrade Marques, que sempre me
apoiou e me deu forças para nunca desistir dos meus objetivos e que pacientemente me
consolou nos momentos em que precisei.
Dedico este trabalho ao meu belo e saudoso Estado do Pará, onde cresci e tive uma excelente
formação estudantil.
Ao Estado de Santa Catarina, em especial, à Florianópolis por ter aberto inúmeras
oportunidades e por me receber de braços abertos.
À ESAG, mais do que uma escola, a extensão da minha casa, onde fiz amigos para a vida toda
e vivi momentos inesquecíveis.
Aos servidores da UDESC, em especial ao Sandro, Hico e Paulo, por estarem sempre
dispostos e sorridentes, de quem sentirei muita falta nos intervalos das aulas. À Hercília
(coordenação de estágio) e à Ester (secretaria escolar), pela competência, disposição,
compreensão e paciência.
À minha orientadora, Janice Mileni Bogo, quem me inspirou a fazer este trabalho.
Ao SENAC TI, por incentivar e permitir a realização deste trabalho, em especial ao Sr. Carlos
Eduardo Nascimento, por adotar a idéia e depositar em mim grande confiança, pelo
reconhecimento do meu trabalho e pela flexibilidade, muito obrigado. Às amigas e
companheiras de trabalho, Thayse Silveira da Silva, grande incentivadora, e Luiziani Zanette,
a quem tenho grande admiração. E aos colaboradores do SENAC TI, pois sem eles este
trabalho não se realizaria.
E àqueles que colaboraram direta ou indiretamente pela realização deste estudo.
ii
RESUMO
Existe a preocupação dos gestores quanto à forma tradicional de administrar suas empresas:
seus métodos já não estão mais correspondendo às exigências e constantes mudanças no
mercado, sendo que os comumente utilizados não oferecem respostas em tempo e qualidade
necessários. O Gerenciamento de Processos vem com a proposta de manter a competitividade
das empresas por intermédio da melhoria contínua e da desfuncionalização da estrutura
organizacional, buscando a qualidade dos produtos e serviços, agregando-lhes maior valor
para atender as necessidades dos clientes. Não obstante, para sua realização e seu sucesso é
imprescindível o envolvimento da organização no que tange às pessoas para que haja uma
preparação e posterior aceitação de mudanças decorrentes da implantação desta metodologia.
Este trabalho visa aplicar os conceitos e técnicas de Gerenciamento de Processos na unidade
SENAC – Tecnologias da Informação seguindo modelos propostos por autores e estudiosos
do assunto. A concepção do Gerenciamento de Processos no SENAC TI permite identificar
medidas para controle de resultados dos processos, no intuito de conhecer o mapa de contexto
e as cadeias de valor que são fundamentais para a compreensão do que realmente é prioritário
e o que agrega de fato valor ao serviço prestado.
ABSTRACT
There is a concern from the managers about the traditional way to administrate their
companies: their methods do not correspond to the demands, seeing that the ones usually
utilized do not gain a response in the necessary time frame and with the necessary quality.
The Management of Processes suggests maintaining the companies' competitiveness through
the continuous improvement and dysfunctionalization of the organizational structure, seeking
for the quality of services and products, adding to them a greater value to attempt to meet the
customer’s needs. In despite of accomplishment and success, the involvement of the people
that are part of the organization is indispensable so that a preparation is obtained and posterior
acceptability of recurrent changes of the implementation of this methodology. This work aims
to apply the concepts and techniques of Management of Processes at SENAC, Information
Technology unit, following the model proposed by authors and studious of this area. The
conception of Management of Processes at SENAC TI allows the identification of measures
to control processes results, with intention to know the map in context and the valuable chains
that are fundamental for the comprehension of what truly is a priority and what aggregates, in
fact, greater value to the service performed.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. I
RESUMO.................................................................................................................................. II
ABSTRACT ........................................................................................................................... III
LISTA DE FIGURAS............................................................................................................ IV
LISTA DE QUADROS............................................................................................................ V
LISTA DE TABELAS ........................................................................................................... VI
SUMÁRIO ............................................................................................................................. VII
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
1.1 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA ............................................................................... 2
1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 3
1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................................... 3
1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................................. 4
1.3 JUSTIFICATIVA DO TRABALHO .................................................................................... 4
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO .......................................................................................... 5
1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.......................................................................... 6
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 98
1 INTRODUÇÃO
Sabe-se que, para atender às necessidades do cliente num cenário evidenciado pela
competitividade e no qual o fator “qualidade” é pressuposto, as empresas precisam ser mais
criativas, mais competentes e, imprescindivelmente, compreender o mercado consumidor.
Com a globalização, a lógica da competição pelos mercados mudou significativamente
e amadureceu os hábitos de consumo, impulsionados pela conscientização do cliente.
O surgimento de novas tecnologias – mais rápidas e flexíveis – e a concorrência
acirrada pelos mercados mundiais, exigiram das organizações um foco maior no cliente,
principalmente, para tornarem-se adaptáveis e ágeis frente às constantes mudanças globais.
O resultado desta visão é a definição de novas diretrizes e desafios estratégicos,
permitindo o exame detalhado de como as coisas acontecem dentro da organização. São os
processos internos que passam então a fazer a diferença.
Não obstante, não adianta mudar a estratégia e continuar fazendo tudo da mesma
forma: é preciso redesenhar os processos-chave da organização, pois são eles que
impulsionam a vantagem competitiva e permitem que os objetivos definidos pela estratégia
sejam atingidos.
Conhecer o mapa de contexto e a cadeia de valor é fundamental para o entendimento
do que realmente é relevante e que agrega valor ao produto ou serviço oferecido.
Para tanto é necessário que uma boa quantidade de pessoas encare seu negócio como
sendo um sistema dinâmico, entendendo o valor, o poder e o impacto que cada variável
externa ou interna tem nos resultados.
Para se ter a excelência no serviço prestado, é necessário utilizar melhor os recursos
que a organização dispõe, principalmente, os recursos humanos, haja vista que, para se
alcançar maiores níveis de qualidade e produtividade, o envolvimento das pessoas é o que
possibilita a aceitação de idéias, estando propensas e mais flexíveis ao processo de mudança.
Com os clientes cada vez mais exigentes e com o aumento da oferta de produtos e
serviços, a expansão de mercado tende a favorecer quem faz mais, melhor, pelo menor preço.
Isso quer dizer que os negócios estão mais complexos e são capazes de agregar mais
valor – seja criando produtos novos ou integrando mais serviços – ao mesmo tempo em que
conseguirem reduzir custos, otimizando a cadeia de suprimentos.
2
O SENAC – Tecnologias da Informação, por ser uma unidade nova, mesmo seguindo
os parâmetros do sistema de gestão do SENAC Nacional, se encontra numa fase de maturação
na qual a essência da organização ainda precisa ser incorporada pelos colaboradores.
Em conseqüência disto, problemas em todos os âmbitos da empresa estão ocorrendo
freqüentemente e os gestores sentem dificuldade em identificar as causas e também de
oferecer soluções a tempo, sem que haja desgaste com clientes e fornecedores. Os clientes
internos estão esbarrando em informações conflitantes e tendo retrabalho.
É preciso difundir os padrões e esclarecer procedimentos, tornando mais evidentes os
processos existentes, as atribuições e responsabilidades atreladas a cada atividade.
Portanto, este trabalho pretende minimizar as dificuldades identificadas, utilizando a
metodologia do Gerenciamento de Processos, na qual será mapeado o macroprocesso e
identificados os processos críticos, a fim de se identificar quais necessitam de reavaliação,
bem como inferir propostas de reajustes, deixando registros que servirão de base para a
tomada de decisões.
Tendo em vista a problemática descrita e as necessidades identificadas, este estudo
estabelece o seguinte problema de pesquisa:
“Como otimizar os processos administrativos no SENAC TI?”
1.2 OBJETIVOS
melhorias.
4
passo para a revisão dos processos e definição de padrões, tendo as práticas administrativas
difundidas com mais clareza.
Assim, a unidade SENAC TI poderá atender com mais eficiência o compromisso de
gestão do SENAC/SC, que se baseia na excelência e qualidade de serviço. A identificação
pretendida se faz necessária para que se tenha uma visão de como o trabalho vem sendo
executado e onde se faz necessárias correções e aperfeiçoamentos dos processos.
Para proporcionar respostas aos problemas que são propostos, utiliza-se a pesquisa
como o procedimento racional e sistemático, que conforme Gil (2002, p.17) é desenvolvida
mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos,
técnicas e outros procedimentos científicos.
A metodologia utilizada para execução deste trabalho iniciou-se com uma
fundamentação teórica, que buscou as informações disponíveis e relevantes sobre a
Qualidade, Serviços, Processos. Portanto, de acordo com Gil (2002, p. 44) este tipo de
pesquisa se enquadra no conceito de pesquisa bibliográfica, desenvolvida com base em
material já elaborado, constituído principalmente de livros, artigos científicos, publicações
periódicas e impressos diversos.
Também se buscou informações nos relatórios emitidos pelo SENAC, caracterizando a
pesquisa como de cunho documental, pois conforme Gil (2002, p.44) as fontes são
diversificadas e dispersas:
Também se caracteriza por ser um estudo de caso, pois conforme Yin (2005, p. 20),
representa a estratégia que permite uma investigação para se preservar as características
holísticas e significativas dos acontecimentos da vida real – tais como ciclos de vida
individuais, processos organizacionais e administrativos. Gil (2002, p. 54) conceitua este tipo
de pesquisa como sendo o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira
que permita o seu amplo e detalhado conhecimento.
Yin (2005, p.20) afirma ainda que, em geral os estudos de caso representam a
estratégia preferida quando se colocam questões do tipo “como” e “por que”, quando o
pesquisador tem pouco controle sobre os acontecimentos e quando o foco se concentra em
fenômenos contemporâneos inseridos na vida real.
A coleta de dados do Estudo de caso foi feita através de análise de documentos,
entrevistas estruturadas e não-estruturadas, depoimentos pessoais, observação espontânea,
observação participante e análise de artefatos físicos (Gil, 2002, p.141). A análise e a
interpretação dos dados coletados foram de teor tanto quantitativo quanto qualitativo, pois se
baseou em técnicas de levantamento estatístico quanto de levantamento de papel e de dados,
conforme Gil (2002, p.141).
8
2 REVISÃO DE LITERATURA
Voltar a empresa para o cliente é o discurso e o esforço atual da maioria das empresas.
Organizações de padrão internacional buscam constantemente oferecer aos seus clientes,
produtos e serviços de qualidade superior. Em função disso, pretendem assegurar que todos os
esforços de aperfeiçoamento se concentrem em melhorar o grau de satisfação do cliente
externo.
Sob essas condições, cresce a necessidade de implantar um sistema de gestão da
qualidade para adequar as empresas a uma nova realidade do mercado. Há uma freqüência
maior das empresas em buscar o aprimoramento pela qualidade na intenção de redescobrir a
importância da gestão eficaz dos processos como instrumento de diferenciação e luta contra a
concorrência.
Deve-se evitar o conceito que aceita a ocorrência de erros, mesmo que uma única vez.
Isto posto, é indispensável compreender como evitar problemas. Harrington (1993, p.45)
adverte que “prevenção não quer dizer somente prevenir para evitar a repetição de um
problema: é prevenir, antes de tudo que os problemas ocorram”.
Jenkins (1971 apud PALADINI, 1995, p.29) conceitua Qualidade como o grau de
ajuste de um produto à demanda que pretende satisfazer.
A qualidade é o que faz o produto ser desejável para os consumidores. Para que isso
ocorra, os gestores devem considerar uma série de fatores, por exemplo, a estrutura
organizacional, a participação e o engajamento da alta direção, a cultura, os valores e o perfil
da mudança dos colaboradores da empresa.
Juran (1991, p.16 apud PALADINI, 1995, p.44). complementa tal conceito como o
conjunto das atividades através das quais se atinge a adequação do produto ou do serviço ao
uso, não importando em que parte da organização estas atividades são executadas.
9
Uma vez conceituada a qualidade, o próximo passo é analisar como esta será fixada
nos processos empresariais.
Esta etapa do trabalho reduz o universo de análise para o nível de processo. A partir da
caracterização do processo como um dos elementos fundamentais para a produção da
10
Tais etapas se desenvolvem de forma evolutiva. Cada uma visa de alguma forma,
incrementar a adequação do produto ao uso: eliminados os defeitos, garante-se um
produto em condições de ser utilizado; eliminadas as causas, garante-se maior
confiabilidade ao produto; otimizando o processo, garante-se um produto com a
máxima eficiência. (PALADINI, 1995, p.20)
Todo processo ou sistema deve garantir a qualidade total para o processo seguinte.
Para que isso ocorra, deve ser praticado o controle da qualidade [...] eliminar a causa
fundamental dos problemas do processo ou sistema (lembrando que problema é
qualquer resultado indesejável da qualidade total).
Autores como Olsen & Wyckoff (1978, p.8 apud FITZSIMMONS &
FITZSIMMONS, 2005, p. 30) afirmam que a maior parte dos experts na área de serviços
considera que este setor abrange todas as atividades econômicas cujo produto não é um bem
físico fabricado; geralmente ele é consumido no momento em que é produzido e fornece um
valor agregado em formas – tais como conveniência, diversão, oportunidade, conforto ou
saúde – que representam essencialmente interesses intangíveis do seu primeiro comprador.
Assim, serviços podem ser considerados como atos, processos e o desempenho de
ações.
Mesmo que a qualidade do serviço e a satisfação do cliente sejam conceitos
conjugados, não implicam exatamente a mesma coisa: enquanto que a qualidade do serviço
são as avaliações cognitivas de longo prazo, por parte dos clientes, sobre a entrega do serviço
de uma empresa; a satisfação do cliente é uma reação emocional de curto prazo ao
desempenho especifico de um serviço (Lovelock & Wright, 2003, p.107).
Em serviços, a avaliação da qualidade surge ao longo do processo de prestação do
serviço. Cada contato com o cliente é referido como sendo um “momento da verdade”, uma
oportunidade de satisfazer ou não o cliente. A satisfação do cliente com a qualidade do
serviço pode ser definida pela comparação da percepção do serviço prestado com as
expectativas do serviço desejado. Quando se excedem as expectativas, o serviço é percebido
como de qualidade excepcional e também como uma agradável surpresa. Quando não se
atende às expectativas, a qualidade do serviço passa a ser vista como inaceitável. Quando se
confirmam as expectativas pela percepção do serviço, a qualidade é satisfatória (Fitzsimmons
& Fitzsimmons, 2005, p. 146).
Uma das formas dos clientes julgarem a qualidade de um serviço, de acordo com
Fitzsimmons & Fitzsimmons (2005) e também de acordo com Lovelock & Wright (2003) é
através das chamadas dimensões da qualidade, que são a confiabilidade, tangibilidade,
sensibilidade, segurança e empatia.
Confiabilidade: capacidade de prestar o serviço com confiança e exatidão. “A
empresa é confiável no fornecimento do serviço, conforme prometido no curso do tempo?”
Tangibilidade: é a condição do ambiente como evidência do cuidado e da atenção aos
detalhes exibidos pelo fornecedor do serviço. “Como são as instalações físicas, equipamentos,
pessoal e material de comunicação do fornecedor do serviço?”
Sensibilidade: “Os funcionários da empresa são prestativos, capazes de fornecer
pronto atendimento?”
13
Paladini (1995, p. 47) propõe três modelos básicos de atuação para que se atinja a
atividade-fim do sistema em uma empresa: o processo, o suporte e a interação com o cliente.
Não obstante, o autor acrescenta que tais modelos podem ser mais bem inseridos no esforço
da Qualidade Total se forem estruturados princípios que norteiam sua integração e
funcionamento:
Organizações, em sua essência, são formadas para prestar serviços aos clientes. Se o
que é pretendido pela organização gira em torno de melhorias nos processos para que os
resultados produzidos sejam os desejados e observados pelos clientes, então isso significa que
acontecerá uma inevitável mudança no ambiente dentro da empresa.
De acordo com Harrington (1997, p.35) o principal ingrediente de qualquer
organização é uma excelente compreensão do cliente e uma estreita relação com o mesmo.
14
De certa forma, todo o planejamento deve se basear em estreitar cada vez mais essa
relação, pois é isso que gera os meios para a satisfação das necessidades e expectativas dos
demais interessados.
Nem tudo é um mar de rosas. Muitas pessoas das bases, irredutíveis, ainda rejeitam
todo o conceito de equipe, mas as coisas estão mudando. Se você quiser que o
trabalho organizado ajude sua organização a melhorar, envolva seus integrantes cedo
no processo de planejamento e mantenha-os informados. Se quiser que eles
concordem com as novas regras de trabalho, sua organização precisa abrir seus
livros a eles, oferecendo os dados sobre custos e lucros.
Toda Organização é uma coleção de processos que são executados, embora não
estejam documentados em detalhe, eles são conhecidos e executados. Para produzir um bem
ou serviço é necessário construir um processo, mas antes, deve-se levar em conta o conceito, a
importância, a utilidade e a lógica de um processo para uma organização.
1
In: BORGES, Juliana. Reorganizar para crescer. Abril, Rio de Janeiro, dez.2006. Seção PME. Disponível em:
<http://portalexame.abril.com.br/revista/pme/edicoes/0006/m0119580.html>. Acesso em: 23 dez. 2006
16
A definição de processo, sob a ótica de Gonçalves (2000a, v. 40, n.1, p.7), é “qualquer
atividade ou conjunto de atividades que toma um input, adiciona valor a ele e fornece um
output a um cliente específico”. Hammer & Champy (1994 apud GONÇALVES, 2000a, v.40,
n.1, p.7) preferem definir processo como o grupo de atividades realizadas numa seqüência
lógica que objetiva a produção de um bem ou serviço, o qual tem valor para um grupo
específico de clientes.
Harrington (1993, p.10) infere, portanto, que “não existe um produto ou serviço sem
que haja um processo. Da mesma maneira, não existe um processo sem um produto ou
serviço”.
Se as pessoas conseguem aprender a visualizar as estruturas dentro das quais
trabalham, acabam dominando a habilidade de lidar com elas e estar mais propensos às
mudanças.
Daí a importância dos processos: identificar, entender e gerenciar um sistema de
atividades inter-relacionadas contribui para a melhoria da eficácia e da eficiência. Um
resultado desejado é mais eficientemente atingido quando os recursos e as atividades são
gerenciadas como um processo.
Segundo Gonçalves (2000b, v.40, n.4, p.10) a análise dos processos nas empresas
implica a identificação de suas inúmeras dimensões: fluxo, seqüência, das atividades, esperas
e duração do ciclo, dados e informações, pessoas envolvidas, relações e dependências entre as
partes comprometidas.
Tendo a identificação das suas dimensões e amplitudes, as empresas podem conhecer
melhor o seu negócio e assim, podem ter uma melhoria de sua produção e atendimento ao
clientes.
Isso implica na obtenção de uma maior vantagem competitiva em relação à
concorrência, uma vez que a empresa passa a ter uma visão mais holística e compreende todos
os que estão envolvidos nos processos, desde os clientes internos aos fornecedores.
Harrington (1993) complementa a definição de processo como toda e qualquer
atividade que recebe uma entrada (input), agrega-lhe valor e gera uma saída (output) para um
cliente interno ou externo, fazendo uso dos recursos da organização parar gerar resultados
concretos.
Paladini (1995) se refere a processo como um conjunto de elementos ao qual se agrega
um aspecto dinâmico: entram insumos; processa-se de certa maneira e obtêm-se algumas
saídas.
17
O processo é uma definição importante para a empresa uma vez que fundamenta os
meios pelos quais produzirá e entregará seus produtos e serviços aos clientes. Harrington
(1993) corrobora que existem informações essenciais as quais devem ser coletadas e
entendidas antes de se iniciar qualquer análise detalhada de um processo: é preciso entender
quem são os fornecedores das entradas dos processos; quem são os clientes das saídas dos
processos e, finalmente, com que outros processos ele integra.
Gonçalves (2000a, v.40, n.1, p.7) simplifica a idéia de processo como fluxo de
trabalho – com inputs e outputs claramente definidos, com tarefas seqüenciadas e
interdependentes.
Harrington (1991 apud GONÇALVES, 2000a, v.40, n.1, p.7) ratifica: “os inputs
podem ser materiais – equipamentos e outros bens tangíveis, mas também podem ser
informações e conhecimento”.
Tipicamente, as entradas e saídas dos processos empresariais são constituídas por
informações ou serviços e devem ser revisadas para assegurar que não ocorram incoerências
ou omissões graves. Uma vez que elas tenham sido definidas, pode-se identificar quem são os
fornecedores e os clientes.
Para Harrington (1993, p.10), processos empresariais são:
(...) todos os processos que geram serviço e os que dão apoio aos processos
produtivos. Um processo empresarial consiste num grupo de tarefas interligadas
logicamente as quais fazem uso dos recursos da organização para gerar resultados
definidos em apoio aos objetivos da organização.
Qualquer trabalho que seja recorrente, que afete algum aspecto da capacitação da
empresa, que possa ser realizado de várias maneiras distintas com resultados
diferentes em termos da contribuição com relação a custo, valor, serviço ou
qualidade e que envolva a coordenação de esforços para a sua realização, também é
considerado como processo empresarial.
Antes de detectar as características comuns dos processos, é preciso saber que eles
fazem parte de uma estrutura hierárquica dentro da organização que representa o nível de
detalhamento com que o trabalho é abordado (Vilela, 2000). Neste contexto, corrobora
Gonçalves (2000b, v.40, n.4, p.10):
Juran (1992, p.232) aponta algumas razões para que haja uma subdivisão nos
processos:
De acordo com essa idéia, Harrington (1993, p.34) reforça que, para criar um enfoque
em um problema específico ou minimizar o tempo necessário para aperfeiçoar o
macroprocesso, este pode ser subdividido em sub-processos inter-relacionados de forma
lógica, ou seja, atividades seqüenciais que contribuem para a missão do macroprocesso:
a. Macroprocesso
É um processo que envolve mais de uma função da organização e cuja operação tem
impacto significativo nas demais funções da organização. E, dependendo da complexidade do
processo, é dividido em sub-processos. O processo por ser dividido em famílias de causas
(como exemplo, matérias-primas, máquinas, medidas, meio ambiente, mão-de-obra) e
métodos, que são as chamadas fontes de manufatura ou fonte de serviços.
19
b. Sub-processo
c. Atividade
É tudo que ocorre dentro de cada processo. É uma ação necessária para produzir um
resultado em particular.
As atividades constituem a maior parte dos fluxogramas e são constituídas por um
determinado número de tarefas. Cruz (1998) classifica as atividades em transversais,
secundárias e principais.
As atividades transversais são o conjunto de especialidades executadas em única
operação e visa resolver problemas de caráter temporário ou provisório pois não agregam
valor algum e consomem recursos variáveis.
As atividades secundárias são aquelas que não estão diretamente envolvidas com a
produção do bem ou serviço que a organização oferta.
Existem para permitir que as atividades principais possam ser executadas com o
mínimo de pressão possível, além de providenciarem todas as condições de operacionalidade
necessárias às atividades principais com antecedência.
As atividades secundárias se dividem em infra-estrutura, recursos humanos,
tecnologia, compras e qualidade.
As atividades principais são aquelas que participam diretamente na criação do
produto ou serviço objeto do processo. São exemplos as atividades de logística, produção,
vendas e serviços e ainda são divididas em:
20
Atividades críticas: são cruciais, pois dão integridade ao processo e ao seu resultado.
Alguns fatores que a tornam crítica são: o tempo de início, a criticidade da matéria-prima e do
equipamento, o tempo de produção e o tempo de término.
Atividades não críticas: são as que, embora sejam imprescindíveis para que o processo
possa alcançar o resultado esperado, não tem os predicados que as tornariam críticas. Podem
ser realizadas dentro de parâmetros e condições mais flexíveis e costumam a serem divididas
conforme suas características: paralelismo, exclusividade, tempo de início diverso e tempo de
término diverso.
Sob o ponto de vista da aplicação do conceito de processos, Almeida (1993 apud
VILELA, 2000, p.48) diz que as atividades, por fim, devem ser independentes e repetitivas;
receber produtos parciais mensuráveis; modificar o produto parcial recebido (agregar valor) e
gerar produtos também mensuráveis.
d. Tarefa
Nesse ínterim, sabe-se que a maioria das empresas adotam uma estrutura funcional,
com setores agrupados por atividades tem seus processos fluindo na horizontal enquanto que a
perspetiva é adequar a estrutura funcional aos fluxo de processo.
2
Armazém, em forma de torre, para substâncias sólidas. Fonte: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da
Língua Portuguesa. 3 ed. Curitiba: Positivo, 2004.
23
Quando isso acontece, cada departamento tenta otimizar seu próprio desempenho. Em
vez disso, os autores sugerem que a empresa deve ser vista como um conjunto de processos
inter-relacionados que compartilham a meta comum de fornecer uma resposta eficiente e
eficaz às necessidades do cliente.
Esses silos geralmente impedem que assuntos interdepartamentais sejam solucionados
entre funcionários de níveis mais baixos, exigindo a presença dos gestores ou dos
responsáveis para resolver tais assuntos.
A fonte dos problemas nas empresas nesse cenário globalizado e competitivo é a sua
organização em forma de “castelos”, onde cada administrador tem a responsabilidade por uma
parte da empresa e não pelo resultado final. Hammer3 exemplifica que:
Nas empresas de hoje, um pedido pode passar por 25 departamentos. Mas quem é o
responsável pelo processo de atendimento de um pedido? Ninguém. Só 20% das
companhias americanas administram esse procedimento como um todo, do início ao
fim e possuem processos de gerenciamento completos.
Neste caso, o fluxo de trabalho passa de um departamento para outro, sendo que cada
um foca somente suas próprias metas e medidas, causando problemas4:
3
HAMMER, Michael. É preciso pensar no todo. In: EXPOMANAGEMENT, 2., 2002. São Paulo. Anais eletrônicos...São Paulo: HSM On-
line, 2002. Cobertura de eventos.
4
LABORATÓRIO DE GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (LGTI). Organização por Processos: definições e questões
básicas. Florianópolis: [2000]. Disponível em < http://www.lgti.ufsc.br/O&m/SETE.1.htm>. Acesso em 21 mai. 2007
24
De acordo com Paulo Rocha5, a forma vertical, que é como a maioria das empresas
está estruturada, também se apresenta como uma barreira a ser vencida pois isso dificulta o
entendimento do negócio como um todo, além de enclausurar as pessoas numa visão
fragmentada, muitas vezes desconectadas da realidade.
Enquanto isso, Rummler & Brache (1992) defendem que a visão horizontal da
organização permite a visão de como o trabalho é feito por processos que transpõem as
fronteiras organizacionais.
Desta forma, é preciso rever a estrutura funcional e começar a pensar na organização
em termos de processo, pois assim é possível otimizar processos empresariais pela relação
entre as funções de cada departamento.
Gonçalves (2000b, v.40, n.4, p.12) reforça que tentar enxergar o funcionamento das
empresas do ponto de vista dos processos é mais eficaz maneira de escapar da “abordagem
das chaminés” – mencionada por muitos autores como uma das mais evidentes características
das estruturas organizacionais convencionais e cujo nome foi adotado pela semelhança gráfica
dos organogramas, típico de empresas que possuem as chaminés de fábricas.
A organização orientada por processos pressupõe que as pessoas trabalhem de forma
diferente (Gonçalves, 2000b, v.40, n.4, p.11):
Esta estrutura pode ser melhor visualizada na fig.2, a qual reforça o emprego dos
objetivos externos, o agrupamento dos empregados e dos recursos para a produção de um
trabalho completo, fazendo com que a informação flua diretamente para onde é necessária,
sem o filtro da hierarquia.
5
In: BORGES, Juliana. Reorganizar para crescer. Abril, Rio de Janeiro, dez.2006. Seção PME. Disponível em:
<http://portalexame.abril.com.br/revista/pme/edicoes/0006/m0119580.html>. Acesso em: 23 dez. 2006
25
A decisão das empresas em funcionar por processos requer a adoção de novas formas
de gerenciamento e execução do trabalho, para que consiga se aproximar de uma estrutura de
organização por processos. As mudanças que surgirão a partir da decisão por processos serão
discutidas no tópico seguinte.
6
Adaptado do material do curso de Organizações e Métodos, cfe. LABORATÓRIO DE GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
(LGTI). Organização por Processos: definições e questões básicas. Florianópolis: [2000]. Disponível em
<http://www.lgti.ufsc.br/O&m/SETE.1.htm>. Acesso em 21 mai. 2007
7
Idem, Ibidem.
27
Sabe-se que é possível para qualquer empresa mudar sua estrutura para se aproximar
de uma organização por processos, caso isso seja considerado e apropriado. Mas, nem sempre
essa transição é rápida e tranqüila.
Os consultores da empresa Coopers & Librand (Band, 1997 apud EVANGELISTA,
2000, p.67) apontam que:
O PASSO-A-PASSO DA MUDANÇA
Quem convocar O que diagnosticar Como remediar Resultados
Formar equipes com A equipe deve eleger A equipe escalada Estabelecer formas
pessoas das várias dois ou três processos deve analisar cada de medir a eficiência
áreas envolvidas na críticos, em que as processo escolhido, do desempenho das
tarefa que será mudanças são discutir exatamente o pessoas, dos métodos
consertada. urgentes, que pode ser feito e das ferramentas de
As decisões não considerando a para melhorá-los e trabalho, antes e
devem ser tomadas relevância para o estabelecer novas depois da mudança.
por um único negócio principal da práticas.
departamento. empresa.
8
In: BORGES, Juliana. Reorganizar para crescer. Abril, Rio de Janeiro, dez.2006. Seção PME. Disponível em:
<http://portalexame.abril.com.br/revista/pme/edicoes/0006/m0119580.html>. Acesso em: 23 dez. 2006
28
No próximo tópico, será feita uma breve análise pautada nas abordagens de diversos
autores sobre o método do Gerenciamento de Processos e, em seguida, serão fornecidos os
seus conceitos e aplicações.
[...] o cliente está no centro das organizações por processos, e o objetivo final dessas
empresas é oferecer para o cliente mais valor, de forma mais rápida e a um custo
mais baixo.
de uma análise profunda dos seus processos e da identificação dos processos críticos, procura-
se determinar as principais deficiências desses processos e as sanar pela implantação de ações
de melhoria.
Juran (1992, p. 233) define processo crítico como “projetos que representam sérios
perigos à vida humana, à saúde e ao meio ambiente, ou que podem causar perdas de grandes
somas de dinheiro.”
Tradicionalmente, a escolha dos processos críticos para iniciar o gerenciamento de
processos é adaptada a uma matriz que apresenta os principais processos organizacionais e,
com base em alguns critérios definidos pelo administrador, são escolhidos os considerados
críticos.
Normalmente se escolhem processos que apresentam deficiências em algumas
medidas financeiras ou de qualidade, de produção ciclo ou produtividade, melhorando os
processos já existentes.
De acordo com Harrington (1998), é complicado escolher o processo crítico a ser
analisado, deve-se tomar como críticos os processos que geram insatisfação para a gerência,
para os funcionários e, principalmente, para os clientes.
Os critérios apontados por Harrington (1998) para a escolha dos processos críticos
estão nas atividades que representam fatores críticos para os demais setores da organização,
nas atividades que consomem muitos recursos, nas que prejudicam o macroprocesso e nas que
representam risco ao funcionário.
Alguns autores como Garvin (2002) trazem uma visão pragmática do assunto, no
sentido de que a busca da excelência em todas as dimensões da qualidade pode ser uma
armadilha, podendo daí advir perda de foco do sistema, levando a organização a obter
excelência em pontos competitivamente irrelevantes. De nada adianta concentrar esforços e
recursos em processos que não sejam importantes para a concretização dos objetivos e
estratégias da organização.
O Gerenciamento de Processos está atrelado à Qualidade e Melhoria Contínua, uma
vez que resume claramente os objetivos dessa metodologia, permitindo definir e analisar os
processos críticos do sistema de produção e propondo soluções para a busca permanente da
satisfação do cliente.
O grande desafio é descobrir quais são as atividades que levam aos resultados
esperados pelos gestores e quais são os processos que devem ser escolhidos como relevantes,
tendo em vista que os resultados terão impacto sobre a unidade de negócios e influenciarão os
objetivos do planejamento estratégico da organização.
32
É possível identificar os defeitos dos processos internos que têm a chance de afetar de
maneira negativa os custos, a capacidade de resposta ou o nível de satisfação dos clientes,
para poder desenvolver medidas que permitam oferecer produtos e serviços de qualidade
superior aos dos seus concorrentes.
O próximo tópico apresenta as metodologias de Gerenciamento de Processos que
buscam a otimização dos processos com ênfase na melhoria contínua.
CONHECER
OS IDENTIFICAR CAPTURAR
PROCESSOS MELHORIAS MELHORIAS
Varvakis et al. (2000 apud SILVA, 2000, p.47) considera que os processos possuem
algumas características que dão suporte à utilização do Aperfeiçoamento de Processos,
identificando as áreas que poderão ser melhoradas e fornecendo bases para definição de metas
de aperfeiçoamento e avaliação de resultados:
Fase 1: Organização
Esta fase objetiva o entendimento dos processos atuais em todas as suas dimensões.
Nela deve ser obtido o maior número de informações sobre como os processos são
operacionalizados naquele momento.
Algumas características dos processos precisam ser claras: os métodos utilizados para
transformar as entradas em saídas (fluxo); em grau as expectativas dos clientes estão sendo
atendidas (eficácia); o nível de utilização de recursos (eficiência), o tempo de ciclo e o custo.
Aqui também são definidos o escopo, a missão e as fronteiras dos processos, assim
como a representação gráfica das suas atividades através dos fluxogramas, que fornecem uma
visão detalhada do seu funcionamento interno e dos inter-relacionamentos com os demais
processos do sistema. Devem ser identificadas as divisões dos processos até um nível que
permita a análise eficiente das atividades componentes dos processos.
Este procedimento permite, segundo Harrington (1993), que se minimize o tempo
necessário para aperfeiçoar o macro-processo e dar um maior enfoque aos problemas que
tenham maior representatividade para o todo.
A seleção dos processos críticos para posterior aperfeiçoamento é feita nesta fase,
onde são detalhadas suas atividades e onde é feita a escolha dos processos críticos prioritários
que serão trabalhados. Harrington (1993) afirma que os processos críticos prioritários podem
ser escolhidos se levando em consideração os seguintes fatores:
Após a definição das etapas de cada processo, dos seus respectivos clientes e
fornecedores na etapa anterior, esta fase objetiva a maximização da sua eficiência, eficácia e
flexibilidade através da identificação de oportunidades de melhoria, erros e retrabalhos que
estejam ocorrendo.
Nesta etapa é necessário garantir que os problemas detectados sejam exaustivamente
analisados e que alternativas sejam formuladas com base na sua viabilidade técnica e
econômica.
O APE assegura o uso eficaz e eficiente dos recursos, sendo uma estratégia disponível
para tirar máximo proveito dos processos e gerar o máximo de benefícios para a empresa;
além de permitir que as atividades se relacionem com mais interatividade.
A abordagem do APE auxilia no controle dos processos empresariais, uma vez que os
processos podem e precisam sofrer tal controle, evitando os descumprimentos de prazos e a
perda de clientes, e permitindo o aproveitamento das oportunidades de novos negócios.
Keen (1997 apud GONÇALVES, 2000a, v.40, n.1, p.17) confirma a influência do
aperfeiçoamento de processos na vantagem competitiva sustentada na empresa,
fundamentando-se nas seguintes razões:
Uma vantagem específica pode ser obtida e explorada pelas empresas que decidem
investir no aperfeiçoamento dos processos, quando cuidadosamente escolhidos. Mas, muitas
vezes os resultados são frustrantes em termos de processos individuais assim como em termos
de resultados globais. Assim, Hall et al. (1993, apud GONÇALVES, 2000a, v.40, n.1, p.17)
observa que:
Deduz-se que diversas empresas realizaram esforços para aperfeiçoar seus processos, o
que não significa que se tornaram centradas nos seus processos nem que estejam atuando com
eficiência. Ao mesmo tempo, não quer dizer que estejam obtendo a eficácia nem que estejam
focando seus recursos e esforços no cliente.
A falta de um esclarecimento sobre a definição de processo e a sua aplicação na gestão
das empresas pode explicar parte da limitação para obter resultados.
O mérito do emprego da concepção de processo aumenta conforme as empresas
adotam mais trabalho intelectual, expondo produtos e serviços mais ricos em valores
intangíveis.
39
Esta metodologia foi adaptada por Pinto (1993)* da metodologia proposta por
Harrington (1994) e vem sendo aplicada com bons resultados em trabalhos de extensão do
GAV9. A metodologia foi estruturada em quatro etapas: Base para o GP, Definição do
Processo, Análise do Processo e Garantia de Melhoria do Processo.
Os próximos tópicos descrevem as características de cada uma das etapas da
metodologia.
* Cf. PINTO, Jane Gaspar. Gerenciamento de Processos na Indústria Moveleira. Dissertação de Mestrado, EPS/UFSC, Florianópolis, SC,
1993. O método de Gerenciamento de Processos proposto pela autora foi consultado na Apostila da disciplina de Tópicos Especiais V, da
Escola Superior de Administração e Gerência – ESAG/UDESC. Fonte: BOGO, Janice Mileni. Gerenciamento de Processos: Metodologia
base para a melhoria contínua. Florianópolis: [2006].
9
O Grupo de Engenharia e Análise do Valor - GAV foi criado no Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade
Federal de Santa Catarina com o objetivo de permitir a difusão dos conhecimentos gerados nas pesquisas para a comunidade. Caracteriza-se
por ser um núcleo especializado no atendimento ao segmento das empresas de pequeno porte. Conta com equipe de professores e
pesquisadores, doutorandos, mestrandos e graduandos especialistas em Engenharia de Produção, Administração e Economia. Fonte:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Grupo de Engenharia e Análise de Valor (GAV). Disponível em <
http://www.gav.ufsc.br>. Acesso em 11 abr. 2007
40
O responsável deve ser alguém que tenha um bom salário, ocupe um cargo de
importância na hierarquia, tenha características de líder, seja respeitado pelas suas
iniciativas e que tenha a ganhar caso o seu processo seja aperfeiçoado. O
responsável terá a responsabilidade de melhorar o desempenho total do processo,
incluindo as atividades executadas. Ele deve elaborar uma proposta para definir
fronteiras, estabelecer melhorias que tenham impacto no processo total e sejam
percebidas pelo cliente externo. (Pinto, 1993)10.
10
Fonte: BOGO, Janice Mileni. Gerenciamento de Processos: Metodologia base para a melhoria contínua. Florianópolis: [2006], passim.
41
Esta fase é destinada a agrupar os dados já existentes mais os adicionais, para mostrar
as necessidades do cliente externo, bem como as especificações exigidas para os fornecedores
externos.
O grupo de trabalho deve reunir-se com seus clientes externos, obtendo destes uma
definição de suas expectativas em relação ao produto e serviços fornecidos pela empresa.
Estas informações irão nortear todas as prioridades da empresa quando da melhoria dos
processos.
Conforme Oliveira (1998, apud SILVA, 2000, p. 50), há a necessidade de se ter as
respostas sobre quem são os clientes do processo, quais são as saídas do processo, qual o nível
de desempenho que os clientes esperam do produto, como os clientes usam as saídas dos
processos e como os clientes darão retorno caso o nível de desempenho não seja o esperado.
Cabe a esta etapa estabelecer uma lista de todos os clientes e fornecedores,
conhecendo suas etapas e expectativas.
42
11
Fonte: BOGO, Janice Mileni. Gerenciamento de Processos: Metodologia base para a melhoria contínua. Florianópolis: [2006], passim.
12
HAMMER, Michael. É preciso pensar no todo. In: EXPOMANAGEMENT, 2., 2002. São Paulo. Anais eletrônicos...São Paulo: HSM On-
line, 2002. Cobertura de eventos.
43
Fase 4: Priorização
É nesta fase que se definem os processos críticos, nela se baseiam o envolvimento dos
outros processos, onde são medidos e comparados os resultados obtidos como meio de definir
o processo mais crítico. Então, busca-se entender a função de cada uma das operações,
estabelecendo um nível de maior ou menor importância para o cliente e identificando a área
de melhoria.
De acordo com Pinto (1993 apud SILVA, 2000, p. 51), as prioridades de melhoria
devem ser definidas para que os esforços de análise possam ser efetivamente focados nas
fases seguintes. E para que isso ocorra, é preciso medir o processo com base em medidas de
desempenho dos clientes e das condições do processo interno. Para definir os processos
críticos a serem detalhados, deve-se olhar para o macroprocesso e definir aspectos
importantes para estabelecer uma matriz de decisão e ordenar as prioridades ou outras
ferramentas de análise e decisão.
Entre estas prioridades se pode citar: informações sobre o plano estratégico da
empresa, posicionamento competitivo, oportunidades de melhorias, impacto no cliente, custos
e outros a serem definidos pela necessidade de cada empresa.
Pinto (1993 apud SILVA, 2000) ressalta que, ao criar critérios, estes devem ser
auxiliares para que o processo crítico seja identificado. Assim, deve-se listar os processos
analisados, listar os critérios, estabelecer um índice diferenciando cada critério entre si,
estabelecer um peso de gravidade para cada critério e selecionar processos que serão
aprofundados.
Esta etapa é composta pelas fases de organização, conversar com os clientes, mapear
os processos críticos e urgência; cujos resultados esperados são:
Fase 5: Organização
fim de confirmar a sua representatividade e passar a ser uma ferramenta útil na etapa de
Análise do processo.
Nesta nova visão se identificam muitas oportunidades para melhorar o processo.
Muitas delas incluem coisas que podem ser mudadas imediatamente com pouco ou nenhum
custo.
Fase 8: Urgência
Outras mudanças mais elaboradas devem ser implementadas também. Antes disto,
deve-se verificar a prioridade da empresas, a gravidade do problema, o custo de corrigi-lo, o
ganho caso seja corrigido, a tendência do problema piorar, prioridade para o cliente e outras
combinações.
Desta forma, pode-se estabelecer as prioridades de melhorias, considerando-se a
importância para o cliente, bem como as prioridades de medição dos clientes
internos/externos por área de melhoria.
Estas priorizações irão garantir resultados com menor investimento e maior impacto no
cliente externo, que servirão também para o estudo na Etapa 3 - Análise do Processo.
Um dos elementos mais importantes desta etapa é o relacionamento das atividades com
os recursos que as mesmas consomem. A lógica é extremamente simples: como analisar o
valor da atividade se não se conhece o custo incorrido para a sua execução?
Pinto (1993)13 corrobora que a Análise do Processo é o entendimento do processo
produtivo a partir do Mapa do Processo representativo da empresa, levando em consideração
seu consumidor, custos, valor agregado, produto, etc. É um plano de ação e avaliação das
informações obtidas na fase anterior para a melhoria do processo.
Após ter identificado os problemas mais urgentes de cada processo crítico, bem como
seu consumidor e fornecedor, iniciam-se análises para conhecer a raiz do problema.
Logo são geradas soluções e definidos medidas de acompanhamento para garantir a
melhoria no desempenho do processo.
Na fase de Análise do Processo devem ser executadas as Fases de “Entendendo o
mapa de processo”, “Comparação” e “Alternativas de Solução”.
13
Fonte: BOGO, Janice Mileni. Gerenciamento de Processos: Metodologia base para a melhoria contínua. Florianópolis: [2006], passim.
14
Também conhecido como “Diagrama de Causa e Efeito”, é uma técnica japonesa que possui múltiplas funções, sendo utilizada para
levantar e identificar as causas dos diversos problemas existentes nos processos, além de fornecer subsídios para analisá-los. (Fitzsimmons &
Fitzsimmons, 2005).
48
Uma vez conhecido o processo e a causa dos problemas, o próximo passo é a análise
do processo numa comparação com as melhores práticas industriais existentes.
O Benchmark busca o desempenho superior baseado nas exigências do consumidor, na
natureza do processo e nos melhores modelos comparáveis do mundo.
Fontes internas e externas podem fornecer os dados para a aplicação de Benchmark, o
qual estabelecerá a extensão dos objetivos e finalidades para o processo, selecionando as
melhores maneiras de desempenhá-lo.
O Benchmarking promove uma contínua preocupação com o meio externo e com
todos os níveis da empresa, por isso, todas as funções e unidades de trabalho devem estar
atentas aos concorrentes e às necessidades dos consumidores.
Esta ferramenta procura demonstrar que métodos alternativos podem produzir
resultados superiores, estimula a criatividade, amplia o conhecimento, perspectivas e contatos
entre os membros da equipe para atingir a satisfação do cliente.
Uma vez que direciona os esforços da empresa para atender e resolver um problema de
cada vez, o GP se torna útil na avaliação das atividades agregadoras de valor dentro do
processo produtivo. Conforme Pinto (1993)*, além de ser uma ferramenta de fácil utilização,
traz vantagens muito possíveis de serem alcançadas que são evidenciadas nos seguintes
resultados:
melhoria dos custos ou oportunidades de redução de custos, sem reduzir a qualidade do
produto;
redução dos sistemas de controle que não agregam valor ao produto;
redução dos estoques de segurança e estoques em processo;
uma visão mais ampla e horizontal do negócio da empresa;
entendimento profundo do processo geral;
implantação mais fácil para mudanças;
maior envolvimento de funcionários em todos os níveis;
oferece uma metodologia de análise dos processos.
*
Fonte: BOGO, Janice Mileni. Gerenciamento de Processos: Metodologia base para a melhoria contínua. Florianópolis: [2006], passim.
*
Ibidem.
52
3.1.1 O SENAC
O SENAC Santa Catarina é formado por uma rede com 22 (vinte e duas) Unidades
Operativas, sendo 13 (treze) Centros de Educação Profissional que oferecem programas e
cursos de formação inicial, continuada e técnico de nível médio; 04 (quatro) Faculdades; 03
(três) Centros Especializados (Senac Tecnologia da Informação, Centro Senac de
Desenvolvimento Social e Senac Bistrô Johannastift) e 2 Postos Avançados com abrangência
em todas as regiões do Estado, além da Administração Regional (DR).
Cada Unidade tem seu regimento interno e organograma próprio, mas todas seguem
um mesmo sistema de gestão.
3.1.1.1 Missão
3.1.1.2 Visão
3.1.1.3 Valores
Credibilidade;
Responsabilidade social;
Formação para cidadania;
Inovação e tecnologia;
Crescimento sustentável;
55
3.1.1.4 Organograma
*
Empresa de tecnologia líder no segmento de soluções de Redes Corporativas, Internetworking e Telecomunicações. Fonte:
<http://www.symantec.com>. Acesso em 23 dez.2006.
*
Como líder mundial em tecnologia de segurança de informações, a Symantec é uma empresa licenciada do Programa de privacidade da
TRUSTe – uma iniciativa independente e sem fins lucrativos com a missão de suscitar a confiança dos usuários na Internet ao promover os
princípios da divulgação e do consentimento esclarecido. Fonte: http://www.cisco.com Acesso em 23 dez.2006.
58
tanto na utilização das linguagens de programação de sistemas quanto nas orientadas para
internet por meio da construção de paginas, sites dinâmicos e outros aplicativos.
3.2.1 Missão
3.2.2 Visão
3.2.3 Valores
Trabalho em grupo;
Autonomia;
Melhoria continua;
Inovação;
Inclusão digital;
60
Conforme orientação dos autores citados neste trabalho, antes de iniciar a implantação
do Gerenciamento de Processos é preciso um planejamento de cada etapa para avaliar as
dificuldades que virão e para adequar o método às condições atuais e à estrutura da empresa.
Portanto, torna-se necessário uma fase de preparação dos funcionários, tendo em vista
o fator “mudança” na forma de gestão e nas rotinas de trabalho, bem como expor a
importância da conjuntura que se deseja para o futuro.
A implantação desta metodologia no SENAC-TI foi formulada a partir da adaptação e
junção dos métodos de Gerenciamento de Processos propostos por Harrington (1993) e Pinto
(1993), extraindo-se somente as etapas que se notaram necessárias para embasar a estratégia
de execução, para a preparação dos funcionários e para a estruturação do método. A fig.9
permite a melhor visualização do método:
A partir do que foi estudado, a união dos métodos para o Gerenciamento de Processos
compôs o roteiro para a execução dentro do SENAC-TI, da maneira mais adequada e
aplicável. A seguir, serão explicadas as etapas utilizadas para o GP.
62
Nesta etapa as pessoas são preparadas para o GP e a empresa passa a se organizar para
que sua implantação ocorra.
Para isso, Harrington (1993) sugere que se monte uma estrutura para o
Aperfeiçoamento de Processos, baseada na formação de um Conselho Executivo de
Aperfeiçoamento (CEA) e de Equipes de Aperfeiçoamento de Processos (EAP’s).
Segundo o autor, devem-se constituir Equipes de Aperfeiçoamento de Processo no
intuito de criar uma representatividade e participação dos setores envolvidos nos processos
estudados e nas quais são designados os chamados “donos do processo”.
Genericamente, o dono do processo será sempre o que mais interage com o processo
analisado, com a orientação da equipe, o que dinamiza a relação entre os funcionários e a
gerência e também o que mais agrega valor ao processo.
O tempo para obter resultados não é definido, alguns são obtidos de imediato e
outros ainda serão percebidos com o tempo.
Ficou definido que seriam realizadas reuniões quinzenais com os gestores para serem
repassadas as informações sobre o GP na empresa e discutir em cima do que foi realizado e
sugerir ações para as etapas seguintes.
Mesmo sendo uma entidade que não visa o lucro e que tem o objetivo de oferecer
serviços educacionais ao cidadão, o SENAC TI possui como concorrentes diretos as escolas
de informática, cursos de informática à distância, os centros de cursos profissionalizantes,
cursos técnicos e as instituições públicas ou privadas que oferecem cursos na mesma área.
Os principais são eles: SUCESU (com matriz no Rio de Janeiro), SOS Computadores,
Classroom Treinamento, Elite Treinamento e SENAI. Deve-se levar em conta também os
muitos projetos sociais para inclusão digital e para aperfeiçoamento em informática, oferecido
comumente pelas universidades e organizações não governamentais.
66
Com organização das informações obtidas nas fases anteriores, obteve-se uma
visualização da empresa como um todo. Essa visão geral dos macro-processos permitem as
escolhas sobre os processos críticos que serão detalhados como prioridade.
O mapeamento do macro-processo foi realizado também através de entrevistas não-
estruturadas com os responsáveis pelos Núcleos da Unidade SENAC TI e foram alinhados e
orientados por departamento, por ser mais fácil de definir as tarefas para implantação do GP.
Depois das entrevistas com os departamentos e de acordo com a análise da gerência
referente ao serviço oferecido pela empresa (cursos de informática), obteve-se então o macro-
processo do SENAC-TI, que recebeu o nome de “Gestão de Cursos”.
Os processos identificados que compõem a Gestão de Cursos (fig.10) foram:
Comercialização dos Cursos, Realização de Matrículas e Contratos, Faturamento,
Suporte Logístico e Apoio Pedagógico.
67
PROCESSO 1
Comercialização
dos cursos
PROCESSO 2
Realização de
Matrículas e
Contratos
PROCESSO 4
Faturamento
PROCESSO 5
Apoio
Educacional
15
Adaptado de SCHMIDT. Aparecido S. Gestão por processos. In: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINAS – UNICAMP, 2003.
Campinas. Anais eletrônicos...Campinas: Pré-Reitoria de Desenvolvimento Universitário, 2003.
68
Este processo é responsável pela venda dos cursos oferecidos pelo SENAC TI, por
meio de divulgação, atendimento ao cliente, telemarketing e formulação de estratégias para
divulgar e captar clientes. O cliente geralmente primeiro liga para o SENAC TI buscando
informações para esclarecer dúvidas em relação ao preço, conteúdo programático do curso,
carga horária, instalações, condições de pagamento, benefícios, contrapartidas, tempo de
curso, et cetera.
Quando o cliente se dirige pessoalmente ao ambiente físico do SENAC TI, ele já tem
uma posição definida: fazer um curso que permita especialização no menor tempo possível,
com qualidade, segurança, tecnologia e bom atendimento. No caso de clientes corporativos
(cursos In Company), o tratamento é um pouco diferenciado, pois este nicho se caracteriza por
ser estritamente peculiar, disposto a pagar um preço premium para aquele que atender as suas
necessidades ainda não supridas.
Isso implica em custos maiores, mas permite margens mais altas e retorno do
investimento com maior garantia. Ao tomar a decisão por um curso, o Núcleo de Relações
com o Mercado se prepara para o processo seguinte: o de realização de matrículas e contratos.
Os clientes deste processo são o Processo de Suporte Educacional e o Suporte Logístico.
69
Realizado pelo Núcleo de Relações com o Mercado, este processo requer muita
atenção, pois suas atividades estão sob constante avaliação da Auditoria. O aluno apresenta a
documentação necessária, realiza o pagamento conforme as condições oferecidas e assim a
matricula é efetuada. Os documentos gerados neste processo precisam ser guardados para
compor a atividade de emissão de certificados, tudo conforme normativas eduacionais e
conforme leis da área de educação.
Quando a matrícula do aluno é realizada mediante pagamento da Empresa na qual
trabalha, as regras são outras. Nesse caso, é acionado o núcleo de Logística para que seja
emitida a Nota Fiscal mediante Termo de Aceite e Ficha de reserva de matrícula do aluno. É
realizado o cadastro do aluno e da Empresa, gerada a matrícula, nota fiscal ou boleto
bancário. O controle de recebimentos dessas notas já passa a ser feito pelo Setor Financeiro
(processo de faturamento), com acompanhamento feito por extrato bancário e planilha de
notas emitidas ou acesso ao banco de dados. Há casos também em que a empresa encaminha
tais documentos via e-mail para o Núcleo de Relações com o Mercado, que repassa o e-mail
para a Logística, que repassa para o Financeiro. Nota-se que existem muitos pontos de contato
com o cliente. É gerado um Contrato de Prestação de Serviços para garantir o direito das
partes interessadas, Ficha de Matrícula e que são encaminhados à Secretaria Escolar (processo
de suporte educacional) para arquivamento. Os clientes deste processo são os Processos de
Suporte Logístico, Suporte Educacional, Professores, Secretaria Escolar e Faturamento.
Fase 5: Priorização
O primeiro passo foi identificar as áreas em que a reestruturação era mais urgente,
uma vez que, levantamentos como este, apontam todo tipo de problema, uns mais urgentes e
mais sérios do que os outros. Logo, é preciso mudar primeiramente o que é prioritário.
Comumente, a seleção dos processos críticos é adaptada a uma Matriz de Decisão que
representa os principais processos organizacionais e, baseados em alguns critérios definidos,
são escolhidos os processos considerados críticos.
Os processos analisados foram aqueles que compõem o macro-processo. Para isso, foi
entregue um formulário pra listagem de critérios (ver apêndice A) ao Gerente da Unidade
SENAC TI e às EAP’s para que eles se reunissem com os membros das suas equipes com o
objetivo de catalogar as dificuldades encontradas nas suas rotinas de trabalho. E também para
se ter uma visão mais ampla dos impactos da estrutura e forma de gestão atual sobre o
trabalho.
71
Para facilitar a seleção dos processos críticos, foram declarados alguns parâmetros
para direcionamento e análise das EAP’s, que foram:
– Os processos críticos representam sérios riscos à vida humana, para o meio ambiente
e colocam em risco uma grande quantidade de recursos;
– Seus resultados produzem alto impacto para o cliente;
– As falhas nesses processos comprometem o desempenho de todo o sistema;
– Atrapalham a consecução da estratégia da organização.
Cada EAP se reuniu, para listar livremente, critérios e gargalos que nas suas
concepções afetam o trabalho e a entrega dos serviços aos clientes. Os membros das equipes
chegaram a um consenso para definir, no máximo, cinco critérios prioritários.
Tais critérios foram reavaliados pelo Líder das equipes e finalmente declarados,
conforme quadro abaixo:
Dando seqüência a esta fase, foram considerados os aspectos mais relevantes para a
criação de uma escala de valores. Para cada critério, foram fixados índices diferenciados de
acordo com o grau de importância para o SENAC TI, conforme tabela abaixo:
GRAU DE
CRITÉRIO SIGLA
IMPORTÂNCIA
1. Motivação dos funcionários MF 15%
2. Sistemas de informação SI 20%
3. Planejamento PT 25%
4. Presteza no serviço e atendimento SA 15%
5. Qualidade das instalações QI 15%
6. Divisão e distribuição do trabalho DT 10%
73
A distribuição das porcentagens na Tabela 1 foi feita por meio de uma distribuição
empírica, sem fundamentos estatísticos, conforme o reflexo de cada critério na realização do
trabalho dos funcionários. O processo prioritário é aquele com maior número de pontos
resultantes da multiplicação das notas obtidas em cada um dos critérios usados na Matriz de
Decisão.
Para estabelecer uma Matriz de Decisão, compararam-se os processos utilizando os
valores abaixo como pesos para gravidade do critério:
GRAVIDADE DO
PESO
CRITÉRIO
Muito pequeno 1
Pequeno 2
Médio 3
Grande 4
Muito grande 5
CRITÉRIOS (B)
MF SI PT SA QI DT
GRAU DE IMPORTÂNCIA
15% 20% 25% 15% 15% 10% (A.B) %
DOS CRITÉRIOS (A)
PROCESSOS
A partir da Matriz de Decisão, foi possível identificar que o processo mais crítico no
SENAC TI é o Processo de Suporte Logístico. Portanto este processo foi escolhido para ser
analisado com mais profundidade na etapa seguinte: Definição do Processo.
74
Fase 6: Organização
PROBLEMA
FORNECEDOR ENTRADA ATIVIDADE SAÍDA CLIENTE
ENTRADA
Fornecedor - Revistas, Livros, - Controlar e - Faturas, Notas - Faturamento; - Geração
externo Periódicos, materiais arquivar Fiscais, Boletos - Funcionários contínua de
didáticos, licenças de contratos com Bancários Solicitações de
software, equipamentos e fornecedores; - Solicitação de Pagamento,
suprimentos de - Realizar Pagamentos; dificultando o
informática; materiais de orçamentos; - Contratos; controle de
expediente, materiais de - Controlar - Acesso à internet e estoques, custos e
limpeza, prestação de entrada e sistemas de gastos da
serviços, peças, etc. saída de informação Unidade.
- Verba do Departamento materiais - Dificuldade no
Regional - Controlar o controle de
Patrimônio e Contratos;
os Bens da - Dependência do
Unidade DR para compras
- Controle de determinados
Malote e itens necessários
correios à Unidade
- Emitir (Licitação)
Solicitação de
Suporte - Solicitação de materiais Pagamento Locação/empréstimo - Alunos - Solicitações
Educacional didáticos/equipamentos - Controle de de equipamentos - Professores efetuadas com
- Solicitação para custos e - Preparação de - Prospects; pouco tempo para
empréstimo de materiais gastos material para - Clientes planejamento e
para cursos In Company operacionais. eventos Pessoa Jurídica preparação;
(fora da Unidade) - Compra de - Montagem de Kits - Sub-processo
- Solicitação para materiais e de material didático Comercialização
organização e preparação contratação de de Cursos
para Eventos serviços
Sub-processo - Relatório de Posição de - Separar - Montagem de Kits - Sub-processo - O tempo para
Comercialização matrículas (turmas materiais por de material didático Manutenção e compra e
dos Cursos (fechadas, transferidas e turma Conservação montagem de kits
canceladas). - Alunos de material
- Professores didático para as
- Processo turmas fechadas é
- Suporte curto.
educacional
Outras - Solicitação de materiais - Montagem de Kits - Unidades - Dispêndio de
Unidades didáticos/equipamentos de material didático Operativas tempo com
Operativas do - Solicitação para - Contato com - Faturamento atividades que
SENAC organização e preparação transportadoras são das UO.
para Eventos - Excesso de e-
mail e
atendimento
telefônico
- Contabilização
da compra no
financeiro da
Unidade SENAC
TI e não da UO
que solicitou o
material.
81
PROBLEMA
FORNECEDOR ENTRADA ATIVIDADE SAÍDA CLIENTE
ENTRADA
Fornecedor - Peças e - Realizar check list das - - Sub-processo - Pouca definição
externo serviços de instalações e Funcionamento Comercialização quanto à
manutenção equipamentos e qualidade de cursos periodicidade do
- Realizar upgrades e das instalações - Sub-processo chek list, gerando
backup’s das máquinas Compras pendências
- Acompanhar - Reação aos
prestadores de serviços problemas ao invés
na execução da de Prevenção aos
manutenção/conserto problemas
- Verificar necessidade - Dificuldade de
de compra de materiais encontrar
para resolver a fornecedores de
pendência. qualidade para
Sub-processo - Relatório de - Agendamento de - Funcionários; determinados
Comercialização posição de materiais/equipamentos - Alunos; serviços
de Cursos matrículas - Locação de veículos - Professores; - Curto tempo entre
Sub- processo - Listagem de para descolamento de - Prospects a solicitação e o
Suporte equipamentos professores contato com
Educacional e estrutura - Contratação de fornecedor para a
para os coffee-break para as prestação de
cursos dentro turmas serviços, gerando
e fora da - Alocação de atrasos e
Unidade equipamentos/materiais descontentamentos.
-
82
Fase 8: Urgência
16
Cf. Petrocchi (2001 apud SANTOS et. al, 2003).
83
*
Cfe. Eugenio C. Mussak, empatia é uma condição psicológica que permite a uma pessoa sentir o que sentiria caso estivesse na situação e
circunstância experimentada por outra pessoa. É ver o mundo com os olhos do interlocutor, inclusive ver a si próprio. Há duas práticas que
criam empatia: a da pessoa que se coloca no lugar da outra e a da pessoa que estimula a outra a se colocar em seu lugar. No primeiro caso
predomina a capacidade de entender e no segundo a capacidade de se fazer entender. As duas são igualmente importantes. Ser empático não
é ser simpático. A simpatia pressupõe solidariedade, a empatia pressupõe compreensão. Fonte: Revista Você S/A. Disponível em
<http://vocesa.abril.com.br/aberto/colunistas/pgart_07_26112002_4277.shl> Acesso em 04 mai. 2007 às 19h13min.
84
Esta fase se destina a identificar onde o problema acontece. A análise foi direcionada a
entender onde o SENAC-TI precisa melhorar, como estão os processos e quais soluções são
mais viáveis para a organização. O objetivo é de descobrir as causas que levam a ser ter uma
necessidade de definição clara dos processos e responsabilidades, somadas às outras causas
que justificam a seleção do processo crítico.
Para a análise detalhada, foi utilizado o Diagrama de Ishikawa (ou Espinha de Peixe
ou Diagrama de Causa e Efeito). Conforme Fitzsimmons & Fitzsimmons (2005, p.430) a
análise de causa e efeito oferece uma abordagem estruturada para uma equipe identificar,
explorar e demonstrar graficamente todas as causas possíveis relacionadas a um problema a
fim de se descobrir a causa subjacente.
Assim que o Diagrama ficou pronto, os líderes das EAP`s e a gerência foram
consultados e foram ouvidas algumas ponderações sobre as causas apontadas. Ao final, o
diagrama elaborado foi aceito e obteve-se o seguinte resultado:
Para elaboração do Plano de Ação que dará continuidade à ferramenta do GP, foi
utilizado o método do 5w2h (Who/What/Where/When/Why/How/How much). O método
auxiliará na definição mais clara de tarefas realizadas tanto no processo de Suporte Logístico
do SENAC TI, considerando o quê será feito, por quem, onde, quando, por que, como e
quanto. A elaboração deste plano contou com a participação dos líderes das EAP’s.
A partir do procedimento metodológico do 5w2h, o Plano de Ação foi sendo
configurado, debatendo-se a sua estrutura e deliberando-se a necessidade de uma proposta
capaz de orientar ações possíveis de implementação na empresa, devendo ainda servir como
referência para a tomada de decisão relacionadas, principalmente, ao Processo de Suporte
Logístico.
Em suma, o Plano de Ação foi considerado como um planejamento organizado capaz
de identificar as ações e as responsabilidades pela execução e continuidade do programa de
implantação do Gerenciamento de Processos no SENAC TI. Para melhor visualização, o
quadro abaixo sugere as ações que devem ser tomadas:
88
são repassadas; só se avisa em cima da hora quando algo de importante irá ocorrer: tudo, em
praticamente todos os casos, se torna emergente, quando na verdade não deveria ser. Aí se
tem a comprovação da necessidade de se rever como os setores organizam suas ações, como
eles planejam isso e como eles efetivamente deveriam transpor isso aos envolvidos.
Então os funcionários ficam estafados e se tem a impressão de que o Suporte Logístico
é o gargalo da organização, quando na verdade falta uma política mais rigorosa que faça com
que todos se programem para que os demais possam também se programar, evitando
desconfortos, correrias, atrasos, distorção da imagem institucional perante o cliente e
professores, enfim. Basta ter uma melhor organização do trabalho conjugada a uma melhor
distribuição das tarefas, esclarecimento do que cada um realiza nos núcleos e desenvolver
uma comunicação mais livre, sem falhas.
Foi identificado também que o processo de Faturamento, em particular, a Emissão de
Notas Fiscais estava sobre responsabilidade do Núcleo de Logística, o que seria uma
responsabilidade do Núcleo Financeiro. Isso fazia com que a pessoa incumbida de emitir tais
Notas Fiscais saísse do foco das suas atividades para a realização de outra atividade,
demandando tempo e trabalho, gerando atrasos nas demais atribuições, visto que a Emissão de
Notas Fiscais demanda muita atenção e tempo. Foi sugerido que esta atividade fosse atribuída
ao Núcleo Financeiro, de forma gradual.
Estabelecer medidas de controle dos resultados, medir a qualidade e realizar
comparações dos processos são ações de alto valor para o Gerenciamento de Processos, pois é
complicado gerenciar processos em organizações que não possuem ou apresentam falhas nas
medições e controle.
A realização deste estudo influenciou em muitos outros aspectos, pois as pessoas
passaram a ser mais conscientes de sua importância, passaram trabalhar melhor em equipe, a
buscar melhores resultados.
Houve uma visível empolgação e motivação, muitos projetos foram criados, parcerias,
enfim, o Gerenciamento de Processos trouxe uma perspectiva de mudança que foi incorporada
por todos. Alguns projetos foram criado ou desenvolvidos como, por exemplo: retomada da
criação de Intranet específica para a unidade SENAC TI; Projeto Recicle Idéias para
conscientizar o público interno sobre as questões ambientais e desenvolver a responsabilidade
social; criação e experimentação de uma pesquisa on line com os alunos em relação ao
atendimento e proposta de ampliação desta pesquisa para englobar também a avaliação de
professores, as instalações, material didático; etc. O trabalho serviu também como base de
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compatíveis com os que ocorrem na Administração Regional, até mesmo porque o objetivo da
Administração Regional é coordenar e auxiliar todas as Unidades Operativas enquanto que as
Unidades Operativas tem a função de oferecer cursos de especialização e profissionalização,
apresentando, portanto diferenças em seus processos empresariais. Ou seja, cada unidade tem
seu negócio, seu público diferenciado e diferentes rotinas de trabalho. A idéia é tomar como
base os procedimentos e normas da Administração Regional ao mesmo tempo em que os
processos são adaptados à realidade do SENAC TI.
É recomendável também mapear as relações dos atores envolvidos nos processos, se
fazendo necessário trabalhar o comprometimento dos decisores da organização, o que permite
verificar o fluxo de informação e a estrutura de comunicação para realização de estratégias e
tomada de decisão.
2) Realizar estudos de clima organizacional para identificar as influências da cultura
organizacional sobre os processos e o seu controle;
3) Rever as estratégias de marketing a fim de analisar e reavaliar as ações de
posicionamento de mercado, fazer uma análise da concorrência, verificar o retorno obtido
com as ações de divulgação dos cursos (os meios de divulgação que são utilizados atingem o
público esperado? A divulgação é adequada? O público que o SENAC TI quer atualmente é o
público que ele deve atingir?), identificar se a estrutura comercial disponível atende à
demanda, etc.
4) Realizar pesquisas de satisfação com os clientes para conhecer melhor o seu
público, suas características, o que eles buscam quando realizam os cursos oferecidos pelo
SENAC TI, qual o motivo deles buscarem os cursos do SENAC TI e não os da concorrência,
enfim, entender melhor a visão que eles têm da instituição e dos serviços prestados.
5) Realizar pesquisa interna com o corpo docente para entender suas necessidades,
compreender sua realidade, como ele interage com o aluno e com os funcionários, verificar a
responsividade do SENAC TI quanto as suas solicitações e reclamações.
6) Realizar estudos para implantação do Balanced Scorecard, com o objetivo de
definir indicadores que facilitem a medição e controle de resultados.
7) Realizar estudos para a formação de preço utilizando os métodos de
custeamento, tendo melhor identificação dos custos envolvidos para a viabilidade dos cursos,
para identificar o ponto de equilíbrio de cada curso oferecido, sem prejudicar o resultado
econômico-financeiro da Unidade.
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REFERÊNCIAS
BORGES, Juliana. Reorganizar para crescer. Rio de Janeiro: Editora Abril, dez.2006. Seção
PME. Disponível em:
<http://portalexame.abril.com.br/revista/pme/edicoes/0006/m0119580.html>. Acesso em: 23
dez. 2006.
GIBSON, James L.; IVANCEVICH, John M.; DONNELLY, James H.. Organizações
comportamento, estrutura, processos. São Paulo: Atlas, c1981. 477 p
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
175p.
GONÇALVES, José Ernesto Lima. As empresas são coleções de processos. RAE – Revista
de Administração de Empresas. São Paulo, v.40, n.1:, p. 6-19, jan./mar., 2000.
HAMMER, Michael. É preciso pensar no todo. In: EXPO MANAGEMENT, 2., 2002. São
Paulo. Anais eletrônicos... São Paulo: HSM On-line, 2002. Cobertura de eventos. Disponível
em <http://www.hsm.com.br/canais/coberturadeeventos/congresso_expom/passo2.php?>.
Acesso em 20 dez.2006.
HAMMER, Michael. A empresa voltada para processos. Revista HSM Management, ano 2,
n.9, p.6-9, jul./ago.1998.
PALADINI, Edson Pacheco. Controle de qualidade: uma abordagem abrangente. São Paulo:
Atlas, 1990. 239p.
PALADINI, Edson Pacheco. Gestão da Qualidade. Teoria e prática. 1.ed. São Paulo, Atlas,
2000. 330p.
RINALDI JÚNIOR, Roberto. Projeto ou processo. Questão de escolha? HSM On-line, fev.
2006. Disponível em <http://www.hsm.com.br/editorias/processos/projeto_ou_proc.php?>.
Acesso em 20 dez. 2006.
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman,
2005.212 p.
102
APÊNDICES
103
APÊNDICE A
Ação:
Realizar reunião por Núcleo para listar critérios de escolha dos processos críticos – o
responsável pelo Núcleo será o líder da reunião.
Elencar fatos rotineiros que, na sua visão e experiência, causam dificuldade e deficiência no
trabalho (atrasos, problemas, indisposição com os alunos, conflitos no trabalho, etc)
Fiquem livres para sugerir.
APÊNDICE B
Lembre-se:
1. Os processos críticos representam sérios riscos à vida humana, para o meio ambiente e colocam
em risco uma grande quantidade de recursos;
2. Seus resultados produzem alto impacto para o cliente;
3. As falhas nesses processos comprometem o desempenho de todo o sistema;
4. Atrapalham a consecução da estratégia da organização.