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N° 54

Ano 4/2016
1ª Edição

www.mundodasespecialidades.com.br

Apicultura
ATIVIDADES AGRÍCOLAS E AFINS

Ministério dos Desbravadores


Igreja Adventista do Sétimo Dia
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mundodasespecialidades@hotmail.com

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EXPEDIENTE

1ª Edição: Disponível em
www.mundodasespecialidades.com.br
Direção Geral:
Khelven Klay de Azevedo Lemos
Diagramação e Edição:
Khelven Klay de A. Lemos
Coord. de Guias das Especialidades:
Thomé Duarte
Editoração e Revisão : Aretha Stephanie
Autor: Pablo Rios e Khelven Klay

O que vem por aí ///


Impressão: Servgrafica Editora
por Mundo das Especialidades

É
SITE MUNDO DAS ESPECIALIDADES
Se você já acampou na mata, provavelmente já viu algumas delas próximas Telefones:(84)8778-0532
a alguma seiva que escorria de uma árvore ou então lá estava ela naquele E-mail:mundodasespecialidades@hotmail.com
seu doce preferido, e para aqueles que foram mais além, sentiram “na pele” Site: www.mundodasespecialidades.com
o poder de sua ferroada. O que vale aqui lembrar é que estes insetos compõem Facebook:Facebook.com/mundodasespecialidades
um mundo fascinante de curiosidades e conhecimentos. Pertencem à super
família Apoidea, a mesma das vespas.Mesmo que voem 2 quilômetros longe DIREITOS RESERVADOS:
A reprodução deste material seja de forma total ou
da colmeia, a abelha nunca erra o caminho de volta.Elas também realizam em
parcial de seus textos ou imagens é permitida, des-
torno de 40 voos diários em busca de néctar e pólen, chegando a visitar 40 mil de que seja referenciado o Mundo das Especialida-
flores por dia, colhendo o néctar que é guardado no sistema digestório do inseto des e seus autores pela nova autoria ao fim de seu
e misturado a enzimas (invertase e glicose oxidase), transformando-o em mel. material. Todos os direitos reservados para Mundo
das Especialidades
Portanto… então, o mel nada mais é do que vômito de abelha. Isso tudo foi só
um gostinho doce deste fascinante mundo. Aproveite! UNIÃO NORDESTE BRASILEIRA
UNIÃO LESTE BRASILEIRA

QUEM ESCREVE IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA


MINISTÉRIO DOS DESBRAVADORES
Natal, RN, Junho de 2016
Olá, sou Pablo Rios, Master Avançado de Desbravadores e Jovens. Atu-
almente estou Coordenador da 7ª Região da MBN.
Curto ler, escrever, acampar e fazer bonecos. Gosto
muito de mel, mas apesar disso, quero distância de
nossas amiguinhas abelhas.

PABLO RIOS

Sou diretor do site Mundo das Especialidades.


Zootecnista pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. Líder investido e atualmen-
te trabalho com o Clube de Líderes, aqui na
Missão Nordeste, UNeB.
KHELVEN KLAY

Bom Estudo!
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História da Apicultura

No início, o homem promovia uma verdadeira “caçada ao mel”,


tendo que procurar e localizar os enxames, que muitas vezes nidifica-
vam em locais de difícil acesso e de grande risco para os coletores.
Naquela época, o alimento ingerido era uma mistura de mel, pólen,
crias e cera, pois o homem ainda não sabia como separar os produtos
do favo. Os enxames, muitas vezes, morriam ou fugiam, obrigando o
homem a procurar novos ninhos cada vez que necessitasse retirar o
mel para consumo.
Há, aproximadamente, 2.400 anos a.C., os egípcios começa-
ram a colocar as abelhas em potes de barro. A retirada do mel ainda
era muito similar à “caçada” primitiva, entretanto, os enxames podiam
ser transportados e colocados próximo à residência do produtor.
Apesar de os egípcios serem considerados os pioneiros na
criação de abelhas, a palavra colmeia vem do grego, pois os gregos
colocavam seus enxames em recipientes com forma de sino feitos de
palha trançada chamada de colmo.
Na Idade Média, em algumas regiões da Europa, as árvores
eram propriedade do governo, sendo proibido derrubá-las, pois elas
poderiam servir de abrigo a um enxame no futuro. Os enxames eram
registrados em cartório e deixados de herança por escrito, o roubo de
abelhas era considerado um crime imperdoável, podendo ser punido
com a morte.
Nesse período, muitos produtores já não suportavam ter que
matar suas abelhas para coletar o mel e vários estudos iniciaram-se
nesse sentido. O uso de recipientes horizontais e com comprimento
maior que o braço do produtor foi uma das primeiras tentativas. Nessas
colmeias, para colheita do mel, o apicultor jogava fumaça na entrada
da caixa, fazendo com que todas as abelhas fossem para o fundo, in-
clusive a rainha, e depois retirava somente os favos da frente, deixando
uma reserva para as abelhas.
Alguns anos depois, surgiu a ideia de se trabalhar com reci-
pientes sobrepostos, em que o apicultor removeria a parte superior,
deixando reserva para as abelhas na caixa inferior. Embora resolvesse
a questão da colheita do mel, o produtor não tinha acesso à área de
cria sem destrui-la, o que impossibilitava um manejo mais racional dos
enxames. Para resolver essa questão, os produtores começaram a co-
locar barras horizontais no topo dos recipientes, separadas por uma
distância igual à distância dos favos construídos. Assim, as abelhas
construíam os favos nessas barras, facilitando a inspeção, entretanto,
as laterais dos favos ainda ficavam presas às paredes da colmeia.
Em 1851, o Reverendo Lorenzo Lorraine Langstroth verificou
que as abelhas depositavam própolis em qualquer espaço inferior a
4,7 mm e construíam favos em espaços superiores a 9,5 mm. A medi-
da entre esses dois espaços Langstroth chamou de “espaço abelha”,
que é o menor espaço livre existente no interior da colmeia e por onde
podem passar duas abelhas ao mesmo tempo. Essa descoberta sim-
ples foi uma das chaves para o desenvolvimento da apicultura racional.
Inspirado no modelo de colmeia usado por Francis Huber, que prendia
cada favo em quadros presos pelas laterais e os movimentava como as
páginas de um livro, Langstroth resolveu estender as barras superiores
já usadas e fechar o quadro nas laterais e abaixo, mantendo sempre o
espaço abelha entre cada peça da caixa, criando, assim, os quadros >

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>>> móveis que poderiam ser retirados das colmeias pelo topo e mo-
vidos lateralmente dentro da caixa. A colmeia de quadros móveis per-
mitiu a criação racional de abelhas, favorecendo o avanço tecnológico
da atividade como a conhecemos hoje.

Surgimento no Brasil

A atividade apícola teve início no país em 1839, quando o pa-
dre Antônio Carneiro trouxe algumas colônias de abelhas da espécie
Apis Mellifera da região do Porto, em Portugal, para o Rio de Janeiro.
Outras raças da mesma espécie foram introduzidas posteriormente,
principalmente nas regiões Sul e Sudeste, por imigrantes europeus.
Com a introdução da abelha africana (Apis Mellifera Scutellata)
em 1956, a apicultura brasileira tomou um novo rumo, de forma aci-
dental: essas abelhas escaparam do apiário experimental e passaram
a se acasalar com as abelhas de raça europeia, formando um híbrido
natural chamado de abelha africanizada.
A agressividade dessas abelhas causou, inicialmente, um
grande problema no manejo dos apiários e muitos apicultores aban-
donaram a atividade. Somente após o desenvolvimento de técnicas
adequadas, nos anos 70, a apicultura passou a crescer e se expandiu
para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Principais produtos

A apicultura fornece diversos produtos, entre eles podemos citar:
Mel – Utilizado medicinalmente, para cozinhar e principalmente para
adoçar. Muitas receitas utilizam mel, desde um bolo e até para assar
carnes.
Cera – Na Antiguidade, a cera de abelha era utilizada como combus-
tível para lamparinas, impermeabilização de recipientes e embalsama-
mento, mas era prioritariamente de uso medicinal na fabricação de un-
guentos e pomadas. Atualmente continua sendo de uso medicinal, mas
também cosmético, sendo base de fabricação de maquiagens.
Própolis – Essa substância funciona como o antibiótico da colmeia,
impedindo a proliferação de bactérias. Para o ser humano, o própolis
tem função: antiviral, antifúngica, anestésica, anti-inflamatória, etc.
Pólen – Além de ser indispensável para a fecundação das árvores
frutíferas, o pólen tem função cosmética, medicinal e alimentar para o
ser humano.
Geleia real – Serve de alimento para os embriões das abelhas e para
a Abelha Rainha durante toda a vida. Para os humanos é alimento e
usado de forma terapêutica.

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Diferenças entre as abelhas Você sabia?



Em um enxame existem três tipos de indivíduos diferentes: Abelhas e agricultura
rainha, zangão e operária.
A relação das abelhas com práticas agrí-
Rainha - É a mãe de todos os indivíduos da colônia. Só existe uma colas sempre teve um caráter complementar,
rainha na colmeia que, para ser fecundada, realiza o voo nupcial. O fato com benefícios para todos os envolvidos.
acontece no início da sua vida reprodutiva. Neste voo a rainha pode ser Enquanto as abelhas conseguem o néctar
e o pólen necessários para se alimentar, e
fecundada por vários zangões. Cinco a seis dias após a fecundação, produzir o mel e outros derivados (para as
inicia-se a postura, podendo a rainha pôr até 3.000 ovos por dia, em espécie que formam grandes colônias), a
condições de grande florada. A rainha pode viver até cinco anos, no agricultura se beneficia da polinização que
entanto, nas condições tropicais brasileiras, sua vida útil é de aproxima- amplia sua produtividade e garante frutos
damente dois anos. A rainha consegue manter as abelhas unidas den- com mais qualidade e, consequentemente,
maior valor de mercado.
tro da colmeia por meio de um cheiro produzido por ela, o feromônio
de agregação. Com o passar do tempo, a rainha envelhece diminuindo Para que aconteça, entram em ação os
a postura e a produção de feromônio, fazendo com que as abelhas polinizadores, que são animais como abe-
lhas, vespas, borboletas, pássaros e morce-
operárias a substitua. gos responsáveis pela transferência do pó-
len entre as flores masculinas e femininas.
Zangão - São os indivíduos machos da comunidade. Não apresentam Em alguns casos, também o vento e a chuva
estrutura específica para o trabalho e sua função na colmeia é fecundar exercem este papel.
a rainha. Atingem a maturidade sexual aos 12 dias de vida e, após fe- Das espécies conhecidas de plantas com
cundar a rainha, morrem, por perderem parte dos seus órgãos sexuais, flores cerca de 88% dependem, em algum
os quais ficam presos na genitália da rainha. momento, de animais polinizadores. Mais
de 3/4 das espécies utilizadas pelo homem
na produção de alimentos dependem da
Operárias - As abelhas operárias são responsáveis por todas as tare- polinização para uma produção de quali-
fas dentro e fora da colmeia. Suas atividades obedecem a uma escala dade e em quantidade. Veja alguns produ-
de trabalho que normalmente está associada com a idade do indivíduo tos que precisam de polinização: algodão,
e ao desenvolvimento de suas glândulas: caju, castanha-do-Brasi(também conheci-
da como castanha-do-Pará), canola, maçã,
melão, tomate, maracujá, laranja, girassol,
Do 1º ao 3º dia de vida: As abelhas são denominadas faxineiras. Elas urucum, pera, cana-de-açúcar, uva, café,
tem a função de limpar a colmeia, os depósitos de mel e as células de manga
nascimento das abelhas operárias, rainhas e zangões.
Do 4º ao 14º dia de vida: Nessa idade, elas elaboram a geléia real e
alimentam a rainha e as larvas (jovens), motivo pelo qual são batizadas
de abelhas nutrizes.
Do 14º ao 21º dia de vida: São batizadas de abelhas engenheiras, por
ser esse o período no qual elas se dedicam à produção da cera e à
construção dos favos.
Do 21º ao 38/42º dia de vida: Após os 21 dias de idade, as operárias
dão início à atividade de coleta de néctar no campo (fonte de açú-
cares), pólen (fonte de proteína, minerais, óleos e vitaminas), resina e
água. Por isso são chamadas de campeiras.

Rainha Zangão Operária

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Materiais que são usados na apicultura


A caixa Langstroth é a mais utilizada no Brasil devido à pratici-
Tela excluídora dade de manejo que vocês veem abaixo no infográfico. A colméia dita
É uma tela larga o suficiente para racional é uma caixa, ou um conjunto de caixas empilháveis, dispostas
deixar uma operária passar, mas não sobre um fundo (ou chão) e cobertas por uma tampa (ou teto). Geral-
uma rainha, nem os zangões. Com a
tela posta entre o ninho e as mel- mente, é feita de madeira. Dentro das caixas, ficam os quadros (ou
gueiras, pode-se ter segurança de caixilhos), que são estruturas retangulares, como molduras, destinadas
que não haverá quadros de cria nas a conter os favos feitos pelas abelhas.
melgueiras.
Tampa:
É uma superfície, geralmente de madei-
ra, com paredes em duas laterais, que
ajudam no seu encaixe sobre a última
caixa da colméia.

Melgueiras
placas destinadas à produção de
mel. É lá que são construídos os
favos. Geralmente ficam na parte
superior das caixas criatórias.

Ninho

Fundo:
É uma superfície, geralmente de madei-
ra, com pequenas paredes nas laterais
e atrás, que servem de apoio ao ninho.
A frente estende-se alguns centímetros
além do comprimento do ninho, para
servir de plataforma de pouso e deco-
lagem das abelhas. O espaço formado
entre a superfície do fundo e o início da
parede frontal do ninho é a entrada da
colméia, chamada de alvado.
Alvado:
Abertura localizada na frente da caixa, na parte inferior, para entrada e saída das
abelhas. O alvado normal tem cerca de 37 cm de largura por 1 ou 2 cm de altura.
Na prática, geralmente é usado um redutor, um pedaço de madeira que diminui esse
espaço um pouco nas estações quentes e bastante nas frias (nas estações quentes, às
vezes não é usado nenhum redutor). Alguns fundos são reversíveis, o que significa
que as paredes laterais têm alturas diferentes de um lado e de outro. Com isso, o
apicultor pode variar a altura do alvado pela reversão do fundo.
Você sabia?

Própolis

Essa foi talvez a maior descoberta da api-


cultura moderna, que possibilitou o desen-
volvimento das colméias racionais. Não há
uma razão conhecida, mas segundo as ob-
servações de Lorenzo Lorraine Langstroth,
em 1851, as abelhas não fecham espaços
maiores de 6,4 mm com própolis, nem cons-
troem favos em espaços menores que 9,5
mm. Isso permitiu definir o espaço-abelha.

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Quadro de melgueira

Favo de mel

Melgueiras (ou sobrecaixas) são destinadas


apenas à produção de mel, para que os seus quadros
não contenham também crias e pólen. Geralmente
são mais baixas que os ninhos e formam os andares
mais altos do “prédio”. Alguns apicultores preferem
usar apenas ninhos nas colméias, inclusive fazendo o
papel de melgueiras (os sobreninhos). Esse é o mo-
delo moderno básico, mas inúmeros outros são pos-
síveis. No passado, as colmeias eram cestos de palha
emborcados. Caixas comuns, sem quadros, também
foram usados por décadas.

quadro de crias

Favos de ninho

Ninhos (ou caixas, ou câmaras de criação)


contêm os quadros que serão usados para a postura
de ovos e desenvolvimento das crias. Geralmente são
mais altas e formam o primeiro ou os primeiros anda-
res, se a colmeia for vista como um edifício. Apresen-
tam coloração mais escura que o quadro de mel.

Você sabia?

No centro de cada quadro, o apicultor coloca uma lâmina de Espaço - abelha


cera alveolada(uma cera já pronta), que funciona como um início do
favo. As abelhas só continuam o que já receberam começado. Quando É exatamente o intervalo de 6,4 a 9,5 mm
que as abelhas sempre deixam livre. Conhe-
não são induzidas, ou quando sobra algum espaço relativamente gran- cendo essas medidas, foi possível projetar a
de numa caixa, as abelhas constroem favos fora dos quadros. Quando colmeia racional, de quadros móveis, com
o apicultor esquece quadros sem cera alveolada, elas constroem favos a certeza de que as abelhas construiriam
atravessados, cada um passando por dentro de vários quadros. Neste favos apenas nesses quadros, se correta-
caso, arrumar a colméia pode dar um trabalho enorme. mente induzidas, e não iriam colá-los entre
si e nem às paredes das caixas. Essa é a di-
mensão mais conhecida na apicultura, mas
há outras também importantes.

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Como as abelhas produzem cera?


A cera é produzida por seis pares de glândulas cerígenas que
se localizam no abdomen de abelhas jovens entre 10 a 18 dias de vida.
Elas ingerem mel e pólen, excretam após 24 horas uma minúscula es-
cama de cera de coloração branca.Essas glândulas ceríferas secretam
a cera de forma líquida dissolvida em uma substância volátil, que na
superfície externa do tegumento se evapora, deixando as placas de
cera.
As abelhas que secretam cera fazem uma espécie de “corti-
na”, umas presas às outras pelas patas. Cada uma delas produz flocos
de cera, que depois são mascados e amolecidos com um pouco de
saliva. Em seguida, são colados e moldados na estrutura de cera que
está sendo construída. No caso do favo, a estrutura é um agrupamento
de alvéolos, ou células, cuja seção transversal é um hexágono. Esses
alvéolos são dispostos lado a lado, de forma que cada parede é com-
Favos Cera Alveolada partilhada por duas células (exceto as paredes mais externas, é claro).
correspondem ao Cera colacada Eles também são dispostos fundo-contra-fundo, desencontrados, de
conjunto das estru- pelo apicultor para maneira que cada favo possui duas camadas de alvéolos, cada cama-
turas hexagonais que as abelhas da voltada para um lado.
(alvéolos) que são iniciem o trabalho
construídos pelas da construção dos
abelhas que podem favos de cria ou
servir para colocar mel Qual o tamanho de alvéolo?
mel no caso das
melgueiras ou lar- As européias constroem 857 alvéolos de operária em 100 cm²
vas de cria no caso (considerando-se as duas faces). A A.m.scutellata, menor, constrói
dos ninhos. Alvéolo 1000 alvéolos no mesmo espaço. Quando é fornecida cera alveolada
às africanizadas no padrão europeu, elas mantêm as dimensões origi-
nais da lâmina. Alvéolos de zangão são maiores e perfazem cerca de
520 por 100 cm². Alvéolos usados para cria de operárias e armazena-
gem de pólen geralmente têm as mesmas dimensões. O armazena-
mento de mel pode ser feito em alvéolos de operária ou de zangão.

Formato hexagonal dos favos


Essa forma otimiza a construção, pois atende da melhor forma
possível o compromisso entre economia de cera e trabalho versus a
resistência mecânica final do conjunto. Naturalmente, esta não é uma
Favo decisão racional das abelhas; uma hipótese é que a seção hexagonal
conjunto de seja apenas o resultado final da tentativa de formar vários alvéolos con-
alvéolos tíguos de seção circular – uma forma muito mais comum na natureza.
Depende da área útil do quadro (as medidas mais rigorosas são as
Você sabia? externas), mas pode-se estimar, arredondando, para 7.000 alvéolos de
operária por quadro de ninho (3.500 por face), e 4.000 alvéolos por
Por que o mel não cai da colméia? quadro de melgueira (2.000 por face).

A construção do favo é orientada pela gra-


vidade, e ele é perfeitamente vertical. Os Por que as colméias ficam escuras?
alvéolos, porém, não são puxados a 90º.
Eles são feitos com uma inclinação ascen- Favos recém construídos são brancos, mas vão ficando ama-
dente de 9 a 14º em relação à horizontal. relados rapidamente. Os favos de ninho escurecem muito mais que os
Isso evita que o néctar/mel escorra logo de melgueira, pois cada cria deixa resíduos do seu casulo e dejetos or-
que começa a ser armazenado no alvéolo,
e também impede que as larvas caiam da gânicos que as outras operárias não conseguem eliminar inteiramente.
célula acidentalmente. Quando o volume de Um favo de ninho antigo chega a ser quase negro.
néctar/mel armazenado atinge a borda do
alvéolo, as abelhas iniciam a sua opercu-
lação (fechamento), de forma a impedir o
escorrimento.

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Fumegador
Ferramenta apícola usada desde muito tempo para produzir
fumaça para acalmar as abelhas e possibilitar o trabalho no apiário.
A fumaça pode ser produzida com a queima de pedaços de madeira,
serragem, cascas de eucalipto e esterco seco de vaca.
A utilização do fumo interfere na vida do enxame, provocando
uma reação de alerta. Perante o temor do perigo, as abelhas emitem
um zumbido prolongado, que pode ser considerado o sinal para dar
início ao meio apícola. Neste instante há uma redução considerável na
ação de defesa dos insetos e uma diminuição da velocidade das abe-
lhas sobre os quadros. O que as abelhas fazem é comer e armazenar
todo o mel em seus corpos, para que o alimento da colmeia inteira não
se perca durante o considerado incêndio na floresta, que é a impressão
causada pelo fumegador.

Roupa para a apicultura Dica!


A indumentária é o equipamento de proteção individual (E.P.I.)
Se liga!
do apicultor. É composta de macacão, máscara, luvas, botas e chapéu
e deve ser usada completa para proteger o apicultor e diminuir os ris-
Odores forte provocam maior defensivida-
cos de ferroadas. A indumentária deve ser confeccionada na cor bran- de das abelhas, ocasionando ferroada no
ca e mantida sempre limpa. A máscara deve ser de tecido resistente, apicultor, evitar uso de perfumes ou deso-
de cor clara, com tela fina e escura no visor, de forma a permitir melhor dorantes fortes antes da atividade.
visualização.

A indumentária é feita de Brim, que é


um tecido resistente e duro, o que evita
as possíveis ferroadas devido ao ataque
das abelhas durante o manejo.

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Escolhendo o local
O local a ser escolhido para a instalação do apiário deve con-
siderar as normas de segurança para pessoas e animais, a disponibili-
dade de flora apícola e de água.
1. Observe as fontes de néctar e pólen: O local a ser escolhido
deverá ter flora apícola abundante que forneça néctar (matéria prima
para a produção de mel) e pólen (fonte de proteína e vitaminas para
Você sabia? a alimentação das abelhas). Não esquecendo que o raio de ação das
abelhas na coleta de néctar e pólen é de aproximadamente 1500m.
Pólen e nectar 2. Observe as fontes de água: A água é essencial para o bom de-
senvolvimento das colônias. Locais com água parada devem ser evita-
Observe a presença de pólen nas patas das dos, pois podem ser focos de doenças. A fonte de água não deve estar
abelhas (corbícula) ao visitar a flor, isso é
um indicativo que a planta é fornecedora a uma distância superior a 200 m. Em locais com escassez de água,
de pólen.Ao observar a abelha visitando a deve-se instalar bebedouro.
flor sem a presença de pólen em suas patas
é indicativo de que a planta é fornecedo- 3. Considere a facilidade de acesso ao apiário: O acesso deve
ra de néctar.Existem plantas que fornecem permitir a aproximação de veículos para transportar materiais, colmeias
tanto pólen como néctar ou somente um e o escoamento da produção. Na instalação do apiário (zona rural)
desses produtos. devem-se observar as distâncias de segurança: escolas e residências
rurais - 500 metros; criações de animais domésticos confinados - 300
metros; estradas e rodovias- 300 metros.

Doenças
As abelhas, como todos os organismos vivos, são susceptí-
veis a várias doenças, parasitas e predadores, cuja acção pode ter um
efeito prejudicial no seu normal desenvolvimento, e mais importante
na sua produtividade. Os apicultores, como criadores de gado, têm a
responsabilidade de promover o desenvolvimento de colónias fortes e
saudáveis, em especial nas épocas de maior produção.
A exploração do material apícola e algumas técnicas de mane-
Você sabia? jo, acompanhadas da intensificação da produção apícola, resultaram
numa proximidade cada vez maior entre colônias. Este fator, ao que se
junta às constantes deslocações de colônias, o comércio de abelhas
Abelha ladra
(rainhas, núcleos ou pacotes de abelhas) entre apicultores de diferen-
São espécies de abelhas que invadem e tes regiões do mesmo país, ou mesmo, entre apicultores de diferentes
“parasitam” colmeias de outras que sa- países e continentes, contribui de forma marcante para a disseminação
íram para coletar néctar das flores. Iden- da maioria das doenças das abelhas. A melhor medida de prevenção
tificados em Cabo Verde, um conjunto de contra a aparição de infestação da maior parte das doenças repousa
ilhas na costa da África, os insetos variam sobre um bom cuidado da parte do apicultor.No caso de pequenos
de tamanho, podendo ter de 3,2 a 5 milí-
metros de comprimento. são pretas com besouros há outras medidas que o apicultor deverá tomar no próximo
listras brancas, com aparência de zebras. porvir para combater esta doença na sua exploração, tais como:
As abelhas “ladras” ocupam as colmeias
alheias e colocam ovos enquanto as outras
estão fora, para que suas larvas possam se 1- Possuir colmeias fortes com favos cobertos de abelhas; evita-se
alimentar dos nutrientes coletados. assim que os quadros fiquem desocupados e abandonados nas extre-
Os ovos das invasoras eclodem antes dos midades laterais da colmeia;
colocados pelas verdadeiras “donas” da 2- Utilizar colmeias que permitam limpeza dos fundos, evitando assim
colmeia, e as larvas destróem os ovos das uma acumulação de detritos;
hospedeiras, aproveitando as reservas de
néctar para si. 3- Nunca deixar quadros ou restos de favos abandonados no apiário,
porque o seu cheiro atrai os coleópteros das colmeias;
4- Evitar trocar quadros entre as colmeias atingidas com as sãs;
5- Inspeccionar periodicamente as suas colmeias e, prestar atenção
especial no caso em que se constatar sintomas parecidos aos da traça.

08 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Apicultura * Atividades Agrícolas e Afins


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Variações Climáticas
Apesar da capacidade de adaptação das abelhas a diferentes
ambientes, as colônias desses insetos podem sofrer grandes prejuízos
com as variações das condições climáticas. Embora as abelhas adul-
tas sejam relativamente tolerantes às variações térmicas, suas crias
são sensíveis a pequenas variações da temperatura do ninho. Para o
bom desenvolvimento das formas jovens, a área de cria do ninho deve
ser mantida a temperaturas entre 30 a 35 °C, já que as temperaturas
acima desta faixa podem prejudicar o desenvolvimento larval, principal-
mente a metamorfose. Além disso, em temperaturas acima de 40 °C, os
favos de cera cheios de mel podem amolecer e quebrar.
Uma temperatura elevada no interior da colônia pode colocar
em risco tanto o desenvolvimento populacional como o armazenamen-
to de alimento; com isso, as abelhas tomam uma série de medidas
para evitar o superaquecimento. Inicialmente, as abelhas adultas se
dispersam pelo ninho e começam a promover a ventilação, pelo bati-
mento das asas, de forma a criar correntes de ar que favorecem a saída
do ar quente e entrada de ar fresco. Adicionalmente, as operárias po-
dem promover a evaporação de pequenas gotas de água, espalhadas
nos favos ou expostas nas suas próprias línguas.
Por isso, é grande a importância da manutenção de fontes de
água nas proximidades da colônia. Também visando a diminuição da
temperatura, parte das abelhas pode sair da colmeia, formando aglo-
merados do lado de fora para reduzir a produção de calor e facilitar a
ventilação. Entretanto, tudo isso gera um gasto energético extra para a
colônia, que emprega tempo e recursos para o controle da temperatu-
ra, deixando de realizar outras atividades como coleta de néctar e pólen
para o armazenamento de alimento.
Outros elementos climáticos como umidade relativa do ar, ra-
diação solar, precipitação, velocidade do vento e pressão atmosférica
tem um efeito determinante em relação ao estabelecimento e desenvol-
vimento de colônias de abelhas. Dessa forma, considera-se importante
o monitoramento dessas variáveis e a avaliação de sua influência nas
colônias de abelhas, visando o estudo dos impactos que as mudanças
climáticas podem provocar sobre esses organismos e possíveis ações
que possam minimizar esses efeitos.

Você sabia?

Pilhagem

Pilhagem é o roubo de mel praticado por


abelhas vindas de outras colmeias. Para
evitar este problema, não abra as colmeias
em época de pouca florada e não deixe res-
to de mel espalhado no apiário.

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Tipos de colmeias
Conhecem -se hoje mais de 300 diferentes tipos de colmeia;
que variam em função de adaptação climática, manejo, etc. Mas todas
elas apresentam a mesma constituição básica: um fundo, ou assoa-
lho, um ninho que é compartimento reservado ao desenvolvimento da
família – a melgueira, compartimento onde é armazenado o mel, os
quadros, nos quais são moldados os favos de mel ou de cria, e uma
tampa, que reveste toda a colméia
Lusitânia é um tipo de colmeia que tem uma capacidade de alber-
gação de um maior número de abelhas. Essa colmeia no entanto
apresenta algumas desvantagens começando logo pelo preço. Dos 3
modelos mais comuns o que normalmente é comercializado a preços
mais elevados é a Lusitânia. Outra desvantagem apontada no clima
específico açoriano é devido às temperaturas amenas que temos, uma
colmeia dessa dimensão se não estiver bem fortalecida, pode ter imen-
Langstroth sos problemas com o frio. Outra desvantagem é o arranque do enxame
numa colmeia de tão grande dimensão.
Colmeia reversível: Uma das grandes vantagens desta colmeia em
relação à Lusitânia é no arranque. Uma colmeia reversível (em condi-
ções favoráveis) arranca de tal forma “rápido” que uma distração por
parte do apicultor pode levar a uma enxameação indesejável. Também,
no mercado, esta é a colmeia que apresenta os preços mais competi-
tivos. Mantém os quadros em forma quase quadrangular sendo assim
uma vantagem em relação à Langstroth. O peso é bastante mais leve
que as restantes colmeias, o que facilita o transporte. Devido as alças
serem iguais ao ninho esta colmeia também é muito boa na poupança
de material em comparação à langstroth e lusitânia.
Langstroth (tradicional do desenho): É o modelo mais utilizado
em todo o mundo. Na verdade, tanto a colmeia reversível como a Lusi-
tânia foram adaptadas deste modelo. Tem a vantagem de ter material
disponível em todo o mundo. Até da China se pode encomendar ma-
Lusitânia terial para a langstroth. Tem um ninho suficientemente grande para a
postura da rainha sem apresentar grandes problemas.

Quando o mel deve ser colhido?


Constantemente o apicultor deve estar atento à sua produção
e deve sempre verificar os quadros de mel se eles estão cheios de mel
e operculados. Operculação é o processo pelo qual as abelhas fecham
os alvéolos (de cria e de mel) com uma fina camada de cera, indicando,
no caso do mel, a sua maturação, e no caso das crias, o último estágio
de desenvolvimento. A verificação deve acontecer pelo menos a cada
15 dias, tempo médio para que um dos quadros esteja completo de
mel. Caso verifique que a produção está baixa, as medidas de sanida-
de devem ser tomadas. Veja na próxima página os passos para extra-
ção do mel.

reversível

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1. Remova a tampa que cobre 2. Retire um dos quadros 3. Com a ajuda de um garfo
as melgueiras da colmeia. de mel. Verifique se o mel desoperculador, retire os
Utilize o fumegador para saudável tem uma coloração favos de mel da melgueira.
acalmar as abelhas a uma clara e os opérculos estão
distância de 20cm da col- fechados.
meia.

Mão na massa! Preparando Quadros

1. Limpe os quadros com a escova. A limpe- 2. Com auxílio do limpador de ranhuras 3. O arame deve ser colocado no quadro e
za é feita para a retirada das sujeiras. retire a cera acumulada nos quadros. Qua- fixado com pregos, para sustentar as lâmi-
dros defeituosos ou quebrados devem ser nas de cera alveolada, evitando, assim, que
descartados o favo se quebre durante a centrifugação e
as revisões.

4. Passe o fio de arame pelo orifício e 5. Incruste a cera alveolada no quadro 6. Derreta a cera bruta em banho-maria
estique-o com o esticador aramado. Encaixe a lâmina de cera alve-
olada na ranhura. Apoie a lâmina de cera
alveolada no arame de forma a encaixá-la
na ranhura do quadro.

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7. Despeje a cera derretida na ranhura. 8. Esquente a carretilha 9. Molhe a tábua de apoio com água
Para soldar a lâmina de cera alveolada fria. A água evita que a cera se cole
na ranhura utilize o caneco soldador ou a na tábua.
colher. Deve-se tomar cuidado ao manusear
a cera quente.

10. Ajuste o quadro com a cera alveolada 11. Passe a carretilha aquecida sobre o arame. Ao final da operação, verifique
sobre a tábua de apoio. O arame deve ficar se a cera está bem incrustada.
voltado para cima possibilitando a passa-
gem da carretilha.

Mão na massa! Alimentando artificialmente as abelhas

A s abelhas precisam de dois ti-


pos de alimentação artificial:
de subsistência e estimulante.
A alimentação de subsistência é feita
visando suprir a ausência da alimenta-
ção natural coletada nas flores.
A Alimentação estimulante é feita
com antecedência de aproximadamen-
te dois meses do início da florada prin-
cipal e serve para estimular a postura
da rainha, aumentando a população

1. Dissolva o açúcar na água. A proporção 2. Aqueça a mistura


do açúcar para a água varia de acordo com
o objetivo da alimentação; se estimulan-
te ou de subsistência. Para a alimentação
estimulante usam-se duas partes de água
para uma parte de açúcar. Para a alimen-
tação de subsistência a proporção é de uma
parte de água para uma parte de açúcar.

3. Coloque o alimento no pote 4. Coloque o alimentador no alvado. A re-


do alimentador. O alimento não dução do alvado evita que outras abelhas
deve ser fornecido quente para as tentem entrar na colmeia para pilhar (rou-
abelhas. Encaixe o pote no alimen- bar o alimento).
tador

12 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Apicultura * Atividades Agrícolas e Afins


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Colheita e beneficiamento do mel


Sendo o mel um alimento, é necessário que se adote medidas
higiênicas desde a colheita no apiário. Para colher mel os apicultores
devem estar em boas condições de saúde e realizar procedimentos de
higiene pessoal. Os equipamentos, utensílios e a indumentária devem
estar limpos, com atenção especial para as luvas. As melgueiras não
podem ser colocadas no chão e devem ser protegidas da contamina-
ção de microorganismos e sujidades durante o manuseio e transporte.

1. Lona limpa, indumentária (EPI), fumigador, melguei- 5. Aplique a fumaça. Utilize pouca fumaça para evitar
ras contendo quadros com favos construídos ou cera al- resíduos no mel, depreciando sua qualidade.
veolada, vassourinha, formão. 2 - Vista a indumentária;
3 - Acenda o fumigador;4 - Retire a tampa da melgueira

Atenção!

1 - Colha apenas os favos que estiverem totalmente


operculados;
2 - Não devem ser colhidos quadros de mel que
apresentem crias;
3 - Não devem ser colhidos quadros de mel com pó-
len.

6. Retire os quadros com mel maduro. Mel maduro é


aquele que está no favo operculado (favo recoberto
por uma fina camada de cera). E apresenta a umidade
adequada para consumo, no máximo 20%, conforme
determina a legislação brasileira.

7. Remova as abelhas do quadro de mel 8. Coloque os quadros em uma melgueira vazia

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9. As melgueiras com os favos de mel devem ser levadas


para a Unidade de Extração do Mel (UEM), protegidas
(tampa, lona, veículo coberto, etc.) da poeira, da umida-
de e de outras sujidades para não depreciar a qualidade
do mel. Para minimizar esforços físicos e evitar danos à
saúde, recomenda-se a utilização de equipamentos ade-
quados para o transporte das melgueiras como padiola,
carro de mão ou automóvel utilitário, os quais devem
estar limpos.

O beneficiamento do mel é feito na UEM cuja construção deve


ser feita de acordo com as normas predeterminadas pelos órgão com-
petentes. A manipulação de produtos alimentícios deve ser feita de for-
ma higiênica e segura. A higiene pessoal bem como a higienização e
sanitização da UEM, dos equipamentos e dos utensílios utilizados é
necessária para garantir um produto com qualidade livre de contami-
nações por microorganismos.Para o beneficiamento do mel são reali-
zadas as seguintes operações: extração, filtração, decantação, envase,
rotulagem, embalagem e armazenamento.

1. Higienize o ambiente 2. Higienize os equipamentos e utensílios

Fique atento!

Coletando a própolis
A colheіtа da própolіs deve ser feita dіre-
tаmente nа colmeіа, com a rаspаgem dаs
bordаs. Este é o lugаr onde а própolіs en-
contra-se em seu estado mаіs lіmpo e mаіs
recentes de produção pelas abelhas.

Fique atento!
4. Retire os opérculos Para se realizar a
desoperculação, não usar anéis, relógios, Sanidade na casa do mel
pulseiras, brincos e afins, utilize uniforme
de trabalho e lavar as mãos com água A sanitização consiste no uso solução de
potável e detergente que deverá ser neutro água potável e produtos químicos saniti-
3. Coloque os quadros de e biodegradável, para evitar danos ao zantes com ação bactericida e fungicida
mel na mesa desopercula- meio ambiente. para combater bactérias e fungos. Existem
dora vários produtos no mercado sendo o mais
utilizado o hipoclorito de sódio (água sa-
nitária 3%). Para fazer a diluição deve-se
colocar 100 ml de água sanitária (3%) em
10 litros de água.

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5. Coloque os quadros desoper- 6. A centrifugação deverá ocorrer lentamente no início para não quebrar os
culados na centrífuga favos que estão cheios de mel, aumentando-se a sua velocidade progressiva-
mente.

7. O mel deverá passar por peneiras em duas 8. O processo de decantação é utilizado para
ocasiões: após a centrifugação e quando da retirar eventuais partículas que perman ceram
sua colocação no decantador. após a filtragem. O mel ficará em decantação
por aproximadamente 48 a 72 horas. Duran-
te a decantação a espuma e outras partículas
sobem formando uma camada na superfície.

9. Após o tempo da decantação deve ser fei-


to o envase. No envase, o mel deve escorrer
pela parede do vasilhame, evitando-se a for-
mação de espuma. A rotulagem deve seguir as
especificações dos órgãos oficiais municipal
(Serviço de Inspeção Municipal - SIM), esta-
dual ou federal (Serviço de Inspeção Federal
- SIF)

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Aprenda mais Para refletir


Todos os caminhos do homem lhe parecem puros,
mas o Senhor avalia o espírito. Proverbios 16:2 Definir obje-
tivos e traçar metas é direito e dever de toda pessoa, bem como lutar
para realizá-los. No entanto, se quisermos ser bem sucedidos deve-
mos pautar nossos planos nos planos de Deus, no que é agradável ao
Grande Arquiteto das nossas vidas. Encontramos a seguinte citação
em Pv 16:1 “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta
certa vem dos lábios do Senhor.” Em Isaías 55 na primeira parte do
versículo 8 lemos: “Porque os meus pensamentos não são os vossos
pensamentos”.
A verdade é que por mais arquitetados que sejam nossos pro-
jetos, eles podem falhar, por melhor que sejam nossos planos eles nem
se comparam ao que Deus tem planejado para cada um de nós. So-
mos a geração do imediatismo, do aqui e agora, a geração que pensa
e que acha que com a mesma velocidade que os pensamentos fluem
assim deve acontecer o que se pensa. Mero engano! Pois nossos pen-
samentos quando pautados no querer de Deus produzem em nós algo
que vai muito além do que ver nossos projetos realizados, produzem a
Manejo de apiário para produ- certeza de que aconteça o que acontecer Deus tem o controle de tudo,
ção de mel. Coleção SENAR e se tão somente estivermos no centro da Sua vontade, tudo cooperará
para nosso bem. Para viver os planos de Deus envolve renuncia do eu
(Mt 16:24); devemos aceitar Seus propósitos (Mt 26:36-39); pois Quan-
do vivenciamos os planos de Deus, somos bem sucedidos. (Hb 5:7-9)

Bibliografia
RURAL, Serviço Nacional de Aprendizagem. Mel Manejo de apiário
para produção de mel: Coleção SENAR. 142. ed. Brasília: Senar,
2010., 2010. 81 p.
RURAL, Serviço Nacional de Aprendizagem; MAGALHÃES, Ediney de
Oliveira. Abelhas Apis mellifera Instalação do apiário: Coleção
SENAR. 141. ed. Brasília: Senar, 2010., 2010. 81 p.
TÉCNICO, Cap – Departamento; MAGALHÃES, Ediney de Oliveira.
Manual de Sanidade Apícola - Sintomas, profilaxia e contro-
le. Portugal: Artegráfica Brigantina – Bragança, 2007. 36 p. Disponível
em: <http://www.fnap.pt/>. Acesso em: 25 maio 2016.

ABELHAS Apis mellifera SILVA, Aline Leite et al. Sanidade Apícola: Gerenciamento em Saúde
Instalação do apiário. Coleção Animal e Saúde Pública / Faculdade de Medicina Veterinária e Zootec-
SENAR nia. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2007. 24 p.
PIRES, SÂNCIA. “Doenças das abelhas: a Varroose.” (2004).
https://apiariocantodorio.wordpress.com/colmeia/
www.embrapa.org.br
www.infoescola.com
www.sebrae.com.br
www.abelha.org.br
www.semabelhasemalimento.com.br
www.sistemafamasul.com.br
www.mel.com.br
http://www.gestaonocampo.com.br/biblioteca/apicultura-tipos-de-col-
meia/

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