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Revisão – Engenharia de Sistemas Térmicos

Aula 1- Termodinâmica
CONTEÚDO

1 Revisando os conceitos Mecânicos de Energia ........................................................ 1


1.1 Energias Cinéticas e Potencial ........................................................................... 1
1.2 Trabalho Mecânico ............................................................................................ 2
1.2.1 Potência ...................................................................................................... 3
1.3 Modelando o Trabalho na Expansão e na Compressão .................................... 4
2 Bibliografia Utilizada e Recomendada...................................................................... 6

1 REVISANDO OS CONCEITOS MECÂNICOS DE ENERGIA


As leis de Newton do movimento, que fornecem as bases para a mecânica
clássica, conduzem os conceitos de trabalho, energia cinética e energia potencial e estes
levam a um conceito mais amplos de energia.

1.1 ENERGIAS CINÉTICAS E POTENCIAL

Considere um corpo de massa m que se move de uma posição, onde a


intensidade de sua velocidade é V1 e a sua elevação é z1, para outra, onde a sua
velocidade é V2 e a elevação é z2, sendo cada uma relativa a um sistema específico de
coordenadas tal como a superfície da terra. A grandeza ½ 𝑚𝑉² é a energia cinética, KE
do corpo. A variação da energia cinética, ΔKE, do corpo é:

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1
∆𝐾𝐸 = 𝐾𝐸2 − 𝐾𝐸1 = 𝑚(𝑉22 − 𝑉12 ) (1.1)
2
A grandeza mgz é a energia potencial gravitacional. PE. A variação na energia
potencial gravitacional ΔPE, é

∆𝑃𝐸 = 𝑃𝐸2 − 𝑃𝐸1 = 𝑚𝑔(𝑧2 − 𝑧1 ) (1.2)

A energia potencial é associada com a força da gravidade.

1.2 TRABALHO MECÂNICO

Quando um corpo se move através de uma trajetória sofre a ação de uma força
resultante que pode variar de intensidade de uma posição a outra ao longo da trajetória,
o trabalho da força é escrito como o produto escalar do vetor força F pelo vetor
deslocamento do corpo ao longo da trajetória ds. Isto é

2
𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 = ∫ 𝐹. 𝑑𝑠 (1.3)
1

Quando a força resultante faz com que a elevação aumente, o corpo seja
acelerando ou ambos, o trabalho realizado pela força pode ser considerado como uma
transferência de energia para o corpo, onde ela é armazenada como energia potencial
gravitacional e/ou energia cinética. A noção de que a energia é conservada destaca essa
interpretação.

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Para calcular a integral do trabalho é necessário que se saiba como a força varia
com o deslocamento. Isso conduz a uma ideia importante sobre trabalho: O valor de W
depende de detalhes das interações que aparecem entre o sistema e a vizinhança
durante um processo e não só dos estados inicial e final do sistema. Segue que o
trabalho não é uma propriedade do sistema ou da vizinhança.

A diferencial do trabalho 𝛿𝑊, é dita como inexata porque, em geral a seguinte


integral não pode ser calculada sem a especificação dos detalhes do processo:

2
∫ 𝛿𝑊 = 𝑊 (1.4)
1

Por outro lado, a diferencial de uma propriedade é dita exata porque a variação
de uma propriedade entre dois estados particulares não depende dos detalhes do
processo ligando os dois estados. Por exemplo, a variação do volume entre dois estados
pode ser determinada pela integração da diferencial dV, sem considerarmos os detalhes
do processo, conforme a seguir

𝑉2
∫ 𝛿𝑉 = 𝑉2 − 𝑉1 (1.5)
𝑉1

Onde V1 e o volume no estado 1 e V2 é o volume no estado 2. A diferencial de


toda propriedade é exata.

1.2.1 Potência

A taxa de transferência de energia por intermédio de trabalho é denominada


potência e é representada por 𝑊̇ . Trabalho também pode ser definido como o produto
da força pela velocidade no ponto de aplicação da força.

𝑊̇ = 𝐹𝑉 (1.6)

Potência Transmitida por um Eixo

Em um eixo rotativo com velocidade angular 𝜔 e exercendo um torque 𝜏 em sua


vizinhança. Vamos representar o torque em termos de uma força tangencial Ft e raio R.
A velocidade no ponto de aplicação da força é 𝑉 = 𝑅𝜔, onde 𝜔 está em radianos por

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unidade de tempo. Utilizando essas relações com a Eq. 3.4, obtemos uma expressão
para a potência transmitida do eixo para a vizinhança

𝑊̇ = 𝐹𝑡 𝑉 = (𝜏/𝑅)(𝑅𝜔) = 𝜏𝜔 (1.7)

Potência Elétrica

Considerando um sistema elétrico com uma bateria, a corrente (i) é produzida


pela diferença de potencial elétrico (𝜀) entre os dois terminais. A taxa de transferência
de energia sob forma de trabalho ou a potência, é

𝑊̇ = −𝜀𝑖 (1.8)

1.3 MODELANDO O TRABALHO NA EXPANSÃO E NA COMPRESSÃO

Vamos calcula o trabalho realizado pelo sistema fechado mostrado na figura


abaixo, que consiste em um gás contido em uma montagem pistão-cilindro à medida
que o gás se expande. Durante processo, a pressão do gás exerce uma força normal no
pistão. Seja p a pressão atuando na interface entre o gás e o pistão. A força exercida
pelo gás sobre o pistão é simplesmente o produto pA, onde A é a área da face do pistão.
O trabalho realizado pelo sistema conforme o pistão é deslocado de uma distância dx é

𝑊 = 𝑝𝐴𝑑𝑥 (1.9)

O produto A dx na equação acima é igual à variação do volume do sistema, dV.


Assim sendo a expressão do trabalho pode ser reescrita como

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𝑊̇ = 𝑝𝑑𝑉 (1.10)

Para uma mudança de volume V1 para V2, o trabalho é obtido pela integração da
equação acima como:

𝑉2
𝑊 = ∫ 𝑝𝑑𝑉 (1.11)
𝑉1

Uma relação gráfica é mostrada no diagrama pressão—volume da figura abaixo.


Inicialmente a face do pistão encontra-se na posição x1 e a pressão do gás é p1 ao
termino de um processo de expansão em quase -equilíbrio a face do pistão encontra-se
em x2 e a pressão e reduzida a p2. Em cada posição intermediária do pistão, a pressão
uniforme do gás é mostrada como um ponto no diagrama, a curva conectando os
estados 1 e 2 no diagrama representa os estados de equilíbrio pelo quais o sistema pode
ser interpretado como a área sob a curva de pressão versus volume.

A interpretação do trabalho como uma área em um processo de expansão ou


compressão em quase -equilíbrio permite uma demonstração simples da ideia de que o
trabalho depende do processo.

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A relação entre a pressão e o volume durante um processo de expansão ou


compressão também pode ser descrita analiticamente. Um exemplo é fornecido pela
expressão 𝑝𝑉 𝑛 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 , onde o valor de n é uma constante do processo em
particular. Um processo em quase-equilíbrio descrito por tal expressão é chamado de
processo politrópico.

1.4 BALANÇO DE ENERGIA PARA SISTEMAS FECHADOS

A primeira lei da termodinâmica pode ser apresentada como

𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑒


𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜
𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎 𝑒𝑚
[
𝑢𝑚 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑢𝑚
] = 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝑎𝑡𝑟𝑎𝑣é𝑠 𝑑𝑎 𝑓𝑟𝑜𝑛𝑡𝑒𝑖𝑟𝑎 − 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝑎𝑡𝑟𝑎𝑣é𝑠 𝑑𝑎 𝑓𝑟𝑜𝑛𝑡𝑒𝑖𝑟𝑎 (1.12)
𝑝𝑜𝑟 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑝𝑜𝑟 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑐𝑒𝑟𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜
[ 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑜 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 ] [ 𝑜 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 ]

O balanço de energia pode ser apresentado por símbolos como

𝐸2 − 𝐸1 = 𝑄 − 𝑊 (1.13)

Introduzindo os conceitos de energia cinética, potencial e interna uma forma


alternativa é

∆𝐾𝐸 + ∆𝑃𝐸 + ∆𝑈 = 𝑄 − 𝑊 (1.14)

Várias formas especiais do balanço de energia podem ser escritas. Por exemplo,
o balanço de energia na forma diferencial é

𝑑𝐸 = 𝛿𝑄 − 𝛿𝑊 (1.15)

O balanço de energia na forma de taxa temporal instantânea é

𝑑𝐸
= 𝑄̇ − 𝑊̇ (1.16)
𝑑𝑡

2 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA E RECOMENDADA


ÇENGEL, Yunus A.; BOLES, Michael A. Termodinâmica. 5ª edição. 2006.

MORAN, Michael J.; SHAPIRO, Howard N.; BOETTNER, Daisie D. Princípios de


termodinâmica para engenharia. Grupo Gen-LTC, 2000.

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