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Elaborada por Enfª Eliane Iadanza Forain – COREN/RJ 17259

Saúde Mental

ÍNDICE
SAÚDE MENTAL
Conceitos ··················································································································· 2
Perspectiva Histórica ································································································· 2
Psiquiatria no Brasil ··································································································· 3
A Legislação da Reforma Psiquiátrica Brasileira ······················································· 4
Lei 10.216 ·················································································································· 4
Portaria MS 106 ········································································································· 6
As Conferências de Saúde ························································································ 7
Fatores Predisponentes a Transtornos Mentais························································· 8
Direitos dos Clientes ·································································································· 8
A Internação ·············································································································· 8
Lei 10.708 ·················································································································· 9
Setores de Atendimento em Saúde Mental ······························································· 10
Ambiente Terapêutico ······························································································· 10
Equipe Terapêutica ··································································································· 10
Interações Enfermagem-Cliente ················································································ 10
O Técnico de Enfermagem na Equipe de Saúde Mental ·········································· 11
Relações Terapêuticas ······························································································ 11
O Apoio ao Paciente ·································································································· 11
O Apoio à Família do Doente Mental ········································································ 11
Tratamento Medicamentoso ······················································································ 12
Eletroconvulsoterapia ································································································ 13
Tratamento Psicoterápico ·························································································· 14
Terapias Psicossociais ······························································································ 14
Emergência Psiquiátrica ···························································································· 15
Atendendo o Paciente ······························································································· 19
O Técnico de Enfermagem, e a sua própria Saúde Mental ······································· 19
Transtornos Mentais ·································································································· 20
Transtornos Mentais Orgânicos ················································································ 21
Transtornos de Humor ou Afetivos ············································································ 22
Transtornos da Ansiedade ························································································ 25
Distúrbios Dissociativos ···························································································· 27
Distúrbios Somatoformes ·························································································· 27
Transtornos da Alimentação ······················································································ 28
Transtornos da Personalidade ·················································································· 29
Transtornos da Conduta ···························································································· 30
Transtornos do Pensamento ····················································································· 31
Transtornos do Sono ································································································· 33
Transtornos por Uso de Substâncias ········································································ 33
Drogas que podem levar à Dependência ································································· 35
Transtornos Sexuais ·································································································· 40
Termos Técnicos em Psiquiatria ··············································································· 42
Bibliografia ················································································································· 43

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Saúde Mental

SAÚDE MENTAL
CONCEITOS
1 - Saúde Mental
Organização Mundial de Saúde diz que o estado de completo bem estar físico, mental e social define o que é
saúde, portanto, tal conceito implica num critério de valores (valorativo), já que, lida com a idéia de bem-estar e
mal-estar.
Os seguintes itens foram identificados como critérios de saúde mental:
• Atitudes positivas em relação a si próprio
• Crescimento, desenvolvimento e auto-realização
• Integração e resposta emocional
• Autonomia e autodeterminação
• Percepção apurada da realidade
• Domínio ambiental e competência social
2 - Doença Mental
São transtornos de saúde, que podem afetar sentimentos, pensamento e comportamento. Pode ser entendida
como uma variação mórbida do normal, variação esta capaz de produzir prejuízo no desempenho global da
pessoa (social, ocupacional, familiar e pessoal) e/ou das pessoas com quem convive.
A definição de doença mental deriva do que se acredita serem os fatores causais.
Foram propostas as seguintes hipóteses como determinantes da ocorrência de doença mental:
• A hipótese biológica propõe disfunções anatômicas e fisiológicas.
• A hipótese do aprendizado sugere modelos de comportamento inadaptado aprendidos.
• A hipótese cognitiva propõe as inexatidões ou déficits no conhecimento ou consciência.
• A hipótese psicodinâmica sugere conflitos intrapsíquicos e déficits de desenvolvimento.
• A hipótese ambiental propõe estressores e respostas ambientais adversas.
3 - Deficiência Mental
A deficiência mental possui muitas etiologias diferentes e pode ser vista como uma via final comum de vários
processos patológicos que afetam o funcionamento do sistema nervoso central.
É o desenvolvimento interrompido ou incompleto da mente, caracterizado particularmente pela redução das
capacidades que contribuem para o nível global da inteligência. É o funcionamento intelectual significativamente
inferior à média.
Os graus de deficiência são convencionalmente estimados por testes padronizados de inteligência cujo resultado
(Quociente Intelectual ou QI) médio é 100 com desvio padrão de 15 pontos.
Classificação
• Leve – apresenta certa dificuldade na escola; muitos adultos serão capazes de trabalhar, ter e manter boas
relações sociais e contribuir para a sociedade. Alguns aspectos da aprendizagem podem ser mais lentos e
requerer treino mais sistemático. O intervalo aproximado do QI é de 50-69 (adultos com idade mental de 9 a 12
anos).
• Moderada – apresenta atraso de desenvolvimento na infância, mas muitos aprendem a desenvolver certo grau
de independência em cuidar de si e adquirir uma adequada escolaridade e capacidade de comunicação.
Quando adultos, necessitarão, em grau variado, de ajuda para viver e trabalhar na comunidade. O intervalo
aproximado de QI é de 35-49 (adultos com idade mental de 6 a 9 anos).
• Grave - pode responder a programas adequados de reabilitação, apesar das limitações físicas e orgânicas, mas
o indivíduo provavelmente permanecerá dependente e com necessidade de ajuda permanente. O intervalo
aproximado de QI é de 20-34 (adultos com idade mental de 3 a 6 anos).
• Profunda - limitação grave da capacidade de cuidar de si próprio, de continência, comunicação e mobilidade,
mas o indivíduo pode ser capaz de ter alguma resposta a programas de reabilitação. O QI situa abaixo de 20
(adultos com idade mental de 3 anos, no máximo).
PERSPECTIVA HISTÓRICA
O conceito de loucura vem, através do tempo, se transformando. Acompanhou as mudanças do Mundo em
relação aos valores, cultura, avanços na área médica, etc.
Na Grécia antiga o conceito de doença mental estava ligado a explicações mágico-religiosas, que atribuíam a uma
força sobrenatural a origem dos transtornos mentais. Os loucos eram considerados detentores de poderes divinos.
Suas frases enigmáticas aproximavam os homens das ordens dos deuses. A sociedade a encarava tornava-se
ambíguo, pelo fato de que tanto poderia ser o enfermo um portador, ou intérprete da vontade divina, como
também um castigado pelos deuses ou um endemoninhado. O tratamento tinha como objetivo controlar, apaziguar
ou expulsar estas forças “demoníacas”.
No Império Romano, o tratamento dos transtornos mentais adquiriu novas idéias, que defendiam uma maior
relação individual entre o médico e o portador de transtornos mentais, e se diferenciava as alucinações das
ilusões, recomendando-se que o tratamento da primeira doença fosse realizado em salas iluminadas, devido ao
medo que o portador de alucinações tinha da escuridão. Galeno, em Roma, afirmava que as relações sexuais e a
masturbação serviriam de alívio para as tensões. Foi graças aos romanos que, pela primeira vez, surgiu uma
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Saúde Mental

concepção diferente com relação aos doentes mentais. Foram criadas leis em que se detalhavam as várias
condições, tais como insanidade e embriaguez, que, se presentes no ato do crime, poderiam diminuir o grau de
responsabilidade do criminoso. Outras definiam a capacidade do doente mental para contratar casamento,
divorciar-se, dispor de seus bens, fazer testamento e até testemunhar.
Com o fim do Império Romano, em 476 d.C., iniciou-se um período que a História denominou de Idade Média. Foi
também o período em que o cristianismo expandiu-se. Isso fez com que todas as descobertas no campo científico
e nos outros campos do conhecimento humano progredissem muito lentamente. A possessão da mente de uma
pessoa por um espírito maligno, e suas alterações verbais e de comportamento, retornou como a principal causa
dos distúrbios mentais, como havia sido em épocas anteriores. Desta forma, muitos dos portadores de alienações
mentais morreram queimados nas fogueiras e nos patíbulos de suplícios. Os que escapavam da pena imposta
pelas idéias religiosas da época, eram abandonados à própria sorte.
No Século XVII, com o mercantilismo, começaram a ser encarcerados todos aqueles que não pudessem contribuir
para o movimento de produção, de comércio ou de consumo de mercadorias. Foram criados então, em toda a
Europa, estabelecimentos de internação, para onde eram enviados os velhos e crianças abandonadas, os
aleijados, os mendigos, os portadores de doenças venéreas e os loucos, não havendo nenhuma intenção de
tratamento. Os encarcerados eram obrigados a trabalhos forçados, que serviam como punição ao que era
considerado o maior vício da sociedade mercantilista: a ociosidade. A semente dos manicômios havia sido
plantada.
Em 1789, com a Revolução Francesa, este conceito se modificou. As palavras de ordem igualdade, liberdade e
fraternidade começaram a imperar. Iniciou-se então, um processo de reabsorção dos excluídos, buscando-se
alternativas para eles, tais como auxílio financeiro e médico em suas próprias casas. Os loucos permaneceram
encarcerados, já que eram considerados perigosos para o convívio social.
Antes do final do século XVIII, a medicina não tinha se interessado, especialmente, em saber o quê e o por quê do
que dizia o louco. Foi quando, no final desse século, Philippe Pinel, um jovem médico, liberta os alienados dos
porões destes hospitais. Com uma proposta de tratamento humanitário para os doentes, aliados à prática de
docência, Pinel desenvolveu uma corrente de pensamento de médicos especialistas em doenças mentais,
aprimorando as descrições detalhadas dos transtornos mentais através de longas observações. Foi fundamentada
a alienação mental como sendo um distúrbio das funções intelectuais do sistema nervoso, o cérebro foi definido
como sede da mente, e a mente como o local onde se manifestava a loucura. Mostrou a influência de tóxicos nas
alterações do comportamento, conceituou esquizofrenia e dividiu os portadores de doenças mentais em duas
classes: os degenerados,
que apresentariam estigmas morais e físicos, sendo propensos a apresentar acessos delirantes; e os não-
degenerados, que eram indivíduos normais, porém predispostos ao transtorno mental. Desenvolveu o conceito de
inconsciente, paralelamente à aplicação da hipnose como método terapêutico. Dividiu os sintomas em classes:
mania, melancolia, demência e idiotismo e teorizou suas causas como sendo físicas: de origem cerebral, como
pancada na cabeça, formação defeituosa do cérebro e hereditariedade e morais: consideradas as mais
importantes, são as paixões intensas e excessos de todos os tipos.
Enquanto os médicos franceses desenvolviam suas observações clínicas, na Alemanha uma nova corrente com
relação aos transtornos mentais surgia: a psiquiatria. Essa corrente seguiu os caminhos da medicina e o
estabelecimento de um sistema moderno de estudo dos transtornos mentais. Seu maior representante foi um
médico de origem austríaca chamado Sigmund Freud. Freud estabeleceu um sistema moderno de estudo dos
transtornos mentais: a catarse (violenta expressão de suas emoções). Desenvolveu os conceitos de “inconsciente
e repressão”, nos quais a emoção ligada às idéias reprimidas podia afetar o comportamento nos eventos do
presente.
A partir do século XIX inicia-se a utilização de substâncias (Haldol) que agem diretamente no sistema nervoso
central.
Mas foi no final dos anos de 1930, que para os casos de transtornos mentais graves houve a introdução do
tratamento de choque e da psicocirurgia, sendo esta última introduzida somente baseada nos resultados da
experimentação animal, sem qualquer base teórica, anatômica ou fisiológica. Após expectativas ilusórias, estas
práticas foram limitadas a condições clínicas específicas.
Ao término da Segunda Guerra Mundial, iniciou-se a terapia medicamentosa, com bastante sucesso.
PSIQUIATRIA NO BRASIL
A chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808, provocou profundas transformações econômicas e
políticas. A criação do primeiro hospício brasileiro estava relacionada com o crescimento e o reordenamento da
cidade (urbanização) e a necessidade de recolher os habitantes desviantes que perambulam pelas ruas: os
desempregados (imigrantes principalmente, que não aceitam as condições de trabalho existentes), os mendigos,
os órfãos, os marginais de todo o tipo e os loucos. Esses habitantes eram recolhidos aos Asilos de Mendicância e
de Órfãos, administrados pela Santa Casa de Misericórdia.
Os loucos eram colocados no mesmo espaço que os outros desviantes, sendo submetidos a maus-tratos que
freqüentemente os levavam à morte.
Essa situação foi motivo de crítica até que, em 1852 foi inaugurado no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, o
Hospício Pedro II. Seguindo a tendência européia, da França principalmente, a loucura começou a ser encarada

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Saúde Mental

como doença e como tal, sujeita a tratamento médico. A criação do primeiro hospício no Brasil forneceu à loucura
o estatuto de doença, que se torna o objeto da nova especialidade médica - a Psiquiatria.
No entanto, apesar da criação do hospício, continuavam, por parte dos médicos, as críticas aos maus-tratos e à
ausência de cura dos doentes. O resultado dessas críticas, e o advento da Proclamação da República, levaram à
desanexação do hospício da Santa Casa em 1890. O poder das religiosas foi, então, substituído pelo poder dos
médicos. Os médicos consideraram-se os únicos capazes de levar adiante a proposta terapêutica do hospício.
Essa proposta terapêutica foi o tratamento moral. Esse tratamento compreendia o isolamento e a vigilância dos
internos, a organização do espaço terapêutico e a distribuição do tempo. O isolamento tinha como objetivo separar
o doente da sociedade e da família, consideradas em parte responsáveis pelo desenvolvimento da doença mental.
A organização do espaço previa a separação entre os sexos e entre os vários tipos de doentes. Por exemplo,
existiam os pacientes pensionistas e os indigentes.
A distribuição do tempo previa a terapêutica pelo trabalho. O trabalho era realizado em oficinas de costura,
bordados, colchoaria, móveis, calçados ou jardinagem. Os doentes trabalhavam também como serventes nas
obras, nos refeitórios e nas enfermarias.
Outras modalidades terapêuticas aplicadas no hospício são a clinoterapia (repouso no leito) e a balneoterapia
(tratamento pelos banhos).
Nessa época, a atribuição básica do pessoal da enfermagem era a vigilância.
A superpopulação do hospício e as críticas ao seu regime fechado – tipo prisão e as poucas altas entre os
pacientes internados, levaram a uma nova proposta terapêutica na assistência psiquiátrica brasileira: a do trabalho
agrícola e em pequenas oficinas que serviriam de base para a criação das colônias agrícolas. O psiquiatra Juliano
Moreira foi um dos seus teóricos mais importantes.
Outra proposta terapêutica, que surgiu nos anos 10-20 foi a assistência hetero-familiar (A.H.F.), que se
desenvolveu junto às colônias agrícolas e tinham como objetivo proporcionar aos internos um convívio familiar,
com famílias “adotivas” chamadas de famílias nutrícias. No entanto, essas propostas foram implantadas apenas
em alguns locais e não apresentaram muitos resultados. Já em 1916, o Código Civil prescrevia a interdição civil e
a conseguinte curatela aos “loucos” de todo os gêneros.
Nas décadas de 40 e 50, o discurso organicista passou a ser predominante. Ou seja, acreditou-se que as causas
da doença mental eram orgânicas, ou físicas. Surgiram as terapias biológicas, como a eletroconvulsoterapia
(E.C.T.), as psicocirurgias e já na metade da década de 50, os psicofármacos.
No fim da década de 1980, a partir das transformações sociais e políticas que vinham acontecendo no campo da
psiquiatria, em países da Europa (Inglaterra, França e principalmente Itália) e nos Estados Unidos da América,
inicia-se no Brasil o movimento da Reforma Psiquiátrica. Este movimento recebeu esta denominação por
apresentar e desencadear mudanças que vão muito além da mera assistência em saúde mental. Estas vêm
ocorrendo nas dimensões jurídicas, políticas, sócio-culturais e teóricas.
A LEGISLAÇÃO DA REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA
A legislação brasileira que trata da questão dos direitos e da assistência dos usuários dos serviços de saúde
mental foi sancionada em 6 de abril de 2001 e foi o resultado da iniciativa conjunta dos trabalhadores de saúde
mental, dos usuários, da população solidária, do poder legislativo e do Ministério da Saúde. O modelo anterior,
amparado pelo decreto de 3 de julho de 1934, colocava o hospital psiquiátrico como o local de tratamento
adequado aos doentes mentais, proibia o seu atendimento em hospitais gerais e não lhes assegurava direitos ou
proteção.
O projeto de Lei do deputado Paulo Delgado tramitou por dez anos, sofreu modificações e se adaptou ao conjunto
de forças democráticas que compõem nosso país. O resultado, a lei 10216, foi sancionada pelo Presidente da
República em 6 de abril de2001.
Outra portaria importante é a nº106/2000, que cria os Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental e os
define como “moradias ou casas inseridas, preferencialmente, na comunidade, destinadas a cuidar dos portadores
de transtornos mentais, egressos de internações psiquiátricas de longa permanência, que não possuam suporte
social e laços familiares e, que viabilizem sua inserção social”. Esse tipo de serviço é também conhecido como
Pensão Protegida, e é definido que, para cada paciente transferido do Hospital para a Residência.
Os Serviços Residenciais devem abrigar um número máximo de oito usuários (até três por dormitório) e ter uma
equipe técnica composta de, no mínimo, um profissional de nível superior, da área da saúde com formação ou
experiência na área de saúde mental, e dois profissionais de nível médio, com experiência e/ou capacitação
específica em reabilitação psicossocial.
A LEI 10.216
Esta lei propõe a extinção progressiva dos manicômios (instituições fechadas) e sua substituição por instituições
abertas, tais como: unidades de Saúde Mental em hospital geral, emergência psiquiátrica em pronto socorro geral,
unidade de atenção intensiva em Saúde Mental em regime de hospital-dia, Centros de Atenção Psicossocial
(CAPS), serviços territoriais que funcionem 24 horas (NAPS), pensões protegidas, lares abrigados, centros de
convivência, cooperativas de trabalho e outros serviços que preservem a integridade do cidadão.
Prevê que o usuário tem o direito de receber o maior número de informação a respeito de sua doença e de seu
tratamento. A família é levada a refletir sobre o seu papel no processo de reintegração deste indivíduo, embora
existam famílias que continuem achando a internação uma solução. Inibe a construção de novos hospitais

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Saúde Mental

psiquiátricos e a contratação ou financiamento de novos leitos nesta área pelo poder público, utilizando critérios
rígidos e atrelando sua aprovação a comissões intergestoras e de controle social dos três níveis de gestão do
SUS.
o
LEI N 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001
Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo
assistencial em saúde mental.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
o
Art. 1 Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental, de que trata esta Lei, são
assegurados sem qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção
política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu
transtorno, ou qualquer outra.
o
Art. 2 Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus familiares ou responsáveis
serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no parágrafo único deste artigo.
Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental:
I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades;
II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua
recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade;
III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;
IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas;
V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização
involuntária;
VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;
VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento;
VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;
IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.
o
Art. 3 É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde mental, a assistência e a promoção
de ações de saúde aos portadores de transtornos mentais, com a devida participação da sociedade e da família, a
qual será prestada em estabelecimento de saúde mental, assim entendidas as instituições ou unidades que
ofereçam assistência em saúde aos portadores de transtornos mentais.
o
Art. 4 A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra-hospitalares se
mostrarem insuficientes.
o
§ 1 O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente em seu meio.
o
§ 2 O tratamento em regime de internação será estruturado de forma a oferecer assistência integral à pessoa
portadora de transtornos mentais, incluindo serviços médicos, de assistência social, psicológicos, ocupacionais, de
lazer, e outros.
o
§ 3 É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais em instituições com características
o
asilares, ou seja, aquelas desprovidas dos recursos mencionados no § 2 e que não assegurem aos pacientes os
o
direitos enumerados no parágrafo único do art. 2 .
o
Art. 5 O paciente há longo tempo hospitalizado ou para o qual se caracterize situação de grave dependência
institucional, decorrente de seu quadro clínico ou de ausência de suporte social, será objeto de política específica
de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida, sob responsabilidade da autoridade sanitária competente e
supervisão de instância a ser definida pelo Poder Executivo, assegurada a continuidade do tratamento, quando
necessário.
o
Art. 6 A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo médico circunstanciado que caracterize os
seus motivos.
Parágrafo único. São considerados os seguintes tipos de internação psiquiátrica:
I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário;
II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiro; e
III - internação compulsória: aquela determinada pela Justiça.
o
Art. 7 A pessoa que solicita voluntariamente sua internação, ou que a consente, deve assinar, no momento da
admissão, uma declaração de que optou por esse regime de tratamento.
Parágrafo único. O término da internação voluntária dar-se-á por solicitação escrita do paciente ou por
determinação do médico assistente.
o
Art. 8 A internação voluntária ou involuntária somente será autorizada por médico devidamente registrado no
Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se localize o estabelecimento.
o
§ 1 A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e duas horas, ser comunicada ao Ministério
Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no qual tenha ocorrido, devendo esse mesmo
procedimento ser adotado quando da respectiva alta.
o
§ 2 O término da internação involuntária dar-se-á por solicitação escrita do familiar, ou responsável legal, ou
quando estabelecido pelo especialista responsável pelo tratamento.

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Saúde Mental
o
Art. 9 A internação compulsória é determinada, de acordo com a legislação vigente, pelo juiz competente, que
levará em conta as condições de segurança do estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente, dos demais
internados e funcionários.
Art. 10. Evasão, transferência, acidente, intercorrência clínica grave e falecimento serão comunicados pela direção
do estabelecimento de saúde mental aos familiares, ou ao representante legal do paciente, bem como à
autoridade sanitária responsável, no prazo máximo de vinte e quatro horas da data da ocorrência.
Art. 11. Pesquisas científicas para fins diagnósticos ou terapêuticos não poderão ser realizadas sem o
consentimento expresso do paciente, ou de seu representante legal, e sem a devida comunicação aos conselhos
profissionais competentes e ao Conselho Nacional de Saúde.
Art. 12. O Conselho Nacional de Saúde, no âmbito de sua atuação, criará comissão nacional para acompanhar a
implementação desta Lei.
Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
o o
Brasília, 6 de abril de 2001; 180 da Independência e 113 da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Jose Gregori
José Serra
Roberto Brant
(DOU 09/04/2001)

PORTARIA MS Nº 106, DE 11 DE FEVEREIRO DE 2000


O Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas atribuições, considerando:
A necessidade da reestruturação do modelo de atenção ao portador de transtornos mentais, no âmbito do Sistema
Único de Saúde - SUS;
A necessidade de garantir uma assistência integral em saúde mental e eficaz para a reabilitação psicossocial;
A necessidade da humanização do atendimento psiquiátrico no âmbito do SUS, visando à reintegração social do
usuário;
A necessidade da implementação de políticas de melhoria de qualidade da assistência à saúde mental,
objetivando à redução das internações em hospitais psiquiátricos, resolve:
Art. 1º Criar os Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental, no âmbito do Sistema Único de Saúde, para
o atendimento ao portador de transtornos mentais.
Parágrafo único. Entende-se como Serviços Residenciais Terapêuticos, moradias ou casas inseridas,
preferencialmente, na comunidade, destinadas a cuidar dos portadores de transtornos mentais, egressos de
internações psiquiátricas de longa permanência, que não possuam suporte social e laços familiares e, que
viabilizem sua inserção social.
Art.2º Definir que os Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental constituem uma modalidade
assistencial substitutiva da internação psiquiátrica prolongada, de maneira que, a cada transferência de paciente
do Hospital Especializado para o Serviço de Residência Terapêutica, deve-se reduzir ou descredenciar do SUS,
igual n.º de leitos naquele hospital, realocando o recurso da AIH correspondente para os tetos orçamentários do
estado ou município que se responsabilizará pela assistência ao paciente e pela rede substitutiva de cuidados em
saúde mental.
Art. 3º Definir que aos Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental cabe :
a) garantir assistência aos portadores de transtornos mentais com grave dependência institucional que não
tenham possibilidade de desfrutar de inteira autonomia social e não possuam vínculos familiares e de moradia;
b) atuar como unidade de suporte destinada, prioritariamente, aos portadores de transtornos mentais submetidos a
tratamento psiquiátrico em regime hospitalar prolongado;
c) promover a reinserção desta clientela à vida comunitária.
Art. 4º Estabelecer que os Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental deverão ter um Projeto
Terapêutico baseado nos seguintes princípios e diretrizes:
a) ser centrado nas necessidades dos usuários, visando à construção progressiva da sua autonomia nas
atividades da vida cotidiana e à ampliação da inserção social;
b) ter como objetivo central contemplar os princípios da reabilitação psicossocial, oferecendo ao usuário um amplo
projeto de reintegração social, por meio de programas de alfabetização, de reinserção no trabalho, de mobilização
de recursos comunitários, de autonomia para as atividades domésticas e pessoais e de estímulo à formação de
associações de usuários, familiares e voluntários.
c) respeitar os direitos do usuário como cidadão e como sujeito em condição de desenvolver uma vida com
qualidade e integrada ao ambiente comunitário.
Art. 5º Estabelecer como normas e critérios para inclusão dos Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde
Mental no SUS.
a) serem exclusivamente de natureza pública;
b) a critério do gestor local, poderão ser de natureza não governamental, sem fins lucrativos, devendo para isso ter
Projetos Terapêuticos específicos, aprovados pela Coordenação Nacional de Saúde Mental;
c) estarem integrados à rede de serviços do SUS, municipal, estadual ou por meio de consórcios intermunicipais,

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cabendo ao gestor local a responsabilidade de oferecer uma assistência integral a estes usuários, planejando as
ações de saúde de forma articulada nos diversos níveis de complexidade da rede assistencial;
d) estarem sob gestão preferencial do nível local e vinculados, tecnicamente, ao serviço ambulatorial
especializado em saúde mental mais próximo;
e) a critério do Gestor municipal/estadual de saúde os Serviços Residenciais Terapêuticos poderão funcionar em
parcerias com organizações não governamentais ( ONGs) de saúde, ou de trabalhos sociais ou de pessoas físicas
nos moldes das famílias de acolhimento, sempre supervisionadas por um serviço ambulatorial especializado em
saúde mental.
Art. 6º Definir que são características físico-funcionais dos Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental:
6.1 apresentar estrutura física situada fora dos limites de unidades hospitalares gerais ou especializadas seguindo
critérios estabelecidos pelos gestores municipais e estaduais;
6.2 existência de espaço físico que contemple de maneira mínima:
6.2.1 dimensões específicas compatíveis para abrigar um número de no máximo 08 (oito) usuários, acomodados
na proporção de até 03 (três) por dormitório.
6.2.2 sala de estar com mobiliário adequado para o conforto e a boa comodidade dos usuários;
6.2.3 dormitórios devidamente equipados com cama e armário;
6.2.4 copa e cozinha para a execução das atividades domésticas com os equipamentos necessários (geladeira,
fogão, filtros, armários, etc.);
6.2.5 garantia de, no mínimo, três refeições diárias, café da manhã, almoço e jantar.
Art. 7º Definir que os serviços ambulatoriais especializados em saúde mental, aos quais os Serviços Residenciais
Terapêuticos estejam vinculados possuam equipe técnica que atuará na assistência e supervisão das atividades,
constituída, no mínimo, pelos seguintes profissionais:
a) 01 (um) profissional de nível superior da área de saúde com formação, especialidade ou experiência na área de
saúde mental;
b) 02 (dois) profissionais de nível médio com experiência e/ou capacitação específica em reabilitação psicossocial
Art.8º Determinar que cabe ao gestor municipal /estadual do SUS identificar os usuários em condições de serem
beneficiados por esta nova modalidade terapêutica, bem como instituir as medidas necessárias ao processo de
transferência dos mesmos dos hospitais psiquiátricos para os Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde
Mental.
Art. 9º Priorizar, para a implantação dos Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental, os municípios
onde já existam outros serviços ambulatoriais de saúde mental de natureza substitutiva aos hospitais psiquiátricos,
funcionando em consonância com os princípios da II Conferência Nacional de Saúde Mental e contemplados
dentro de um plano de saúde mental, devidamente discutido e aprovado nas instâncias de gestão pública.
Art. 10 Estabelecer que para a inclusão dos Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental no Cadastro do
SUS, deverão ser cumpridas as normas gerais que vigoram para cadastramento no Sistema Único de Saúde e a
apresentação de documentação comprobatória aprovada pelas Comissões Intergestores Bipartite.
Art.11 Determinar o encaminhamento por parte das Secretarias Estaduais e Municipais, ao Ministério da Saúde
Secretaria de Políticas de Saúde - Área Técnica da Saúde Mental, a relação dos Serviços Residenciais
Terapêuticos em Saúde Mental cadastrados no estado, bem como a referência do serviço ambulatorial e a equipe
técnica aos quais estejam vinculados, acompanhado das FCA- Fichas de Cadastro Ambulatorial e a atualização
da FCH- Ficha de Cadastro Hospitalar com a redução do número de leitos psiquiátricos, conforme Artigo 2º desta
portaria.
Art.12 Definir que as Secretarias Estaduais e Secretarias Municipais de Saúde, com apoio técnico do Ministério da
Saúde, deverão estabelecer rotinas de acompanhamento, supervisão, controle e avaliação para a garantia do
funcionamento com qualidade dos Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental.
Art.13 Determinar que as Secretarias de Assistência à Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde e a Secretaria
Executiva, no prazo de 30 ( trinta) dias, mediante ato conjunto, regulamentem os procedimentos assistenciais dos
Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental.
Art. 14 Definir que cabe aos gestores de saúde do SUS emitir normas complementares que visem a estimular as
políticas de intercâmbio e cooperação com outras áreas de governo, Ministério Público, Organizações Não
Governamentais, no sentido de ampliar a oferta de ações e de serviços voltados para a assistência aos portadores
de transtornos mentais, tais como: desinterdição jurídica e social, bolsa-salário ou outra forma de benefício
pecuniário, inserção no mercado de trabalho.
Art. 15 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
JOSÉ SERRA
AS CONFERÊNCIAS DE SAÚDE
1 - Conferência Regional para a Reestruturação da Assistência Psiquiátrica – ocorrida em 1990 aconteceu em
Caracas, Venezuela, tendo a participação de diversas associações relacionadas com a área, juristas, membros
dos parlamentos e delegações técnicas de países latino-americanos. Como resultado de todos os trabalhos,
redigiu-se um documento denominado Declaração de Caracas, que direciona o processo de reestruturação na
América Latina. a assistência psiquiátrica tradicional, tendo o hospital psiquiátrico como única modalidade de
atendimento, não permite alcançar os objetivos compatíveis com um atendimento comunitário, descentralizado,

7
Saúde Mental

participativo, integral, contínuo e preventivo. os países devem procurar assegurar o respeito aos direitos humanos
e civis dos doentes mentais, e promover a organização de serviços comunitários de saúde mental que venham a
garantir o cumprimento dessa legislação.
2 - 2ª Conferência Nacional de Saúde Mental - aconteceu em 1992, e teve como principal inovação a participação
efetiva dos usuários e familiares, além dos técnicos e da sociedade em geral. Definiu a equipe de saúde como
necessariamente multiprofissional, integrada por profissionais de outros campos do conhecimento e articulada
com os setores populares, livre do tradicional loteamento de funções e marcada por uma participação mais efetiva
dos auxiliares e atendentes. A equipe de saúde adquiriu um perfil diferente. O papel dos profissionais de nível
médio, por exemplo, passou a ser reconhecido como de grande valor.
3 - 3ª Conferência Nacional de Saúde Mental – ocorrida de 11 a 15 de dezembro de 2001, discutiu-se as
mudanças do modelo assistencial: a organização da rede de serviços, a capacitação de recursos humanos e a
garantia dos direitos dos usuários.
4 - Ministério da Saúde - em 1994, instituiu um novo modelo de atenção à saúde da população que busca a
reorientação do modelo tradicional vigente, o qual está centrado no Programa de Saúde da Família. Desta forma,
a família foi eleita em seu contexto sociocultural, como núcleo básico no atendimento à saúde.
FATORES PREDISPONENTES A TRANSTORNOS MENTAIS
FATORES BIOLÓGICOS
a) Fatores genéticos ou hereditários
Os avanços da Medicina têm permitido identificar alguns genes que possam ter influência no desenvolvimento de
transtornos mentais.
b) Fatores pré-natais
As condições de gestação, dentre eles os fatores emocionais, econômicos e sociais, o consumo de álcool, drogas,
cigarro e de alguns tipos de medicação podem prejudicar a formação do bebê, gerando problemas futuros
c) Fatores peri-natais
O bebê pode sofrer danos neurológicos devido a traumatismos ou falta de oxigenação do tecido cerebral que
podem formar a base para futuros transtornos psiquiátricos.
d) Fatores neuro-endocrinológicos
As mudanças hormonais podem influenciar nosso estado de humor e deflagrar até mesmo estados psicóticos
como é o caso da psicose puerperal ou da tensão pré-menstrual (TPM).
e) Fatores ligados a doenças orgânicas
O transtorno mental pode também aparecer como conseqüência de determinada doença orgânica, tal como
infecções, traumatismos, vasculopatias, intoxicações, abuso de substâncias e qualquer agente nocivo que afete o
sistema nervoso central.
FATORES AMBIENTAIS
a) Sociais
Todas as interações que temos com o outro, nossas relações pessoais, profissionais e com outros grupos.
b) Culturais
Todo o sistema de regras no qual estamos envolvidos nos dá a noção de certo e errado, de bom e mau
c) Econômicos
A miséria, aliada à baixa escolaridade, pode levar ao aumento da criminalidade e esta ao aumento de tensão em
nosso dia-a-dia.
FATORES EMOCIONAIS OU PSICOLÓGICOS
As interações que estabelecemos com o mundo, a partir de nosso nascimento, serão formadoras da
personalidade. A repetição constante à frustração, por períodos prolongados, pode levar o indivíduo, no futuro, a
desenvolver uma série de transtornos mentais.
DIREITOS DO CLIENTE
• Ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades;
• Ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua
recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade;
• Ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;
• Ter garantia de sigilo nas informações prestadas;
• Ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização
involuntária;
• Ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;
• Receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento;
• Ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;
• Ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de Saúde Mental”.
A INTERNAÇÃO
Só poderá se dar quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.

8
Saúde Mental

Tipos de internação
• Voluntária, aquela consentida pelo usuário;
• Involuntária, aquela a pedido de terceiro,sem consentimento do usuário;
• Compulsória, aquela determinada pela justiça .
A internação involuntária a pedido da família deve ser comunicada ao Ministério Público, à autoridade sanitária e
ao Conselho Local de Saúde no prazo de 48 h. Deve também ser composta uma comissão interdisciplinar com
integrantes da administração pública, de entidades profissionais, de usuários e da sociedade civil, para avaliar a
pertinência legal da internação.
LEI N° 10.708, DE 31 DE JULHO DE 2003
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1° Fica instituído o auxílio-reabilitação psicossocial para assistência, acompanhamento e integração social,
fora de unidade hospitalar, de pacientes acometidos de transtornos mentais, internados em hospitais ou unidades
psiquiátricas, nos termos desta Lei.
Parágrafo único. O auxílio é parte integrante de um programa de ressocialização de pacientes internados em
hospitais ou unidades psiquiátricas, denominado "De Volta Para Casa", sob coordenação do Ministério da Saúde.
Art. 2° O benefício consistirá em pagamento mensal de auxílio pecuniário, destinado aos pacientes egressos de
internações, segundo critérios definidos por esta Lei.
§ 1° É fixado o valor do benefício de R$ 240,00 (duzentos e quarenta reais), podendo ser reajustado pelo Poder
Executivo de acordo com a disponibilidade orçamentária.
§ 2° Os valores serão pagos diretamente aos beneficiários, mediante convênio com instituição financeira oficial,
salvo na hipótese de incapacidade de exercer pessoalmente os atos da vida civil, quando serão pagos ao
representante legal do paciente.
§ 3° O benefício terá a duração de um ano, podendo ser renovado quando necessário aos propósitos da
reintegração social do paciente.
Art. 3° São requisitos cumulativos para a obtenção do benefício criado por esta Lei que:
O paciente seja egresso de internação psiquiátrica cuja duração tenha sido, comprovadamente, por um período
igual ou superior a dois anos;
A situação clínica e social do paciente não justifique a permanência em ambiente hospitalar, indique tecnicamente
a possibilidade de inclusão em programa de reintegração social e a necessidade de auxílio financeiro;
Haja expresso consentimento do paciente, ou de seu representante legal, em se submeter às regras do programa;
Seja garantida ao beneficiado a atenção continuada em saúde mental, na rede de saúde local ou regional.
§ 1° O tempo de permanência em Serviços Residenciais Terapêuticos será considerado para a exigência temporal
do inciso I deste artigo.
§ 2° Para fins do inciso I, não poderão ser considerados períodos de internação os de permanência em orfanatos
ou outras instituições para menores, asilos, albergues ou outras instituições de amparo social, ou internações em
hospitais psiquiátricos que não tenham sido custeados pelo Sistema Único de Saúde - SUS ou órgãos que o
antecederam e que hoje o compõem.
§ 3° Egressos de Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico poderão ser igualmente beneficiados,
procedendo-se, nesses casos, em conformidade com a decisão judicial.
Art. 4° O pagamento do auxílio-reabilitação psicossocial será suspenso:
quando o beneficiário for reinternado em hospital psiquiátrico;
quando alcançados os objetivos de reintegração social e autonomia do paciente.
Art. 5° O pagamento do auxílio-reabilitação psicossocial será interrompido, em caso de óbito, no mês seguinte ao
do falecimento do beneficiado.
Art. 6° Os recursos para implantação do auxílio-reabilitação psicossocial são os referidos no Plano Plurianual
2000-2003, sob a rubrica "incentivo-bônus", ação 0591 do Programa Saúde Mental no 0018.
§ 1° A continuidade do programa será assegurada no orçamento do Ministério da Saúde.
§ 2° O aumento de despesa obrigatória de caráter continuado resultante da criação deste benefício será
compensado dentro do volume de recursos mínimos destinados às ações e serviços públicos de saúde, conforme
disposto no art. 77 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
Art. 7° O controle social e a fiscalização da execução do programa serão realizados pelas instâncias do SUS.
Art. 8° O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei.
Art. 9° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 31 de julho de 2003; 182° da Independência e 115° da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Humberto Sérgio Costa Lima
Ricardo José Ribeiro Berzoini

9
Saúde Mental

SETORES DE ATENDIMENTO EM SAÚDE MENTAL


1 - HOSPITAIS-DIA
Locais onde o paciente passa um período limitado (algumas horas durante o dia) sem se afastar de seu meio
social, familiar, de trabalho ou acadêmico, prevenindo assim a reclusão e a marginalização do paciente, ao mesmo
tempo em que proporciona a sua reabilitação e reinserção social.
Dispõe de um programa terapêutico que dá ênfase a manifestações clínicas e terapêuticas.
Atividades terapêuticas:
• Reuniões matinais
• Sessões de expressão corporal, musicoterapia e dramatização, mobilização corporal e psicomotricidade
• Assembléia de grupo terapêutico
• Psicoterapia de grupo
• Psicodrama
• Dinâmica de grupos ou grupos de discussão
• Atividades de animação sociocultural
• Oficinas de expressão plástica
• Psicoterapia individual.
• Intervenções familiares
• Tratamento psicofarmacológico
2 - LARES ABRIGADOS
Locais onde podem viver ou morar um grupo de portadores de transtornos mentais num clima familiar, sob tutela
de uma equipe assistencial, por um período mais ou menos longo. É totalmente integrado à comunidade e permite
uma vida autônoma.
3 - CAPS (CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL)
Forma de assistência do SUS para problemas de Saúde Mental individual ou coletiva que se distingue
principalmente pelo acesso local. Atua através de Oficinas onde realizam-se trabalhos manuais e artísticos que
proporcionam ao usuário via de acesso à expressão de seus sentimentos, emoções, criatividade.
AMBIENTE TERAPÊUTICO
É aquele em que o indivíduo consegue se sentir bem e seguro, física e psicologicamente, e que ao mesmo tempo
estimule a recuperação da saúde.
• Planta física - deve ser arejado e de preferência amplo e bem iluminado, de modo a transmitir sensação de
segurança e bem-estar.
• Higiene ambiental - é importante que ela mantenha se não somente pela questão do bem-estar, mas também
para evitar surtos de doenças infecto-parasitárias e infestações.
• Arrumação e decoração – evitar excesso de mobília, objetos e adornos que possam por em risco a segurança,
assim como objetos ou imagens religiosas ou ritualistas.
• Som ambiente - a escolha de músicas, bem como o momento de utilizá-las, deve sempre ser orientada por um
profissional competente
• Atividades - mantém-se em atividades como reunião de grupo, exercício físicos, trabalhos manuais e outros.
EQUIPE TERAPÊUTICA
Na equipe básica encontram-se o enfermeiro, médico, psicólogo, psiquiatra, assistente social, técnico de
enfermagem. Pode contar ainda com terapeuta ocupacional, nutricionista, professores de Educação Física,
musicoterapeuta, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, animador sociocultural, artista plástico etc.
A chave de um ambiente terapêutico está no estabelecimento de uma relação de confiança entre a equipe
terapêutica e os pacientes.
PRINCIPIOS DE ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL
• O cliente dever ser visto como um ser holístico, com uma multiplicidade de carências inter-relacionadas e
interdependentes
• As qualidades e recursos devem ser enfatizados e não as fraquezas e deficiências do cliente
• Estabelecer relacionamento com a maioria dos clientes, senão todos;
• Explorar o comportamento do cliente em busca da carência que pretende satisfazer ou da mensagem que está
comunicando;
• Observar o comportamento do cliente de forma não crítica, enquanto o ajuda a aprender adaptações mais
efetivas.
INTERAÇÕES ENFERMAGEM – CLIENTE
Atribuições da Enfermagem
• Estar com o paciente
• Ouvir o paciente
• Respeitar seus direitos e vontades
• Chamá-lo pelo nome

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Saúde Mental

• Atentar para a comunicação (verbal e não-verbal)


• Administrar medicamentos
• Dar cuidados físicos
• Acompanhá-lo nas atividades ocupacionais e lúdicas
O TÉCNICO DE ENFERMAGEM NA EQUIPE DE SAÚDE MENTAL
As funções do técnico de enfermagem não são diferentes porque eles atuam numa equipe de Saúde Mental.
Promover o conforto do paciente, atender suas necessidades básicas, prevenir agravos são questões sempre
presentes em sua atuação, seja lá em que setor esteja.
Porém, muitas vezes, pode estar percebendo detalhes relativos ao paciente que os outros membros da equipe
podem não ter captado. As observações do técnico de enfermagem são importantíssimas para o tratamento do
paciente. Integrar-se à equipe, modificando esse papel tão comum de “cumpridor de tarefas”, é necessário; e, em
Saúde Mental, poderia se dizer que é essencial. Conscientizar-se de seu grau de importância numa equipe, não
como cumpridor de tarefas, mas como membro atuante e indispensável na recuperação do paciente e prevenção
de surtos ou desenvolvimento de transtornos, é, para o técnico de enfermagem, a maneira de humanizar-se.
RELAÇÕES TERAPÊUTICAS
Objetivos
• Ajudar o indivíduo a aumentar sua auto-estima e sentimentos de valor pessoal
• Melhorar sua capacidade para relacionar-se com os outros
• Melhorar sua capacidade de trabalhar e viver de forma mais atuante na comunidade
Características
• As necessidades físicas do paciente são satisfeitas
• O cliente é respeitado como um indivíduo que possui direitos, necessidades e opiniões, sendo encorajado a
expressá-los;
• A autoridade para tomar decisões está claramente definida e é distribuída apropriadamente entre os pacientes e
a equipe;
• O cliente é protegido de causar ferimentos a si e aos outros, mas sofrendo aquelas restrições necessárias que
permitam essa proteção;
• O paciente recebe crescentes oportunidades para a liberdade de escolha, de acordo com sua capacidade para
tomar decisões
• Toda a equipe, em particular a enfermagem, permanece constante
• Oferece espaço para testes que possam estabelecer novos padrões de comportamento;
• Dá ênfase a interação social entre clientes e a equipe, sendo que a estrutura física e aparência do ambiente
facilitam essa interação;
• A programação é estruturada, mas flexível.
APOIO AO PACIENTE
• Escuta - É muito importante que você escute o que o paciente tem a dizer, mostrando-se receptivo, olhando-o
numa atitude aberta, de modo que ele perceba a sua importância.
• Paráfrase - Consiste em repetir ao paciente o conteúdo do que disse, com o objetivo de fazê-lo tomar
consciência do que falou.
• Clarificação - Pode-se pedir ao paciente que torne a mensagem mais clara, para que se compreenda o que foi
dito ou para complementar uma idéia exposta.
• Frases por repetição - Quando um paciente fica bloqueado, pode-se repetir uma palavra ou uma frase no
decorrer da conversa para convidá-lo a falar mais.
• Silêncio - É uma pausa mais ou menos longa na conversação que deve ser respeitada para que o paciente
possa refletir.
• Propostas abertas - Trata-se de permitir que o paciente conduza e escolha o assunto.
APOIO À FAMÍLIA DO DOENTE MENTAL
Qualquer tentativa de tratar o indivíduo isoladamente de sua família é inútil para ele, pois os principais passos para
a promoção da saúde mental e seu tratamento devem ser planejados dentro do contexto familiar, pois, quando
uma pessoa apresenta um problema mental não apenas ela sofre, mas também toda a sua família e, assim,
ambos precisam de apoio e acompanhamento.
O entendimento da família apresenta-se sob os mais variados tipos: há a família chamada nuclear, composta pelo
pai, mãe e filhos e a extensa ou ramificada, quando diferentes gerações são incluídas. Algumas delas incluem,
entre seus membros, também as pessoas com quem mantêm estreitos laços afetivos, enquanto que outras
pessoas definem como família apenas seu círculo de amigos íntimos com os quais não possuem nenhuma
consangüinidade.
As famílias demonstram dificuldades em lidar com a noção de doença mental, ou seja, pedem esclarecimentos
sobre a mesma e orientações sobre o relacionamento no domicílio.
Outros aspectos observados dizem respeito à sobrecarga que os familiares vivenciam em relação às condições
precárias de moradia, desemprego e atividade para o doente mental na comunidade.

11
Saúde Mental

Investindo nas potencialidades da família, ela poderá lidar com as condições que a doença mental lhes impõe,
valendo-se dos recursos comunitários disponíveis, tais como: serviços de saúde mental, rede básica de saúde,
agências sociais, instituições civis, associações de familiares e famílias e associações de usuários, que constituem
a ampla rede social de apoio.
TRATAMENTO
Classificação
• Somáticos - incluem as terapias medicamentosas e eletroconvulsivantes.
• Psicoterapêuticos - incluem as terapias psicossociais - psicoterapia (individual, em grupo ou familiar), as
técnicas de terapia comportamental (como os métodos de relaxamento e a hipnose) e a hipnoterapia.
1 – SOMÁTICO
A) MEDICAMENTOSO
Os psicofármacos são drogas cujo principal uso é modificar as funções psíquicas, normais ou alteradas. Portanto,
não curam o doente mental, apenas diminuem seu sofrimento. Para atuar no psiquismo, os psicofármacos
precisam vencer uma série de barreiras até atingir o SNC. A área onde irão atuar está intimamente ligada aos
efeitos que produzem, sejam eles desejáveis ou não.
Tipos
a) Psicolépticos - são drogas que atuam diminuindo a atividade psíquica normal ou alterada.
• Hipnóticos – induzem o sono (Pentobarbital®, Flurazepan®, Nitrazepan®, Metaqualona®, Trazolan®),
• Ansiolíticos - aliviam ansiedade e tensão sem interferir excessivamente em outras funções cerebrais.
(Diazepan®, Lorazepan®, Meprobamato®)
Efeitos colaterais
• Sonolência • Perda de coordenação • Fadiga • Passam no leite materno
• Mal formações fetais • Confusão mental • Lentidão
• Antipsicóticos ou Neurolépticos - reduzem sintomas psicóticos como alucinações e idéias delirantes
(Clorpromazina®, Haloperidol®, Reserpina®, Tioridazina®, Flufenazina®, Pipotiazina®, Tiotixene®).
Efeitos colaterais
• Retinite pigmentosa • Agranulocitose • Xerostomia (secura excessiva da boca)
• Náuseas e vômitos • Disfagia • Impotência ou alterações de ejaculação
• Esofagite de refluxo • Hipersalivação • Síndrome neuroléptica maligna
• Hiponatremia • Icterícia • Priapismo (ereção do pênis por período prolongado)
• Sedação, • Urticária • Distúrbios de ritmo cardíaco
• Tontura • Edema • Manchas avermelhadas
• Incontinência urinária • Galactorréia • Retenção urinária
• Distonia aguda • Amenorréia • Constipação intestinal
• Acatisia • Convulsões • Síndrome parksoniana
• Discinesia tardia • Poliúria • Hipotensão ortostática
Observação
A Síndrome Neuroléptica maligna se caracteriza por hipertermia,alteração do nível de ,hipertensão, taquicardia,
taquipnéia, leucocitose e aumentos dos níveis de creatinina no sangue.
Cuidados de Enfermagem
• Avaliar para ver se há alterações ortostáticas na pressão arterial e orientar o paciente: Ao levantar-se da cama
ou de uma cadeira, fazê-lo lentamente. Sentar-se ao lado da cama por alguns poucos minutos, balançando as
pernas.
• Orientar o paciente:
• Escovar os dentes, após cada refeição, com uma pasta de dente fluoretada.
• Lavar a boca freqüentemente.
• Limitar as bebidas cafeinadas ou alcoólicas, pois elas podem ser desidratantes.
• Parar de fumar devido à irritação da mucosa oral.
• Chupar bala ou mastigar chiclete dietético; evitar bombons açucarados a fim de reduzir o risco de infecções
fúngicas e de cáries dentárias.
• Evitar os alimentos secos ou condimentados.
• Beber líquidos entre as refeições, a não ser que esteja recebendo uma dieta com restrição específica a eles.
• Evitar as bebidas ácidas, em virtude da irritação potencial.
• Utilizar temperos, sucos ou molhos (se permitidos) para umedecer o alimento.
• Comer alimentos ricos em substâncias de fácil digestão: frutas, vegetais (por exemplo: folhas verdes) para
aumentar a massa fecal e ajudar a amolecer as fezes.
• Comer frutas secas, tais como ameixas ou tâmaras, por causa de seu efeito laxante.
• Manter o nível de atividade dentro dos limites normais.

12
Saúde Mental

• Consultar o médico para determinar o uso apropriado de laxativos obtidos sem receita médica e/ou emolientes
fecais prescritos.
• Tranqüilizar o paciente.
• Avaliar a capacidade funcional
• Administrar a medicação prescrita
b) Psicanalépticos - são drogas que atuam aumentando a atividade psíquica normal ou diminuída.
• Psicoestimulantes - estimulam a vigília, combatendo a fadiga ou aumentando o desempenho. Causam
dependência psíquica e por isso seu uso deve ser restrito em Medicina. (Anfetamina®, Cafeína®,
Metanfetamina®)
Efeito colateral
• Suprimem a fome • Aumentam o estado de alerta e atenção • Suprimem o sono
• Suprimem a fadiga • Comportamento compulsivo estereotipado • Aumento de ansiedade
• Idéias de perseguição • Aumento do apetite sexual • Alucinações visuais
• Alucinações olfativas • Alucinações auditivas, • Alucinações táteis
• Antidepressivos - combate formas patológicas de depressão mental (Imipramina®, Amitriptilina®, Fenelzina®).
Efeitos Colaterais
• Passa para o leite materno. • Hipotensão postural • Boca seca,
• Ausência de orgasmo (anorgasmia), • Edema de membros, • Obstipação,
• Contrações musculares involuntárias (mioclonias), • Retenção urinária, • Obesidade,
• Diminuição da libido (desejo sexual), • Distúrbios da memória, • Daltonismo
• Crises hipertensivas espontâneas. • Piora de glaucoma, • Visão turva,
• Cefaléia occipital ou temporal, • Náuseas ou vômitos, • Taquicardia,
• Lesões cutâneas • Sudorese profusa, • Tontura,
• Galactorréia • Sedação, • Calor,
c) Psicodislépticos - são drogas que promovem o aparecimento de estados psíquicos anormais, como
alucinações, idéias delirantes ou euforia. Seu uso se dá habitualmente de forma ilegal.
• Euforizantes - produzem desinibição e euforia (álcool, cocaína, heroína)
Efeitos Colaterais
• Incoordenação motora • Efeito hipnótico • Taquicardia,
• Comprometimento da memória • Náuseas e vômitos • Sonolência,
• Dificuldade em tomar decisões • Sedação profunda • Coma
• Liberação da agressividade, • Distúrbios digestivos, • Morte
• Respiração superficial, • Miose (contração da pupila), • Anorexia,
• Hipotensão ortostática, • Diminuição da força muscular, • Insônia
• Diminuição da mobilidade intestinal • Vasodilatação • Apatia
• Alterações da sensopercepção, • Olhos vermelhos, • Emagrecimento
• Diminuição do senso de identidade • Idéias de perseguição, • Convulsões
• Alucinações visuais e auditivas. • Despersonalização, • Letargia
• Perda da noção de tempo e espaço • Distúrbios de pânico. • Obstipação.
• Perda da noção de forma e cores, • Idéias delirantes de grandeza • Hipertensão.
• Midríase (dilatação da pupila), • Hipertermia • Excitação
• Psicotogênicos ou psicodélicos - altera a percepção, fazendo com que o indivíduo perca muitas vezes o
contato com a realidade (canabinóis, LSD, mescalina, psilocibina).
d) Normalizadores psíquicos - não atuam sobre estados psíquicos normais, mas podem ser utilizados para
corrigir os estados psíquicos alterados.
• Eutímicos ou normalizadores do humor - atuam de duas formas diferentes: normalizando o humor ou
prevenindo distúrbios afetivos (sais de lítio) Durante o tratamento, é imprescindível que freqüentemente seja
feita dosagem sangüínea dos níveis de lítio, para determinar a dose ideal da medicação. Em doses baixas, pode
não surtir efeito; e, em doses altas, pode agravar os efeitos colaterais. A diferença entre uma dose alta e uma
dose baixa é mínima.
Efeitos colaterais
• Sonolência • Cansaço, • Aumento de peso • Vômitos • Poliúria.
• Fraqueza, • Polidipsia • Mãos tremulas • Hipotireoidismo • Náuseas
• Energizantes ou estimulantes da memória - diminuir os distúrbios psíquicos decorrentes do envelhecimento.
B) ELETROCONVULSOTERAPIA OU ELETROCHOQUE (ECT)
Consiste em fazer passar uma corrente elétrica pelo corpo, por meio de eletrodos colocados em uma ou ambas as
têmporas, produzindo alterações neuroquímicas e neuroendrócrinas. O tempo de aplicação é de 5 a 15 segundos,
não bastando apenas uma sessão. Normalmente são prescritas várias aplicações.

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Saúde Mental

A ECT é prescrita sempre pelo psiquiatra, e hoje em dia seu uso se restringe a casos de depressão grave que não
respondam a outras formas de tratamento e estados de grande agitação e desorganização.
É aplicado por uma equipe composta de psiquiatra, enfermeiro, anestesista e técnico de enfermagem.
É realizado em uma sala específica da unidade, que desde o início deve estar preparada para o caso de surgir
uma emergência, com medicações de urgência.
Material
• Aspirador, • Eletrocardiógrafo, • Protetor de língua • Material para infusão venosa,
• Desfibrilador, • Tubo endotraqueal, • Laringoscópio • Tubo de oxigênio com manômetro,
Cuidados de Enfermagem
• Manter jejum por pelo menos 4 horas.
• Administrar a medicação aproximadamente 30 minutos antes do procedimento.
• Solicitar que urine e evacue previamente.
• Oferecer mais conforto e evitar lesões corporais,
• Vesti-lo/a com pijama ou camisola larga,
• Pedir que retire grampos, jóias e/ou próteses
• Colocar protetor de língua
• Pedir ao paciente que se deite em decúbito dorsal sem travesseiro,
• Verificar os sinais vitais
• Untar as têmporas do paciente com geléia eletrolítica para instalação dos eletrodos e para melhor condução
elétrica,
• Auxiliar o anestesista na administração de anestésicos.
O ELETROCHOQUE
Imediatamente após a aplicação acontecem convulsões crônicas que podem ser acompanhadas de salivação,
lacrimejamento, sudorese e por vezes ejaculação e emissão de urina.
Cuidados de Enfermagem
• Proteger as articulações temporo-mandibular, escápulo-umeral, coxo-
femural e dos joelhos durante a
• Convulsão, para evitar luxações ou fraturas.
• Virar a cabeça do paciente para o lado, após a convulsão, mantendo as
vias respiratórias permeáveis, aspirando secreções e administrando
oxigênio.
• Permanecer junto ao paciente até que volte à consciência
• Manter em posição de segurança (de lado ou em sims) Eletrodos
• Verificar sinais vitais,
• Ajudá-lo a orientar-se ao acordar, pois seu estado de confusão dura
várias horas,
• Observar e registrar queixas de cefaléia, amnésia e confusão mental
• Ajudá-lo a levantar-se e verificar se há hipotensão postural.
• Deixá-lo dormir se desejar ou acompanhá-lo ao refeitório para o
desjejum. Cânula de Guedel

• Registrar todo o procedimento em prontuário,


• Recolher todo o material, enviá-lo à esterilização
• Deixar a sala de tratamento arrumada.
2 – PSICOTERAPÊUTICOS
O atendimento psicoterápico pode ser feito de forma individual em que o paciente fica sozinho com o terapeuta;
em grupo em que estes são relativamente pequenos, onde são tratadas não apenas as dificuldades de cada um,
mas também o relacionamento do grupo como um todo; em família, onde o atendimento é feito com o paciente e
sua família e voltado para o reestabelecimento do equilíbrio familiar; conjugal onde apenas o paciente e seu
cônjuge são atendidos.
TERAPIAS PSICOSSOCIAIS
Tipos
1 - PSICOTERAPIA (individual, em grupo ou familiar),
É o tratamento que o terapeuta aplica ao paciente através de técnicas psicológicas, fazendo uso sistemático da
relação terapeuta-paciente.
Classificação
• Dinâmica - deriva da psicanálise e a sua base é ajudar o paciente a compreender as estruturas e padrões
inconscientes que podem estar criando sintomas e dificuldades dificuldades de relacionamento.
• Cognitiva-comportamental - centraliza-se principalmente nas distorções do pensamento do paciente.
• Interpessoal - enfoca como uma perda ou uma alteração em uma relação afeta o paciente.
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Saúde Mental

• Comportamental - Visa ajudar os pacientes a modificarem as maneiras condicionadas de reagir a eventos que
ocorrem ao seu redor.
Características da Psicoterapia
• Empatia e aceitação das dificuldades do indivíduo
• Uma explicação para o sofrimento do indivíduo e um método para aliviá-lo
• Informações sobre a natureza e a origem dos problemas do indivíduo e a sugestão de possíveis alternativas
para tratá-los
• Um reforço das expectativas do indivíduo em relação à sua saúde através de uma relação confidencial e de
confiança com o terapeuta.
• Aumento do conhecimento das emoções por parte do indivíduo, que permite uma mudança de atitude e de
comportamento
2 - TERAPIA AMBIENTAL
São atividades desenvolvidas visando facilitar o relacionamento do cliente com os que o cercam.
Atividades
• Exercício de cidadania
• Contato entre homens e mulheres, e jovens e idosos;
• Respeito às normas comunitárias;
• Participação em atividades;
• Reuniões de convivência;
• Reuniões de grupo operativo;
• Discussões sobre a sua vida e a dos demais;
• Assumir a responsabilidade pelo seu próprio bem-estar e dos outros
3 - TERAPIAS PELA ATIVIDADE
Agrupa as atividades terapêuticas que usam a atividade do paciente como ponto principal.
Objetivos
• Manter o cliente ocupado
• Possibilidade de ocupar outros papéis além do de doente.
Tipos
Terapia Ocupacional – oferece ao cliente a oportunidade de exercitar maneiras mais criativas de se expressar –
através da pintura, modelagem, música, teatro, etc., de se relacionar com os outros e de tornar-se mais
independente e responsável.
Terapia Recreativa – desenvolve atividades esportivas, jogos de salão, de cartas, passeios, festas, etc
4 - HIPNOTERAPIA
A hipnose e hipnoterapia vêm sendo cada vez mais utilizadas no tratamento da dor e de distúrbios físicos que
possuem um componente psicológico. Essas técnicas podem promover o relaxamento e, conseqüentemente,
reduzem a ansiedade e a tensão.
EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA
Emergência psiquiátrica é uma situação de alteração no pensamento (delírio) ou alteração nas ações (atos
agressivos) que requer atendimento rápido, pois está associada a casos de risco de vida significativo para
pacientes ou para terceiros ou ainda situação de alteração nas condições mentais decorrente do uso de drogas.
As salas de emergência psiquiátrica são usadas igualmente por homens e mulheres, pessoas solteiras ou
casadas; cerca de 20% dos pacientes são suicidas e 10% são violentos. Os diagnósticos mais comuns envolvem
depressão e mania, esquizofrenia e dependência de álcool. Cerca de 40% dos pacientes atendidos em
emergências psiquiátricas necessitam de internação.
Nas salas não devem ter objetos perfurocortantes ou objetos que podem se transformar em armas e serem
usados contra o outro no momento da raiva.
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA NA EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA
Junto com o tratamento de emergência cabe à Enfermagem fazer uma avaliação padronizada e inicial do estado
psíquico, já que é responsável, em casos de agitação psicomotora, por técnicas de contenção, sejam
medicamentosas ou físicas, nas quais o contato físico é inevitável. Além disso, geralmente é este grupo que
circula com o paciente nas dependências da unidade hospitalar, quando este submete-se a exames
complementares.
Geralmente os pacientes agitados portadores de transtornos mentais são excessivamente sedados, e podem
necessitar emergencialmente de proteção de vias aéreas por conta dos riscos de depressão respiratória. Por outro
lado, quando recebem medicações psicoativas, a despeito de terem se alimentado, correm o risco de
broncoaspirar, se não forem colocados em decúbito dorsal ou com a cabeceira elevada e a cabeça lateralizada.
Outra preocupação é com os sinais vitais, pois alguns psicofármacos podem ocasionar diminuição da pressão
arterial.
Essas precauções de segurança evitam agravos e complicações administrativas.

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Saúde Mental

Aspectos da Avaliação
• Aparência - O paciente está extremamente limpo, sujo, agitado, calado? Olha nos olhos das pessoas que
conversam com ele? A atividade psicomotora está aumentada, diminuída ou assume posturas bizarras. Está
cheirando a álcool ou tem as pupilas dilatadas (midríase) por uso de cocaína ou anfetaminas? Interage com
aqueles que lhe trouxeram à emergência ou recusa a presença destas pessoas?
• Consciência - Está confuso e/ou sonolento? Compreende o que está se passando ao redor? Apresenta
distúrbios neuropsicológicos como linguagem, memória e atenção prejudicadas? Conhece as pessoas que lhe
trouxeram?
• Pensamento - Pensa e fala muito rápido, como em quadros de mania, ansiedade, intoxicações? Está com
pensamento lento, como em depressão? É estranho e incompreensível, como em psicoses? Vê vultos, insetos
nas paredes, como no caso de Delirium tremens? Escuta vozes, como na esquizofrenia? Pensa que alguém
quer lhe tirar a vida ou quer lhe prejudicar, como nas paranóias?
• Humor e afetividade - Está profundamente triste, eufórico ou normal? De repente se irrita com qualquer coisa?
Apresenta idéias suicidas ou homicidas? Mostra-se indiferente afetivamente?
• Julgamento e crítica - Demonstra bom senso em suas idéias? Entende os procedimentos que estão sendo
realizados pela equipe de saúde? Admite ter um problema psiquiátrico ou culpa outra pessoa por suas
dificuldades? Percebe que está doente?
Depois desta avaliação, a equipe de enfermagem estará mais segura para administrar os medicamentos
orais/parenterais e monitorar as reações adversas. Além disso, o diálogo com o paciente é sempre o melhor meio
para estabelecer uma relação de confiança, mesmo quando este necessitar de contenção e restrição no leito.
Os pacientes que se apresentam em crise, são pessoas com intenso sofrimento emocional e físico, por isso,
frágeis, com várias expectativas e fantasias, freqüentemente irreais, que influenciam suas respostas ao
tratamento. Portanto, deve prevalecer uma atmosfera de segurança e proteção, com comunicação clara e franca,
quando atos violentos não podem ser permitidos ou tolerados.
PRINCIPAIS SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA
• Comportamento Violento
• Ansiedade aguda
• Delirium
• Psicoses agudas
Causas de emergência psiquiátrica
• Abuso de álcool e abuso de drogas
• Abstinência (síndrome da falta) de álcool e de drogas
• Doenças psiquiátricas como mania e esquizofrenia
• Transtornos neurológicos (problemas em certas áreas do cérebro)
• Efeitos colaterais de alguma medicação
• Problemas clínicos (doenças físicas) tais como infecções, falta de oxigenação do sangue, tumores, derrame,
problemas nos rins e no fígado, deficiência de vitaminas, traumatismos (lesões decorrentes de acidentes em
geral), convulsões ou efeitos cerebrais pós-cirurgias.
• Morte de um ente querido,
• Mudança de status (casamento, separação, gravidez especialmente fora do casamento ou indesejada)
• Perda de emprego,
• Mudança nas condições de trabalho,
• Aposentadoria,
• Climatério,
• Violência sexual,
• Desastres naturais (enchentes, quedas de barreiras).
CLASSIFICAÇÃO DAS EMERGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS
1. Agitação e/ou agressividade
Geralmente, precisam ser fisicamente restritos. Entre a restrição medicamentosa e a mecânica, a primeira sempre
será a mais coerente. Quando agitado, precisa de observação constante e isolamento, sempre acompanhado por
membros da equipe, até que o tratamento emergencial se complete. A contenção mecânica é inevitável para evitar
quedas que gerem traumatismos e fraturas. Clientes com história de agressão e impulsividade, labilidade
emocional, baixa tolerância a frustração, história de delinqüência, idéias delirantes de perseguição, alucinações
auditivas de comando (vozes que o ordenam a fazer coisas) e comportamento agressivo recente são fortes
candidatos à agitação acompanhada de agressividade.
Comumente, durante a agitação o paciente se mantém inclinado para a frente, em estado de vigilância constante;
fala alto ou grita; faz comentários pejorativos e sua expressão facial é tensa, com os olhos arregalados. O excesso
de tensão pode ser percebido através da rigidez da musculatura corporal. A exigência da perfeição e a atividade
motora visível de irritabilidade são suas marcas registradas.

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Saúde Mental

Cuidados de Enfermagem
• A equipe de enfermagem deve manter-se calma, porém com atitudes firmes, demonstrando que o domínio
daquele espaço não é apenas dele.
• A fala deve ser calma e suave, e não provocativa.
• Os movimentos devem ser lentos, evitando tocar o paciente
• A equipe que o assiste deve dispor-se na sala sempre mais próxima da porta do que do paciente
• Evitar que no recinto haja objetos que possam se transformar em armas, como cinzeiros, suportes de solução
móveis e luminárias.
• Solicitar a presença de pessoas na equipe que dominem as técnicas de contenção
• Após contenção, não abandonar o cliente à sua própria sorte
• Observar, nos casos de contenção no tronco, a respiração
• Observar, nos casos de imobilização dos quatro membros, o garroteamento dos vasos periféricos, diminuindo o
fluxo sangüíneo
• O controle freqüente dos sinais vitais e pulsos arteriais dos quatro membros.
• Manutenção de decúbito dorsal com a cabeceira elevada e a cabeça lateralizada
• Estimular a ingesta hídrica
• Monitorar a hidratação venosa
• Administrar medicação prescrita
• Chamá-lo para as atividades e conversar sobre assuntos gerais.
• Estabelecer limites para ele, porém somente após ter criado com ele uma relação de confiança
2. Depressão e tentativa de suicídio
O paciente levado à emergência com pensamento suicida ou após tentativa de suicídio exige da equipe de saúde
determinação e poder de decisão. A maioria ingeriu grande quantidade de medicamentos prescritos pelo próprio
médico, ou outros medicamentos de venda livre que causam danos e seqüelas graves. No comportamento
suicida, estão envolvidos o desejo de ajuda, o desejo de morrer e a agressividade subjacente.
Na emergência para retirá-los do risco de vida, é utilizado outra substância que inativa o efeito da substância
escolhida, lavagem gástrica, hemoperfusão e/ou hemodiálise. Passada esta fase, são utilizados medicamentos
antidepressivos.
Todo paciente que se apresenta com depressão na emergência precisa ser informado de que esta tristeza
profunda é uma doença, e que existe tratamento eficaz à disposição, sob o ponto de vista biológico e psicológico.
Cuidados de Enfermagem
• É necessário que o profissional se conscientize de que “sentir pena” não só não ajuda como pode atrapalhar.
• Deve ser mantido sob vigilância quando em uso de objetos pontiagudos e cortantes e cordas
• Pode perguntar ao paciente se deseja morrer, porém, é contra-indicado tecer comentários quanto a essa atitude.
• Fazê-lo sentir-se valorizado.
No caso de uma tentativa de suicídio
• Prestar os primeiros socorros (hemorragia, asfixia etc),
• Evitar deixar o paciente sozinho
• Atuar junto aos outros pacientes para evitar o pânico.
• A comida deve ter bom aspecto e temperatura adequada. No caso de se recusar a comer, deve-se fracionar a
dieta.
• Observar a hidratação atentando para a pele e mucosas, oferecendo líquido em abundância.
• Observar se está defecando
• Pesar diariamente.
• Examinar o paciente em busca de sinais que possam ocasionar uma solução de continuidade.
• Valorizar o aquecimento do corpo, pois sua circulação pode estar mais lenta.
• Estar bem vestido, arrumado e penteado também pode melhorar sua aparência e auto-estima.
• Evitar transtornos musculares por posições inadequadas.
• Observar o tempo que o paciente dorme e se pela manhã se sente pior.
• Estimulá-lo a realizar atividades físicas (pequenos períodos ao longo do dia), procurando saber como se sentiu
ao realizá-las e quais são as de sua preferência.
3. Ansiedade
Os transtornos de ansiedade relevantes para a emergência são: ataques de pânico e agorafobia, ansiedade
generalizada e transtorno de ajustamento com ansiedade, quadros conversivos, somatizações, quadros
dissociativos e estresse pós-traumático.
Eles levam o cliente e a família a procurar imediatamente os serviços de emergência em função da sensação de
morte iminente.
A fobia é tanta que estes pacientes se desesperam quando estão em algum lugar que não lhes garanta
assistência imediata disponível. Os pacientes suscetíveis são geralmente de meia-idade e incapazes de se
recordar de dados pessoais, como nome, idade, endereço. Nestes casos, retê-los na emergência ou interná-los é
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Saúde Mental

uma medida de segurança para evitar que fiquem perambulando na cidade sob risco de maus cuidados pessoais
e de se tornarem vítimas de violência ou acidentes.
Cuidados de Enfermagem
• Ouvir as queixas e receios é essencial, em todos os casos.
• Mostrar-se tranqüilo, utilizando frases curtas, com um tom de voz firme
• Observar a possibilidade de estar usando roupas muito apertadas,
• Auxiliá-lo e estimulá-lo na execução de exercícios respiratórios,
• Observar a coloração de mucosas e leito ungueal.
• Observar também o padrão de alimentação (pode apresentar hiperfagia)
• As excretas devem ser observadas e anotadas.
• Orientar sempre o indivíduo em relação ao tempo, espaço e pessoas caso esteja desorientado
• É inútil tentar mostrar-lhe que o medo que sente é irreal.
• Estimular a sua participação em atividades simples, porém não competitivas,
• É inútil tentar provocar situações para que ele “perca o medo”,
• Comece participando com ele, até que se sinta seguro.
4. Conflitos interpessoais
Esses tipos de pacientes não suportam o abandono mesmo quando este é imaginário e tendem a misturar sua
identidade com as da pessoas ao redor. Geralmente chegam nas emergências após superdosagem de
medicamentos, auto-mutilações e vitimização repetida. As superdosagens e as mutilações não visam o suicídio,
mas servem para dispersar o vazio interno e a sensação de plenitude com eles próprios.
Esses pacientes resolvem mal os seus problemas, sendo que uma das metas da intervenção na emergência,
depois de socorrer os transtornos físicos, é auxiliá-los através do diálogo a encarar os obstáculos realisticamente e
utilizar mecanismos construtivos, sem fantasias, para enfrentá-los.
Cuidados de Enfermagem
Diante do paciente que se acha perseguido
• Evitar situações que lhe provoquem ansiedade.
• Deve-se permitir que escolha o que deseja comer
• Verificar sua boca após a administração de medicamentos, ou administrá-los na forma líquida.
• Manter uma conduta firme e franca com o paciente, ouvindo seus receios
5. Abuso de substâncias
O uso indiscriminado de substâncias como álcool, anfetaminas, estimulantes, sedativos, inalantes como colas,
tintas, removedores e gasolina, tem levado muitas pessoas a serem atendidas nas emergências.
As mais importantes, sem dúvida, são as relacionadas ao uso de álcool, tendo em vista que o indivíduo começa a
consumir esta droga na adolescência, chegando à vida adulta com uma sensação de plenitude sempre quando o
assunto é a disputa de quem consegue beber mais. Daí para o alcoolismo é um passo. Sempre que um paciente
chega confuso nas emergências, é bom desconfiar de ingestão de substâncias sedativas. Além dos
procedimentos usuais, como lavagem gástrica, a equipe pode utilizar substâncias antagônicas.
Cuidados de Enfermagem
• Em casos de agitação e/ou violência, a restrição medicamentosa e mecânica faz-se necessária.
• Dar ênfase à hidratação,
• Administrar medicação prescrita
• Manter próximo do leito a cânula de Guedel, para, em casos de convulsões,
• Proteger de trauma a mucosa oral.
•O  bservação e monitoração da febre, hipotensão ou hipertensão.
Após o atendimento emergencial, este paciente pode ter dois destinos: a internação ou a alta com agenda para
tratamento ambulatorial. Isto irá depender, se de fato não corre o risco de se auto punir ou de tentar o suicídio.
Nas duas alternativas de encaminhamento pós-crise, é imprescíndível que paciente e familiares tenham as
informações devidas para evitar complicações futuras.
A CONTENÇÃO MECÂNICA
Material necessário
• Ataduras,
• Braçadeiras,
• Camisa de força e/ou lençóis,
Observação
O emprego das técnicas deve ser feito com firmeza e rapidez, longe dos olhos de outros pacientes para não
impressioná-los.
Acima de tudo, nunca se emprega uma contenção se não for absolutamente necessário e sem passar informações
ao paciente durante todo o procedimento.
É importante que durante o procedimento de contenção, o profissional com maior vínculo com o paciente, conduza

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Saúde Mental

o diálogo, orientando, explicando e lembrando a ele, os motivos que levaram a necessidade da contenção.
Técnica
• Para evitar fraturas que podem ser ocasionadas por uma queda, procura-se
colocar o paciente no chão o mais depressa possível, segurando-o pelos
ombros, braços e pernas.
• Proceder a contenção mecânica com camisa-de-forças.
• Caso esse recurso não esteja disponível, pode-se colocar um lençol forte ou
cobertor debaixo do corpo do paciente.
• Segurando uma das extremidades, passá-la por cima do corpo, prendendo-a
entre o tórax e o braço oposto, abaixo do cotovelo.
• Fazer o mesmo movimento com a outra ponta do lençol ou cobertor.
• Aplicar esparadrapo para fixar enquanto for preciso.
• Transportá-lo para seu leito, colocar ataduras almofadadas nos punhos e
tornozelos, prendendo no estrado da cama.
• Quando prescrito, administrar a medicação por via parenteral (contenção
química).
• Conversar com os demais pacientes sobre o fato e após registrar o ocorrido e
os procedimentos realizados.
• Não deve demonstrar receio pelo potencial de violência, porém não deve se
expor desnecessariamente.
• Registrar o ocorrido e os procedimentos realizados.
ATENDENDO O PACIENTE
A) EXAME CLÍNICO
Pode-se dividir o Exame Clínico em duas partes:
I - A entrevista e anamnese
II - O exame do paciente (físico e psíquico)
I - Entrevista
A entrevista é um momento importante, no qual se estabelece o contato com o profissional. Esse encontro tem um
significado fundamental, pois é onde o paciente e a família entrevistada irão depositar toda sua esperança na
ajuda. É importante que o entrevistador demonstre interesse em ouvir o paciente, sua história, seus anseios,
demonstrando assim que não se preocupa apenas em saber dos seus sintomas, mas sim em ouvi-lo e acolhê-lo.
Durante a entrevista, o profissional irá colher informações, que de maneira organizada, irão constituir a anamnese.
Anamnese
Os elementos mais importantes de uma anamnese são:
• Identificação - nome, idade, sexo, estado civil, naturalidade, nacionalidade, profissão e residência.
• Motivo do atendimento - Deve-se sempre registrar com as próprias palavras do paciente, colocando entre
aspas. Muitas vezes, o motivo do atendimento não é dito no início da entrevista, necessitando se estabelecer
uma relação de maior confiança entre o paciente e o entrevistador.
• História da doença atual - Como começou a doença, como evoluiu, fatores que contribuíram para o
agravamento ou para amenizar o quadro, situações em sua vida que se modificaram em função do
adoecimento, etc.
• Antecedentes pessoais - Informações sobre a vida do paciente, independentes do adoecimento, desde o seu
nascimento até a situação presente. Os aspectos mais importantes são relacionados a: nascimento, infância,
puberdade, adolescência , vida sexual, vida profissional, história de doenças anteriores, hábitos de vida, etc.
• Antecedentes familiares - dados relacionados à história de sua família, relacionamento com os pais, irmãos,
situações de perdas, adoecimentos na família, etc.
II - O Exame do paciente
Pode-se dividir o exame em duas partes: exame psíquico e exame físico. Eles se diferenciam, pois o exame
psíquico se dá dentro da entrevista, nos relatos nas informações prestadas pelo paciente. Já o exame físico
restringe-se à observação e avaliação das condições físicas do paciente através do exame direto do corpo
O TÉCNICO DE ENFERMAGEM E A SUA PRÓPRIA SAÚDE MENTAL
O técnico de enfermagem precisa estar atento para o seu estado interno, isto é, como vem se sentindo, como
anda sua relação com os colegas de trabalho, com os pacientes, seus relacionamentos
fora do trabalho, pois quando trabalhamos com Saúde Mental nós mesmos passamos a ser nosso mais importante
instrumento de trabalho.
Dentre os fatores causadores destes sintomas, encontramos facilmente o estresse. Além de todo o estresse do
dia-a-dia, o auxiliar de enfermagem que trabalha com Saúde Mental está sujeito a um fator de estresse adicional,
que é o fato de lidar freqüentemente com pessoas portadoras de transtorno mental, que além de solicitarem muito
de nossas energias ainda “mexem” com coisas mal resolvidas em nossas vidas, pois todos somos humanos e, no
contato com o outro, sempre descobrimos muitos pontos em comum.

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Saúde Mental

• Procure ser cooperativo - Perceber que trabalhamos (e vivemos!) junto de outras pessoas e que elas são tão
importantes quanto nós, ajuda a estabelecer um clima de cooperação.
• Ouça as razões do outro e expresse as suas - Evitar acumular mágoas e mal entendidos diminui em muito a
carga de tensão que temos que carregar.
• Não “empaque” diante dos problemas - Ao invés de ficar se queixando da vida (ainda que seja só em
pensamento), tome uma atitude, mude algo que esteja ao seu alcance. Pode não resolver todo o problema, mas
uma mudança sempre nos dá uma nova visão do problema.
• Reconheça e aceite os seus limites - Você não pode resolver tudo, sempre. Diante de algo que está fora do seu
alcance, aprenda a aguardar. Diante de uma tarefa muito grande, aprenda a dividir e a pedir ajuda.
• Fale de você, compartilhe seu estresse - Falar sobre o problema nos ajuda a pensar melhor sobre ele, alivia e
acalma. Procure alguém de sua confiança ou um profissional, se você achar que seu problema é muito grave.
• Cuide de você mesmo - Reserve um tempo para fazer o que você gosta. Pode ser que nem sempre você
consiga fazer tudo o que gosta, mas sempre poderá descobrir alguma coisa.
• Faça exercícios físicos (caminhar é grátis e é ótimo), melhore sua alimentação, evite álcool, cigarros, meios
inadequados de baixar a ansiedade.
• Comemore cada vitória - Não fique esperando o ideal de sua vida para ser feliz. Procure perceber as pequenas
vitórias e alegrar-se com elas. Com isso você se dá pequenas “folgas” no estresse diário.

TRANSTORNOS MENTAIS
TRANSTORNO - conjunto de sintomas que geralmente envolvem sofrimento pessoal e interferência nas funções
que o indivíduo necessita exercer em sua vida.
SINAIS E SINTOMAS DE TRANSTORNOS MENTAIS
1 - Alteração da sensopercepção – é a alteração que impede de formar uma síntese de todas as sensações e
percepções que temos a cada momento.
• Alucinações – são sensações ou percepções em que o objeto não existe, mas que é extremamente real para o
paciente, e ele não pode controlá-las pois independem de sua vontade. Ex: ouvir vozes.
• Ilusões - o objeto percebido existe, mas sua percepção é falseada, deformada. Ex: o teto está baixando e que
poderá esmagá-lo.
2 - Alterações do pensamento
a) Alterações da direção do pensamento
• Fuga de idéias - o indivíduo tem um aporte tão grande de idéias que não consegue concluí-las. Possui boa
fluência verbal e grande dificuldade de interromper o fluxo do seu pensamento, que é contínuo.
• Desagregação do pensamento - quando o indivíduo constrói sentenças corretas, muitas vezes até rebuscadas,
mas sem um sentido compreensível, fazendo associações estranhas
b) Alterações do conteúdo do pensamento
• Idéias sobrevalorizadas e obsessivas - as idéias assumem papel central no pensamento do indivíduo. Ele
mantém um discurso circular, retornando a elas por mais que se tente diversificar o assunto.
• Idéias delirantes - as idéias que não correspondem à realidade, mas que para o indivíduo são a mais pura
verdade.
3 - Alterações da linguagem
• Logorréia - fala acelerada e compulsiva;
• Gagueira - repetição de sílabas, com dificuldade para dar início e prosseguimento à fala.
• Ecolalia - repetição, como em eco, das últimas palavras proferidas por alguém;
• Glossolalia - usa a linguagem de forma estranha e incorreta, muitas vezes com a criação de novos termos,
incompreensíveis (neologismos).
• Mutismo - mantém-se mudo.
4 - Alterações da consciência
• Delírio - alteração transitória na qual o paciente não consegue reter, fixar e evocar informações, a atividade
mental organizada é reduzida.
• Despersonalização e desrealização - o indivíduo não reconhece a si e o que o rodeia, perdendo a sensação de
familiaridade, deixando de reconhecer a própria identidade.
• Alterações da consciência corporal – o indivíduo apresenta estranhamento ou não reconhecimento de partes do
próprio corpo
• Estados crepusculares - pode aparentar estar em pleno domínio de sua consciência, mas há um estreitamento
da mesma, como se estivesse totalmente voltado “para dentro”.
• Obnubilação - quando o indivíduo não consegue ter uma percepção globalizada das situações, havendo
geralmente considerável diminuição no padrão de sensopercepção, pouquíssimo entendimento das impressões
sensoriais e lentidão da compreensão
• Confusão - não consegue falar nem pensar “coisa com coisa”, não consegue integrar coerentemente o que está
vivendo, e a ligação que faz entre o que vê, ouve, fala sente e pensa, ocorre de forma muito estranha.

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Saúde Mental

• Estupor - entra em um estado de profunda alteração sensorial, onde praticamente não se consegue estimulá-lo,
sendo somente possível mediante estímulos muito potentes.
• Hipervigília - aumento do estado de vigília, o que dá uma sensação de “estar ligado”, porém não quer dizer que
haja aumento de atenção.
5 - Alterações da atenção e da orientação
• Desorientação - é incapaz de relacionar os dados a fim de perceber onde e em que época se encontra
• Dupla orientação - oscila entre uma orientação adequada e uma inadequada, misturando os dados
6 - Alterações da memória
• Hipermnésia - há clareza excessiva de alguns dados da memória.
• Amnésia - impossibilidade de recordar total ou parcialmente fatos ocorridos antes do início do transtorno
(amnésia retrógrada), após o seu início (amnésia anterógrada) ou fatos isolados (amnésia lagunar) e se dar
como uma defesa, suprimindo da memória fatos muito carregados afetivamente (amnésia afetiva).
• Paramnésia - distorções dos dados da memória. Falseamento na recordação de determinados fatos
(paramnésia da recordação), ou lançar mão dos dados da memória para reconhecer alguém, alguma coisa ou
lugar (paramnésia de reconhecimento).
7 - Alterações da afetividade
• Labilidade afetiva - mudança dos estados afetivos sem causa externa aparente.
• Tristeza patológica - a pessoa sente profundo abatimento, baixa auto-estima, geralmente acompanhados de
tendência para o isolamento, choro fácil, inibição psicomotora.
• Alegria patológica - mostra-se eufórico, agitado, com elevada auto-estima, verborréia, grande desinibição.
8 - Alterações do sono
• Insônia - falta de sono durante uma parte ou toda a noite .
• Narcolepsia - sono em excesso durante todo o dia.
9 - Alterações do Movimento
• Estereotipia – repetição contínua e sem necessidade determinados movimentos, sem que haja uma lógica
facilmente observável.
• Tiques - movimentos rápidos e involuntários, também repetitivos.
• Catalepsia - atitude de imobilidade, tal como se fosse uma estátua, mantida pela pessoa inclusive com posturas
aparentemente incômodas.

PRINCIPAIS TIPOS DE TRANSTORNO MENTAL


1 - TRANSTORNOS MENTAIS ORGÂNICOS
Transtornos de causa comprovadamente orgânica, seja por doença degenerativa, lesão ou doença sistêmica que
leve a uma disfunção do cérebro.
Demência - conjunto de sinais e sintomas causados por alguma doença cerebral, onde encontraremos
perturbações de vários aspectos do funcionamento mental, tais como memória, pensamento, compreensão,
cálculos, capacidade de aprendizagem, orientação, linguagem e julgamento, não havendo, no entanto,
obnubilação da consciência, diminuição progressiva de comportamentos de adaptação, como o controle de
esfíncteres, hábitos de higiene e alimentação, por exemplo, e do próprio controle emocional.
Ex: doença de Alzheimer e demências vasculares.
Sintomas Mentais
• Irritabilidade e obstinação.
• Redução ou ausência de interesses vitais.
• Diminuição da compreensão.
• Distúrbios da memória, que se torna diminuída, principalmente para acontecimentos recentes. O velho só
consegue lembrar-se de fatos antigos.
• Perda do controle emocional.
• Freqüentemente, idéias delirantes de perseguição, temor de “ser roubado”, impressão de que lhe faltam ao
respeito, avareza, egoísmo, desconfiança, etc.
Cuidados de Enfermagem
• Vida bem regrada, sem muitas modificações ou novas experiências.
• Desperte o maior interesse possível,
• Mantenha a atenção ocupada.
• Condições higiênicas e físicas.
• Risco de sofrer uma queda.
• Insistir para que vistam roupas limpas
• Não espere que eles se lembrem das coisas, pois a sua memória é fraca.
• Não concorde com seus delírios ou alucinações; mas não os censure, nem deles faça zombaria.

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Saúde Mental

2 - TRANSTORNOS DO HUMOR OU AFETIVOS


Os transtornos do humor são também chamados transtornos afetivos, pois se caracterizam principalmente por
dificuldades na área do afeto, que é nossa capacidade de vivenciarmos internamente nossos sentimentos.
Mostram-se como alteração fundamental as perturbações do humor ou do afeto, com quadros de depressão ou
mania. Podem estar presentes outros sintomas como a ansiedade, idéias delirantes ou deliróides, mas a alteração
do humor é o sintoma principal.
AFETO - comunicado através da expressão facial, inflexão vocal, gestos e postura. Visa indicar se uma pessoa
está satisfeita, aflita, desgostosa ou em perigo. Portanto, alegria, tristeza, raiva e medo são afetos básicos que
servem a uma função comunicativa em humanos, bem como em outros mamíferos.
Os afetos tendem a ser expressões de curta duração, refletindo contingências emocionais momentâneas.
Características dos transtornos afetivos
• São muito prevalentes na comunidade;
• Causam sofrimento humano importante;
• Têm efeitos devastadores sobre a vida profissional, relacional e afetiva das pessoas;
• A perturbação fundamental é uma alteração do humor ou do afeto, no sentido de uma depressão (com ou sem
ansiedade associada) ou de uma elação;
• A maioria destes transtornos tende a ser recorrentes e a ocorrência dos episódios individuais pode
freqüentemente estar relacionada com situações ou fatos estressantes;
• Dois terços dos pacientes deprimidos são mulheres;
• Esses distúrbios podem ocorrer em um contínuo, variando desde a depressão até a mania.
A) MANIA
Presença de uma elevação do humor fora de proporção com a situação do sujeito,
podendo variar de uma jovialidade descuidada a uma agitação praticamente
incontrolável.
Características
• O paciente se encontra basicamente em estado de hiperatividade;
• Nem todas as fases precisam ser iguais. Existem fases chamadas hipomaníacas, onde
todos esses sintomas são muito mais fracos. Nestas fases hipomaníacas a pessoa
pode aumentar sua produtividade e não perder a crítica;
• Alguns pacientes vivem por muitos anos em hipomania;
• Pode aparecer em ambos os sexos, com idade mais freqüente entre os 20 e os 50
anos;
• Não deixa seqüela na memória, concentração, crítica, produtividade, inteligência, etc.;
• Geralmente o paciente não aceita estar doente nem ser medicado;
• O sujeito apresenta freqüentemente idéias de grandeza e superestimativa de suas
capacidades;
• A perda das inibições sociais pode levar a condutas imprudentes, irrazoáveis,
inapropriadas ou deslocadas;
O tratamento de pacientes maníacos em uma enfermaria pode ser complicado por sua testagem dos limites das
regras da mesma, por uma tendência a transferir a responsabilidade por seus atos a outrem, pela exploração das
fraquezas dos outros e por uma tendência a dividir a equipe da enfermaria.
Sinais e Sintomas
• Ritmo acelerado, • Não acha que tenha problema algum. • Insônia
• Tem energia de sobra • Fala muito e alto • Euforia,
• Auto-estima exagerada • Sexualidade exacerbada, • Fuga de idéias
• Movimenta-se amplamente • Gosta de atrair atenções.
Observação
Às vezes, evolui para um episódio psicótico e passa a apresentar delírios, alucinações e comportamento estranho,
ou para a hipomania, caracterizada por euforia, hiperatividade e desinibição mais leves.
Tratamento
• É sempre medicamentoso e não é muito simples.
• Exige combinações de medicamentos diferentes e reajustes freqüentes das doses.
• Embora não sempre, muitas vezes é necessário sedar o paciente, para que ele descanse.
• Uma pessoa de mais idade poderá até ter problemas cardíacos, caso a agitação não seja controlada.
• Às vezes só se consegue tratar com a pessoa hospitalizada.
Cuidados de Enfermagem
• Avaliar o grau de pensamento distorcido do paciente.
• Redirecionar o paciente quando você é incapaz de acompanhar seus processos ideativos.
• Utilizar explicações resumidas.

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Saúde Mental

• Manter-se coerente, na abordagem e nas entrevistas.


• Orientar o paciente, com freqüência, para a realidade; falar de maneira clara e simples.
• Proporcionar-lhe uma área de relaxamento com estimulação ambiental reduzida.
• Ajudá-Io com uma integração gradual e progressiva em relação ao ambiente social, enquanto se observam as
alterações comportamentais que indica: disposição para a participação e outras atividades.
• Estabelecer um ambiente isento de ilustrações na hora de dormir.
• Ajudar o paciente a evitar a ingestão de cafeína ou nicotina.
• Administrar as medicações prescritas como indicadas, e monitorar a resposta do paciente.
• Avaliar a rede de apoio externo da família, e incentivar a participação nos grupos de terapia familiar e de apoio.
• Avaliar a comunicação e os limites dentro da família.
• Observar e avaliar os padrões de interação dentro da família e discutir sua influência sobre o funcionamento do
paciente e de sua família.
• Fornecer ao paciente e à família informação sobre o distúrbio bipolar e o plano de tratamento, o prognóstico e o
plano de reabilitação.
• Manter documentação precisa da ingestão de alimentos e líquidos.
• Oferecer refeições pequenas e freqüentes de alimentos ricos em calorias. Incluir o alimento que o paciente gosta
e que pode ser ingerido enquanto está de pé ou andando.
• Servir as refeições ao paciente em um ambiente com poucos estímulos.
• Monitorar os níveis séricos de eletrólitos e de albumina do paciente e pesá-Io em dias alternados.
• Monitorar os sinais vitais.
• Instruir o paciente e a família acerca da enfermidade bipolar, incluindo os sintomas de recaída.
• Instruir o paciente e os membros da família sobre o tratamento psicofarmacológico, incluindo sua finalidade,
efeitos colaterais e tratamento.
• Aconselhá-los acerca dos grupos de apoio da comunidade ou dos departamentos de assistência de saúde que
são relevantes para seus cuidados.
B) DEPRESSÃO
A depressão se caracteriza por um sentimento de tristeza profunda, associado com
sintomas fisiológicos e cognitivos no indivíduo
Características
• Está entre os transtornos psiquiátricos mais comuns nos adultos;
• Um episódio não tratado dura de 6 a 13 meses; os episódios tratados duram cerca de
3 meses;
• Os sintomas reaparecem periodicamente, em média de 5 a 7 episódios durante toda a
vida;
• 10% dos pacientes deprimidos permanecem doentes durante 15 anos ou mais, e
mesmo aqueles que se recuperam apresentam sintomas residuais;
• Prevalência duas vezes maior de depressão em mulheres do que em homens;
• 50% dos pacientes estão entre 20 e 50 anos e não têm relações interpessoais íntimas;
• A pessoa sofre intensa angústia mental, emocional e física e apresenta incapacitação;
• A depressão abala as relações familiares, de trabalho e sociais da pessoa;
• A depressão piora o prognóstico de outras doenças médicas gerais;
• A mais grave conseqüência da falta de tratamento do transtorno depressivo é o
suicídio
A depressão é vista por muitos pacientes e pelo público leigo como um sinal de problema de personalidade ou de
falta de força de vontade. Portanto, os portadores de transtorno depressivo maior ainda têm de carregar o fardo
adicional de ter uma doença que a sociedade considera ser um reflexo de uma fraqueza ou de um defeito pessoal
inerente.
Causas
a) Endógena - de origem interna, indefinida. Geralmente é grave, apresentando grande risco de suicídio. Era
chamada de depressão psicótica. Responde bem a tratamento medicamentoso.
• Genéticos • Alteração bioquímica no cérebro
b) Psicogênica - causas localizadas na história de vida do indivíduo. Era chamada de depressão reativa ou
situacional. Risco de suicídio menor. Responde melhor à psicoterapia do que ao tratamento medicamentoso.
• Eventos negativos recentes • Problemas no relacionamento afetivo/conjugal
• Falta de auto-estima • Estresse
c) Somatogênica - causada por algum fator de alteração principalmente orgânico, como o uso de algumas
medicações ou ainda a interrupção do uso de psicoestimulantes.
Sintomas
• Concentração reduzida • Autoconfiança reduzida,
• Diminuição da tomada de decisões • Idéias de culpa e inutilidade,

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Saúde Mental

• Diminuição da atenção • Visões desoladas e pessimistas do futuro,


• Idéias ou atos autodestrutivos ou lesivos • Alterações no apetite e/ou no peso
• Retardo ou agitação psicomotora • Humor deprimido
• Perda de interesse • Distúrbios do sono
• Fadiga e perda energia • Suicídio
Tipos
• Leve - estão presentes ao menos dois ou três dos sintomas citados anteriormente. O paciente sofre com a
presença destes sintomas, mas será capaz de desempenhar a maior parte das atividades.
• Moderada - estão presentes quatro ou mais dos sintomas citados anteriormente e o paciente tem muita
dificuldade para continuar a desempenhar as atividades de rotina.
• Grave – estão presentes vários dos sintomas são marcantes e angustiantes, tipicamente a perda da auto-estima
e idéias de desvalia ou culpa. As idéias e os atos suicidas são comuns e observa-se em geral uma série de
sintomas "somáticos".
Observação:
Distimia – depressão que permanece um tempo igual ou superior a dois anos
Tratamento
O tratamento poderá reduzir a duração dos episódios mórbidos e prevenir a recidiva, freqüentemente por anos e
eventualmente por toda uma vida.
• Antidepressivos
• Agentes estabilizadores do afeto introduzidos nos últimos 40 anos.
Complicações
• Uma condição médica não diagnosticada, capaz de causar sintomas depressivos, poderia resultar em
deterioração física e/ou retardo em obter o tratamento apropriado.
• Potencial para suicídio ou morte em virtude de outras condições médicas não identificadas.
• Potencial para tentativa de suicídio com enfermidade ou lesão física significativa.
• Uso de álcool ou medicamentos (drogas) para "sentir-se melhor" ou entorpecer as sensações disfóricas.
Cuidados de Enfermagem
• Identificar a presença de pensamentos suicidas.
• Iniciar a interação com o paciente no mesmo horário regularmente.
• Ser claro e honesto acerca de seus próprios sentimentos em relação ao comportamento do paciente.
• Incentivar a expressão verbal dos sentimentos.
• Validar os sentimentos que são apropriados para a situação.
• Explorar com o paciente aquilo que está produzindo e mantendo o sentimento de depressão.
• Incentivar o paciente a identificar os eventos que causem respostas emocionais desagradáveis.
• Avaliar as perdas significativas sofridas pelo paciente.
• Identificar os fatores culturais e sociais que possam contribuir para a maneira como o paciente lida com a perda
e com seus sentimentos.
• Avaliar a rede de apoio do paciente.
• Avaliar o risco atual de suicídio.
• Implementar o nível apropriado de observação com base em uma avaliação focalizada no suicídio (isto é.
observação constante Ou checagens a cada 15 minutos).
• Explicar ao paciente as precauções relacionadas com a observação.
• Retirar objetos prejudiciais e avaliar a segurança ambiental do quarto do paciente e da unidade.
• Incentivar o paciente a negociar com o pessoal da equipe um acordo de nenhum dano auto infligido nenhuma
tentativa de suicídio.
• Monitorar necessidade de rever o nível de observação.
• Proporcionar uma estrutura adicional mantendo o paciente envolvido nas atividades terapêuticas e de
psicorreabilitação.
• Colaborar com os terapeutas ocupacionais e os fisioterapeutas para determinar a capacidade funcional do
paciente para realizar as AVDs.
• Se o paciente for incapaz de realizar independentemente as AVDs, proporcionar atividades de higiene em
colaboração com eIe.
• Reconhecer e enaltecer os esforços do paciente em manter boa aparência; não apressá-lo quando o auto
cuidado for lento.
• Reforçar com ênfase o que ele pode fazer e não criticar o que não consegue sem assistência.
• Permanecer com ele durante as refeições a fim de determinar o nível de necessidade de ajuda ou os indícios
acerca da capacidade de comer.
• Determinar os padrões de sono pretéritos e atuais do paciente e a higiene para o sono.
• Perguntar que estratégias ele já usou para aprimorar o sono e verificar quais delas foram bem sucedidas.

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Saúde Mental

• Pensar em reduzir a quantidade de sono durante o dia, incentivando a participação em alguma atividade.
• Discutir métodos alternativos para facilitar o sono.
• Evitar cafeína.
• Evitar discussões perturbadoras ou com alta carga emocional antes de deitar-se.
• Evitar exercícios 01 hora antes de ir para a cama.
• Aumentar a atividade física dentro dos limites funcionais.
• Utilizar técnicas de relaxamento.
• Tentar um banho ou leite mornos.
• Instruir o paciente e os membros da família sobre os sintomas biológicos da depressão.
• Instruí-los acerca da finalidade da medicação antidepressiva, dos efeitos, efeitos colaterais e seu controle, e de
como reconhecer os sinais e sintomas iniciais de recaída.
• Instrui-Io acerca do efeito de um distúrbio depressivo sobre o sistema familiar.
• Fornecer-lhes material por escrito sobre como lidar com a depressão.
• Fornecer-lhes informação acerca dos programas apropriados com base na comunidade e nos grupos de apoio.
C) TRANSTORNO BIPOLAR
Transtorno caracterizado por episódios nos quais o humor se eleva (hipomania ou
mania) e de rebaixamento do humor e de redução da energia e da atividade
(depressão). Era conhecido antigamente como psicose maníaco-depressiva.
Características
• Geralmente começa com depressão e inclui pelo menos um período de mania
em algum momento durante a doença;
• Os episódios de depressão geralmente duram três a seis meses;
• À medida que a doença progride, existe, freqüentemente, uma diminuição no
intervalo de tempo entre os episódios;
• Após aproximadamente cinco episódios, entretanto, o intervalo entre eles
freqüentemente estabiliza-se em cerca de 6 a 9 meses.

Prognóstico
Os transtornos bipolares têm um prognóstico pior do que ou transtornos depressivos.
Os pacientes com sintomas maníacos saem-se melhor do que aqueles com depressivos ou mistos.
A curta duração dos episódios maníacos, idade mais tardia, poucos pensamentos suicidas e poucos problemas
médicos ou psiquiátricos coexistentes, pesam a favor de um bom prognóstico.
O distúrbio bipolar não tratado pode resultar em exaustão física.
O raciocínio precário pode dar origem a problemas financeiros.
Podem surgir problemas relacionados ao álcool e ao abuso de droga:; que irão causar transtornos familiares.
Observação
O transtorno bipolar também pode se apresentar de forma mais leve, quando é chamado de ciclotimia.
3 - TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
Compreendem os quadros em que há a presença de uma ansiedade acentuada, que desempenha papel
fundamental nos processos comportamentais e psíquicos do indivíduo, causando-lhe prejuízos em seu
desempenho profissional ou acadêmico e nas relações sociais.
Ansiedade é uma sensação (sentimento) subjetiva de apreensão e tensão que se manifesta por um despertar
psicofisiológico e uma ampla variedade de padrões comportamentais.
DISTÚRBIOS DA ANSIEDADE
A) TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA (TAG)
Preocupação e ansiedade excessivas e quase diárias (com duração superior ou igual a 6 meses) sobre uma
variedade de atividades ou eventos.
Sintomas
• Irritabilidade, • Suores constantes (frios ou não), • Tonteiras, • Atividades limitadas.
• Impaciência, • Sensação de “cabeça leve”, • Palpitações • Dificuldade para dormir.
• Apreensão. • Mal-estar gastrintestinal, • Tensão • Constantemente preocupada.
Observação
A pessoa com TAG não tem mania de doença e sim sintomas físicos de ansiedade (que também se expressa por
essa via).
B) TRANSTORNOS FÓBICO-ANSIOSOS
Os sintomas ocorrem diante de objetos ou situações bem definidos, que não costumam causar temor nas pessoas
em geral. A ansiedade é grave se não se puder evitar o objeto, a situação ou a atividade.

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Saúde Mental

Tipos

Fobia social - medo de expor-se mesmo para grupos pequenos e


situações informais.

Fobias específicas - medo de objetos ou situações específicas,


tais como avião, altura, animais.

Agorafobia - medo excessivo de espaços abertos, multidões e


situações em que haja dificuldade de fuga (lojas, supermercados,
teatros, transportes coletivos, túneis, elevadores) e de ficar
sozinho, mesmo que seja em sua própria casa.

C) TRANSTORNO DE PÂNICO
Caracteriza-se por ataques de pânico recorrentes e sem motivo inicial aparente.
Sintomas
• Falta de ar • Palpitações • Medo de “enlouquecer”
• Dor • Tremor • Dor de estômago
• Tontura • Agitação • Sensação de asfixia
• Desmaio • Sudorese • Sensação de irrealidade
• Sufocação • Náusea, • Distanciamento do ambiente
• Diarréia • Formigamento • Sensação de estranheza
• Dormência • Rubor • Desconforto torácico
• Calafrios • Medo de morrer • Medo de perder o controle
• Taquicardia

D) TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO (TOC)


O indivíduo desenvolve pensamentos ou ações repetitivas que ele próprio considera na maioria das vezes como
inapropriadas, mas que não consegue controlar, muitas vezes porque acredita que algo trágico ocorrerá a si ou a
outros caso ele não as execute.
O indivíduo fica preso em uma série de rituais, não
conseguindo, muitas vezes, realizar nem mesmo
tarefas de organização diária a contento.
Pode provocar lesões em si mesmo.
A ansiedade ocorre se houver resistência para as
obsessões ou compulsões e em virtude de o
sentimento de impotência resistir aos pensamentos ou
rituais.

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Saúde Mental

E) TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO


O paciente refere geralmente um evento fortemente traumático (estupro, catástrofes, seqüestros), muito gerador
de estresse e a partir da lembrança do evento.
Sintomas
• Ausência de respostas aos estímulos do ambiente • Sonolência excessiva
• Experimenta o evento através de sonhos e de visões retrospectivas • Distúrbio do sono
• Tentativa de evitar as atividades que avivem a memória do evento. • Hipervigilância
• Culpa por ter sobrevivido • Entorpecimento,
• Redução da memória ou concentração
DISTÚRBIOS DISSOCIATIVOS
Chamados de histeria, são aqueles em que o paciente parece perder, parcial ou totalmente, o controle entre suas
funções de memória, sensopercepção, idéia de si mesmo e movimentos corporais.
Tipos
• Amnésia dissociativa - esquecimento de situações traumáticas ou estressantes,
• Estupor dissociativo - a pessoa mantém-se imóvel, sem responder ao ambiente,
• Transtorno de Identidade dissociativo ou possessão - a pessoa age como que possuída por outra
personalidade, espírito ou força, dissociação de movimento e sensação (o indivíduo deixa de sentir ou de
conseguir movimentar alguma parte do corpo)
• Convulsões dissociativas (são convulsões incompletas, onde não ocorre perda total da consciência).
• Fuga Dissociativa - viagem súbita e inesperada para longe do lar ou do local de
trabalho, com incapacidade de relembrar o passado, confusão acerca da identidade
pessoal ou adoção de uma nova identidade.

DISTÚRBIOS SOMATOFORMES

São pacientes que vão repetidamente à clínica geral, com queixas de


problemas físicos que não são identificados como de causa orgânica, o que não
lhes satisfaz, fazendo com que solicitem continuamente novas investigações (às
vezes mudando de um médico para outro).

Sintomas
• Queixas de dores que não passam • Problemas gastrintestinais • Problemas cardiovasculares
• Queixas sexuais • Queixas menstruais. • Problemas respiratórios
• Problemas na pele
Observação
Um dos mais graves é o transtorno hipocondríaco, de difícil tratamento, no qual a pessoa se encontra
“convencida” de estar portando grave doença, buscando todos os recursos para confirmá-la.
Tratamento
Psicoterapia
Antidepressivos e os ansiolíticos (p.ex., benzodiazepínicos).
Cuidados de Enfermagem
• Ajudar o paciente a identificar as situações produtoras de ansiedade e a elaborar um plano para esses eventos.
• Ajudá-lo a desenvolver habilidades de afirmação e de comunicação.
• Praticar as técnicas de redução do estresse com o paciente.
• Monitorar quanto às manifestações objetivas e subjetivas da ansiedade:
• Taquicardia, taquipnéia.
• Verbalização das sensações de ansiedade.
• Sinais e sintomas associados com estimulação autônoma - transpiração, dificuldade em concentrar-se,
insônia.
• Utilizar frases curtas e simples ao comunicar-se com o paciente.
• Manter uma postura calma e serena.

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Saúde Mental

• Utilizar coadjuvantes para a comunicação verbal, tais como recursos visuais e brincadeiras com representação
de papéis, a fim de estimular a memória e a retenção de informação.
• Administrar os ansiolíticos prescritos a fim de reduzir o nível de ansiedade.
• Incentivar as discussões das razões para o isolamento social e dos sentimentos acerca dele.
• Recomendar a participação em programas dirigidos para áreas específicas de conflitos ou deficiências de
habilidade. Esses programas podem focalizar as estratégias de afirmação, a percepção corporal, o controle de
múltiplas responsabilidades na representação de papéis, e o controle do estresse.
• Identificar os benefícios secundários, tais como menor responsabilidade e maior dependência, que inibam a
progressão do paciente para a independência.
• Proporcionar experiências nas quais o paciente possa ser bem-sucedido.
• Explorar métodos alternativos de satisfazer as necessidades de dependência.
• Explorar as crenças que apóiem um comportamento desamparado ou dependente.
• Ensinar e representar o papel de comportamentos corretos em situações específicas.
• Desenvolver uma relação honesta e sem condenação com o paciente.
• Não pressionar o paciente com informação ou memórias.
• Ajudar o paciente a incorporar o material dissociado em uma memória consciente incentivando a partilha de
memórias dolorosas e reprimidas.
• Orientar o paciente e os membros da família acerca da ansiedade.
• Definir ansiedade e diferenciá-la de medo.
• Explicar as causas da ansiedade.
• Identificar os seus sinais e sintomas relevantes.
• Descrever o esquema da medicação.
• Orientar a família para proporcionar um reforço positivo para o uso dos comportamentos sadios.
• Orientar a família para não assumir responsabilidades ou papéis atribuídos normalmente ao paciente.
• Orientar a família para dar atenção ao paciente, e não aos sintomas dele.
• Ensinar maneiras alternativas de realizar as atividades diárias se uma incapacidade física inibir a função e o
desempenho.
• Monitorar o paciente com freqüência acerca dos dispositivos restritivos e avaliar o nível de agitação dele.
4 - TRANSTORNOS DA ALIMENTAÇÃO
São caracterizados por perturbações no comportamento alimentar, podendo levar ao emagrecimento extremo
(caquexia – devido à inadequada redução da alimentação), à obesidade (devido à ingestão de grandes
quantidades de comida), ou outros problemas físicos.
A) ANOREXIA NERVOSA
Caracterizado por perda de peso intencional, induzida e mantida pelo paciente
compreendendo um medo de engordar e de ter uma silhueta arredondada.
Existe comumente desnutrição de grau variável que se acompanha de modificações
endócrinas e metabólicas secundárias e de perturbações das funções fisiológicas.

B) BULIMIA NERVOSA
Caracterizada por acessos repetidos de hiperfagia e uma
preocupação excessiva com relação ao controle do peso corporal
conduzindo a uma alternância de hiperfagia e vômitos ou uso de
purgativos.
Os vômitos repetidos podem provocar perturbações eletrolíticas e
complicações somáticas.

C) HIPERFAGIA
Episódios de compulsão alimentar, porém diferentemente da Bulimia Nervosa,
não utilizam métodos purgativos para eliminar os alimentos ingeridos, nem a
preocupação irracional com o peso e a forma corporal.
Só conseguem parar de comer quando se sentem fisicamente desconfortáveis

Causas
• Pressão cultural por manter-se magro • Exigência de certas profissões • Baixa auto-estima
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Saúde Mental

D) TRANSTORNO ALIMENTAR NOTURNO


Caracteriza-se pelo comportamento alimentar durante a noite, mesmo que a pessoa continue dormindo. Não
lembram de nada ao despertar, e negam sobre o fato quando informados por outra pessoa. Um fato importante é
que são pessoas que geralmente fazem algum tipo de regime alimentar durante o dia.
E) PICA
Este é um transtorno que se caracteriza pela ingestão de substâncias não comestíveis como sabonete, tijolo,
argila, cascas de pintura, gesso, giz, cinzas de cigarro, etc.
5 - TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE
Caracterizam pessoas que não têm uma maneira absolutamente normal de viver (do ponto de vista estatístico e
comparando com a média das outras pessoas), mas não chegam a preencher os critérios para um transtorno
mental franco.
Personalidade - totalidade relativamente estável e previsível dos traços emocionais e comportamentais que
caracterizam a pessoa na vida cotidiana, sob condições normais.
Tipos
Grupo A - transtornos de personalidade paranóide, esquizóide e esquizotípico. As pessoas com esses
transtornos freqüentemente parecem esquisitas ou excêntricas.
• Paranóide - indivíduos desconfiados, que se sentem enganados pelos outros, com dúvidas a respeito da
lealdade dos outros, interpretando ações ou observações dos outros como ameaçadoras. São rancorosos e
percebem ataques a seu caráter ou reputação, muitas vezes ciumentos e com desconfianças infundadas sobre
a fidelidade dos seus parceiros e amigos.
• Esquizóide - indivíduos distanciados das relações sociais, que não desejam ou não gostam de relacionamentos
íntimos, realizando atividades solitárias, de preferência. Pouco ou nenhum interesse em relações sexuais com
outra pessoa, e pouco ou nenhum prazer em suas atividades. Não têm amigos íntimos ou confidentes, não se
importam com elogios ou críticas, sendo frios emocionalmente e distantes.
• Esquizotípica - indivíduos excêntricos e estranhos, que têm crenças bizarras, com experiências de ilusões e
pensamento e discurso extravagante. Falta de amigos e muita ansiedade no convívio social.
Grupo B - transtorno de personalidade histriônico, narcisista, anti-social e borderline. As pessoas com esses
transtornos freqüentemente parecem dramáticas, emotivas e erráticas.
• Borderline - indivíduos instáveis em suas emoções e muito impulsivos, com esforços incríveis para evitar
abandono (até tentativas de suicídio). Têm rompantes de raiva inadequada. As pessoas a sua volta são
consideradas ótimas, mas frente a recusas tornam-se péssimas rapidamente, sendo desconsideradas as
qualidades anteriormente valorizadas.
• Narcisista - indivíduos que se julgam grandiosos, com necessidade de admiração e que desprezam os outros,
acreditando serem especiais e explorando os outros em suas relações sociais, tornando-se arrogantes.
• Anti-social - indivíduos que desrespeitam e violam os direitos dos outros, não se conformando com normas.
Mentirosos, enganadores e impulsivos, sempre procurando obter vantagens sobre os outros. São irritados,
irresponsáveis e com total ausência de remorsos, mesmo que digam que têm, mais uma vez tentando levar
vantagens.
• Histriônica - indivíduos facilmente emocionáveis, sempre em busca de atenção, sentindo-se mal quando não
são o centro das atenções. São sedutores, com mudanças rápidas das emoções. Tentam impressionar aos
outros, fazendo uso de dramatizações, e tendem a interpretar os relacionamentos como mais íntimos do que
realmente são.
Grupo C
Inclui os transtornos de personalidade evitativo, dependente, obsessivo-compulsivo e passivo-agressivo. As
pessoas com esses transtornos freqüentemente mostram-se ansiosas e medrosas.
• Obsessivo-Compulsiva - indivíduos preocupados com organização, perfeccionismo e controle, sempre atento a
detalhes, listas, regras, ordem e horários. Dedicação excessiva ao trabalho, dão pouca importância ao lazer.
Teimosos, não jogam nada fora ("pão-duro") e não conseguem deixar tarefas para outras pessoas.
• Esquiva - indivíduos tímidos (exageradamente), muito sensíveis a críticas, evitando atividades sociais ou
relacionamentos com outros, reservados e preocupados com críticas e rejeição. Geralmente não se envolvem
em novas atividades, vendo a si mesmos como inadequados ou sem atrativos e capacidades.
• Dependente - indivíduos que têm necessidade de serem cuidados, submissos, sempre com medo de
separações. Têm dificuldades para tomar decisões, necessitam que os outros assumam a responsabilidade de
seus atos, não discordam, não iniciam projetos. Sentem-se muito mal quando sozinhos, evitando isso a todo
custo.
• Passivo-Agressivo - indivíduos que têm como objetivo encoberto o controle ou a punição de outros. O
comportamento passivo-agressivo é freqüentemente manifestado sob a forma de preguiça, ineficácia e mau
humor. Freqüentemente concorda em realizar tarefas que ele realmente não deseja fazer e, em seguida,
começa a minar sutilmente a sua realização. Normalmente, esse tipo de comportamento serve para expressar
uma hostilidade oculta.

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Saúde Mental

Possíveis Conseqüências dos Distúrbios da Personalidade


• Apresentam um alto risco de comportamentos que podem acarretar doenças físicas (p.ex., alcoolismo ou
dependência de drogas), comportamento autodestrutivo, comportamento sexual de risco, hipocondria e conflitos
com os valores sociais.
• São vulneráveis à distúrbios psiquiátricos devido ao estresse. O tipo de distúrbio psiquiátrico (p.ex., ansiedade,
depressão ou psicose) depende em parte do tipo de distúrbio da personalidade.
• Apresentam menor propensão a seguir um tratamento prescrito. Mesmo quando este é seguido, eles tendem a
ser menos responsivos às medicações do que o normal.
• Freqüentemente estabelecem uma má relação com os médicos, pois recusam-se a assumir a responsabilidade
pelo seu comportamento ou se sentem altamente desconfiados, dignos ou necessitados.
Tratamento
O tratamento é bastante difícil e demorado, pois o indivíduo terá de mudar o seu "jeito de ser" para que o
tratamento seja efetivo.
O tratamento varia de acordo com o tipo de distúrbio da personalidade. Como a maioria dos indivíduos não sente
necessidade de tratamento, a motivação é originária de uma outra pessoa.
O indivíduo pode responder ao apoio que lhe é prestado, mas pode manter-se firme em relação aos padrões de
pensamento e de comportamento próprios de sua inadequação.
Os indivíduos com um distúrbio da personalidade algumas vezes apresentam ansiedade e depressão, as quais
eles esperam que sejam aliviadas com medicamentos. Entretanto, a ansiedade e a depressão decorrentes de um
distúrbio da personalidade raramente são aliviados de modo satisfatório por medicamentos e esses sintomas
podem ser evidências de que o indivíduo está realizando algum auto-exame saudável.
Além disso, a terapia medicamentosa freqüentemente é complicada pelo uso inadequado das medicações ou por
tentativas de suicídio.
Alguns distúrbios da personalidade, como os tipos narcisista e o obsessivo-compulsivo, podem ser mais bem
tratados com a psicanálise. Outros, como os tipos anti-social e o paranóide, raramente respondem a qualquer tipo
de terapia.
6 - TRANSTORNOS DE CONDUTA
Tipo de comportamento problemático que alcança violações importantes, além das expectativas apropriadas à
idade da pessoa e, portanto, de natureza mais grave que as travessuras ou a rebeldia normal de um adolescente.
Características
• Padrões persistentes de conduta dissocial, agressiva ou desafiante.
• Comporta grandes violações das expectativas sociais próprias à idade da criança;
• Padrão duradouro de comportamento (seis meses ou mais).
• Falta de consideração pelos sentimentos alheios, direitos e bem estar dos outros;
• Não apresentam sofrimento psíquico por atos moralmente reprováveis.
• Podem preceder comportamentos mais graves como agressões físicas ou abuso de drogas.
• O encontro com outras pessoas com o mesmo perfil pode ocasionar na formação de gangues;
• Podem ter o hábito de acusar seus companheiros e tentar culpar qualquer outra pessoa ou circunstância por
suas eventuais más ações.
• São extremamente manipuladoras e aprendem que a expressão de culpa pode reduzir ou evitar punições, não
titubeiam em demonstrarem remorso sempre que isso resultar em benefício próprio;
• Acabam por causar sérios prejuízos no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional;
• É freqüente na infância e na adolescência pois, depois dos 18 anos, persistindo os sintomas
• básicos (contravenção), o diagnóstico deve ser alterado para Transtorno da Personalidade Anti-Social.
Sintomas
• Manifestações de agressividade e de tirania • Crises de birra • Roubos
• Crueldade em relação a pessoas ou a animais • Condutas incendiárias • Mentiras repetidas
• Desobediência anormal, freqüente e grave • Crises de irritabilidade • Fugir de casa
• Destruição dos bens de outrem • Uso de armas • Cabular aulas
• Supervalorização do seu exclusivo prazer • Explosões temperamentais • Ameaças
• Lutas corporais freqüentes • Violação das regras sociais • Intimidação
• Detrimento do bem-estar alheio • Baixa tolerância a frustrações • Provocação
Tipos
• Restrito ao contexto familiar - caracterizado pela presença de um comportamento dissocial e agressivo
manifestando-se exclusiva ou quase exclusivamente em casa e nas relações com os membros da família
nuclear ou as pessoas que habitam sob o mesmo teto.
• Não-socializado - caracterizado pela presença de um comportamento dissocial ou agressivo persistente,
associado a uma alteração significativa e global das relações com as outras crianças.
• Socializado - caracterizado pela presença de um comportamento dissocial ou agressivo manifestando-se em
indivíduos habitualmente bem integrados com seus companheiros.
30
Saúde Mental

• Desafiador e de oposição - caracterizado essencialmente por um comportamento provocador, desobediente ou


perturbador e não acompanhado de comportamentos delituosos ou de condutas agressivas ou dissociais
graves.
Tratamento
• Psicoterapia individual;
• Uso de medicação para os sintomas mais proeminentes;
• Psicoterapia familiar;
• Orientação de pais;
• Treinamento dos envolvidos no trato direto como os professores.
7 – TRANSTORNOS DO PENSAMENTO
CONCEITOS
O PENSAMENTO
Havendo saúde mental os estímulos para que o raciocínio se desenvolva devem provir de fontes externas e
internas.
O Mundo Interno
O pensamento se manifesta sob a forma de DEVANEIOS - uma espécie de servidão das idéias às nossas
necessidades mais íntimas, aos nossos afetos e paixões.
Saúde mental - os devaneios são sempre voluntários e reversíveis; são nossos servos e não nossos senhores.
Estados doentios - os devaneios ou fugas da realidade são emancipados da vontade, são impostas ao indivíduo
de forma absoluta e tirânica. O indivíduo despreza a realidade e vive uma realidade nova que lhe foi imposta
involuntariamente, da qual não consegue libertar-se.
Delírio - são crenças não verdadeiras, baseadas num julgamento incorreto sobre a realidade exterior, apesar de
provas e evidências contrárias. Pessoas com delírios podem acreditar que estão sendo perseguidas ou que têm
dotes ou poderes especiais. Os delírios podem ser fantásticos ou bizarros, como por exemplo acreditar ser capaz
de controlar o tempo ou se comunicar com extraterrestres.
Alucinação - é a percepção real de um objeto que não existe, ou seja, são percepções sem um estímulo externo,
mas com as qualidades de uma verdadeira percepção, isto é, a pessoa pode ver, ouvir e sentir coisas que não
estão realmente ali.
Podem ser:
• Auditivas - são as mais comuns em esquizofrenia e podem
ocorrer na forma de barulhos, músicas ou mais freqüentemente
como vozes. Estas vozes podem ser sussurradas, ou claras e
distintas, podem falar entre si ou ser uma única voz. Podem
comentar o comportamento da pessoa e às vezes podem dar
ordens.
• Visuais - podem ser simples ou complexas, podendo envolver
fachos de luz, pessoas ou coisas.
• Olfativas e gustativas - ocorrem em geral juntas, como cheiros ou
gostos ruins.
• Táteis – a pessoa tem a sensação de ser tocado ou picado, ou
ainda sensações elétricas como se insetos estivessem
rastejando sobre a pele.
ESQUIZOFRENIA
Alterações do pensamento e da percepção com afetos inadequados ou diminuídos, vê, ouve e sente coisas que
não são reais (alucinações); seleciona estímulos do ambiente que normalmente passam despercebidos, com
freqüência estando alheio ao que se passa à sua frente. Ás vezes sente que alguém lhe “rouba os pensamentos
da cabeça”.
Sintomas
De modo geral, os sintomas podem ser classificados em três grupos:
• Delírios e alucinações;
• Distúrbios do pensamento e comportamentos estranhos;
• Sintomas negativos ou de déficit.
• Anedonia • Muda de um tema a outro • Higiene ou conduta inadequadas
• Comportamento catatônico • Embotamento da afetividade • Pobreza da fala e fala desconexa
• Misantropia • Atos infantis • Agitação de apresentação
Os sintomas são suficientemente graves para interferir na capacidade laborativa, de se relacionar com as pessoas
e de cuidar de si mesmo.

31
Saúde Mental

Tipos de Esquizofrenia
• Paranóide - é caracterizada por uma preocupação com os delírios ou
alucinações auditivas. A fala desorganizada e as emoções inadequadas são
menos proeminentes.
Freqüentemente se julgam personagens superiores, de qualidades
excepcionais, e acreditam que estão sendo perseguidos e visados por
maldade, inveja, motivos políticos, etc. Inimigos estão constantemente urdindo
planos contra eles, espiões os estão perseguindo, os jornais a eles se referem,
seus pensamentos estão sendo roubados, captados, influenciados; seus
alimentos estão sendo envenenados, gases nocivos são inalados nos seus
dormitórios, seus inimigos procuram prejudicá-los sob todas as formas, agindo
com grande habilidade.
• Hebefrênica - é caracterizada pela fala desorganizada, pelo comportamento desorganizado e pelo
embotamento afetivo ou pelas emoções inadequadas. Há a presença de maneirismos. Acomete mais
comumente os adultos jovens ou adolescentes.
• Catatônica - é dominada pelos sintomas físicos como a imobilidade, a atividade motora excessiva ou a adoção
de posturas esquisitas.
Diagnóstico
• Não existe um exame diagnóstico definitivo para a esquizofrenia;
• Avaliação geral da história e dos sintomas do paciente (devem persistir por um mínimo de 6 meses);
• Deterioração significativa da atividade laborativa, escolar ou social;
• Realização de exames laboratoriais para se descartar a possibilidade do uso abusivo de drogas ou de um
distúrbio clínico, neurológico ou endócrino subjacente que possa apresentar características da psicose.
Tratamento
Os objetivos gerais do tratamento são a redução da gravidade dos sintomas psicóticos, a prevenção de
recorrências de episódios sintomáticos e da deterioração associada do funcionamento do indivíduo e a provisão
de apoio para que o indivíduo consiga apresentar o melhor funcionamento possível.
• Medicamentos antipsicóticos,
• Reabilitação
• Atividades de apoio comunitário
• Psicoterapia
Prognóstico
Cada vez mais a esquizofrenia consegue possibilidades de vir a ter prognóstico de médio a bom, com os avanços
no tratamento.
Fatores de bom prognóstico Fatores de mau prognóstico
• Inserção social • Isolamento social
• Ser casado. • Ser solteiro, viúvo, ou separado.
• Tratamento precoce • Demora no início do tratamento.
• Ajustamento psicossexual adequado • Ajustamento psicossexual pobre.
• Bom ambiente familiar. • Ambiente familiar desfavorável.
• Pouco tempo de episódio psicótico. • Longo tempo do episódio psicótico anterior à avaliação inicial.
• Início agudo. • Início insidioso.
Cuidados de Enfermagem
• Ter uma atitude de acolhimento, tentando demonstrar que entendemos seu sofrimento e que estamos dispostos
a ajudá-lo no que for possível;
• Evitar a contestação do conteúdo dos comportamentos do paciente.
• Ter uma atitude calma, afetiva, escutar, buscando estabelecer um vínculo amistoso;
• Administrar medicamentos antipsicóticos;
• Incentivar o paciente a conversar sobre seus sentimentos;
• Colaborar com o paciente para estabelecer uma rotina diária;
• Controlar os efeitos dos medicamentos antipsicóticos:
• Mudar lentamente de posição;
• Aumentar gradativamente a atividade física;
• Limitar o trabalho excessivo no tempo quente e ensolarado;
• Usar precauções contra o sol;
• Observar comportamentos que indiquem aumento da ansiedade;
• Retirar do quarto todas as armas potenciais e artigos que possam causar uma lesão;
• Usar uma linguagem simples e clara ao falar com o paciente.
• Explicar todos os procedimentos. testes e atividades a ele antes de iniciá-Ios e proporcionar material por escrito

32
Saúde Mental

ou de vídeo com finalidades de aprendizado.


• Proporcionar oportunidades para socialização e incentivar a participação rias atividades de grupo.
• Estar ciente do espaço pessoal do paciente e utilizar o toque com ponderação.
• Ajudá-lo a identificar os comportamentos que alienam (afastam) as pessoas significativas e os membros da
família.
• Avaliar a resposta do paciente à medicação antipsicótica prescrita.
• Colaborar com o paciente e com os especialistas em terapia ocupacional e fisioterapia a fim de determinar a
capacidade dele em realizar as atividades da vida diária.
• Reduzir os estímulos ambientais.
• Monitorar o paciente quanto aos comportamentos que indiquem maior ansiedade.
• Colaborar com o paciente para identificar os comportamentos ansiosos, assim como as causas.
• Falar que você o ajudará a manter o controle.
• Estabelecer limites constantes acerca dos comportamentos do paciente e comunicar claramente esses limites a
ele, aos membros da família e ao médico-assistente.
• Como preparo para o possível aumento contínuo da agressividade, formar uma equipe psiquiátrica de ajuda
emergencial e designar um líder capaz de facilitar um processo efetivo e seguro de controle da agressão.
• Determinar a necessidade de controle externo, incluindo segregação e/ou contenções. Comunicar a decisão ao
paciente e colocar o plano em ação.
8 - TRANSTORNOS DO SONO
A) DISSONIAS - Caracterizado por alterações na quantidade, qualidade ou regulação do sono.
• Insônia: não é considerada uma doença em si, e sim um sintoma. A quantidade e a qualidade do sono são
marcadamente insatisfatórias, pois o indivíduo apresenta dificuldades na conciliação e na manutenção do sono,
prejudicando seu bem-estar no dia seguinte
• Hipersonia: sonolência excessiva crônica, necessidade prolongada de sono (8 a 12 horas), geralmente com
dificuldade ao acordar pela manhã. Normalmente, as pessoas com hipersonia apresentam necessidade de tirar
cochilos durante o dia (por uma hora ou mais), e mesmo assim não se sentem mais dispostas após o despertar.
• Apnéia: as pessoas que sofrem deste problema costumam ter sua respiração interrompida brevemente, por
várias vezes enquanto dormem. Assim, a manutenção do sono é prejudicada devido aos despertares repetidos
durante a noite. Geralmente está associada a roncos
• Narcolepsia: episódios de sono indesejável com duração curta (segundos ou poucos minutos), e que muitas
vezes ocorrem em momentos inoportunos.
B) PARASSONIAS - Caracterizados por episódios comportamentais anormais que ocorrem durante o sono,
• Sonambulismo: pessoas sonâmbulas apresentam a primeira terça parte do sono episódios repetidos de
levantar-se da cama e embora esteja claramente inconsciente, é capaz de realizar pequenas tarefas como
andar, vestir-se, sentar-se, olhar e falar , embora a fala seja desconexa. Dificilmente, o indivíduo se lembra do
que ocorreu durante o episódio
• Terror Noturno: caracteriza-se por um brusco despertar, iniciado com um grito de pânico. O indivíduo expressa
um medo intenso, apresenta taquicardia, sudorese, respiração ofegante pupilas dilatadas. Os episódios duram
cerca de 10 minutos; o indivíduo não se recorda com detalhes do sonho, e não se lembra do que houve ao
despertar.
• Pesadelos: é a vivência repetida de sonhos com componentes extremamente assustadores que levam o sujeito
a despertar. Normalmente, a pessoa desperta do pesadelo e retorna rapidamente ao estado de alerta, porém
com intensa ansiedade e medo, o que dificulta a conciliação do sono no meio da noite.
9 - TRANSTORNOS POR USO DE SUBSTÂNCIAS
DROGAS PSICOATIVAS OU PSICOTRÓPICAS
São substâncias naturais ou sintetizadas capazes de trazer alterações no funcionamento na consciência ou no
estado mental do indivíduo. Essas substâncias podem ser lícitas ou legais e ilícitas ou ilegais. As drogas legais
são aquelas controladas ou taxadas pelo Governo (por ex. álcool e fumo), ou prescritas por médicos (por ex.
benzodiazepínicos e barbitúricos). Tanto as drogas lícitas quanto as ilícitas estão sujeitas ao abuso, mau uso e
dependência psicológica e física.
Adição
É a atividade compulsiva e o envolvimento excessivo no uso de praticamente qualquer substância.
Dependência Química
A OMS define a dependência de drogas como um estado de adaptação mental e/ou física à droga consumida
regularmente, ou seja, quando uma pessoa não consegue alcançar seu bem-estar ou executar tarefas cotidianas
sem o auxílio de alguma substância psicoativa. A dependência pode ser física, psíquica ou ambas.
Tipos
• Dependência Física - ocorre uma adaptação orgânica à droga consumida regularmente; quando a pessoa pára
de usar a droga, ocorre a síndrome de abstinência.

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Saúde Mental

• Dependência Psíquica - está relacionada ao hábito. Há o desejo compulsivo pela droga em busca de efeitos
agradáveis, ou para alívio de um problema.
Tolerância
É a necessidade de crescentes quantidades da substância para atingir o efeito desejado, em conseqüência da
utilização repetida da droga ou da capacidade de resistir à ação de uma droga ou um efeito acentuadamente
diminuído com o uso continuado da mesma quantidade da substância.
Abstinência
É um conjunto de sinais e sintomas decorrentes da falta da droga em usuários dependentes. Essa síndrome se
caracteriza por sensações de mal-estar e diferentes graus de sofrimento mental e físico, particulares para cada
tipo de droga. A abstinência pode ser complicada por convulsões e delirium.
CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A OMS
Quanto ao uso
• Uso na vida: uso de droga pelo menos uma vez na vida.
• Uso no ano: o uso de droga pelo menos uma vez nos últimos doze meses.
• Uso recente ou no mês: o uso de droga pelo menos uma vez nos últimos 30 dias.
• Uso freqüente: uso de droga seis ou mais vezes nos últimos 30 dias.
• Uso de risco: padrão de uso que implica alto risco de dano à saúde física ou mental do usuário, mas que ainda
não resultou em doença orgânica ou psicológica.
• Uso prejudicial: padrão de uso que já está causando dano à saúde fisica ou mental.
Quanto à freqüência
• Não-usuário: nunca utilizou drogas;
• Usuário leve: utilizou drogas no último mês, mas o consumo foi menor que uma vez por semana;
• Usuário moderado: utilizou drogas semanalmente, mas não todos os dias, durante o último mês;
• Usuário pesado: utilizou drogas diariamente durante o último mês. A OMS considera ainda que o abuso de
drogas não pode ser definido apenas em função da quantidade e freqüência de uso. Assim, uma pessoa
somente será considerada dependente se o seu padrão de uso resultar em pelo menos três dos seguintes
sintomas ou sinais, ao longo dos últimos doze meses:
• Forte desejo ou compulsão de consumir drogas;
• Dificuldades em controlar o uso, seja em termos de início, término ou nível de consumo;
• Uso de substâncias psicoativas para atenuar sintomas de abstinência, com plena consciência dessa prática;
• Estado fisiológico de abstinência;
• Evidência de tolerância, quando o indivíduo necessita de doses maiores da substância para alcançar os
efeitos obtidos anteriormente com doses menores;
• Estreitamento do repertório pessoal de consumo, quando o indivíduo passa, por exemplo, a consumir
drogas em ambientes inadequados, a qualquer hora, sem nenhum motivo especial;
• Falta de interesse progressivo de outros prazeres e interesses em favor do uso de drogas;
• Insistência no uso do substância, apesar de manifestações danosas comprovadamente decorrentes desse
uso;
• Evidência de que o retorno ao uso da substância, após um período de abstinência, leva a uma rápida
reinstalação do padrão de consumo anterior .
DEPENDENTE QUÍMICO
Características
• A atividade relacionada à droga passa a ocupar uma grande parte do dia;
• A adição interfere na capacidade laborativa, nos estudos ou na interação com a família e amigos;
• Os pensamentos e as atividades são direcionados à obtenção e ao uso da droga;
• Pode manipular, mentir ou roubar para satisfazer a sua adição;
• Têm dificuldade para abandonar as drogas e retornam a elas após períodos de abstinência;
• Deve ser tratado como doente crônico e a terapia de recaídas deve ser multifatorial;
Princípios de Tratamento do Dependente Químico
• O dependente deve ter algum desejo de se tratar;
• O objetivo do tratamento é a abstinência total das drogas;
• Ao decidir pelo tratamento, a interrupção deve ser feita de uma só vez e não gradualmente;
• A família deve participar do tratamento.
Tratamento
• Promoção da Abstinência;
• Tratamento das Complicações;
• Prevenção de recaídas;
• O tratamento é longo;

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Saúde Mental

• O tratamento não é simples;


• O tratamento vai necessitar de participação ativa do paciente.
Estratégias para a re-aquisição do autocontrole gradativamente
• Detectar situações de risco (cada indivíduo com um rol de situações próprias);
• Favorecer mudanças de hábito;
• A recaída (parcial ou total) pode ocorrer e “faz parte do tratamento” ;
• Estabelecimento de metas de curto prazo;
• Estímulo ao fortalecimento de vínculos;
• Atenção à reação global de violação da abstinência;
• Abordagem à família;
• Psicoeducação;
• Promoção de crescimento e modificações da estrutura de personalidade através da psicoterapia;
• Procurar um “Substituto” da dependência química.

DROGAS QUE PODEM LEVAR À DEPENDÊNCIA


A) ÁLCOOL
Nome Cerveja, destilados, vinhos, xaropes
Forma de Ingestão Via oral
Origem Grão e frutas
Quantidade média ingerida 350 ml, 45 ml, 90 ml
Duração 2-4 horas
Dependência psicológica Risco alto
Dependência física Risco moderado
Tolerância Sim
Efeitos a curto prazo Relaxamento, quebra das inibições, euforia, depressão, diminuição da
(média quantidade) consciência
Efeitos a curto prazo Estupor, náusea, inconsciência, ressaca, morte
(grande quantidade)
Efeitos a longo prazo Obesidade, impotência, psicose, úlceras, subnutrição, danos cerebrais e
hepáticos, morte
Utilização médica Nenhuma
ALCOOLISMO
É uma doença crônica caracterizada pela tendência de beber mais do que o pretendido, tentativas fracassadas de
interromper o consumo de bebidas alcoólicas e o consumo contínuo apesar das más conseqüências sociais e
laborativas.
Causas
• Acesso a bebidas quando criança • Predisposição física • Hereditariedade • Fuga
• Sociedade nos induz ao alcoolismo • Frustrações • Insegurança • Modelo na família
• Dependência psíquica • Beber diariamente
Fases
1ª Fase - Quando bebe demais e percebe que está bebendo, mas não
consegue parar.
• Ainda não afeta seu trabalho.
• Capacidade de beber está sendo atingida.
• Fala bastante e repete o assunto várias vezes quando bebe.
• É uma fase difícil de identificar.
• Melhor fase para tratamento.

2ª Fase - Ocasional. Problemas de dinheiro começam a aparecer.


• Problemas no relacionamento familiar.
• Desespero por parte dos familiares.
• Censura dos amigos com mais freqüência.
• Só tem amigos de bar.
• Vexame nas festas.

3ª Fase - Dependência física.


• Náuseas ao escovar os dentes.
• Inicia afastamento ao trabalho.
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Saúde Mental

• Trêmulo.
• Diminuição do rendimento profissional.
• Irritabilidade e agressividade.
• Criança começa a ter medo do pai.
• Desprezo da família.
• Desempenho sexual prejudicado.
Filhos têm um menor rendimento na escola.

4ª Fase - Crônica (bêbado de calçada).


• Começa a não se preocupar com aparência.
• Agressividade.
• Alucinação (começa a ver coisas e bichos).
• Tremor com freqüência.
• Toma bebida logo cedo.
• Alucinação,
• Pensa em suicídio.
• Perda de família e emprego.
• Desprezo da sociedade.
Efeitos
• É rapidamente absorvido do intestino delgado para o interior da corrente sangüínea.
• Os níveis de álcool no sangue aumentam rapidamente.
• É metabolizado pelo fígado;
• Deprime imediatamente as funções cerebrais;
• Aumenta o grau de depressão
• Lesa muitos órgãos do corpo, particularmente o fígado, o cérebro e o coração;
• Induz à tolerância, de modo que os indivíduos que tomam regularmente mais de duas doses por dia podem
beber mais álcool que os outros, sem ficar embriagados;
• Se um alcoolista pára de beber abruptamente, ele pode apresentar sintomas da abstinência que geralmente
começa 12 a 48 horas após a última ingestão de bebidas alcoólicas. Os sintomas discretos incluem o tremor, a
fraqueza, a sudorese e a náusea. Alguns indivíduos apresentam convulsões (denominadas epilepsia alcoólica
ou convulsões alcoólicas);
• Os alcoolistas inveterados que param de beber podem apresentar a alucinose alcoólica (ouvem vozes que
parecem acusadoras e ameaçadoras, causando apreensão e terror).
Delirium tremens
• Confusão mental progressiva • Sonolência
• Aumento da freqüência do pulso • Depressão profunda
• Delírios que produzem medo • Inquietação
• Alucinações visuais com terror • Confusão mental
• Perda da memória recente • Sudorese excessiva
• Desorientação extrema • Incoordenação grave
• Pesadelos • Desorientação
• Febre • Tremor de mãos
• Alucinações fugazes
Conseqüências
• O álcool causa tanto a dependência psicológica quanto a física;
• O alcoolismo interfere na capacidade de socialização e laborativa, acarretando muitos outros comportamentos
destrutivos;
• A embriaguez tende a desagregar a família e as relações sociais e, geralmente, leva ao divórcio;
• O grande número de dias de ausência no trabalho acaba levando ao desemprego;
• Os alcoolistas nem sempre conseguem controlar o seu comportamento; tendem a dirigir quando bêbados e
sofrem lesões físicas em decorrência de quedas, brigas ou acidentes automobilísticos.
• Alguns podem tornar-se violentos.
• Desprezo pela sociedade.
• Problemas físicos clinicamente comprovados.
• Doenças do fígado.
• Atrofia testicular (esterilidade).
• Impotência sexual.

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Saúde Mental

• Hipertensão arterial (pressão alta).


• Tremores.
• Doenças do coração.
• Perda de pêlos.
• Ginecomastia (aparecimento de seios no homem).
• Alteração na pele.
• Danos irreversíveis às células cerebrais.
Tratamento
• Administração de doses intravenosas de vitamina C e complexo B – a deficiência vitamínica causa sintomas de
abstinência potencialmente letais
• Administração de líquidos, magnésio e glicose pela via intravenosa - para evitar alguns dos sintomas da
abstinência alcoólica e a desidratação
• Benzodiazepínico - reduzir a agitação e ajudar a evitar os sintomas da abstinência.
• Antipsicóticos - geralmente para aqueles com alucinose alcóolica.
Programa de desintoxicação e de reabilitação
• O álcool é completamente suprimido;
• O alcoolista deve modificar o seu comportamento;
• Tratamento em grupo
• Contar com o apoio de familiares.
b) Alucinógenos
Nome DMT, Escopolamina, LSD, Mescalina, noz-moscada, DPT, Psilocibina, Ecstasy
Origem Sintética, mimendro (planta), cactus, moscadeira, cogumelo
Quantidade média ingerida Variável, 5 mg, 150-200 mg, 350 mg, 400 mg, 25 mg
Forma ingestão Oral, inalável, injetável, nasal
Duração Variável
Dependência psicológica Risco baixo
Dependência física Risco nenhum
Tolerância Sim
Efeitos a curto prazo Alteração da visão, aumento da energia, alucinações, pânico
(quantidade média)
Efeitos a curto prazo Ansiedade, alucinações, exaustão, psicose, tremores, vômito, pânico
(grandes quantidades)
Efeitos a longo prazo Aumento de ilusões e de pânico, psicose
Utilização médica Alcoolismo, drogas, doenças mentais e enxaquecas
Os naturais são a psilocibina, encontrada nos cogumelos, e a mescalina, encontrada no cacto peiote.
c) Anfetaminas
Nome Benzedrina, Dexedrina, Methedrina, Preludin,
Origem Sintética
Quantidade média ingerida 2,5-5 mg
Forma ingestão Oral, injetável
Duração 1-8 horas
Dependência psicológica Risco Alto
Dependência física Risco Nenhum
Tolerância Sim
Efeitos a curto prazo Aumento da atenção, excitação, euforia, diminuição do apetite
(quantidade média)
Efeitos a curto prazo Inquietação, discurso apressado, irritabilidade, insônia, convulsões, desarranjos
(grandes quantidades) estomacais
Efeitos a longo prazo Insônia, excitação, problemas dermatológicos, subnutrição, ilusões, alucinações,
psicose
Utilização médica Obesidade, fadiga, distúrbios do comportamento infantil, depressão
d) Antidepressivos
Nome Tofranil, Ritalina, Tryptanol
Origem Sintética
Quantidade média ingerida 10-25 mg
Forma ingestão Oral, injetável
Dependência psicológica Risco baixo

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Saúde Mental

Dependência física Risco nenhum


Tolerância Sim
Efeitos a curto prazo Alívio da ansiedade e da depressão, impotência temporária
(quantidade média)
Duração 12-14 horas
Efeitos a curto prazo Náusea, hipertensão, perda de peso, insônia
(grandes quantidades)
Efeitos a longo prazo Estupor, coma, convulsões, insuficiência cardíaca congestiva, danos ao fígado e
aos glóbulos brancos, morte
Utilização médica Ansiedade ou supersedação, distúrbios do comportamento infantil
e) Barbitúricos
Nome Doriden, Hidrato de Cloral, Fenobarbital, Nembutal, Saconal
Origem Sintética
Quantidade média ingerida 400 mg, 500 mg, 50-100 mg
Forma ingestão Oral
Duração 4-8 horas
Dependência psicológica Risco alto
Dependência física Risco alto
Tolerância Sim
Efeitos a curto prazo Relaxamento, euforia, diminuição da consciência, sono, coordenação
(quantidade média) prejudicada, tontura
Efeitos a curto prazo Discurso "borrado", mal articulado, estupor, ressaca, morte
(grandes quantidades)
Efeitos a longo prazo Sonolência, confusão, irritabilidade, enjôos pela privação
Utilização médica Na insônia, tensão e ataque epilético
f) Cafeína
Nome Café, chá, refrigerantes
Origem Grão de café, folhas de chá, castanha
Quantidade média ingerida 1-2 xícaras, 300 ml
Forma ingestão Oral
Duração 2-4 horas
Dependência psicológica Risco alto
Dependência física Risco alto
Tolerância Não
Efeitos a curto prazo Agitação, irritabilidade, insônia, perturbações estomacais
(quantidade média)
Efeitos a curto prazo Agitação, insônia, enjôo
(grandes quantidades)
Efeitos a longo prazo Agitação, irritabilidade, insônia, perturbações estomacais
Utilização médica Na supersedação e dor de cabeça
g) Cocaína
Nome Cocaína, crack, merla
Origem Folhas de coca
Quantidade média ingerida Variável
Forma ingestão Nasal, injetável
Duração 4 horas
Dependência psicológica Risco alto
Dependência física Risco alto
Tolerância Não
Efeitos a curto prazo Sensação de auto-confiança, elação, euforia e vigor intenso
(quantidade média)
Efeitos a curto prazo Irritabilidade, depressão, psicose
(grandes quantidades)
Efeitos a longo prazo Danos ao septo nasal e vasos sanguíneos, psicose
Utilização médica Anestésico local
A intoxicação gera taquicardia (aumento da freqüência cardíaca), midríase (dilatação da pupila), aumento da
pressão arterial, perspiração ou calafrios, náuseas ou vômitos, alucinações visuais ou táteis e a morte, por parada
cardíaca, a chamada OVER DOSE.

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Saúde Mental

h) Inalantes
Nome Aerossóis (éter), colas, nitrato de amido, óxido nitroso, gasolina, removedores
de tinta, os fluidos para isqueiro, fluidos de limpeza e tintas em spray.
Origem Sintética
Quantidade média ingerida Variável
Forma ingestão Inalável
Duração 1-3 horas
Dependência psicológica Risco alto
Dependência física Risco nenhum
Tolerância Possível
Efeitos a curto prazo Relaxamento, euforia, coordenação prejudicada
(quantidade média)
Efeitos a curto prazo Estupor, morte
(grandes quantidades)
Efeitos a longo prazo Alucinações, danos ao cérebro, aos ossos, rins e fígado, morte
Utilização médica Dilatação dos vasos sanguíneos, anestésico leve
São, geralmente, utilizados por pessoas de baixa renda e jovens, por serem acessíveis e de baixo custo. Ainda
não se sabe se provocam síndrome de abstinência.
i) Cannabis Sativa
Nome Haxixe, Maconha, THC
Origem Cannabis, sintética
Quantidade média ingerida Variável
Forma ingestão Inalável, oral, injetável
Duração 2-4 horas
Dependência psicológica Risco moderado
Dependência física Risco moderado
Tolerância Não
Efeitos a curto prazo Relaxamento, quebra das inibições, alteração da percepção, euforia, aumento do
(quantidade média) apetite
Efeitos a curto prazo Pânico, estupor
(grandes quantidades)
Efeitos a longo prazo Fadiga, psicose, crise amotivacional
Utilização médica Na tensão, depressão, dor de cabeça, falta de apetite, glaucoma e para alívio
das náuseas provocadas pela quimioterapia nos casos de câncer
j) Narcóticos
Nome Codeína, Demerol, Metadona, Morfina, Ópio, Percodan
Origem Papoula de ópio, papoula de ópio sintética
Quantidade média ingerida 15-50 mg, 50-150 mg, 05-15 mg, 10 mg
Forma ingestão Oral, injetável, nasal
Efeitos a curto prazo Relaxamento, alívio da dor e da ansiedade, diminuição da consciência, euforia,
(quantidade média) alucinações
Duração 4 horas
Efeitos a curto prazo Estupor, morte
(grandes quantidades)
Dependência psicológica Risco alto
Dependência física Risco alto
Tolerância Sim
Efeitos a longo prazo Letargia, prisão de ventre, perda de peso, esterilidade e impotência temporária,
enjôos pela privação
Utilização médica Na tosse, na diarréia, analgésico, combate à heroína
A abstinência provoca sintomas comportamentais (ansiedade, insônia, agitação e possível violência) e físicos. A
superdosagem de opióides é caso de emergência médica.
l) Nicotina
Nome Cachimbos, charutos, cigarro, rapé
Origem Folhas de tabaco
Quantidade média ingerida Variável
Forma ingestão Inalável, oral
Duração 1/2-4 horas

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Saúde Mental

Dependência psicológica Risco alto


Dependência física Risco alto
Tolerância Sim
Efeitos a curto prazo Relaxamento, contração dos vasos sanguíneos
(quantidade média)
Efeitos a curto prazo Dor de cabeça, perda de apetite, náusea
(grandes quantidades)
Efeitos a longo prazo Respiração prejudicada, doença pulmonar e cardiológica, câncer, morte
Utilização médica Nenhuma (usado em inseticida)
m) Tranquilizantes
Nome Dienpax, Librium, Valium
Origem Sintética
Quantidade média ingerida 5-30 mg, 5-25 mg, 10-40 mg
Forma ingestão Oral
Duração 12-24 horas
Dependência psicológica Risco moderado
Dependência física Risco moderado
Tolerância Não
Efeitos a curto prazo Alívio da ansiedade e da tensão. Supressão das alucinações e da agressão,
(quantidade média) sono
Efeitos a curto prazo Sonolência, visão perturbada, discurso "borrado", reação alérgica, estupor
(grandes quantidades)
Efeitos a longo prazo Destruição de células sanguíneas, icterícia, coma, morte
Utilização médica Na tensão, ansiedade, psicose, no alcoolismo
10 - TRANSTORNOS SEXUAIS
RESPOSTA SEXUAL NORMAL
• Desejo: Esta fase consiste de fantasias acerca da atividade sexual e desejo de ter atividade sexual.
• Excitação: Esta fase consiste de um sentimento subjetivo de prazer sexual e alterações fisiológicas
concomitantes. As principais alterações no homem consistem de tumescência e ereção peniana. As principais
alterações na mulher consistem de vasocongestão pélvica, lubrificação e expansão vaginal e turgescência da
genitália externa.
• Orgasmo: Esta fase consiste de um clímax do prazer sexual, com liberação da tensão sexual e contração
rítmica dos músculos do períneo e órgãos reprodutores. No homem, existe uma sensação de inevitabilidade
ejaculatória, seguida de ejaculação de sêmen. Na mulher, ocorrem contrações (nem sempre experimentados
subjetivamente como tais) da parede do terço inferior da vagina. Em ambos os gêneros, o esfíncter anal contrai-
se ritmicamente.
• Resolução: Esta fase consiste de uma sensação de relaxamento muscular e bem-estar geral. Durante esta
fase, os homens são fisiologicamente refratários a outra ereção e orgasmo por um período variável de tempo.
Em contrapartida, as mulheres podem ser capazes de responder a uma estimulação adicional quase que
imediatamente.
TRANSTORNOS
Classificação
• Disfunções Sexuais
• Parafilias
• Transtornos da Identidade de Gênero
DISFUNÇÕES SEXUAIS
É a perturbação no desejo sexual e nas alterações psicofisiológicas que caracterizam o ciclo de resposta sexual
normal, causando sofrimento acentuado e dificuldade interpessoal.
Tipos
• Transtorno de Desejo Sexual Hipoativo - é uma deficiência ou ausência de fantasias sexuais e desejo de ter
atividade sexual
• Transtorno de Aversão Sexual - é a aversão e esquiva ativa do contato sexual genital com um parceiro sexual
• Transtorno da Excitação Sexual Feminina - é uma incapacidade persistente ou recorrente de adquirir ou
manter uma resposta de excitação sexual adequada de lubrificação-turgescência até a conclusão da atividade
sexual
• Transtorno Erétil Masculino - é uma incapacidade persistente ou recorrente de obter ou manter uma ereção
adequada até a conclusão da atividade sexual

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Saúde Mental

• Transtorno Orgásmico Feminino - é um atraso, ou ausência persistente ou recorrente de orgasmo, após uma
fase normal de excitação sexual
• Transtorno Orgásmico Masculino - é um atraso ou ausência persistente ou recorrente de orgasmo, após uma
fase normal de excitação sexual
• Ejaculação Precoce - é o início persistente ou recorrente de orgasmo e ejaculação com estimulação mínima
antes, durante ou logo após a penetração e antes que o indivíduo o deseje
• Dispareunia - é dor genital associada com o intercurso sexual
• Vaginismo - é a contração involuntária, recorrente ou persistente, dos músculos do períneo adjacentes ao terço
inferior da vagina, quando é tentada a penetração vaginal com pênis, dedo, tampão ou especulo
• Disfunção Sexual Devido a uma Condição Médica Geral - é a presença de uma disfunção sexual
clinicamente significativa, considerada exclusivamente decorrente dos efeitos fisiológicos diretos de uma
condição médica geral.
• Disfunção Sexual Induzida por Substância - A disfunção é considerada plenamente explicada pelos efeitos
fisiológicos diretos de uma substância (droga de abuso, medicamento ou exposição a uma toxina)
PARAFILIAS
São anseios, fantasias ou comportamentos sexuais recorrentes e intensos que causam sofrimento clinicamente
significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do
indivíduo.
Em geral envolvem
1) objetos não-humanos;
2) sofrimento ou humilhação, próprios ou do parceiro,
3) crianças ou outras pessoas sem o seu consentimento,
Tipos
• Exibicionismo - envolve a exposição dos próprios genitais a um estranho. Às vezes o indivíduo se masturba
durante a exposição (ou enquanto fantasia que se expõe).
• Fetichismo - envolve o uso de objetos inanimados ("fetiches"). Entre os objetos de fetiche mais comuns estão
calcinhas, soutiens, meias, sapatos, botas ou outras peças do vestuário feminino. O indivíduo com Fetichismo
freqüentemente se masturba enquanto segura, esfrega ou cheira o objeto do fetiche ou pode pedir que o
parceiro sexual use o objeto durante seus encontros sexuais.
• Frotteurismo - envolve tocar e esfregar-se em uma pessoa sem seu consentimento. O comportamento
geralmente ocorre em locais com grande concentração de pessoas, dos quais o indivíduo pode escapar mais
facilmente de uma detenção.
• Pedofilia - atividade sexual com uma criança pré-púbere (geralmente com 13 anos ou menos). O indivíduo com
Pedofilia deve ter 16 anos ou mais e ser pelo menos 5 anos mais velho que a criança.
Masoquismo envolve o ato (real, não simulado) de ser humilhado, espancado, atado ou de outra forma
submetido a sofrimento.
• Sadismo - envolve atos (reais, não simulados) nos quais o indivíduo deriva excitação sexual do sofrimento
psicológico ou físico (incluindo humilhação) da vítima.
• Fetichismo Transvéstico - envolve vestir-se com roupas do sexo oposto. Geralmente, o homem com mantém
uma coleção de roupas femininas, que usa intermitentemente. Enquanto usa roupas femininas, ele em geral se
masturba, imaginando-se tanto como o sujeito masculino quanto como o objeto feminino de sua fantasia sexual.
Este transtorno tem sido descrito apenas em homens heterossexuais.
• Voyeurismo - envolve o ato de observar indivíduos, geralmente estranhos, sem suspeitar que estão sendo
observados, que estão nus, a se despirem ou em atividade sexual. O ato de observar ("espiar") serve à
finalidade de obter excitação sexual, e geralmente não é tentada qualquer atividade sexual com a pessoa
observada.
• Parafilia Sem Outra Especificação - nesta categoria são incluídas as parafilias que não satisfazem os critérios
para qualquer das categorias específicas. Os exemplos incluem a escatologia telefônica (telefonemas
obscenos), necrofilia (cadáveres), parcialismo (foco exclusivo em uma parte do corpo), zoofilia (animais),
coprofilia (fezes), clismafilia (enemas) e urofilia (urina), entre outras.
TRANSTORNOS DA IDENTIDADE DE GÊNERO
Forte identificação sexual com o gênero oposto, acompanhada por desconforto persistente com o próprio sexo
atribuído. Consiste do desejo de ser, ou a insistência do indivíduo de que ele é do sexo oposto.

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Saúde Mental

TERMOS TÉCNICOS EM PSIQUIATRIA


♦ Abasia Impossibilidade da marcha normal por falta de coordenação
♦ Ablação Extirpação (retirada cirúrgica) de alguma parte do cérebro.
♦ Abulia e hipobulia Enfraquecimento da vontade pode ocorrer
♦ Acalculia Incapacidade de cálculo aritmético
♦ Acatisia Grande dificuldade em permanecer parado, sentado ou imóvel.
♦ Acinesia Dificuldade para iniciar movimentos ou trocar de um padrão motor para outro
♦ Acrofobia Um medo mórbido de alturas.
♦ Acromatopsia Incapacidade de distinguir cores
♦ Afasia Perda completa da fala
♦ Afonia Incapacidade de produzir sons vocais.
♦ Agnosia Perda ou diminuição da capacidade de reconhecer objetos
♦ Agrafia Inabilidade para expressar idéias por escrito
♦ Alexia Inabilidade para reconhecer ou entender palavras, ideogramas, letras ou cores
♦ Alexitimia Incapacidade de reconhecer ou de verbalizar as próprias emoções.
♦ Alienação Perda de relacionamento com outros, com a sociedade ou a cultura.
♦ Anedonia Ausência da capacidade de experimentar prazer
♦ Animismo Percepção de objeto inanimado como se tivesse vida, sentimentos e intenções.
♦ Apraxia Perda da capacidade de realizar um movimento intencional de natureza familiar
♦ Autismo Interiorização intensa, forma de pensamento desligada do real.
♦ Bradicinesia Início vagaroso dos movimentos
♦ Bradifrenia Lentificação mental
♦ Bruxismo Ranger de dentes ou contração dos músculos mandibulares associados
♦ Cacofagia Alteração do paladar e do apetite
♦ Coprofagia Comer fezes
♦ Catarse Liberação terapêutica das idéias que estavam no inconsciente.
♦ Catalepsia Manutenção rígida de uma posição corporal por um extenso período de tempo.
♦ Cataplexia Episódios de súbita perda bilateral do tônus muscular
♦ Catatonia Perda da iniciativa motora, postura fixa e estática
♦ Catexia Vinculação de sentimentos a uma idéia, objeto ou a uma pessoa.
♦ Dipsomania Uso excessivo e episódico de álcool, porém descontrolado.
♦ Disartria Articulação inapropriada das palavras
♦ Dislalia Omissões ou substituições errôneas de consoantes.
♦ Ecolalia Repetição em eco da fala do outro.
♦ Ecopraxia Imitação compulsiva dos movimentos de outras pessoas
♦ Encoprese Incontinência fecal
♦ Fabulação Falsos relatos de eventos passados ou experiências pessoais.
♦ Frangofilia Impulso ao estraçalhamento de roupas, vestes, travesseiros, colchões, móveis,
♦ Fuga de Idéias Variação do tema e uma dificuldade para se chegar a uma conclusão.
♦ Labilidade afetiva Flutuação do humor.
♦ Logorréia Produção verbal anormal intensa e acelerada
♦ Narcolepsia Ataques repetidos e irresistíveis de sono reparador e cataplexia.
♦ Obnubilação Diminuição da sensopercepção, da compreensão e das impressões sensoriais.
♦ Taquipsiquismo Aceleração do ritmo do pensamento ou do psiquismo geral.
♦ Tricotilomania Perda visível de cabelos devido ao arrancar impulsivo de pelos
♦ Vigorexia Obsessão em tornar-se musculoso
♦ Zoopsia Alucinações visuais com bichos e animais peçonhentos

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Saúde Mental

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
BRASIL. Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da área de Enfermagem.Cadernos do Aluno: saúde
mental.Fundação Osvaldo Cruz, Escola Nacional de saúde Pública = Brasília, Ministério da saúde, Rio de Janeiro,
Fiocruz, 2001.
BRASIL. Temas Básicos de Saúde Mental. Textos Básicos – CBDA. Brasília .1998.
BRASIL. Lei nº 10.216 de 06.04.2001. DOU. de 09 de abril de 2001.
BRASIL. Ministério da Saúde, Relatório final da 2ª Conferência Nacional de Saúde Mental, Brasília. DF, 1994.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Norma Operacional Básica do SUS/NOAS-01, Brasília, 2001.
NEGRO, P. J. Atualização em neuropsiquiatria: emergências psiquiátricas. São Paulo:Lemos Editora & Gráficos,
1999.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Classificação de transtornosmentais e de comportamento da CID - 10:
Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas.Porto Alegre: Artes Médicas, 1983.
Ministério da Saúde - http://www.saude.gov.br/bvs

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