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TD 3 de Língua Portuguesa - 2º Bimestre
TD 3 de Língua Portuguesa - 2º Bimestre
ESCOLA: __________________________________________________________________________
NOME: ______________________________________________________________________. 1º ___.
01. Assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso em relação às cantigas trovadorescas:
a) ( ) No Trovadorismo podemos reconhecer dois tipos de cantigas: as cantigas líricas e as satíricas.
b) ( ) As cantigas líricas se subdividem em cantigas de amor e cantigas de amigo.
c) ( ) As cantigas satíricas se subdividem em cantigas de escárnio e de maldizer.
d) ( ) Nas cantigas de amor , o trovador sempre declara seu amor por uma dama da corte (chamada de “senhor”,
isto é, senhora).Trata-a de modo respeitoso em com cortesia.
e) ( ) A principal característica das cantigas de amigo é o sentimento feminino que exprimem, apesar de terem sido
escritas por homens.
f) ( ) As cantigas de escárnio eram diretas que exploravam palavras e construções ambíguas, expressões irônicas
sem revelar o nome da pessoa satirizada.
g) ( ) As cantigas de maldizer eram sátiras indiretas, com citação nominal da pessoa ironizada.
02. (UFMG) Interpretando historicamente a relação de vassalagem entre homem amante/mulher amada, ou mulher
amante/homem amado, pode-se afirmar que:
A) o Trovadorismo corresponde ao Renascimento.
B) o Trovadorismo corresponde ao movimento humanista.
C) o Trovadorismo corresponde ao Feudalismo.
D) o Trovadorismo e o Medievalismo só poderiam ser provençais.
E) tanto o Trovadorismo como Humanismo são expressões da decadência medieval.
03. (ESPM) O amor cortês foi um gênero praticado desde os trovadores medievais europeus. Nele a devoção
masculina por uma figura feminina inacessível foi uma atitude constante. A opção cujos versos confirmam o
exposto é:
A) Eras na vida a pomba predileta (...) Eras o idílio de um amor sublime. Eras a glória, - a inspiração, - a pátria, O
porvir de teu pai! (Fagundes Varela)
B) Carnais, sejam carnais tantos desejos, Carnais sejam carnais tantos anseios, Palpitações e frêmitos e enleios
Das harpas da emoção tantos arpejos... (Cruz e Sousa)
C) Quando em meu peito rebentar-se a fibra, Que o espírito enlaça à dor vivente, Não derramem por mim
nenhuma lágrima Em pálpebra demente. (Álvares de Azevedo)
D) Em teu louvor, Senhora, estes meus versos E a minha Alma aos teus pés para cantar-te, E os meus olhos
mortais, em dor imersos, Para seguir-lhe o vulto em toda a parte. (Alphonsus de Guimaraens)
E) Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar? Amar e esquecer amar e malamar, amar, desamar, amar?
(Manuel Bandeira)
04. (UEG)
Senhora, que bem pareceis! só me vem mal e tristeza.
Senhora, que bem pareceis! Sendo-me a mágoa sobeja,
Se de mim vos recordásseis deixai que ao menos vos veja
que do mal que me fazeis no ano, o espaço de um dia.
me fizésseis correção, Rei D. Dinis
CORREIA, Natália. Cantares dos trovadores galego-portugueses.
quem dera, senhora, então Seleção, introdução, notas e adaptação de Natália Correia. 2. ed.
que eu vos visse e agradasse. Lisboa: Estampa, 1978. p. 253.
06. (UEMA) O Texto II mostra um diálogo entre o Diabo e a segunda personagem, o Onzeneiro, quando chega à
Barca do Inferno.
Leia-o para responder à questão proposta.
ONZENEIRO: Para onde caminhais? O Diabo ouve o pretexto do Onzeneiro, mas não se
DIABO: Oh! Que má-hora venhais, deixa levar pelos artifícios da eloquência do passageiro.
Onzeneiro meu parente! Essa atitude do Diabo pode ser comprovada no verso
[...] A) “Não cures de mais linguagem.”
B) “Oh! Que má-hora venhais,”
DIABO: Ora mui muito me espanto
C) “Onzeneiro meu parente!”
Não vos livrar o dinheiro. D) “Não vos livrar o dinheiro.”
ONZENEIRO: Nem tão só para o barqueiro E) “Para onde tu hás-de ir;”
Não me deixaram nem tanto.
[...]
E para onde é a viagem?
DIABO: Para onde tu hás-de ir;
Estamos para partir,
Não cures de mais linguagem.
[...]
VICENTE, Gil. Auto da Barca do Inferno. São Paulo: FTD, 1997.
10. (UFSCar-2003) A questão seguinte baseia-se no poema épico Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, do qual
se reproduzem, a seguir, três estrofes.
Mas um velho, de aspeito venerando, (= aspecto) Dura inquietação d’alma e da vida
Que ficava nas praias, entre a gente, Fonte de desamparos e adultérios,
Postos em nós os olhos, meneando Sagaz consumidora conhecida
Três vezes a cabeça, descontente, De fazendas, de reinos e de impérios!
A voz pesada um pouco alevantando, Chamam-te ilustre, chamam-te subida,
Que nós no mar ouvimos claramente, Sendo digna de infames vitupérios;
C’um saber só de experiências feito, Chamam-te Fama e Glória soberana,
Tais palavras tirou do experto peito: Nomes com quem se o povo néscio engana.”
“Ó glória de mandar, ó vã cobiça Os versos de Camões foram retirados da passagem
Desta vaidade a quem chamamos Fama! conhecida como O Velho do Restelo. Nela, o velho
Ó fraudulento gosto, que se atiça A) abençoa os marinheiros portugueses que vão
C’uma aura popular, que honra se chama! atravessar os mares à procura de uma vida melhor.
Que castigo tamanho e que justiça B) critica as navegações portuguesas por considerar que
Fazes no peito vão que muito te ama! elas se baseiam na cobiça e busca de fama.
Que mortes, que perigos, que tormentas, C) emociona-se com a saída dos portugueses que vão
Que crueldades neles experimentas! atravessar os mares até chegar às índias.
D) destrata os marinheiros por não o terem convidado a
participar de tão importante empresa.
E) adverte os marinheiros portugueses dos perigos que
eles podem encontrar para buscar fama em outras
terras.
11. (Mackenzie) O tom pessimista apresentado por Camões no epílogo de "Os Lusíadas" (reproduzido abaixo)
aparece em outro momento do poema. Isso acontece no episódio:
Nô mais, Musa, nô mais, que a Lira tenho Olhai que ledos vão, por várias vias,
Destemperada e a voz enrouquecida, Quais rompentes leões e bravos touros,
E não do canto, mas de ver que venho Dando os corpos a fomes e vigias,
Cantar a gente surda e endurecida. A ferro, a fogo, a setas e pelouros,
O favor com que mais se acende o engenho A quentes regiões, a plagas frias,
Não no dá a pátria, não, que está metida A golpes de Idolatras e de Mouros,
No gosto da cobiça e na rudeza A perigos incógnitos do mundo,
D’uma austera, apagada e vil tristeza. A naufrágios, a peixes, ao profundo.
CAMÕES, Luís. Os lusíadas. Belém: Universidade da Amazônia,
E não sei por que influxo de Destino [s.d.]. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/
Não tem um ledo orgulho e geral gosto, texto/ua000178.pdf>. Acesso em: 18 set. 2020.
12. (UNICAMP)
TEXTO I
Transforma-se o amador na coisa amada, Mas esta linda e pura semideia,
Por virtude do muito imaginar; Que, como o acidente em seu sujeito,
Não tenho, logo, mais que desejar, Assim como a alma minha se conforma,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Está no pensamento como ideia;
Se nela está minha alma transformada, E o vivo e puro amor de que sou feito,
Que mais deseja o corpo de alcançar? Como a matéria simples busca a forma.
Em si somente pode descansar, (Luís de Camões, Lírica: redondilhas e sonetos, Rio de Janeiro:
Ediouro / São Paulo: Publifolha, 1997, p. 85.)
Pois com ele tal alma está liada.
Um dos aspectos mais importantes da lírica de Camões é a retomada renascentista de ideias do filósofo grego
Platão. Considerando o soneto citado, pode-se dizer que o chamado “neoplatonismo” camoniano
A) É afirmado nos dois primeiros quartetos, uma vez que a união entre amador e pessoa amada resulta em uma
alma única e perfeita.
B) É confirmado nos dois últimos tercetos, uma vez que a beleza e a pureza reúnem-se finalmente na matéria
simples que deseja.
C) É negado nos dois primeiros quartetos, uma vez que a consequência da união entre amador e coisa amada é a
ausência de desejo.
D) É contrariado nos dois últimos tercetos, uma vez que a pureza e a beleza mantêm-se em harmonia na sua
condição de ideia.
Funções da linguagem:
• Função fática: estabelece uma relação de interação entre o emissor e o receptor do discurso, sendo
usada no início, meio e final das conversas.
• Função emotiva: caracteriza-se pela subjetividade, tendo como principal objetivo emocionar o leitor.
• Função referencial: caracterizada pela função de informar, notificar, referenciar, anunciar e indicar por
meio da linguagem denotativa.
• Função conativa: o intuito principal dessa função é de convencer, persuadir e cativar o interlocutor.
• Função poética: focada na mensagem que será transmitida, essa função é característica dos textos
poéticos.
• Função metalinguística: utiliza o código para explicar o próprio código. Ou seja, trata-se de uma
linguagem que fala dela mesma, por exemplo, um filme que aborda sobre o cinema.
14. (Enem-2012)
Desabafo
Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como
disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite.
Seis recados para serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram
ontem. Estou nervoso. Estou zangado.
CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento).
Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem, com o predomínio,
entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da crônica Desabafo, a função da linguagem predominante é a
emotiva ou expressiva, pois
A) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código.
B) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito.
C) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem.
D) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais.
E) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação.
15. (PUC/SP-2001)
A Questão é Começar
Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa livre
conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde, como vai?” já
não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol. No escrever
também poderia ser assim, e deveria haver para a escrita algo como conversa vadia, com que se divaga até encontrar
assunto para um discurso encadeado. Mas, à diferença da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na lamentável
forma mecânica que supunha texto prévio, mensagem já elaborada. Escrevia-se o que antes se pensara. Agora entendo
o contrário: escrever para pensar, uma outra forma de conversar.
Assim fomos “alfabetizados”, em obediência a certos rituais. Fomos induzidos a, desde o início, escrever bonito
e certo. Era preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim predeterminados. Isso estragava, porque bitolava,
o começo e todo o resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) conversando entender como necessitamos nos
reeducar para fazer do escrever um ato inaugural; não apenas transcrição do que tínhamos em mente, do que já foi
pensado ou dito, mas inauguração do próprio pensar. “Pare aí”, me diz você. “O escrevente escreve antes, o leitor lê
depois.” “Não!”, lhe respondo, “Não consigo escrever sem pensar em você por perto, espiando o que escrevo. Não
me deixe falando sozinho.”
Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas, sequer
imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente presentes. Depois é espichar conversas e novos interlocutores
surgem, entram na roda, puxam assuntos. Termina-se sabe Deus onde.
(MARQUES, M.O. Escrever é Preciso, Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p. 13).
16. (Fuvest-2004)
Observe, ao lado, esta gravura de Escher: Na
linguagem verbal, exemplos de aproveitamento de
recursos equivalentes aos da gravura de Escher
encontram-se, com frequência,
A) nos jornais, quando o repórter registra uma
ocorrência que lhe parece extremamente intrigante.
B) nos textos publicitários, quando se comparam
dois produtos que têm a mesma utilidade.
C) na prosa científica, quando o autor descreve com
isenção e distanciamento a experiência de que
trata.
D) na literatura, quando o escritor se vale das
palavras para expor procedimentos construtivos do
discurso.
E) nos manuais de instrução, quando se organiza
com clareza uma determinada sequência de
operações.
17.
A letra da canção Fico assim sem você, que circulava em meios populares, veiculada pela grande mídia, começou
a integrar o repertório de crianças cujas famílias tinham o hábito de ouvir o que é conhecido como MPB. O novo
público que passou a conhecer e apreciar essa música revela a
A) legitimação de certas músicas quando interpretadas por artistas de uma parcela específica da sociedade.
B) admiração pelas composições musicais realizadas por sujeitos com pouca formação acadêmica.
C) necessidade que músicos consagrados têm de buscar novos repertórios nas periferias.
D) importância dos meios de comunicação de massa na formação da música brasileira.
E) função que a indústria fonográfica ocupa em resgatar músicas da periferia.
Para se entender o trecho como uma unidade de sentido, é preciso que o leitor reconheça a ligação entre seus
elementos. Nesse texto, a coesão é construída predominantemente pela retomada de um termo por outro e pelo
uso da elipse. O fragmento do texto em que há coesão por elipse do sujeito é:
A) “[…] a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas.”
B) “partiu da itália em 1743 a epidemia de gripe […]”.
C) “o primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava ‘influência dos astros sobre os
homens’.”
D) “o segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper […]”.
E) “supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado.”
Em ambos os textos, constata-se que a participação das mulheres nas diferentes áreas de conhecimento
A) apresenta taxas de crescimento significativas em relação à dos homens.
B) superou a produção masculina na construção de projetos ao longo dos anos.
C) vem sendo estimulada por meio de ações educativas em diferentes setores.
D) tem se transformado, seja pela iniciativa feminina, seja pelo incentivo de organizações.
E) dobrou em relação à atuação de pesquisadores do outro gênero, no intervalo de 16 anos.
21.
TEXTO I TEXTO II
Mar português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Disponível em: <https://tirasdidaticas.files.wordpress.com/2014/12/rato79.jpg?w=640&h=215>
Valeu a pena? Tudo vale a pena Acesso em: 13 nov. 2018.
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
PESSOA, Fernando. Mar Português. In: Antologia Poética.
Organização Walmir Ayala. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2014. p. 15.
O sentido da tirinha é construído a partir da relação que ela estabelece com os famosos versos de Fernando Pessoa:
“Tudo vale a pena/ Se a alma não é pequena”. A forma como o texto II remete ao texto I
A) parafraseia as palavras de Fernando Pessoa a partir de citações indiretas que são empregadas em uma nova
situação comunicativa.
B) traduz objetivamente a intenção do poeta português, que se mostra confuso em relação ao fazer poético.
C) revela uma situação parodística, pois desconstrói o sentido original do poema de Pessoa e cria humor na
narrativa.
D) constrói um hipertexto, pois permite ao leitor a liberdade de uma leitura intertextual dinâmica.
E) faz alusão aos desafios enfrentados pelos portugueses durante o período de Expansão Marítima.
O texto acima possui elementos coesivos que promovem sua manutenção temática. A partir dessa perspectiva,
conclui-se que
A) a palavra “mas”, na linha 2, contradiz a afirmação inicial do texto: linhas 1 e 2.
B) a palavra “embora”, na linha 4, introduz uma explicação que não encontra complemento no restante do texto.
C) as expressões: “consequências calamitosas”, na linha 2, e “efeitos incalculáveis”, na linha 6, reforçam a ideia
que perpassa o texto sobre o perigo do efeito estufa.
D) o uso da palavra “cientistas”, na linha 3, é desnecessário para dar credibilidade ao texto, uma vez que se fala
em “estudo” no título do texto.
E) a palavra “gás”, na linha 5, refere-se a “combustíveis fósseis” e “queimadas”, nas linhas 1 e 2, reforçando a
ideia de catástrofe.