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Principais
vias do
metabolismo
dos hidratos
de carbono
nos animais
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Em animais e plantas, a glucose tem 3 destinos principais:
Armazenada (Polissacarídeo ou sacarose)
Oxidada a compostos de 3 carbonos (piruvato) (Glicólise)
Oxidada a pentoses (Via das pentoses fosfato)
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Metabolismo da glucose em diferentes células
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Metabolismo da glucose em diferentes células
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Metabolismo da glucose em diferentes células
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1.1.2. Glicólise
Nas leveduras
É a via final de destruição da glucose.
Nos animais
É a 1ª fase seguindo-se uma oxidação aeróbica e mitocondrial (ciclo
de Krebs) do piruvato a CO2 e H2O.
Os eritrócitos e córnea não têm mitocôndria e os leucócitos e fibras
musculares têm poucas → Dependem da glicólise como fonte de ATP
No músculo, em determinadas condições, é anaeróbica.
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A glicólise consiste em 10 reacções e ocorre em 2 etapas:
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Via
Glicolítica
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As reacções da via glicolítica
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Durante a 2ª reacção, a glucose-6-fosfato (aldose) é convertida pela
fosfoglucose isomerase (PGI) em frutose-6-fosfato (cetose).
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A fosfofructocinase-1 (PFK-1) catalisa a fosforilação da frutose-6-fosfato
para formar a frutose-1,6-bifosfato.
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A 1ª etapa da glicólise termina com a quebra da frutose-1,6-bifosfato em
2 moléculas de 3 carbonos:
Gliceraldeído-3-fosfato (G-3-P) e dihidroxiacetona fosfato (DHAP).
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Dos 2 produtos da reacção de aldolase, somente o G-3-P serve de
substrato para a próxima reacção na glicólise.
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Na 7ª reacção, o ATP é sintetizado e a fosfoglicerato cinase catalisa a
transferência do grupo fosfato do glicerato-1,3-bifosfato para o ADP
(fosforilação).
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A enolase catalisa a desidratação do glicerato-2-fosfato em
fosfoenolpiruvato (PEP) (9ª reacção).
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Na reacção final (10ª reacção) a piruvato cinase catalisa a transferência
do grupo fosfato do PEP para o ADP.
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Inibidores para a via glicolítica
Reagentes sulfureto
Com mercúrio ou iodoacetato
Inibem a gliceraldeido-3-fosfato desidrogenase (enzima com cisteína no
sítio activo).
Fluoreto
É um inibidor para a enolase.
O Mg2+ e Pi formam um complexo iónico com o fluoreto, que é o
responsável pela inibição da enolase por interferência com a ligação
ao seu substrato (Mg2+ 2-fosfoglicerato).
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Arsenato
Impede a síntese do ATP pela arsenólise na reacção da gliceraldeído-3-
fosfato desidrogenase.
O arsenato assemelha-se ao Pi e consegue substituí-lo.
O 1-arsenato-3-fosfoglicerato é instável, sofrendo hidrólise
originando o 3-fosfoglicerato e o arsenato.
A glicólise continua mas o 1,3-bifosfoglicerato não se forma,
resultando na perda de capacidade de síntese de ATP no passo
catalisado pela fosfoglicerato kinase.
phosphate arsenate
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Destinos do piruvato
Em termos energéticos
O resultado da glicólise é a produção de 2 ATPs e 2 NADHs por cada
glucose.
O piruvato ainda é uma molécula rica energeticamente, que pode produzir
ATP.
Na presença de O2
Os organismos convertem o piruvato em acetil-CoA.
O acetil da acetil-CoA entra no ciclo de Krebs e é degradado a CO2.
Em condições anaeróbicas
Não pode ser gerada mais energia a partir do piruvato.
O NAD+ é regenerado e o piruvato é convertido noutra molécula
→ Fermentação
(O NAD+ é reduzido a NADH na 5ª reacção da glicólise; Para continuar a
glicólise o NAD+ citoplasmático tem de ser regenerado.)
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Células musculares e certas bactérias
Produzem NAD+ transformando o piruvato em lactato.
Re-oxidação do NADH
durante a glicólise
anaeróbica
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Leveduras e bactérias
Ocorre a fermentação alcoólica
O piruvato é descarboxilado a acetaldeído, que é reduzido a etanol
pelo NADH.
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3 possíveis
destinos
catabólicos
do piruvato
formado
na glicólise
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Regulação da Glicólise
A velocidade à qual a via glicolítica opera é controlada
fundamentalmente pela regulação alostérica de 3 enzimas
Hexocinase, PFK-1 e piruvato cinase
AMP
Elevada concentração (baixa produção energética) activa a PFK-1 e
a piruvato cinase.
ATP
Elevada concentração (necessidades energéticas atingidas) inibe a
PFK-1 e a piruvato cinase.
Citrato e acetil-CoA
Fontes energéticas alternativas disponíveis. Inibem a PFK-1 e a
piruvato cinase.
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Frutose-6-fosfato
Estimula a PFK-1.
Glucose-6-fosfato
Inibe as hexokinases (excepto a hexokinase D).
Frutose-2,6-bifosfato
Indicador da concentração de glucose nas células. Activa a PFK-1.
Frutose-1,6-bifosfato
Activa a piruvato cinase.
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O controlo da glicólise também é afectado por hormonas.
Glucagon e insulina
Hormonas libertadas pelo pâncreas que regulam os níveis de glucose no
sangue.
Glucagon
Inibe a glicólise por inibição da síntese da frutose-2,6-bifosfato.
Insulina
Promove a glicólise por estímulo da síntese da frutose-2,6-bifosfato.
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1.1.3. Gluconeogénese
Ocorre no fígado
Em certas situações (acidose metabólica ou cansaço) o rim pode
produzir glucose.
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Reacções da Gluconeogénese
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1. Síntese do PEP
A síntese do PEP (fosfoenolpiruvato) a partir do piruvato requer 2 enzimas
→ Piruvato carboxilase e PEP carboxicinase.
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Devido à membrana mitocondrial ser impermeável ao OAA, as células
que não tenham a PEP carboxicinase mitocondrial transferem o OAA para
o citoplasma.
Neste processo, o OAA é convertido em malato pela malato
desidrogenase mitocondrial.
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3. Formação da glucose a partir da glucose-6-fosfato
A glucose-6-fosfatase (no fígado e rins) catalisa a hidrólise irreversível da
glucose-6-fosfato para formar a glucose e Pi.
A glucose é então libertada no sangue.
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Gluconeogénese
e relação
com a Glicólise
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Substratos da Gluconeogénese
Lactato
É libertado por eritrócitos
e células que não têm mitocôndria
ou têm baixo O2.
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Glicerol
Produto do metabolismo dos lípidos no tecido adiposo. É transportado
para o fígado no sangue, e depois convertido a glicerol-3-fosfato pela
glicerol cinase (encontrada somente no fígado).
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Alanina
Quando o exercício muscular produz elevadas quantidades de piruvato,
algumas dessas moléculas são convertidas a alanina por uma reacção de
transaminação envolvendo o glutamato.
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Depois de ser transportada para o fígado, a alanina é reconvertida a
piruvato e depois a glucose.
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Relação entre a
Gluconeogénese
no fígado e a
glicólise no
resto do corpo
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Regulação da Gluconeogénese
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Hormonas
Afectam a gluconeogénese alterando as concentrações de reguladores
alostéricos e a velocidade com que as enzimas chave são sintetizadas.
Glucagon
Diminui a síntese da frutose-2,6-bifosfato, inibindo a PFK-1 e activando a
frutose-1,6-bifosfatase.
Inactiva a enzima glicolítica piruvato cinase.
Insulina
Suprime a síntese de todas as enzimas chave gluconeogénicas.
Cortisol
Hormona esteróide produzida no cortex da glândula adrenal. Estimula
a síntese das enzimas gluconeogénicas.
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1.1.4. Via das pentoses-fosfato
NADPH
Requerido para processos reductivos (biossíntese de lípidos e
mecanismos antioxidantes).
Fornecido pela via das pentoses-fosfato (ou via oxidativa do
fosfogluconato).
Esta via é mais activa em células nas quais são sintetizadas grandes
quantidades de lípidos (tecido adiposo, cortex adrenal, glândulas
mamárias, e fígado) e que têm risco de dano oxidativo (eritrócitos).
Via alternativa para a oxidação da glucose, na qual não é gerado ATP.
Para além de NADPH, é responsável pela síntese da ribose-5-fosfato
(componente de nucleótidos e ácidos nucleicos).
Ocorre em 2 fases → Oxidativa e não oxidativa.
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Fase oxidativa da
via das pentoses-fosfato
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Fase não oxidativa da
via das pentoses-fosfato
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Via das pentoses-fosfato regulada para atingir as necessidades da célula em
NADPH e ribose-5-fosfato:
G-6-PD
Catalisa a etapa limitante na via das pentoses-fosfato.
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1.1.5. Ciclo de Krebs
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Metabolismo aeróbico na mitocôndria 61
1ª reacção
Um acetil de 2 carbonos condensa com uma molécula de 4 carbonos
(oxaloacetato) para formar uma molécula de 6 carbonos (citrato).
Subsequentes 7 reacções
2 moléculas de CO2 são produzidas e 4 pares de electrões são removidos
dos compostos de carbono sendo o citrato reconvertido a oxaloacetato.
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Ciclo de Krebs
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Conversão do piruvato em acetil-CoA
Após o transporte para a matriz mitocondrial, o piruvato é convertido em
acetil-CoA (descarboxilação oxidativa) por reacções catalisadas por
enzimas no complexo piruvato desidrogenase.
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Na reacção seguinte, o citrato é reversivelmente convertido a isocitrato
pela aconitase.
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A descarboxilação oxidativa do isocitrato, catalisada pela isocitrato
desidrogenase, ocorre em 2 etapas.
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A conversão do -cetoglutarato em succinil-CoA é catalisada no complexo
-cetoglutarato desidrogenase.
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A succinato desidrogenase catalisa a oxidação do succinato para formar
fumarato:
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Ciclo de Krebs
anfibólico
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Regulação do ciclo de Krebs
Devido ao seu papel na produção de energia, o ciclo de Krebs também
depende de um contínuo fornecimento de NAD+, FAD, e ADP.
Citrato síntase
Devido às concentrações de acetil-CoA e oxaloacetato na mitocôndria
serem baixas em relação à enzima, um aumento de substrato estimula a
síntese de citrato.
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Isocitrato desidrogenase
A sua actividade é estimulada por concentrações elevadas de ADP e
NAD+ e inibida por ATP e NADH.
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Metabolismo
do citrato
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-cetoglutarato desidrogenase
Quando as reservas energéticas de uma célula estão baixas, a -
cetoglutarato desidrogenase é activada e o -cetoglutarato é retido.
À medida que o fornecimento de NADH aumenta, a enzima é inibida, e -
cetoglutarato torna-se disponível para biossíntese.
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Reacções Anapleróticas
Os intermediários do ciclo de Krebs (usado nos processos anabólicos)
são repostos por várias reacções anapleróticas.
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1.1.6. Cadeia de transporte de electrões
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Os componentes da ETC estão localizados na membrana mitocondrial
interna. → Organizados em 4 complexos, cada consistindo em várias
proteínas e grupos prostéticos:
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O NADH reduz o FMN a
FMNH2.
Os electrões são
transferidos do FMNH2 para
1 centro Fe-S, 1 de cada vez.
Depois são doados à UQ.
A transferência de electrões
é acompanhada pelo
movimento de protões da
matriz para o espaço
intermembranar, através da
membrana interna.
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Estrutura e estados de oxidação da coenzima Q
Complexo II (ou complexo succinato desidrogenase)
Consiste na enzima succinato desidrogenase do ciclo de Krebs e 2
proteínas Fe-S.
Medeia a transferência de electrões do succinato para o UQ.
Contem 1 FAD covalentemente ligado.
Complexo III
Transfere electrões da coenzima Q reduzida (UQH2) para o citocromo c
(cyt c).
Contem 2 citocromos tipo-b, 1 citocromo c1 (cyt c1) e 1 centro Fe-S →
Complexo citocromo bc1.
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A transferência de electrões começa com a oxidação da UQH2 pela
proteína Fe-S no complexo III, gerando a UQH•
A proteína Fe-S reduzida transfere 1 electrão para o cyt c1, que o
transfere para o cyt c.
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Complexo IV (citocromo oxidase)
Complexo proteico que catalisa a redução do O2 a H2O.
Nos mamíferos contem 6 a 13 sub-unidades.
O2 + 4 H+ + 4 e 2 H 2 O
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Cadeia de
transporte de
electrões (ETC)
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1.1.7. Fosforilação Oxidativa
A energia gerada pela ETC é conservada pela fosforilação do ADP
originando ATP.
Teoria Quimiosmótica
Teoria de acoplação quimiosmótica (Peter Mitchell, 1961)
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Durante cada reacção redox na ETC, 1 electrão perde energia.
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Controlo da Fosforilação Oxidativa
Translocador de ATP-ADP
Proteína dimérica responsável pela permuta 1:1 do ATP intramitocondrial
pelo ADP produzido no citoplasma.
Transporte de ATP para o exterior e ADP para o interior favorecido.
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Transportador de fosfato
Medeia o transporte de H2PO4- para dentro da matriz por permuta com OH-
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Durante a glicólise são produzidos 2 NADH.
Quando o oxigénio está disponível, a oxidação do NADH pela ETC é
preferível (pela produção de energia) à formação de lactato.
No entanto, a membrana mitocondrial é impermeável ao NADH.
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O FADH2 produzido é oxidado pela ETC.
O FAD (aceitador de electrões) produz somente 1.5 ( 2) ATP por NADH
citoplasmático.
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Mecanismo do malato-aspartato
Começa com a redução do oxaloacetato citoplasmático a malato pelo
NADH.
Após o transporte para a matriz mitocondrial, o malato é re-oxidado.
O NADH é oxidado pela ETC.
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Process Direct product Final ATP
Glycolysis:
2 NADH 4 or 6 ATPs*
2 ATPs 2 ATPs
2 pyruvate oxidation:
2 1 NADH 6 ATPs
2 acetyl-CoA oxidation:
2 3 NADH 18 ATPs
2 1 FADH2 4 ATPs
2 1 GTP 2 ATPs
Total: 36 or 38 ATPs
* - the number depends on which shuttle system transfers reducing equivalents into
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mitochondria
Stress oxidativo
A redução do oxigénio a água que ocorre na mitocôndria pode produzir
espécies derivadas do oxigénio, muito reactivas e com elevado potencial
destrutivo → Espécies reactivas de oxigénio (ROS).
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Compostos que protegem contra as ROS: Ácido ascórbico e vitamina E