As Ferrovias de Ribeirão Preto Causas e Consequencias Da Desativação

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AS FERROVIAS DE RIBEIRÃO PRETO: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DA

DESATIVAÇÃO

KAREN PATRICIA SILVA

BARÃO DE MAUÁ

PROF MS RICARDO MORAIS SCATENA

As ferrovias, em seu auge, foram de grande importância para o progresso das


cidades, auxiliando o desenvolvimento do comércio, indústria e agricultura, e também
agilizando os meios de comunicação da época, sendo por este motivo, este tema, de
grande relevância. As estradas de ferro, até os anos trinta, foram essenciais no
processo de transformação do Estado. Para que o café se tornasse um produto
lucrativo, era essencial o desenvolvimento do sistema de transporte. Entretanto, após
este período de progresso, houveram vários fatores, econômicos, sociais e políticos
que, gradualmente, concorreram para o declínio, e após um longo período, a quase
total desativação destas ferrovias, deixando muitas estações abandonadas, e algumas
servindo até como depósito de vagões. A região de Ribeirão Preto era uma das
principais áreas produtivas do café e a Companhia Mogiana só se instalou em Ribeirão
Preto para facilitar o escoamento da produção cafeeira e beneficiou toda a população,
gerando um crescimento no comércio e trazendo os imigrantes para a região. Em 1883,
foi inaugurada a linha férrea construída pela Companhia Mogiana, interligando Ribeirão
Preto, Campinas e São Paulo.

A estrada de ferro Mogiana começou em Campinas e sua linha tronco ia até


Araguari, em Minas Gerais, passando por Mogi Mirim, Casa Branca, São Simão,
Ribeirão Preto, Franca e Uberaba. A grande extensão das linhas exploradas pela
Mogiana constituiu uma vasta rede, com ramais de grande tráfego. Em outros, o
movimento de mercadorias e de passageiros era pequeno. A companhia construiu a
maior extensão de linhas férreas no território do Estado, além de outras que executou
em Minas Gerais, como o prolongamento da Rede Paulista.

Após o crack da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, houve uma grande
mudança econômica que abala toda a estrutura mundial e nacional, levando à queda
nas exportações tanto do café, nosso principal produto de exportação naquela época,
como de outros produtos, consolidando cada vez mais, no setor dos transportes, a
escolha por modalidades que onerassem menos despesas, à curto prazo, e
concomitantemente, a construção de rodovias, que acompanhavam a rápida
globalização e o intenso processo de industrialização. Inicia-se então, as dificuldades
financeiras da Mogiana, seguida pelos problemas econômicos da Segunda Guerra
Mundial, levando assim à estatização desta em 1952. Entretanto, prosseguem as
desativações, e em 1971 a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro é incorporada
pela FEPASA, Ferrovia Paulista S/A. Durante as crises do petróleo e as econômicas da
década de 1980, os investimentos estatais em ferrovias foram diminuídos, causando o
sucateamento parcial de algumas ferrovias. As divídas da RFFSA e FEPASA não
paravam de crescer e o governo decidiu pela concessão do transporte ferroviário de
cargas à iniciativa privada. Associado às crises econômicas, houve também um
redirecionamento dos investimentos em transportes mais modernos, que atendessem
com mais eficácia às novas necessidades urbanas que surgiram, devido ao rápido
crescimento demográfico após a Segunda Guerra Mundial no Brasil. Os poucos
recursos disponíveis continuavam sendo destinados ao setor rodoviário, levando assim,
cada vez mais ao declínio das ferrovias.

Através de um boletim da ABIFER, de 1979, percebe-se claramente as


dificuldades pelas quais estava passando a indústria ferroviária, devido as mudanças
nos transportes, após as construções de rodovias, para maior agilidade nos trajetos
intermunicipais e interestaduais. A implantação de uma ferrovia, além de ser mais cara,
levava muito mais tempo, e esta, anteriormente, era direcionada, de acordo com as
necessidades da época, para uma economia exportadora, e as linhas eram dirigidas do
interior para os portos regionais, e já não se adequavam mais à nova ordem
econômica, que estava voltada para o mercado interno.

Segundo o historiador Rubem Cione, a estação Barracão, que recebeu


passageiros até 11 de agosto de 1997, quando os trens foram suprimidos, foi uma das
primeiras estações ferroviárias surgidas na região de Ribeirão Preto e foi construída em
1885. Nesse período houve uma grande expansão cafeeira. O barracão teve o
tombamento decretado em 7 de maio de 1982. Deste Barracão originou-se o nome do
bairro, atualmente denominado Ipiranga. A arquitetura da estação segue o mesmo
estilo das estações da época, apresentando esquema construtivo simples, com tijolos
de procedência inglesa e telhas francesas.

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