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http://www. fisica.ufmg. br/feletromagnetismo/NEMES/capitulo-3.pdf Capitulo 3 A lei de Gauss fm princfpio, com © que aprendemos no capftulo anterior, ie, como obter 0 campo eletrostiitico gerado por uma distribuigo continua de cargas, est terminada a tarefa de obter 0 campo em qualquer circunstancia. E é verdade também que a lei de Gauss no é nada mais, nada menos do que a propria lei de Coulomb. Entaio porque um capitulo A parte dedicado a ela? Porque, infelizmente, como veromos no préximo exercicio, envolvendo uma esfera uniformemente carregada, o problema pode se tornar matematicamente muito complicado, até mesmo para este caso, para oqual a distribuicio de cargas 6 relativa nite simples, A lei de Gauss representa n te ponto um método alternativo para calcular o campo cletrostético gerado por uma distribuigio de cargas, que é extremamente itil e simplifiea espantosamente os céleulos, sempre que simetrias estejam cnvolvidas, como 6, por exemplo © caso do campo eletrostatico gerado por uma esfera 3.1 A lei de Gauss e alguns aspectos conceituais importantes Eniao, até como motivacao para aprender a lei de Gauss,vamos antes disso mostrar como resolver o problema da esfera uniformemente carregada pelos métodos que jé aprendemos, Depois vamos ver como a lei de Gauss simplifica tudo. El) Encontrar 0 campo elétrico em pontos internos ¢ externos a ma esfera uniformemente carregada com densidade volumétrica de earga p. © procedimento 6 idéntico ao que adotamos anteriormente, ic 1) Escolher um referenctal conveniente, 2) Escolher um clemento de carga arbitrdrio dq, de gerado, definindo ~ a posigao de dq relativa ao referencial escolhido enhar © campo por ele ~ a posigao do ponto de observagio. ~ a distncia entre esses dois pontos, que é 0 que nos pede a lei de Coulomb, Se fizermos isso cuidadosamente, o problema estar essencialmente resolvido © se resumira a resolver integrais complicadas. Um bom fisico nunea deve ter medo de integrais complicadas, mesmo se niio souber resolve-las, Mas, sim, dove ter (MUITO) medo de nao saber chegar & integral que nao sabe resolver e de chegar a una outra integral talvez também muito complicada, que cle também nao sabe resolver, mas que nao corresponde & solucao do problema, quando efetnado, Vamos escolher entao 0 refereneial. Como essa escolha é arbitréria, podemos colocar 0 ponto de integragio sobre o eixo 2: io, a lei de Coulomb nos fornece Como sompre, ent a ae Tro ler — PP rp day = 0 vetor rp —¥ pode ser escrito em termos de as Componenti rp-r sin 6! cos #'1 — r' sin 6 sin 6'j + (rp — r! cos )k Assim, temos para o elemento de campo elétrico gerado por dq 1___prdr'sin 'db’dg! F Eu pate -P) Amey [r?? +r}, — 2rpr' cos” Podemos agora verificar explicitamente que os campos nas diregies x © y se anulam: Figura 3.1: Escolha do referencial Pr yd in 6! bn pheom al n= f' ar! f w f 18 ea epream IY sn cs A integral sobre d's envolve 0 cos! que, integrado no intervalo de 0a 27 se amnla, Um argumento completamente andlogo vai levar vocé a conclnir que B, =E, Entdo. © que nos resta 6 calcular B,, que, daqui para a frente 6 um prob- Jema puramente matemadtico. A integral pode ser complicada, mas 6 a integral complicada CERTA. Vamos a ela: Rope agin gh Secnd p » sin é'(rp — 1’ cosé!) eh 20 Jo a I w [r? +r}, — 2rpr’ cos 9/2 ‘A integral sobre 6’ pode ser efetuada fazendo-se a seguinte transformacao de varidvei —2r'rp cos! — dt = +2r'rp sin d'de” Com isso, ficamos com Ma fo a Ort) P a ey BE = | ate Ue ae +t? eg arp Com, pie, fee Ws fo are fécil ver que a integral acima pode ser reescrita da seguinte forma I) re [ee 1 al\—ea") eee Ge ee Fazemos uma nova tranforma fo de vari E temos (re Tp Ir) = fo. du [ae = zn = gt ay = [RD arn) BOD impr] Onde [re — | = Vp. Agrupando termos ficamos com 8r se rp>r! ou 0 se rp 1’, temos Roy " e , 1 PAR A q 3 B= 2 [av Sprj=2 = 41 = par R83 2% [ p= oa re Frearp? Om = PeTReS) Veja entio que para pontos internos rp rp 6 mula, (O que significa isso fisicamente? Significa que as cargas EXTERNAS A superficie sobre a qual estamos calculando 0 campo elétrico nao dao contribuicio algnma para o mesmo!) OL ape tee & Peet = te B= 2 fdr’ i3r}+2 [ode = 2" colo a obey eo E vemos portanto que o campo elétrico eresce para pontos dentro da esfera A medida que a carga interna A superficie esférica onde se encontra rp vai crescendo. Um grafico do campo elétrico obtido, como fingio da distineia a partir da origem 6 Figura 3.2: Gréfico do campo elétrico Note que © campo é continuo para rp = R, conforme pode ser testado das duas expressdes obtidas para o campo. E possivel evitar ter que efetuar essa integral tripla e resolver o mesmo prob- lema em algumas linhas efetuando no maximo uma integral unidimensional se usar- mos a Jei de Gans, Entfio, vamos aprendé-la. Vamos comecar com uma abordagem intuitiva, © caso mais simples possivel 60 de uma carga puntiforme q situada na origem. O campo por cla gerado a uma distancia r 6 dado por: qi direg 7? Para desenvolvermos um pono de intuigao sobre a lei de Gauss, vamos usar as linhas de forga que aprendemos no capitulo anterior, Na figura esto representados alguns poucos campos representatives. Figura 3.3: Vetores campo elétrico Devido ao fato de que o campo decai com I/r?, os vetores ficam menores qnando nos afastamos da origem; cles sempre apontam para fora, no easo de uma carga positiva. As linhas de campo nada mais sio do que a linha continua que dé suporte a esses vetores. Pode-se pensar de imediato que a informagio sobre a intensidade do campo elétrico foi perdida ao usarmos linhas continuas. Mas nao foi. A magnitude do campo, como j4 discutimos, estars contida na densidade de linhas do campo:6 maior mais perto da carga ¢ diminui quando nos afastamos, pois & a densidade diminui com N/47R2, onde N 6 0 mimero de linhas de campo, que é 0 mesmo para qualquer superficie. Em outras palavras: duas superficies esférieas com centro na carga, uma com raio R; e ontra com raio Ry, Ry < Ry sio atravessadas pelas mesmas linhas de forga, No entanto, a densidade de linhas de forga, definida como 0 nitmero de raios de luz por unidade de Area é maior sobre as esferas menores. Como a area sce com © quadrado do raio, o campo decresce da mesma forma, com 0 quadrado da distancia A fonte OBSERVACAO CONCEITUAL IMPORTAN qne a dependéncia do campo elétrico com o inverso do quadrado da distiincia é a discussvio acima mostra consequéncia da mancia como ele se propaga no espaga livre. Ou seja, © espaco vazio nfo emite ou absorve Iuz, pois nao existem linhas de forca que nascam on morram no espago livre. Como pode ss quantificar essa idéia, que parece importante e nos diz “quan- as linhas de forga” atravessam uma dada superficie S? As aspas referem-se ao fato ° de que, obviamente o mimero de linhas de forga ¢ infinito, mas sua densidade, i niimero de linhas de forca por unidade de sirea é finito A quantidade procurada, entao é E-da Que proporcional ao ntimero de linhas que atravessam a Area infinitesimal da, da Figura 3.4: Fluxo em um elemento de érea, O produto escalar le a em conta apenas a componente de dB efetivamente perpendicular ao clemento de ‘rea da. B apenas a area no plano perpendicular a EB que levamos em conta quando falamos da densidade de linhas de campo. 60 Essa argumentacio claramente sngere que o fluxo através de qualquer su- perficie fochada be f E-da Onde o efreulo em torno da integral indica uma superfici ecliada, seja propor cional A CARGA TOTAL dentro dessa superficie. A razo disso, com base no que vimos 6 a soguint as linhas de campo que foram originadas mma carga positiva, precisina on atravessar a superficie on morrer numa carga negativa dentro da su- perficie. Por outro lado, a quantidade de carga fora da superficie ndo vai contribuir em nada para o fluxo total, uma vez que as linhas entram por um lado e saem por ontro, Esta 6a ESSENOIA da lei de Gauss. ‘Vamos torné. la quantitativa, entio: G 1 fe da =~ Qcaentre ae 8) fechada. Essa lei 6 vilida para qualquer supertfici 3.2. Ferramentas matematicas O que é preciso saber de matematiea para usar a lei de Gauss corretamente? 3.2.1 Calculo do fluxo Antes de mais nada 6 preciso saber calcular o fluxo §,E - da sobre uma su- perficie fechada: 1) Define-se 0 clemento de Area relevante 2) Define-se o versor (vetor unitério) normal A essa drea 3) Fase o produto escalar entre Ee fie calcula-se f Ecostda 61 (Onde cos# = E- f, E sendo um versor na direciio do campo elétrico). Se niio houver simetria essa integral pode ser bastante complicada e até imitil, para resolyé-la terfamos que conhecer Ee 0 objetivo agora é usar a lei de Gauss pois para simplificar os céleulos de campo elétrico, Que simetria? Aqnelas, por exemplo © médulo do eampo elkirico 6 con- como a que vimos no caso da carga puntiform stante © normal a qualquer superficie esfériea concéntrica com a earga q. Vamos ver como funciona? E2) Verifique a lei de Ganss para o caso de uma carga puntiforme q. ea de uma esfera. 1) Elemento de Area fida = fda, sendo da o elemento de § Nao vamos precisar de sna forma diferencial, como voc vai ver. Em todo caso hida = (rsin 6dd)d0 dal Figura 3.5; Elemento de area Entio Bada = oda Como r 6 coustante sobre a superficie, temos lq fbeds 4ireg 72 Ento vemos que tudo que necessitaremos é a drea da esfera fe daz 4 ata aga. Inversament, poderiamos ter descoherto o campo elétrico, sabendo apenas que, por simetria cle deve ser constante sobre superficies esféricas coneénetricas com 4. Vamos ver como funciona f E-da Elf da = |Bl4nr? Sep de ator tem sando a lei de Ganss, sabemos que o fluxo caleulado tem que ser igual & U carga total dentro da esfera, q dividida por ¢, 2 Entio [B|-4zr? = 4, finalmente 4 Ameyr? — ez Note que, devido ao produto escalar, a lei de Gauss nao nos diz nada sobre a din usar a lei de Gauss, como nest do do campo, apenas sobre © seu médulo, Mas nos casos em que é interessante sabemos por simetria, a direcio do campo, por exemplo, no caso de distribuigdes esféricas, a diregio sera radial. Superficies esféricas: 4x R® Superficies cilindricas: 2x Rz Superficies planas: cy 3.2.2 Como usar a lei de Gauss? O problems is comm ¢ fonte de erros na aplicagio da lei ¢ Gauss esta na. falta de distinguir claramente a superficie de Gauss, que 6 arbitréria da superficie que envolve © volume das cargas em questo, Por exemplo: suponlia que queremos resolver o problema da esfera de raio R uniformemente carregada para pontos dentro ¢ fora da mesma, agora usando a lei de Gauss, Para evitar a confusio que costuma acontecer vamos sempre identificar a rea relativa a lei de Gauss com 0 subscrito P como fizemos anteriormente, P sendo 0 63 “ponto de observacio”. Pontos fora da esfera carregada Fignra 3.6: Pontos exteriores 1°) O campo ser radial e seu médulo ser4 constante sobre superficies esféricas concéntricas com a distribuicao. Entao, podemos escrever ff B-da=|B|- ani Is 2°) Vamos caleular a quantidade de carga interna a essa superficie 4 gre R, Figura 3.7: Pontos interiores 3°) Usando a lei de Gauss jae — |E| B)-anee— 2. ae aeit _a_ & edt R2, — AneyR?, Note que R, 0 raio da distribuicdo de cargas NAO COINCIDE com 0 raio da superficie de Gauss. O erro comum seria ter aprendido essa lei apenas como uma formula de cursinho © usé-la cegamente. isso pode levar ao uso errénco de uma Yinica letra R para todos os raios envolvidos no problema. Nunca faca isso com as leis da Fisica. Tente perceber 0 que clas de fato sdo e depois em como expressar esse contetido matematicamente. Sera que deu para aprender? entao vamos ao caso mais critico: pontos dentro do volume da esfera carregada. 1°)Como 6 a superficie de Gauss? Desenhe-a e 0 seu raio Rp, distinguindo bem Rp do raio da esfora em questiio Figura 3.8: Superiicie de Gauss 2) O fluxo: f Boda |B) tah Is 3°) A carga total dentro da superficie: 4 Gp anh NOTE que noste easo oraio que delimita a quantidade de carga que vai con- tribuir COINCIDE com Rp. 4°) A lei de Gans 4 _, dn? — © AnRe fe ta= 4 [Bl tak =P aki p IEl= go Rr O mesmo resultado que obtivemos laboriosamente fazendo uma integral tridi- 3.2.3 Exercicios resolvidos E3) Considere agora uma esfera metilica de raio R com earga total Q. Caleule © campo elétrico para pontos extcriores ¢ interiores a essa esfera, ‘A primeira questio a se considerar antes de pensar em qualquer férmula é 0 tipo de material do qual estamos falando. No caso anterior tratava-se de uma esfera dielétrica. Como sabemos, as cargas nao tem mobilidade em dielétricos e portanto as cargas podem estar uniformemente distribufdas. Agora estamos falando de uma, esfera condutora, isto significa imediatamente que para pontos internos a essa esfera Ein. =0 E 05 pontos exteriores? Escolhemos como superficie de Gauss uma superficie osférica arbitraria de rai Rp Entao E- 40 R} = 2 2 Anco EA) Considere agora um fio retilineo de comprimento infinito, raio Re densi- dade volumétrica de cargas p como na figura 3.11. Usando a lei de Gauss calcule 0 campo elétrico para pontos no interior e no exterior do fio. 66 Figura 3.10: Gréfico do campo elétrico Pontos fora do fio: a superficie de Gauss sera um cilindro concéntrico ao fio, como mostra a figura, Note que a simetria existe porque o fio é infinito, Uma vez escolhida a superficie de Gauss, calenla-se a carga interior a cla q=p-mR-L O fiuxo nessa superficie ¢ dado por prkeL “ E-2nRpL = (NOTE Rp #R!) 67 Figura 3.11: Superficie de Gauss Para pontos internos q =a" Lp Eo 2nr'L= wpe (NOTE Rp =r’) 0 pRp 2 Figura 3.13: Grifico do campo elétrico coincidem quando r Note que as dias expressd E5) Que tal agora um pouco mais de fisica? Neate problema voeé certamente entender o fendmeno, O dosafio 6 conseguir expressi-lo em termos das leis fisieas que conhecomos A porgio visivel de nm raio é precedida por um estiigio invisivel no qual uma colina de elétrons se extende da nuvem até o solo, Estes elétrons vem da nuvem ¢ das moléeulas do ar que sio ionizadas dentro da coluna (é a chamada corrente Corona). A densidade linear de carga ao longo da coluna é tipicamente —1 x 10-°C/m, Quando a coluna atinge o solo, os elétrons dentro dela slo rapida- mente absorvidos pelo solo. durante esse processo, colisdes entre os elétrons que se movem ¢ 0 ar dentro da coluna resultam mu “flash” brilhante de luz. Conhecendo aproximadamente a rigidez. dielétrica das moléculas de ar e sabendo que se ionizam num campo elétrico maior que 3 x 108N/C;, qual 6 0 raio da colina? PSICA: A idéia importante para fazer a modelagem do problema é considerar qne, embora a cohima nio seja reta ow infinitamente longa, podemos para efeito de obtermos a ordem de grandeza, aproximé-la por uma linha de cargas como na figura 3.14: 69 Figura 3.14: Superficie de Gauss ‘Como a linha est negativamente carregada, 0 campo elétrico estar apontando para dentro da superficie gaussiana. A segunda hipstese fundamental é a de que a superficie da cohma de cargas dove estar no raio rp onde a intensidade do campo elétrico 6 3 x 10°N/C, pois as moléculas do ar dentro desse raio serio ionizadas (0 campo fiea cada vez maior a partir daf no sentido do fio). Lei de Gauss B+ 2arpLp = Lp Xd 2reore Xd 1x 10-°C/m "? Treo Om(SB5 x10 PC2/Nmaya x WTO) Sabemos que o raio da poreao Inminosa do raio é bem menor, da ordem de 0.5m. E6) Caleule o campo elétrico de um plano infinito de cargas de densidade superficial 0. Se o plano 6 infinito, a simetria uesse caso 6 uma simetria linear ¢ o campo deve estar orientado perpendicular ao plano, Nao hé como produzir componentes paralelas ao plano. elas vio se cancelar sempre. 70 = Figura 3.15: Superficie de Ganss 1) A superficie de Gauss ser o cilindro indicado na figura, de raio Rp ¢ comprimento Lp. A carga dentro do cilindro considerado é: q=0A, sendo A a area correspondente & tampa do cilindro. 2) O campo elétrico é perpendicular As tampas paralelo A superficie do cilindro, por isso: E-n=E nas tampas. E-n=0_ nasuperficie Portanto, somando todas as contribuicdes a lei de Gass nos fornecerd A_,pi2 © 2 (na diregio perpendicular 4 tampa do cilindro) Vemos que esse campo 6 uniforme. 7) A figura 3.16 mostra uma carga +q uniformemente distribufda sobre wna esfera nfo condutora de raio a ¢ localizada no centro de uma casca esférica, eondutora E24 . de raio interno 6 e raio externo ¢. A casca externa possui uma earga —g. Determine E(r): a) No interior da esfera (r ¢), ¢) Que cargas surgem sobre as superficies interna ¢ externa da casea? cat Figura 3.16: Superfieie de Gauss ‘A easca externa 6 condutora e a interna ¢ isolante, Sabemios como se compor ‘tam cargas adicionadas a esses materiais. ‘Vamos comecar com a esfera dielétrica. Este problema foi o primeiro que resolvemos. E como a lei de Ganss nos garante que apenas as cargas internas A supeficie ganssiana influenciamno campo, podemos escrever rapidamente esta resposta: Figura 3.17: Superficie de Ganss Para r ¢ serd nulo, uma vex que a soma das cargas no seu interior é zero. E8) Idem exereicio anterior se 0 condutor estivesse desearregado Neste caso 0 problema r= b ¢ idéntico ao anterior. Vimos que a carga sobre a superficie b tem que ser —q para que nio haja campo elétrico entre 6 ec. Mas agora, como nfo hi cargas “extras” sobre o condutor, os elétrons vio migrar para, a superficie interna deixando necessariamente um excesso de carga positiva +g na superficie exterior A casea, Neste caso o campo na regio externa ser& 3 qi Aneorp E9) Uma carga puntiforme q est localizada no centro de um cubo de aresta 2) Qual é 0 valor de § E-dA estendida a uma face do eubo? b) A carga q 6 deslocada até um vértice do cubo. Qual é agora o valor do fluxo de B, através de cada uma das faces do eubo? a) O fluxo total é 4. O fluxo através de cada face do cubo precisa ser © mesmo, por simetria. Portanto, através de cada uma das seis faces: B.ds-£ face « Figura 3.18: Superficie eiibica Como 0 campo de q 6 paralelo & superficie das faces A, B e C, 0 fluxo através dessas faces 6 nulo! O total do fluxo sobre as outras trés faces preci a ser porque esse cubo 6 um dos oito que cireundam q, As trés faces estéio sin ctricamente dispostas em relagiio a q de modo que o fhuxo através de cada uma delas 6 E10) Um condutor esférieo A contém duas cavidades esféricas. A carga total do condutor 6 nnla, No entanto, ba uma carga puntiforme g, no centro de uma cavidade eq, no centro da outra, A uma grande distancia r est outra qg. Qual a 74 forga qe age em cada um dos quatro corpos A, q, qe © qa? Quais dessas respostas, se hi alguma, sfo apenas aproximadas e dependem de ser r relativamente grande? A a L “ Figura 3.19: Condutor esférico e cavidades A forea sobre q 6 zero. O campo dentro da cavidade esfériea é independente de qualquer coisa fora dela. Uma carga —g, fica uniformemente distribuida sobre a superficie condutora. O memso vale para q.. Como a carga total no condutor A 6 zero, uma carga q + qe fica distribufda sobre sua superficie externa, Se qa nfio exists © campo fora de A seria simétrico e radial E = k4%, que é 0 mesmo campo de uma carga puntual situada no centro da esfera, A influéncia de q, alterard ligeiramente a distribuicao de carga em A, mas sem afetar a carga total, Portanto para r grande, a forca sobre qy ser aproximadamente pele * de) r a ser exatamente A forga em A pre igual ¢ oposta A forga em qe. O valor exato da forga em qy é a soma da forga acima e a forca que agiria em qy se a carga total sobre e dentro de A fosse 0, que corresponde A atracao devido a inducao de cargas sobre a superficie da esfera, E11) Considere uma carga q a uma distineia h acima de um plano condutor, qne tomaremos como infinito. Seja q > 0. a a) Desenhe as linhas de campo elétrico. b) Em que ponto da superficie do condutor se encontra uma linha que nasce na carga puntiforme e sai dela horizontalmente, isto é, paralelamente ao plano? Contém metade do fluxo da carga q Figura 3.20: Linhas de campo Contém metade do fluxo da carga q Figura 3.21: Visio em close up ‘Vamos atribuir ao plano o potencial zero, Vamos chamar de 2 0 eixo per pendicular ao plano que passa pela carga g. Esperamos que a carga positiva q 16 atraia carga negativa do plano. Claro que a carga negativa nao se acumularé mma coneentragiio infinitamente densa no pé da perpendicular que passa por q. ‘Pambém lembremos que o campo elétrico é sempre perpendicular 4 superficie do condutor, nos pontos da superficie. Muito préximo A carga q, por outro lado, a presenga do plano condutor s6 pode fazer uma pequena diferenga. Podemos usar wn artificio. Procuramos um problema facilmente soltivel enja solugdo (ou parte dela) pode ser ajustada ao problema em questo, Considere duas cargas iguais ¢ opostas, puntiformes, separadas pela distancia 2h. Fignra 3.22: Artificio da carga imagem No plano bissetor da reta que une as eargas (reta AA) o campo elétrico 6 em todos os pontos perpendicular ao plano. ‘A metade superior do desenho acima satisfaz a todos os requisitos do problema da carga ¢ do plano infinito Podemos dessa forma calenlar a intensidade © a direeao do campo sobre o plano condutor em qualquer ponto. Considere um ponto na superficie a uma distncia r da origem, A componente 2 do campo de q nete ponto & a +R) 4, sob o plano, contribui com uma componente 2 ignal cos 6 A “carga imagem” , 7 Figura 3.23: Angulo do campo Assim 0 campo elétrico af é dado por Qkq ~~ GR oO 2kq A PIER 2kgh +e Uma pergunta que podemos responder seri = Qual a den idade superficial de carga no plano condut Podemos responder esta questiio usando a lei de Ganss Condutor Figura 3.24: Superficie de Gauss Nao hé fluxo através do “fundo” da caixa. logo, pela lei de Gauss [e-w=4 a RA== = onde E,, 6 a componente normal do campo, Portanto 2kgh = gh "Fay? Bae + A = Be (onde usamos k= zis) Apenas para verificacdo, a carga superficial total deve-se igualar a —q. De fato: Carga superficial total = [3° o2nrdr Onde usamos f°, [%, dady = 2" f° rdrdd _ hrdr =-9] Gepmna=~4 Este 60 chamado método das imagens! Voltando & solucao do nosso problema, nés determinaremos R, a distncia a partir da origem que a linha de campo que parte horizontalmente de q, atinge o plano como sendo a distdncia que determina a metade da carga induzida no plano (isto 6, —$), confinada num efrculo de raio R. La [ o2nrdr 0 on firdr hip (RnR nee . h 1 VERE on w+ Raa = V3h 79 E12) Uma regio esfériea est uniformemente carregada com uma densidade volumétrica de carga p. Soja r 0 vetor que vai do centro da esfera a um ponto genérico P no interior da esfera. a) Mostre que 0 campo eléirico no ponto P é dado por x pe Be b) Uma eavidade esfériea 6 aberta na esfera, como nos mostra a figura 3.25. Usando o conceito de superposicao mostre que o campo elétrico, em todos os pontos no interior da cavidade & E= 3e0 Uniforme, onde a 6 0 vetor que vai do centro da esfera ao centro da eavidade. Note que ambos os resultadas so independentes dos raios da esfera e da cavidade. Figura 3.25: Cavidade es 2) Desenhando a superficie de Gauss ¢ tomando um ponto genérico sobre ele, teremos Fignra 3.26: Superficie de Ganss b) A maneira de calcular o campo dentro da cavidade 6 usar © principio da superposigio. Se a deusidade volumétrica de carga também preenchesse a cavidade terfamos que o campo num ponto dentro da cavidade & (ver figura 3.27): =Pnp Bi)= prt ead. Superficie de Gauss x Dens. de carga =~ Fignra 3.27: Princfpio da superposigio Para ineluir 0 efeito da cavidade, usamos o prinefpio da superposicio, i.e, consideramos esse problema somado com o problema de uma distribuicao uniforme, com carga oposta localizada em a. =atrp 81 O fiuxo do campo elétrico que atravessa a superficie de Ganss 6 dard Es| -4nr3 = —2 x “Te [Bal dar} = 2 x prove __ op Bp] = PtP Pe Bal Serpe © campo total é dado por Ex(a) + Ez 82

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