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Ler e compreender toxtos ‘Meméria visual ‘Comunicagio oral Oficina das palavras Ortografia Gramética Oficina de escrita ‘odo 0 materia deste Io es isponvel po tioreeh Portugués Wf co an Indice Apresentagao do Projeto Desafics Ler e compreender textos A _ ‘Comunicagao oral 1 Oficina das palavras, NO |p Ortografia Gramatica Oficina de escrita 13 73 105 447 129 197 255 ‘Ficha 41 — Texto narrativo — conto Ficha 8 — Texto informative Adivinba, adivionao a = Porque temos de comer? Ficha 2 — Mito das estretas 18 Ficha 9 — Texto narrative — conto Ficha3 —Textonarrativo—conto — Grlangando o Estacasaé minha 22. Ficha 10 — Texto narrative — conto _ Ficha 4 — Texto informative — conto : Viver com a vaca Comonascemasestrelas == 293 “Ficha5—Bandadesenhada = Para que serve 0 sono? icha 6 — Texto informative. : = Para que seveosono? = Flcha 7 — Infografia S - © = Rota dos alimentos ‘Ficha 14 — Texto poético as Fiche 48 — Texto postion — Te LER E COMPREENDER TEXTOS PORTUGUES 4.° ANO Data: ___ / Vais ler um conto. Observa o papel das personagens na historia 0 modo como cada uma delas usa a inteligéncia. Era uma vez um homem muito esperto, mas infeliz nos negocios. Ja estava a ficar velho continuava pobre como J6. Pensou muito em melhorar a sua vida e resolyeu correr mundo fazendo-se passar por adivinho. Dito e feito. Arranjou uma trouxa com a roupa € partiu. Depois de muito andar, chegou ao palacio de um rei e pediu licenga para dormir. Durante © jantar, o rei disse-lhe que o palacio estava cheio. de ladres astuciosos. O homem depressa se ofereceu para descobrir tudo no prazo de um més precisando para isso de se instalar no palécio. O rei aceitou. No dia seguinte, o homem passou do bom e do melhor e nao descobriu coisa nenhuma. A hora de jantar, quando o criado trazia o café, o adivinho exclamou, referindo-se ao dia que passara: — Um esta visto! O criado ficou branco de medo porque era justamente um dos larapios. No dia seguinte, veio ~ outro criado, ao anoitecer, O criado, também gatuno, empalideceu e atirou-se de joelhos, confessando tudo e dando 0 nome do terceiro ctimplice. Foram presos, eo rei ficou satisfeito com as capacidades do adivinho. Dias depois roubaram a coroa do rei e este prometeu uma fortuna a quem descobrisse 0 ladrao. © adivinho reuniu todos numa sala e cobriu um galo com uma toalha. Depois explicou que todos deviam passar a mao pelas costas da ave. O ladro seria denunciado pelo canto do galo. O adivinho, de cada vez que alguém ia meter 0 brago debaixo da toalha, fazia umas piruetas e dizia, alto: Adivinha, adivinhao, a mao do ladrao! Todos acabaram de fazer o servico e 0 adivinho mandou que mostrassem a palma da mao. Dois homens estavam com as mos limpas, e os demais, sujos de fuligem. — Prendam estes dois, que so os ladrdes da coroa! Os homens foram presos ¢ tinham sido mesmo eles. A coroa foi encontrada. O adivinho explicou a manobra. O galo estava coberto de cinza, emporcalhando a mao de quem lhe tocasse nas costas. Os dois ladrdes nao quiseram arriscar a sorte, ¢ por isso fingiram apenas fazer 0 combinado, ficando com as maos limpas. O rei deu muito dinheiro ao adivinho e este voltou rico para a sua terra. Lufs Da CAmana Cascuo, Contos tradicionais do Brasil, Global (adaptado} Circunda estas palavras no texto: astuciosos — lardpios — gatuno. E possivel saber o seu significado com a leitura do texto? Conversa com os teus colegas e depois procura o significado : das palavras no diciondrio. Mates! ‘otocoplavel © Santitana:Consténcia 45 Para compreender 0 texto Um pouco de conversa 1. Conversa com os teus colegas. a) O homem da historia é mesmo um adivinho? b) O que significa a expressdo «pobre como Jé»? ) Como é que 0 homem descobriu os trés primeiros ladrées do paldcio? d) Como é que ele conseguiu descobrir os ladrdes da coroa do rei? e) Achas que 0 titulo do conto é adequado? Porque? f) Ja conhecias esta historia? 8) Conheces alguma histéria semelhante a esta? Compreensao Eica, a aber \ Este tipo de conto, em que as personagens usam a esperteza para conseguirem algo, é geralmente uma narrativa com humor, que tem a intengao de divertir os leitores ou ouvintes. 2. Observa estas ilustracdes, que representam dois momentos do conto. 2.1 Por que razdo estes momentos da historia tém humor? CD Porque 0 homem que se diz adivinho conseguiu descobrir os ladroes por acaso. } Porque os ladrdes se entregaram ao saber que estavam a ser ~~ investigados. 16 Mata fotecopiae! © Santana Constancla Eica 2 saben Nestes contos, aparecem dois tipos de personagem: © 0 protagonista — é a personagem principal da historia. Nestes contos, os protagonistas séo personagens simplérias, mas espertas, que se saem bem no final. « As personagens que atuam contra o protagonista. Estas personagens tentam ser mais espertas do que 0 protagonista, mas, no final, acabam sempre por perder. 3. Quem é a personagem principal deste conto? __ 3.1. Quem sao as personagens que agem contra 0 protagonista? 4. Com que artimanha o homem descobre quem roubou a coroa do rei? | O homem usa um galo sujo de fuligem, fazendo-o passar por magico. O homem tem um galo magico que canta quando é tocado por ladrées. 5. Relé 0 titulo da historia: Adivinha, adivinhao! 5.1 Assinala 0 verbo com Ve 0 nome com N. O adivinha O adivinhao 5.2 Qual 6 0 significado desta expressao no texto? 6. Lé as seguintes expressdes do texto. 1) «Dito e feito.» «{ ...] passou do bom e do melhor.» 6.1 Numera cada significado de acordo com a expressao correspondente. O Passou muito bem, recebendo excelente tratamento. () Prometeu e cumpi Material fotocopisvel © Sentilana-Consténcia 17 2 LER E COMPREENDER TEXTOS portucuts 4.° No Nome: ee _— Data: oe poe Mito das estrelas Vais ler um mito do folclore brasileiro. Observa como esse povo explica a origem das estrelas. Contam os Indios bororés que, no comego do mundo, nao havia I ainda estrelas no céu. Um dia, as mulheres da tribo foram buscar milho, mas nao conseguiram encontrar muitas espigas. De volta a aldeia, ralaram o milho e prepararam com ele um tinico mas apetitoso bolo. As criangas, sentindo aquele cheirinho tentador, quiseram provar aquela iguaria — Agora nao! — disseram as 1 sy — O bolo nao é muitg) grande, ¢ queremos esperar que os homens cheguem da caca para o repartirmos entre todos. O mais novo dos rapazes, muito esperto, disse: — Entao porque é que vocés nao vao para os lados do rio? Vi muitas espigas de milho la! Era mentira; ele s6 queria afastar as mulheres dali. E elas cairamyna histéria: foram todas para a beira do rio, que ainda fa(bastainte longe, e deixaram unrpapagaio a vigiar o bolo. SS ee 2 18 Material fetoconvel © Santana Constancia eee Aproveitando a auséncia das maes, os indiozinhos cortaram a lingua j do papagaio para ele nao gritar. E cada um pegou num bocadinho de bolo para o experimentar. Mas era um bolo tao irresistivel, que eles foram comendo, comendo, acabando por nao sobrar uma tinica migalha. Entretanto, as mulheres regressaram zangadas por terem sido enganadas. Entio, as criangas fugiram e, pegando numa planta trepadeira, chamaram 0 passaro piodudu, que é ~~ 9 colibri, e pediram-lhe que voasse bem alto e que amarrasse a ponta da trepadeira no céu. O piodudu atendeu o pedido. E as criangas foram subindo, subindo, atravessando as nuvens. As mulheres chegaram, nao viram nem uma migalha do bolo ¢ perguntaram ao papagaio o que tinha acontecido. O coitado nao podia falar, mas voou até a corda. Elas correram para l4 e comegaram também a subir, a subir a subir... Quando estavam quase a alcancar o tiltimo menino na fila, este cortou a trepadeira com o seu canivete. As mulheres cafram na Terra e magoaram-se muito. Os deuses, entdo, transformaram as criangas em estrelas, que sao como olhos condenados a olhar fixamente para a Terra, toda a noite, para ver 0 que aconteceu as suas maes. Rosa PaPLona, Histrias de dar dgua na boca, Moderna (adaptado) * Procura no dicionério os significados da palavra iguaria. © Dos significados encontrados, qual é 0 mais adequado ao texto? * Achas que 0 texto perderia um pouco da graga se, em vez de iguaria, a autora tivesse utilizado uma palavra mais comum? Materia fotocopivel © Santitans Constnca 19 Para compreender o texto Um pouco de conversa eas 1. Conversa com os teus colegas para responder as questées seguintes. 1.1. A informacao de que «no comego do mundo, nao havia ainda estrelas no céu» é importante? Explica porque. 1.2 Qual era a intengao do menino que sugeriu 4s mulheres que fossem até a beira do rio? 1.3 O que achas que aconteceria aos meninos se as maes os alcancassem? 1.4 Conheces algum outro mito que explique 0 surgimento das estrelas? 1.5 Imaginaste algum outro final para o mito, durante a leitura? Conta 0 que pensaste. Compreensao Eica a saben O mito 6 uma narrativa popular que procura explicar os acontecimentos da vida e 0 aparecimento dos seres e das coisas. A aco € a reagao das personagens produzem os acontecimentos, que mantém entre si uma relagdo de causa e consequéncia. 2. A partir da leitura deste mito, explica como surgiram as estrelas. 20 Material fotocorivel © SeritonaConsténcla . Completa a sequéncia com os acontecimentos que faltam. ‘As mulheres fizeram um bolo de milho. As criangas queriam provar, mas deviam esperar pelos homens. As criangas comeram 0 bolo. ‘As mulheres ficaram zangadas ao perceberem que tinham sido enganadas. As maes nao conseguiram alcangélos Os deuses transformaram os meninos em estrelas. 4. Escreve a causa e a consequéncia destas acdes. * Os meninos fugiram e esconderam-se das suas mes a ee _ Consequéncia De olho na linguagem Relé este excerto, Contam os {ndios bororés que [. 5.1 Que informacao da este excerto ao leitor? 5.2 Que outras expressdes poderiam substituir 0 excerto sem alterar 0 sentido? Assinala com uma X a opeao que considerares correta. De acordo com o povo boror6 [...]. OC) Para os Indios bororés [...]. OC) Era uma vez [...] Natrlfotoonitvel © SentilansConetneia 24 3 LER E COMPREENDER TEXTOS PorTUGUES 4.” ANO he “ee Nome: Eee __ Data: /. Esta casa é minha! 0 texto seguinte é um texto narrative — um conto. Procura identificar as personagens e quem narra a histéria. ‘A Paula e o Beto moravam com os pais num, apartamento. E queriam ter um quintal. Adoravam sair para passear aos fins de semana. Iam a casa dos avés, ao parque, ao cinema; as vezes faziam uns passeios de carro até mais longe: A quinta do tio; ou por uma estrada comprida que ia dar a uma praia quase deserta; onde passavam o dia todo. Num domingo, nessa praia, enquanto a Paula 0 irmao brincavam perto do mar, 0 pai ficou a conversar com um pescador ao lado de um bote, debaixo de uma arvore. Quando voltou para casa, contou aos filhos: —Vocés viram-me a falar com 0 Zé Juca? Pois é, estou a pensar em comprar aquele terreno que ele tem junto a praia... Um terreno? Qual? Onde? Para qué? Depois de tantas perguntas e respostas, a Paula nessa noite sonhou com o que o pai dissera: iam ter uma casinha entre as arvores, em frente ao mar... como se a praia ea mata fossem um quintal imenso; 6 deles, ites Num outro domingo, foram se +4 olhavain pata tudo com olhos de quem € dono. Um bando de passaros fazia um barulho nas Arvores. Um esquilo deu uma corridinha assustada pelo chao, de um tronco para outro. Um gafanhoto saltitante e um melro barulhento voavam para 14 e para ca. Na areia um caranguejinho amarelo fazia um buraco. No alto de uma arvore um bando de macacos guinchava e fazia macaquices. Para todos eles, a Paula e 0 Beto gritavam: — Aqui vai ser a minha casa! E assim foi durante alguns meses. Eles iam 14 muitas vezes. Os pais ficavam a ver a obra enquanto as criangas brincavam naquela praia maravilhosa. [...] Estavam tao animados que nem reparavam nas mudangas. Nunca mais 0 esquilo tinha aparecido. Devia ter medo dos caes que também por ali apareciam de vez em quando. O gato devia ter comido os lagartos. Os guinchos dos macacos vinham de drvores cada vez mais distantes. O caranguejinho amarelo a esburacar a terra? Agora sé na areia da praia. Aqueles frutos do mato que os passarinhos comiam também acabaram quando o mato ficou longe. E vinham menos passarinhos cantar no quintal. ‘A familia nem reparava. [...] Mas um dia o pai teve uma proposta de trabalho noutra idade. Iam ter de se mudar ¢ la viver durante um ano ou dois. Ficar um tempo imenso longe da casinha da praia, do seu cheiro a mar, do barulho das ondas, da sua passarada. og n sentir muitas saudades. Deixaram 0 cao € © © gato com amigos na cidade. E pediram Re ao Zé Juca para tomar conta de tudo na oe praia. Com muito cuidado. Para que, quando ~— voltassem, pudessem dizer com alegria: 4 — Esta casa é minha! Quando finalmente regressaram, apanharam um susto. O mato tinha crescido de novo e chegava até perto da casa. Havia uma colmeia numa arvore. Um ninho de melros na varanda. [...] Formigas na cozinha. Sapos no jardim. Uma familia de lagartos instalada numas pedras atras da churrasqueira. [---] — Zé Juca, eu nao pedi para tomares conta da casa? Cuidar de tudo... Como é que deixaste que isto acontecesse? — Mas eu tratei de tudo, doutor. $6 que eu tomei conta de todas as casas, ndo s6 da sua. O pai ficou zangado. O pescador devia estar maluco. — Aqui s6 ha uma casa. Esta aqui, que é a minha. Mas a Paula, que tinha ido até ao quintal e voltado, de repente entendeu tudo e disse: — Nao, pai. Vem ver. Hé uma porcdo de casas. As criangas puxaram os pais pelas maos e foram mostrando. — Psiu! Nao facam barulho! Oicam. Eles ouviram. Os papagaios a gritar. As abelhas 4 zunir. Um monte de passarinhos a cantar. Ao fund@ 0 vento nas folhas. E 0 mar, onda-vai-onda-vem, })\ya bater na areia e nas pedras. — Ouviram? — Ouvimos, o que é que tem? —Nio percebem o que eles dizem? Todos pararam para prestar atengdo. E aos poucos foram ouvindo: — Esta casa é minha! Todos diziam isso, Nao assim, em lingua de gente. Mas em lingua de bicho — cantorias e zumbidos, guinchos e gritos. Coisas que nao so palavras, mas a maneira de falar em passarinhés e abelhés, em macaqués e papagaiés, mas que querem dizer a mesma coisa. [-.-] De repente, a Paula comegou a responder: — Mas esta casa é minha também! O Beto entrou na brincadeira: — E... Nés somos vizinhos, sabiam? O pai disse: — Esta casa € nossa! Ea mae comentou: — Ainda bem que o Zé Juca tomou conta de todas as casas, de todos vocés. E, agora que eles aprenderam a ouvir a linguagem de todos os vizinhos, tém sempre o maior cuidado. Porque sabem que fizeram a casa deles no quintal dos outros. Um quintal grande, com lugar para todos os que sabem ouvir sempre: — Esta casa é minha! ANA MaRIA MacHano, Nem te contol, Moderna (adaptado) 25 Matrit otocontvel © Sarina Consancia Para compreender o texto Um pouco de conversa 1. Conversa com os teus colegas para responderem as questdes seguintes. 4.1 Como era 0 local onde o pai da Paula e do Beto resolveu comprar um terreno? 1.2 Que mudangas ocorreram no local apés a construgao da casa? Porque aconteceram essas mudangas? 1.3 De que maneira 0 Zé Juca tomou conta da casa de praia? Achas que ele tomou bem conta da casa? 1.4 Quem sao os vizinhos da casa de praia? 1.5 0 que foi que a familia finalmente compreendeu? Explica a ideia. Compreensao ( Eica, a aber Um conto literario 6 uma narrativa curta que apresenta poucas personagens. Ao contrario do conto popular, que tem origem desconhecida e é transmitido de geragéo em geracao, o conto literario € criagéo de uma pessoa, que assina 0 texto, o autor. sence

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