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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS // INSTITUTO DE QUÍMICA E BIOTECNOLOGIA

QUÍMICA ANALÍTICA INSTRUMENTAL

Profa. Andréa Pires Fernandes

QUESTÕES SOBRE ESPECTROMETRIA DE EMISSÃO ATÔMICA

1. Defina:

(1) plasma:

Também conhecido como quarto estado físico da matéria, o plasma é formado quando
uma substância no estado gasoso é aquecida até atingir um valor tão elevado de temperatura
que faz com que a agitação térmica molecular supere a energia de ligação que mantém os
elétrons em órbita do núcleo do átomo. É uma nuvem de gás altamente ionizado onde
coexistem elétrons livres e íons positivos em movimento.

(2) Seletor de comprimento de onda

É um dispositivo dos espectrofotômetros que tem como função a seleção do


comprimento de onda que se tem interesse para a análise.

(3) Métodos espectrométricos

Os métodos espectrométricos abrangem um grupo de métodos analíticos baseados na


espectroscopia atômica e molecular, e se referem às medidas das intensidades da radiação
usando transdutores fotoelétricos ou outros dispositivos eletrônicos.

(4) Espectros de emissão e de absorção

Os espectros de emissão, são linhas coloridas obtidas pela dispersão da luz emitida pela
amostra. Cada linha corresponde a um determinado comprimento de onda.

Já os espectros de absorção, são linhas escuras obtidas ao transmitir luz branca através
da amostra. As linhas escuras estão sempre nas mesmas posições das linhas claras emitidas pela
mesma amostra. Assim, o espectro de absorção coincide com o espectro de emissão

2. Discuta, comparando no que diz respeito aos princípios, a instrumentação usada nas
Espectrometrias de Absorção Atômica por chama (FAAS) e de Emissão com chama
(FAES). Cite e discuta as funções da chama em espectrometria de emissão atômica.
Compare a Fotometria de emissão por chama com Espectrofotometria de Absorção
Atômica por chama no que diz respeito interferências.

O que diferenciam os dois métodos é a fonte de radiação. Na FAAS, é utilizado um


instrumento que fornece radiação no comprimento de onda desejado, na qual será absorvido
pelo analito. Já na FAES, não há fonte de radiação, a excitação eletrônica é causada pela própria
chama, que fornece energia térmica.
Ambos os métodos possuem um nebulizador, queimador (chama) onde ocorrem os
processos de dessolvatação, vaporização e atomização. No FAAS o analito atomizado irá
absorver a radiação fornecida pelo instrumento (fonte de radiação). Na FAES o analito
atomizada irá absorver energia térmica da própria chama, o que provocará excitação eletrônica
dos átomos. Ou seja, na FAES, a fonte de energia (chama), serve para dois propósitos: (I)
Converter o aerossol da amostra em um vapor atômico (onde se encontram os átomos no
“estado fundamental”); (II) Excitar, termicamente, estes átomos, levando-os ao “estado
excitado”.

Possuem também um monocromador, detector de um equipamento para leitura.

Interferências:

Na FAES, as interferências podem ocorrer:


- Pela combustão incompleta dos gases na chama (emissão de fundo);
- Presença de solventes orgânicos, que podem diminuir a intensidade da chama
(sobreposição de raias);
- Compostos refratários que não se dissociam na chama;
- Íons que emitem diferentemente de átomos neutros;
- Matriz da amostra com constituição bem diferente dos padrões.

Na FAAS, as interferências podem ocorrer:


- Por espécies moleculares na chama, que absorvem a radiação da lâmpada de cátodo
oco, juntamente com o analito (correção de fundo)
- Por interferência de raias de outros elementos.
- Por reações químicas que causam diminuição da concentração do analito.
- Por ionização, que diminui o número de átomos neutros;
- Por efeito de matriz, onde a presença de substâncias com constituição diferente dos
padrões, alteram o fluxo da solução ao nebulizador e ao atomizador.

3. Definir/ conceituar os seguintes termos associados a análise instrumental:


3.1 branco e técnica da adição de padrão
Branco: Sinal do instrumento para matriz (ou imitação) na ausência do analito ou de
uma espécie que corresponda o analito
Técnica de adição padrão: Consiste em uma série de medidas envolvendo a adição de
incrementos de uma solução padrão do analito à alíquotas da amostra de mesmo volume com
a finalidade de corrigir a interferência da matriz sobre o sinal analítico.

3.2 interferente e efeito de matriz. Qual o procedimento adotado para verificar a


interferência pelo efeito de matriz?

Interferente: Refere-se à determinada espécie que causa um erro na análise pelo


amento ou diminuição da quantidade que está sendo medida.

Efeito de matriz: É a influência das propriedades da matriz da amostra. A presença de


substâncias que modificam a viscosidade e a tensão superficial alteram o fluxo da solução ao
nebulizador, e consequentemente, no atomizador.
O procedimento para verificar a interferência pelo efeito de matriz, é a técnica de
utilização do método da adição de padrões.

4. Defina os seguintes termos:

(a) atomização: É um processo no qual uma amostra é convertida em átomos na forma


gasosa, no estado fundamental.
(b) agente de liberação: São cátions que reagem preferencialmente com o interferente
numa amostra.
(c) auto-absorção: Fonte de não linearidade, que ocorrem em altas concentrações.

(d) interferência espectral: Interferência que ocorre quando a absorção medida na amostra
é errônea devido a presença de outra espécie a qual também absorve radiação no
mesmo comprimento de onda
(e) interferência química: Reações químicas que causam diminuição da concentração do
analito.

5. Compare, discutindo as diferenças, a fonte plasma em relação a fonte chama em


espectrometria de emissão atômica. Comente sobre a eficiência da chama e do plasma
em excitar os átomos em fase gasosa. Comente sobre a ionização em uma chama e em
um plasma.
Na fonte chama, a amostra (spray – proveniente do nebulizador), é dessolvatada,
vaporizada e atomizada, onde se obtém uma nuvem atômica no estado fundamental, tais
espécies absorvem energia térmica da própria chama, o que provoca a excitação eletrônica de
seus elétrons. A ionização na chama é mais comum e seus efeitos estão relacionados em
função do aumento da temperatura e da auto absorção.

Na fonte plasma, a amostra (spray – proveniente do nebulizador), é também


dessolvatada, vaporizada e atomizada, o que se obtém a nuvem atômica no estado
fundamental, e ainda ocorre o processo de ionização (produção de íons). A absorção de
energia provocará a excitação dos átomos no estado fundamental, ou dos íons, ou seja, no
plasma a emissão pode ser atômica ou iônica. A ionização no plasma é menos comum,
comparando com a chama, e está relacionada com o aumento da temperatura. Uma fração
dos átomos no estado fundamental é excitada ou ionizada, produzindo uma mistura gasosa de
átomos e íons em vários níveis de energia.

Enquanto a eficiência em excitar os átomos em fase gasosa na chama esta relacionada


com o controle de temperatura, no plasma a eficiência de excitação depende da função
distribuição de energia de elétrons.

6. A figura abaixo é um desenho esquemático de uma fonte típica de plasma acoplado


indutivamente (ICP) chamado tocha. Explique sucintamente como ocorre a geração do
plasma e identifique os componentes da tocha designados por (A), (B) e (C) e discuta a
espectrometria de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado, no que diz
respeito aos princípios e a instrumentação.
A – Bobina de radiofrequência
B – Argônio auxiliar
C – Aerossol da amostra em argônio

O plasma do tipo indutivo é gerado por uma fonte de radiofrequência que cria campos
eletromagnéticos (onde o argônio flui) induzidos num espiral de cobre, montada em torno do
topo da chama de quartzo.
A tocha compreende três tubos concêntricos através dos quais passa argônio. Uma
radiofrequência aplicada ao espiral de cobre produz um campo eletromagnético na parte da
tocha localizada dentro do espiral.
Uma descarga elétrica, aplicada através de um fio metálico que se encontra em
contato com a tocha, ocasiona a ignição do plasma. Os elétrons formados no percurso da
ignição do plasma são acelerados, mediante o campo magnético gerado na bobina de cobre,
colidindo com os átomos de argônio que atravessam a tocha, produzindo íons Ar + e- livres.
Colisões adicionais causam um aumento do número de átomos de argônio ionizados,
resultando na formação do plasma, que se mantém indefinidamente, desde que o campo
magnético não seja cortado.
O argônio circula pelos três tubos concêntricos da tocha. O fluxo de gás principal flui
na parte exterior da tocha e fornece a maioria do argônio que forma o plasma, fazendo
também com que este não toque nas paredes da tocha, evitando derretimentos. O fluxo de
gás auxiliar flui no tubo intermédio e controla a posição do plasma na parte frontal da tocha. O
fluxo de gás do nebulizador flui através do nebulizador, câmara de nebulização e tubo de
injeção da amostra no centro da tocha, conduzindo o aerossol ao centro do plasma, onde será
dessolvatado, vaporizado e atomizado.
A amostra é introduzida no plasma sob a forma de aerossol. O aerossol é transportado
para a zona aquecida, onde é rapidamente submetido à dessolvatação (remoção do solvente
da amostra líquida), à volatilização para níveis moleculares e à dissociação em átomos
(atomização), dos quais alguns são ionizados. A nuvem atômica resultante do processo de
atomização de uma amostra é fundamentalmente constituída por átomos gasosos no estado
fundamental. Simultaneamente, uma fração desses átomos é excitada ou ionizada,
produzindo-se uma mistura gasosa de átomos e íons em vários estados de energia. A emissão
produzida pelo regresso dos átomos e íons excitados que voltam ao estado fundamental é
medida usando um espectrofotômetro.

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