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Poder Judiciário
JUSTIÇA ESTADUAL
Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins
1ª Escrivania Criminal de Itaguatins
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MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA (LEI MARIA DA PENHA)

CRIMINAL Nº 0001065-13.2022.8.27.2724/TO

DESPACHO/DECISÃO

O Ministério Público Estadual, no evento 28, representou pela

decretação da prisão preventiva de RENILDO ALVES SILVA, com fulcro no art.
313, inciso IV, do Código de Processo Penal, c/c art. 20 da Lei 11.340/2006.

Como fundamentação ao pedido de decretação da prisão preventiva,

o Parquet aduziu que, embora o Representado tenha sido devidamente intimado
da decisão que concedeu medidas protetivas de urgência à Sra. Eudivane
Florêncio da Silva, como tem descumprido de forma reiterada a aludida decisão.
Narra que a vítima compareceu à Delegacia de Polícia de São Miguel e informou
que Renildo fica rodando sua casa, já tendo que acionar a Polícia Militar por duas
vezes, como consta no evento 22 e, por fim, também compareceu ao Ministério
Público e também apresentou mensagens recebidas no aplicativo WahtsApp, onde
o Representado faz ameaças.

Vieram os autos conclusos.

É o relatório do que importa. Decido.

Merece acolhimento a representação pela prisão preventiva pleiteada

pelo Ministério Público em desfavor do representado RENILDO ALVES SILVA,
uma vez que estão presentes os requisitos legais, senão vejamos:

A prisão preventiva é espécie de prisão cautelar que encontra

amparo no art. 312 do CPP, constituindo medida excepcional que somente deve
ser decretada caso haja prova da materialidade do crime e indícios de autoria, e
que esteja demonstrado pelo menos um dos quatro requisitos ali expostos, quais
sejam, a garantia da ordem pública, da ordem econômica, a conveniência da
instrução criminal e a aplicação da lei penal, admissível nas hipóteses previstas no
art. 313, do CPP.

No caso em tela, resta preenchida a condição de admissibilidade da

prisão preventiva, prevista no art. 313, inciso III do CPP, uma vez que se trata de
crime que envolve violência doméstica e familiar contra a mulher, sendo
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necessária a prisão preventiva para garantir a execução das medidas protetivas de
urgência.

Depreende-se da análise dos autos que, mesmo ciente da decisão

constante no evento 8 que lhe impôs medidas protetivas de urgência previstas na
Lei Maria da Penha, o Representado vem descumprindo a ordem judicial e tem
importunado a vítima, frequentando aas redondezas de sua casa e ainda proferindo
ameaças através do aplicativo Whatsapp.

Assim, há de se resguardar a integridade física e psicológica da

vítima, tendo em vista que, ao menos neste momento, a concessão de medidas
protetivas de urgência não foram suficientes para impedir Renildo de reiterar no
seu comportamento ameaçador.

Outrossim, verifica-se que os elementos de prova coligidos aos autos

de inquérito policial demonstram a existência da prática criminosa tipificada pelo
art. 24-A da Lei n. 11.340/2006 e fortes indícios de autoria. Presente, portanto,
o fumus comissi delicti.

Quanto ao periculum libertatis, a prisão preventiva se mostra

necessária para a garantia da ordem pública e aplicação da lei penal, uma vez
que o Representado, em liberdade, oferece risco à integridade física e psicológica
da vítima, visto que ignora as proibições impostas, inclusive após regularmente
intimado, logo, ciente das consequências do descumprimento da ordem judicial.

Diante do exposto, com base nos artigos 310, inciso II, 311, 312 e
313, inciso III, todos do Código Processo Penal, DECRETO A PRISÃO
PREVENTIVA DE RENILDO ALVES SILVA, já devidamente qualificado
nos autos, devendo ele ficar custodiado até ulterior decisão judicial em sentido
contrário.

DOU À PRESENTE DECISÃO FORÇA DE MANDADO DE

PRISÃO, devendo o cartório inseri-lo no BNMP2.0 e proceder às
comunicações necessárias ao seu devido cumprimento.

Cientifique-se o Ministério Público e a Autoridade Policial.

Intimem-se. Expeça-se o necessário.

Cumpra-se com a urgência que o caso requer.

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Itaguatins/TO, data certificada pelo sistema.

Documento eletrônico assinado por LUIZ ZILMAR DOS SANTOS PIRES, Juiz de Direito, na forma do
artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Instrução Normativa nº 5, de 24 de
outubro de 2011. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico
http://www.tjto.jus.br, mediante o preenchimento do código verificador 6470934v2 e do código CRC
2ae2e9f5.

Informações adicionais da assinatura:

Signatário (a): LUIZ ZILMAR DOS SANTOS PIRES
Data e Hora: 26/9/2022, às 14:34:13

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