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Biologia I - Aula 03

Já falamos sobre água, glicídios e continuaremos lipídios.


1. Lipídios: funções
1.1. Reserva energética
A principal função do lipídio é se acumular no tecido adiposo e formar reserva energética, já que
não tem afinidade com água e não gera risco de turgência da célula.
1.1.1. Metabolismo lipídico-energético
A mobilização das reservas de energia é feita por meio da adrenalina ou epinefrina (adrenalina é
um apelido da epinefrina) e dos corticoides. São produzidos pela glândula suprarrenal. A
adrenalina é produzida na sua parte mais interna (medula) e a parte externa produz corticoides
(ex: cortisol).
Há duas formas de mobilização destes hormônios: atividade física e jejum prolongado. No caso do
jejum, antes de ocorrer a mobilização destes hormônios, há um processo de hipoglicemia e
ativação pancreática; produz-se o glucagon, que mobiliza as poucas reservas de energia de
glicogênio do fígado. Em um jejum normal de 4 ou 5 horas, só há mobilização do glucagon do
pâncreas. O jejum acima de mais de 6h enseja a liberação da epinefrina.
Em quinze ou vinte minutos de atividade física aeróbica, já ocorre liberação de epinefrina (antes
disso, consome-se as reservas de glicose).
Tanto a epinefrina quanto os corticoides atuam sobre enzimas chamadas lipases hormônio
dependentes (toda palavra que termina com ase é uma enzima; são hormônios dependentes
porque dependem da epinefrina e dos corticoides), antes adormecidas. Estas enzimas vão direto
nos adipócitos (células de gordura que compõem o tecido adiposo) e quebram os triglicerídios
(gorduras armazenadas nos adipócitos).
Obs.: lembre-se de que toda gordura é formada de um álcool e de um ácido carboxílico chamado
ácido graxo. Os álcools que formam a gordura são o glicerol e o colesterol. Os triglicerídios são
exemplos de gordura, armazenados no tecido adiposo. No momento em que as lipases são
liberadas, quebram os triglicerídios (momento da queima da gordura)
Estes triglicerídios são quebrados de volta em glicerol e ácidos graxos.
Estes ácidos graxos são quebrados e formam um radical chamado acetil. O acetil vai para dentro
das mitocôndrias, estruturas celulares responsáveis pela respiração da célula. Assim, o ácido graxo
produz a mesma molécula formada pelo glicídio: a molécula de ATP (adenosina trifosfato), forma
química de energia celular.
O glicerol, por sua vez, vai para o fígado. O fígado transforma o glicerol em glicose.
Se a liberação da epinefrina for liberada por causa do jejum, será liberada enquanto o organismo
está hipoglicêmico. Assim, o organismo fica com os batimentos cardíacos acelerados, sua frio,
desmaia. A epinefrina só realiza este processo em glicemia normal.
1.2. Colesterol
Vimos que a molécula de triglicerídeo é formada por um álcool e pelo ácido graxo. Todo lipídio é
um éster (uma das funções orgânicas – oxigenadas x nitrogenadas; é uma das funções oxigenadas).
O éster é a fusão de um álcool e um ácido orgânico (no caso, o carboxílico). ASSOCIAR AO ESTUDO
DE QUÍMICA ORGÂNICA, conhecendo a estrutura da molécula.
Além do glicerol, o colesterol também pode formar o triglicerídeo. A molécula do colesterol só tem
uma hidroxila a ser esterificada; assim, só se liga a um ácido de cada vez.
Praticamente todos os tecidos do corpo produzem colesterol. Sem colesterol, não existiriam
hormônios sexuais. Ademais, a membrana celular, além dos fosfolipídios, contém colesterol em
sua estrutura ativa (veremos no estudo das membranas). O problema é que muitos alimentos
consumidos pelos humanos têm excesso de colesterol.
A molécula de colesterol é apolar; difere do glicerol, que tem três hidroxilas; isso faz com que ele
se misture facilmente n água e, circulando livremente no plasma, vai até o fígado (não se verifica
essa facilidade com o ácido graxo, apolar, que precisa se associar com a albumina, proteína
sanguínea, para ter mobilidade). O triglicerídio também é apolar. Como seriam transportados no
sangue? Por meio das lipoproteínas.
Moléculas apolares sempre são transportadas em associação a proteínas, dada a sua pouca
afinidade com água. Quando o colesterol precisa ser transportado, é envolvido por uma capa de
proteína, formando a fração lipoproteica ou lipoproteínas. As principais lipoproteínas são a HDL,
LDL e VLDL.
O HDL é uma lipoproteína de alta densidade que transporta o colesterol (high density lipoprotein).
O LDL é uma lipoproteína de baixa densidade que também transporta colesterol (low density
lipoprotein).
O VLDL é uma lipoproteína de muito baixa densidade que transporta o triglicerídeo (very low
density lipoprotein).
Quanto menor a densidade, mais fácil fica o transporte da molécula.
Não existe mau ou bom colesterol; colesterol é aquela molécula de álcool e ponto. O que faz com
que seja chamado de bom ou mau é a capacidade de recepção que ele tem em nossas células. O
colesterol que nós produzimos no corpo normalmente se associa a uma proteína gigantesca com
alta receptividade em nossas células. O colesterol por nós produzidos é transportado em uma
fração chamada HDL.
Colesterol que ingerimos, normalmente em gorduras líquidas, também podem se associar a
proteínas de alta densidade e serem transportados por meio do HDL. Também terão alta
receptividade.
Ocorre que o colesterol que se associa a proteínas de baixa densidade, formando o LDL, por mais
que tenham baixa densidade e circulem com facilidade, têm baixa receptividade. Infelizmente,
corresponde à maior parte do organismo. Com isso, ao chegar nas células-alvo, receptoras de
colesterol (como as produtoras de hormônios sexuais), j, não são recebidos com facilidade.
Arterosclerose
Por este motivo, o LDL fica circulando no organismo muitas vezes indefinidamente e, acumulados,
acabam se depositando na parede dos vasos, reduzindo o volume de sangue que passa por lá e
aumentando a pressão. Ocorrendo isto na artéria, sua parede fica enrijecida. Ora, sem
elasticidade, a passagem de sangue fica ainda mais dificultosa; isto ocasiona hipertensão. Se a
artéria for pequena (arteríola), ocorre um processo trombótico; se ocorre no cérebro, leva ao AVC.
É por isso que o colesterol que se associa e forma o LDL é chamado de mau colesterol.

1.2. Estrutural
Os fosfolipídios são fundamentais na estrutura das membranas celulares.
1.3. Reguladora (controle metabólico)
Todos os hormônios sexuais são de origem lipídica: testosterona, estrogênio, progesterona...

2. Proteínas
São moléculas plásticas que representam 50% do peso seco. Molécula plástica é estrutural. Depois
da água, são as moléculas mais presentes; elas nos dão massa e forma.
São polímeros de α-aminoácidos. Polímero, etimologicamente, significa “várias partes” - cadeia,
sequência. A proteína é um polímero, uma cadeia destes aminoácidos.
O aminoácido é a fusão de duas funções orgânicas: a amina e o ácido. O α-aminoácidos, segundo
o estudo das nomenclaturas em química orgânica, é aquele aminoácido em que o grupo amino
está no carbono alfa (nomeamos os carbonos a partir do primeiro carbono depois da carboxila.
Os α-aminoácidos se ligam por meio de ligações peptídicas. Para que se formem, a hidroxila do
lado dos ácidos deve se unir a um hidrogênio do grupo amino, formando uma molécula de água, e
o carbono do qual saiu a hidroxila se liga ao nitrogênio. Só precisa aprofundar nisso depois de
estudar Química Orgânica:
2.1. Características
2.1.1. Estruturais
A atividade da proteína é fundamentalmente plástica; é integrante da membrana e do citoplasma
das células em geral. Por óbvio, há células com mais proteínas do que outras; de modo geral,
porém, todas têm proteína.
Com 75% de água, não somos líquidos porque a água tem um estado de agregação e as proteínas
as prendem, de modo que não tenham grande liberdade - não somos líquidos porque o fato de
molécula de água ser um dipolo elétrico faz com que as proteínas negativas atraiam moléculas de
água formando uma capa de solvatação, por meio do polo positivo (de hidrogênio) – há um grupo
de moléculas de água adsorvidas, encostadas, presas nas moléculas de proteína negativas. As
proteínas positivas atraem as moléculas de água através do polo negativo (de oxigênio).
2.1.2. Funcionais
As proteínas também podem ter característica funcional quando forem enzimas, as catalisadoras
bioquímicas, considerando que a maioria das reações orgânicas é lenta (diminuem a energia de
ativação necessária para que a reação ocorra, acelerando determinadas reações químicas de modo
a viabilizar a vida) e promotoras de reações (sem as quais não haveria a reação).
Obs.: toda palavra que termina em ase é uma enzima, mas nem toda enzima termina em ase
(como a pepsina, que age no estômago).
Exemplos: se não fosse a pepsina, levaríamos dias para digerir alimentos; DNA se duplicando
depende das polimerases; sem elas, novas moléculas a partir do molde anterior não seriam
formadas em hipótese alguma.

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