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Direito Processual do Trabalho

PROVA DIA 23. 05. No período de 10 de maio a 21 de maio não haverá aula. Dia 02.05
não terá aula “mediante provocação”. Dia 09.05 terá aula.

PRAZOS PROCESSUAIS NO PROCESSO DO TRABALHO

A contagem dos prazos é feita na forma do art. 774 e 775 da CLT, aplicando-se,
subsidiariamente, os arts. 177 e ss do CPC quando não houver incompatibilidade. Os prazos
são contados a partir da data em que a notificação for feita pessoalmente, recebida do correio,
publicação do edital ou expediente em correio, salvo disposição em contrário. O recebimento
deve ser na pessoa a ser notificado ou naquela pessoa que tem poderes para tal. Se o
destinatário se recusar a notificação ou intimação, deve o servidor ou cartório deve entrega-la
em até 48h ao interessado. O Tribunal – TST – editou o enunciado n. 16 instituindo o critério
da presunção juris tantum do recebimento da intimação, ou seja, o ônus da prova para ser do
interessado que, por meio das provas lícitas, demonstrar que a notificação não foi recebida no
prazo superior a 48h após sua regular expedição.

O início do prazo ocorre no momento em que o interessado toma ciência do ato


processual a ser praticado.

O início da contagem, por sua vez, ocorre no dia seguinte ao início da contagem –
exclui o primeiro dia (o da ciência). Os prazos, por sua vez, que se encerram em domingos,
sábados ou feriados prorrogam-se e se encerram no dia útil subsequente.

Se a pessoa recebe a intimação ou citação dia 10 de maio, sexta-feira, presume-se o


recebimento 48h depois, no dia 14 de maio, que seria terça-feira, porquanto essas 48h devem
ser úteis. A contagem inicia-se, portanto, dia 15 maio, quarta-feira.

Se a notificação foi expedida 8 de maio, quarta, presume-se recebida na sexta-feira.


Logo, o início da contagem é segunda-feira, dia 13 de maio (primeiro dia útil posterior ao
recebimento, ciência).

Os prazos judiciais são contínuos e irreleváveis. Correm interruptamente, mas podem


ser prorrogados pelo juiz ou Tribunal quando assim se fizer necessário como, em casos, por
exemplo, de força maior.

O vencimento dos prazos será certificado nos processos pelos escrivães ou chefes de
secretaria.
A CLT não regula expressamente as hipóteses de suspensão ou interrupção dos
prazos processuais, aplicando-se, assim, as disposições do CPC. Ressalta-se que no dia 20 de
dezembro, inclusive, e até o dia 06 de janeiro, inclusive, de acordo com a Lei 5.010/66, a
Justiça do Trabalho entra em recesso, ficando suspenso os atos processuais. A Jurisprudência
tradicional considera que não vencem não se inicia ou não corre qualquer prazo. O que se
iniciou antes do dia 20 de dezembro, voltar a correr de onde parou a partir do dia 07 de
janeiro. A intimação para recurso ordinário, cujo prazo para interposição é de 8 dias, se a
ciência para interpor recurso é no dia 16/12, a contagem tem início dia 17. Entre 20/12 e
06/12 não corre o prazo, passando a correr o prazo de onde parou dia 07/12. Logo, no caso em
tela, se a ciência foi 16/12, de dia 17/12 correram 3 dias até a suspensão dos prazos; os 5 dias
restantes voltam a correr dia 17/12.

Sustentou-se, contra esse entendimento, que os prazos não se suspenderiam entre


dia 20/12 a 06/01, vencendo nesse período, mas sendo possível realizar os atos dia 07/01,
porquanto os dias 20/12 a 06/12 seriam feriados.

A orientação jurisprudencial n. 209 da SDI do TST estabelece que no recesso forense


os prazos ficam suspensos, mantendo-se, assim o entendimento da jurisprudência tradicional.

NULIDADES PROCESSUAIS

Destitui os efeitos já produzidos ou que priva o ato jurídico de seus efeitos normais
como sanção determinado pela lei. Destarte, havendo violação das formas, deverá haver a
correspondente sanção.

Ressalta-se que outros atos e termos que realizados de outro modo que não lhe
prejudiquem a finalidade essencial, reputando-se válidos esses atos, dada o prestígio ao fim do
processo e o seu caráter instrumental. Portanto, salvo por exceção, a forma é simples meio
para alcançar a finalidade do ato, não sendo essencial para sua validade, a não ser que a lei
exija aquela forma.

O processo do trabalho não é informal. Afirmar isso seria um erro crasso segundo o
professor. O Processo do Trabalho é um processo formal com menos formalidades que o
Processo Civil e o Processo Penal.

ATOS NULOS, ANULÁVEIS ou INEXISTENTES

Os atos processuais também podem contar irregularidades ou vícios que os tornem


nulos ou anuláveis. As irregularidades ou vícios processuais são classificados segundo a
gravidade que representam para o processo. Assim, em primeiro lugar, teríamos meras
irregularidades sem consequências, como, por exemplo, o uso de abreviaturas ou termo
lavrado com lápis ou tinta clara. Após, haveria irregularidades com sanções extraprocessuais.
Como, por exemplo, o caso do juiz que retarda a prática de algum ato que deve determinar de
ofício ou a requerimento da parte pode responder por perdas e danos, por exemplo.

Há, igualmente, irregularidades que acarretam nulidades processuais. De acordo com


a gravidade, teremos a nulidade absoluta ou relativa, com suas respectivas consequências
processuais.

Há, por sua vez, irregularidades que acarretam a inexistência do ato processual.
Tratam de circunstâncias impeditivas do próprio surgimento do ato processual, como, por
exemplo, sentença sem assinatura do juiz ou os atos processuais praticados por advogado que
atua sem instrumento de mandato não ratificados. Os atos não ratificados no prazo – 15 dias
podendo serem prorrogáveis por mais 15 dias – serão considerados inexistentes.

Em casos de urgência, inclusive, ou para evitar prescrição ou decadência, pode


ingressar com a ação sem mandato, podendo ratifica-lo, dentro do prazo, sobre pena de
inexistência do ato.

PEGAR A PARTE INICIAL POSTERIOR AO INTERVALO NA “APOSTILA SALVADORA”

PRINCÍPIOS DAS NULIDADES PROCESSUAIS

Instrumentalidade das formas  aquele segundo o qual a lei prescrever que a lei
tenha determinada forma, sem cominar nulidade, o julgador deverá considerar válido o ato
que realizado de outro modo alcançar a finalidade. Somente por exceção a lei cominará
nulidade o ato que não obedecer a forma legal, pois, nessas exceções, a forma é da substância
do ato.

No agravo de instrumento, no Processo Civil – que não tem no processo do trabalho


–, a lei estabelece os instrumentos que precisam ser juntados quando da interposição do
agravo. Se não houver o elemento necessário, não será conhecido o agravo. Por que o ato não
é conhecido ? Porque fera a isonomia – não vou dar prazo para apresentar elemento que
deveria estar presente no momento da interposição, porque o prazo para interpor é igual para
as partes e, a prorrogação para uma delas, depois da interposição regular essa, seria quebrar a
isonomia. Outrossim, o elemento é da subsistência do ato. Não havendo o elemento, o ato é
inexistente.
Princípio do prejuízo ou da transcendência  não haverá nulidade sem prejuízo
manifesto às partes interessadas com base no art. 794 da CLT. Esse prejuízo é de natureza
processual – não diz respeito ao direito material nem tange a questão financeira, é um prejuízo
na órbita processual.

Princípio da convalidação ou da preclusão  as nulidades não serão declaradas se


não mediante provocação das partes as quais devem argui-las na primeira vez que tiverem que
falar nos autos, forte no art. 795 da CLT. Para evitar a preclusão, consagrou-se uma prática
processual trabalhista, chamada de protesto antipreclusivo, mediante registro na ata de
audiência. É costume adotado pelas partes por meio dos seus advogados que, quando o
primeiro ato após a nulidade é audiência, fazem nessa um protesto antipreclusivo. Em
audiência, o juiz indefere o pedido de prova do advogado ou de determinada diligência e o
procurador vê prejuízos para a parte caracterizando cerceamento de defesa. Assim, o
advogado postula que se consigne na ata de audiência seu protesto antipreclusivo na ata de
audiência. Como não existe recurso previsto na legislação para decisões interlocutórios no
Processo do Trabalho, de regra, essa questão, no caso cerceamento de defesa, será analisada,
em preliminar, quando da análise de eventual recurso ordinário interposto em razão da
sentença de primeiro grau. Sendo caso de acolhimento da preliminar, ou o Tribunal converterá
o feito em diligência ou cassa a sentença e determina o retorno dos autos ao primeiro grau. O
juiz, por prudência, deverá constar o protesto antipreclusivo. É preciso, contudo, quando da
interposição do recurso ordinário, o procurador se manifestar sobre a nulidade e pugnar pela
apreciação da questão. Se não houver referência da parte reiterar o pedido quando do recurso
ordinário, somente esse será conhecido e julgado e a questão do protesto não.

Se o juiz se nega a consignar em ata o protesto, postula-se ao chefe de secretaria a


consignação do protesto. Se o secretaria também se negar, pode haver, por falta do dever
funcional, representação contra o servidor na secretaria.

Princípio da economia processual  está contido implicitamente no art. 796 da CLT


de acordo com o professor. A nulidade não será pronunciada quando for possível suprir a falta
ou realizar novamente o ato, bem como os atos válidos serão aproveitados quando algum ato
for declarado nulo.

Princípio do interesse  a parte tem o ônus de demonstrar o manifesto prejuízo de


seu direito, mas só está autorizada a arguir a nulidade se não concorreu direita ou
indiretamente para a ocorrência da nulidade (não pode se valer da própria torpeza).
Princípio da utilidade  impõe que deve se aproveitar ao máximo os atos
posteriores, que não estejam umbilicalmente ligados ao ato nulo, isto é, que não tenham
sofridos os efeitos da nulidade pré-existente. Ou atos que não estejam ligados diretamente ao
ato nulo, podendo, devem ser aproveitados.

PARTES E PROCURADORES

As partes são sujeitos interessados em um resultado que lhe seja favorável e são
parciais – querem um resultado de acordo com seus interesses. O juiz é imparcial, porquanto
julgará a lide de acordo com Direito e não por causa dessa ou daquela parte. Escolherá a tese
declinada por uma das partes em razão do Direito.

As partes são: a) de um lado a que postula uma prestação jurisdicional do Estado


chamada de reclamante (pedido mediato (o pedido imediato é o bem da vida vindicado e será
alcançado por meio da prestação jurisdicional, já que é vedado o exercício arbitrário das
provas razões)); b) a outra parte é aquela em face da qual é pedida a prestação jurisdicional
chamada de reclamada.

No dissídio coletivo temos o suscitante (de regra, é o sindicato) e o suscitado. No


inquérito para apuração de falta grave, adotado nos casos de estabilidade, o autor que é o
empregador é chamado de requerente e o réu (empregado) de requerido.

Nos recursos trabalhistas não há distinção quanto ao processo civil no que diz
respeito à nomenclatura dos recorrentes e recorridos.

LITISCONSÓRCIO

É possível que figurem na relação processual uma pluralidade de pessoas no polo


ativo, no polo passivo ou em ambos os polos. Dá-se em tais situações o fenômeno do
litisconsórcio. Há o fenômeno de cumulação de lides que se ligam no plano subjetivo. O
litisconsórcio é ativo quando duas ou mais pessoas se reúnem para ajuizar uma ação em face
de uma única pessoa. Será passivo quando uma pessoa ingressa contra duas ou mais pessoas.
Será misto quando houver uma pluralidade de pessoas em ambos os polos.

No processo de Trabalho, no art. 842 da CTL, há regra expressa no que diz respeito à
cumulação de lides que se ligam no plano subjetivo. O litisconsórcio ativo é intitulado dissídio
individual plúrimo ou reclamatório plúrima. Faculdade conferida às partes desde que haja
identidade de matérias, ou seja, a mesma causa de pedir, bem como que haja o mesmo
empregador. Não há, no entanto, na CLT, disposição expressa para o litisconsórcio passivo,
aplicando-se, assim, as regras do CPC quando compatíveis – casos de responsabilidade
subsidiária, por exemplo, forma-se litisconsórcio passivo nas reclamatórias trabalhistas.

Há inconvenientes apontados na Doutrina como o número limitado de testemunhas


– são 3 por polo e não por pessoas que integram o polo. Porém, o prejuízo, como a causa de
pedir tem que ser a mesma, não haveria em si prejuízo, pois a prova seria a mesma.

No Litisconsórcio Multitudinário ou monstro, dada a quantidade de pessoas no polo


ativo, poderia, para evitar prejuízos à defesa ou na liquidação de sentença em caso de
procedência, determinar que haja limitação quanto ao número de reclamantes na ação,
podendo determinar o desmembramento dela.

Capacidade de estar em juízo

Toda pessoa humana é capaz de direito e ponderações seja para propor ação seja
para se defender. Reconhece-se identidade capacidade jurídica para as partes, podendo, em
determinados casos, serem representadas ou assistidas. A capacidade para estar em juízo é
outorgada pelo Direito Positivo para pessoas que apresentam capacidade civil. No Processo do
Trabalho, a capacidade civil plena dá-se aos dezoito anos ou pela emancipação.

Representar significa estar presente no lugar de outro pessoa em nome dessa


realizando atos. A representação pode ser legal (como, nos casos, da Pessoa Jurídica de Dir.
Público), pode ser convencional (como a dos representantes das pessoas jurídicas do Dir.
Privado – art. 12, VI, do CPC). A representação das pessoas naturais, por sua vez, nos dissídios
individuais, os empregados e empregadores poderão se fazer representados por intermédio de
sindicatos, advogado, solicitador ou provisionado nos termos do art. 791, § 1º da CLT. O
trabalhador, independentemente de ser afiliado a um sindicato, tem assegurada a sua defesa
por esse, porquanto os advogados desse sindicato recebem por meio das condenações em
sucumbência honorários para que possam fazer também a defesa de empregados não filiados
ao sindicato. Os honorários de sucumbência existem no Processo do Trabalho quando o
empregado recebe menos de 2 salários mínimos e é representado pelo advogado do sindicato,
havendo, se preenchido esses requisitos e procedente a ação, haverá condenação em
honorários sucumbenciais da parte reclamada.

Valentim Carrion adverte que o art. 791, § 1º da CLT, teria sido revogado no que diz
respeito aos advogados solicitadores ou provisionados, porque somente os inscritos na Ordem
dos Advogados do Brasil (no caso, o Estatuto da Ordem) competirá o exercício profissional da
advocacia (competência privativa) dada a legislação concernente a OAB que é posterior à CLT.
Os solicitadores que hoje seriam os estagiários, podem realizar os atos permitidos pelo
Estatuto da Ordem, pois atuam em conjunto e sob coordenação dos advogados da OAB.

A reclamação trabalhista do menor de dezoito anos será feita pelos representantes


legais e, na falta desses, pela Procuradoria do Trabalho, curador nomeado, entre outros, não
se aplicando o CPC, visto que há regulação na CLT no que diz respeito à representação do
menor em juízo no Processo do Trabalho.

A assistência será dada pelo detentor do pátrio poder, ou pelo pai ou pela mãe,
quando maior de 16 anos e menor de 18 anos. No Processo do Trabalho, irmão mais velho ou
tio não pode assistir ou representar menores, devendo a assistência ser pelo pai ou mãe
quando existentes ou na forma do art. 793 da CLT quando inexistentes.

Quando menores de 16 anos, cabe a representação dos menores.

No caso de relativamente incapazes, entre eles, menores, haverá a intervenção da


Procuradoria do Trabalho/MPT.

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