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Ficha catalográfica
pag.
introdução 12
pag.
padrão estilístico 18
pag.
malha editorial 24
direção
de arte
pag.
tipo - grafia 34
pag.
capas 38
pag.
imagens 40
pag.
cores 54 7
pag.
bibliografia 56
8
9
10
11
introdução
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construção de brasília
E m meio à atmosfera de Bossa
Nova, construção de Brasília
e Cinema Novo surge a revista
Senhor, inserindo-se em um cenário
de alta cultura que permeava a vida
do brasileiro ao final da década de 50.
Seu tempo de vida foi curto, durando
somente de 1959 a 1964, e mesmo
assim é ainda lembrada como um
marco na história do design brasileiro.
O que a torna especial é seu projeto
editorial, que dialogava uma comunica-
ção poética com a editorial com uma
tendência experimental, relacionando
texto e imagem com um caráter au-
toral nas construções das ilustrações.
Feita para o homem culto, já
acostumado à leitura de jornais e re-
vistas como atividade para se inteirar
no meio político e cultural, Senhor
também podia ser lida por mulhe-
res. Os jornalistas a escreviam desse
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modo, pois sabiam que eram elas
que comandavam as compra da
casa. Por isso no primeiro exemplar
Luiz Lobo escreve carta ao leitor
que se apresenta na próxima página:
O EDITOR”
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continha um tratamento
próprio ao tema, rela-
cionando o design dire-
tamente com o assunto
tratado, deixando, assim
a leitura mais interessante
e divertida. As páginas da
revista apresentavam um
dinamismo em seu layout
traduzido pela grande
quantidade de espaços
em branco, por uma
diagramação diferenciada
que, em alguns momentos,
rompiam ou desalinhavam
colunas de texto e pelo
uso de imagens sangradas
ou colocadas em lugares
imprevisíveis, rompendo
com a linearidade padrão
presente no design gráfico
editorial de outras revistas
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da época. De forma a sur-
preender o leitor a cada
página o projeto gráfico
da Senhor era flexível e
unia, sob a direção de
Sciliar, design e arte.
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todo, evitando qualquer interferência
indesejada na estética do projeto. “O
design da Senhor tem suas raízes nas
artes plásticas. Carlos Scliar e Glau-
co Rodrigues são os responsáveis
pela visualidade da revista [...]. A
ousadia e o requinte do design da 27
Senhor, portanto é fruto do traba-
lho de profissionais híbridos, que
chamaremos de artistas-designers.”
(MELO 2006, p. 107).
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N a produção das
capas utilizavam-
se imagens de
pinturas, ilustrações e co-
lagens, ignorando a ten-
dência da época de se usar
fotografia para, assim,
criar um identidade capa revista senhor nº 5 capa revista senhor nº 1
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Anúncios:
O espaço publicitário
era limitado e os anúncios
que não continham a mes-
ma linguagem da revista
eram vetados ou refor-
mulados pela equipe de 43
arte da própria revista.
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“Já em pleno 1964, Senhor faz promessas como é de hábito
se fazer quando um ano se diz novo. Promessas, afinal uma
apenas, a de se manter dentro da linha, sem excessos, com toda
sobriedade, que assim devem agir os senhores que já crianças
não são. Senhor que se preza, Senhor continuará vendo os
problemas humanos e sociais com olhos de realidade presente.
Prometemos não perder a nossa mania de ver o mundo do
jeito brasileiro. Vai, neste janeiro, Ferreira Gullar explican-
do para quem não sabe e para quem pensa que sabe o que é
Cultura Popular e nós ficamos vendo que pode ser uma saída
bastante honrada para as artes em desfalecimento, pois sendo
mais que isso, dá às artes o substrato necessário para que elas
signifiquem alguma coisa no Brasil presente. Numa entrevista
primorosa, Medeiros Lima faz Schmidt exibir sua alma de
corpo inteiro e o Senhor fica sabendo que nem todo mundo é
obrigado a olhar o mundo pelos olhos do Senhor. Há outros
jeitos, vamos divulgando todos, a nosso jeito. Há o jeito de 59
Sérgio Bernardes ver a arquitetura, exposto juntamente com
o seu mais recente trabalho. O de Fernando Horácio apreciar
os problemas do futebol brasileiro, preparando-se para a Copa
de Londres, e a do jovem escrito paulista, Jorge Mautner, entr
vistado no Balaio por Nelson Coelho, desejar o Kaos. E, é
claro, há humor, há mulher, há moda automóveis. Há uma
revista para o Senhor.” ( Senhor, n. 59, p. 5)
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