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MULHERES AGRESSIVAS E HOMENS DEFENSIVOS/PETER GAY

A demonstração aberta e crescente que a mulher fazia de seu poder parecia ser a contrapartida pública do
poder que os homens exerciam privadamente, com uma ansiedade cada vez maior na segunda metade do
século XIX: um e outro forneceram ao homem formidáveis argumentos contra a emancipação da mulher
Para a maioria dos homens que se regalavam com a dominação, uma mulher que abandonasse sua própria
esfera constituía não apenas uma anomalia, uma mulher-macho, mais do que isso, levantava incômodas
questões quanto ao papel masculino
A autopercepção do homem estava em jogo
Mulheres eram definidas como misteriosas e bravas pelos homens, tanto na literatura quanto em seus
estudos

1.MULHERES EM MARCHA

As leis e os hábitos sociais que governavam as relações entre os sexos no século XIX exemplificavam e
exacerbavam a incerteza e o desconforto reinantes na cultura burguesa
Antes, os estudiosos achavam que todo a pressão em cima da mulher era pela sua biologia/natureza, com o
tempo foram concluídos que na verdade, a pressão sob a mulher, era obra do homem e seus privilégios em
cima das mulheres
A luta pelo direito da mulher passou a ser vista como uma campanha pelo reconhecimento e pela reparação
dos danos que lhe haviam causados
Durante boa parte do século XIX, e em todo o mundo ocidental, as mulheres permaneceram virtualmente na
condição de propriedades de seus pais, e, depois, de seus maridos
A sujeição das mulheres – John Stuart Mill (obra-chave da história do feminismo/1869)
A conquista dos votos femininos foi mais rápida em alguns países, porém, em vários outros teve-se guerras e
debates em torno da participação da mulher
Mulheres usando nomes masculinos para assinar romances e revistas
“Não foi o feminismo que guiou as mocinhas como um rebanho aos escalões mais baixos dos serviços de
escritório e de vendas, onde tanto o pagamento como o prestígio eram baixos, foram a racionalidade e a
complexidade da moderna economia capitalista”
A profissão mais prestigiada pelas mulheres era a medicina, pois era uma profissão com boa remuneração e
um prestígio maior que as demais, a vocação médica parecia ser natural das mulheres, já que elas cuidavam
da saúde no lar
De modo geral, mais do que o direito ao voto feminino, foi o acesso as faculdades que acabou sendo a chave
para a causa feminina em fins do século XIX
Os educadores americanos foram os pioneiros em concordar que as mulheres possuíam a inteligência e a
resistência física necessárias para tirar proveito de uma educação superior
Da mesma forma como as instituições educacionais imprimiram sua marca na sociedade, também foram
transformadas por ela
A discriminação contra as mulheres continuava existindo, mas a primeira porta foi aberta: a educação no
ensino superior Revolução Russa trouxe mais abertura para as mulheres participarem ativamente

2. A VIRILIDADE EM PERIGO

O movimento feminista foi impulsionado para diante por homens que o apoiavam com lealdade e firmeza
Nenhuma regra geral sobre o medo que o homem sente da mulher pode ser postulada sem cuidadosa
verificação. Nem todos os homens interpretaram o feminismo como um movimento dirigido contra eles
Os maridos e homens que participavam do movimento feministas sofriam diversos julgamentos dos
antifeministas, assim como as próprias mulheres
O sentimento de que a virilidade se achava em perigo ia se aprofundando á medida que as campanhas pelo
direito das mulheres adquiriam maior impulso
O sentimento generalizado de que a virilidade estava em perigo constitui o outro lado da moeda da
conhecida ficção de que a mulher é desprovida de qualquer apetite sexual
Os homens, diante do desejo sexual da mulher, viam no feminismo nada menos do que o fenômeno da
castração

3. A IRMANDADE CASTRADORA

A castração pairou no ar durante todo o século XIX sob a forma de metáforas


Mulheres colocada na literatura como pecadoras e mortíferas
Nenhum século retratou a mulher como vampira, castradora e assassiva de forma tão sistemática e tão
desnudada quanto o século XIX
“De modo algum se pode dizer que todos os antifeministas lançassem mão de calúnias manifestamente
geradas por suas ansiedades, muitos homens podiam censurar a nova mulher que emergia sem por isso terem
dela algum receio”
Não dá para se dizer que o antifeminismo era apenas por medo da mulher castradora, pois, havia muitas
mulheres que também eram contra o movimento
O fato de as mulheres ignorarem suas perspectivas mais amplas uniu-se á identificação com o agressor,
fortalecendo assim as barreiras que impediram sua emancipação legal bem como sua independência
econômica

4. O SEXO NA MENTE E NO CORPO

Essa parte fala sobre a educação sexual nas faculdades e a ideia de menstruação e seus efeitos para as
mulheres
“Nesses debates angustiados e inconclusivos acerca do verdadeiro lugar que cabia a mulher, o medo da
mulher e o medo diante das mudanças se encontram e fundem numa coisa só

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