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Trauma e Recuperação - A Era de Ouro Da Histeria
Trauma e Recuperação - A Era de Ouro Da Histeria
Judith Herman, M. D.
New York: Basic
Books, 1992 (About a
six-hour read.)
Trauma e recuperação
Introdução
- Charcot: Mais uma vez, note esses gritos. Podemos dizer que é
muito barulho por nada. (You could say it is a lot of noise over
nothing)
Foi, portanto, uma causa política maior que estimulou tal interesse
apaixonado pela histeria e deu impulso às investigações de Charcot e seus
seguidores no final do século XIX. A solução do mistério da histeria
tinha a intenção de demonstrar o triunfo da iluminação secular sobre a
superstição reacionária, bem como a superioridade moral de uma visão de
mundo secular. Homens da ciência contrastavam seu patrocínio
benevolente de histéricos com os piores excessos da Inquisição.
Charles Richet, um discípulo de Charcot, observado em 1880: "Entre as
pacientes trancadas no Salpetriere estão muitas que teriam sido
queimadas em tempos anteriores, cuja doença teria sido tomada por
um crime." William James ecoou esses sentimentos uma década depois:
"Entre todas as muitas vítimas da ignorância médica vestidas com
autoridade, a pobre histérica até então se saiu pior; e sua reabilitação
gradual e resgate contarão entre as conquistas filantrópicas da nossa
geração."
Foi só então, após a escrita deste livro, que ele conseguiu retornar ao
tema do trauma de guerra, desta vez tendo na antropologia um arcabouço
conceitual que reconheceu o impacto da realidade social e permitiu-lhe
compreender o trauma psicológico. Em 1941 Kardiner publicou um estudo
clínico e teórico abrangente, The Traumatic Neuroses of War, no qual ele
se queixou da amnésia episódica que havia repetidamente perturbado o
campo dos estudos do trauma:
Today
in my small natural
body I sit and learn
—
my woman’s
body like
yours
target on any
street taken
from me
at the age of
twelve . . . I watch
a woman dare
I dare to watch a woman we dare to raise our voices
CAPÍTULO 2: Terror
Trauma PSICOLÓGICO é um sofrimento de quem não tem poder. No
momento do trauma, a vítima fica indefesa pela força avassaladora.
Quando a força é a da natureza, falamos de desastres. Quando a força é a
de outros seres humanos, falamos de atrocidades. Eventos traumáticos
sobrecarregam os sistemas comuns de cuidado que dão às pessoas uma
sensação de controle, conexão e significado.
DADOS DO BRASIL
05/03/2020
-90 porcento das mortes por feminicídio, o autor foi o companheiro ou o ex-
companheiro.
-Violência sexual – 81 porcento sexo feminino. 29 porcento masculino
-Violência doméstica, 1 registro a cada 2 minutos.
09/03/2020
Violência em números
Maior número de mortes de policiais por suicídio, do que por
assassinatos no horário de trabalho. 75 porcento são mortos fora do
horário de trabalho.