ENSINO FUNDAMENTAL

ANOS FINAIS
Professor
CIÊNCIAS

7
ANO

Alınhado à BNCC

CADERNO 4
 ENSINO FUNDAMENTAL
ANOS FINAIS
PROFESSOR
CIÊNCIAS
Thalıta Alıce Bernal

7
ANO

CADERNO 4
 Presidência: Mario Ghio Júnior
Vice-presidência de educação digital: Camila Montero Vaz Cardoso
Direção executiva: Gustavo Alves da Silva
Direção editorial: Lidiane Vivaldini Olo
Direção pedagógica: Fabrício Vieira de Moraes
Autoria: Edilson Dias de Moura (Língua Portuguesa), Rafael Zattoni e
Thomas Dall’Acqua Carvalho (Matemática), Thalita Alice Bernal (Ciências),
Daniela Resende de Faria (Geografia), Paulo Ferraz (História)
Gerência de conteúdo e design educacional: Renata Galdino
Gerência pedagógica: Aparecida Costa de Almeida
Coordenação editorial: Denise de Barros Guimarães e Tatiane Godoy
Planejamento e controle de produção: Flávio Matuguma (ger.),
Juliana Batista (coord.) e Jayne Santos Ruas (analista)
Revisão: Letícia Pieroni (coord.), Aline Cristina Vieira,
Anna Clara Razvickas, Brenda T. M. Morais, Carla Bertinato,
Daniela Lima, Danielle Modesto, Diego Carbone, Kátia S. Lopes Godoi,
Lilian M. Kumai, Malvina Tomáz, Marília H. Lima, Paula Rubia Baltazar,
Paula Teixeira, Raquel A. Taveira, Ricardo Miyake, Shirley Figueiredo
Ayres, Tayra Alfonso e Thaise Rodrigues
Arte: Fernanda Costa da Silva (ger.), Catherine Saori Ishihara (coord.)
Iconografia e tratamento de imagem: Roberta Bento (ger.),
Claudia Bertolazzi (coord.) e Fernanda Crevin (tratamento de imagens)
Licenciamento de conteúdos de terceiros: Roberta Bento (ger.),
Jenis Oh (coord.), Liliane Rodrigues, Raísa Maris Reina e
Sueli Ferreira (analistas de licenciamento)
Cartografia: Eric Fuzii (coord.) e Robson Rosendo da Rocha
Design: Erik Taketa (coord.) e Gustavo Natalino Vanini (projeto de capa e miolo)
Foto de capa: Hilch/Shutterstock

Produção: Obá Editorial

Equipe editorial: Obá Editorial, Gabrielle Cunha Oliveira,
Lilian Ferreira de Souza, Luciana Marinho da Silva Fontes,
Suelen Ramos e Verônica Albano Viana Costa
Edição: Obá Editorial
Assistência editorial: Obá Editorial
Arte: Obá Editorial
Revisão: Obá Editorial
Ilustrações: Carlos Jorge, Dilma Santos, Ilustra Cartoon, Luca Navarro,
Marcelo Almeida, Paulo Manzi e Tania Ricci

Todos os direitos reservados por Somos Sistemas de Ensino S.A.

Avenida Paulista, 901, 6o andar – Bela Vista
São Paulo – SP – CEP 01310-200
http://www.somoseducacao.com.br

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Bernal, Thalita Alice
MAXI : 7º ano : ensino fundamental, anos finais :
caderno 4 : Ciências : manual do professor / Thalita Alice
Bernal. – 1. ed. – São Paulo : Somos Sistemas de Ensino,
2021.
(Ensino fundamental 2)

Bibliografia
ISBN 978-65-5978-414-1

1. Ciências (Ensino fundamental) I. Título

21-1822 CDD 372.357

Angélica Ilacqua – Bibliotecária – CRB-8/7057

2021
1a edição
1a impressão
De acordo com a BNCC.

Impressão e acabamento

Uma publicação
 CAD ERNO DO
PROFESSOR
CIAS DA NATUREZA
CIÊN

Ciências

UNIDADE 1 Energia térmica 04

UNIDADE 2 Propagação do calor 05
UNIDADE 3 Máquinas 07
 PARTE ESPECÍFICA
Orientações para o
professor
Caro professor, disponibilizamos a seguir orientações nas
quais constam sugestões de planejamento das aulas para
ajudá-lo na promoção das aprendizagens dos alunos, por
meio da teoria e das atividades de sistematização e de síntese
propostas no material didático. Cabe ressaltar que essas su-
gestões de planejamento são possibilidades de mediação das
aulas, que podem e devem ser adaptadas de acordo com as
especificidades de seus alunos e da sua escola.
Esperamos contribuir para o desenvolvimento de seu
trabalho ao longo de todo o ano letivo!
Unidade 1 – Energia térmica
Quantidade de aulas: 7
Aulas 1 e 2
(EF07CI02) Diferenciar temperatura, calor e sensação tér-
mica nas diferentes situações cotidianas de equilíbrio ter-
modinâmico.
(EF07CI04) Avaliar o papel do equilíbrio termodinâmico
para manutenção da vida na Terra, para o funcionamento
de máquinas térmicas e em outras situações cotidianas.
Planejamento
Professor, por meio das perguntas de abertura da uni-
dade, apresentadas na “Introdução”, assim como a pergun-
ta da seção Jogo rápido, promova uma troca de ideias com a
turma para retomar conhecimentos prévios e estimular
a curiosidade dos alunos. Nesse momento, não é esperado
que eles consigam utilizar corretamente os conceitos de
calor e temperatura. Anote as respostas apresentadas para
retomá-las posteriormente.
Prossiga apresentando o conceito de energia térmica e
temperatura. Ressalte que a temperatura de um corpo está
relacionada ao grau de agitação de suas partículas.
Ao abordar o tópico “Como medir a temperatura?”, per-
gunte aos alunos quais tipos de termômetro eles conhe-
cem. Se julgar interessante e dispuser dos recursos, leve
para a sala de aula alguns tipos de termômetro, como o
CIÊNCIAS
digital de uso clínico, o analógico (com coluna líquida de
álcool) e o termômetro digital infravermelho.
Algumas experiências podem ser realizadas com os
instrumentos, tais como a aferição da temperatura de
uma pessoa com os vários tipos de termômetros. Ao abor-
dar o funcionamento dos termômetros infravermelhos,
4
o podcast apresentado no ícone Click! pode ser usado para
desmentir algumas fake news disseminadas sobre o equi-
pamento durante a pandemia da Covid-19.
Na primeira parte da aula 2, comente com os alunos
sobre a proibição da fabricação, importação e comerciali-
zação dos termômetros de mercúrio e sobre a Convenção
de Minamata. Se julgar necessário, retome brevemente os
conceitos de bioacumulação e biomagnificação apresenta-
dos na Unidade 1 do Caderno 2. Para mais informações so-
bre a Convenção de Minamata, indique aos alunos a leitura
do texto da seção Saiba mais.
Ressalte também que a utilização dos termômetros clí-
nicos de mercúrio nas residências não está proibida, mas
que alguns cuidados devem ser tomados no caso da que-
bra do instrumento.
Depois, apresente as informações do tópico “Como os
termômetros são calibrados?”.
Ao final, sugerimos que as questões 1 a 3 da seção Ati-
vidades sejam realizadas em sala de aula. As atividades
1 a 4 da seção Tarefa podem ser direcionadas para casa.
Aulas 3 e 4
(EF07CI02) Descrito anteriormente.
(EF07CI04) Descrito anteriormente.
Planejamento
Professor, na primeira parte da aula, retome breve-
mente a função dos termômetros. Se julgar pertinente,
peça aos alunos que consultem a temperatura da cidade
no dia da aula utilizando aplicativos de celular. Solicite a
eles que observem a unidade de medida que acompanha
os valores de temperatura. Na sequência, faça uma consul-
ta da temperatura no seu celular utilizando outras escalas
termométricas. Anote os valores na lousa e proponha uma
troca de ideias perguntando “A temperatura registrada
nas diferentes escalas é a mesma?”, “Por que os valores são
diferentes?”. Na sequência, apresente o conteúdo dos tó-
picos “Escalas termométricas” e as principais informações
relacionadas às três escalas utilizadas no mundo (Celsius,
Kelvin e Fahrenheit).
Ao final, explique aos alunos o conteúdo apresentado
no tópico “Relação entre as escalas termométricas Celsius,
Fahrenheit e Kelvin”.
A aula 4 pode ser reservada para realização da ativida-
de experimental de construção do termômetro analógico
apresentada na seção Ofcina científca. Sugerimos que um
teste preliminar da montagem do termômetro caseiro seja
feito antes do desenvolvimento da atividade com os alunos.
 Ao final, solicite aos alunos que façam os exercícios 4 a
7 da seção Atividades e direcione para casa as atividades 5
a 8 da seção Tarefa.
Aula 5
(EF07CI02) Descrito anteriormente.
(EF07CI04) Descrito anteriormente.
Planejamento
Professor, comece a aula retomando com os alunos o
procedimento realizado para aferir a temperatura corpo-
ral. Na sequência, pergunte: “Utilizando um termômetro
analógico, por que é necessário esperar um tempo para
aferir corretamente nossa temperatura corporal?”. Na se-
quência, explique o conteúdo do tópico “Calor e equilíbrio
térmico”. Enfatize que a transmissão de calor só acontece
quando há diferença de temperatura entre os corpos e que
a transferência de energia sempre acontece espontanea-
mente do corpo de maior temperatura para o de menor
temperatura. Se julgar oportuno, para reforçar os concei-
tos, peça aos alunos que assistam ao vídeo sobre calor e
equilíbrio térmico do ícone Click!.
Prossiga abordando os conceitos de calor sensível espe-
cífico e calor latente. Ressalte que o calor sensível envolve
a absorção e a liberação de energia em um material, mas
que durante o processo não ocorre mudança de estado fí-
sico. Comente que o calor sensível específico da água é um
dos fatores relacionados com a importância dos oceanos
para a regulação do clima. Para isso, utilize o vídeo sugeri-
do no ícone Click!.
Para finalizar, peça aos alunos que façam os exercícios
8 a 11 da seção Atividades e direcione para casa as questões
9 a 12 da seção Tarefa.
Aulas 6 e 7
(EF07CI02) Descrito anteriormente.
(EF07CI04) Descrito anteriormente.
Planejamento
Professor, comece a aula retomando brevemente os
conceitos de temperatura e calor. Na sequência, apresente
alguns exemplos de situações do dia a dia que envolvam
diferentes sensações térmicas. Você pode perguntar, por
exemplo, por que algumas pessoas costumam sentir mais
frio do que outras ou o motivo das previsões do tempo, ge-
ralmente, apresentarem valores diferentes para tempera-
tura e para sensação térmica.
Na sequência, aborde os conceitos apresentados no tó-
pico “Sensação térmica”. Nesse momento, sugerimos a reali-
zação da atividade experimental da seção Ofcina científ-
ca. Enfatize que a sensação térmica varia de pessoa para pes-
soa e que ela não costuma ser igual à temperatura ambiente.
Comente também que a percepção do ambiente e as sen-
sações que ele nos provoca estão relacionadas com nossos
órgãos do sentido.
Na aula 7, sugerimos a realização das atividades pro-
postas na seção Foco na..., que aborda a importância da
arborização para diminuir a sensação térmica durante os
dias de temperaturas elevadas.
Ao final, solicite aos alunos que façam os exercícios 12 a
14 da seção Atividades e prossiga com a correção. Direcione
para casa a resolução dos exercícios 13 e 14 da seção Tarefa.
Unidade 2 – Propagação do
calor
Quantidade de aulas: 6
Aula 1
(EF07CI03) Utilizar o conhecimento das formas de propa-
gação do calor para justificar a utilização de determinados
materiais (condutores e isolantes) na vida cotidiana, expli-
car o princípio de funcionamento de alguns equipamentos
(garrafa térmica, coletor solar etc.) e/ou construir soluções
tecnológicas a partir desse conhecimento.
(EF07CI04) Avaliar o papel do equilíbrio termodinâmico
para manutenção da vida na Terra, para o funcionamento
de máquinas térmicas e em outras situações cotidianas.
Planejamento
Professor, comece a aula retomando brevemente o
conceito de calor. Depois, solicite que os alunos observem
as imagens dos beduínos e dos iglus (localizados em um
acampamento de esquimós) apresentadas na “Introdução”
e, utilizando as perguntas propostas neste tópico e na se-
ção Jogo Rápido, proponha uma troca de ideias.
Na sequência, prossiga explicando a propagação do
calor por condução. Ressalte que esse tipo de propagação
ocorre somente em meios materiais e que, devido à confi-
guração das partículas, é mais frequente nos sólidos.
Prossiga explicando que os materiais, de acordo com
sua capacidade de condução térmica, podem ser classifi-
cados em bons e maus condutores, também chamados de
isolantes térmicos. Retome as perguntas da “Introdução”
e explique as estratégias utilizadas pelos beduínos e es-
quimós, relacionando-as com a capacidade de condução
térmica dos materiais utilizados.
Para facilitar o entendimento dos alunos sobre os ma-
teriais condutores e isolantes térmicos, sugerimos tam-
bém a realização do experimento da seção Ofcina cientí-
fca. Após a atividade, proponha aos alunos que escrevam
um texto apresentando alguns exemplos de como os ma-
teriais condutores e isolantes térmicos são utilizados em
tecnologias do cotidiano. A atividade pode demandar uma
5
 pesquisa complementar sobre o assunto. Se julgar interes-
sante, oriente-os para que desenvolvam o texto e a pesqui-
sa como tarefa para casa.
Para finalizar, solicite aos alunos que façam os exer-
cícios 1 a 3 da seção Atividades e, como tarefa para casa,
indique a resolução das atividades 1 a 4 da seção Tarefa.
Aulas 2 e 3
(EF07CI03) Descrito anteriormente.
(EF07CI04) Descrito anteriormente.
Planejamento
Professor, comece a aula explicando o conteúdo do tó-
pico “Convecção”. Ressalte que, assim como a condução, a
convecção só ocorre em meios materiais, mas que esse tipo
de propagação do calor, de forma geral, ocorre nos fluidos
(líquidos e gases). Para exemplificar a convecção, além das
aplicações apresentadas na unidade, como a climatização
de ambientes através de aquecedores e aparelhos de ar-
-condicionado, retome a movimentação das placas litos-
féricas e o fenômeno de inversão térmica abordados no
Caderno 1. Indique também o vídeo sobre o voo dos balões
apresentado no ícone Click!.
Para finalizar, organize a realização da atividade expe-
rimental sobre a propagação do calor por convecção pro-
posta na seção Ofcina científca.
Na aula 3, explique o conceito de propagação do calor
por radiação térmica. Ressalte que essa é uma forma de
propagação que não precisa necessariamente de meios
materiais, ou seja, ela pode ocorrer no vácuo. Destaque a
importância do Sol para o aquecimento do planeta Terra e
que essa energia chega até nós através da radiação térmi-
ca. Comente que todos os corpos aquecidos emitem radia-
ção térmica.
Depois, sugerimos a realização da atividade expe-
rimental sobre a absorção de calor em objetos de cores
claras e escuras proposta na seção Ofcina científca. Se
necessário, a exposição ao Sol pode ser substituída pela
utilização de uma lâmpada incandescente.
Comente com os alunos que a transmissão de energia
térmica pode envolver, de forma simultânea, mais de uma
forma de propagação do calor. Para exemplificar, utilize o
aquecimento de água em uma panela sobre a chama acesa
do fogão e o funcionamento de um coletor solar. Aborde
também o princípio de funcionamento de uma garrafa tér-
CIæNCIAS
mica, enfatizando as estratégias adotadas em sua constru-
ção para evitar as trocas de calor entre o líquido contido no
seu interior e o meio externo.
Ao final, solicite aos alunos que façam os exercícios 4 a
9 da seção Atividades e direcione as questões 5 a 9 da se-
ção Tarefa para casa.
6
Aula 4
(EF07CI03) Descrito anteriormente.
(EF07CI04) Descrito anteriormente.
Planejamento
Professor, na primeira parte da aula explique aos alu-
nos o conceito de dilatação e contração térmica utilizando
os esquemas apresentados no tópico “Dilatação e contra-
ção térmica”. Aborde algumas estratégias utilizadas no co-
tidiano e na construção civil para lidar com as variações de
tamanho provocadas pela dilatação e pela contração dos
materiais. Depois, proponha a realização da atividade ex-
perimental da seção Ofcina científca. Sugerimos que os
potes utilizados sejam iguais, para evitar divergências nos
resultados obtidos no experimento. Além disso, certifique-
-se de que tenham sido devidamente fechados da maneira
mais firme possível e, se o tempo proposto na atividade
não produzir os efeitos desejados, acrescente mais água
quente e gelo nos respectivos recipientes e deixe os potes
imersos na água por mais tempo.
Continue a aula explicando o tópico “Dilatação anôma-
la da água”. Ressalte que essa característica da água permi-
te a existência de vida em ambientes aquáticos em regiões
onde o inverno é extremamente rigoroso.
Para finalizar, solicite aos alunos que façam os exercí-
cios 10 e 11 da seção Atividades e direcione, como atividade
para casa, as questões 10 e 11 da seção Tarefa.
Aulas 5 e 6
(EF07CI03) Descrito anteriormente.
(EF07CI04) Descrito anteriormente.
Planejamento
Professor, na primeira parte da aula 5, retome breve-
mente as formas de propagação do calor apresentadas
anteriormente. Depois, retome com os alunos o conceito
de equilíbrio térmico. Neste momento, você pode sugerir
aos alunos que apresentem situações do dia a dia em que
eles identificam a propagação do calor e o equilíbrio térmi-
co depois de algum tempo. Aborde também o exemplo da
geladeira e sua importância para segurança alimentar. O
texto da seção Saiba mais pode ser utilizado para ampliar
o conhecimento sobre o assunto.
Prossiga abordando os conceitos apresentados no
tópico “Equilíbrio térmico e a termorregulação dos
animais”. Ressalte as estratégias comportamentais e fi-
siológicas adotadas pelos animais para regular suas tem-
peraturas corporais.
 Na aula 6, solicite aos alunos que leiam o conteúdo
relacionado à ocorrência de hipertermia e hipotermia nos
seres humanos. Ressalte que, apesar dos mecanismos de
termorregulação, a exposição a temperaturas extremas,
principalmente quando ocorre de forma prolongada, pode
provocar danos à saúde. Durante a realização das ativida-
des da seção Foco na..., enfatize a importância da empatia
e da solidariedade para a construção de uma sociedade
mais justa.
Para finalizar, solicite aos alunos que façam o exercício
12 da seção Atividades e indique, para solucionar em casa,
a questão 12 da seção Tarefa.
Unidade 3 – Máquinas
Quantidade de aulas: 5
Aula 1
(EF07CI01) Discutir a aplicação, ao longo da história, das
máquinas simples e propor soluções e invenções para a
realização de tarefas mecânicas cotidianas.
(EF07CI05) Discutir o uso de diferentes tipos de combustíveis
e máquinas térmicas ao longo do tempo, para avaliar avanços,
questões econômicas e problemas socioambientais causados
pela produção e uso desses materiais e máquinas.
(EF07CI06) Discutir e avaliar mudanças econômicas, cultu-
rais e sociais, tanto na vida cotidiana quanto no mundo do
trabalho, decorrentes do desenvolvimento de novos mate-
riais e tecnologias (como automação e informatização).
Planejamento
Professor, comece a aula perguntando aos alunos
quais máquinas eles utilizam no dia a dia e como elas fa-
cilitam a realização das tarefas cotidianas. É provável que
eles apresentem exemplos de máquinas complexas. Na
sequência, apresente o conceito de máquinas simples e
máquinas complexas. Ressalte que objetos simples, mas
que oferecem vantagem mecânica para a realização de
uma tarefa, também são classificados como máquinas.
Depois, para reforçar a importância das máquinas na
nossa rotina, proponha a realização da atividade da se-
ção Jogo rápido.
Prossiga apresentando as informações do tópico “Má-
quinas simples”. Antes de abordar o conceito de força,
pergunte aos alunos o que significa para eles a expressão
“fazer força”. Nesse momento, o conceito de força não será
abordado de forma aprofundada. Ressalte apenas que for-
ça é uma grandeza vetorial e, por isso, além de um valor e
uma unidade de medida, também apresenta a direção e o
sentido de uma ação.
Para finalizar, solicite aos alunos que façam o exercício
1 da seção Atividades e prossiga com a correção. Como ati-
vidade para casa, solicite a eles que respondam à questão
1 da seção Tarefa.
Aulas 2 e 3
(EF07CI01) Descrito anteriormente.
(EF07CI05) Descrito anteriormente.
(EF07CI06) Descrito anteriormente.
Planejamento
Professor, inicie a aula retomando brevemente o con-
ceito de máquinas simples. Na sequência, apresente o
conceito e o princípio de funcionamento do plano inclina-
do. Questione os alunos sobre a diferença no esforço apli-
cado para subir rampas menos inclinadas e muito íngre-
mes. Ressalte também a importância do plano inclinado
para acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências
físicas ou com mobilidade reduzida.
Prossiga explicando o funcionamento das alavancas. Ao
apresentar a classificação das alavancas, ressalte que o pon-
to de apoio pode estar localizado em diferentes posições. Se
julgar oportuno, explique que o princípio de funcionamento
das alavancas está presente no nosso próprio corpo.
Na aula 3, aborde a importância e o funcionamento de
rodas e roldanas. Ressalte a diferença entre as roldanas fixas
e móveis no que se refere à força necessária para elevar um
objeto. Nas roldanas móveis, enfatize a necessidade de maior
deslocamento para compensar a força menor aplicada.
Para finalizar, solicite aos alunos que façam as questões
2 a 6 da seção Atividades e direcione os exercícios 2 a 7 da
seção Tarefa para casa.
Aulas 4 e 5
(EF07CI01) Descrito anteriormente.
(EF07CI05) Descrito anteriormente.
(EF07CI06) Descrito anteriormente.
Planejamento
Professor, na primeira parte da aula apresente aos alunos
o conteúdo do tópico “Máquinas térmicas”. Comente que a
utilização das máquinas, de forma geral, foi um dos fatores
responsáveis pelo desenvolvimento da sociedade humana.
Enfatize que as máquinas a vapor, amplamente utilizadas du-
rante a 1a Revolução Industrial, possibilitaram um novo modo
de produção e consumo de mercadorias. O assunto foi previa-
mente abordado na Unidade 4 do Caderno 2.
Na sequência, explique o princípio de funcionamento
das máquinas térmicas e sua relação com a utilização de
combustíveis fósseis. Ressalte que os combustíveis são fonte
de calor e que a escolha dos materiais utilizados para esse
7
 fim leva em consideração o quanto de energia térmica pode
ser liberado para o funcionamento das máquinas térmicas.
Reforce a participação do carvão mineral como combustível
a partir da Revolução Industrial. Comente também que o
carvão mantém uma participação expressiva dentro da ma-
triz energética mundial, apesar de os derivados de petróleo
atualmente serem mais utilizados. Nesse momento, retome
com os alunos os problemas ambientais relacionados à in-
tensificação da utilização de combustíveis fósseis aborda-
dos na Unidade 4 do Caderno 1.
Prossiga apresentando a classificação dos combustí-
veis em não renováveis e renováveis, destacando que os
combustíveis fósseis são classificados como não renová-
veis. Se julgar interessante, indique a leitura do texto sobre
a utilização do óleo de cozinha como combustível apresen-
tada no ícone Click!.
Para finalizar a aula, proponha a realização da atividade
da seção Foco na... sobre a importância da mobilidade ur-
bana sustentável. Destaque o papel da pesquisa científica
e da tecnologia na construção de equipamentos menos
poluentes e, até mesmo, mais eficientes do ponto de vista
energético. Se julgar interessante, indique para os alunos o
vídeo que aborda como serão os carros do futuro apresen-
tado no ícone Click!.
Na aula 5, sugerimos que o texto e as perguntas apre-
sentados na seção Atualidades sejam utilizados para pro-
mover uma troca de ideias sobre os impactos da automa-
ção e da informatização do mercado de trabalho. Incentive
os alunos a identificar, além dos impactos negativos do
processo, os impactos positivos e as novas oportunidades
de trabalho. Reforce também a necessidade e a importân-
cia da adoção de estratégias que evitem o aumento das ta-
xas de desemprego e das desigualdades sociais.
Para finalizar, solicite aos alunos que façam os exercí-
cios 7 a 10 da seção Atividades. Direcione as questões 8 a
10 da seção Tarefa para resolução em casa.
A seção Você aprendeu, apresentada no final de cada
unidade, é uma boa estratégia para ajudar na fixação dos
principais temas abordados nas aulas. Se julgar interes-
sante, peça aos alunos que construam seus próprios mapas
conceituais.
No final do Caderno 4, na seção Para finalizar, são
apresentadas algumas atividades que também podem
ajudar no acompanhamento da aprendizagem dos alunos.
A seguir, nas referências deste material, sugerimos al-
gumas publicações que podem ser úteis para o planeja-
mento das aulas.

Referências
CAMPOS, E. J. D. O papel dos oceanos nas mudanças climáticas globais. Revista USP, São Paulo, n. 103, pp. 55-66, 2014. Dispo-
nível em: https://www.io.usp.br/images/noticias/papel_oceanos_clima.pdf. Acesso em: 30 jul. 2021.

EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Matriz energética e elétrica. ABCDEnergia. Disponível em: https://www.epe.gov.br/
pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica. Acesso em: 30 jul. 2021.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. O mercúrio é uma ameaça cotidiana para a saúde. UNEP, 12 nov. 2019. Disponível
em: https://www.unep.org/pt-br/noticias-e-reportagens/story/o-mercurio-e-uma-ameaca-cotidiana-para-saude. Acesso
em: 30 jul. 2021.

PESQUISA FAPESP. Mercúrio: ribeirinhos em risco. Pesquisa Fapesp, 19 mar. 2018. Disponível em: https://revistapesquisa.
fapesp.br/mercurio-ribeirinhos-em-risco/. Acesso em: 30 jul. 2021.

RESNICK, R.; HALLIDAY D.; KRANE, K. Fundamentos de Física: gravitação, ondas e termodinâmica. Tradução de Ronaldo Sér-
gio de Biasi. 10 ed. Rio de Janeiro: LTC, v. 2, 2016.

RODRIGUES, C. G.; BISPO, E. S. Sugestões de experimentos de fácil acesso para o ensino de termodinâmica. Physicae Or-
ganum, vol. 6, no 2, pp. 102-104. Brasília: Instituto de Física – Universidade de Brasília, 2019. Disponível em: https://periodicos.
unb.br/index.php/physicae/article/view/24394/27585. Acesso em: 30 jul. 2021.
CIÊNCIAS

8
 CIÊNCIAS
UNIDADE 1 Energia térmica 02
UNIDADE 2 Propagação do calor 24
UNIDADE 3 Máquinas 46

O fogo, uma
das principais
fontes de energia
El
térmica, permitiu a va
n/
Sh
ut
te
transformação do estilo de rs
to
ck

vida do homem pré-histórico.

Mas, o que é energia térmica? Como
ela está relacionada aos conceitos de
calor e temperatura e, até mesmo, ao
funcionamento de máquinas térmicas?
Chamas do fogo proveniente da
Unidade temática específca do combustão da madeira.
componente (BNCC): Matéria e energia.
 UN

ENERGIA
ID
AD
E

1 TÉRMICA

Jo Galvao/Shutterstock
Habilidades da BNCC
(EF07CI02)
(EF07CI04)

Termômetro registrando 38 °C na cidade de São Paulo em 2020.

Introdução
Você já reparou como as sensações de frio e quente fazem parte do nosso dia
a dia? São diversas as situações em que nos deparamos com essas sensações. Por
exemplo, durante as refeições, quando os alimentos são servidos muito quentes,
é comum esperarmos um tempo para ingeri-los. Para planejar o final de semana,
muitas pessoas consultam a previsão do tempo esperada para aqueles dias. Em dias
de inverno, sentimos menos frio em nossas casas do que durante uma caminhada ao
ar livre e podemos nos espantar com o fato de que a percepção de frio e quente pode
variar entre as pessoas.
Como essas sensações estão relacionadas à temperatura e ao calor? E qual a liga-
ção existente entre temperatura, calor e energia térmica?
CIÊNCIAS

Para entender e responder a essas e outras perguntas, nesta unidade serão

abordados os conceitos de energia térmica, temperatura, calor e sensação térmica,
pertencentes a um ramo da Física denominado Termologia. Além disso, vamos
identificar as escalas termométricas mais utilizadas e verificar como se estabelecem
as relações entre elas.
2
 UNIDADE 1

JOGO RÁPIDO
1 Escreva alguns exemplos de situações que envolvam os termos temperatura e
calor. Na sua opinião, ambos têm o mesmo significado? Justifique a sua opinião.
Resposta pessoal. É provável que os alunos apresentem situações utilizando o termo calor como

sinônimo de temperaturas mais elevadas.

Energia térmica e temperatura Submicroscópica

Partícula com
Toda matéria que se encontra na natureza é formada por partículas bem peque- dimensões muito
reduzidas, que só pode
nas chamadas de átomos, que se unem formando as moléculas, as quais se encon- ser visualizada com
tram em movimento. ultramicroscópios.

Ao analisar diferentes tipos de materiais sob visão submicroscópica, observa-se

que aqueles que apresentam partículas muito agitadas, em geral, também apresen-
tam temperaturas mais elevadas. Por exemplo: um corpo A que se encontra com a
temperatura superior quando comparado ao corpo B significa que A possui maior
agitação das partículas do que o corpo B.
Portanto, pode-se definir temperatura como uma grandeza física que mede o ní-
vel de agitação das partículas que constituem a matéria.
De forma geral, quando se compara uma mesma substância em seus três estados
físicos, verifica-se que no estado gasoso as partículas apresentam maior agitação
térmica e, portanto, temperatura mais elevada.

Como medir a temperatura? Professor, para

esclarecer todas
Termômetro é um instrumento que mede quantitativamente a temperatura de as dúvidas e ajudar
um sistema. Os termômetros podem ser analógicos, cujas variações na temperatu- a acabar com as
fake news sobre os
ra provocam dilatações ou contrações de um líquido, como o álcool ou o mercúrio, termômetros digitais
infravermelhos, indique
fazendo a coluna líquida subir ou descer em um tubo de vidro, ou digitais, que fun- aos alunos o podcast
cionam através de sensores elétricos, que são acionados pela temperatura, ou ainda “Fake News não Pod”.
através de sensores de radiação infravermelha.
Com a pandemia da Covid-19, esses termômetros digitais infravermelhos se tor-
naram comuns para aferir a temperatura corporal em estabelecimentos comerciais.
Esses aparelhos, geralmente, conseguem medir a temperatura do nosso corpo, sem
entrar em contato com nossa pele, ao captar a energia emitida pelo corpo denomi-
nada radiação térmica, que será abordada na próxima unidade.
3
 Lukas Puchrik/Shutterstock

Nelson Antoine/Shutterstock
Termômetro digital clínico (acima, na imagem) e termômetro Aferição da temperatura com termômetro digital infravermelho
analógico (abaixo, na imagem) marcando aproximadamente a em estabelecimento comercial durante a pandemia da Covid-19.
mesma temperatura.

Saiba + Os termômetros analógicos de mercúrio foram amplamente utilizados para

medição da temperatura no passado, mas sua fabricação, importação e comercia-
Para saber mais lização estão proibidas no Brasil desde 2019 pela Agência Nacional de Vigilância
sobre o desastre
de Minamata e os Sanitária (Anvisa). Apesar do aparelho íntegro não representar riscos, sua quebra
efeitos da pode liberar o mercúrio no ambiente.
intoxicação por
mercúrio na saúde O mercúrio é considerado uma substância tóxica que pode provocar danos am-
humana, acesse o bientais e à saúde dos seres vivos. Além disso, é uma substância com grande capaci-
blog Hipercubic
da Universidade
dade de bioacumulação e biomagnificação na cadeia alimentar, conceitos que serão
Estadual de Campinas estudados na Unidade 2.
(Unicamp). Disponível
em: https://www.
Nos seres humanos, por exemplo, exposições repetidas ao mercúrio e a substân-
blogs.unicamp.br/ cias derivadas do metal podem causar danos ao sistema nervoso. Entre os sintomas
hypercubic/2018/06/ da intoxicação estão tremores, dor de cabeça, perda de memória, rigidez muscular,
em-memria-de-
minamata-parte-1/. paralisia e outras alterações motoras. Os sintomas persistem mesmo quando cessa-
Acesso em: 30 jul. 2021. da a exposição.
Amálgamas Além dos termômetros, medidores de pressão arterial contendo mercúrio tam-
Ligas formadas por bém foram proibidos, assim como as amálgamas de mercúrio não encapsulado,
mercúrio e outro metal.
muito utilizadas durante décadas na restauração de dentes.
Essa proibição foi estabelecida em cum-
primento ao acordo internacional firmado
TANAPAT LEK.JIW/Shutterstock

por vários países, denominado de Conven-

ção de Minamata. O nome da convenção foi
escolhido como forma de homenagear as
vítimas de envenenamento por mercúrio
provocado pelo consumo de peixes conta-
minados pelo despejo de toneladas de re-
síduos do metal na Baía de Minamata, lo-
calizada no Japão. Os despejos começaram
CIÊNCIAS

a partir de 1930, mas os primeiros efeitos da

intoxicação foram identificados na década
de 1950. Centenas de pessoas morreram
envenenadas e outras milhares adquiriram
doenças e deficiências físicas permanentes.
Amálgamas dentárias utilizadas para restauração de dentes.
4
 UNIDADE 1

O uso doméstico dos termômetros analógicos de mercúrio não foi proi-

bido, mas, apesar da quantidade do metal presente nesses equipamentos
ser pequena, é importante que alguns cuidados sejam tomados no caso de
quebra, tais como:
• Isolar o local e não permitir que crianças brinquem com as bolinhas de
mercúrio.
• Abrir as janelas para arejar o ambiente.
• Recolher com cuidado os restos de vidro em toalha de papel ou luvas e
colocar em recipiente resistente a ruptura, para evitar ferimento.
• Localizar as “bolinhas” de mercúrio e juntá-las com cuidado, utilizando
um papel-cartão ou similar, evitando contato da pele com o mercúrio.
Recolher as gotas de mercúrio com uma seringa sem agulha. As gotas
menores podem ser recolhidas com uma fita adesiva.
• Transferir o mercúrio recolhido para um recipiente de plástico duro e re-
sistente ou vidro, colocar água até cobrir completamente o mercúrio a fim
de minimizar a formação de vapores de mercúrio e fechar o recipiente.
• Identificar/rotular o recipiente, escrevendo na parte externa “Resíduos
tóxicos contendo mercúrio”.
• Não usar aspirador, pois isso vai acelerar a evaporação do mercúrio, as-
sim como contaminar outros resíduos contidos no aspirador.
• Os materiais utilizados durante o procedimento, como luvas e seringas,
também deverão ser acondicionados em embalagens rotuladas e não
devem ser descartados em lixo comum.
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde e Anvisa proíbem dois produtos que utilizam mercúrio, 14
jan. 2019 (modificado). Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/saude-e-
anvisa-proibem-produtos-com-mercurio-a-partir-de-2019. Acesso em 20 jun. 2021.

Como os termômetros são calibrados?

O termômetro deve ser exposto a diferentes situações térmicas para determi-
nar sua precisão, que depende do modelo e da tecnologia empregada na confec-
ção do instrumento.
A leitura da escala é feita considerando-se que, entre a temperatura de fusão do gelo
e a de ebulição da água na escala Celsius, utilizada no Brasil e em vários outros países,
existem 100 unidades (0 °C a 100 °C), assim como na escala Kelvin (273 K a 373 K). Na es-
cala Fahrenheit, entre a fusão do gelo e a ebulição da água, o intervalo é de 180 unidades
(32 °F a 212 °F). As escalas termométricas serão estudadas no próximo tópico.
Conforme pode ser verifcado na imagem a seguir, a cada altura da coluna líquida
podemos atribuir um número correspondente à temperatura.

líquido
Termômetro de
Reprodução interna

vidro com líquido

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 termométrico em
seu interior.
bulbo escala Professor, no
meio científico,
a escala Kelvin é
Para medir a temperatura de um corpo, coloca-se o termômetro em contato com denominada escala
termodinâmica. Mas,
esse corpo ou na presença dele, espera-se até que a escala termométrica contida para fins didáticos,
nele não sofra mais variações (equilíbrio térmico), e, na sequência, retira-se o ter- adotamos neste livro
a denominação escala
mômetro e efetua-se a leitura na escala termométrica. Kelvin.
5
 A temperatura considerada normal para os seres humanos, de forma geral, está
entre 36,5 °C e 37 °C. A elevação da temperatura acima de 37,5 °C indica que a pessoa
está com febre, um mecanismo da defesa inata do corpo humano, como você estu-
dou no Caderno 3.

Escalas termométricas
Escala termométrica corresponde a um conjunto de valores numéricos, cada um
deles associado a uma temperatura. Para estabelecer uma escala termométrica, es-
colhem-se dois pontos que podem ser reproduzidos com facilidade: a temperatura
de fusão do gelo e a temperatura da água em ebulição, ambas sob pressão normal
(pressão de 1 atm). Para medir a pressão atmosférica padrão, ao nível do mar, consi-
deram-se critérios como a densidade do ar e a temperatura (sendo 0 °C a tempera-
tura de fusão e 100 °C a de ebulição).
Tais temperaturas são denominadas pontos fxos:
• 1o ponto fxo: corresponde à temperatura de fusão do gelo sob pressão normal
Reprodução interna

(1 atm), chamado ponto do gelo.

2o ponto fixo
ponto do
• 2o ponto fxo: corresponde à temperatura de ebulição da água sob pressão normal
(1 atm), chamado ponto do vapor.
vapor
Durante as referidas mudanças dos estados físicos da água, caso a pressão não
se altere, a temperatura se mantém constante e permite que, ao inserirmos a haste
no gelo em fusão e na água em ebulição, possamos visualizar o nível da substância
1o ponto fixo
termométrica. Assim, a construção da escala ocorre da seguinte forma:
ponto do gelo

Reprodução interna
0 °C 1. Coloca-se o
100 °C
2. Coloca-se o
Pontos fxos da escala termômetro em termômetro em
termométrica. gelo e água
contato com gelo contato com água
água fervendo
em fusão e, após em ebulição e, após
ocorrer o equilíbrio ocorrer o equilíbrio
térmico, marca-se a térmico, marca-se a
altura da substân- altura da substância
cia termométrica termométrica (pon-
(ponto de degelo). to de vapor).
Construção da escala termométrica.

Se forem atribuídos valores numéricos experimentais para os dois níveis distin-

tos da substância termométrica e se o espaço entre as duas marcas realizadas for
dividido em partes iguais, estará pronta a escala termométrica.
A diferença na relação entre as escalas consiste no fato de que, na escala Celsius,
temos o grau Celsius (°C), e nela o 0 °C é a temperatura de fusão do gelo e 100 °C, a
temperatura de ebulição da água. Na escala Kelvin, a temperatura de fusão do gelo
é 273 K e a de ebulição da água, 373 K. Na escala Fahrenheit, 32 °F é a temperatura de
CIÊNCIAS

fusão do gelo, e 212 °F, a temperatura de ebulição da água.

A seguir, serão apresentadas mais informações sobre as principais escalas termo-
métricas encontradas em nosso cotidiano.
Atividades 1 a 3 | Tarefa 1 a 4

6
 UNIDADE 1

Escala Celsius

Reprodução interna
Pressão atmosférica normal
Apresentada em 1742 pelo astrônomo sueco Anders 100 °C
Celsius (1701-1744), a escala Celsius tem divisão centesimal, ou
gelo em 100
seja, é dividida em 100 partes, o que facilita a leitura. Curio- fusão partes
samente, o primeiro termômetro feito nessa escala fxava em
0 °C 0 °C
100 °C (cem graus Celsius) a temperatura de fusão do gelo e
em 0 °C (zero grau Celsius) a temperatura de ebulição da água.
vapor de água
Posteriormente, esses pontos foram invertidos, ou seja, a em ebulição
escala Celsius adota 0 °C para o 1o ponto fxo (temperatura de
fusão do gelo) e 100 °C para o 2o ponto fxo (temperatura de
ebulição da água). O intervalo entre eles foi dividido em cem
partes iguais, cada um valendo 1 °C (um grau Celsius). Essa es-
cala é usada em quase todos os países, inclusive no Brasil.
Construção da escala Celsius.
Escala Fahrenheit
Foi proposta pelo físico alemão Daniel

Reprodução interna
Fahrenheit (1686-1736), que também era fabri- Pressão atmosférica normal
cante de instrumentos meteorológicos. Inicial- 212 °F
mente, ele colocou seu termômetro, ainda sem gelo em
180 partes
nenhuma escala, em uma mistura de água, fusão
gelo e sal de amônia. 32° F 32 °F
O mercúrio fcou estacionado em determina-
da posição, a qual ele marcou e chamou de zero. vapor de água
em ebulição
Em seguida, ele utilizou esse mesmo termôme-
tro para determinar um segundo ponto: a tem-
peratura do corpo humano. Quando o mercúrio
novamente estacionou em determinada posi-
ção, ele a marcou e denominou 100. Depois, foi
só dividir o espaço entre o zero e o 100 em cem Construção da escala Fahrenheit.
partes iguais: estava criada a escala Fahrenheit.
Quando Fahrenheit colocou seu termômetro graduado em uma mistura de água
e gelo, obteve o valor de 32 °F e, em água fervente, obteve o valor de 212 °F. Portanto,
a escala tem uma divisão de 180 (32-212) partes iguais entre esses pontos fxos (fusão
do gelo e a ebulição da água), sendo cada parte 1 °F. Essa é a escala usada nos Estados
Unidos, em Myanmar e na Libéria.
Escala Kelvin
Willian Thompson, físico irlandês conhecido pelo seu título de nobreza como
Lorde Kelvin (1824-1907), criou a escala absoluta, ou escala Kelvin.
Na escala Kelvin, a temperatura mínima teoricamente possível para um corpo
seria equivalente a -273,15° na escala Celsius, ou aproximadamente -273 °C. Essa
temperatura é denominada zero absoluto e, embora jamais tenha sido constatada
no Universo ou mesmo obtida em laboratórios, chegou-se a valores muito próximos
dela.
Para a construção de sua escala, também denominada escala absoluta em razão
do zero absoluto, Kelvin propôs o valor 0 K (zero Kelvin, e não zero grau Kelvin) ao
7
 Reprodução interna

Pressão atmosférica normal limite inferior, graduando-a de tal forma que

373 K cada intervalo de temperatura unitário corres-
gelo em ponderia, em sua escala, exatamente a um in-
100 partes
fusão tervalo de temperatura, também unitário, da
273 K 273 K escala Celsius. Desse modo, os pontos de fusão
e ebulição da água, sob pressão de 1 atm (pres-
vapor de
são atmosférica ao nível do mar), assumem os
água em
valores 273 K e 373 K, respectivamente. Essa é a
ebulição
escala usada no Sistema Internacional de Uni-
dades (SI) e, por isso, muito utilizada em pes-
quisas científicas.
Fundamentos da
construção da
escala Kelvin. Relação entre as escalas termométricas Celsius,
Fahrenheit e Kelvin
Considere que as três escalas termométricas são exatamente iguais, diferindo ape-
nas na graduação. Isso significa que a distância entre os pontos fixos é a mesma entre
eles, os quais constituem pontos de referência para a construção da escala de medida.
As substâncias termométricas (em geral, o álcool), quando colocadas em um
mesmo ambiente e submetidas a variação de temperatura, sofrerão variações iguais
na altura da coluna líquida que se encontra no
interior do tubo de vidro, ou termômetro.
Reprodução interna

C F K

100º 212º 373

Sendo assim, é possível relacionar os compri-
mentos das hastes, entre os pontos fixos, com os
deslocamentos que possam ocorrer com as colu-
nas contendo as substâncias termométricas.
180 partes
100 partes

100 partes

Para obter a relação entre as leituras nas duas

escalas, deve-se estabelecer a proporção entre
os segmentos determinados na haste de cada
termômetro.
0º 32º 273 A medida linear dos segmentos entre os pon-
tos fixos das três escalas (0 °C e 100 °C; 32 °F e 212 °F
e 273 K e 373 K) e entre os pontos TC, TF e TK e a
temperatura de fusão do gelo das respectivas
Comparação entre os termômetros das três diferentes escalas
termométricas.
escalas são iguais. Observe a proporção a seguir:
°C °F K
temperatura de
100 ° 212 ° 373 ebulição da água

Comparação entre os
termômetros das três temperatura que se
diferentes escalas TC TF TK quer calcular
CIÊNCIAS

termométricas.

temperatura de
0 ° 32 ° 273
fusão do gelo
8
 UNIDADE 1

TC 2 0 T 2 32 T 2 273
5 F 5 K
100 2 0 212 2 32 373 2 273

Simplificadamente, temos:
TC TF 2 32 TK 2 273
5 5
5 9 5
Essa fórmula possibilita a conversão de temperaturas de uma escala termométri-
ca em outra, qualquer que seja. Vejamos o exemplo:
Quanto equivale a temperatura de 25 °C nas outras escalas termométricas?
25 TF 2 32 TK 2 273
5 5
5 9 5
Na escala Fahrenheit, temos:
25 TF 2 32
5
5 9
TF 2 32
55
9
45 5 TF 2 32

TF 5 77° F

Na escala Kelvin, temos:

25 TK 2 273
5
5 5
TK 2 273
55
5
25 5 TK 2 273

TK 5 298 K

A
OFICINA CIENTÍFIC

Experimento 1 – Construindo um termômetro analógico

No Manual do Professor são apresentadas orientações adicionais sobre a
Materiais necessários montagem do experimento.

• Tubo de ensaio de vidro com tampa de borracha ou um frasco pequeno de vidro com tampa (obser-
vação: melhores resultados são obtidos com frascos com tampas de borracha, que apresentam boa
capacidade de vedação. Uma possibilidade é a utilização de ampolas comumente empregadas em
produtos para hidratação de cabelo).
• 1 tubo transparente de plástico, acrílico ou vidro com diâmetro de aproximadamente 2 mm (suges-
tão: um tubo tinta de caneta esferográfica vazio ou de desodorante líquido podem ser utilizados).
9
 • Régua. • Recipiente.
• Material não tóxico para vedação. • Fonte de calor.
• Álcool. • Garrafa térmica com água fervente.
• Corante alimentício. • Xícara com alça.
• Água. • Termômetro à prova d’àgua (observação: ge-
• Cubos de gelo. ralmente, os termômetros culinários são à prova
d’água).

Procedimento
1. Previamente, solicite a um adulto que faça um furo na tampa do tubo de vidro. O diâmetro do furo deve ser
realizado de forma que o encaixe do tubo transparente de plástico seja o mais preciso possível.
2. Encaixe o tubo transparente na tampa, deixando apenas uma pequena parte do tubo ultrapassá-la. Utilize
o material escolhido para vedar bem a junção entre a tampa e o tubo, de forma a não deixar o ar entrar ou o
líquido extravasar (mistura de álcool com corante).
3. Misture o álcool com o corante alimentício e preencha o frasco de vidro com a mistura até a borda.
4. Feche bem o frasco de vidro com a montagem feita com a tampa e o tubo de plástico transparente. Se julgar
necessário, melhore a vedação envolvendo a tampa com material para vedar.
5. Corte um tira de cartolina e cole no tubo transparente.
6. Peça para um adulto despejar a água quente na xícara, que deverá estar apoiada em uma bancada. Mantenha
a atenção e tome cuidado para evitar acidentes.
7. Coloque o termômetro caseiro na água e espere 2 minutos.
8. Antes de retirar o termômetro caseiro da xícara com água quente, faça uma medição da temperatura dessa
água com o termômetro à prova d’água. Anote o número obtido e, rapidamente, faça uma marcação na
cartolina correspondente à altura da coluna de líquido obtida no termômetro caseiro. Ao lado da marcação,
acrescente a temperatura aferida com o termômetro à prova d’água.
9. Coloque o termômetro caseiro no gelo em processo de fusão e aguarde 5 minutos. Faça uma marcação
na cartolina no ponto correspondente à altura da coluna de líquido obtida. Essa segunda marcação irá
corresponder a temperatura de 0 °C.
10. O próximo passo é medir a distância entre os dois pontos e criar uma escala termométrica para o seu
termômetro caseiro. Para isso, basta calcular por “regra de três” a distância que corresponde a 1 ºC e fazer as
marcações na cartolina.
11. Agora, você pode usar sua criatividade e dar um nome à escala termométrica do seu termômetro caseiro.
1 O que aconteceu quando o termômetro caseiro foi colocado na água fervente? E quando ele foi coloca-
do em contato com o gelo em processo de fusão?
Ao colocar o termômetro na água fervente, o líquido, composto por álcool e corante, subiu pelo tubo transparente. Já quando ele foi

colocado em contato com o gelo em fusão, o líquido desceu no tubo transparente.

CIÊNCIAS

10
 UNIDADE 1

2 Elabore uma hipótese para explicar os resultados obtidos no experimento.

Com o aquecimento, o líquido composto por álcool e corante se expandiu e, consequentemente, passou a ocupar o espaço do tubo

transparente. Depois, quando o líquido foi colocado em contato com o gelo, ele se contraiu e desceu no tubo transparente.

3 Em sua opinião, o termômetro caseiro é um objeto de medição preciso? Justifique.

Resposta pessoal. É esperado que os alunos apontem que o termômetro caseiro pode apresentar imprecisões em razão, por

exemplo, de problemas na vedação, o que permitiria a entrada de ar em temperatura ambiente, pelo fato das condições do ambiente

onde ele foi montado não serem controladas ou devido aos materiais utilizados no experimento não possuírem as dimensões

adequadas para demonstrar com precisão as variações na temperatura.

Atividades 4 a 7 | Tarefa 5 a 8

Calor e equilíbrio térmico

Dois objetos estão em contato térmico se houver troca de energia térmica entre
eles. Quando dois ou mais corpos têm temperaturas diferentes e estão em contato
térmico, eles trocam energia térmica até atingir, depois de certo tempo, a mesma
temperatura, intermediária às inicialmente apresentadas.
A essa transmissão de energia térmica entre os corpos, dada em função da di-
ferença da temperatura, denominamos calor. Ao atingirem a mesma temperatura,
dizemos que os corpos estão em equilíbrio térmico.
Em outras palavras, equilíbrio térmico é a propriedade em que dois ou mais cor-
pos em contato térmico “atingem” a mesma temperatura.
Nesse caso específico, com base no conceito de contato térmico apresentado an-
teriormente, calor pode ser compreendido como: energia térmica em trânsito que
flui espontaneamente do corpo de maior para o de menor temperatura. Professor, indique
aos alunos o vídeo
Reprodução interna

sobre calor e equilíbrio

térmico do canal do
calor YouTube Ciência Todo
50 °C 20 °C Dia.

Calor

35 °C 35 °C

TA > TB
Transferência de calor entre corpos Exemplo de equilíbrio térmico.
de diferentes temperaturas.
11
 No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade de medida de calor reco-
mendada é o joule (J), mas uma unidade muito usada para medir a quantidade de
calor é a caloria (cal). Usualmente, 1 caloria é definida como a quantidade de calor
necessária para elevar em 1 °C a temperatura de 1 grama de água no estado líquido.
Para fazer a conversão dos valores entre as duas unidades de medida, temos que
considerar que 1 caloria equivale, aproximadamente, a 4,18 joules.

1 cal = 4,18 J

Calor sensível
A quantidade de calor necessária para mudar a temperatura de um corpo pode
variar de acordo com sua massa e as características dos materiais que o compõem.
O calor necessário para provocar a variação da temperatura de um corpo, sem que
ocorra mudança no seu estado físico, é denominado calor sensível. Já o calor sensí-
vel específco é a propriedade dos materiais que indica essa quantidade e pode ser
definido da seguinte forma:

Calor sensível específco: quantidade de calor (energia) necessária para que a tempe-
ratura de 1 g de um material, em um determinado estado físico, varie em 1 °C.

Os materiais que apresentam calor específco maior precisam de uma quantidade

maior de calor para elevar sua temperatura, por isso são mais difíceis de aquecer. Já
Professor, indique aos
alunos o vídeo sobre aqueles com calor específico menor precisam receber menos calor para se aquecer.
como a capacidade
de absorção de calor
Podemos notar na prática a diferença entre o calor sensível específico de mate-
dos oceanos está riais quando vamos à praia em um dia de sol. A areia e a água do mar recebem a mes-
relacionada à regulação
do clima global.
ma quantidade de calor proveniente dos raios solares. No entanto, ao caminharmos
pela areia em direção ao mar, percebemos que a areia está muito mais quente que a
água. Isso acontece porque o calor sensível específico da areia é menor do que o da
água do mar e, portanto, se aquece mais rápido.
Da mesma forma que a areia esquenta mais rápido que a água do mar com a
incidência dos raios solares, com a diminuição da temperatura, durante a noite, por
exemplo, ela perde calor com mais rapidez também.
Observe na tabela abaixo o calor sensível específico de algumas substâncias:

Material Calor sensível específico (cal/g °C)

Água doce 1,00
Água do mar 0,93
Alumínio 0,22
Chumbo 0,03
Cobre 0,09
CIæNCIAS

Etanol 0,58
Gelo (a -10°C) 0,53
Vidro 0,20
Fonte de pesquisa: RESNICK, R.; HALLIDAY D.; KRANE, K. Fundamentos de Física: Gravitação, ondas e
termodinâmica. Tradução de Ronaldo Sérgio de Biasi. 10 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. v. 2.

12
 UNIDADE 1

Calor latente
A mudança de estado físico de um material envolve a absorção ou a liberação de
energia térmica, ou seja, de calor. Por exemplo, na fusão da água, que corresponde à
passagem de sólido para líquido, é necessário que a água receba calor, assim como
na vaporização, em que a água passa do estado líquido para o gasoso. Já na solidifi-
cação e na condensação da água, que corresponde à passagem de líquido para sóli-
do e de gasoso para líquido, respectivamente, ocorre liberação de energia térmica.
A quantidade de energia térmica necessária para modificar o estado físico de um
grama de determinado material é denominada calor latente.

Calor latente: quantidade de calor que cada grama de um determinado material preci-
sa receber ou perder para mudar de estado físico.

Durante a mudança de estado físico de uma substância pura, dois estados físi-
cos do material estão presentes e a temperatura permanece constante. Quando isso
acontece, dizemos que o material está trocando calor latente. A energia térmica re-
cebida ou cedida provoca a reorganização de suas partículas.
Atividades 8 a 11 | Tarefa 9 a 12

Sensação térmica
Você já reparou como a percepção da temperatura pode variar de pessoa para
pessoa? Nos dias de inverno, por exemplo, algumas pessoas sentem muito frio e pro-
curam se agasalhar bem. Já outras não sentem tanto essa necessidade. A percepção
da temperatura também pode ser diferente dependendo das condições climáticas
presentes. Geralmente sentimos mais frio, ou que está menos quente, quando os
ventos são mais fortes.
Essa percepção da temperatura, que pode variar de pessoa para pessoa e em di-
ferentes situações, é chamada de sensação térmica.
De forma geral, quando um corpo tem uma temperatura mais elevada que a nos-
sa, temos a sensação de que está quente. Quando a temperatura do corpo é menor,
temos a sensação de que está frio.
Mas como o corpo humano percebe a temperatura e suas variações, que podem
provocar diferentes sensações térmicas?
Nossa pele, assim como as mucosas, possui células especializadas em perceber as va-
riações da temperatura, denominadas termorreceptores ou receptores térmicos.
De forma geral, devido à ação dos termorreceptores, o corpo humano é capaz de
identificar graduações térmicas que variam de frio congelante a gelado, frio, indife-
rente, morno, quente e muito quente.
Em situações extremas, como a de frio congelante ou muito quente, os termorre-
ceptores atuam em conjunto com os receptores para a dor e protegem o organismo
de estímulos prejudiciais à integridade física. Por exemplo, quando tocamos uma
superfície muito quente, que é identificada através dos termorreceptores, os recep-
tores de dor são acionados. Com isso, é desencadeada uma reação motora inata rá-
pida, chamada de reflexo de retirada, e nos afastamos do estímulo nocivo.
13
 A
OFICINA CIENTÍFIC

Experimento 2 – Sensação térmica

Para você entender como é a sensação térmica, realizaremos o seguinte experimento.

Materiais necessários
• 1 bacia com água morna. • 1 bacia com água à temperatura ambiente.
• 1 bacia com água gelada.
Procedimento
1. Coloque uma das mãos no recipiente com água morna e a outra mão no recipiente com água gelada. Aguarde
cerca de 5 minutos. Em seguida, mergulhe as mãos no recipiente que contém água em temperatura ambiente.

Reprodução interna
sensação sensação
esta mão esta mão
de frio de calor
sente calor sente frio

água gelada água à água morna água gelada água à água morna
temperatura temperatura
ambiente ambiente

1 Ao colocar as mãos na bacia com água à temperatura ambiente, qual foi a percepção da temperatura
identificada em cada uma delas?
A mão que estava na água gelada teve a percepção de que a água em temperatura ambiente estava quente. A mão que estava na

água morna teve a percepção que a água em temperatura ambiente estava fria.

2 Considerando o resultado do experimento, nossas mãos podem ser consideradas um bom meio para
mensurar a temperatura?
Nossas mãos não podem ser consideradas um bom método de detecção da temperatura, pois cada mão teve uma percepção
CIÊNCIAS

diferente para a mesma água em temperatura ambiente. Além disso, a percepção da temperatura pode variar de pessoa para pessoa.

14
 UNIDADE 1

Você já reparou que algumas previsões do tempo apresentam, além da tempe-

Saberes
ratura, a sensação térmica? Essa sensação é igual para todas as pessoas que vivem integrados
naquele local da previsão? No oitavo ano, nas
Como você aprendeu anteriormente, a sensação térmica está relacionada com aulas de Ciências,
você vai aprender a
a forma pela qual o corpo humano percebe a temperatura de um ambiente, o que identificar as principais
pode variar entre as pessoas e com as condições do ambiente. Por isso, não é pos- variáveis envolvidas na
previsão do tempo.
sível determinar um valor exato para a sensação térmica, mas
estimar como será a percepção da temperatura por uma pessoa

Juliana Mutti/Shutterstock
no local de previsão.
Para calcular a sensação térmica de um determinado am-
biente, os meteorologistas levam em consideração alguns fato-
res: a temperatura do ar, a umidade relativa do ar e a velocidade
dos ventos.
A temperatura do ar consiste no valor registrado na sombra
por um termômetro, e a umidade relativa do ar está associada à
quantidade de vapor de água presente na atmosfera. Já a velo-
Em dias frios, a velocidade dos ventos é um dos
cidade dos ventos fornece informações sobre a velocidade com fatores que in�luenciam para que a sensação
que o ar se movimenta em relação à superfície do solo. térmica seja menor do que a temperatura
registrada.
De forma geral, em dias quentes com elevada umidade re-
lativa do ar, a sensação térmica costuma ser mais elevada que a
temperatura ambiente. Já em dias frios, a velocidade dos ventos costuma influen-
ciar para que a sensação térmica seja menor do que a temperatura ambiente.

FOCO NA...

Professor, esta seção

têm como objetivo
AUTONOMIA RESPONSABILIDADE CRIATIVIDADE EMPATIA COOPERAÇÃO SOLIDARIEDADE COMUNICAÇÃO estimular a percepção
dos alunos com relação
O calor das cidades aos impactos negativos
da redução das áreas
Pesquisas procuram definir padrões para proteger os moradores das gran- verdes para o conforto
des cidades dos efeitos das altas temperaturas climático, além de
ressaltar a importância
Com os sucessivos recordes de temperatura registrados nos últimos da informação
anos, o morador das grandes cidades é um dos primeiros a sentir os efei- e da comunicação
na construção e na
tos do clima mais quente [...]. A concentração de asfalto e concreto, pou- proposição de ações
cas áreas verdes e excesso de poluição atmosférica favorecem a elevação para resolução de
problemas vivenciados
da temperatura. Como consequência, os trabalhos de planejamento urba- ou para manutenção
no passaram a enfrentar o desafio de promover o conforto ambiental. No de características
ambientais que
espaço público, as maiores aliadas são as árvores. Debaixo de uma árvore proporcionam bem-
de grande porte e copa densa, a sensação térmica é muito mais baixa -estar e qualidade
de vida no local
que poucos metros adiante: mesmo que a temperatura medida no ar seja onde vivem. O
apenas 1 ou 2 graus Celsius (°C) mais baixa, dependendo das interações desenvolvimento da
atividade proposta
solo-superfície-atmosfera, uma pessoa experimenta o frescor de cerca de também é uma forma
10 a 13 °C a menos sob a árvore. Em dias de calor, a diferença pode chegar de incentivar os alunos
a serem mais atuantes
a 20 °C. dentro da comunidade
[...] em que vivem.

15
 “Árvores são fontes de amenidade que fazem uma diferença enorme em
Durante a leitura do termos de temperatura, umidade, vento e luz”, afirma a engenheira Denise
texto, enfatize que a Duarte [...]. No entanto, o efeito de um parque, uma praça ou mesmo uma
expressão “dias de
calor” é muito utilizada avenida bem arborizada é apenas local. Quem se encontra nas construções
no cotidiano para imediatamente vizinhas experimenta certo alívio térmico, mas em alguns
caracterizar dias com
temperaturas elevadas, pavimentos acima ou uma rua mais adiante as condições já não são iguais.
mas que em Física o Denise recomenda que o planejamento e o desenho urbano considerem
significado científico
do termo corresponde uma “rede de infraestrutura verde”, com vias arborizadas, que conecte a
à energia térmica em cobertura vegetal aos demais espaços públicos da cidade.
trânsito.
VIANA, D. O calor das cidades. Pesquisa FAPESP. São Paulo, edição 246, ago. 2016. (modificado).
Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/o-calor-das-cidades/. Acesso em: 29 jul. 2021.

1 De acordo com o texto, como as áreas verdes influenciam na sensação térmica?

De acordo com o texto, em áreas arborizadas, a sensação térmica costuma ser menor do que a

sensação térmica em locais sem árvores. Em dias com temperatura elevada, por exemplo, a diferença

pode chegar a 20 °C.

2 A cidade onde você mora é bastante arborizada? Como a sensação térmica rela-
cionada à ausência ou à presença de áreas arborizadas influencia na realização
de suas atividades nos dias de temperatura elevada? Converse com seus colegas
sobre o assunto e proponha uma campanha de conscientização sobre a impor-
tância da arborização para melhoria ou manutenção do conforto climático.
Resposta pessoal. No Manual do Professor, são apresentadas algumas sugestões para o

desenvolvimento desta atividade.

Atividades 12 a 14 | Tarefa 13 e 14

ATIVIDADES
1 Que tipo de relação existe entre a temperatura de um corpo e o grau de agitação
entre as partículas que o constituem?
Quanto maior a temperatura de um corpo, maior será o grau de agitação das partículas que o constituem.

Assim como quanto menor a temperatura, menor o grau de agitação das partículas.
CIÊNCIAS

16
 UNIDADE 1

2 Qual o comportamento das partículas quando a água se encontra no estado

físico sólido e gasoso?
No estado sólido, a água apresenta temperatura mais baixa e o grau de agitação das partículas também

é menor. Já na água em estado de vapor, a temperatura é elevada, e, consequentemente, o grau de

agitação das partículas é maior.

3 Quais são os pontos de referência mais utilizados para calibrar os termômetros?

Por que eles foram escolhidos?
Os pontos utilizados são o de fusão do gelo e ebulição da água. Esses pontos foram escolhidos porque

são facilmente reproduzidos, e, durante a mudança de estado físico, a temperatura permanece constante.

4 O que diferencia as escalas termométricas Celsius, Fahrenheit e Kelvin?

O que difere as escalas termométricas Celsius, Fahrenheit e Kelvin são os valores de temperatura

atribuídos aos pontos fixos (fusão e ebulição da água). Além disso, a escala Kelvin não apresenta

números negativos.

5 Ao instalar um aplicativo de previsão do tempo em seu smartphone, Ana não se

atentou que havia entre as opções de configuração como escolher a escala ter-
mométrica, e o aparelho passou a informar a seguinte temperatura em um dia
de verão na cidade de São Paulo-SP: 86 graus. Considerando seu conhecimento
sobre as escalas termométricas, responda:
a) Em qual escala termométrica o smartphone da Ana está informando a temperatura?
Escala Fahrenheit.

b) Na escala utilizada no Brasil, qual seria o valor informado?

A temperatura informada seria de 30 ºC.

6 Antes de uma viagem de férias para os Estados Unidos, um estudante brasileiro

verificou na previsão do tempo que a cidade de destino teria temperatura míni-
ma de 32° Fahrenheit. No dia da viagem, colocou bermuda e camiseta, mas ao
desembarcar, sentiu muito frio. Por que o estudante se enganou?
A temperatura verificada pelo estudante estava na escala Fahrenheit, muito utilizada nos Estados

Unidos. Como no Brasil utilizamos a escala Celsius, ele deveria ter feito a conversão de uma escala

termométrica para outra, para saber que a temperatura em Celsius seria de 0 °C. Assim, usaria trajes

compatíveis com baixas temperaturas em sua viagem.

7 Durante os dias de outono é comum que algumas cidades brasileiras registrem

grande amplitude térmica, em outras palavras, grande diferença entre a tem-
peratura máxima e a mínima. Considerando uma cidade que registrou 10 °C no
período da manhã e 30 °C no início da tarde, ou seja, uma amplitude térmica de
20 °C, qual o valor dessa amplitude térmica nas escalas termométricas Fahrenheit
e Kelvin?
36 ºF e 20 K. 17
 8 Um estudante, depois de uma aula sobre os conceitos de temperatura e calor,
tentou explicar a seu colega por que a água que estava sendo aquecida em uma
panela estava muito quente:
“A temperatura da chama do fogão passou para a panela e dessa para a água”.
Essa explicação está correta? Justifique.
Não. A explicação do aluno seria correta se no lugar de temperatura ele tivesse dito calor: “O calor da

chama do fogão passou para a panela e dessa para a água”.

9 Observe as imagens a seguir e responda:

Reprodução interna
Momento 1 Momento 2
45 °C

22 °C 22 °C
22 °C

a) O que aconteceu no momento 1?

No momento 1, o termômetro marcou 45 °C no café, pois houve transferência de calor da bebida

quente para o líquido do tubo do termômetro.

b) O que aconteceu no momento 2?

No momento 2, o termômetro marcou 22 °C, a mesma temperatura verificada no ambiente, pois,

com o passar do tempo, houve o equilíbrio térmico entre a bebida e o ambiente. A bebida passou a

apresentar uma temperatura intermediária à inicialmente apresentada.

10 Durante um experimento realizado na aula de Ciências, quatro substâncias com

massas iguais foram expostas ao Sol durante o mesmo tempo. Observe os valores
de calor sensível específico registrados para cada substância na tabela a seguir e
depois responda às perguntas.
Substância Calor sensível específico (cal/g °C)
1 1,00
2 0,20
3 0,60
4 0,16

a) Qual substância apresentou temperatura mais elevada depois do aquecimento?

CIæNCIAS

Justifique.
A substância 4, pois apresenta o menor valor de calor sensível específico e, portanto, precisa de

menor quantidade de energia para elevar sua temperatura.

18
 UNIDADE 1

b) Qual substância apresentou temperatura mais baixa após o aquecimento?

Justifique.
Substância 1, pois apresenta o maior valor de calor sensível específico e, consequentemente, precisa

de maior quantidade de calor para elevar sua temperatura.

11 Qual a diferença entre calor latente e calor sensível específico?

O calor latente está relacionado com a quantidade de energia térmica necessária para alterar o estado

físico de um grama de uma determinada substância e não envolve a mudança de sua temperatura. Já o

calor sensível específico está relacionado com a quantidade de calor necessária para alterar em 1 °C a

temperatura de um grama de uma substância em um determinado estado físico.

Leia a reportagem e responda às perguntas 12 e 13.

Semana deve ser a mais fria do ano na Zona da Mata e Verten-
tes; Barbacena pode registrar sensação térmica de 2 °C
[...]
Junho se despede da Zona da Mata e do Campo das Vertentes com tempo
seco e temperaturas baixíssimas.
De acordo com Claudemir de Azevedo, meteorologista do Instituto Nacional
de Meteorologia (Inmet), “possivelmente será a semana com recordes de [baixa]
temperatura” na região.
A previsão é que algumas cidades atinjam os 6 °C de mínima nos próxi-
mos dias, com sensação térmica de apenas 2 °C.
[...]
GRIJÓ, M. Semana deve ser a mais fria do ano na Zona da Mata e Vertentes; Barbacena pode
registrar sensação térmica de 2 °C. G1 Zona da Mata, 28 jun. 2021. Disponível em: https://g1.globo.
com/mg/zona-da-mata/noticia/2021/06/28/semana-deve-ser-a-mais-fria-do-ano-na-zona-da-mata-e-
vertentes-barbacena-pode-registrar-sensacao-termica-de-2oc.ghtml. Acesso em: 29 jul. 2021.

12 Por que os valores associados à temperatura e à sensação térmica são diferentes?

O valor atribuído à temperatura é o valor mais baixo que os meteorologistas previram que seria registrado

nos termômetros durante o período e o local mencionados na reportagem. Já a sensação térmica é uma

estimativa de como seria a percepção da temperatura pelas pessoas daquela localidade.

13 Podemos afirmar que a temperatura prevista de 6 °C foi percebida por todos os

moradores da mesma forma: com sensação térmica de 2 °C? Justifique sua res-
posta.
Não, pois a percepção da temperatura pode variar de pessoa para pessoa e conforme as condições do

ambiente em que elas se encontram.

19
 14 Na ausência de um termômetro, Carlos utilizou sua mão para medir a tempera-
tura do filho e detectar se ele estava com febre ou não. O método utilizado é pre-
ciso? Por quê?
Não. Carlos utilizou a sensação térmica ao tocar no seu filho para verificar a ocorrência de febre e, apesar

de ela oferecer indícios sobre a alteração da temperatura corporal de uma pessoa, não é um método

preciso, pois a percepção térmica pode variar de pessoa para pessoa e de acordo com as condições

ambientais do momento. O método mais preciso e recomendado para aferir a temperatura corporal é

a utilização de um termômetro.

TAREFA
1 O que é temperatura?
Temperatura é uma grandeza física que mede o nível de agitação das partículas que constituem a matéria.

2 Faça uma pesquisa e responda: Por que o mercúrio foi, por muitas décadas, a
substância mais utilizada para a fabricação de termômetros?
O mercúrio foi uma substância muito utilizada na fabricação de termômetros porque permanece no

estado líquido na faixa de medição do instrumento e, quando aquecido, apresenta grande capacidade de

dilatação, mesmo com pequenas variações na temperatura.

3 Classifique as afirmações em falsas (F) ou verdadeiras (V).

V A energia térmica corresponde à soma da agitação térmica das partículas de um
corpo.
F A temperatura de um corpo será maior quando o grau de agitação de suas partícu-
las for menor.
V Todos os termômetros devem ter uma escala termométrica para atribuir um valor
para a temperatura.
4 Corrija a(s) frase(s) classificada(s) como falsa(s) da atividade anterior.
“A temperatura de um corpo será maior quando o grau de agitação de suas partículas for maior” ou “A

temperatura de um corpo será menor quando o grau de agitação de suas partículas for menor”.
CIÊNCIAS

5 O que são escalas termométricas? Quais são as mais importantes?

Escala termométrica corresponde a um conjunto de valores numéricos, cada um deles associado a uma

temperatura. As escalas mais importantes são: Celsius, Kelvin e Fahrenheit.

20
 UNIDADE 1

6 Um termômetro que mostra a escala Fahrenheit é usado para medir a temperatu-

ra de uma pessoa, mostrando 98,6 °F. Qual o valor na escala Celsius? Essa pessoa
está com febre? Justifique.
A temperatura dessa pessoa na escala Celsius é de 37 °C, o que indica que ela está um grau acima da

temperatura considerada normal de uma pessoa saudável, ou seja, 36 °C. Temperaturas acima dos

37 °C caracterizam estado febril.

7 Durante uma viagem de avião partindo da cidade de Nova Iorque (EUA) com des-
tino ao Rio de Janeiro (BR), ao chegar em solo brasileiro, um cidadão americano
perguntou ao comissário de bordo qual era a temperatura na cidade de destino.
A temperatura registrada era de 36 °C, e, para auxiliar o passageiro, o comissário
informou a temperatura na escala termométrica Fahrenheit. Qual a temperatura
informada?
A temperatura informada foi de aproximadamente 97 °F (96,8 °F).

8 Leia o texto e responda à pergunta.

O nitrogênio líquido pode atingir temperaturas extremamente baixas, cerca de
-196 °C, e, por isso, tem sido utilizado na indústria alimentícia em câmeras de con-
gelamento de frutas e legumes. A substância provoca o congelamento de uma
quantidade maior de alimentos em poucos minutos, o que pelos métodos tradi-
cionais levaria horas.
Qual o valor correspondente à temperatura do nitrogênio líquido nas escalas
Fahrenheit e Kelvin?
Aproximadamente -321 °F (-320,8 °F) e 77 K.

9 Considerando o conceito de calor, explique:

a) Por que, ao colocarmos pedras de gelo em um copo de suco, ocorre a diminuição da
temperatura do líquido?
Ao colocarmos gelo no copo com suco, o líquido, por apresentar uma temperatura maior, cede calor

para o gelo, provocando a diminuição da temperatura do sistema.

b) Por que se não ingerirmos uma bebida gelada em curto período ela passa a
apresentar temperaturas mais elevadas?
A transferência de calor do ambiente para o sistema (suco e gelo) também ocorre e, se a bebida não

for consumida rapidamente, ela irá entrar em equilíbrio térmico e passará a ter a mesma temperatura

do ambiente.

21
 10 No cotidiano é comum os termos calor e temperatura elevada serem utilizados
como sinônimos. Por exemplo, em dias com temperaturas altas, a expressão “está
muito calor hoje” é bastante comum. Considerando o significado científico atribu-
ído aos termos, a expressão está correta?
Não. A expressão correta seria “A temperatura está muito elevada hoje”, porque calor é a transferência

de energia térmica de um corpo para outro. Essa transferência ocorre do corpo com temperatura mais

elevada para o corpo com menor temperatura.

11 Ao caminhar na praia durante um dia típico de verão, Carlos notou que a areia
estava muito mais quente do que a água do mar. Ao repetir a caminhada durante
a noite, ele sentiu a areia mais fria do que a água do mar. Considerando seu co-
nhecimento sobre o assunto, explique por que Carlos teve essa percepção.
Carlos teve essa percepção porque a areia e a água do mar apresentam valores de calor sensível

diferentes. O calor sensível específico da areia é menor do que o da água do mar e, portanto, a areia se

aquece mais rápido com os raios solares. Da mesma forma que a areia esquenta mais rápido que a água

do mar com a incidência dos raios solares, durante a noite ela perde calor com mais rapidez também.

Já a água demora para perder calor e permanece aquecida por mais tempo durante a noite.

12 Por que durante a troca de calor latente a temperatura de um sistema não sofre
variações?
O calor latente está associado à energia necessária para que ocorra a mudança de estado físico de uma

substância. Durante esse processo, a energia térmica que as substâncias recebem ou cedem é utilizada

na reorganização das partículas que as constituem.

13 Explique o que é sensação térmica e por que ela pode ser considerada uma forma
subjetiva de determinar a temperatura de um ambiente.
Sensação térmica é a percepção da temperatura por uma pessoa. Ela pode ser considerada uma forma

subjetiva de determinar a temperatura de um ambiente porque a percepção pode variar de pessoa para

pessoa e ser influenciada pelas condições do ambiente.

14 Escreva, nas linhas a seguir, um texto relacionando os conceitos de: TEMPERATU-

RA, CALOR, SENSAÇÃO TÉRMICA e ENERGIA TÉRMICA.
Resposta pessoal. Professor, a atividade permite avaliar se os alunos compreendem corretamente os
conceitos abordados na unidade.
CIæNCIAS

22
 UNIDADE 1

VOCÊ APRENDEU

Faça uma revisão dos principais conceitos abordados na unidade preenchendo as lacunas do mapa
conceitual.

sua percepção é é medida

chamada de
TEMPERATURA pelos
TERMÔMETROS

todos
SENSAÇÃO possuem uma
pode ser
TÉRMICA definida como

ESCALA
TERMOMÉTRICA

GRANDEZA FÍSICA QUE MEDE O NÍVEL

são exemplos
DE AGITAÇÃO DAS PARTÍCULAS QUE

CONSTITUEM A MATÉRIA CELSIUS KELVIN FAHRENHEIT

corpos com diferentes usada no

temperaturas trocam

BRASIL
CALOR

que �lui do

CORPO COM MAIOR

EQUILÍBRIO
TEMPERATURA PARA O DE até alcançar o
TÉRMICO
MENOR TEMPERATURA

23
 PROPAGAÇÃO
UN
ID
AD
E

2 Meunierd/Shutterstock
DO CALOR

Belovodchenko Anton/Shutterstock
Habilidades da BNCC
(EF07CI03)
(EF07CI04)

Beduínos são povos nômades que vivem em áreas Iglus localizados em um acampamento de esquimós,
com temperaturas elevadas durante o dia. populações encontradas em áreas muito frias da Terra.

Introdução
As imagens acima apresentam, respectivamente, os povos nômades conheci-
dos como beduínos que vivem no deserto do Oriente Médio e do norte da África,
locais com temperaturas elevadas durante o dia, e povos indígenas denominados
esquimós ou inuítes, encontrados nas regiões mais geladas da Terra, como a Sibéria,
o Alasca e a Groenlândia.
Será que esses dois povos têm algo em comum, vivendo em ambientes tão dife-
rentes? Ambos usam os fundamentos da termologia no dia a dia para se adaptar às
temperaturas ambientais adversas.
Repare que o beduíno está usando roupas grossas enquanto viaja pelo deserto.
Por que, sob temperaturas que chegam aos 50 °C, ele usa esse tipo de vestimenta em
vez de roupas mais leves, como bermudas e camisetas?
Os iglus são construções típicas de populações esquimós. São casas de gelo usa-
das para que eles possam se proteger do frio. Mas você pode estar se perguntando:
CIÊNCIAS

“Como essas pessoas se protegem do frio em uma casa feita de gelo?”.

Nesta unidade, você vai aprender como acontece a propagação do calor, como as
características dos materiais podem favorecer ou dificultar a transferência de calor,
os efeitos do calor nas partículas dos materiais, assim como algumas aplicações co-
tidianas dos processos de propagação do calor.
24
 UNIDADE 2

JOGO RÁPIDO
1 Nos dias mais frios usamos roupas mais grossas, como as de lã, para nos sentir-
mos aquecidos. É comum falarmos que a roupa nos aquece. Você concorda com
essa afirmação. Por quê?
Resposta pessoal. Professor, neste momento não é esperado que os alunos compreendam que as

roupas não aquecem nosso corpo, mas sim permitem que, por serem feitas com materiais com maior

capacidade de isolamento térmico, a perda de calor do nosso corpo para o ambiente seja menor. Utilize

a atividade com a intenção de retomar conhecimentos prévios e estimular a curiosidade dos alunos.

Sugerimos também que as respostas sejam anotadas e ao final da unidade sejam retomadas.

Formas de propagação do calor

Como você aprendeu na unidade anterior, o calor é uma forma de energia que
é transferida de um corpo para outro, ambos com diferentes temperaturas. Essa
transferência é denominada propagação do calor, a qual pode ocorrer de três ma-
neiras diferentes: por condução, por convecção ou por radiação.
Condução
Na condução, o calor se propaga por meio do contato entre corpos com tempera-
turas diferentes, em que aquele que apresenta uma maior agitação das partículas,
ou seja, com maior temperatura, transfere essa energia para outro corpo, cuja agita-
ção das partículas seja menor, ou em um mesmo corpo que apresenta diferença de
temperatura entre suas partes.
Quando um corpo entra em Partículas muito Partículas pouco
contato com uma fonte de calor, agitadas Partículas agitadas agitadas
suas partículas recebem energia
térmica e, portanto, passam a
Átomos Fouad A. Saad/Shutterstock
apresentar maior agitação tér-
mica. Essas partículas que re-
ceberam calor passam a colidir
com as partículas que estão ao
Sentido da propagação do calor
seu redor e transmitir energia Fonte
para elas. Dessa forma, a energia de calor
térmica vai sendo transferida de
partícula em partícula ao longo
de um corpo, sempre no sen-
tido das partículas mais agita-
das para as menos agitadas, até
aquecê-lo por inteiro. Observe o Condução
esquema ao lado.
Representação da propagação do calor por condução.
25
 A condução é uma forma de transmissão de calor que só acontece em meios ma-
teriais, predominantemente nos sólidos, e pode ser observada em várias situações
do nosso cotidiano. Como exemplo, podemos citar a ação de cozinhar um alimento
em uma panela com cabo de metal. Após algum tempo, o cabo ficará muito quente
e poderá até mesmo provocar uma queimadura na mão se os cuidados para prevenir
acidentes não forem adotados.
De acordo com a capacidade de condução de energia térmica, podemos classifi-
car os materiais em: bons condutores e maus condutores, também denominados
isolantes térmicos.

A
OFICINA CIENTÍFIC
Experimento 1 – Propagação do calor por condução
A propagação do calor por condução depende muito da qualidade dos materiais utilizados. Enquanto
alguns conduzem melhor o calor, outros o conduzem de modo menos eficaz. Nesse experimento, vamos
investigar como esse processo ocorre e de que forma podemos classificar materiais ao nosso redor como
bons ou maus condutores de calor. Para fazê-lo, você deve ser supervisionado por um adulto.

Materiais necessários
• 1 fio grosso de cobre desencapado (20 cm). • 1 vela inteira e um pedaço de outra vela.
• 1 rolha de cortiça. • 1 caixa de fósforos.
Procedimento Professor, reforce com os alunos as regras de segurança e certifique-se de que todos as tenham
compreendido e que, durante a execução, estejam segurando o sistema pela rolha de cortiça.

1. Faça a montagem conforme ilustrado abaixo. Segure seu sistema pela rolha e, com a ajuda de um adulto,
acenda a vela e a aproxime do fio de cobre, na ponta contrária à que contém o pedaço de vela. Depois de
um tempo, você observará que o pedaço de vela na outra ponta do fio sofrerá fusão, ou seja, ele começará
a derreter.

Reprodução interna
haste metálica

pedaço de vela rolha de cortiça

vela
CIÊNCIAS

1 Você sentiu o calor passar pela rolha de cortiça?

Resposta esperada: Não foi possível sentir o calor passar pela rolha de cortiça.

26
 UNIDADE 2

2 O modo como o pedaço de vela e a rolha de cortiça propagam o calor é igual? Você seria capaz de dizer
o que conduz melhor o calor?
O modo como a rolha de cortiça e o pedaço de vela conduzem o calor é diferente, sendo que a vela é melhor condutora de calor.

A rolha de cortiça não conduz eficientemente o calor e é considerada um isolante térmico.

3 Qual a função exercida pelo fio de cobre no experimento?

No experimento, o fio de cobre é um condutor de energia térmica proveniente da chama para o pedaço de vela localizado na outra

extremidade da montagem.

4 Agora que você já sabe diferenciar isolantes e condutores, pense e discuta com seus colegas sobre algu-
mas aplicações desses materiais em tecnologias que têm relação com nosso cotidiano.
Professor, se julgar interessante, após a discussão proponha aos alunos que construam um texto abordando o assunto. Consulte

o Manual do Professor para mais sugestões de abordagens da atividade.

Entre os materiais que são bons condutores, ou seja, facilitam a propagação de

calor, estão os metais, como alumínio e ferro. Bons condutores têm facilidade de se-
rem aquecidos ou resfriados.
Já entre aqueles que são considerados maus condutores ou isolantes térmicos,
por dificultarem a propagação de calor, estão a lã, o nylon, a borracha, o gelo, a água,
o ar, o vidro, a cortiça e a madeira.
A capacidade de propagação de calor é uma característica muito utilizada na es-
colha de materiais para confecção de objetos. Por exemplo, as panelas são produ-
zidas com bons condutores de calor, como os metais, e seus cabos, de preferência,
devem ser revestidos com isolantes térmicos. Os utensílios que empregamos para
mexer a comida durante o preparo, geralmente, são confeccionados com materiais
classificados como maus condutores, como a madeira.
As respostas para as perguntas apresentadas na introdução desta unidade tam-
bém estão relacionadas com a capacidade de propagação do calor dos materiais.
Os beduínos estão sempre muito agasalhados, com roupas grossas cobrindo todo
o corpo, pois eles sabem que os tecidos são maus condutores de energia térmica.
Os tecidos feitos de lã funcionam, então, como isolantes térmicos. A temperatura
corporal de uma pessoa é de aproximadamente 37 °C, enquanto a temperatura no
deserto fica acima dos 40 °C durante o dia. Portanto, as roupas grossas de lã evitam
a troca de calor entre o corpo e o ambiente, mantendo o ar dentro das roupas com
temperaturas próximas à do corpo. A roupa grossa também protege a pele da expo-
sição excessiva aos raios solares, evitando queimaduras.
No caso dos esquimós, a proteção contra o frio acontece porque o gelo é um ex-
celente isolante térmico, tão eficiente quanto o concreto. Portanto, nos iglus, eles
conseguem se abrigar das temperaturas muito baixas, pois essas construções não
permitem trocas de calor entre o seu interior e o ambiente externo.
27
 ibaa++
Saaib
Propagação do calor por condução e sensação térmica
A propagação de calor por condução está relacionada com as diferentes sensações térmicas que temos ao tocar objetos
feitos com materiais diferentes, mas com mesma temperatura. Por exemplo, vamos considerar que dois objetos, um de ma-
deira e outro de metal, estão à temperatura de 20 °C. Quando tocamos o de metal sentimos que ele está mais frio do que o de
madeira. Mas, por que será que isso acontece?
Os dois materiais possuem diferentes capacidades de condução térmica. O metal é um bom condutor, e a madeira um iso-
lante térmico. Considerando que a temperatura da mão está em 36,5 °C, ao tocarmos os objetos ocorre transmissão de calor
no sentido da maior para a menor temperatura, neste caso, do nosso corpo para os objetos. Mas a intensidade com que isso
acontece é diferente: ao tocarmos o objeto de metal, por ele ser melhor condutor que a madeira, o fluxo de transmissão de
calor é mais intenso. Assim, temos a sensação de que o metal está mais frio do que a madeira.

Atividades 1 a 3 | Tarefa 1 a 4

Saberes Convecção
integrados A propagação do calor por convecção consiste no movimento de líquidos e/ou gases
No Caderno 1 deste
ano escolar, você com diferentes temperaturas que promovem a propagação do calor por todo o fluido.
aprendeu que as Ao aquecer água em uma panela, por exemplo, percebemos que os metais são
correntes de convecção
são responsáveis pela bons condutores térmicos. A água que se encontra próxima ao fundo da panela será
movimentação das aquecida por condução. Com esse aquecimento, as moléculas de água próximas a essa
placas litosféricas.
região se agitam, aumentando seu volume, o que torna essa porção menos densa. Essa
porção de água então subirá à superfície. Já aquela porção antes
Reprodução interna

próxima da superfície tende a descer, por estar com temperatura

Representação da formação das correntes de
convecção durante o aquecimento da água em
uma panela de alumínio. As setas vermelhas
indicam o movimento da água quente
(menos densa), e as setas azuis representam o
movimento da água mais fria (mais densa).
Naypong Studio/Shutterstock
menor do que a água que subiu e, portanto, mais densa. Com isso,
cria-se a chamada corrente de convecção, um processo contínuo
que mantém a água do recipiente em movimento, até que atinja
o ponto de ebulição (fervura).
A propagação do calor por convecção térmica pode
ser aplicada em várias situações do nosso cotidiano.
Por exemplo, os aparelhos de ar-condicionado apre-
sentam maior eficiência se forem instalados rente ao
teto porque o ar quente irá subir para ser refrigerado, e o ar frio
irá descer refrescando o ambiente. Já no caso dos aquecedores de
ambiente, eles devem ser instalados rentes ao chão para que o ar
Professor, indique aos alunos o vídeo sobre os balões,
frio seja aquecido. que voam devido ao aquecimento do ar presente no seu
interior, por convecção térmica.

Yevhen Prozhyrko/Shutterstock

O local de
instalação de
equipamentos
de climatização
de ambientes
CIÊNCIAS

pode melhorar
sua eficiência.
Aparelho de ar- Aquecedor
-condicionado de ambientes
instalado rente localizado
ao teto. rente ao
chão.
28
 UNIDADE 2

A
OFICINA CIENTÍFIC

Experimento 2 – Propagação do calor por convecção

Neste experimento, será possível visualizar como ocorre a propagação do calor por convecção.

Materiais necessários
• Um copo de vidro transparente. • 1 pipeta Pasteur de plástico ou 1 seringa sem
• Um copo com leite (observação: o experimen- agulha.
to ficará mais fácil de ser visualizado se o leite • 1 vela ou outra fonte de calor.
estiver um pouco frio). • 1 caixa de fósforos.
• Um copo com água. • Luva de proteção térmica.
Procedimento
1. Utilizando a pipeta Pasteur ou a seringa faça a aspiração do leite.
2. Insira a pipeta ou a seringa no fundo do copo com água e lentamente dispense o leite. Tenha cuidado para
não balançar o copo nem promover a agitação dos líquidos.
3. Peça para um adulto acender a vela e fixá-la em um recipiente. A vela deverá ficar apoiada em uma bancada.
4. Tomando cuidado para não balançar muito o copo com os dois fluidos (água e leite), peça para um adulto
segurar o copo próximo a chama. A luva de proteção térmica deve ser utilizada nesse momento.
5. Aguarde alguns instantes para o fundo do copo se aquecer e observe o resultado.
Fonte de pesquisa: Universidade Estadual de São Paulo – Unesp. Propagação do calor por convecção.
Disponível em: http://www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/fte06.htm. Acesso em: 27 jul. 2021.

1 O que aconteceu com o leite quando o copo foi aquecido?

Quando aquecido, o leite começa a se deslocar para a parte superior do copo.

2 Considerando os processos de propagação do calor, explique o resultado obtido no experimento.

O leite, inicialmente localizado no fundo do copo, é aquecido. Com isso, se torna menos denso e tende a se descolar para a parte

superior. Já a água, por estar mais fria, se desloca para a parte inferior do copo. Essa movimentação dos fluidos a diferentes

temperaturas gera as correntes de convecção, que promovem a transmissão de calor dentro do sistema formado pela água e pelo

leite.

29
 Ondas Radiação
eletromagnéticas
São ondas que não
Uma parcela da energia térmica absorvida pelos corpos através do aquecimento
precisam de um meio é emitida por eles na forma de ondas eletromagnéticas. Algumas delas são classi-
material para se ficadas como ondas de infravermelho, denominadas também de radiação térmica.
propagar. A luz, por
exemplo, é uma onda A radiação térmica é uma das formas de transmissão de calor e, ao contrário da
eletromagnética. condução e da convecção, não precisa de meios materiais para se propagar, ou seja,
Vácuo ela também pode se propagar no vácuo.
Espaço onde não existe O exemplo mais comum é a radiação térmica que o Sol emite, que atinge a Terra,
matéria.
viajando por uma vasta região de vácuo, e aquece o nosso planeta. Uma fogueira acesa
também transmite calor por radiação, aquecendo o ambiente onde se encontra.
Quando a radiação térmica incide sobre a superfície de um material, parte dela
será refletida, outra absorvida e parte será transmitida. A quantidade de energia
térmica absorvida, refletida ou absorvida depende das características dos materiais
que o compõem. De forma geral, objetos claros absorvem menos radiação térmica
do que os objetos escuros que, portanto, costumam se aquecer mais rápido. Por isso,
em dias quentes, as roupas de cores claras costu-
mam proporcionar mais conforto térmico do que as
SUPEE PURATO/Shutterstock

Cultivo de �lores em estufa de vidro. A estufa ajuda a manter
o ambiente interno com temperaturas mais elevadas que o
ambiente externo.
roupas escuras.
A incidência de radiação térmica, além de ser
responsável por aquecer nosso planeta, também
pode ser aproveitada na agricultura. Em locais mui-
to frios, é comum o cultivo de verduras, frutas, legu-
mes e flores em estufas. As estufas, geralmente, são
feitas com vidro, material que permite que a radia-
ção solar atravesse sua superfície e seja absorvida
pelas plantas, mas dificulta sua reflexão para o am-
biente externo. Assim, o ambiente dentro da estufa
se mantém com temperatura mais elevada do que o
ambiente exterior.

A
OFICINA CIENTÍFIC
Experimento 3 – Absorção de radiação térmica em objetos de
cores claras e escuras
Materiais necessários
• 2 latas de refrigerante vazias. • Lixa.
• Tinta spray atóxica nas cores branco e preto. • Água (temperatura ambiente).
• Termômetro digital à prova d’água.
CIÊNCIAS

Procedimento
1. Lixe as latas para retirar a pintura externa. Depois, lave e seque as latas.
2. Pinte uma das latas de branco e a outra de preto. Aguarde até a tinta secar (observação: no rótulo da tinta,
geralmente, o tempo para secagem é informado).
30
 UNIDADE 2

3. Encha as duas latas com água (temperatura ambiente).

4. Apoie as duas latas em uma superfície móvel, como uma mesa portátil, e coloque-as no Sol por 30 minutos.
5. Após o período indicado, utilizando o termômetro digital à prova d’água, faça a medição da temperatura da
água que está dentro das duas latas e anote os valores.
Fonte de pesquisa: RODRIGUES, C. G.; BISPO, E. S. Sugestões de experimentos de fácil acesso para o ensino de termodinâmica. Physicae Organum, vol. 6, no 2, p. 102 – 104.
Brasília: Instituto de Física – Universidade de Brasília, 2019. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/physicae/article/view/24394/27585. Acesso em: 27 jul. 2021.

1 Em qual das latas, de cor branca ou preta, a água estava com temperatura mais elevada?
A temperatura da água estava mais elevada na lata de cor preta.

2 Considerando a propagação de calor por radiação, explique o resultado do experimento.

A quantidade de energia térmica absorvida, proveniente da radiação solar, depende das características dos materiais que o compõem.

Objetos claros, de modo geral, absorvem menos radiação térmica do que os objetos escuros, o que justifica a lata pintada de cor

preta ter se aquecido mais rápido que a de cor branca.

De forma geral, a transmissão de energia térmica entre os corpos envolve simulta-

neamente mais de uma forma de propagação de calor, apesar da predominância de
um deles. Por exemplo, ao aquecermos a água em uma panela, a chama do fogo emite
radiação térmica que provoca o aqueci-

Udaix/Shutterstock
mento da panela e da água que está em 1. Condução
seu interior. Por condução, o calor é trans-
mitido para a panela inteira. Por sua vez, o 2. Convecção
aquecimento da água do fundo da panela
provoca a formação das correntes de con-
vecção. Observe o esquema ao lado.
Os coletores de energia solar também
funcionam através de diferentes formas
de propagação de calor. De maneira ge-
ral, esses equipamentos são compostos 3. Radiação
por uma placa de vidro na superfície, tu- Formas de propagação do calor durante o aquecimento da água em uma panela
bos feitos com materiais condutores tér- sobre a chama de um fogão.
micos pintados de preto e uma camada
de material isolante térmico, como a lã de vidro, logo abaixo dos tubos. Funcionam
acoplados, geralmente, a uma caixa-d’água e a um reservatório térmico.
Seu funcionamento segue este princípio: a radiação térmica proveniente do Sol
incide sobre a placa de vidro, que funciona como uma estufa retendo parte da ener-
gia que seria refletida para o ambiente externo. O calor é transmitido para os tubos
que, por serem de cor preta e feitos com material isolante, aumentam a eficiên-
cia de absorção e diminuem as perdas para o ambiente. Por condução, a água que
31
 Alf Ribeiro/Shutterstock

circula pelos tubos se aquece. Forma-se, então, uma corrente de

convecção: a água aquecida se torna menos densa e sobe para
o reservatório, e a água mais fria da caixa-d’água entra no cole-
tor. A camada de lã de vidro ajuda a reduzir a dissipação do calor
para o ambiente no qual o coletor está instalado. O reservatório,
feito de material isolante térmico, ajuda a manter a temperatura
da água armazenada.

O coletor solar instalado na residência promove o aquecimento

da água a partir da radiação térmica emitida pelo Sol.

ibaa++
Saaib
Como funciona a garrafa térmica?
A garrafa térmica mantém a temperatura em seu interior tampa de material isolante térmico
ao evitar a propagação do calor por condução, convecção e
irradiação. Ela é formada por duas paredes internas feitas superfície externa da garrafa
de vidro espelhado que, além de serem más condutoras,
refletem radiação térmica emitida pelo líquido e pelo meio paredes internas
exterior. Entre as paredes duplas quase não existe ar, o que de vidro espelhado
dificulta a propagação do calor por condução e convecção.
Sua superfície externa geralmente é revestida com material quase não existe ar entre as paredes
isolante térmico para reduzir ainda mais a condução térmi-
ca com o ambiente. Por fim, sua tampa também é confeccio-
nada com um material isolante para evitar a troca de calor Esquema simplifcado de uma
garrafa térmica.
por convecção.
Reprodução interna

Atividades 4 a 9 | Tarefa 5 a 9

Dilatação e contração térmica

Quando se eleva a temperatura de um corpo, aumenta-se a agitação de suas mo-
léculas, bem como o espaço entre elas, o que provoca aumento no seu volume.

Reprodução interna

Quando diminuímos a temperatura de um corpo, a agitação de suas moléculas

sofre redução, assim como o espaço entre as moléculas, o que ocasiona diminuição
no seu volume final.
Reprodução interna
CIÊNCIAS

Podemos verificar os efeitos das dilatações e contrações térmicas em todo o pla-

neta Terra, pois as variações de temperatura ocorrem diariamente em toda a sua
superfície, alterando as dimensões dos corpos sujeitos a essas variações.
Além da fabricação de termômetros, como visto na unidade anterior, a dilatação
térmica permite outras inúmeras aplicações, entre as quais se podem citar:
32
 UNIDADE 2

• Os dispositivos de segurança contra incêndio e em chaves automá-

Spencer Grant/Art Directors/Alamy/Fotoarena

ticas (relê termostático) que desligam o circuito elétrico quando
ocorre elevação indesejável da temperatura.
• Os trilhos de estradas de ferro e pontes, onde se devem deixar pe-
quenos vãos, denominados juntas de dilatação, cuja função é per-
mitir alterações no comprimento, decorrentes da dilatação, sem
que haja contato entre eles, o que poderia deformá-los.
• As calçadas de cimento são demarcadas a intervalos regulares.
Uma trinca no asfalto, provocada pela possível dilatação ou con-
tração térmica, ocorrerá sobre a marcação feita, determinando ali
uma junta de dilatação.
Jales Valquer/Fotoarena

Estruturas expostas a variações de

temperaturas, como uma ponte, são
construídas com alguns espaços para evitar
danos provocados pela dilatação térmica.
Ponte localizada na Califórnia, EUA.

As juntas de dilatação são utilizadas

para permitir a dilatação e a contração
térmica de superfícies. Junta de dilatação
na Ponte Orestes Quércia, São Paulo – SP.

• Nas redes elétricas suspensas, os fios condutores de eletricidade apresentam

pequena folga entre dois postes sucessivos. Isso é feito para que, com a diminui-
ção da temperatura, a contração do fio ocorra sem que ele sofra tração excessiva
capaz de conduzir a sua ruptura.
Luiz Souza/Fotoarena

Os fos condutores de
eletricidade são dispostos
entre as torres de
transmissão com alguma
folga para evitar danos
provocados pela dilatação
e contração térmica. Torres
de transmissão de energia
elétrica de alta tensão na
região de Madureira, Rio
de Janeiro, RJ.

• Nas refinarias de petróleo, os canos têm laços de expansão para não se deforma-
rem com o aumento da temperatura.
• Os materiais utilizados pelos dentistas para preencher cavidades nos dentes de-
vem ter as mesmas propriedades de expansão térmica que o dente, para melhor
se ajustarem ao se expandirem ou se contraírem.
33
 A
OFICINA CIENTÍFIC
Experimento 4 – A dilatação e a contração térmica
Materiais necessários
• 2 potes de vidro com tampas metálicas. • Cubos de gelo.
• 1 garrafa térmica com água morna para quente. • Água com temperatura ambiente.
• 2 recipientes (observação: o tamanho deve ser • Sal.
sufciente para que caibam os potes). Consulte o Manual do Professor para
obter mais informações sobre a realiza-
ção do experimento.
Procedimento
1. Em um dos recipientes coloque a água da garrafa térmica (observação: a água deve estar morna para quente,
portanto redobre os cuidados para evitar acidentes).
2. No outro recipiente, despeje o gelo, um pouco de sal e um pouco de água à temperatura ambiente.
3. Feche os dois potes o máximo que conseguir. Mantenha a atenção e o cuidado para não os quebrar.
4. Coloque um dos potes na água morna para quente e o outro na água com gelo.
5. Aguarde 10 minutos. Se julgar necessário, acrescente mais água quente e/ou gelo nos respectivos recipientes.
6. Retire os dois potes dos recipientes e destampe-os.
1 Qual dos dois potes foi mais fácil de abrir?
É esperado que seja mais fácil destampar o pote que estava na água morna para quente.

2 Considerando os conceitos de dilatação e contração térmica, explique o resultado obtido no experimento.

A capacidade de dilatação térmica da tampa de metal é maior do que a do vidro. Assim, quando aquecida, a tampa aumenta suas

dimensões e fica mais fácil de ser destravada. O inverso acontece quando ela é colocada na água gelada e suas partículas se

contraem, diminuindo suas dimensões.

Dilatação anômala da água

A água não se comporta termicamente como a maioria das substâncias, as quais
aumentam suas dimensões proporcionalmente ao aumento da temperatura. Na
natureza, em virtude da abundância de água em nosso planeta, esse comportamen-
to anormal causa consequências muito importantes.
CIÊNCIAS

Para ilustrar esse fato, procure imaginar que determinada quantidade de água a 0 °C
é colocada em um recipiente de volume constante. Quando a temperatura da água au-
menta, o volume do líquido será reduzido, até atingir a temperatura de 4 °C. Se o aqueci-
mento continuar, o volume do líquido aumentará. Logo, ao ser aquecida de 0 °C a 4 °C, a
água sofre contração volumétrica e, acima de 4 °C, sofre expansão volumétrica.
34
 UNIDADE 2

Kondratuk Aleksei/Shutterstock
Esse comportamento, conhecido como
comportamento anômalo da água, é res-
ponsável pela existência de vida marinha
nas regiões onde o inverno é extremamen-
te rigoroso. Embora a superfície esteja con-
gelada, a água no fundo do lago perma-
nece no estado líquido, com temperaturas
entre 0 °C e 4 °C.
A ocorrência desse fenômeno pode ser
explicada da seguinte forma: ao entrar em
contato com o ar frio, a água da superfície fca
mais densa que a água do fundo. A diferen- Apesar do congelamento da superfície, a água abaixo do gelo permanece
ça de temperatura e, consequentemente, de líquida devido ao comportamento térmico anômalo da água.
densidade, provoca a formação de correntes
de convecção. No entanto, ao se atingir a temperatura de 4 °C, a movimentação ces-
sa porque a água da superfície fca menos densa que a água do fundo. Assim, a água
da superfície pode congelar, mas a água do fundo permanece líquida e seu resfria-
mento demora muito para acontecer, pois tanto a água líquida quanto o gelo não
são bons condutores térmicos.
Atividades 10 e 11 | Tarefa 10 e 11

Propagação do calor e equilíbrio térmico

A propagação de calor cessa quando se atinge o equilíbrio térmico entre os cor-
pos. O equilíbrio térmico está presente em várias situações cotidianas. Por exemplo,
Saiba +
para evitar o desenvolvimento de microrganismos e conservar os alimentos, utiliza- A geladeira foi uma
invenção que mudou
mos as geladeiras. nossa alimentação,
De acordo com Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é recomenda- a comercialização de
mercadorias e, até
do que a temperatura interna de uma geladeira fque abaixo de 5 °C, temperatura mesmo, a medicina.
na qual microrganismos começam a se multiplicar mais rapidamente. Portanto, ao Conheça um pouco
mais sobre esse
colocarmos um alimento dentro dela, ele irá perder calor até entrar em equilíbrio equipamento e sua
térmico com o ar frio presente dentro do equipamento. Por isso, os alimentos são história. Disponível
em: https://www.bbc.
preservados por mais tempo do que se estivessem à temperatura ambiente. com/portuguese/
Porém, não é em todas as situações que o equilíbrio térmico é algo desejado, e a geral-42074161. Acesso
em: 30 jul. 2021.
manutenção da temperatura dos animais é um exemplo desse fato, como veremos
no próximo tópico.

Equilíbrio térmico e a termorregulação dos animais

O sistema nervoso central controla a temperatura corporal dos animais, sendo
esse processo muito complexo. O metabolismo animal envolve substâncias que
agem conforme as alterações na temperatura. Além disso, fatores ambientais são
responsáveis por algumas mudanças na temperatura do corpo, ou seja, estão dire-
tamente ligados às variações fsiológicas do organismo.
Na natureza, considerando a fonte de energia utilizada para regular a tempera-
tura corporal, os animais são classifcados em: ectotérmicos e endotérmicos.
35
 Animais ectotérmicos
São os animais que não produzem calor suficiente para se aquecer e, portanto,
precisam de fontes de calor externas, como o Sol ou rochas aquecidas, para regular
sua temperatura. Os peixes, os anfíbios e os répteis são animais ectotérmicos.

Ectotermia
35
Temperatura interna (°C)
30

Reprodução interna
25
Variação na temperatura
20 corporal de um lagarto ao
15 longo do dia. Observe que
10 nas horas mais quentes
sua temperatura também
5 aumenta.
0
7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Tempo (hora do dia)

A temperatura corporal de um animal ectotérmico pode

oscilar de acordo com a temperatura do ambiente. O contro-
le dessa variação é realizado por métodos comportamentais.
Por exemplo, você já ouviu a expressão “lagartear”? Sabe o
que ela significa?
Os lagartos são animais ectotérmicos, e a expressão “la-
meio-dia
gartear”, geralmente, é utilizada com o significado de ficar ao
Sol para se aquecer. O lagarto, assim como outros répteis, nas
primeiras horas da manhã e no final da tarde, se expõe ao Sol
fm de tarde
Reprodução interna

para se aquecer. Próximo ao meio-dia, momento em que o

Sol é mais forte, ele pode se esconder sob uma pedra ou em ou-
tro lugar à sombra para não ficar superaquecido e comprome-
Comportamento de ter seu metabolismo.
um lagarto sob o calor
do Sol.
Animais endotérmicos
São os animais que não usam fontes de calor externas, mas sim aquelas geradas
pelo próprio metabolismo, a fim de manter sua temperatura corporal. Para isso,
usam a energia do alimento que ingerem e a transformam em energia térmica. As
aves e os mamíferos são animais endotérmicos.

Endotermia
41
Temperatura interna (°C)

Reprodução interna

40
39
CIÊNCIAS

38
37
36
7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Tempo (hora do dia)
36
 UNIDADE 2

Existem animais endotérmicos que apresentam adaptações que auxiliam na

manutenção da temperatura corporal. Alguns, por exemplo, apresentam penas e
Professor, indique aos
pelos, que retêm o ar (isolante térmico) no corpo. Outros apresentam grande quan- alunos o vídeo que
tidade de gordura (isolante térmico), o que permite sua sobrevivência em habitat explica se a ordem
em que colocamos as
muito frio. cobertas diminui a perda
de calor para o ambiente.
Pavel Pastushenko/Shutterstock

Evaurban/Shutterstock
Em dias frios, é comum as aves eriçarem suas penas,
assim elas conseguem reter ar (isolante térmico), o
que auxilia na manutenção da temperatura corporal.

Uma espessa camada de gordura ajuda na

manutenção da temperatura corporal dos
ursos-polares.

ibaa++
Saaib
Hipertermia e hipotermia nos seres humanos
A temperatura normal dos seres humanos, como vimos anteriormente, fca em torno de 36,5 °C e
37 °C. Caso a temperatura não se mantenha nessa faixa, o corpo humano pode sofrer hipertermia
ou hipotermia.
A hipertermia está relacionada com o aumento da temperatura corporal devido à incapacidade
do corpo em perder calor para o ambiente ou reduzir a produção de calor. Ela pode acontecer por
causa da exposição prolongada a ambientes com elevadas temperaturas ou como reação do orga-
nismo a processos infecciosos, infamatórios e intoxicações.
A febre, mecanismo de defesa do corpo humano, se não for prolongada e não atingir temperatu-
ras acima de 39 ºC, não oferece riscos graves à saúde. Mas o aumento da temperatura, geralmente
acima de 40 °C, pode provocar convulsões e até mesmo a morte.
Já a hipotermia está relacionada à diminuição da temperatura abaixo dos 35 °C. Ela pode acon-
tecer rapidamente durante a imersão em água muito gelada ou com o contato direto com geadas
e neve. Também pode ocorrer lentamente durante a exposição prolongada a temperaturas muito
baixas, principalmente quando acompanhadas de vento e chuva.
As respostas do corpo humano à queda da temperatura inicialmente incluem, além da sensação
de frio e os arrepios, a diminuição do calibre dos vasos sanguíneos da pele, que é chamada de vaso-
constrição. Com isso, a pele fca mais fria para diminuir a perda de calor para o ambiente externo.
Depois da vasoconstrição surgem os tremores, que são contrações involuntárias da musculatura
para gerar calor. Se a exposição continuar, os tremores diminuem e surgem alterações motoras e
confusão mental. Progressivamente, o mecanismo de termorregulação entra em colapso e ocorrem
a vasodilatação da pele e o aumento da perda de calor para o ambiente externo.
Dessa forma, o nível de consciência diminui, ocorre alterações na frequência cardíaca, na respira-
ção e na pressão arterial, o que pode levar uma pessoa à morte.
37
 Professor, o objetivo da
atividade é fazer com
que os alunos reflitam
sobre as condições
de vida de outras
pessoas, assim como
sobre a importância da
solidariedade. Essa é
uma forma de trabalhar
com os alunos a AUTONOMIA RESPONSABILIDADE CRIATIVIDADE EMPATIA COOPERAÇÃO SOLIDARIEDADE COMUNICAÇÃO
empatia e a importância
da cidadania.
2021. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2021-06/cruz-vermelha-faz-
1 Considerando seu conhecimento sobre as formas de propagação do calor, ex-
2 Em sua opinião, qual a importância da mobilização da sociedade na realização
CIÊNCIAS
38
FOCO NA...
Cruz Vermelha faz Campanha do Agasalho em São Paulo
A Campanha do Agasalho, liderada pela Cruz Vermelha São Paulo, é
uma iniciativa em apoio a milhares de pessoas de comunidades vulnerá-
veis que sofrem com as baixas temperaturas no período do inverno. [...]
A iniciativa da campanha é arrecadar roupas como calças, camisetas e,
principalmente, agasalhos, além de cobertores em bom estado, que serão
doados às famílias necessitadas. O diferencial da campanha da entidade é o
cadastramento dos moradores, quando são colhidas informações como o ta-
manho da vestimenta, identidade de gênero e religião de todas as pessoas
que receberão o apoio da campanha, para que a doação seja sob medida.
Em 2020, a 12ª edição da Campanha do Agasalho arrecadou 31 tone-
ladas, mesmo diante de todas as dificuldades impostas pela Covid-19. O
montante de roupas beneficiou mais de 30 mil pessoas em situação de vul-
nerabilidade social.
[...] Além de agasalhos e cobertores, a Cruz Vermelha recebe também
kits de higiene, produtos de limpeza e alimentos que serão doados às fa-
mílias necessitadas. O objetivo da ação é engajar a população para bater
a meta de 35 toneladas de arrecadação e, assim, poder beneficiar cerca de
30 mil pessoas. 
[...]
SOUZA, L. Cruz Vermelha faz Campanha do Agasalho em São Paulo. Agência Brasil, 06 jun.
campanha-do-agasalho-em-sao-pa. Acesso em: 30 jul. 2021.
plique como os agasalhos nos protegem do frio.
Os agasalhos e cobertores, de forma geral, são feitos de materiais isolantes térmicos e auxiliam a
diminuir a perda de calor corporal para o ambiente. Em dias de muito frio, agasalhos e cobertores
podem ajudar a evitar a hipotermia e a morte de pessoas.
de campanhas de doação de agasalhos no período que antecede os dias mais
gelados? Você já participou de alguma campanha do agasalho? Como foi sua
experiência?
Resposta pessoal.
Atividade 12 | Tarefa 12
 UNIDADE 2

ATIVIDADES
1 Por que, ao colocarmos uma panela em contato com a chama do fogão, toda a sua
superfície é aquecida e não só no local próximo à chama? Qual o processo de propa-
gação de calor envolvido?
Devido à propagação de calor por condução térmica, as partículas aquecidas pela chama do fogão se

agitam, colidem com as partículas vizinhas e transmitem energia térmica para elas. Desse modo, a

energia térmica é transmitida para a panela inteira.

2 As panelas de ferro fundido foram utensílios de cozinha muito comuns durante

muito tempo. Observe a imagem a seguir.

Kateholms/Shutterstock

a) Para segurar um desses utensílios sobre a chama do fogão pelas alças, o que você
precisaria usar?
Sendo o ferro um bom condutor térmico, o calor que foi propagado por condução térmica da chama

para a panela também aqueceria as suas alças, que também são de ferro. Assim, para segurar essa

panela, seriam necessárias luvas térmicas.

b) E se você fosse abrir a tampa da panela, precisaria usar luvas térmicas?

Na tampa da panela há um suporte de madeira, que é um bom isolante térmico, e que não se aquece

facilmente como o restante da panela. Assim, não seriam necessárias luvas térmicas para abrir a

tampa.

3 Por que em dias frios, quando nos cobrimos com um cobertor de lã, após alguns
instantes nos sentimos mais quentes?
Porque o cobertor de lã funciona como isolante térmico, reduzindo a perda de calor do nosso corpo para

o ambiente.

39
 4 Por que um aparelho de ar-condicionado deve ser instalado próximo ao teto para ser
mais eficiente na redução da temperatura de um ambiente?
Os aparelhos de ar-condicionado apresentam maior eficiência se forem instalados rente ao teto porque,

devido à propagação do calor por convecção térmica, o ar quente irá subir para ser refrigerado e o ar frio

irá descer, refrescando o ambiente.

Leia o texto e responda às perguntas 5 e 6.

Uma técnica muito utilizada na culinária para aquecer, cozinhar e derreter alguns
alimentos sólidos, como o chocolate, é o banho-maria. No caso do chocolate, a
técnica consiste em colocá-lo em um recipiente, que, por sua vez, é colocado so-
bre outro recipiente com água quente.
5 Qual processo de propagação do calor ocorre durante o derretimento de um cho-
colate utilizando a técnica de banho-maria?
Condução térmica.

6 Suponha que o recipiente com água quente esteja localizado acima de uma fonte
de calor, com a chama de uma vela acesa, mas sem entrar em contato com ela.
Como o calor é transmitido da chama acesa para o recipiente?
O calor é transmitido da chama acesa para o recipiente com água quente por radiação térmica.

7 Em dias ensolarados e com temperaturas elevadas, é comum sentirmos a água

sair quente das torneiras, principalmente em locais onde a água utilizada fica ar-
mazenada em reservatórios localizados acima dos telhados. Por que isso aconte-
ce? Quais as formas de propagação de calor que podem estar envolvidas no pro-
cesso?
O aquecimento da água acontece devido à incidência de radiação térmica proveniente do Sol. Além da

radiação térmica, o reservatório de água transmite calor por condução para a água. Também é possível

que ocorra a formação de correntes de convecção durante o aquecimento da água no interior do

reservatório.

8 Podemos saber se um motor de carro foi desligado recentemente se, ao aproxi-

marmos a mão do capô, sentirmos que ele está quente. Qual o processo de trocas
de calor nesse caso? Como ele ocorre?
CIæNCIAS

Nesse caso, o processo de trocas de calor é a irradiação. A energia térmica resultante do funcionamento

do motor do carro se propaga até o capô e chega até a mão por irradiação.

40
 UNIDADE 2

9 Quais são as formas de propagação de calor? Cite um exemplo prático para cada
uma delas.
O calor se propaga por convecção, condução e irradiação. Um exemplo de convecção é o aquecimento

de água em uma chaleira. Um exemplo de condução é o aquecimento de uma barra de metal exposta

ao fogo somente em uma ponta. Um exemplo de irradiação é a transmissão de calor do Sol para a Terra.

10 A transferência de calor de um corpo ou de um sistema para outro tem várias con-

sequências como o aquecimento e a dilatação térmica. Sobre a dilatação, o que
ela é exatamente?
Dilatação térmica é o aumento das dimensões de um corpo em decorrência da elevação de temperatura.

11 Ao deixarmos uma garrafa de vidro cheia de água e bem tampada em um conge-

lador, poderemos observar, depois de um tempo, que essa garrafa estará quebra-
da. Por que você acha que isso ocorre?
A água não segue a regra de dilatação dos líquidos, ou seja, quando sua temperatura diminui, chegando

próxima ao congelamento, ela sofre dilatação, pressionando as paredes internas da garrafa e quebrando-a.

12 Considerando as fontes de energia utilizadas para regular sua temperatura cor-

poral, como os animais podem ser classificados?
Podem ser classificados em ectotérmicos e endotérmicos. Os animais ectotérmicos, por não

conseguirem produzir calor suficiente para se aquecerem, dependem de fontes externas de calor,

como a proveniente do Sol. Já os animais endotérmicos conseguem regular a temperatura corporal

transformando, através do seu metabolismo, a energia contida nos alimentos em energia térmica.

41
 TAREFA
1 Como ocorre a propagação de calor por condução?
Na condução, o calor se propaga por meio do contato entre corpos com temperaturas diferentes, em

que aquele que apresenta uma maior agitação das partículas, ou seja, com maior temperatura, transfere

essa energia para outro corpo, cuja agitação das partículas seja menor, ou em um mesmo corpo que

apresenta diferença de temperatura entre suas partes.

2 A condução térmica ocorre com maior frequência em sólidos ou nos fluidos (lí-
quidos e gases)? Justifique.
A condução térmica ocorre com maior frequência em sólidos devido à maior proximidade entre as

partículas que constituem a matéria neste estado físico.

3 Por que, entre os objetos presentes em uma cozinha, geralmente as panelas e as fôr-
mas são confeccionadas com alumínio, ferro e outros metais e os utensílios emprega-
dos para mexer alimentos durante seu preparo são de madeira, silicone ou bambu?
Panelas e fôrmas são produzidas com bons condutores térmicos, para acelerar o processo de

aquecimento e cozimento dos alimentos. Já os utensílios empregados para mexer os alimentos durante

o preparo são confeccionados com materiais isolantes térmicos para evitar a transferência de calor por

condução até as mãos de quem está manipulando o alimento, o que evita acidentes provocados por

queimaduras.

4 Em países de clima frio, as janelas das casas apresentam duas placas de vidro, se-
paradas por um espaço preenchido de ar. Para que serve esse reforço nas janelas?
CIÊNCIAS

O ar e o vidro são bons isolantes térmicos, dificultando a perda de calor do lado de dentro (mais quente)

para o lado de fora (mais frio).

42
 UNIDADE 2

5 Como ocorre a propagação do calor por convecção térmica? Apresente um exem-

plo desse tipo de propagação de calor no seu cotidiano?
A convecção térmica é uma forma de propagação de calor que acontece, de forma geral, nos fluidos

(líquidos e gases) devido ao aquecimento e à ascensão da matéria quente (menos densa) que faz com

que a matéria mais fria (mais densa) ocupe os lugares mais baixos do espaço que as contém. Com isso,

ocorre a formação de correntes de convecção e a propagação do calor de um ponto a outro de um

sistema. No cotidiano, a convecção térmica pode ser observada, por exemplo, durante o aquecimento

da água em uma panela e na climatização de ambientes através de aquecedores ou aparelhos de ar-

-condicionado.

6 Durante a aula sobre propagação do calor, um aluno fez a seguinte afirmação:

“Sem a radiação térmica não conseguiríamos sobreviver no planeta Terra”.
A afirmação está correta? Justifique sua resposta.
A afirmação está correta porque sem a radiação térmica proveniente do Sol, assim como do efeito

estufa, a Terra seria um local muito frio e impossível de ser habitado pelos seres humanos.

Observe a imagem para responder às questões 7 e 8.

PandaWild/Shutterstock

A imagem corresponde a um termograma, imagem registrada com câmeras es-

peciais que captam o calor emitido pelos objetos e seres vivos. De forma geral,
quanto mais vermelho, maior é a temperatura registrada.
43
 7 Qual a forma de propagação de calor registrada na fotografia?
A forma de propagação do calor registrada na fotografia é a radiação térmica.

8 Considerando a coloração apresentada na imagem, podemos afirmar que o gato

está deitado sobre uma superfície mais fria ou mais quente que seu corpo?
Considerando a coloração apresentada na imagem, podemos afirmar que o gato está deitado sobre uma

superfície mais fria que seu corpo.

9 Apresente a forma de propagação de calor envolvida nas seguintes situações:

a) Aquecimento da superfície de um carro estacionado em uma vaga no Sol.
Radiação térmica.

b) Medição da temperatura corporal através de um termômetro de contato.

Condução térmica.

c) Aquecimento de um quarto através da utilização de um aquecedor.

Convecção térmica.

10 Apesar de não ser recomendado por questões de segurança, para facilitar a aber-
tura de frascos de vidro com tampa metálica é comum promover o aquecimento
da tampa. Por que o aquecimento da tampa facilita a abertura do frasco?
O vidro e a tampa metálica sofrem dilatação térmica em proporções diferentes, sendo que o metal

possui maior capacidade de dilatação do que o vidro. Portanto, ao aquecer a tampa, suas dimensões

ficam maiores, provocando um afrouxamento da sua vedação e facilitando a abertura da embalagem.

11 Entre quais temperaturas a dilatação da água possui um comportamento anô-

malo? Usamos o termo anômalo aqui no sentido de indicar que o comportamen-
to não é intuitivo ou esperado. O que seria esperado da dilatação da água se não
tivesse o comportamento anômalo?
O comportamento anômalo se manifesta entre 0 ºC e 4 ºC. O mais intuitivo seria a água elevar o seu

volume na medida em que a temperatura aumenta, mas, nesse caso, o volume diminui enquanto a

temperatura aumenta.

12 Por serem classificados como animais endotérmicos, os seres humanos conse-

guem regular sua temperatura corporal em qualquer situação climática sem a
utilização de roupas e outros hábitos comportamentais?
Não. Os seres humanos não conseguem manter a temperatura corporal adequada para o seu

metabolismo quando são expostos sem proteção a situações de extremos de temperatura,

CIæNCIAS

principalmente quando prolongadas, podendo, assim, sofrer hipertermia (no caso de temperaturas

elevadas) ou hipotermia (em situações com temperaturas baixas).

44
 UNIDADE 2

VOCÊ APRENDEU

Faça uma revisão dos principais conceitos abordados na unidade preenchendo as lacunas do mapa
conceitual.

a propagação cessa pode

quando se atinge
CALOR DILATAÇÃO TÉRMICA
provocar

pode ser CONTRAÇÃO TÉRMICA

EQUILÍBRIO propagado por

TÉRMICO

CONDUÇÃO TÉRMICA CONVECÇÃO TÉRMICA RADIAÇÃO TÉRMICA

responsável
pelo

ocorrem
somente em AQUECIMENTO
de acordo com a DA TERRA
capacidade térmica MEIOS
os materiais são MATERIAIS pode se propagar
classifcados em também no

VÁCUO

CONDUTORES

TÉRMICOS

ISOLANTES

TÉRMICOS

45
 UN

MÁQUINAS
ID
AD
E

24K-Production/Shutterstock
Habilidades da BNCC
(EF07CI01)
(EF07CI05)
(EF07CI06)

A rampa, dispositivo importante para garantir a acessibilidade de portadores de deficiências físicas, é um

plano inclinado, exemplo de máquina simples.

Introdução
Atualmente, usamos inúmeras máquinas que facilitam nosso dia a dia. Máquina
de lavar roupa, micro-ondas, automóveis, computadores, refrigeradores, entre tan-
tos outros objetos do nosso cotidiano, são apenas alguns exemplos. Mas você sabia
que o abridor de latas, a tesoura, alicates, um parafuso e até mesmo a tampa de ros-
quear de uma garrafa de refrigerante também são considerados máquinas?
As máquinas são instrumentos ou dispositivos capazes de realizar ou facilitar a
realização de uma tarefa, transmitindo ou transformando energia para atingir um
determinado objetivo.
Objetos ou instrumentos simples, como o abridor de latas, mencionado anterior-
mente, são denominados máquinas simples.
Ao longo do tempo, o ser humano foi aperfeiçoando as máquinas de acordo com
as suas necessidades, criando máquinas complexas que, de forma geral, são instru-
mentos compostos por duas ou mais máquinas simples atuando em conjunto. Elas
CIÊNCIAS

podem conter dispositivos mais tecnológicos, como os componentes eletrônicos. As

máquinas térmicas são exemplos de máquinas complexas.
Nesta unidade, você vai conhecer alguns exemplos de máquinas simples e má-
quinas térmicas e suas aplicações, assim como algumas consequências de sua utili-
zação ao longo da história.
46
 UNIDADE 3

JOGO RÁPIDO
1 Várias tarefas do nosso cotidiano ficariam muito difíceis de serem realizadas sem
a ajuda de uma máquina, sejam elas simples ou complexas. Escolha uma máqui-
na que você utiliza e explique como seria sua rotina sem a sua utilização.
Resposta pessoal. É provável que os alunos apresentem exemplos de máquinas complexas como, por

exemplo, veículos automotores, smartphones e eletrodomésticos, e concluam que as tarefas cotidianas

seriam muito mais difíceis de serem realizadas sem a utilização dessas máquinas.

Máquinas simples
Máquinas simples são instrumentos que facilitam a realização de atividades me-
cânicas ao reduzir o tempo e/ou o esforço necessário para sua execução. Elas podem
auxiliar, por exemplo, a diminuir a intensidade da força que deveria ser aplicada
para movimentar um objeto pesado.
Ao longo do tempo, desde os primórdios da humanidade, os seres humanos fo-
ram adquirindo a capacidade de criar instrumentos que facilitavam a realização de
atividades do cotidiano. As primeiras máquinas eram instrumentos muito simples,
geralmente de uma peça, capazes de realizar apenas um tipo de movimento, como
cortar e levantar um objeto. Posteriormente, esses instrumentos foram denomina-
dos de máquinas simples. A invenção e a utilização deles tiveram grande influência
no cotidiano e no desenvolvimento de grandes civilizações ao facilitar, por exemplo,
práticas agrícolas e a construção de monumentos e cidades.
Ao aplicar uma força, fazemos uma máquina simples funcionar. Alguns exem-
plos de máquinas simples são os planos inclinados, as alavancas e as rodas e rolda-
nas, como veremos nos próximos tópicos. Para
entender o funcionamento delas vamos com- Celso Pupo/Shutterstock

preender primeiro o que é força.

F F
Força pode ser definida como a interação
entre pelo menos dois corpos capaz de:
• Mudar o movimento de um corpo, alterando
ou diminuindo sua velocidade e/ou modifi-
cando a direção e o sentido de deslocamento.
• Modificar a forma de um corpo causando,
por exemplo, sua deformação.
• Sustentar um corpo.
A força é uma grandeza vetorial e seus efei-
tos são determinados por sua intensidade, Para levantar os halteres, o atleta aplica uma força na direção vertical e
no sentido de baixo para cima.
47
 direção (horizontal e vertical, por exemplo) e pelo sentido (direita, esquerda, para
cima ou para baixo, no caso da direção apresentada).
As grandezas vetoriais, além de serem representadas por um valor numérico e
uma unidade de medida, que correspondem à sua intensidade, também são acom-
panhadas por um segmento orientado de reta que determina a direção e o sentido.
Esse segmento é chamado de vetor.
No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade de medida de força é o
newton (N).
Atividade 1 | Tarefa 1

Plano inclinado
As pirâmides do Egito, mundialmente famosas, foram construídas em uma épo-
ca em que não existiam caminhões ou guindastes que pudessem levantar as pedras
de quase 15 toneladas cada. Como, então, somente com a força humana, pirâmides
que chegam a 150 metros de altura foram construídas?
Os blocos que constituem as pirâmides foram transportados utilizando-se o pla-
no inclinado: os blocos eram levados até o local da construção por meio de placas
de madeira dispostas em sequência, cada uma mais elevada que a anterior. Assim,
subidas íngremes foram vencidas.
Anastasiia-S/Shutterstock

AppleDK/Shutterstock

As pirâmides foram construídas através da utilização de planos As rampas de acesso a edifícios são exemplos de plano
inclinados. Complexo da pirâmide de Gizé, Egito. inclinado.

O plano inclinado pode ser caracterizado como uma superfície plana e rígida,
disposta de forma que suas extremidades estejam em alturas diferentes, como as
rampas.
Em uma rampa, apesar de o deslocamento ser maior, a força aplicada para mover
um corpo é menor do que a que seria necessária se esse mesmo corpo fosse elevado
CIÊNCIAS

verticalmente sem auxílio do plano inclinado.

As rampas são dispositivos importantes para garantir a acessibilidade de pessoas
portadoras de deficiências físicas ou com dificuldade de locomoção. Podemos veri-
ficar sua aplicação em outras situações também. Os caminhões guincho, por exem-
plo, utilizam rampas para elevar um veículo até a plataforma.
48
 UNIDADE 3

Apesar de não ser evidente, os parafusos também podem ser classificados como
planos inclinados. Nesse caso, o plano inclinado se encontra enrolado sobre o pró-
prio eixo do parafuso. O mesmo princípio pode ser observado nas tampas rosqueá-
veis. De forma geral, é mais fácil fixar um parafuso do que um prego ou abrir uma
garrafa com tampa com rosca.

Rsooll/Shutterstock
Designua/Shutterstock

O plano inclinado
encontra-se
enrolado no eixo
do parafuso

eixo
As embalagens com tampas rosqueáveis também
O parafuso é uma máquina simples.
utilizam o princípio do plano inclinado para facilitar sua
abertura e seu fechamento.

Alavanca
A alavanca pode ser definida como uma peça rígida, como uma barra, que pode
girar ao redor de um ponto de apoio. Dessa forma, as alavancas são capazes de au-
mentar o efeito da força que é aplicada em uma de suas extremidades. Através da
utilização de alavancas, é possível mover objetos pesados e abrir uma lata com mais
facilidade.
Nas alavancas, o local onde a força é aplicada é denominado ponto de ação, e a
força aplicada é chamada de força potente. O lugar onde se encontra o objeto que
queremos levantar, por exemplo, que corresponde ao local em que a força poderá
ter o efeito desejado, é chamado de ponto de resistência, e a força exercida por ele,
de força de resistência.
Para funcionar, a alavanca deve exercer sobre o corpo uma força maior que a força
resistente.
As alavancas podem ser de três tipos: interfixas, inter-resistentes e interpotentes.
Interfixas
Reproducão interna

Nesse tipo de alavanca,

o ponto de apoio fica entre
os pontos de aplicação das ponto de apoio
forças potente e resistente.
A distância entre o ponto de força força
aplicação da força potente e o resistente potente
ponto de apoio é muito impor-
tante: quanto mais longe esses
pontos estiverem um do outro,
maior a facilidade para mover
o objeto. Alavanca do tipo interfxa.
49
 Outros tipos de alavancas interfixas que utilizamos no nosso dia a dia são: alica-
tes, tesouras, martelos, balanças, entre outros.

Reproducão interna
O alicate é outro
força potente
exemplo de alavanca
força resistente interfxa.

força resistente
força potente

ponto de apoio

Inter-resistentes
Nesse tipo de alavanca, o ponto de apoio fica na extremidade da alavanca, e a
força resistente fica entre o ponto de apoio e a força potente.

Reproducão interna
ponto de apoio força potente

força resistente

Alavanca do tipo inter-resistente.

Alguns tipos de alavancas inter-resistentes que utilizamos no nosso dia a dia são:
os abridores de garrafas, o carrinho de mão e o quebra-nozes.
Reproducão interna

apoio força potente

força potente
força resistente
força potente
força apoio
resistente
força resistente
força potente
apoio
CIÊNCIAS

força resistente
Exemplos de alavancas do tipo inter-resistente.

50
 UNIDADE 3

Interpotentes

Reproducão interna
apoio
Nesse tipo de alavanca, a força potente está situada entre o ponto de
apoio e a força resistente. São exemplos de alavancas interpotentes: vas- força potente
souras, varinhas de pesca, pinças, grampeadores, entre outros.

Rodas e roldanas ou polias

Pense e responda: de que equipamentos constituídos por rodas você
consegue se lembrar? Desde a Antiguidade, as rodas servem para facili- força resistente
tar o deslocamento de pessoas ou cargas, pois diminuem a força de atrito Alavanca do tipo interpotente.
com o solo.

Reproducão interna
A roda é um objeto circu-
lar que pode girar em torno de
um eixo, localizado no seu cen-
tro. Dessa forma, ela consegue 50 kg
transmitir e amplificar a força
aplicada em suas extremidades
para o seu eixo.
As roldanas ou polias são ro- 50 kg
das que apresentam um sulco
ao longo de seu comprimento,
onde é acoplada uma corda ou,
em alguns casos, cabos de aço
que içam objetos e os deslocam
até certa altura. Elas podem ser
fixas ou móveis.
Roldana fxa: para levantar a carga, puxa-se a corda para baixo, o que facilita o trabalho.
Roldanas fixas

Reproducão interna
São presas a um ponto fixo
de sustentação, permanecendo sempre na mesma po-
sição. Esse tipo de roldana diminui o esforço por mu-
dar a direção da força.
40 kg 40 kg
Roldanas móveis 40 kg

Trata-se de um conjunto de roldanas, sendo uma

parte do trabalho realizada por roldanas fixas, que di-
minuem parte da intensidade do esforço, pois a outra
parte é realizada pelas roldanas móveis do conjun-
to. Com uma roldana móvel, a força necessária para
equilibrar a carga é dividida pela metade; com duas,
80 kg
é dividida por 4 vezes; com três, por 8 vezes; e assim
sucessivamente.
São exemplos de polias móveis: guindastes, apare-
lhos usados em academias de musculação, varais de
teto, entre outros.
Atividades 2 a 6 | Tarefa 2 a 7 Roldana móvel: a força necessária para levantar a carga é
menor do que seu peso.
51
 Máquinas térmicas
A descoberta do fogo foi um grande marco para a humanidade. Com o tempo, o
Saberes
integrados ser humano foi capaz de controlá-lo. Passou a utilizar a energia térmica, ou seja, a
Nas aulas de Ciências energia associada à temperatura ou à mudança de temperatura entre dois sistemas.
do oitavo ano, você vai Porém, somente no século XVIII foram desenvolvidas as máquinas térmicas, ins-
aprender mais sobre
as fontes de energia trumentos que transformavam energia térmica em energia mecânica.
e seus processos de Essas máquinas foram usadas para substituir a força muscular humana e a força
transformação.
de animais na realização de tarefas, como a extração de carvão em minas, sendo
usadas em larga escala durante a Revolução Industrial.
Atualmente, as máquinas térmicas continuam sendo amplamente utilizadas. Os
automóveis são um exemplo, assim como as usinas termoelétricas, onde o calor ge-
rado pela queima de um combustível, como o carvão mineral, o óleo diesel ou o gás
natural, é usado para aquecer e gerar vapor d’água que movimenta turbinas fazen-
do um gerador produzir eletricidade.
Xseon/Shutterstock

Funcionamento das máquinas

Para uma locomotiva a vapor funcionar, é necessário fornecer um
combustível que irá queimar e transmitir calor para a caldeira.
Estação de trem turística localizada em Jesenice, Eslovênia.
Reproducão interna
térmicas
O princípio de funcionamento de toda máqui-
na térmica é a transformação do calor, ou seja,
energia térmica, em energia mecânica, tipo
de energia relacionada ao movimento. Portanto,
enquanto houver transferência de calor dentro
do sistema que compõe uma máquina térmica e
transformação de energia, haverá movimento.
Por exemplo, nas locomotivas a vapor, o calor ge-
rado com a queima de um combustível, como o car-
vão mineral, é transferido para um compartimento

com água, denominado caldeira. Ao ser aquecida,

a água se transforma em vapor e se expande. Essa
expansão desloca os pistões, que, por sua vez, movi-
mentam todo o trem.
O inglês Thomas Newcomen (1663-1729) foi o in-
ventor da primeira máquina a vapor (1712) que aten-
dia às necessidades econômicas da época. Essa má-
quina tinha o papel de bombear a água de lençóis
subterrâneos que, por muitas vezes, os mineradores
encontravam nas escavações das minas de carvão.
Utilizando o vapor de água produzido em uma cal-
deira aquecida pela queima de carvão, criava-se um
vácuo que puxava a água que estava inundando as
CIÊNCIAS

minas. Ela ficou conhecida como a Máquina atmos-

férica de Newcomen.

Ilustração da Máquina atmosférica de Newcomen.

52
 UNIDADE 3

Com aprimoramentos na máquina de Newcomen, James Watt (1736-1819), en-

genheiro britânico, conseguiu melhorar o trabalho nas minas, diminuindo o tempo
de drenagem da água. Além disso, James Watt aplicou os princípios que condicio-
navam o funcionamento das máquinas térmicas nos maquinários das fábricas, nas
locomotivas e nos navios, entre outros.
Reproducão interna

Reproducão interna
balança
balancim

pistão

vapor
de água

água
roda de
transmissão
fogo

Fotografia da réplica da máquina a vapor de James Watt. Esquema do funcionamento da máquina a vapor de James Watt.

Máquinas térmicas e os combustíveis fósseis

Todas as máquinas precisam de uma fonte de energia para o seu funcionamento.
As primeiras máquinas criadas pelos seres humanos dependiam da energia prove-
niente do esforço físico humano e/ou de animais. Outra possibilidade era a utiliza-
ção da energia da água ou dos ventos para gerar energia mecânica. Com a criação
de máquinas térmicas e o aumento da complexidade delas, novos tipos de energia
Professor, indique o
passaram a ser utilizados para promover seu funcionamento. vídeo aos alunos para
As primeiras máquinas térmicas utilizavam madeira como combustível. Mas, que conheçam um
pouco mais sobre o
com o aumento da demanda e, consequentemente, sua escassez nas áreas indus- funcionamento das
máquinas térmicas
trializadas, o carvão mineral substituiu esse combustível. com motores movidos
O carvão mineral foi ampla- a vapor.
Petróleo Carvão Gás Hidroelétrica Nuclear Eólica Biocombustível Outras Solar
mente utilizado para fornecer a
energia necessária para o funcio- Tania Ricci
0% 10% 20% 30%
namento das máquinas térmicas Petróleo 33%
durante a Revolução Industrial. Carvão 27%
Até o início da década de 1960, Gás 24%
era considerado o combustível Hidroelétrica 6%
mais utilizado no mundo, quan-
Nuclear 4%
do foi ultrapassado pelos deriva-
Eólica 2%
dos de petróleo, como a gasolina
Biocombustível 1%
e o óleo diesel, mas ainda man-
teve uma participação expressi- Outras 1%

va dentro da matriz energética Solar 1%

mundial. Matriz Energética Mundial
Participação por Fonte (%)
Milhão tep: tonelada equivalente de petróleo
@FGV, BP Statistical Review 2020 - Publication Date: Octuber 2020 - Thiago Toledo. Priscila Carneiro.

53
 O carvão mineral e os derivados de petróleo são combustíveis fósseis, ou seja,
Saiba + são formados pela decomposição de animais e plantas ao longo de milhões de anos.
Você sabia que o óleo O tempo que eles demoram para serem formados é muito maior do que o tempo
de cozinha pode virar que levam para serem consumidos, por isso são classifcados como combustíveis
combustível? Leia a
matéria divulgada no não renováveis.
site Fiojovem da Fiocruz A utilização dos combustíveis fósseis está relacionada com o aumento da emis-
e saiba mais sobre o
assunto. Disponível são de gases poluentes, com a intensifcação do efeito estufa e, consequentemente,
em: https://www. com as alterações climáticas e aquecimento global, como você estudou na Unidade
fiojovem.fiocruz.br/
oleo-de-cozinha-vira- 4 do Caderno 1.
combustivel. Acesso Uma alternativa para a substituição dos combustíveis fósseis são os combustí-
em: 30 jul. 2021.
veis renováveis, que são aqueles produzidos em um curto período. De forma ge-
ral, os combustíveis renováveis são menos poluentes que os combustíveis fósseis.
O etanol, o biogás e o biodiesel são exemplos de combustíveis renováveis.
Professor, indique o
vídeo aos alunos, com
algumas possibilidades
sobre como serão os FOCO NA...
carros no futuro.

AUTONOMIA RESPONSABILIDADE CRIATIVIDADE EMPATIA COOPERAÇÃO SOLIDARIEDADE COMUNICAÇÃO

Professor, além de
propor uma reflexão
sobre os problemas
relacionados ao dade do ar?
desenvolvimento
e à utilização de
formas de locomoção
poluentes, que, na
maioria das vezes,
envolvem a utilização
de combustíveis
fósseis, esta seção
tem como objetivo
incentivar a percepção
dos alunos sobre
a responsabilidade
com relação aos
próprios hábitos de
deslocamento e ao
senso de cidadania para
construção de um lugar
com mais qualidade de
vida.
CIÊNCIAS
Mobilidade Urbana Sustentável: por que impacta na quali-
[...]
Os problemas ambientais são um desafio que afeta todas as cidades
do mundo. Mesmo aqueles locais mais distantes dos grandes centros ur-
banos estão sentindo as mudanças provocadas pela poluição do ar. Por
isso, a mobilidade urbana sustentável é uma solução de grande valor,
cada vez mais buscada por aqueles que se preocupam com o equilíbrio
entre os avanços tecnológicos e meio ambiente.
Apesar de influenciar muito, o uso de veículos não é o único fator que
agrava a situação climática.
Tendências, como a intensificação da urbanização ou mesmo comodi-
dades, como fazer encomendas e receber as entregas em casa, se tornam
um obstáculo constante para manter um ar limpo. Por esse motivo, a mo-
bilidade e a sustentabilidade devem, mais do que nunca, andar juntas.
[...]
A mobilidade urbana sustentável envolve a implantação de sistemas
sobre trilhos, entre os quais se encontram os metrôs, trens e VLTs [o Veí-
culo Leve sob Trilhos]. Juntamente a esses transportes, ela também está
integrada a calçadas mais confortáveis, niveladas, bem como esteiras ro-
lantes, ciclovias. A ideia é a criação de infraestrutura para meios de loco-
moção alternativos de maneira que eles sejam acessíveis.

[...]
O aumento da concentração de CO2 é um fator diretamente relacionado ao
aquecimento global, o que faz dele o inimigo número 1 da proteção climática.
Assim, a forma de ajudar a reduzir os impactos causados por ele e
melhorar a qualidade do ar é mitigando e combatendo a emissão desse

54
 UNIDADE 3

gás em todas as áreas possíveis. Dessa forma, é possível beneficiar tanto

as pessoas quanto o meio ambiente.
Existem diversas maneiras de fazer isso, desde a conscientização indi-
vidual até o desenvolvimento de novas tecnologias que ajudam os grandes
centros urbanos tanto em eficiência quanto em sustentabilidade.
[...]
Os chamados carros híbridos são o caminho para quem quer unir sus-
tentabilidade, eficiência e economia em um único veículo [...].
ESTADÃO. Mobilidade Urbana Sustent‡vel: por que impacta na qualidade do ar? Disponível em:
https://mobilidade.estadao.com.br/mobilidade-para-que/mobilidade-urbana-sustentavel-por-que-
impacta-na-qualidade-do-ar/. Acesso em: 30 jul. 2021.

1 De acordo com o texto, o que é mobilidade urbana sustentável? Qual a impor-

tância de novas tecnologias para o seu alcance?
De acordo com o texto, a mobilidade urbana sustentável é uma solução para conciliar a necessidade

de se deslocar nas grandes cidades e os avanços tecnológicos com a proteção ao meio ambiente. Ela

envolve mudanças na forma de deslocamento, como a implantação e expansão de transportes sobre

trilhos, ciclovias, calçadas adequadas e o desenvolvimento de novas tecnologias menos poluentes,

como, por exemplo, os carros elétricos e híbridos.

2 De acordo com o texto, alcançar a mobilidade urbana sustentável também é um

aspecto de conscientização individual. Que ações individuais você acredita se-
rem importantes para o desenvolvimento da mobilidade urbana sustentável?
Resposta pessoal. É esperado que os alunos apontem comportamentos individuais, como aderir a

formas de transporte coletivos, ao uso de ciclovias, caminhadas, favorecer a compra nos comércios

locais para evitar a necessidade de grandes deslocamentos para aquisição de produtos, entre outros

comportamentos.

ATUALIDADES
Automação deve acabar com 85 milhões de empregos nos pró-
ximos 5 anos, diz relatório do Fórum Econômico Mundial
[...]
Relatório divulgado pelo Fórum Econômico Mundial prevê que, até 2025,
a automação e a divisão do trabalho entre humanos e máquinas fecharão 85
milhões de empregos no mundo em empresas de médio e grande porte em 15
setores e 26 economias, incluindo o Brasil.
Funções em áreas como processamento de dados, contabilidade e suporte
administrativo são as que mais devem perder empregos à medida que a auto-
mação e a digitalização no local de trabalho aumentam.
Mais de 80% dos executivos estão acelerando os planos para digitalizar
processos de trabalho e implantar novas tecnologias, e 50% dos emprega-
55
 dores pretendem acelerar a automação de algumas funções. Em contraste
com os anos anteriores, a criação de empregos está diminuindo, enquanto o
fechamento de vagas está acelerando.
“A Covid-19 acelerou a chegada do futuro do trabalho”, disse Saadia Zahi-
di, diretora-executiva do Fórum Econômico Mundial.
[...]
Cerca de 43% das empresas pesquisadas disseram que vão reduzir sua
força de trabalho devido à tecnologia, 41% planejam expandir a contratação
dentro de funções especializadas e 34% pretendem aumentar a força de tra-
balho por causa da integração trazida pela tecnologia.
Até 2025, os empregadores irão dividir igualmente o trabalho com as má-
quinas. As funções que potencializam as habilidades humanas serão mais
demandadas. O uso de máquinas será focado principalmente no processa-
mento de dados, tarefas administrativas e trabalhos manuais de rotina.
Por outro lado, 97 milhões de empregos devem surgir nas seguintes áreas:
cuidados com saúde; tecnologias da Quarta Revolução Industrial; dados e
inteligência artificial; criação de conteúdo; novas funções em engenharia;
computação em nuvem; desenvolvimento de produtos.
Tarefas que demandem gerenciamento, aconselhamento, tomada de
decisão, raciocínio, comunicação e interação terão grande demanda, apon-
ta o relatório.
[...]
O relatório mostra que quase 50% dos trabalhadores que permanecerem
em suas funções nos próximos cinco anos precisarão de requalificação.
[...]
Professor, o
desenvolvimento A pesquisa também indicou um número crescente de pessoas mudando
da atividade é uma de carreira, principalmente para a área de dados, inteligência artificial, ven-
forma de trabalhar a
habilidade EF07CI06, das, criação de conteúdo e produção, mídias sociais e engenharia.
ao propor uma O relatório mostra ainda que as habilidades como pensamento crítico,
reflexão sobre como
o desenvolvimento análise e resolução de problemas já são as mais valorizadas. E entraram na
da tecnologia tem lista as habilidades de autogestão, como resiliência, tolerância ao estresse e
proporcionado
mudanças e avanços flexibilidade.
da sociedade, mas CAVALLINI, M. Automação deve acabar com 85 milhões de empregos nos próximos 5 anos, diz
também produzido relatório do Fórum Econômico Mundial. G1, 20 out. 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/
alterações, como economia/concursos-e-emprego/noticia/2020/10/21/automacao-deve-fechar-85-milhoes-de-empregos-
as ocorridas no diz-relatorio-do-forum-economico-mundial.ghtml. Acesso em: 30 jul. 2021.
mercado de trabalho.
Incentive-os a pensar
em estratégias Para pensar e discutir com seus colegas de sala:
para solucionar os
problemas associados • Quais são os impactos negativos e positivos relacionados ao processo de automa-
à automação do ção do mercado de trabalho?
mercado de trabalho e
a reconhecer pontos
positivos do processo,
• Você conhece algum tipo de trabalho que atualmente é realizado por máquinas e
como a substituição anteriormente era realizado pelos seres humanos?
• Que estratégias podem ser adotadas para evitar os efeitos negativos do processo
da mão de obra
humana em empregos
considerados de risco de automação do mercado de trabalho?
ou em atividades
• De que forma a automação pode direcionar a escolha de sua carreira de trabalho
CIÊNCIAS

excessivamente
repetitivas e
desgastantes. no futuro?

Atividades 7 a 10 | Tarefa 8 a 10

56
 UNIDADE 3

ATIVIDADES
1 Diferencie máquinas simples e máquinas complexas.
Máquinas simples são instrumentos compostos, geralmente, de apenas uma peça, capazes de realizar

um tipo de movimento, como cortar ou levantar um objetivo, que facilitam a realização de atividades

mecânicas ao reduzir o tempo e/ou o esforço necessário para sua execução. As máquinas complexas

são instrumentos compostos por duas ou mais máquinas simples atuando em conjunto. Elas podem

conter dispositivos tecnológicos, como os componentes eletrônicos.

2 Qual o princípio de funcionamento do plano inclinado? Apresente uma aplicação

dessa máquina simples no seu cotidiano.
O plano inclinado pode ser caracterizado como uma superfície plana e rígida, disposta de forma que

suas extremidades estejam em alturas diferentes. Apesar do deslocamento ser maior, através dessas

características é possível elevar ou descer um objeto no plano inclinado aplicando uma força menor do

que se a tarefa fosse feita na vertical.

3 Ao tentar levantar um objeto do chão utilizando uma alavanca do tipo interfixa,

um homem aplicou uma força na outra extremidade, local denominado ponto de
ação. No entanto, apesar do esforço, o objeto não se moveu do lugar. Depois de
solicitar a ajuda de um colega, juntos eles aplicaram uma força no mesmo local, e
dessa forma o objeto foi retirado do chão. Considerando os princípios de funcio-
namento das alavancas, responda:
a) Por que na primeira tentativa o homem não conseguiu mover o objeto?
Porque a força que a alavanca exerceu no objeto foi menor do que a força de resistência.

b) Se ele estivesse sozinho, considerando a distância entre o ponto de ação e o ponto de

apoio, como ele poderia tentar resolver o problema?
Uma possível solução seria aumentar a distância entre o ponto de apoio e o local de aplicação da

forma potente.

4 Identifique o tipo de alavanca representado na imagem:

Yellow Cat/Shutterstock

Alavanca interpotente.

57
 5 As gangorras, brinquedos comuns em parques de diversão, são consideradas má-
quinas simples de que tipo? Desenhe um esquema para justificar sua resposta.
Alavancas interfixas.

6 Cite as vantagens da utilização de roldanas fixas e móveis.

As roldanas fixas facilitam a realização de um esforço por mudar a direção da força que seria necessária.

Já as roldanas móveis diminuem a intensidade do esforço necessário para sustentar um corpo.

7 Qual o princípio de funcionamento das máquinas térmicas?

O princípio de funcionamento de toda máquina térmica é a transformação do calor, ou seja, energia

térmica, em energia mecânica, tipo de energia relacionada ao movimento. Portanto, enquanto houver

transferência de calor dentro do sistema que compõe uma máquina térmica e transformação de energia,

haverá movimento.

8 Explique como as máquinas térmicas podem estar relacionadas ao aquecimento

global.
O carvão mineral foi amplamente utilizado para fornecer a energia necessária para o funcionamento

das máquinas térmicas durante a Revolução Industrial. Até o início da década de 1960, era considerado

o combustível mais utilizado no mundo, quando foi ultrapassado pelos derivados de petróleo, como a
CIæNCIAS

gasolina e o óleo diesel. O carvão mineral e os derivados de petróleo são combustíveis fósseis, e sua

utilização está relacionada com o aumento da emissão de gases poluentes, com a intensificação do

efeito estufa e, consequentemente, com as alterações climáticas e o aquecimento global.

58
 UNIDADE 3

Leia o texto e responda às perguntas 9 e 10.

[...]
Até a Revolução Industrial, a madeira era uma das fontes primárias de
energia mais importantes para a realização das atividades humanas. Após
a Revolução Industrial, começa a ser substituída paulatinamente pelos com-
bustíveis fósseis, que apresentam vantagens no transporte, manuseio e con-
sumo em relação à madeira. Primeiramente, pelo carvão mineral, na 1a Revo-
lução Industrial. Depois, pelo petróleo e seus derivados, além da inserção da
eletricidade como fonte de energia, na 2a Revolução Industrial.
[...]
MANZONI, L.P. BARROS, T.D. Madeira para energia. Disponível em: https://www.agencia.cnptia.
embrapa.br/gestor/agroenergia/arvore/CONT000gcg1gusg02wx5ok0rofsmqn47zi4f.html. Acesso em:
29 jul. 2021.

9 Que outro motivo, não mencionado no texto, está relacionado com a substituição
da utilização da madeira pelo carvão mineral durante a Revolução Industrial na
Europa?
Um dos motivos para substituição da utilização da madeira por carvão mineral na Europa durante a

Revolução Industrial foi a escassez do recurso na região provocada pela intensa utilização.

10 Considerando a resposta apresentada na pergunta anterior, é possível que isso

aconteça com os combustíveis derivados do petróleo? Em sua opinião, qual seria
a solução ou a forma de prevenir esse problema?
É esperado que os alunos respondam que, devido à intensa utilização dos derivados de petróleo e

pelo fato deles serem combustíveis fósseis e, portanto, não renováveis, é possível que suas reservas

aptas para exploração sejam esgotadas. Entre as possíveis soluções apresentadas estão: a redução do

consumo, a utilização de combustíveis renováveis e o investimento em pesquisa e desenvolvimento

para criação de dispositivos que utilizem outras formas de energia.

59
 TAREFA
1 Apresente exemplos de utilização das máquinas simples no seu cotidiano.
A utilização de rampas, de abridores de lata e garrafa, as tesouras, entre outros.

2 Por que os parafusos e as tampas com rosca também podem ser considerados
máquinas simples?
As tampas rosqueáveis e os parafusos podem ser considerados máquinas simples porque facilitam

a realização de atividades mecânicas. Além disso, podem ser entendidos como planos inclinados

enrolados em si mesmos.

3 Qual o tipo de roldana (fixas ou móveis) mais indicado para erguer um objeto
muito pesado? Justifique.
A roldana móvel é a mais indicada porque divide a força necessária para elevar o objeto pela metade.

Quanto mais roldanas móveis forem acopladas para elevar o objeto, mais fácil ficará a tarefa.

4 Uma pessoa quer elevar um objeto cuja força de resistência corresponde a 80N
aplicando uma força de 10N. Sabendo que ela utilizará uma roldana fixa no final
do equipamento, quantas roldanas móveis serão necessárias?
3 roldanas móveis.

5 Associe as máquinas simples estudadas nesta unidade às imagens:

a) Roda.
Nampix/Shutterstock

b) Plano inclinado.
Bill45/Shutterstock

c) Alavanca e roda.
Ljupco Smokovski/Shutterstock
CIÊNCIAS

60
 UNIDADE 3

6 Atribuímos ao filósofo grego Arquimedes (287 a.C.-212 a. C.) a seguinte frase: “dê-
-me uma _____ e um ponto de apoio e moverei o mundo”.
Que tipo de máquina simples completa corretamente a frase?
A alavanca.

7 Crie e registre um esquema de um modelo de máquina simples ou complexa (uti-

lizando pelo menos dois tipos de máquinas simples em sua composição) que o
ajudaria na realização de alguma tarefa do seu cotidiano.

Resposta pessoal. Professor, verifique apenas se os princípios das máquinas simples estão sendo
empregados corretamente.

8 Apresente um exemplo de máquina térmica utilizada no seu dia a dia e, se hou-

ver, os impactos ao meio ambiente que podem estar relacionados com sua utili-
zação.
Resposta pessoal. É provável que os alunos citem os carros e/ou outros meios de transporte que

funcionam através de motores movidos a combustão. Nesse caso, é esperado que os alunos citem a

poluição do ar e a intensificação do efeito estufa como impactos ambientais relacionados à sua utilização.

9 Faça uma pesquisa e depois responda: qual a importância do desenvolvimento

de fontes de energia alternativas ao petróleo no atual cenário ambiental?
É esperado que, após a pesquisa, os alunos respondam que o desenvolvimento de fontes de energia

alternativas ao petróleo pode ajudar a diminuir a emissão de gases poluentes e intensificadores do

efeito estufa que estão relacionados ao aquecimento global. Além disso, é possível que os alunos

apontem que novas tecnologias podem ser mais eficientes do ponto de vista energético do que o

petróleo.

10 Em sua opinião, como o desenvolvimento de novas tecnologias pode impactar o

mercado de trabalho no futuro? Quais estratégias podem ser adotadas para redu-
zir seus impactos?
Resposta pessoal. Após o desenvolvimento da atividade da seção “Atualidades”, é esperado que os

alunos apontem que a tecnologia tem proporcionado alterações no mercado de trabalho ao extinguir

empregos que antes eram realizados pelos seres humanos, mas que existem estratégias que podem

ser adotadas para reduzir o impacto da automação na oferta de vagas de emprego, como a qualificação

profissional e o crescimento de outras áreas de trabalho.

61
 VOCÊ APRENDEU

Faça uma revisão dos principais conceitos abordados na unidade preenchendo as lacunas do mapa
conceitual.

MÁQUINAS

facilitam a
realização de

ATIVIDADES MECÂNICAS

podem ser

SIMPLES COMPLETAS

são exemplos como as

ALAVANCAS
MÁQUINAS TÉRMICAS

que utilizam
PLANO

INCLINADO
COMBUSTÍVEIS

RODAS E

ROLDANAS
classifcados em

FÓSSEIS OU NÃO RENOVÁVEIS RENOVÁVEIS

CIÊNCIAS

estão relacionados ao

AQUECIMENTO GLOBAL

62

PARA FINALIZAR
1 Leia as afirmações a seguir, relacionadas às dife-
rentes escalas termométricas:
I. Na escala Celsius, atribui-se ao ponto de fusão do
gelo 0 °C e ao ponto de ebulição da água 100 ° C.
II. Na escala Fahrenheit, o ponto de fusão do
gelo corresponde a 32 °F.
III. 1 °C equivale a 32 K.
Estão corretas as afirmativas:
a) I, II e III.
b) I e II.
c) I e III.
d) Somente a I.
e) Somente a III.
2 Em um ambiente controlado, um termômetro
marca a temperatura ambiente de 25 °C. Após
um tempo, se a temperatura subir para 30 °C, o
que acontece com o marcador do termômetro?
a) Eleva-se até atingir o equilíbrio térmico com o
ambiente.
b) Mantém-se a 25 °C, qualquer que seja a
temperatura ambiente.
c) Tende a reduzir-se continuamente,
independentemente da temperatura ambiente.
d) Eleva-se, mas não atinge a nova temperatura do
ambiente.
e) Tende a atingir o valor mínimo da escala do
termômetro.
3 Ao olhar uma receita em inglês pela internet,
Maria viu que o prato ia ao forno por 20 minu-
tos a 392 °F. Qual é a temperatura necessária em
graus Celsius para fazer a receita?
a) 100 °C
b) 180 °C
c) 200 °C
d) 280 °C
e) 300 °C
UNIDADE 3
4 Complete as afirmações a seguir.
A ______________ térmica é o processo pelo
qual o Sol aquece nosso planeta.
A transmissão de calor por __________________
é facilitada pelo uso de panelas de metal.
O processo de _______________explica por que
os aparelhos de ar-condicionado devem ficar na
parte superior de um cômodo.
De acordo com os princípios físicos dos proces-
sos de transmissão de calor, assinale a alternati-
va que contém as palavras que completam cor-
retamente as frases anteriores na ordem apre-
sentada.
a) condução, convecção, irradiação
b) convecção, irradiação, condução
c) irradiação, convecção, condução
d) irradiação, condução, convecção
e) condução, irradiação, convecção
5 Considere a seguinte situação: uma pessoa pre-
para um chá quente, mas quer tomá-lo gelado
e, para isso, acrescenta algumas pedras de gelo.
Explique como ocorre a troca de calor entre
o chá quente e o gelo. Se o chá não for tomado, o
que acontecerá com ele?
O chá quente cede parte de sua energia térmica para o gelo,
e a agitação de suas moléculas diminui; já o gelo derrete
ao receber a energia térmica do chá, e a agitação de suas
moléculas vai aumentando com essa troca. Se o chá não
for tomado, as trocas de calor entre gelo, chá e o ambiente
cessarão quando todos tiverem a mesma temperatura, nesse
caso, a temperatura ambiente.
63
 PARA FINALIZAR
6 Nos estudos sobre calor e temperatura, o con-
ceito de equilíbrio térmico é muito importante.
Explique o que ele significa.
Equilíbrio térmico é a equivalência de temperatura entre dois
corpos que ocorre como consequência da transmissão de
energia térmica daquele que apresenta maior temperatura
para o que apresenta menor temperatura.
7 Complete a sentença seguinte com os termos
adequados referentes ao fenômeno de dilata-
ção térmica.
A dilatação térmica ocorre quando se
eleva a temperatura de um corpo,
ou seja, o nível de agitação térmica , que pro-
voca o aumento das suas dimensões ,
em decorrência do aumento da dis-
tância média entre as partículas que constituem
esse corpo.
8 Os raios solares são responsáveis pelo aqueci-
mento da Terra. Parte deste calor incide sobre
a superfície do nosso planeta e retorna para o
espaço. Outra parte, no entanto, fica retida nas
camadas mais baixas da atmosfera, mantendo a
Terra aquecida.
Qual forma de propagação de calor participa do
fenômeno natural descrito no texto acima?
a) Convecção térmica
b) Condução térmica
c) Irradiação térmica
d) Dilatação térmica
9 Quais são os principais exemplos de máquinas
simples?
Os principais exemplos de máquinas simples são: rodas e
roldanas (polias), alavancas e planos inclinados.
10 Com que tipo de combustível as primeiras má-
quinas térmicas eram alimentadas?
a) Fogo.
b) Vapor de água.
Nome:
c) Gás natural.
d) Gasolina.
e) Carvão.
11 Ao longo da história, o aumento da complexi-
dade das máquinas muitas vezes esteve relacio-
nado com a substituição da energia necessária
para o seu funcionamento. As primeiras máqui-
nas criadas pelos seres humanos, por exemplo,
utilizavam a energia do próprio trabalho huma-
no, ou do vento e da água para funcionar. Com
o desenvolvimento de máquinas mais moder-
nas, como as máquinas térmicas, novas formas
de energia começaram a ser utilizadas, como a
proveniente da queima da madeira e do carvão
mineral e, posteriormente, dos combustíveis
derivados do petróleo. Com isso, a utilização das
máquinas térmicas, apesar de ter facilitado a
realização de diversas tarefas, também está re-
lacionada a problemas ambientais.
Assinale a alternativa que apresenta um impac-
to ambiental negativo relacionado ao mecanis-
mo de funcionamento das máquinas térmicas.
a) Desmatamento.
b) Desertificação.
c) Emissão de gases poluentes na atmosfera.
d) Poluição dos recursos hídricos.
12 Considerando seu conhecimento sobre má-
quinas térmicas e os combustíveis necessários
para o seu funcionamento, assinale a alternativa
correta:
a) As máquinas térmicas funcionam apenas através
da utilização de combustíveis fósseis.
b) Os derivados de petróleo e o carvão mineral são
classificados como combustíveis renováveis.
c) A utilização de máquinas a vapor não está
relacionada à emissão de gases poluentes para a
atmosfera.
d) A utilização de combustíveis renováveis, como
o biogás e o biodiesel, pode ser uma alternativa
para diminuir a emissão de gases poluentes
provenientes da utilização de máquinas
térmicas.
764969