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FORMULA
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L’Braun
Farmácia de Manipulação
COMPLEXO CONTROLADOR DA PSORÍASE LIVRE DE CORTICOIDES
Base Cold Cream - A emulsão tipo A/O quando aplicada forma um filme oleoso protetor que permanece sobre a
pele após a evaporação da água. Segundo Costa (2012) eles são úteis como verdadeiros poupadores de corticoides,
vez que foi demonstrado que o uso de dipropionato de betametasona 2 vezes/dia teria o mesmo efeito que o uso
desse medicamento 1 vez/dia associado a um hidratante A/O diariamente.
A base de creme hidratante Cold Cream é capaz de reduzir a perda de água trans-epidérmica, corrigir a barreira
lipídica da pele, reduzir a permeabilidade e a aspereza da pele, resultando em melhora dos sinais da psoríase, com
redução das recidivas das lesões.
Ureia – Utilizada como uma das principais substancias no desenvolvimento de hidratantes fisiológicos, a ureia
apresenta efeito higroscópico, umectante, proteolítico e antipruriginoso e a depender de sua concentração pode ser
queratolítico. Estudos comprovam que este ativo afina a epiderme em até 20%. Addor et. al. (2009), através de
análises corneométricas apontam que o creme com 5% de ureia mantém os níveis crescentes de hidratação no
tempo, com uma leve queda entre 4 e 6 horas. A concentração de 10% exibe uma melhora da hidratação que
continua até 6 horas. Todavia a concentração de 10%, a partir
da primeira hora, apresentou sintomas relacionados à irritação (ardência, formigamento e prurido). Costa (2012) aponta que há
diminuição de reação irritante ao lauril-sulfato após o uso de hidratante com ureia por 20 dias, o que não ocorreu com o uso de outros
hidratantes sem ureia e que hidratantes à base de ureia acima de 5% devem ser evitados na pele sensibilizada, pois podem causar irritação
e ardência. Ele também destaca que a ureia é capaz de aumentar a absorção de outras substancias ativas, fato este que a coloca na
condição de substância proscrita para gestantes na concentração de uso tópico acima de 3%.
Ácido salicílico – Classificado como beta-hidroxiácido este ativo não é solúvel em água. Tem ação antisséptica
e apresenta alta penetração no meio lipofílico da pele e glândulas sebáceas, tornando-se muito útil no tratamento da
psoríase e outros problemas dermatológicos como queratose papilar, verrugas e dermatite seborreica. Secundo
Costa (2012) em concentrações abaixo de 3%, age como um ativo queratoplásico, isto é, que normaliza a
queratinização. Nas concentrações de 3 a 5% é queratolítico e facilita a penetração tópica de outros agentes. Na
psoríase é indicado nas lesões espessas ou
descamativas. A absorção do ácido salicílico é maior e mais rápida nas lesões de psoríase do que em indivíduos com pele saudável, e
parece ser dose-dependente. Alguns hidratantes como a ureia, juntamente com os agentes queratolíticos, aumentam a penetração de
fármacos aplicados topicamente para o tratamento da psoríase. Essas substâncias modificam as propriedades elétricas do estrato córneo,
além de apresentar um efeito anti-inflamatório na psoríase.
Pantenol - diminui o rubor mediante a melhora da função de barreira da pele.
Seu efeito de melhora na barreira cutânea é exercido ao aumentar a síntese de ácidos graxos.
É hidrossolúvel, estável e de baixo peso molecular que penetra com facilidade o estrato
córneo e, quando utilizado por via tópica, é muito bem tolerado. O Pantenol melhora a
função de barreira mediante a hidratação e umectação, promove proliferação fibroblástica e
reepitelização, efeitos que potencializam a cicatrização. Essas características conferem ao
Pantenol propriedades protetora,
anti-inflamatória, hidratante e antipruriginosa. Além dessas características esse ativo ajuda a recompor o estrato córneo, conferindo a pele
um tato mais suave, alivio da sensação de tensão e maior flexibilidade. (COSTA, 2012).
Embora comumente considerado um ingrediente suave, as reações de hipersensibilização a toda a planta e produtos contendo
Matricaria recutita foram observados em alguns usuários sem informação sobre os prováveis agentes causais. Rajeshwar et. Al. (2021)
através de ensaios químicos de testes integrados para estabelecer a segurança dos ingredientes botânicos constituintes da Matricaria
recutita detectaram que o alfa bisabolol compõe a classe dos componentes não sensibilizantes.
No mercado farmacêutico ainda não consta o uso do alfa bisabolol como agente anti-inflamatório na concentração de
DERMAPSO® para o tratamento dos sinais e sintomas da psoríase. Diante da recente evidencia de Rajeshwar et. Al. (2021) já citada e da
já comprovada mostra que o alfa bisabolol também causa a supressão da produção de óxido nítrico e a inibição da expressão dos genes da
ciclooxigenase-2 e prostaglandinas (necessários na cascata inflamatória). A proposta de inovação tecnológica de utilizar alfa bisabolol a
2% como o ativo anti-inflamatório no tratamento da psoríase encontra suporte técnico cientifico para sua aplicação.
Referências.
Addor, F. A. S.; Schalka, S.; Pereira, V. M. C.; Folino, B. B. Correlação entre o efeito hidratante da ureia em diferentes
concentrações de aplicação: estudo clínico e corneométrico. Disponivel em:
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/05/884530/2009_5.pdf Acesso em 17 Set. 2021.
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Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 2.ed. Brasília: Anvisa, 2012. 224 p.
Costa, Adilson. Tratado internacional de cosmecêuticos. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2012.
Habif, Thomas P. Dermatologia clínica: guia colorido para diagnóstico e tratamento. Rio de Janeiro. Elsevier, 2012.
Rajeshwar P. Verma, Zemin Wang, Cristina Avonto, Jongmin Ahn, Shabana Khan, Ikhlas A. Khan, Amar G. Chittiboyina,
Nakissa Sadrieh. Skin sensitization potential of German chamomile – a case study for integrated testing approaches
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Acesso em 18 de set 2021.
SOUZA, E. R. L.; GOMES, N. M. L.; CRUZ, J. H. A.; SANTOS, J. F. D.; OLIVEIRA FILHO, A. A..
Propriedades farmacológicas do Sesquiterpeno α - Bisabolol: uma breve revisão. Disponível em
file:///C:/Users/Win10/Downloads/3183-Texto%20do%20artigo-19355-3-10-20210104%20(2).pdf Acesso em 18 set 2021.
Insumos e orientações para a preparação da formulação.
Creme para Psoríase
Base Cold Cream
Componentes Quantidade Função
Fase A (aquosa)
Agente alcalinizante; conservante antimicrobiano; agente tampão;
Borato de sódio 1g desinfetante; agente emulsificante; agente estabilizador.
Solução conservante de parabenos 3,3 g Atividade antimicrobiana contra leveduras e bolores e contra
bactérias gram-positivas
Água purificada qsp 100 g Solvente
Fase B (oleosa)
Total 169,5 g
Ativos
Ureia 5% Agente umectante
Ácido salicílico 3% Queratolítico
Pantenol 2% Umectante, repositor de lipídios fisiológicos
Alfa bisabolol 2% Anti inflamatório
Aquecer separadamente a Fase B (oleosa) a 75 °C e a Fase A (aquosa) a 80 °C. Verter a fase aquosa sobre a
fase oleosa, mantendo a temperatura. Agitar moderadamente até a formação de emulsão, evitando a incorporação
de ar. Diminuir a velocidade de agitação e resfriar até temperatura ambiente.
Aditivação dos princípios ativos.
Para preparar 150g de Creme DERMAPSO® será necessário:
132g de Base Cold Cream;
7,5g Ureia;
4,5g Ácido salicílico;
3g Pantenol;
3g Alfa bisabolol.
Triturar a ureia em um gral até obter um pó fino e reservar. Triturar o ácido salicílico em um gral até obter um pó
fino e dispersar o ácido salicílico no propilenoglicol. Incorporar ambos ao creme base Cold Cream aos poucos,
acrescentar o pantenol e o alfa bisabolol, misturar até homogeneização.
Embalagem e armazenamento.