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Laboratório de

Imunologia Clínica
Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Dr.ª Bruna Amorin

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin

Revisão Técnica:
Prof.ª Dr.ª Niara da Silva Medeiros
Introdução ao Estudo
de Imunologia Clínica

• Revendo Imunologia Básica;


• Fundamentos, Técnicas e Aplicações dos
Métodos Imunológicos de Diagnóstico;
• Laudos Sorológicos.


OBJETIVOS

DE APRENDIZADO
• Revisar conceitos de Imunologia básica;
• Conhecer os Fundamentos dos Métodos Imunológicos de Diagnóstico;
• Diferenciar as Técnicas dos Métodos Imunológicos de Diagnóstico;
• Conhecer os parâmetros e os aspectos de controle de qualidade em Testes Sorológicos;
• Interpretar laudos e resultados de Testes Sorológicos, bem como as observações possíveis
presentes nos laudos.
UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica

Revendo Imunologia Básica


Antes de começarmos a estudar Imunologia Clínica, vamos relembrar alguns concei-
tos da Imunologia Básica que são importantes.

Como você já estudou, a função fisiológica do Sistema Imune é a defesa contra micror-
ganismos infecciosos. Entretanto, substâncias não infecciosas podem também desencadear
uma resposta imune.

Sob determinadas situações, mesmo moléculas próprias podem desencadear respostas


imunes, que são denominadas doenças autoimunes, quando autoanticorpos reconhecem
moléculas próprias como sendo agressoras.

Além disso, mecanismos que normalmente protegem os indivíduos contra infecção e


eliminam substâncias estranhas também são capazes de causar lesão tecidual e doenças
em algumas situações.

Sendo assim, a Imunologia é o estudo de respostas imunes em seu sentido mais amplo
e de eventos celulares e moleculares que ocorrem após um organismo encontrar micror-
ganismos e outras macromoléculas estranhas.

Imunidade inata e adaptativa


A defesa contra microrganismos é mediada pelas reações iniciais da imunidade inata
e tardiamente pela imunidade adaptativa.

As respostas imunes inatas e adaptativas são componentes de um Sistema interligado


de defesa do hospedeiro no qual numerosas células e moléculas funcionam conjuntamente.

A imunidade inata fornece defesa inicial contra infecções, porém, muitos microrga-
nismos patogênicos são resistentes à imunidade inata e sua eliminação necessita dos
mecanismos da imunidade adaptativa.

A imunidade inata fornece a primeira linha de defesa contra microrganismos. Ela


consiste em mecanismos de defesa celular e bioquímica que estão preparados para res-
ponder rapidamente às infecções.

Os mecanismos da imunidade inata são específicos para as estruturas que são co-
muns a grupos de microrganismos relacionados e podem não distinguir pequenas dife-
renças entre microrganismos.

Os principais componentes da imunidade inata são:


• Barreiras físicas e químicas, tais como epitélio e agentes antimicrobianos produzi-
dos nas superfícies epiteliais;
• Células fagocíticas (neutrófilos, macrófagos), células dendríticas, células assassinas
naturais (NK, natural killer) e células linfoides;
• Proteínas sanguíneas, incluindo membros do Sistema Complemento e outros me-
diadores da inflamação.

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Contrapondo-se à imunidade inata, existem outras respostas imunes que são esti-
muladas pela exposição a agentes infecciosos e aumentam a magnitude e a capacidade
defensiva em cada exposição subsequente a um microrganismo particular.

Pelo fato de essa forma de imunidade se desenvolver como resposta à infecção e se


adaptar a ela, é denominada imunidade adaptativa, que também é chamada de imu-
nidade específica.

Duas características principais dessa imunidade são: habilidade de distinguir entre


diferentes substâncias, ou seja, a imunidade adaptativa é específica, e a habilidade de
responder vigorosamente a exposições repetidas ao mesmo organismo, conhecida
como memória imunológica.

Os componentes da imunidade adaptativa são células denominadas linfócitos e seus


produtos secretados, tais como os anticorpos e as citocinas.

Os linfócitos do tipo TCD4+, também chamados de Linfócitos Auxiliares (helper) e


TCD8+ também chamados de citotóxicos, fazem parte da resposta imune celular e os
linfócitos B são constituintes da resposta imune humoral.

Esses dois tipos de respostas adaptativas você vai relembrar a seguir.

Tipos de respostas imunes adaptativas


Existem dois tipos de respostas imunes adaptativas, denominadas imunidade humoral
e imunidade celular, que são diferentes medidas para eliminar diferentes tipos de pató-
genos do organismo.

A imunidade humoral é mediada por moléculas no sangue e secreções mucosas


denominadas anticorpos, que são produzidos por linfócitos B.

Os anticorpos reconhecem antígenos microbianos, neutralizam e focam nos micror-


ganismos para eliminação por vários mecanismos efetores.

A imunidade humoral é o principal mecanismo de defesa contra microrganismos ex-


tracelulares e suas toxinas, pois os anticorpos podem se ligar a eles e auxiliar na eliminação.

A imunidade mediada por célula, também chamada de imunidade celular, é me-


diada por linfócitos T. Os microrganismos intracelulares, tais como vírus e algumas
bactérias, sobrevivem e proliferam dentro de células do hospedeiro.

A imunidade mediada por células promove a destruição de microrganismos que resi-


dem intracelularmente, porém destroem também a célula infectada.

Alguns linfócitos T também contribuem destruindo microrganismos extracelulares


por meio de recrutamento de leucócitos que destroem esses patógenos e auxiliam as
células B na produção efetiva de anticorpos.

Os linfócitos T auxiliares (TCD4+) ativam macrófagos para matar microrganismos por


fagocitose (ou seja, matam antígenos extracelulares) e o linfócito T citotóxico (TCD8+)
mata as células infectadas e elimina os reservatórios de infecção (ou seja, combate antí-
genos intracelulares).

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Relembre aspectos fundamentais sobre resposta imune inata e adaptativa e suas diferen-
ças, no Capítulo 1, do Livro ABBAS; LICHTMAN; PILLAI. Imunologia básica – Funções e
distúrbios do sistema imunológico, p. 3. Disponível em: https://bit.ly/38Y3iOD

Ligação antígeno-anticorpo

Outros dois conceitos que você deve ter bem definidos são:
• Anticorpos (Ac): são moléculas com receptores específicos para o mesmo antígeno
que estimulou a sua síntese. Todos os anticorpos apresentam uma estrutura básica:
Porção Fab → que se se liga ao antígeno e varia segundo a especificidade do linfócito
B; Porção Fc → interage com as células, como os fagócitos por meio de receptores Fc
ou ativa o Sistema Complemento;
• Antígenos (Ag): é qualquer molécula que possa ser reconhecida pelos elementos do
Sistema Imune Inato e Adaptativo. Os anticorpos não se ligam ao antígeno como um
todo, mas a uma das diversas regiões da estrutura molecular da sua superfície. Essa
porção é chamada de epítopo ou determinante antigênico. Um antígeno pode ter
epítopos diferentes ou repetidos na sua superfície.

Observe a Figura 1, que ilustra a interação que ocorre entre antígenos e anticorpos:

Figura 1 – Anticorpos (moléculas azuis) ligando-se a antígenos (bactéria em verde)


Fonte: Getty Images

A ligação antígeno-anticorpo (Ac-Ag) (Figura 2) envolve sítios de combinação que são


complementares do antígeno e do anticorpo. A especificidade dessa ligação vai depen-
der do grau de acoplamento entre os sítios de cada um deles.
Como mencionado anteriormente, um antígeno, geralmente, possui diferentes epíto-
pos, ou seja, diferentes sítios de ligação do anticorpo, e os anticorpos têm uma forma de
“Y”, que permite que um mesmo anticorpo possa se ligar por meio, da região Fab a dois
antígenos ao mesmo tempo, e a região Fc se liga a um componente do Sistema Imune.

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Sendo assim, pode facilmente ocorrer algo denominado “ligação-cruzada”, de modo
que é possível formar um aglomerado de Ag-Ac que pode precipitar. Essa característica
é muito importante em Exames Laboratoriais em Imunologia Clínica.

Figura 2 – Representação de um antígeno com diversos epítopos e anticorpo ligado a ele


FONTE: SILVA, 2014, p. 23

Veja no vídeo a seguir a definição de antígeno e de anticorpo.


Disponível em: https://youtu.be/lQ2JjmGhxPk

1. Quais as principais diferenças entre imunidade inata e imunidade adaptativa?


2. Preencha a Tabela a seguir com as diferenças entre imunidade inata, humoral e celular.

Tabela1
Imunidade inata Imunidade humoral Imunidade celular
Célula(s)
envolvida(s)
Gera memória
(sim ou não)
Finalidade

3. Defina antígeno e anticorpo e descreva as principais regiões em ambos que estão envolvi-
das na ligação antígeno-anticorpo.

Fundamentos, Técnicas e Aplicações dos


Métodos Imunológicos de Diagnóstico
O Imunodiagnóstico é um Diagnóstico Laboratorial feito por meio de Técnicas
Imunológicas.

As informações acerca da Imunologia, assim como outras Áreas Laboratoriais, contri-


buem para o aprimoramento e o desenvolvimento de Técnicas Laboratoriais que podem
ser utilizadas no diagnóstico clínico ou na pesquisa científica.

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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica

As técnicas utilizadas no imunodiagnóstico se baseiam nos princípios da Imunologia,


tornando possível, dessa forma, a detecção de anticorpos, antígenos e também células
do Sistema Imune.

Dessa maneira, as Técnicas de Imunodiagnóstico permitem diagnosticar infecções


por vírus, bactérias, fungos, parasitas, além de doenças autoimunes, alergias e tumores.
Por meio dessas reações, também é possível detectar outros elementos, como hormô-
nios e outras moléculas, que podem ser reconhecidas como antígenos.

A realização de testes para diagnóstico imunológico é fundamentada nos princípios


relacionados ao desenvolvimento das reações do Sistema Imune, principalmente, a rea-
ção Ag-Ac, que é altamente específica.

Além da reação Ag-Ac, há outros fatores que contribuem com o Diagnóstico Imunológico.

O box a seguir destaca os principais fatores.

• Avidez: Interação entre Ag-Ac, que possui vários sítios de ligação (ou seja, anticorpos mul-
tivalentes). Há mais estabilidade do que entre anticorpos ou antígenos com só um sítio de
ligação (ou seja, que são monovalentes), já que é considerada a força total que resulta da
ligação de todos os sítios;
• Antigenicidade: Quanto maior a competência de um antígeno desencadear resposta imu-
nológica, maior a amplitude do envolvimento dos componentes do Sistema Imune;
• Afinidade: A afinidade entre Ag-Ac é a somatória das forças das ligações químicas que se
unem em um sítio de ligação, tornando a interação entre eles mais estável e sua detecção
em exames mais simples;
• Relação entre antígeno–anticorpo: Este fator influencia na sensibilidade do teste pois a
formação de complexos Ag-Ac depende da concentração de cada um deles.

Importante!
Como nós vimos, a realização de testes para Imunodiagnóstico busca informações a
partir da reação Antígeno-Anticorpo. Essa reação pode sofrer variações dependendo do
procedimento que será empregado no Laboratório. Denominamos essas informações
Sinais e Ruidos.
• Sinal: Conjunto de informações resultante da reação Antígeno-anticorpo que varia
conforme o procedimento laboratorial utilizado. O sinal é necessário para considerar
um imunodiagnóstico POSITIVO ou NEGATIVO;
• Ruido: Quando uma reação apresentar um ruído, pode haver dificuldade na inter-
pretação correta do teste. O ruído são informações vindas de diferentes reações da
reação antígeno-anticorpo, ou seja, não são específicas e podem ocasionar interfe-
rência no resultado do teste, que podem levar a um “falso-positivo”.

A seguir, serão apresentados os princípios dos principais Testes Imunológicos


de diagnóstico.

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Reações de precipitação
As reações de imunoprecipitação permitem identificar ou até mesmo quantificar preci-
pitados que são resultantes da interação antígeno-anticorpo, na qual os dois sejam solúveis.

Nessa reação, é necessário que a molécula antigênica seja multivalente (tenha vários
epítopos) e, preferencialmente, que os anticorpos sejam policlonais. Essa reação é ca-
racterizada pela formação de complexos imunes formados pela ligação entre antígeno
e anticorpos.

Nesse tipo de reação, é de grande importância que a quantidade de antígeno e


de anticorpo esteja em concentrações que favoreçam a ligação deles e, assim, forme
o precipitado.

Essa proporção ideal entre antígeno e anticorpo é denominada Zona de Equivalên-


cia (Figura 3)

Figura 3 – Zona de equivalência


Fonte: SILVA, 2014, p. 74

Momento em que quantidade de Antígeno e de Anticorpo estão em proporção ade-


quada e a ligação é máxima entre eles, favorecendo a precipitação de imunocomplexos.
A curva de precipitação é obtida quando o anticorpo, em concentração constante,
interage com o antígeno em concentrações distintas e, em um gráfico, irá apresentar
uma estrutura parabólica (Figura 4).

A precipitação será máxima na Zona de Equivalência (ou, como vimos, em propor-


ções adequadas entre antígeno e anticorpo). Contudo, à medida que se adiciona mais
antígeno, há dissolução do imunocomplexo.

A região de falta de antígeno, ou seja, de excesso de anticorpo, é denominada pró-


-zona e pode promover falso-negativo para a pesquisa de anticorpos, e essa ocorrência
é inaceitável.

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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica

Para evitar essa situação, devem ser feitas diferentes diluições do anticorpo frente a
uma concentração que é fixa de antígeno.

Figura 4 – Curva de Precipitação, na qual podemos visualizar a “Zona de Equivalência”


e anterior a ela, a zona contendo excesso de anticorpo, denominada de “pró-zona”
Fonte: TORTORA, 2017, p. 503

Imunodifusão
Esta técnica baseia-se na difusão de substâncias solúveis por movimentos moleculares
em um gel de agarose ou ágar. Enquanto as moléculas de anticorpos e/ou de antígenos
estão livres, ocorre a difusão no meio.

No momento em que ocorre a interação entre as moléculas, são formados imuno-


complexos de elevado peso molecular que, devido ao tamanho, ficam imobilizados no
gel, permitindo visualizar o imunocomplexo em decorrência da formação de turvação
nítida perceptível a olho nu.

A seguir, veja os tipos dessa técnica.

Radial simples
O antígeno ou o anticorpo está fixado no gel, enquanto o outro migra até formar um
imunocomplexo. Essa técnica é muito usada para quantificar os anticorpos (tais como
IgG, IgA e IgM) e proteínas do soro, principalmente, para estudar infecções atuais (IgM)
ou que ocorreram há um tempo (IgG).

A análise do resultado dessa reação é feita ao se observar um halo de precipitação


que será formado.

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O diâmetro desse halo é diretamente proporcional à concentração do reagente pre-
sente na cavidade (Figura 5).

Figura 5 – Relação entre a concentração de anticorpo


e o diâmetro do halo de precipitação
Fonte: SILVA, 2014, p. 79

Observe que à medida que o diâmetro do halo aumenta, aumenta a Contração do


Anticorpo (Ac).

Radial Dupla
O antígeno e o anticorpo migram de maneira simultânea, um em direção ao outro.
Se o objetivo da análise for a identificação dos anticorpos, eles devem ser alocados nas
cavidades externas, enquanto o antígeno deve ser alocado na cavidade central. Mas, se o
objetivo for identificar os antígenos, deve ser feito o oposto: antígenos devem ser introdu-
zidos nas cavidades externas e o soro deve ser introduzido na cavidade central (Figura 6).

Figura 6 – Esquema da reação de imunodifusão dupla radial


Fonte: SILVA, 2014, p. 80

Observe que foram introduzidos externamente antígenos e internamente o soro do


paciente (que pode conter os anticorpos).

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Imunoeletroforese
As reações de imunodifusão municiam informações importantes por meio da precipi-
tação de complexos imunes. Contudo, a aquisição dos resultados requer tempo prolon-
gado, sendo um aspecto de desvantagem dessa técnica.

Dessa forma, a imunodifusão foi associada a outra técnica, a eletroforese, denomi-


nando a reação imunoeletroforese, também conhecida como eletroimunodifusão.

A imunoeletroforese é utilizada rotineiramente para detectar antígenos e suas variantes


e fornece resultados qualitativo, vez que a análise é relativa, pois, como você irá ver a
seguir, essa técnica avalia as distâncias observadas em um gel, no qual se evidenciam fra-
ções de antígenos por diferenças de carga elétrica, conceituada como sendo a migração
de moléculas carregadas em um solvente condutor influenciado por de um campo elétrico.

A eletroforese promove a movimentação e a separação das moléculas em um gel e,


como decorrência, a precipitação dos imunocomplexos ocorre de forma rápida.

Em função da reação antígenos anticorpo, a imunoeletroforese permite identificar


maior quantidade de antígenos em amostras biológicas do que a eletroforese simples.

Em Síntese
De modo geral, a reação de imunoeletroforese ocorre em duas etapas que estão descri-
tas a seguir e ilustradas na Figura 7:
• A solução de antígenos é colocada em um gel de eletroforese e é aplicada ao gel
uma corrente elétrica. Em torno de 60 a 90 minutos, ocorre a movimentação do
antígeno em direção ao polo pelo qual são atraídos em função da carga elétrica.
Esse deslocamento pode ser observado no gel devido à formação de bandas;
• Deve ser feita uma cavidade estreita e comprida no gel em posição paralela ao sen-
tido do movimento dos antígenos. Nessa região, coloca-se o soro específico com
anticorpos que passam a se difundir no gel num período em torno de 24 horas.
Os anticorpos, então, ligam-se às frações do antígeno, formando precipitados, os
quais são detectados pela formação de linhas ou arcos no gel.

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Figura 7 – Imunoeletroforese e suas etapas
Fonte: VAZ, et al., 2018

Essa reação requer uma quantidade reduzida de soro para a análise (em torno de
5μl) e possibilita analisar uma mistura de imunocomplexos, de maneira especial, antí-
genos proteicos, devido à separação eletroforética dos componentes de um reagente
com grande sensibilidade.

Porém, atualmente, existem outras metodologias utilizadas na Imunologia Clínica que


são mais simples e mais eficientes, que estudaremos adiante.

Ative a legenda do vídeo e veja a técnica de Westen-blot que utiliza a técnica de eletroforese
para separação de proteínas. Disponível em: https://youtu.be/JcN0EkcHrKk

Reações de aglutinação
As reações de aglutinação ocorrem devido à interação entre antígenos e anticorpos.
Essa técnica surgiu em meados de 1950, quando se tornou popular por meio do ensaio
de aglutinação em látex, do Fator Reumatoide (FR).

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Como vimos, todos os ensaios imunológicos consistem na avaliação da ligação de


especificidade entre antígenos e anticorpos.
Nos testes de aglutinação, a ligação do Anticorpo altera o estado físico do Antígeno
e ocasiona a formação de redes de complexos visíveis na forma de grumos ou de flocos
e, por isso, podem ser mensuráveis.
Havendo a presença desses grumos, dizemos que o teste é reagente e, se não houver
aglutinação, o resultado é dito como não reagente (Figura 8).
Quanto maior for a quantidade de Anticorpos presentes na amostra testada, maior e
mais forte será a aglutinação. Para mensurá-la, deverá ser feita uma diluição seriada na
amostra e, então, testada novamente.
O resultado do ensaio é expresso em reagente, com a observação da última diluição
testada em que a amostra foi positiva (formou grumos), a qual é denominada título.

Figura 8 – Reação de aglutinação


Fonte: SILVA, 2014, p. 88

A imagem superior mostra um resultado não reagente e a imagem inferior um resul-


tado reagente, em que podemos observar a formação de grumos.

Por exemplo, ao realizar um exame de Proteína C Reativa – PCR (exame que mede in-
flamação) pelo Método de Aglutinação, observou-se o resultado reagente, vez que houve
formação de grumos quando o soro do paciente entrou em contato com o reagente. Foi
então realizada uma diluição seriada da amostra nas proporções 1:2, 1:4, 1:8, 1:16 e 1:32 e,
em seguida, realizado o teste novamente. Nesse momento, foi possível observar que havia
presença de grumos na amostra diluída em 1:2, 1:4 e 1:8 e, a partir das diluições 1:16 e 1:32,
não foram identificadas granulações. Sendo assim, o resultado do teste é: Reagente em 1:8.

Aprenda o passo a passo de como fazer diluições seriadas.


Disponível em: https://bit.ly/3nxRNmX

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Assista ao vídeo e bserve as reações de aglutinação.
Disponível em: https://youtu.be/PAxlKvpTT5Y

Apesar de muitas vantagens, tais como boa sensibilidade, especificidade e baixo custo,
essa Técnica de Aglutinação têm limitações, entre elas: a possibilidade de ocorrer reação
cruzada, ocasionando resultados falsos-positivos.

Se o paciente estiver no período de janela imunológica, ou seja, paciente teve contato


com o agente pesquisado, mas ainda não produziu títulos de anticorpos, o suficiente para
ser detectado pelo teste, e efeito prozona, como vimos anteriormente, que é quando
a concentração do Anticorpos é muito elevada e não há Antígenos suficientes para a
formação dos complexos que darão origem à produção dos agregados de aglutinação,
gerando, consequentemente, um resultado falso negativo.

A seguir, estudaremos dois tipos de técnicas de aglutinação: direta e indireta.

Aglutinação direta
O anticorpo se liga de maneira direta ao antígeno, que pode ser uma bactéria ou uma
hemácia, ou outros tipos (Figura 9).

Nesses casos, os epítopos encontram-se na superfície da célula, que pode estar na


forma fragmentada ou não.

Um exemplo de aglutinação direta, temos a hemaglutinação, uma técnica feita para rea-
lizar a tipagem sanguínea e também utilizada no diagnóstico da “Mononucleose Infecciosa”.

Figura 9 – Esquema da Aglutinação Direta


FONTE: TORTORA, 2017, p. 504

Observe anticorpos (no caso do tipo IgM) ligando-se aos epítopos antigênicos de bac-
térias, o que promove a aglutinação. Moléculas do tipo IgG (não ilustradas) também
podem participar do processo de aglutinação.

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A hemaglutinação pode ser classificada como direta e indireta:


• Hemaglutinação direta: ligação de Anticorpos aos Antígenos presentes na
própria hemácia;
• Hemaglutinação indireta: a hemácia é associada a um Antígeno por adsorção,
e o Anticorpo se liga ao Antígeno localizado na superfície da hemácia.

Aglutinação indireta
Na aglutinação indireta (Figura 10), há reação do Anticorpo do paciente com um Antí-
geno que está aderido a uma partícula esférica, como, por exemplo, uma esfera de látex.

As partículas, então, aglutinam-se, de maneira mais intensa que na aglutinação direta.

O mesmo princípio pode ser aplicado de modo inverso, usando partículas recobertas
com anticorpos para detectar antígenos. Essa abordagem é comum, principalmente, em
testes para detectar os estreptococos que causam infecções de garganta, por exemplo.

Figura 10 – (A) Reação de Aglutinação indireta com antígenos aderidos na esfera de


látex e (B) Reação de aglutinação indireta com anticorpos aderidos na esfera de látex
Fonte: Adaptada de TORTORA, 2017, p. 505

Importante!
Existe, também, a Reação de Inibição de Aglutinação, que é uma reação em que há
competição entre os Anticorpos da amostra a ser testada e os Anticorpos presentes
na suspensão reagente pela ligação com o Antígeno, ocasionando, dessa forma, uma
concorrência pelos sítios de ligação, porém, a especificidade do Anticorpo humano pre-
valece. O Teste de Gravidez pela urina é um exemplo de Teste por Reação de Inibição
da aglutinação. O objetivo desse teste é detectar o hormônio gonadotrofina coriônica
humana (hCG) na urina, vez que a fração β desse hormônio está presente na gravidez.

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Floculação
Esta reação ocorre com a ligação dos Anticorpos do soro de um determinado pa-
ciente com estruturas micelares presentes no reagente. A conexão dos Anticorpos com
várias micelas resulta na floculação, que é uma reação de aglutinação em flocos.

Essa técnica é utilizada para diagnóstico da Sífilis por meio de um Teste não Reponê-
mico chamado de VDRL (do inglês, Venereal Disease Research Laboratory).

O Quadro 1, a seguir, exemplifica testes utilizados na Imunologia Clínica e as respec-


tivas técnicas de aglutinação:

Quadro 1 – Exemplos de exames e respectiva Técnica de Aglutinação

Tipagem ABO sanguínea Hemaglutinação direta

Pesquisa para Doença de Chagas Hemaglutinação indireta

β-hCG Inibição da Aglutinação

Fator Reumatoide (FR) por látex*


ou por Waaler-Rose**;
Aglutinação indireta
Proteína C Reativa (PCR);
Anticorpo antiestreptolisina (ASLO)

Teste Widal para Salmonelose Aglutinação direta

Sífilis por VDRL Floculação

* Reagente contendo partículas de látex com IgG aderidas à sua superfície;


** Reagente formado por eritrócitos de carneiro sensibilizados com IgG.

Reações de fixação do complemento


Como estudado em Imunologia Básica, no soro, existem alguns grupos de proteínas
e, dentre elas, aquelas que são chamadas conjuntamente de proteínas do complemento.

Nas reações de antígeno-anticorpo, uma proteína do soro do complemento pode


ligar-se ao complexo antígeno-anticorpo e, então, é fixada ou consumida. Essa técnica
pode ser usada para detecção de pequenas quantidades de anticorpos, porém esse Teste
requer alguns cuidados, o que o torna não tão utilizado atualmente, sendo substituído
por testes mais modernos e mais simples.

Essa Técnica consiste em duas etapas – fixação do complemento e indicador,


como se pode observar na imagem a seguir (Figura 11):

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Figura 11 – Esquema de reação de fixação com complemento


Fonte: TORTORA, 2017, p. 507

Observe a Coluna A (esquerda). O esquema mostra um resultado positivo, e a Coluna B


(direita) mostra um resultado negativo.

Neutralização da hemólise
Quando um organismo é infectado por um vírus, por exemplo, é possível concluir
que o Sistema Imune falhou em algum momento e, no caso de uma infecção viral, pro-
vavelmente houve falha na ação dos anticorpos em neutralizar o vírus.

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A reação de neutralização, conhecida também por soroneutralização, é uma Técnica
utilizada para detecção da presença e da quantidade de anticorpos no soro, a qual é a
amostra mais utilizada nesse tipo de reação.

Trata-se de uma reação antígeno-anticorpo, no qual os efeitos lesivos de uma toxina


bacteriana ou de um vírus são bloqueados por anticorpos.

Os vírus, como os que causam a influenza, a caxumba e o sarampo, contém proteí-


nas de superfície que causam a aglutinação de eritrócitos e, por conseguinte, o Teste de
Neutralização pode ser utilizado.

Esse Teste é o mais habitualmente utilizado na subtipagem do vírus influenza, em-


bora muitos Laboratórios estejam familiarizados com os Ensaios de ELISA para essa
finalidade, que estudaremos ao longo desta Unidade.

Se anticorpos contra o vírus estiverem presentes, como mostrado aqui, eles neutrali-
zarão o vírus e inibirão a hemaglutinação (Figura 12).

Figura 12 – Esquema de Reação de Neutralização, em que os anticorpos (verde)


estão neutralizando o vírus (azul), impedindo a hemaglutinação
Fonte: TORTORA, 2017, p. 506

Se a reação de hemaglutinação acontecer em uma mistura de vírus de sarampo e hemácias,


mas não ocorrer quando o soro do paciente for adicionado à mistura, o que o resultado sugere?
Nessa situação, o resultado sugere que o soro contém anticorpos que se ligaram ao vírus do
sarampo, neutralizando-o.

Reações de imunofluorescência
As reações de Imunofluorescência, como o nome sugere, baseia-se na marcação por
um fluoróforo (como a rodamina e a fluoresceína, por exemplo) e, consequentemente,
ocorre a emissão de fluorescência.

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Os anticorpos marcados com corantes fluorescentes podem ser utilizados na identifi-


cação de antígenos, como na superfície de bactérias e em células de cortes histológicos.

As reações de Imunofluorescência podem ser diretas e indiretas (Figura 13). Veja a seguir.

• Reação de Imunofluorescência Direta: ocorre quando anticorpos conhecidos


marcados se ligam de maneira direta aos antígenos que são desconhecidos,
ou seja, o corante fluorescente que é conjugado ao anticorpo interage com o
antígeno de maneira direta na superfície celular;
• Reação de Imunofluorescência Indireta: ocorre quando um processo é utiliza-
do em dois estágios, ou seja, o corante fluorescente é conjugado aos Anticorpos
contra uma imunoglobulina IgG humana.

Figura 13 – Ilustração esquemática das Técnicas de Imunofluorescência Direta e Indireta


Fonte: LEVINSON, 2019, p. 535

A) O corante fluorescente é conjugado diretamente ao anticorpo que interage com o


antígeno B) O corante fluorescente é conjugado ao anticorpo contra IgG humana.

Sistema avidina-biotina
Você já ouviu falar em imuno-histoquímica?

A imuno-histoquímica é uma técnica que detecta antígenos teciduais, de grande


importância nos diagnósticos anatomopatológicos e na pesquisa nessa Área.

Os exames imuno-histoquímicos servem para diagnóstico de doenças inflamatórias,


neoplásicas e infecciosas, além de servirem como diagnóstico personalizado no acom-
panhamento de evolução de doenças, como as neoplasias.

A técnica de imuno-histoquímica mais utilizada é a imuno-histoquímica indireta, que


é associada ao complexo Avidina-biotina.

Esse complexo é formado pela ligação de uma molécula de avidina com várias bioti-
nas associadas a uma enzima, que pode ser a fosfatase alcalina ou uma peroxidase, que
tem por função converter um cromógeno que era incolor em um elemento colorido aos
antígenos teciduais marcados.

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As cores mais usuais utilizadas são a vermelha (fosfatasse alcalina + fast red) e a cas-
tanha (peroxidase + diaminobenzidina-DAB)

Em Síntese
Situações em que a imuno-histoquímica auxilia:
• Diagnóstico diferencial entre estados reacionais e tumores;
• Diagnóstico de tumores indiferenciados;
• Diagnóstico de doenças infecciosas;
• Determinação de tipos e subtipos de leucemias e linfomas;
• Determinação de sítio primário de adenocarcinoma;
• Determinação de fatores prognósticos e fatores preditivos de neoplasias.

Reações imunoenzimáticas
Ensaio Imunoadsorvente ligado à Enzima (ELISA)
O ensaio de ELISA é um ensaio amplamente utilizado dentre um conjunto de testes
que são conhecidos como Reações Imunoenzimáticas ou Imunoensaio Enzimático
(EIA, sigla do Inglês – Enzyme Immunoassay).

Há dois métodos básicos de ELISA – o ELISA Direto e o ELISA Indireto. O método


direto detecta antígenos e o método indireto detecta anticorpos. O que há em comum
entre os dois métodos é a utilização de uma placa de microtitulação com vários peque-
nos poços para a realização da Técnica (Figura 14)

Figura 14 – Teste de ELISA


Fonte: TORTORA, 2017, p. 278

O teste de ELISA baseia-se na ligação covalente de uma enzima a um antígeno ou


anticorpo conhecido, na reação do material ligado à enzima ao espécime proveniente do

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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica

paciente, seguido da pesquisa da ação enzimática por meio da adição de um substrato


para a enzima (Figura 15).

Esse método é tão sensível quanto o método de RADIOIMUNOENSAIO (RIE), que é


um método usado para quantificar antígenos radioativamente marcados, que estudare-
mos a seguir, porém com a vantagem de não requerer marcação radioativa.

Figura 15 – Princípios do teste de ELISA


Fonte: LEVINSON, 2019, p. 534

ELISA Direto
Acompanhe, a seguir, as etapas que compõem um ELISA Direto para a detecção de
Antígenos (Figura 16):

Figura 16 – Esquema do ELISA Direto


Fonte: Adaptada de TORTORA, 2017, p. 510

ELISA Indireto
A seguir, na Figura 17, acompanhe as etapas que compõem um ELISA indireto para
a detecção de anticorpos:

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Figura 17 – Esquema do ELISA Indireto
Fonte: Adaptada de TORTORA, 2017, p. 510

Veja um exemplo de teste para diagnóstico de dengue por meio do Método de ELISA.
Disponível em: https://youtu.be/kniOqgul9IA

Radioimunoensaio (RIE)
O RIE, também conhecido como RIA (do Inglês, Radioimmunoassay), é um Método em-
pregado para quantificar haptenos ou antígenos que podem ser radioativamente marcados.
Esse Ensaio se baseia na competição por anticorpo específico entre concentrações
de materiais conhecidos (marcados) e desconhecidos (não marcados).
Tanto o método de RIE quanto o ELISA são considerados Ensaios conjugados, ou
seja, de ligação direta a antígenos e anticorpos, em que os dois empregam o mesmo
princípio, mas diferem quanto ao meio de detecção para a ligação específica.
O Método de ELISA é muito habitual no diagnóstico de doenças virais e no RIE são
avaliados os níveis de hormônios no sangue e níveis dos fármacos no soro, por exemplo.
Para padronizar um ensaio de RIE, o preparo de um Antígeno puro ou de um An-
ticorpo conhecido, ou de ambos, é imprescindível. Em geral, isso ocorre nas análises
Laboratoriais, nas quais o Anticorpo puro contra o Antígeno é radioativamente marcado
com 125I (iodo 125).
A ligação do Anticorpo, então, é medida pela quantidade de radioatividade que foi retida
em um poço de uma microplaca, na qual quanto maior a quantidade de Antígeno não mar-
cado na amostra, menor é a medida de radioatividade no complexo antígeno-anticorpo.

Você Sabia?
O ensaio radioalergoabsorvente é um tipo de RIA especializado que foi muito utilizado
para avaliar em nível sérico a quantidade de imunoglobulina do tipo E (IgE). Trata-se um
Ensaio radiomarcado que reage com um alérgeno conhecido de origem alimentar. Esse
Teste, atualmente, é menos utilizado, pois Métodos mais modernos não utilizam radiação.

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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica

Imunocromatografia
Os Testes Imunocromatográficos também são conhecidos como Testes rápidos e,
como o nome diz, são Testes cuja execução, leitura e interpretação são feitas em torno
de 30 minutos, são de fácil execução e não necessitam de infraestrutura laboratorial.

Esses Testes são realizados em uma matriz formada por membrana de náilon ou de
nitrocelulose recoberta por acetato transparente para visualizar o resultado do teste.

O antígeno ou o anticorpo é fixado na membrana em forma de pontos ou de linhas e


o restante da membrana é bloqueado com proteína, como nos testes de ELISA.

Existem alguns tipos de testes imunocromatográficos, sendo os mais frequentes:


Imunocromatografia de dupla migração (também chamado de DPP – Duplo Percurso),
Imunocromatografia de Fluxo Lateral, Dispositivos de Imunoconcentração e Fase Sólida
(Figura 18).

Figura 18 – Tipos de Testes imunocromatográficos


Fonte: telelab.aids.gov

1a: Imunocromatografia de Fluxo Lateral; 1b: Imunocromatografia de Dupla Migra-


ção; 1c: Dispositivo de Imunoconcentração e 1d: Fase Sólida.

Veja como funcionam os testes imunocromatográficos, conhecidos também como testes


rápidos. Disponível em: https://youtu.be/T5NTMUu3ftY

Explore as características dos diferentes tipos de Testes Imunocromatográficos, como eles


funcionam e a interpretação dos resultados. Disponível em: https://bit.ly/3t2BMqk

Intradermorreações
Alguns indivíduos apresentam reações alérgicas que são mediadas por anticorpos do
tipo IgE.

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Essas reações podem ocorrer na pele, nas mucosas, nos olhos e no Aparelho Respi-
ratório, entre outros Sistemas Corporais.

Alguns Testes Imunológicos in vivo podem ser feitos por médicos alergistas para
detectar a qual alérgeno o indivíduo apresenta reação.

Para saber mais sobre Testes in vivo e in vitro leia sobre Exames Complementares (p. 9), no
capítulo sobre Abordagem do paciente alérgico (p. 2), disponível na Biblioteca Virtual, em:
MARTINS, M. A. Clínica médica, volume 7: Alergia e Imunologia Clínica, Doenças da
Pele, Doenças Infecciosas e Parasitárias. 2.ed Barueri: Manole, 2016. (e-book)
Disponível em: https://bit.ly/38Y3iOD

Sistemas Automatizados em Imunologia


A maioria dos exames em Imunologia Clínica pode ser realizada de forma simples,
sem a necessidade de equipamentos. No entanto, muitos desses Exames, especialmente
quando realizados em larga escala, podem ser feitos por meio da automação laborato-
rial, que aumenta a eficiência e a sensibilidade analítica das reações.

Os principais objetivos da automação são a padronização de procedimentos, a redu-


ção de custos, a redução de tempo de processamento, o aumento da produtividade, a
diminuição de variação nos parâmetros de qualidade e a diminuição de erros na entrada
de dados (relacionados à fase pré-analítica).

Apesar de a automação ter se tornado rotina nos Laboratórios de Análises Clínicas,


o trabalho de pessoas continua sendo importante e requerido em diferentes fases do
processo analítico, de maneira especial na validação e na interpretação dos resultados,
além da interpretação de potenciais erros na fase pós-analítica.

A maioria dos Sistemas Automatizados são Sistemas Integrados, que realizam todas
as etapas do teste, desde a pipetagem, incubações, lavagens, análises e medições.

Os Sistemas denominados Sistemas Modulares Integrados permitem a utilização de


múltiplas análises a partir de um único tubo de amostra. Portanto, diversos parâmetros
bioquímicos ou imunológicos, por exemplo, podem ser analisados com a mesma amostra.

No entanto, a automação não é totalmente perfeita – Os equipamentos apresentam


alto custo e, na maioria das vezes, os Equipamentos têm tempo de vida curto (média de
5 a 6 anos).

Além disso, muitos têm Sistemas fechados, ou seja, só podem ser utilizados reagentes
do mesmo fabricante do Equipamento.

Muitas das análises são fundamentadas na detecção de luz, sendo esta visível ou não,
que é absorvida ou transmitida.

Os instrumentos utilizados nesse tipo de análise são conhecidos como fotômetros


ou espectrofotômetros.

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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica

Esses instrumentos podem ser utilizados na Imunologia Clínica para detectar de for-
ma altamente sensível a ocorrência de formação de imunocomplexos. Se esses ensaios
forem feitos utilizando reagentes marcados, a sensibilidade se torna ainda maior, che-
gando a uma sensibilidade de detecção em torno de 10–19.

A espectrofotometria utiliza as propriedades de substâncias, como imunocomplexos, de


dispersar ou de absorver a luz em determinados comprimentos de onda, o que é utilizado
para detectar de forma direta a presença de antígenos ou de anticorpos em uma solução.

De tal modo, ensaios fundamentados em espectrofotometria são considerados quanti-


tativos, pois permitem a dosagem da substância que está sendo buscada, vez que a inten-
sidade da cor da solução é proporcional à concentração da substância corada em solução.

Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre a Lei de Beer e a espectrofotometria.


Disponível em: https://bit.ly/32YOWdp

Imunoturbidimetria
Um dos ensaios que podem ser automatizados que utilizam Técnicas de Detecção da
Ocorrência da Reação Antígeno-Anticorpo é a Imunoturbidimetria.

Como o próprio nome sugere, esse Teste detecta a turbidez em uma amostra (Figura 19),
provocada pela maior ou menor presença de imunocomplexos.

Essa Técnica é, atualmente, o Método de Análise mais popular em diversos Labora-


tórios Clínicos, vez que a imunoturbidimetria permite a automatização e a realização de
testes em grande escala, e pode ser utilizada para diferentes testagens além das imuno-
lógicas, incluindo dosagens bioquímicas como a da hemoglobina glicada.

As seguintes dosagens podem ser feitas por meio dessa técnica:


• Dosagens de proteínas;
• Detecção de anticorpos específicos;
• Fator reumatoide;
• Proteína C reativa;
• Antiestreptolisina O;
• Proteínas C3 e C4 do Sistema Complemento etc.

Quando se mede diretamente a turbidez do meio, sem o auxílio de partículas sólidas


para a medição da turbidez, a técnica é denominada turbidimetria direta.

Já quando se utilizam partículas sólidas sensibilizadas com anticorpos para facilitar a


ocorrência da reação e aumentar a sensibilidade de detecção, a técnica chama-se turbi-
dimetria indireta.

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Nefelometria
Esse método automatizado mede a interação de anticorpos e antígenos em solução,
detectando a formação de imunocomplexos por meio da observação de alterações na
dispersão de uma luz incidente.
Podemos considerar a nefelometria um Ensaio de Precipitação, no qual a quantidade
de imunocomplexos formados a partir da adição do soro do paciente é comparada com
uma curva-padrão, que apresenta a densidade ótica gerada por quantidades conhecidas
do padrão do reagente.

Importante!
A nefelometria detecta a dispersão da luz causada pela presença de material em partí-
culas em uma solução. De tal modo, quanto maior a quantidade de um imunocomplexo
em uma solução, maior será a dispersão da luz em direções diferentes, o que é medido
pelo espectrofotômetro.

Um aparelho de nefelometria típico é um espectrofotômetro com um detector para


luz dispersa em ângulos de 15° a 90° em relação ao feixe que incide sobre a cubeta
(Figura 19).

Figura 19 – Esquema do princípio físico da nefelometria e da turbidimetria


Fonte: Reprodução

Fatores que podem afetar a análise por nefelometria:


• Amostras lipêmicas;
• Amostras hemolisadas.
Para evitar → Utilizar diluições seriadas de 1:50 nos materiais biológicos lipêmicos
e hemolisados!

1. O que é “zona de equivalência? Qual a sua importância na realização de um imunodiagnóstico?


2. Relacione a definição ao tipo de teste:
a. Precipitação;
b. Aglutinação;
c. Fixação do complemento;
d. ELISA;
e. Neutralização.

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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica

(_) Ocorrem devido à interação entre antígenos e anticorpos.


(_) Trata-se de uma reação antígeno-anticorpo, na qual os efeitos lesivos de uma toxina
bacterina ou de um vírus são bloqueados por anticorpos.
(_) Identificam ou quantificam precipitados que são resultantes da interação
antígeno-anticorpo,
(_) O Método Direto detecta antígenos e o Método Indireto detecta anticorpos.
(_) Uma proteína do soro do complemento pode ligar-se ao complexo antígeno-anticorpo
e então é fixada ou consumida.
3. Quais as diferenças entre ELISA Direto e ELISA Indireto? Descreva cada uma das etapas dos
dois tipos de ELISA.

Laudos Sorológicos
Controle de qualidade em imunoensaio
Apesar de o diagnóstico molecular ser amplamente utilizado, os Exames de Imuno-
diagnósticos são de grande importância, pois os Imunoensaios são mais baratos em
comparação à Biologia Molecular e permitem testagem em massa em uma população.
E, assim como em todas as Áreas Laboratoriais, a qualidade do teste deve ser máxima
e também se deve respeitar as limitações de cada teste.
A tomada de decisão baseada em um resultado de um exame laboratorial é, de certa
maneira, uma avaliação de uma probabilidade, ou seja, a probabilidade de um paciente ter
ou não uma doença, que é expressa pelo laudo do exame, que aponta o resultado do teste.
O controle de qualidade (CQ) é um conjunto de metodologias e procedimentos ope-
racionais que tem como objetivo monitorar o cumprimento dos requisitos específicos da
qualidade, sendo dividido em Controle de Qualidade Interno (CQI) e Controle de Quali-
dade Externo (CQE).
• Controle de Qualidade Interno: Consiste na utilização de Soros Controle Interno
(SCI) de baixa reatividade, com o intuito de monitorar as reações feitas no Labo-
ratório. Esses soros devem ser utilizados diariamente na rotina laboratorial, com a
finalidade de monitorar o comportamento de determinada reação. Logo, esses so-
ros servem para validar uma reação e devem ser adquiridos, preferencialmente, de
forma comercial, mas também pode ser feito um pool de soros dos pacientes sabi-
damente positivos ou negativos para determinado Teste. Ambos têm como objetivo
avaliar se determinado sistema analítico apresenta resultados dentro dos intervalos
pré-estabelecidos;
• Controle de Qualidade Externo: Consiste na verificação do correto desempenho
dos Sistemas Analíticos em que se faz o uso de ensaios de proficiência e compa-
rações interlaboratoriais. Esse tipo de controle é obrigatório pela Resolução de
Diretoria Colegiada (RDC) 302 de 2005 da ANVISA. É um elemento fundamental
para a garantia da qualidade do Laboratório Clínico moderno. Sendo assim, o CQE
corresponde a uma avaliação externa do desempenho de um Laboratório.

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Os Programas de Controle de Qualidade Externo em Sorologia (PCQES) veri-
ficam se o Sistema de Gerenciamento da Qualidade e o Controle de Qualidade Interno
estão funcionando adequadamente.

O Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ) é um Programa disponível, patroci-


nado pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, que oferece programas de CQ em Imu-
nologia Básica e Clínica, além de outras Áreas Laboratoriais. Acesse o link a seguir e navegue
pelo site do PNCQ para conhecer mais sobre os programas.
Disponível em: https://bit.ly/2RaMGxb

Outros dois conceitos importantes são os de Sensibilidade e Especificidade de um


teste. Discutiremos sobre isso a seguir. Mas antes, você deve ter em mente que um exa-
me laboratorial pode apresentar os seguintes resultados:
• Verdadeiro Positivo (VP): Resultado do teste positivo e a doença verdadeira presente;
• Verdadeiro Negativo (VN): Resultado do teste negativo e a doença verdadeira
ausente.

Porém, em algumas situações, poderá ocorrer resultado:


• Falso Positivo (FP): Resultado do teste positivo e doença verdadeira ausente;
• Falso Negativo (FN): Resultado do teste negativo e doença verdadeira presente.

A capacidade de um Teste Laboratorial de identificar de maneira correta uma doença


é denominada Sensibilidade (S), e pode ser expressa como a porcentagem de indivídu-
os doentes com um Teste positivo.

Um Teste com sensibilidade de 90% mostra que a cada 100 indivíduos testados pelo Método
a ser avaliado e sabidamente com a doença, 90 serão identificados e 10 serão falso-negativos.
Sendo assim, quanto maior a sensibilidade de um teste, menor a quantidade de falso-negativos.

Já a Especificidade (E) representa uma situação em que a probabilidade de um resul-


tado negativo nos não doentes (verdadeiros negativos) é confundida pelos falso-positivos.

Um Teste com especificidade de 90% indica que, a cada 100 indivíduos saudáveis testados
por determinado método avaliado, 90 não serão identificados e 10 serão falsos-positivos.
Logo, um teste com alta especificidade é útil para confirmar um diagnóstico, visto que for-
nece menos resultados falso-positivos.

Importante!
Os testes de triagem carecem de alta sensibilidade para identificar todos os casos. Já
os testes de confirmação necessitam de alta especificidade para confirmar os diag-
nósticos dos testes de triagem!

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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica

Entenda melhor a aplicação da especificidade e sensibilidade dos testes.


Disponível em: https://bit.ly/3sYBgcR

Validação de Testes
Para aumentar a credibilidade de um Teste Sorológico, é necessária a utilização de
parâmetros de controles de qualidade internos e externos, como vimos, mas é também
necessário o uso de parâmetros de validação, com o objetivo de garantir uma confiabi-
lidade de resultado de um Teste Laboratorial.

A validação de um Teste Laboratorial depende de diversos parâmetros, que podem


ser próprios do teste, fornecendo resultados com pouca variação, independentemente
da prevalência da doença (Sensibilidade e Especificidade), ou de acordo com a preva-
lência da doença na população em estudo (valores preditivos positivos e negativos).

Esses parâmetros avaliam a validade intrínseca de um Teste Diagnóstico. Já a vali-


dade extrínseca é relativa à capacidade do teste de identificar a real situação da popu-
lação que está sendo estudada, incluindo os parâmetros de reprodutibilidade, acurácia
e precisão.

• Valor preditivo positivo: Probabilidade de um determinado indivíduo e com resultado


positivo ser realmente doente;
• Valor preditivo negativo: Probabilidade de um determinado indivíduo e com resultado
negativo ser realmente normal;
• Validade intrínseca de um teste: Desempenho de um teste quando ele é comparado com
um teste de referência;
• Validade extrínseca de um teste: Capacidade de um determinado teste de detectar a real
situação da população em relação a uma determinada doença. Avalia também o desempe-
nho de um teste em uma determinada população;
• Reprodutibilidade: Repetir um teste repetidas vezes, no mesmo ou em vários Laborató-
rios, em circunstâncias similares;
• Acurácia: Também chamada de Exatidão, é um parâmetro que avalia a capacidade do Tes-
te de fornecer resultados próximos ao verdadeiro valor do que se está medindo. É a aptidão
do teste de obter resultados similares ao Teste padrão;
• Precisão: Parâmetro que determina se há concordância dos resultados obtidos quando um
mesmo Teste é feito várias vezes.

Laudos em Imunodiagnóstico
Em um laudo de Imunodiagnóstico, assim como em outros Laudos Laboratoriais,
algumas informações se fazem necessárias.

Entre elas:

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• Nome do Laboratório;
• Nome do médico solicitante;
• Nome do paciente;
• Nome do Teste;
• Metodologia do Teste;
• Resultado do Teste;
• Valores de Referência (que pode variar conforme sexo e idade, por exemplo);
• Observações do Teste, caso necessário;
• Assinatura eletrônica e número do registro do responsável técnico.

Uma amostra com resultado não reagente no imunoensaio será definida como:
“Amostra não reagente para...”. A amostra com resultado reagente no imunoensaio
será definida como: “Amostra reagente para ...”.

Veja, a seguir, alguns exemplos:


• “Amostra não reagente para o anticorpo anti-HCV”;
• “Amostra reagente para infecção pelo HCV”;
• “Amostra não reagente para HAV IgM”;
• “Amostra reagente para o antígeno de superfície do vírus da Hepatite B (HBsAg)”.

Além das informações citadas, os Laudos em Imunodiagnóstico devem conter os


resultados de todos os Testes realizados, o ponto de corte (CO, do Inglês cut-off) e a uni-
dade de medida do método empregado, com exceção dos resultados obtidos por Testes
cuja leitura é visual.

Os laudos deverão estar de acordo com o disposto na RDC nº 302/ANVISA, de 13


de outubro de 2005, ou outra Legislação que venha a substituí-la.

Acesse os links a seguir e veja exemplos de Modelos de Laudos em Imunodiagnóstico e ob-


serve como ele está estruturado.
• Laudo Hepatite C. Disponível em: https://bit.ly/3gPJEZU
• Laudo Hepatite B. Disponível em: https://bit.ly/3aONVZN

Existem algumas observações nos laudos que, em algumas situações, devem ser
adicionadas.

Veja exemplos de observações a seguir:


• Laudo de Testagem de Hepatite A: “A vacina contra a Hepatite A está disponível
nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) e está indicada
para pacientes suscetíveis à hepatite A” e “A vacina contra a Hepatite B faz parte
do calendário de vacinação da criança, do adolescente e do adulto e está disponível
nas salas de vacina do Sistema Único de Saúde (SUS)”;
• Laudo de Teste Rápido para Hepatite B: “Realizar confirmação do diagnóstico
do HBV por imunoensaio anti-HBc total”. Em caso de resultado não reagente:

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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica

“Em caso de suspeita de infecção pelo HBV, uma nova amostra deverá ser coletada
30 dias após a data da coleta dessa amostra, para a realização de um novo teste”;
• Laudo para Detecção de anti-HBs: caso o título seja inferior a 10UI/ml, escrever
a observação: “Títulos de anticorpos insuficientes para proteção contra a infecção
pelo HBV, encaminhar indivíduo para avaliação em serviço de saúde”. Caso resul-
tado não reagente, adicionar a observação: “Indivíduo susceptível a infecção pelo
HBV, encaminhar para avaliação em serviço de saúde com indicação para imuni-
zação contra o HBV”;
• Laudo para Teste Rápido de HCV: caso resultado reagente, incluir: “A infecção
pelo HCV deverá ser confirmada por Teste de Quantificação de carga viral”.

Além dos exemplos mencionados, você pode se inteirar mais sobre o assunto.
Disponível em: https://bit.ly/3uhR7Fb

1. Qual a importância do controle de qualidade em imunodiagnóstico?


2. Cite as diferenças entre controle de qualidade interno e controle de qualidade externo;
3. Qual a diferença entre um resultado verdadeiro positivo e um resultado falso positivo?
4. Descreva duas situações em que devem ser incluídas observações em um laudo sorológico.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Vídeos
Papel dos fagócitos na imunidade inata ou inespecífica
https://bit.ly/3nxDcrQ
Tipos de resposta imune: inata e adaptativa, humoral vs. mediada por células
https://bit.ly/332PCyg
Linfócitos B (células B)
https://bit.ly/2PB1vbS
Células apresentadoras de antígenos e os complexos MHC II
https://bit.ly/330aHcM
Células T helper
https://bit.ly/2PB1HrC
Células T citotóxicas e complexos MHC I
https://bit.ly/3tYkCeR
Análise de células B, células CD4+ T e células CD8+ T
https://bit.ly/3nwXguh

 Leitura
Métodos de imunohistoquímica
https://bit.ly/32VXG3Y
Calculadora para obtenção dos parâmetros de qualidade de testes diagnósticos
O Ministério da Saúde disponibiliza uma calculadora on-line para obtenção dos parâmetros
de qualidade de Testes Diagnósticos, incluindo sensibilidade, especificidade, acurácia, valo-
res preditivos e taxa de probabilidade.
https://bit.ly/3t3Zna0

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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica

Referências
ABBAS, A. K. et al. Imunologia celular e molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

LEVINSON, W. Microbiologia Médica e Imunologia. 13.ed. São Paulo: Artmed, 2019.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual Técnico para o Diagnóstico da Infecção pelas He-


patites Virais. Disponível em: <http://www.saude.gov.br/images/pdf/2015/janeiro/14/
Manual-t--cnico-para-o-diagn--stico-das-hepatites-virais.pdf>. Acesso em: 08/2020.

SILVA, A. G. T. Imunologia aplicada: fundamentos, técnicas laboratoriais e diagnósti-


cos. São Paulo: Erica, 2014.

TORTORA, G, J. Microbiologia. 12.ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.

VAZ, A. et al. E. Imunoensaios Fundamentos e Aplicações. 2.ed. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2018.

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