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Lab. Imunologia Clínica
Lab. Imunologia Clínica
Imunologia Clínica
Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Revisão Técnica:
Prof.ª Dr.ª Niara da Silva Medeiros
Introdução ao Estudo
de Imunologia Clínica
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Revisar conceitos de Imunologia básica;
• Conhecer os Fundamentos dos Métodos Imunológicos de Diagnóstico;
• Diferenciar as Técnicas dos Métodos Imunológicos de Diagnóstico;
• Conhecer os parâmetros e os aspectos de controle de qualidade em Testes Sorológicos;
• Interpretar laudos e resultados de Testes Sorológicos, bem como as observações possíveis
presentes nos laudos.
UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica
Como você já estudou, a função fisiológica do Sistema Imune é a defesa contra micror-
ganismos infecciosos. Entretanto, substâncias não infecciosas podem também desencadear
uma resposta imune.
Sendo assim, a Imunologia é o estudo de respostas imunes em seu sentido mais amplo
e de eventos celulares e moleculares que ocorrem após um organismo encontrar micror-
ganismos e outras macromoléculas estranhas.
A imunidade inata fornece defesa inicial contra infecções, porém, muitos microrga-
nismos patogênicos são resistentes à imunidade inata e sua eliminação necessita dos
mecanismos da imunidade adaptativa.
Os mecanismos da imunidade inata são específicos para as estruturas que são co-
muns a grupos de microrganismos relacionados e podem não distinguir pequenas dife-
renças entre microrganismos.
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Contrapondo-se à imunidade inata, existem outras respostas imunes que são esti-
muladas pela exposição a agentes infecciosos e aumentam a magnitude e a capacidade
defensiva em cada exposição subsequente a um microrganismo particular.
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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica
Relembre aspectos fundamentais sobre resposta imune inata e adaptativa e suas diferen-
ças, no Capítulo 1, do Livro ABBAS; LICHTMAN; PILLAI. Imunologia básica – Funções e
distúrbios do sistema imunológico, p. 3. Disponível em: https://bit.ly/38Y3iOD
Ligação antígeno-anticorpo
Outros dois conceitos que você deve ter bem definidos são:
• Anticorpos (Ac): são moléculas com receptores específicos para o mesmo antígeno
que estimulou a sua síntese. Todos os anticorpos apresentam uma estrutura básica:
Porção Fab → que se se liga ao antígeno e varia segundo a especificidade do linfócito
B; Porção Fc → interage com as células, como os fagócitos por meio de receptores Fc
ou ativa o Sistema Complemento;
• Antígenos (Ag): é qualquer molécula que possa ser reconhecida pelos elementos do
Sistema Imune Inato e Adaptativo. Os anticorpos não se ligam ao antígeno como um
todo, mas a uma das diversas regiões da estrutura molecular da sua superfície. Essa
porção é chamada de epítopo ou determinante antigênico. Um antígeno pode ter
epítopos diferentes ou repetidos na sua superfície.
Observe a Figura 1, que ilustra a interação que ocorre entre antígenos e anticorpos:
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Sendo assim, pode facilmente ocorrer algo denominado “ligação-cruzada”, de modo
que é possível formar um aglomerado de Ag-Ac que pode precipitar. Essa característica
é muito importante em Exames Laboratoriais em Imunologia Clínica.
Tabela1
Imunidade inata Imunidade humoral Imunidade celular
Célula(s)
envolvida(s)
Gera memória
(sim ou não)
Finalidade
3. Defina antígeno e anticorpo e descreva as principais regiões em ambos que estão envolvi-
das na ligação antígeno-anticorpo.
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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica
Além da reação Ag-Ac, há outros fatores que contribuem com o Diagnóstico Imunológico.
• Avidez: Interação entre Ag-Ac, que possui vários sítios de ligação (ou seja, anticorpos mul-
tivalentes). Há mais estabilidade do que entre anticorpos ou antígenos com só um sítio de
ligação (ou seja, que são monovalentes), já que é considerada a força total que resulta da
ligação de todos os sítios;
• Antigenicidade: Quanto maior a competência de um antígeno desencadear resposta imu-
nológica, maior a amplitude do envolvimento dos componentes do Sistema Imune;
• Afinidade: A afinidade entre Ag-Ac é a somatória das forças das ligações químicas que se
unem em um sítio de ligação, tornando a interação entre eles mais estável e sua detecção
em exames mais simples;
• Relação entre antígeno–anticorpo: Este fator influencia na sensibilidade do teste pois a
formação de complexos Ag-Ac depende da concentração de cada um deles.
Importante!
Como nós vimos, a realização de testes para Imunodiagnóstico busca informações a
partir da reação Antígeno-Anticorpo. Essa reação pode sofrer variações dependendo do
procedimento que será empregado no Laboratório. Denominamos essas informações
Sinais e Ruidos.
• Sinal: Conjunto de informações resultante da reação Antígeno-anticorpo que varia
conforme o procedimento laboratorial utilizado. O sinal é necessário para considerar
um imunodiagnóstico POSITIVO ou NEGATIVO;
• Ruido: Quando uma reação apresentar um ruído, pode haver dificuldade na inter-
pretação correta do teste. O ruído são informações vindas de diferentes reações da
reação antígeno-anticorpo, ou seja, não são específicas e podem ocasionar interfe-
rência no resultado do teste, que podem levar a um “falso-positivo”.
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Reações de precipitação
As reações de imunoprecipitação permitem identificar ou até mesmo quantificar preci-
pitados que são resultantes da interação antígeno-anticorpo, na qual os dois sejam solúveis.
Nessa reação, é necessário que a molécula antigênica seja multivalente (tenha vários
epítopos) e, preferencialmente, que os anticorpos sejam policlonais. Essa reação é ca-
racterizada pela formação de complexos imunes formados pela ligação entre antígeno
e anticorpos.
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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica
Para evitar essa situação, devem ser feitas diferentes diluições do anticorpo frente a
uma concentração que é fixa de antígeno.
Imunodifusão
Esta técnica baseia-se na difusão de substâncias solúveis por movimentos moleculares
em um gel de agarose ou ágar. Enquanto as moléculas de anticorpos e/ou de antígenos
estão livres, ocorre a difusão no meio.
Radial simples
O antígeno ou o anticorpo está fixado no gel, enquanto o outro migra até formar um
imunocomplexo. Essa técnica é muito usada para quantificar os anticorpos (tais como
IgG, IgA e IgM) e proteínas do soro, principalmente, para estudar infecções atuais (IgM)
ou que ocorreram há um tempo (IgG).
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O diâmetro desse halo é diretamente proporcional à concentração do reagente pre-
sente na cavidade (Figura 5).
Radial Dupla
O antígeno e o anticorpo migram de maneira simultânea, um em direção ao outro.
Se o objetivo da análise for a identificação dos anticorpos, eles devem ser alocados nas
cavidades externas, enquanto o antígeno deve ser alocado na cavidade central. Mas, se o
objetivo for identificar os antígenos, deve ser feito o oposto: antígenos devem ser introdu-
zidos nas cavidades externas e o soro deve ser introduzido na cavidade central (Figura 6).
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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica
Imunoeletroforese
As reações de imunodifusão municiam informações importantes por meio da precipi-
tação de complexos imunes. Contudo, a aquisição dos resultados requer tempo prolon-
gado, sendo um aspecto de desvantagem dessa técnica.
Em Síntese
De modo geral, a reação de imunoeletroforese ocorre em duas etapas que estão descri-
tas a seguir e ilustradas na Figura 7:
• A solução de antígenos é colocada em um gel de eletroforese e é aplicada ao gel
uma corrente elétrica. Em torno de 60 a 90 minutos, ocorre a movimentação do
antígeno em direção ao polo pelo qual são atraídos em função da carga elétrica.
Esse deslocamento pode ser observado no gel devido à formação de bandas;
• Deve ser feita uma cavidade estreita e comprida no gel em posição paralela ao sen-
tido do movimento dos antígenos. Nessa região, coloca-se o soro específico com
anticorpos que passam a se difundir no gel num período em torno de 24 horas.
Os anticorpos, então, ligam-se às frações do antígeno, formando precipitados, os
quais são detectados pela formação de linhas ou arcos no gel.
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Figura 7 – Imunoeletroforese e suas etapas
Fonte: VAZ, et al., 2018
Essa reação requer uma quantidade reduzida de soro para a análise (em torno de
5μl) e possibilita analisar uma mistura de imunocomplexos, de maneira especial, antí-
genos proteicos, devido à separação eletroforética dos componentes de um reagente
com grande sensibilidade.
Ative a legenda do vídeo e veja a técnica de Westen-blot que utiliza a técnica de eletroforese
para separação de proteínas. Disponível em: https://youtu.be/JcN0EkcHrKk
Reações de aglutinação
As reações de aglutinação ocorrem devido à interação entre antígenos e anticorpos.
Essa técnica surgiu em meados de 1950, quando se tornou popular por meio do ensaio
de aglutinação em látex, do Fator Reumatoide (FR).
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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica
Por exemplo, ao realizar um exame de Proteína C Reativa – PCR (exame que mede in-
flamação) pelo Método de Aglutinação, observou-se o resultado reagente, vez que houve
formação de grumos quando o soro do paciente entrou em contato com o reagente. Foi
então realizada uma diluição seriada da amostra nas proporções 1:2, 1:4, 1:8, 1:16 e 1:32 e,
em seguida, realizado o teste novamente. Nesse momento, foi possível observar que havia
presença de grumos na amostra diluída em 1:2, 1:4 e 1:8 e, a partir das diluições 1:16 e 1:32,
não foram identificadas granulações. Sendo assim, o resultado do teste é: Reagente em 1:8.
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Assista ao vídeo e bserve as reações de aglutinação.
Disponível em: https://youtu.be/PAxlKvpTT5Y
Apesar de muitas vantagens, tais como boa sensibilidade, especificidade e baixo custo,
essa Técnica de Aglutinação têm limitações, entre elas: a possibilidade de ocorrer reação
cruzada, ocasionando resultados falsos-positivos.
Aglutinação direta
O anticorpo se liga de maneira direta ao antígeno, que pode ser uma bactéria ou uma
hemácia, ou outros tipos (Figura 9).
Um exemplo de aglutinação direta, temos a hemaglutinação, uma técnica feita para rea-
lizar a tipagem sanguínea e também utilizada no diagnóstico da “Mononucleose Infecciosa”.
Observe anticorpos (no caso do tipo IgM) ligando-se aos epítopos antigênicos de bac-
térias, o que promove a aglutinação. Moléculas do tipo IgG (não ilustradas) também
podem participar do processo de aglutinação.
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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica
Aglutinação indireta
Na aglutinação indireta (Figura 10), há reação do Anticorpo do paciente com um Antí-
geno que está aderido a uma partícula esférica, como, por exemplo, uma esfera de látex.
O mesmo princípio pode ser aplicado de modo inverso, usando partículas recobertas
com anticorpos para detectar antígenos. Essa abordagem é comum, principalmente, em
testes para detectar os estreptococos que causam infecções de garganta, por exemplo.
Importante!
Existe, também, a Reação de Inibição de Aglutinação, que é uma reação em que há
competição entre os Anticorpos da amostra a ser testada e os Anticorpos presentes
na suspensão reagente pela ligação com o Antígeno, ocasionando, dessa forma, uma
concorrência pelos sítios de ligação, porém, a especificidade do Anticorpo humano pre-
valece. O Teste de Gravidez pela urina é um exemplo de Teste por Reação de Inibição
da aglutinação. O objetivo desse teste é detectar o hormônio gonadotrofina coriônica
humana (hCG) na urina, vez que a fração β desse hormônio está presente na gravidez.
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Floculação
Esta reação ocorre com a ligação dos Anticorpos do soro de um determinado pa-
ciente com estruturas micelares presentes no reagente. A conexão dos Anticorpos com
várias micelas resulta na floculação, que é uma reação de aglutinação em flocos.
Essa técnica é utilizada para diagnóstico da Sífilis por meio de um Teste não Reponê-
mico chamado de VDRL (do inglês, Venereal Disease Research Laboratory).
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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica
Neutralização da hemólise
Quando um organismo é infectado por um vírus, por exemplo, é possível concluir
que o Sistema Imune falhou em algum momento e, no caso de uma infecção viral, pro-
vavelmente houve falha na ação dos anticorpos em neutralizar o vírus.
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A reação de neutralização, conhecida também por soroneutralização, é uma Técnica
utilizada para detecção da presença e da quantidade de anticorpos no soro, a qual é a
amostra mais utilizada nesse tipo de reação.
Se anticorpos contra o vírus estiverem presentes, como mostrado aqui, eles neutrali-
zarão o vírus e inibirão a hemaglutinação (Figura 12).
Reações de imunofluorescência
As reações de Imunofluorescência, como o nome sugere, baseia-se na marcação por
um fluoróforo (como a rodamina e a fluoresceína, por exemplo) e, consequentemente,
ocorre a emissão de fluorescência.
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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica
As reações de Imunofluorescência podem ser diretas e indiretas (Figura 13). Veja a seguir.
Sistema avidina-biotina
Você já ouviu falar em imuno-histoquímica?
Esse complexo é formado pela ligação de uma molécula de avidina com várias bioti-
nas associadas a uma enzima, que pode ser a fosfatase alcalina ou uma peroxidase, que
tem por função converter um cromógeno que era incolor em um elemento colorido aos
antígenos teciduais marcados.
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As cores mais usuais utilizadas são a vermelha (fosfatasse alcalina + fast red) e a cas-
tanha (peroxidase + diaminobenzidina-DAB)
Em Síntese
Situações em que a imuno-histoquímica auxilia:
• Diagnóstico diferencial entre estados reacionais e tumores;
• Diagnóstico de tumores indiferenciados;
• Diagnóstico de doenças infecciosas;
• Determinação de tipos e subtipos de leucemias e linfomas;
• Determinação de sítio primário de adenocarcinoma;
• Determinação de fatores prognósticos e fatores preditivos de neoplasias.
Reações imunoenzimáticas
Ensaio Imunoadsorvente ligado à Enzima (ELISA)
O ensaio de ELISA é um ensaio amplamente utilizado dentre um conjunto de testes
que são conhecidos como Reações Imunoenzimáticas ou Imunoensaio Enzimático
(EIA, sigla do Inglês – Enzyme Immunoassay).
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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica
ELISA Direto
Acompanhe, a seguir, as etapas que compõem um ELISA Direto para a detecção de
Antígenos (Figura 16):
ELISA Indireto
A seguir, na Figura 17, acompanhe as etapas que compõem um ELISA indireto para
a detecção de anticorpos:
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Figura 17 – Esquema do ELISA Indireto
Fonte: Adaptada de TORTORA, 2017, p. 510
Veja um exemplo de teste para diagnóstico de dengue por meio do Método de ELISA.
Disponível em: https://youtu.be/kniOqgul9IA
Radioimunoensaio (RIE)
O RIE, também conhecido como RIA (do Inglês, Radioimmunoassay), é um Método em-
pregado para quantificar haptenos ou antígenos que podem ser radioativamente marcados.
Esse Ensaio se baseia na competição por anticorpo específico entre concentrações
de materiais conhecidos (marcados) e desconhecidos (não marcados).
Tanto o método de RIE quanto o ELISA são considerados Ensaios conjugados, ou
seja, de ligação direta a antígenos e anticorpos, em que os dois empregam o mesmo
princípio, mas diferem quanto ao meio de detecção para a ligação específica.
O Método de ELISA é muito habitual no diagnóstico de doenças virais e no RIE são
avaliados os níveis de hormônios no sangue e níveis dos fármacos no soro, por exemplo.
Para padronizar um ensaio de RIE, o preparo de um Antígeno puro ou de um An-
ticorpo conhecido, ou de ambos, é imprescindível. Em geral, isso ocorre nas análises
Laboratoriais, nas quais o Anticorpo puro contra o Antígeno é radioativamente marcado
com 125I (iodo 125).
A ligação do Anticorpo, então, é medida pela quantidade de radioatividade que foi retida
em um poço de uma microplaca, na qual quanto maior a quantidade de Antígeno não mar-
cado na amostra, menor é a medida de radioatividade no complexo antígeno-anticorpo.
Você Sabia?
O ensaio radioalergoabsorvente é um tipo de RIA especializado que foi muito utilizado
para avaliar em nível sérico a quantidade de imunoglobulina do tipo E (IgE). Trata-se um
Ensaio radiomarcado que reage com um alérgeno conhecido de origem alimentar. Esse
Teste, atualmente, é menos utilizado, pois Métodos mais modernos não utilizam radiação.
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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica
Imunocromatografia
Os Testes Imunocromatográficos também são conhecidos como Testes rápidos e,
como o nome diz, são Testes cuja execução, leitura e interpretação são feitas em torno
de 30 minutos, são de fácil execução e não necessitam de infraestrutura laboratorial.
Esses Testes são realizados em uma matriz formada por membrana de náilon ou de
nitrocelulose recoberta por acetato transparente para visualizar o resultado do teste.
Intradermorreações
Alguns indivíduos apresentam reações alérgicas que são mediadas por anticorpos do
tipo IgE.
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Essas reações podem ocorrer na pele, nas mucosas, nos olhos e no Aparelho Respi-
ratório, entre outros Sistemas Corporais.
Alguns Testes Imunológicos in vivo podem ser feitos por médicos alergistas para
detectar a qual alérgeno o indivíduo apresenta reação.
Para saber mais sobre Testes in vivo e in vitro leia sobre Exames Complementares (p. 9), no
capítulo sobre Abordagem do paciente alérgico (p. 2), disponível na Biblioteca Virtual, em:
MARTINS, M. A. Clínica médica, volume 7: Alergia e Imunologia Clínica, Doenças da
Pele, Doenças Infecciosas e Parasitárias. 2.ed Barueri: Manole, 2016. (e-book)
Disponível em: https://bit.ly/38Y3iOD
A maioria dos Sistemas Automatizados são Sistemas Integrados, que realizam todas
as etapas do teste, desde a pipetagem, incubações, lavagens, análises e medições.
Além disso, muitos têm Sistemas fechados, ou seja, só podem ser utilizados reagentes
do mesmo fabricante do Equipamento.
Muitas das análises são fundamentadas na detecção de luz, sendo esta visível ou não,
que é absorvida ou transmitida.
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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica
Esses instrumentos podem ser utilizados na Imunologia Clínica para detectar de for-
ma altamente sensível a ocorrência de formação de imunocomplexos. Se esses ensaios
forem feitos utilizando reagentes marcados, a sensibilidade se torna ainda maior, che-
gando a uma sensibilidade de detecção em torno de 10–19.
Imunoturbidimetria
Um dos ensaios que podem ser automatizados que utilizam Técnicas de Detecção da
Ocorrência da Reação Antígeno-Anticorpo é a Imunoturbidimetria.
Como o próprio nome sugere, esse Teste detecta a turbidez em uma amostra (Figura 19),
provocada pela maior ou menor presença de imunocomplexos.
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Nefelometria
Esse método automatizado mede a interação de anticorpos e antígenos em solução,
detectando a formação de imunocomplexos por meio da observação de alterações na
dispersão de uma luz incidente.
Podemos considerar a nefelometria um Ensaio de Precipitação, no qual a quantidade
de imunocomplexos formados a partir da adição do soro do paciente é comparada com
uma curva-padrão, que apresenta a densidade ótica gerada por quantidades conhecidas
do padrão do reagente.
Importante!
A nefelometria detecta a dispersão da luz causada pela presença de material em partí-
culas em uma solução. De tal modo, quanto maior a quantidade de um imunocomplexo
em uma solução, maior será a dispersão da luz em direções diferentes, o que é medido
pelo espectrofotômetro.
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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica
Laudos Sorológicos
Controle de qualidade em imunoensaio
Apesar de o diagnóstico molecular ser amplamente utilizado, os Exames de Imuno-
diagnósticos são de grande importância, pois os Imunoensaios são mais baratos em
comparação à Biologia Molecular e permitem testagem em massa em uma população.
E, assim como em todas as Áreas Laboratoriais, a qualidade do teste deve ser máxima
e também se deve respeitar as limitações de cada teste.
A tomada de decisão baseada em um resultado de um exame laboratorial é, de certa
maneira, uma avaliação de uma probabilidade, ou seja, a probabilidade de um paciente ter
ou não uma doença, que é expressa pelo laudo do exame, que aponta o resultado do teste.
O controle de qualidade (CQ) é um conjunto de metodologias e procedimentos ope-
racionais que tem como objetivo monitorar o cumprimento dos requisitos específicos da
qualidade, sendo dividido em Controle de Qualidade Interno (CQI) e Controle de Quali-
dade Externo (CQE).
• Controle de Qualidade Interno: Consiste na utilização de Soros Controle Interno
(SCI) de baixa reatividade, com o intuito de monitorar as reações feitas no Labo-
ratório. Esses soros devem ser utilizados diariamente na rotina laboratorial, com a
finalidade de monitorar o comportamento de determinada reação. Logo, esses so-
ros servem para validar uma reação e devem ser adquiridos, preferencialmente, de
forma comercial, mas também pode ser feito um pool de soros dos pacientes sabi-
damente positivos ou negativos para determinado Teste. Ambos têm como objetivo
avaliar se determinado sistema analítico apresenta resultados dentro dos intervalos
pré-estabelecidos;
• Controle de Qualidade Externo: Consiste na verificação do correto desempenho
dos Sistemas Analíticos em que se faz o uso de ensaios de proficiência e compa-
rações interlaboratoriais. Esse tipo de controle é obrigatório pela Resolução de
Diretoria Colegiada (RDC) 302 de 2005 da ANVISA. É um elemento fundamental
para a garantia da qualidade do Laboratório Clínico moderno. Sendo assim, o CQE
corresponde a uma avaliação externa do desempenho de um Laboratório.
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Os Programas de Controle de Qualidade Externo em Sorologia (PCQES) veri-
ficam se o Sistema de Gerenciamento da Qualidade e o Controle de Qualidade Interno
estão funcionando adequadamente.
Um Teste com sensibilidade de 90% mostra que a cada 100 indivíduos testados pelo Método
a ser avaliado e sabidamente com a doença, 90 serão identificados e 10 serão falso-negativos.
Sendo assim, quanto maior a sensibilidade de um teste, menor a quantidade de falso-negativos.
Um Teste com especificidade de 90% indica que, a cada 100 indivíduos saudáveis testados
por determinado método avaliado, 90 não serão identificados e 10 serão falsos-positivos.
Logo, um teste com alta especificidade é útil para confirmar um diagnóstico, visto que for-
nece menos resultados falso-positivos.
Importante!
Os testes de triagem carecem de alta sensibilidade para identificar todos os casos. Já
os testes de confirmação necessitam de alta especificidade para confirmar os diag-
nósticos dos testes de triagem!
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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica
Validação de Testes
Para aumentar a credibilidade de um Teste Sorológico, é necessária a utilização de
parâmetros de controles de qualidade internos e externos, como vimos, mas é também
necessário o uso de parâmetros de validação, com o objetivo de garantir uma confiabi-
lidade de resultado de um Teste Laboratorial.
Laudos em Imunodiagnóstico
Em um laudo de Imunodiagnóstico, assim como em outros Laudos Laboratoriais,
algumas informações se fazem necessárias.
Entre elas:
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• Nome do Laboratório;
• Nome do médico solicitante;
• Nome do paciente;
• Nome do Teste;
• Metodologia do Teste;
• Resultado do Teste;
• Valores de Referência (que pode variar conforme sexo e idade, por exemplo);
• Observações do Teste, caso necessário;
• Assinatura eletrônica e número do registro do responsável técnico.
Uma amostra com resultado não reagente no imunoensaio será definida como:
“Amostra não reagente para...”. A amostra com resultado reagente no imunoensaio
será definida como: “Amostra reagente para ...”.
Existem algumas observações nos laudos que, em algumas situações, devem ser
adicionadas.
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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica
“Em caso de suspeita de infecção pelo HBV, uma nova amostra deverá ser coletada
30 dias após a data da coleta dessa amostra, para a realização de um novo teste”;
• Laudo para Detecção de anti-HBs: caso o título seja inferior a 10UI/ml, escrever
a observação: “Títulos de anticorpos insuficientes para proteção contra a infecção
pelo HBV, encaminhar indivíduo para avaliação em serviço de saúde”. Caso resul-
tado não reagente, adicionar a observação: “Indivíduo susceptível a infecção pelo
HBV, encaminhar para avaliação em serviço de saúde com indicação para imuni-
zação contra o HBV”;
• Laudo para Teste Rápido de HCV: caso resultado reagente, incluir: “A infecção
pelo HCV deverá ser confirmada por Teste de Quantificação de carga viral”.
Além dos exemplos mencionados, você pode se inteirar mais sobre o assunto.
Disponível em: https://bit.ly/3uhR7Fb
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Papel dos fagócitos na imunidade inata ou inespecífica
https://bit.ly/3nxDcrQ
Tipos de resposta imune: inata e adaptativa, humoral vs. mediada por células
https://bit.ly/332PCyg
Linfócitos B (células B)
https://bit.ly/2PB1vbS
Células apresentadoras de antígenos e os complexos MHC II
https://bit.ly/330aHcM
Células T helper
https://bit.ly/2PB1HrC
Células T citotóxicas e complexos MHC I
https://bit.ly/3tYkCeR
Análise de células B, células CD4+ T e células CD8+ T
https://bit.ly/3nwXguh
Leitura
Métodos de imunohistoquímica
https://bit.ly/32VXG3Y
Calculadora para obtenção dos parâmetros de qualidade de testes diagnósticos
O Ministério da Saúde disponibiliza uma calculadora on-line para obtenção dos parâmetros
de qualidade de Testes Diagnósticos, incluindo sensibilidade, especificidade, acurácia, valo-
res preditivos e taxa de probabilidade.
https://bit.ly/3t3Zna0
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UNIDADE Introdução ao Estudo de Imunologia Clínica
Referências
ABBAS, A. K. et al. Imunologia celular e molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
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