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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

PARECER JURÍDICO

Interessado: Professor Diego Nunes.


Origem: Grupo C da disciplina de História do Direito composto por Alessandra
Marques dos Santos, Ana Paula Akemi Ogata, Anna Clara Erckmann Castro
Reis Cabral, Fernanda Uglõn dos Santos Criri, Gustavo Ruwer Trotta Missi,
Laísa Helena Schwarz, Lucas Lessa e Maria Eduarda Cabreira Santos.

EMENTA: LEI DAS XII TÁBUAS, POLIGAMIA,


ANACRONISMO, HISTÓRIA DO DIREITO...

I – RELATÓRIO
Em primeiro lugar, extrai-se dos depoimentos que tanto Aline, quanto
Marcos, assumem que viviam em uma relação poligâmica e que desta relação
provém um filho, o qual é biologicamente de Aline e Marcos. Ademais, retira-se
em comum dos depoimentos que Marcos foi quem decidiu romper a relação e
sair de casa, e que a partir deste momento, Aline assume uma relação
monogâmica com Daniel.
Além disso, não possuímos a versão de Daniel, terceira pessoa da
relação poligâmica, e tampouco do filho Pedro, portanto nos basearemos
unicamente nos depoimentos de Aline e Marcos.
A partir desta análise pretende-se resolver a questão da guarda de
Pedro, filho biológico do relacionamento entre Aline e Marcos, se lhe é de
direito o fornecimento de alimento, e se em caso positivo, de quem é a
obrigação de prover.

II – FUNDAMENTAÇÃO
A partir da observação dos dois depoimentos e inicialmente utilizando-
nos da Lei nº 6 da Sexta Tábua entendemos que a Aline é posse de Marcos, já
que a partir da ótica legislativa romana “a mulher que residir durante um ano
em casa de um homem, como fora sua esposa, será adquirida por este
homem e cairá sob o seu poder, salvo se se ausentar da casa por três noites”,
logo é Marcos quem detém poder sobre Aline e sobre a residência.
Além disso, depreendemos do depoimento de Aline que foi Marcos
quem levou Daniel para dentro de casa e que era complacente com a relação,
ou seja, nenhuma das partes apresentara queixa diante da situação
anteriormente. Portanto, é possível aplicarmos a Lei nº 10 da Segunda Tábua,
a qual afirma que “se alguém se conformar com um furto, que a ação seja
considerada extinta” e já que havíamos alcançado o raciocínio de Aline ser um
objeto posse de Marcos, então, ele se exima de reclamar a situação. Por
último, temos a Lei nº 8 da Primeira Tábua, que diz “se as partes entrarem em
acordo em caminho, a causa estará encerra.”, isto é, se Marcos era
complacente com a situação e Daniel não procurou ocupar o comando da
família, entendemos que se mantém a estrutura familiar padrão de Marcos
ocupar o papel de pater, detendo posse de Aline e do filho Pedro, e Daniel
sendo um amante autorizado temporariamente por Marcos.

III - CONCLUSÃO
Dessa forma, concluímos que a guarda de Pedro deverá
obrigatoriamente manter-se com o pater Marcos, visto que ele detém sua
posse a partir da legislação exposta. Ademais, o filho Pedro não possui direito
a alimentação, visto que o entendimento romano era de que ele se
assemelhava a um objeto, podendo inclusive ser vendido ou morto
dependendo da vontade do pater.

Florianópolis, 18 de setembro de 2022.

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