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UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP

CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

ENIR DONIZETTI DA SILVA

INTENSIDADE TÓXICA E RISCOS DA EXPOSIÇÃO DOS


CONSERVANTES DA CLASSE DOS PARABENOS
CONTIDO NOS COSMÉTICOS E OS EFEITOS DA
CONCENTRAÇÃO NO ORGANISMO

RIBEIRÃO PRETO
2022
ENIR DONIZETTI DA SILVA

INTENSIDADE TÓXICA E RISCOS DA EXPOSIÇÃO DOS


CONSERVANTES DA CLASSE DOS PARABENOS
CONTIDO NOS COSMÉTICOS E OS EFEITOS DA
CONCENTRAÇÃO NO ORGANISMO

Projeto apresentado ao Curso de Farmácia da Instituição


Faculdade Anhanguera de Ribeirão Preto

Orientadora: Lorena Souza

RIBEIRÃO PRETO
2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................4
2. O PROBLEMA...........................................................................................................4
3 OBJETIVOS...............................................................................................................5
3.1 OBJETIVO GERAL OU PRIMÁRIO........................................................................5
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS.................................................5
4 JUSTIFICATIVA.........................................................................................................6
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................................8
6 METODOLOGIA.......................................................................................................17
7 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO...........................................................18
REFERÊNCIAS...........................................................................................................19
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1 INTRODUÇÃO
1.1 O PROBLEMA

O uso de cosméticos pode representar risco biológico para a saúde humana a


partir das substâncias tóxicas utilizadas em suas formulações?
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2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL OU PRIMÁRIO

O objetivo desse trabalho é revisar a literatura a fim de reunir e atualizar os


conhecimentos quanto intensidade tóxica e riscos da exposição dos conservantes da
classe dos parabenos contido nos cosméticos e os efeitos da concentração no
organismo.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS

 Entender a ação e o uso dos parabenos.


 Descrever o funcionamento e o processo de toxidade dos conservantes
para indústria cosmética
 Conhecer os efeitos que estes conservantes agem na concentração dos
organismos.
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3. JUSTIFICATIVA

O presente trabalho busca através de pesquisa bibliográfica apresentar os


compostos parabenos e o efeito da sua concentração no organismo. A classe dos
parabenos são amplamente utilizados na indústria cosmética há décadas por
possuírem excelentes conservantes com preços acessíveis ao mercado. Isso se deve
as suas principais características como uma ampla faixa de ph, por serem inodoros,
insípidos e incolores. Os efeitos antibacterianos dos parabenos estão sendo
estudados e utilizados desde a década de 1930. Hoje estima-se que há mais de 215
produtos de cuidados pessoais com enxague e sem enxague que continham
parabenos, além da presença destes mesmo parabenos nos cosméticos infantis.
Por possuírem uma vasta aplicação e uso entre os cosméticos é que se
justifica a importância do estudo e compreensão de como estes compostos podem
impactar de forma tóxica se utilizado de forma inadequada ou contínua.
Quimicamente, os parabenos são ésteres de parabenos que em estudos mostraram
que o comprimento da cadeia alquílica está diretamente relacionado ao maior efeito
biocida sobre os microrganismos, sendo que a cadeia alquílica do menor para o maior
é o metilparabeno, etilparabeno, propilparabeno, butilparabeno e benzilparabeno. A
utilização dos parabenos presente nos produtos de higiene pessoal podem ser
absorvidos sistematicamente após a sua aplicação tópica e por vez podem aparecer
na corrente sanguínea e posteriormente acumularem no tecido adiposo.
Portanto, o intuito deste projeto de pesquisa será necessário revisar a
literatura para reunir informações que possam esclarecer e apoiar melhor essa
preocupação da toxidade que os parabenos possuem ao serem utilizados em
cosméticos a fim de que população seja alertada quanto o uso desses produtos que
contenham essa substância química e tenha uma melhor qualidade de vida a longo
prazo.
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. 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1. O que são Parabenos?

Os parabenos são ésteres de ácido p-hidroxibenzóico com um grupo carboxila


diretamente ligado a um anel benzênico. Eles podem ter cadeias laterais diferentes
devido à variação de radicais alquil em suas fórmulas; estes diferem em estabilidade e
volatilidade. Os parabenos são muito estáveis e não evaporam facilmente. Eles são
capazes de prolongar a vida útil, agindo como conservantes em muitas fórmulas à
base de água. Seu principal benefício é a capacidade de impedir o crescimento de
bactérias, fungos e leveduras, tornando-os um dos poucos conservantes capazes de
fazer isso simultaneamente (GERGES et al., 2013).

Figura 1. Estrutura química geral dos parabenos.


Fonte: BOBERG et al., 2010.

Figura 2. Estrutura química dos parabenos mais usados industrialmente.


Fonte: https://parabenos20132014.wixsite.com/parabenostoxi/sobre. (Acesso em 30 de novembro de
2019).
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Ao esterificar o ácido p-hidroxibenzóico com um excesso de álcool na


presença de um ácido catalisador, como o ácido sulfúrico concentrado, a indústria
sintetiza os parabenos.
Este processo foi formalmente estudado por BOBERG et al. em 2010. Os
parabenos são produtos químicos sintéticos que podem ser facilmente dissolvidos por
enzimas específicas.
No entanto, eles também existem naturalmente em algumas fontes vegetais e
animais. Alguns exemplos de alimentos que contêm parabenos naturalmente são
frutas vermelhas e vegetais, vinagre, queijo e extratos de levedura.
Os parabenos também podem ser encontrados em queijos; um tipo é a
própolis, que contém o ingrediente essencial benzilparabeno. O metilparabeno pode
ser encontrado em algumas plantas das famílias Campanulaceae e Ericaceae. Por
exemplo, Campanula glomerata, também conhecida como campânula agrupada,
contém este derivado de parabeno. Outras plantas da família Campanulaceae incluem
Centaurea cyanus, também conhecida como centáurea.
Além disso, Vaccinium myrtillus, ou mirtilo, é uma planta Ericaceae que
contém metilparabeno. Para criar parabenos para fins industriais, o ácido p-
hidroxibenzóico é esterificado com um excesso de álcool na presença de um ácido
catalisador como o ácido sulfúrico concentrado.
Este processo é comumente usado na esterificação de ácidos carboxílicos e
seus derivados. A Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária nº 29/2012 regulamentou a legislação vigente dos Estados membros do
MERCOSUL. Também impôs a listagem atualizada de conservantes permitidos e suas
respectivas concentrações. Isso foi feito para garantir o uso adequado de
conservantes em produtos de higiene pessoal, perfumes e cosméticos.
A RDC Brasil 2012 explica que os conservantes são usados em produtos
industrializados para evitar o crescimento de microrganismos durante a fabricação,
armazenamento e uso pelos consumidores. A RDC Brasil 2012 explica que os
conservantes são adicionados aos produtos para evitar a formação de bactérias
quando fabricados, armazenados ou utilizados pelos consumidores.
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Figura 3. Trecho da RDC Nº 29, de 1 de junho de 2012.


Fonte: Brasil, 2012.

5.2 Ação dos parabenos

Compreender como os parabenos funcionam no início do século 21 ainda


estava sendo explorado. Havia um entendimento geral de que suas propriedades
antibacterianas ocorriam devido à quebra das membranas das células bacterianas.
Isso pode causar o vazamento de componentes intracelulares ou interferir no
transporte da membrana.
Além disso, os parabenos demonstraram danificar enzimas essenciais como
as fosfotransferases; essas enzimas são críticas para o bom funcionamento das
mitocôndrias. Além disso, observou-se que os parabenos inibem o transporte da
membrana do microrganismo e o funcionamento mitocondrial. Esses efeitos podem
levar à despolarização e consequências letais para qualquer organismo exposto a
altas concentrações de parabenos.
O artigo explica que as mitocôndrias causam problemas devido a uma falha
na permeabilidade da membrana, problemas nos processos de transporte da
membrana e inibição da síntese de DNA e RNA.
Isso foi afirmado em Fransway, 2019b. De acordo com um estudo de 2007
de Charnock e Finsrud, misturar diferentes tipos de parabenos pode diminuir sua
concentração total sem reduzir suas propriedades antibacterianas. Testes in vitro
foram usados para chegar a essa conclusão.
Nguyen et ai. 2005 observou a interação de parabenos com canais mecano-
sensíveis de E. coli. Essa interação fez com que os canais se desregulassem e
perdessem seu gradiente osmótico. Além disso, pequenos canais mecanossensíveis -
ou MscS - foram ativados por parabenos. Esses canais foram abertos por longos
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períodos de tempo e se abriram espontaneamente quando os parabenos foram


introduzidos.
Por outro lado, grandes canais mecanossensíveis eram tipicamente abertos
apenas por curtos períodos de tempo quando expostos a parabenos. Esses dados
foram corroborados por outros achados que mostraram cepas de E. coli com apenas
MscS substancialmente mais baixas do que aquelas com MscL e MscS.
Os testes in vitro realizados por Spindola e colegas em 2018 analisaram a
citotoxicidade de fibroblastos humanos expostos a três conservantes. Esses
pesquisadores testaram os conservantes imidazolidinil uréia, benzoato de sódio e
metilparabeno em três concentrações diferentes: 0,01%, 0,1% e 1%. Pela razão
massa/volume, esses conservantes foram aplicados por 24 horas. Nenhum dos
conservantes apresentou fragmentação significativa do DNA ou aumento da morte
celular, nem causou ativação da caspase-3, que é considerada crucial para a
apoptose.
Além disso, esses conservantes não demonstraram ter qualquer efeito sobre a
despolarização mitocondrial – que é considerada um dos principais estímulos para a
apoptose – de acordo com os resultados desses experimentos .

5.3. Uso dos parabenos

Muitos tipos de cosméticos contêm água e precisam de conservantes para


evitar o crescimento de fungos e bactérias. Conservantes comuns incluem parabenos;
estes são encontrados em xampus, hidratantes, desodorantes e cremes. Um estudo
realizado na Suécia revelou que 80% de cem hidratantes continham parabenos.
Os combos mais comuns foram propilparabeno e metilparabeno, que foram
encontrados em 75% dos hidratantes testados. Além disso, um parabeno específico
foi encontrado em cinco dos 100 hidratantes testados.
Na indústria da beleza, o metil e o propilparabeno são os conservantes mais
usados. Eles geralmente são usados juntos porque oferecem uma ampla gama de
propriedades antimicrobianas com baixa toxicidade, alta estabilidade e volitividade
mínima.
Além disso, esses parabenos são considerados boas escolhas devido ao seu
baixo custo, facilidade de síntese e efeitos não irritantes quando aplicados na pele.
Essas razões são as razões pelas quais o propil e o metil parabeno se tornaram um
padrão no mercado de beleza.
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Os parabenos são uma combinação conservante de ésteres de ácido p-


hidroxibenzóico. Eles são mais frequentemente usados em combinações de
metilparabeno e propilparabeno. Essas substâncias têm excelente estabilidade
química e física – podem lidar com mudanças de temperatura e até esterilização com
calor úmido ou autoclavagem.
A eficácia e as propriedades microbicidas dos parabenos derivam das suas
propriedades hidrofílicas e lipofílicas, que permitem a sua utilização em emulsões
óleo-água. Originalmente, pensava-se que esses conservantes funcionariam
sinergicamente; no entanto, isso já foi comprovado para aumentar apenas
incrementalmente seus efeitos.
Isso foi demonstrado pela primeira vez por JACKSON em 1992, depois
reafirmado por SONI e seus colegas 12 anos depois, em 2001. Diferentes tipos de
conservantes têm sido utilizados na indústria farmacêutica desde a segunda metade
do século XX. Isso ocorre porque a dermatite causada por produtos contendo
parabenos apareceu durante esse período.
Consequentemente, novos conservantes foram implementados, como
liberadores de formaldeído e isotiazolinonas, que foram implementados mais
recentemente.
Está claro a partir dos dados que os especialistas coletaram que a disponibilidade de
parabenos para estudos de dermatite excede em muitas outras famílias de
conservantes. Também está claro que as taxas de dermatite de contato causadas por
isotiazolinonas aumentaram – na Europa, uma porcentagem maior de pessoas é
sensibilizada a esses conservantes do que qualquer outra classe. Além disso, foi
demonstrado que esses conservantes são a causa mais comum de dermatite de
contato devido a conservantes.

Figura 4 – Isotiazolinona e metilisotiazolinona


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Os produtos de beleza naturais tornaram-se recentemente populares. O


mercado natural de cuidados com a pele aumentou 23% entre 2017 e 2018. Em 2018,
as vendas de produtos para cuidados com a pele representaram um quarto de US$
5,6 bilhões.
De acordo com os resultados de 2019 do NPD, esse crescimento continuou
em 2019 com um aumento de 27% nas vendas em relação a 2018. No entanto, esse
rápido crescimento tem algumas desvantagens; os leigos estão decidindo o que é
produto de beleza limpo ou natural, quais ingredientes devem ser evitados e quais
conservantes não devem ser usados.
De acordo com Rubin e Brod em 2019, a comissão americana da FDA que
regula cosméticos, remédios e alimentos não declarou quais produtos naturais
existem. Isso possibilita que qualquer pessoa declare suas próprias definições de
beleza limpa ou produtos naturais.
Ao longo de um período de 12 anos, entre 0,6% e 1,4% dos pacientes do
Grupo de Dermatite de Contato da América do Norte foram sensibilizados por misturas
de parabenos. Isso acontece quando corticosteróides ou cremes emolientes são
aplicados no eczema ou na pele ulcerada.
Nesses casos, a barreira epidérmica fica comprometida – o que leva a problemas na
aplicação de produtos contendo parabenos. No entanto, alguns pacientes podem
tolerar esses produtos se os aplicarem na pele intacta. Esse fenômeno é conhecido
como o 'paradoxo do parabeno' e foi relatado pela primeira vez em 2005 por
CASHMAN et al.

5.4. Toxicidade dos parabenos

Qualquer composto químico que possa impactar negativamente um organismo


pode ser considerado um agente tóxico. Seu efeito é sempre dose-dependente;
consequentemente, uma quantidade mínima de uma substância altamente tóxica não
causará nenhum dano. Além disso, alguns produtos químicos essenciais à vida podem
ser prejudiciais em altas concentrações. Vários efeitos dos parabenos já
demonstraram ser perigosos. Estes incluem atuar como desreguladores endócrino,
alérgenos e incitador de câncer de mama.
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6. METODOLOGIA

A metodologia escolhida para este estudo foi a revisão bibliográfica narrativa,


que consiste na análise crítica da literatura publicada em artigos científicos, artigos
científicos de revisão ou livros e discutem o estado da ciência qualitativamente em
relação ao um tema de um ponto de vista teórico e contextual. Esse tipo de revisão
não se vale de critérios metodológicos estritos ou sistemáticos de inclusão, tendo
como objetivo atualizar os conhecimentos do leitor sobre o tema (ROTHER, 2007).
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7. CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

Etapas Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

Elaboração do projeto X X

Revisão da literatura X X

Apresentação/submissão X X
do projeto
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REFERÊNCIAS

Conservantes cosméticos: todos os parabenos são vilões?


https://www.doisamaiscosmetica.com.br/noticias/conservantes-cosmeticos-todos-os-
parabenos-sao-viloes. (Acesso em 28 de setembro de 2022)

SPINDOLA, D. G., HINSBERGER, A., ANTUNES, V. M. de S., MICHELIN, L. F. G.,


BINCOLETTO, C., & OLIVEIRA, C. R. In vitro cytotoxicity of chemical preservatives on
human fibroblast cells. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 54, n. 1, p. 31-
40, 2022.

CONSERVANTES, Cosméticos e Perfumes. São Paulo: Insumos (43). Jan/ Fev/


Mar., 2007. COSTA, J. A. Registro de Produtos Cosméticos – Agencia Nacional de
Vigilância Sanitária. Curitiba – PR, 2013.

RODRIGUEZ, D.D.P. Microbiologia em cosméticos. Natura Inovação e Tecnologia de


produtos/Gerência de avaliação de produtos, 2011.

MACHADO, T.L. Potencial alérgico de conservantes cosméticos. Universidade do


Extremo Sul Catarinense – UNESC, 2010.

MOREIRA, C. G., FELIX, L., BILA, D. M. ATIVIDADE ESTROGÊNICA E


ECOTOXICIDADE DOS CONSERVANTES METILPARABENO E PROPILPARABENO.
In: XVIII Congresso Brasileiro de Toxicologia, 2013, Porto Alegre-RS. XVIII Congresso
Brasileiro de Toxicologia, 2013.

TAVARES, A.T, PEDRIALI, C.A., Relação do uso de parabenos em cosméticos e sua


ação estrogênica na indução do câncer no tecido mamário. Revista Multidisciplinar da
saúde – Ano III – nº06, 2011.

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