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Relatorio Energia Das Ondas
Relatorio Energia Das Ondas
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA E TECNOLOGIA
CURSO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA/CCEN
MOSSORÓ
2022
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LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE GRÁFICOS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 6
3 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 23
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 24
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1 INTRODUÇÃO
O Brasil é um país que além de ter uma grande extensão territorial, possui também um
litoral gigantesco. Ele começa no estado do Amapá e vai até o estado do Rio Grande do Sul,
na fronteira com o Uruguai. Com base nessas informações, o objetivo primordial deste artigo
é mostrar mais uma alternativa para a produção de energia elétrica no Brasil, que é a energia
das ondas oceânicas, também conhecida como energia ondomotriz.
Outro foco é apresentar os maiores desafios que impedem dessa matriz energética ser
utilizada no território brasileiro, com exemplos de países do mundo que geram energia
elétrica através das ondas marítimas. Além de claro, dissertar sobre os pontos positivos e
negativos dessa energia renovável, desde a construção das usinas nos oceanos até elas
começarem o seu funcionamento.
Dentre os trabalhos mais recentes, Cornett (2008) concluiu que os maiores potenciais
médio anual ficam no Hemisfério Sul, com o valor máximo de aproximadamente 125 kW/m
ocorrendo no sudoeste da Austrália. Já no Hemisfério Norte, têm-se um potencial acima de 80
kW/m no Atlântico Norte, logo ao sul da Islândia, e um potencial máximo de
aproximadamente 75 kW/m no Pacífico Norte. Para a zona tropical (25° N a 25° S), o
potencial encontrado fica, em sua grande maioria, abaixo dos 30 kW/m. Entretanto, Cornett
(2008) destaca que a variabilidade temporal é um fator importante quando se deseja aproveitar
essa energia disponível. Assim, locais com um fluxo moderado e constante de energia das
ondas podem ser mais atrativos que locais mais energéticos, porém, menos constantes. Nesse
quesito, o estudo evidencia que a zona tropical, com exceção do Mar da Arábia, tende a ser
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mais constante do que as regiões de altas latitudes. Analisando o consumo anual de cada
continente, a energia das ondas seria capaz de suprir boa parte da demanda mundial. A Figura
01 apresenta a disposição desse recurso de acordo com Gunn e Stock-Williams (2012, p. 297).
A falta de consenso com relação aos projetos entre os dispositivos de energia das
ondas constitui um obstáculo tecnológico que o setor deve superar, tanto em matéria de
concepção global dos conversores quanto em relação aos seus componentes. A convergência
para um ou poucos projetos é essencial para garantir a existência de uma cadeia de
suprimentos e para reduzir custos através da economia de escala (MAGAGNA e UIHLEIN,
2015, p. 87).
Apesar da falta de consenso com relação ao projeto dos WEC, três diferentes classes
concentram 82% dos esforços de pesquisa mundial, como pode ser visto no Gráfico 2.
Outra barreira a ser considerada está relacionada ao custo que envolve o projeto
conforme comparado no Gráfico 5 com outras fontes, tanto renováveis quanto convencionais.
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As barras sólidas indicam o custo atual da tecnologia em Euro por kWh, enquanto que
as barras hachuradas representam a redução de custos esperada para o futuro.
É um dispositivo parcialmente submerso (Figura 5), onde existe uma abertura para
que uma coluna de água seja movimentada pelas ondas. Quando essa coluna sobe, o ar dentro
58 da câmara é forçado a sair por uma abertura na parte superior, onde está instalada uma
turbina. Esse ar pressurizado é ejetado da câmara, fazendo a turbina girar e produzir energia
mecânica. Quando a coluna de água baixa após a passagem da onda, a diferença de pressão
existente irá fazer com que o ar seja succionado de volte para a câmara e possa ser utilizado
pela turbina novamente para extração de energia (LAGOUN, BENALIA e BENBOUZID,
2010, p. 639).
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Figure 6 - Islay LIMPET, Reino Unido (Vistas frontal (A) e traseira (B) do Islay LIMPET)
A Figura 7 representa uma estrutura flutuante que absorve a energia das ondas em
todas as direcções por força dos movimentos das ondas na superfície da água ou perto dela.
Este sistema oscilante, tendencialmente com poucos metros de diâmetro, é de pequenas
dimensões comparado com o comprimento de onda típico, (Leandro 2016), (de Melo Veloso
2014), (Sarmento 2004).
2.3.4 Galgamento
Nesse dispositivo (Figura C), as ondas se movem em direção a uma rampa inclinada,
galgando-a devido à energia cinética e se acumulando em um reservatório. Quando
quantidade suficiente de água é acumulada, é liberada a vazão dela de volta para o oceano. A
água escoa pela ação da gravidade e passa por turbinas. Assim como numa hidrelétrica, a
energia potencial acumulada será transformada em energia mecânica pelas turbinas. A borda
com angulação para acúmulo de água deve estar sempre direcionada de encontro ao
movimento das ondas (LAGOUN, BENALIA e BENBOUZID, 2010, p. 640).
O Wave Dragon consiste em três componentes principais: dois refletores de onda, cuja
função é direcionar as ondas incidentes; a plataforma principal que funciona como um
reservatório flutuante; e as hidroturbinas do tipo Kaplan de pequena queda (TEDD e
KOFOED, 2009, p. 711).
2.4 Funcionamento
Essa energia sintética das ondas por sua vez se dissipa em seu percurso até o litoral,
sendo convertida, devido a ao transporte de sedimento do fundo oceânico. Além disso uma
pequena fração dessa energia é convertida em som e espuma.
Mas além da ação típica das ondas, as mesmas podem ser convertidas, afim de ser
utilizadas pelo ser humano, nesse sentido existem sistemas de captação e conversão que
transformam a energia cinética deste fenômeno em energia elétrica.
Como visto no item 2.3 existem diversas maneiras de se converter o movimento das
partículas de água em energia elétricas os sistemas responsáveis por isto são classificados de
acordo com o princípio de captação e a distância do sistema a costa (CRUZ e SARMENTO,
2004). A classificação dos sistemas quanto a sua distância da costa é, Shoreline (dispositivos
localizados na costa), Near-shore (dispositivos próximos a costa), Off-shore (no mar, longe
da costa).
Esta distancia da costa por sua vez irá influenciar diretamente na escolha do sistema de
captação, são eles Coluna de água oscilante, Corpos oscilantes – flutuantes, Corpos oscilantes
– absorção pontual, Corpos oscilantes – Submersos, Galgamento. Figura 2, contém o
diagrama desses modelos. Os designers supracitados apresentam os mesmos princípios de
funcionamento, tendo como maior diferença entre si o processe de transmissão.
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Este sistema é composto por uma boia que flutua na superfície oceânica, a alguns
metros da enseada, está se movimenta em harmonia com o movimento ondulatório do mar,
que por sua vez movimenta um braço mecânico conectado a mesma, este braço se eleva e
rebaixa, acionando uma bomba responsável por fornece energia a um fluido enclausurado no
sistema, que adquire alta pressão e é transportado para um acumulador (câmara hiperbárica).
Ao ser liberada do acumulador a o fluido possui pressão e vazão elevas, sendo utilizado para
movimentar uma turbina, que aciona o gerador, convertendo a energia mecânica do
movimento da turbina, em energia elétrica. (ASMETRO-SI, 2020). Figura 3, demonstra o
processo descrito.
Após o processo de geração a energia, este potencial gerado é encaminhado para as
subestações onde são feitos ajustes para que a energia possa ser interligada a rede transmitida
e posteriormente, distribuída para as unidades consumidoras.
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Sabe-se que a principal causa dos impactos ambientais que se verificam atualmente
está relacionada ao uso irrestrito dos combustíveis fósseis. De acordo com Garcia [1],
independentemente do grau de desenvolvimento do país, o uso destes combustíveis, seja para
a geração de energia elétrica, produção de calor ou força mecânica, ainda é dominante na
matriz energética da maioria das nações. Desta forma, para Santos [2], uma maior utilização
de energias renováveis proporcionaria grandes benefícios ambientais, abrindo espaço,
também, para o desenvolvimento tecnológico e a produção de novos conhecimentos na área
energética.
A energia de ondas é uma fonte de energia não poluente, visto que não produz
emissões gasosas líquidas ou sólidas. Para Cruz e Sarmento [3], as usinas a partir de ondas
oceânicas podem contribuir no atendimento das necessidades energéticas causando poucos
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impactos ambientais, sem poluição externa e interna do ar, com capitais de implantação,
manutenção e operação competitivos quando comparados aos projetos de centrais eólicas
mais caros.
A tabela 1 a seguir, feita por Thorpe mostra e classifica como baixo e médio alguns
dos leves impactos ambientais que os dispositivos de energia de ondas podem causar.
Tabela 1 - Possíveis impactos ambientais do uso de dispositivos de energia das ondas. Adaptado
(THORPE, 1999), p.153.
Apesar de ser óbvio e não ser um problema peculiar dos dispositivos de energia de
ondas, deve ser levado em consideração no processo de avaliação ambiental.
2.5.2.2 Recreação
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2.5.2.4 Ruídos
Alguns conversores de energia podem produzir ruídos que percorrem longos trajetos
submarinos e podem afetar a comunicação e o deslocamento de algumas espécies como os
cetáceos, porém acredita-se ser improvável que sejam afetados devido o ruído estar abaixo
das suas frequências de audição.
Caso os projetos instalados sejam na costa ou próximos, o ruído pode incomodar a população
da área costeira, porém esses ruídos podem ser confundidos com o barulho dos ventos e das
ondas. Também devem ser usados abafadores de ruídos nessas instalações.
concentração espacial de fluxo energético; propagar por grandes distâncias com pouca
dissipação de energia; ter baixo impacto ambiental negativo. Quanto à primeira vantagem, de
acordo com Pelc e Fujita [6] este recurso está disponível até 90% do tempo em comparação
com cerca de 20 a 30% para energia eólica e solar.
Agora falando das desvantagens, para dispositivos onshore, pode-se destacar as
dificuldades em relação ao planejamento de proteção e conservação de costas. Outro ponto
negativo é o nível do potencial energético das ondas que chegam à costa que é reduzido
devido ao efeito que leito do fundo do mar exerce sobre as ondas.
Já para os dispositivos offshore tem-se como desvantagens a dificuldade de acesso
para instalação e manutenção, além da grande distância para distribuição da energia gerada.
3 CONCLUSÃO
No cenário mundial, a energia das ondas é uma excelente alternativa para suprir a
demanda energética brasileira, e um avanço na substituição de fontes poluente de energia por
renováveis. No que tange o Brasil a fonte ondomotriz tem grande potencial, devido a extensão
da costa e as condições do vento, sendo mais uma para somar no vasto portifólio energético
brasileiro.
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REFERÊNCIAS
Artigo científico
Artigo científico
CORNETT, M. A global wave energy resource assessment. Proc. of the XVIII international
offshore and polar engineering conference. Vancouver: Canadá. 2008. p. 318-323.
Artigo científico
Artigo científico
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Renew. Energy 44, 296–304
HITZ, J. A. LIMPET: Land Installed Marine Powered Energy Transformer. State of the
Planet, 2010.
Artigo científico
Artigo científico
MAGAGNA, D.; UIHLEIN, A. Ocean energy development in Europe: Current status and
future perspectives. International Journal of Marine Energy, v. 11, p. 84-104, 2015.
Artigo científico
Página da internet
Artigo científico
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Belfast. [S.l.], p. 62. 2002. (JOR3-CT98-0312).
MAGNO, Alan et al. Senado aprova regulamentação da energia offshore no Brasil; entenda:
Marco regulatório para energia em alto mar mira hub eólico e busca abrir portas para novos
investimentos estrangeiros no Brasil. O POVO, Fortaleza, 18 ago. 2022. Economia.
Disponível em: https://www.opovo.com.br/noticias/economia/2022/08/18/senado-aprova-
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Notícia
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Página da Internet
MALAR, João Pedro. Entenda como ondas e marés podem gerar energia no Brasil: Falta de
investimentos em pesquisa e redução de custos ainda dificultam aproveitamento energético
dos oceanos. CNN Brasil, São Paulo, 10 out. 2021. Disponível em:
https://www.cnnbrasil.com.br/business/entenda-como-ondas-e-mares-podem-gerar-energia-
no-brasil/. Acesso em: 18 set. 2022.
Notícia
Página da Internet
Página da Internet
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Artigo científico
Artigo científico
SANTOS, Alan Lanke dos; WEBER, Leonardo Marcon; MOREIRA, Thaís Zílio Testi. A
Matriz Energética Brasileira e o Aproveitamento das Fontes Renováveis. Análise Conjuntural,
v. 28, n.1-2, p. 18, jan./fev. 2006.
Artigo científico
CRUZ, João M. B. P. ; SARMENTO, Antônio J. N. A.. Energia das Ondas: Introdução aos
Aspectos Tecnológicos, Econômicos e Ambientais. Instituto Superior Técnico WEC - Wave
Energy Centre. Instituto do Ambiente, 2004.
Artigo científico
THORPE, T. W., "A Brief Review of Wave Energy", ETSU Report R-120 for the DTI, 1999.
Artigo científico
Artigo científico
R. Pelc e R. M. Fujita, “Renewable energy from the ocean”, Mar. Policy, vol. 26, n o 6, p.
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Artigo científico
Página da Internet