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Uivo Branco nada mais era que um lobo normal, tão forte quanto

qualquer outro, tão sagaz quanto qualquer outro. Ele é a quinta cria do
alpha, não mais forte que seus irmãos, mas isso nunca importou, afinal,
viveu mais tempo do que eles para que ele pudesse provar o contrário. Viu
4 verões e invernos passarem, mas o tempo não o afetava tanto, seus
irmãos, entretanto, eram dominados por ele e perdiam as batalhas
rapidamente, até que das cinco crias do alpha, somente Uivo Branco e o seu
pai restassem. Nos seus primeiros verões, ele não pensava nem um pouco
nisso, mas agora, sua mente ficava mais afiada que suas presas, o fazendo
questionar o porquê disso, o porquê nem ele e seu pai sofriam o mesmo
destino que a matilha sofria.
Certo dia dentre as florestas de Auyuittuq, Uivo Branco caçara junto
aos mais novos do bando um caribu, uma tentativa de trazer alimento para
a alcateia e ensinar os filhotes sobre a caça. Sua astúcia proveniente de
longa vida (para um lobo) lhe permitiu abusar dos cantos cegos da besta.
Sua precisão era clara, sua velocidade também, sua afinidade e
comunicação com os outros dois lobos ainda não era das mais refinadas,
mas ainda assim era o suficiente para que a caça fosse sucedida, porém, ao
invés de sentir o cheiro e calor do sangue do caribu em suas presas, ele
sentiu um frio na espinha ao ouvir o barulho seco de um tiro e um cheiro
estranho saindo de um cano de metal nas mãos de um humano. Uivo
Branco já tinha visto humanos, eles vinham, olhavam de longe e fugiam, e
assim se repetia, nunca virá um caçar, mas sabia que esse metal em suas
mãos estava prestes a ser mirado neles e a intenção de derramar sangue era
nítida, mas antes que pudesse algo fazer, o cano mais uma vez emitiu um
barulho seco e seu companheiro, um lobo que ainda não virá o verão, tem
sua pelagem branca manchado pelo próprio sangue. Na mesma hora, um
impulso sobe no amago de Uivo Branco, uma ira além do que sentirá
quando era ferido ou quando perdia sua presa, algo que o fazia se mover
por conta própria tão veloz e fatalmente quanto antes, crescendo a cada
passo até se sobressair em altura diminuindo consideravelmente o humano
metafórica e literalmente pois suas garras cortavam membros e estripavam
o homem a sua frente, não para comer, não por subsistência, mas por ódio.
O outro filhote sobrevivente voltará junta a matilha para onde Uivo Branco
estava, e seu pai, o Alpha, Presas Gélidas, uivava para ele, exigindo
moderação e o acalmando lentamente. Quanto a calma veio, os uivos de
tristeza para com a perda de um membro da alcateia vieram não só do
Garou, mas também da alcateia inteira.
Alguns dias depois desse frenesi, a matilha de Uivo Branco migrará
para uma terra mais afastada, próximo das Montanhas de Baffin, como os
humanos chamavam. Tudo isso, dizia Presas Gélidas com seus uivos para
Uivo Branco, era necessário para que ele fizesse parte da tribo, da família
de seu pai, pois ele não seria apenas um uivo no vasto branco das tundras,
mas um Fenris, a cria de uma nobre e poderosa besta espiritual! Seu dever
havia já sido explicado, um Garou de Lua Cheia da tribo dos heróis que
defendiam com garras e presas a criação de Gaia que era ameaçada pela
virulenta humanidade que crescia cada vez mais sua ganância não só para o
mundo natural, mas o espiritual, e como a Vanguarda dos Garous, seu
dever era viver e morrer por esse credo, numa constante luta contra o "mal"
do mundo.
Para Uivo Branco, essas revelações traziam dores de cabeça que
nunca sentirá, talvez a simplicidade de sua vida tenha turvado sua
capacidade de pensar e esse evento a despertou. Um guerreiro, não só
caçador, um Ahroun, lua cheia e líder, filho dos Fenris e do próprio Fenrir,
mas não totalmente até o Ritual de Passagem: a constante luta contra os
espíritos invocados por Theurges. Não só ele, mas outros "filhotes", como
os Fenris diziam, se reuniram nos cumes de Baffin para serem
recepcionados por um Theurge. O desafio? Simples: cada um lutaria contra
um espírito, coites, cobras, hienas, gorilas, ursos, entre outros espíritos
capazes de trazer a morte aqueles que buscavam ser Crias. No fim da luta,
Uivo Branco e três outros filhotes, dos 6, permanecerem de pé, concluindo
o Ritual de Passagem e sendo levado para os Fenris, não como Parente,
mas como Família
Os Fenris uivavam em homenagem aos seus novos irmãos e irmãs,
os aceitando com cada grave e agudo que sai deles. Uma comemoração se
fazia, tambores soavam e os honrados Garous que podiam agora se chamar
de Cliath iam em frente ao líder atual da tribo prestar seu respeito e vice-
versa. Para todos foi assim, uma simples festividade para aceitar novos
membros, mas para Uivo Branco foi diferente... Fenrir não sussurrava, mas
uivava tão alto que as árvores estremeciam e as montanhas pediam
clemência, afirmando sobre o destino do filhote e exigindo de forma afável
honra e heroísmo. Após o desvanecer o do espírito que só ele pôde ver,
Uivo Branco entenderá melhor agora o que seu pai falou sobre o sacrifício
de um Fenris. É o seu dever... sua obrigação lutar, derramar seu sangue e
dos inimigos e, se precisar, sacrificar-se pelo bem maior como um herói.
Isso era uma Cria do Lobo do Ragnarok.

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