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Módulo 20 –

Cardiopatias infecciosas Tutorial 6 –


Luísa Grings

• É uma infecção microbiana da superfície endotelial do coração. • Enterococos – princip o E. faecalis e E. faecium
• Pode ser causada por bactérias, fungos e outros m.o. o Associados a bacteremias após instrumentação do TU em
• Mais freq acomete as valvas cardíacas, mas tb pode acometer áreas HOMENS.
de defeitos septais, cordas tendíneas ou o endocárdio mural o Podem causar EI subaguda ou aguda e infectar valvas nativas
previamente lesado. normais ou defeituosas.
• EI AGUDA: manifs mais pronunciadas. Se não tratada, evolui p/ óbito o Conhecidos pela resist natural a diversos atbs.
em curto espaço de tempo (semanas), sendo uma urgência médica. • Stepto bovis – muito relacionado a lesões no TGI (tumores de cólon
• EI SUBAGUDA: manifs mais arrastadas. Se trat, evolui p/ óbito em e pólipos intestinais).
tempo mais longo (meses). o EI por essa bac deve obrigatoriamente nos conduzir a pesquisa
de tumores de cólon → fazer colonoscopia.
• Grupo HACEK (Haemophilus Parainfluenzae, H. aphrophilus,
Actinobacillus, Cardiobacterium hominis, Eikenela corrodens e
Kingella kingii) – raramente causam EI.
• Em países desenvolvidos, predomina em adultos MAIS VELHOS:
o São parte da microbiota normal do TR superior, causando EI
o Devido a maior expectativa de vida da pop, c/ mais indivíduos
subaguda em valvas nativas e protéticas.
mais velhos com doenças orovalvares degenerativas;
o Nas protéticas, geralm se dá 1 ano ou mais após a cirurgia.
o E tb devido a menor incidência de doença reumática em pessoas
mais jovens.
• Tb é muito comum em USUÁRIOS de DROGAS IV USUÁRIOS DE DROGAS IV
o Geralm são homens e mulheres entre 2ª-4ª décadas de vida • S. aureus → afeta princip a Tricúspide.
• Crianças com CARDIOPATIAS CONGÊNITAS o Entrada se dá por contaminação da agulha ou subs injetadas.
• EI associada aos CUIDADOS DE SAÚDE: indivíduos de qualquer o Material injetado costuma ter partículas e impurezas que lesam
idade submetidos a procedimentos invasivos (hemodiálise, diretamente o endotélio da valva tricúspide, facilitando a
cateterismo venoso, implante de devices intracardíacos). infecção dela.
o Os ag etiológicos tendem a ser diferentes dos demais grupos. o Metastatização de êmbolos sépticos p/ pulmões acarreta
o Pode ser manif na própria internação ou de forma tardia (até 90 formação de múltiplos abscessos pulm bilaterais – esse achado
dias após contato intenso c/ sist. de saúde). é característico de EI da tricúspide.
• EI em VALVAS PROTÉTICAS: pode ser dividida de acordo c/ o tempo • Já se a EI for de valvas esquerdas (Mitral ou Aórtica) → microbiologia
de aparecimento da EI após a cirurgia de troca valvar. mais variada:
o Precoce: 1ºs 2 meses; o S. aureus;
o Intermediário: entre 2-12 meses; o Bacilos gram neg entéricos (Pseudomonas aeruginosa,
o Tardio: após 12 meses. Salmonella, E. coli, Klebsiella pneumoniae, Enterobacter e
Serratia)
o Fungos (Candida, Aspergillus)
• Coinfecção por HIV NÃO modifica a microbiologia dos ag causais da
EI em usuários de drogas IV.
ENDOCARDITE AGUDA
• (Valva nativa, não usuários de drogas IV) PRÓTESE VALVAR
• Stafilo aureus é o principal em valva nativa. • Início PRECOCE (1ºs 2 meses):
o Geralm vem da flora cutânea. o Stafilo epidermidis e S. aureus: principais.
o Muitos pcnts apresentam infecção de pele ou tec subcutâneo o Outros: BGN, Fungos, Enterococos e Difteroides.
como porta de entrada. ▪ Contaminação da prótese se dá durante a cirurgia ou algum
• Strepto pneumoniae causa 1-3%. evento associado a bacteremia no pós-op intra-hosp.
o Acomete ALCOÓLATRAS em vigência de PNEUMONIA e ▪ Por serem nosocomiais, pode-se esperar maior resistência
MENINGITE, e mais raramente, crianças. aos atbs.
o Evolução progressiva e grave com comprometimento • Início INTERMEDIÁRIO (2-12 meses):
preferencial da valva aórtica. o Aquisição da infecção geralm se dá durante a internação, mas o
o Mortalidade: 30-50%. início das manifs é mais tardio.
o Síndrome de Austrian: pneumonia + meningite + endocardite. o S epidermidis (coagulase neg)
o Espera-se alto grau de resistência atb.
ENDOCARDITE SUBAGUDA • Início TARDIO (> 12 meses):
• (valva nativa, não usuários de Drogas IV). o Strepto viridans, S aureus, Enterococo, HACEK.
• Streptos α-hemolíticos – Streptos viridans
o S. sanguis, S. mutans, S. mitior, S. intermedius. ASSOCIADA AOS CUIDADOS DE SAÚDE
o Principal da endocardite comunitária em indivíduos não usuários • S aureus e S epidermidis são os principais.
de drogas IV.
• Enterococos tb são bastante freq.
o Fazem parte da microbiota normal da cav oral, e a partir de
• Há ↑ participação dos BGN entéricos e fungos.
bacteremias transitórias, colonizam valvas previamente
comprometidas por desordens congênitas ou adquiridas.
AGENTES RAROS
• 5-15% pcnts c/ EI têm hemocultura neg. o Reparo cirúrgico (após 6 meses) de ducto arterioso patente,
o ½ casos é por uso prévio de atb, impedindo cresc dos germes defeito do septo ventricular e defeito do septo atrial.
comuns.
o Outra ½ é por germes raros que não crecem no meio de cultura
habitual
• Causam quadros indolentes, e por vezes afebris de endocardite.
o Granulicatella e Abiotrophia.
o Membros do grupo HACEK
o Bartonella hanselae ou quintana (EI em moradores de rua)
o Coxiella burnetti (agente da febre Q)
BACTEREMIA
o Brucella (ag da brucelose – + freq em países do oriente médio)
o Tropheryma whippeli (ag da doença de Whipple). TRANSITÓRIA
• Ocorre sempre que uma
superfície mucosa
colonizada por m.o é
traumatizada.
• Endotélio saudável é resistente à colonização bac.
• Uma vez na corrente sang,
• p/ que a EI aconteça, é preciso que a superfície endotelial do coração
eles colonizam a ETNB e
esteja previamente lesada.
desencadeiam EI.
o Impacto de fluxos sang de alta velocidade → jatos regurgitantes
por insuf valvares, ou jatos ejetivos por estenoses valvares.
o Estresse mecânico pelo turbilhonamento do sg, mais intenso no
lado de baixa pressão de shunt AVs → defeito septo
interventricular.
o Presença de corpo estranho que produz lesão por trauma físico FISIOPATO
direto → cabo de marca-passo ou desfibrilador implantável, • 5 fatores contribuem p/
cateter venoso profundo. manifs:
• c/ lesão endotelial, exposição dos tec subendoteliais estimula a o (1) Efeitos destrutivos
formação de tampão de plaquetas e fibrina: VEGETAÇÃO locais do processo infeccioso no coração;
inicialmente ESTÉRIL → Endocardite Trombótica Não Bacteriana o (2) Embolização de fragmentos da vegetação a sítios distantes,
(ETNB). determinando isquemia e/ou infecção metastática;
o ETNB pode permanecer estéril por longos períodos; o (3) Infecção de outros sítios através de bacteremias persistentes;
o Seu nº pode ser elevado em circunstâncias associadas a estado o (4) Resp imune humoral, c/ formação de imunocomplexos que
pró-trombótico generalizado: CA avançado com desnutrição, LES se depositam e determinam lesão tecidual;
e SAF (anti-fosfolipide). o (5) Produção de citocinas que determinam o aparecimento de
• Durante episódios de bacteremia, alguns m.o pode se aderir, sintomas constitucionais (febre, adinamia, anorexia, perda
colonizar e multiplicar no interior da ETNB, iniciando a EI. ponderal, etc)
• M.o mais virulentos, como S aureus e Candida, conseguem se aderir • Alguns pcnts podem não ter muitas alterações, só achado de
ao endotélio valvar mesmo quando ele está intacto. vegetação intracardíaca ao ecocardio, e outros podem ter caráter
• Com a invasão da ETNB por uma bac, a proliferação de m.o dentro destrutivo, evoluindo com ICC.
da vegetação facilita a deposição de mais plaquetas e fibrina, ↑ de • Extensão do processo infeccioso p/ tecidos paravalvares forma os
tamanho. ABSCESSOS MIOCÁRDICOS (mais comum na valva aórtica).
o Dps ela acaba se fragmentando, levando a EMBOLIZAÇÃO SIST • A extensão p/ pericárdio pode acarretar PERICARDITE purulenta.
e a BACTEREMIAS recorrentes. • Êmbolos do coração E se manif como:
o Os m.o dentro da vegetação geram estão metab inativos, sendo o Infartos isquêmicos em órgãos a distância (baço, cérebro, rim);
insensíveis a ação dos abts. o Alterações cutâneas (ex: Manchas de Janeway);
• Êmbolos sépticos do coração D se manif como:
LESÕES CARDÍACAS DE RISCO o Infiltrados pulm bilaterais e difusos que logo se transformam em
abscessos.
• A PRÓTESE VALVAR é a condição de maior risco p/ desenv de EI, e
ainfecção geralm ocorre nos 1ºs meses pós-op. • Acometimento do SNC por êmbolos ocorre em 1/3 dos casos,
contribuindo bastante pra morbimortalidade.
• CARDIOP CONGÊNITAS Cianóticas Complexas → mais associadas a
o Consequências: formação de aneurismas micótico, cerebrite,
EI em pcnts até 15 anos.
infartos cerebrais e abscesso cerebral.
o ½ casos a infecção ocorre após cirurgia e envolve dispositivos e
corpos estranhos implantados durante o ato operatório. • BACTEREMIA PERSISTENTE leva a formação de focos infecciosos a
distância → GMNF, Meningite asséptica, poliartrite ou poliartralgia,
• EI PRÉVIA é FR importante.
manifs mucocutâneas e manchas de Roth (hemorragias retinianas
• PROLAPSO de VALVA MITRAL é a condição predisponente mais
vistas no exame de fundo de olho)
comum nos EUA, devido sua elevada prevalência na pop.
o Mas só pcnts c/ sopros à ausculta /ou evidências de folhetos
espessados ou regurgitação encontram-se em rico.
• No BR, VALVOPATIA REUMÁTICA parece ser a lesão + comumente
associada a EI, mas não existe nenhum trabalho que confirme isso. EI AGUDA
• Intervalo entre evento que produziu a bacteremia e início de
• Lesões que geralm NÃO predispõem a EI: sintomas é ~2 semanas ou menos.
o Defeito septo atrial tipo ostium secundum • Protótipo: EI por S. aureus
o Revascularização coronariana prévia o Acomete valvas sem anormalidades prévias
o Sopros cardíacos inocentes o Produz fenômenos embólicos supurativos, disfunção cardíaca
o Prolapso de valva mitral sem sopro precoce e evolução fatal, se não trat imediatamente.
o Doença reumática prévia sem disfunção valvar
o FEBRE ALTA, sinais de TOXEMIA (sepse) e surgimento de ▪ TC faz o diag.
múltiplos focos de infecção metastática a distância. o Infarto Embólico Renal:
• Usuários drogas IV → valva tricúspide. ▪ Dor em flanco e hematúria macro ou microscópica.
• Outros pcnts não usuários → pode comprometer valva aórtica. ▪ HAS, IRenal e edema são complicações incomuns.
o Embolia Séptica p/ Pulmões: Ocorre na EI de tricúspide, sendo
EI SUBAGUDA comum em usuários drogas IV.
• Intervalo início sintomas: 5-6 semanas. o Vasos mesentéricos: dor abd, íleo adinâmico e sg nas fezes.
o A Coronária: pode causar IAM. Mais comum em EI de valva
• Protótipo: EI por S. viridans
aórtica.
o Acomete geralm valvas com endocárdio previamente lesado
o Embolia de A. femoral, A poplítea, A radial e A braquial: mais
o Manifs menos dramáticas que as da aguda.
comum na EI por fungos.
o Febre baixa, sudorese noturna, perda ponderal, náuseas e
vômitos, fenômenos imunológicos, etc.
• MANIFS NEUROLÓGICAS (20-40% casos). Geralm dominam o
o Disfunção cardíaca gradual ou que não acontece;
quadro clínico.
o Raramente há infecção metastática a distância.
o Mais observado na EI por S aureus.
o Sempre cogitar EI em pcnt jovem c/ evento neurológico súbito.
MANIFS SISTÊMICAS
o Território da ACM, princip em pontos de bifurcação na periferia,
• FEBRE é achado mais comum (90%), mas pode estar ausente em é o local mais comumente acometido.
idosos debilitados. o Êmbolo cerebral (geralm ACM) – 30% casos. Pode gerar
o AGUDA: Geralm é ALTA (>39°C) hemiplegia, alterações sensib, ataxia, afasia e rebaixamento
o SUBAGUDA: mais baixa e intermitente nível de consciência.
o Após início da atb, 75% ↓ febre em 1 semana e 90% em 2 sem. o Aneurismas micóticos – 1-2% pcnts.
o Febre PROLONGADA → associada a EI por alguns ag (S aureus, ▪ Mais comum na EI por S viridans.
BGN e fungos) e a complicações (TEP, TVP, abscesso miocárdico, ▪ Resulta de embolização séptica p/ vaso vasorum, Invasão
infarto tecidual, etc). direta da parede arterial pelos m.o ou lesão vasc por
imunocomplexos → enfraquecimento da parede do vaso e
MANIFS CARDÍACAS sua dilatação.
• SOPRO CARDÍACO ocorre em 85% pcnts. ▪ Geralm assintomáticos até ter hemorragia subaracnoide
o Pode estar ausente na EI aguda de coração D e na infec mural. catastrófica.
o 10-40% pcnts apresentam novo sopro, a maioria evoluindo p/ IC. ▪ Presença de cefaleia, paralisia de pares cranianos e
• IC rapidamente progressiva é a principal causa de morte nos pcnts distúrbios visuais podem anunciar a ruptura iminente.
com EI! o Encefalopatia Tóxica, com alterações de comportamento (ex:
• ABSCESSO MIOCÁRDICO: complicação relacionada ao S aureus. franca psicose) , é mais comum em idosos.
o Se manif por febre prolongada e bradiarritmias do tipo BAVT, de
inicio abrupto. • MANIFS RENAIS:
o Infartos renais são os mais freq.
MANIFS PERIFÉRICAS o IRA - <10% casos.
• HEMORRAGIAS SUBUNGEAIS “em lasca” (splinter hemorrhage) em o Se presença de uremia → pensar em GMNF difusa com ↓ compl
dedos dos pés ou mãos. Predomina em IDOSOS. sérico, FR+ (70% casos) e imunocomplexos circulantes (90-100%
casos).
• PETÉQUIAS: 20-40% casos.
o Lesão focal raramente causa IR.
o Mais comum na SUBAGUDA.
o Raramente pode ter abscessos.
o Geralm são subconjuntivais, mas podem estar em palato,
mucosa bucal e extremidades.
o Ocasionadas por vasculite ou embolização. • MANIFS HEMATOLÓGICAS
o SUBAGUDA → anemia doença crônica.
• NÓDULOS DE OSLER: Lesões de 2-15mm, dolorosas, encontradas em
o ↑VHS
polpas digitais das mãos e pés.
o Desaparece em horas-dias o Deiscência de próteses valvares por infecção pode estar
associada a episódios de hemólise por fragmentação
o Decorre da deposição de imunocomplexos, vasculite e
eritrocitária (esquizócitos no esfregaço de sg periférico).
embolização séptica (forma aguda – S aureus).
o S aureus → leucocitose com neutrofilia.
• MANCHAS DE JANEWAY:
o Máculas hemorrágicas, indolores, em palmas e plantas.
• MANIFS MUSCOLOESQUELÉTICAS
o Decorre de embolização séptica.
o Sintomas articulares: geralm precoces.
o Mais comum na SUBAGUDA, e se relaciona a infecção
▪ Artralgia proximal oligo ou monoarticular;
PROLONGADA.
▪ Artrite oligo ou monoarticular de MMII e dor lombar baixa.
• MANCHAS DE ROTH: na retina. Lesões ovais com centro pálido
o Pode haver infecção de vértebras associada – Espondilodiscite.
cercado de hemorragia. É incomum na EI.
o Mialgias difusas - 20% pcnts.
• BAQUETEAMENTO DIGITAL: mais freq na EI subaguda prolongada.
Costuma regredir c/ trat.
USUÁRIO DROGAS IV
MANIFS EXTRA-CARDÍACAS • EI Tricúspide.
• Êmbolos sépticos p/ pulmões: tosse, infiltrados pulm, derrame
• ESPLENOMEGALIA (60% casos), mais encontrada na SUBAGUDA.
pleural e dor pleurítica.
• EMBOLIZAÇÃO SISTÊMICA: até 40% pcnts.
• 35% tem sopro cardíaco
o Determinam sequelas clínicas mais comumente observadas.
o Infarto Embólico de A esplênica: • 1/3 pcnts tem sinais de Regurgitação Tricúspide: ritmo de galope,
sopro de regurgitação melhor audível à inspiração, ondas V amplas
▪ Dor súbita em QSE com irradiação p/ ombro, atrito e
e pulso hepático.
derrame pleural.
▪ Abscesso no parênquima do órgão pode se desenv.
o Obstrução valvar pela própria EI;
o Vegetação > 1cm;
o Vegetação pedunculada móvel;
• CRITÉRIOS DE DUKE modificados: o Abscesso paravalvar ou miocárdico;
o Fístulas;
o Deiscência de prótese valvar;
• Presença de bloqueio AV ou qualquer distúrbio de condução novo
indicam abscesso paravalvar e significam alto risco de óbito na
ausência de cirurgia precoce.

• Letalidade: 10-15%.
• ATB: Ideal é que seja IV e doses altas

ATB EMPÍRICA

o EI definitiva:
▪ 2 critérios maiores
▪ 1 maior + 2 menores
▪ 5 critérios menores
o EI possível:
▪ 1 maior + 1 menor
▪ 3 critérios menores
o EI descartada:
▪ Diag alternativo pode ser estabelecido;
ATB DE ACORDO COM ETIOLOGIA
▪ Sinais e sintomas desaparecem < 4 dias de atb;
▪ Cirurgia cardíaca ou necropsia tem resultados neg em pcnt
tratado < 4 dias de atb.

• Hemoculturas:
oColher pelo menos 3 amostras de 10ml de sg, cada 11 de um sítio
de punção diferente, sendo 1 deles a V antecubital.
o Aguda: 15 min entre cada coleta
o Subaguda: >6h entre cada coleta
• ECOCARDIO: o melhor é o bidimensional transesofágico multiplano.
o O transtorácico tem sensib limitada p/ diag de EI, sendo menor nos
casos de vegetação peq ou de endocardite de prótese valvar.

• Padrão-ouro p/ diag: comprovação histológica e microbiológica da


presença de agentes infecciosos em material obtido direto do
endocárdio (por meio de cirurgia cardíaca ou necrópsia).

• DD AGUDA: outras causas de síndrome séptica.


• DD SUBAGUDA: TB, sífilis, meningite, abscesso cerebral, LES, AR,
vasculites, Púrpura Trombocitopênica Trombótica e neoplasia • Pseudomonas: Penicilina (Ticarcilina-clav ou piperacilina-sulbactam)
hematológicas. + tobramicina por pelo menos 6 semanas.
• BGN entéricos: betalac de amplo espectro + aminoglicosídeos.
AVALIAÇÃO PROGNÓSTICA
• Germes associados a pior evolução clínica: S aures, P aeruginosa e • FÚNGICA → ANFOTERICINA B + FLUCITOCINA + CIRURGIA precoce
fungos. (pq só o medicamento não vai erradicar todo o fungo).
• A AGUDA tem progn pior que a SUBAGUDA.
• Sinais e sintomas de IC indicam pior prognostico: dispneia, ACOMPANHAMENTO
ortopneia, estertoração pulm, B3. • 25-40% pcnts desenvolve algum E.A., visto que são usadas doses
• Sinais e sintomas NEUROLÓGICOS tb indicam pior progn. altas e por período prolongado.
o Todo pcnt c/ sinais neurológicos tem que fazer RC de crânio → se • Na EI por germes mais difíceis de tratar (como o S aureus),
constatada infarto cerebral recente abscesso ou hemorragia: pior recomenda-se repetir HEMOCULTURA DIARIAMENTE até que fique
prognostico. negativa.
o Exame do liquor sugestivo de infecção meníngea tb é sinal de pior o Deve-se repetir tb se o pcnt tiver recidiva da febre
progn. o 4-6 semanas após término do trat tem que repetir tb
• Sinais ruins no ecocardio: • Strepto viridans, enterococos e HACEK → espera-se negativação da
o Comprometimento valva aórtica; hemocultura após 48h de trat eficaz.
o EI de valva protética; • S aureus → espera-se negativação após 3-5 dias de trat
o Regurgitação valvar grave pela própria EI;
• Persistência de febre após 7 dias de trat eficaz obriga a investigação o Abscesso intracraniano é mais freq na por Asperigullus.
de complicações! • Esses pcnts tb podem desenv complicações de candidemia, como
• Vegetações: espera-se que ↓ tamanho c/ trat. endoftalmia, ostiomielite vertebral e meningite.
o 50% casos, elas se mantem inalteradas até 3 meses após a cura; • DIAG:
o 25% casos elas podem até ↑ tamanho, sem que indique falha o Geralm é amis demorado.
terapêutica. o HEMOCULTURA:
▪ Cândida cresce freq em hemoculturas
INDICAÇÕES CIRÚRGICAS ▪ Aspergillus raramente cresce na hemocultura, sendo isolado
geralm de um amostra anatomopatológica.
o Ecocardio freq revela vegetações que geralm são grandes.
• TRAT:
o ANFOTERICINA B + FLUCITOSINA + CIRURGIA de troca da valva
o Após a cirurgia, continuar o trat antifúngico por pelo menos 6
semanas.
o Após estabilização do pcnt e das hemoculturas neg, pode trocar
o trat p/ fluconazol VO se o pcnt for suscetível.
o Se o pcnt não puder fazer a cirurgia, tem que iniciar trat
supressor pro resto da vida → fluconazol VO.
• Recorrências são comuns, até nos pcnts tratados com ressecção
cirúrgica e anfotericina B.
PROFILAXIA

• Pericardite aguda é uma doença que costuma acometer


ADOLESCENTES ou ADULTOS JOVENS, mas pode ocorrer em
qualquer idade.
• Principais etiologias: VIRAL e IDIOPÁTICA.

ETIOLOGIA
➢ VIRAL E IDIOPÁTICA
• São as 2 causas mais comuns.
• Vírus: coxsackie B e Echovirus tipo 8.
o Pródromo de síndrome gripal e de virose de VAS, precedendo o
quadro de pericardite em 1-3 semanas.
o Diag: geralm é presuntivo, só pela clinica, e confirmado por
sorologia viral positiva (↑títulos de anticorpo antiviral > 4x em
período de 3 semanas) ou por detecção do vírus por PCR.
• Quadro viral e o idiopático são autolimitados, com regressão dos
sintomas em 1-3 semanas.
• Complicação mais comum: pericardite recorrente, podendo haver
raramente tamponamento cardíaco e evolução p/ pericardite
constritiva.

➢ PIOGÊNICA
• Candida é a mais comum. • É doença grave e de alta mortalidade (70%), com grande risco de
• Outras etiologias: Aspergillus, Histoplasma capsulatum, outros. tamponamento cardíaco.
• FR: • Derrame pericárdico crônico e imunossupressão são FR importantes
o Válvulas prostéticas ou outra doença valvar; p/ pericardite piogênica.
o Uso de drogas IV; • Bacs mais comus: S. aureus, S. pneumoniae, E.coli, Klebsiella,
o Presença de cateterismo venoso central; Neiseria meningitidis, Haemophilus influenzae.
o Quimioterapia; • Causas:
o EI bacteriana prévia; o Geralm é complicação de uma infecção bac torácica ou abd alta
o Neonatos com baixo peso ao nascer. (pneumonia, empiema pleural, mediastinite, EI, etc).
• Contaminação da valva prostética pode ocorrer durante cirurgia ou o Tb pode ser consequência de bacteremia, por disseminação
após episodio de candidemia. hematogênica.
• CLÍNICA: o É uma das complicações infecciosas do pós-op de cirurgia torácica
o Sintomas de envolvimento cardíaco: dispneia, edema, achados ou relacionada a trauma torácico.
de ICC, dor torácica, sopros novos ou alterados. • CLÍNICA:
o Pode ter embolia, geralm envolvendo grandes vasos do cérebro, o Pcnt apresenta quadro agudo de febre alta, calafrios, sudorese
extremidades e TGI. noturna, dor no corpo, prostração e dispneia.
o Embolização arterial é mais comum na EI fúngica que na bac → o Atrito pericárdico presente em < 50% pcnts.
reflexo do maior tamanho das vegetações fúngicas. • DIAG:
o Outros sintomas: febre, sudorese noturna, mal estar e perda de o Suspeitar em pcnts com quadro clínico sugestivo de infecção bac,
peso. hemograma c/ leucocitose acentuada e desvio p/ E, associado ao
o É infreq a presença de nódulos de Osler, manchas de Janeway e ↑ área cardíaca pelo RX tórax.
manchas de Roth. o ECG: mostra as alterações compatíveis.
o Liq pericárdico tem aspecto turvo e pururlento. Deve ser colhido e o Taquicardia e taquipneia;
mandado p/ exames de bacterioscopia e cultura bac com o ATRITO PERICÁRDICO: achado patognomônico, está presente em
antibiograma. 85% casos. É som áspero, geralm sisto-diastólico, mais audível em
• Muitos pcnts são diag na fase de tamponamento cardíaco – 40% borda esternal E baixa e c/ pcnt sentado c/ tronco inclinado p/
casos -, e é a principal causa de óbito nesses pcnts. frente.
• Outra complicação freq é a pericardite constritiva precoce.
• Se trta for iniciado nas fases iniciais, antecedendo as complicações, DIAGNÓSTICO
a mortalidade cai para <10%. • Não existe um padrão-ouro.
• ECG:
➢ RELACIONADA AO HIV o Pericardite pode se estender p/ região epicárdica, levando a
• Ocorre principalmente na fase de imunodepressão- incluindo a fase miocardite superficial, com repercussões no ECG em 90% casos.
AIDS. Ela é causada geralmente por infecção viral ou pelo próprio o Mais característico: aparecimento de corrente de lesão do tipo
HIV. Porém, pode ser causada por infecções oportunistas 🡪 CMV, TB, supradesnível ST, c/ ST côncavo e onda T positiva e apiculada,
criptococose, bactérias piogênicas. geralm visto em V1 e aVR.
• Nesses casos, o risco de morte ↑ de 6-9x. o Outra alteração característica é o infradesnível do PR
o 50% casos se tem as 4 fases:
➢ PÓS-CIRURGICA OU PÓS-TRAUMA ▪ (1) no momento da dor: supra ST em várias derivações, onda T
• Pericardite Aguda pós cirúrgica precoce → 1 semana de PO. A causa + e apiculada;
é o próprio trauma da pericardiotomia. ▪ (2) dias após: volta do ST a linha de base, com onda T aplainada
• Síndrome pós-pericardiotomia: quadro de pleuropericardite, febre ▪ (3) 1-2 semanas após: inversão de onda T;
baixa, fraqueza e dor no corpo, leucocitose e ↑ do VHS, ▪ (4) semanas-meses após: normalização do ECG.
manifestando-se após a 1 semana de PO. o Principal DD: IAM.
o Sua patogênese geralmente é por reação autoimune, mas com o Achados que favorecem pericardite:
provável participação de uma infecção viral associada. ▪ Concavidade mantida do ST quando em supra;
o Essa síndrome costuma ser autolimitada, mas pode complicar com ▪ Infradesnível de PR;
pericardite recorrente, tamponamento e pericardite constritiva. ▪ Inversão da onda T só ocorrer quando ST já voltou a linha de
base;
➢ URÊMICA ▪ Ausência de onda Q de necrose na evolução do ECG
• Nos últimos anos, houve ↓ de pericardite por síndrome urêmica,
devido o advento da hemodiálise. • ECOCARDIO:
• Essa pericardite ocorre devido ação direta de toxinas nitrogenadas o Principal achado: Derrame Pericárdico.
urêmicas sobre os folhetos pericárdicos, que se tornam friáveis e o Mas o mais comum é ausência de derrame, ou um leve.
propensos a hemorragia 🡪 derrame geralmente sanguinolento. • RX TÓRAX: geralm é normal, a menos que haja derrame pericárdico
• Quando pesquisar: quadros de creatinina muito elevadas (> 8 moderado-grande.
mg/dl), com quadro de dor pericárdica aguda + aparecimento de
atrito pericárdico e derrame pericárdico no ecocardiograma.
• OBS: há a pericardite relacionada à diálise, sendo mais comum do
que a urêmica atualmente.

➢ RELACIONADA ÀS COLAGENOSES
• Principais colagenoses: Febre reumática, artrite reumatoide, LES.
• Pericardite reumática é mais comum em crianças. Geralmente tem
curso autolimitado, com raras complicações.
• Pericardite reumatoide: geralmente na pericardiocentese o FR
apresenta-se +.

➢ OUTRAS CAUSAS
• TB
• Infecções Fúngicas: mais comum pelo Histoplasma capsulatum.
• Associada ao IAM: devido inflamação secundária a uma isquemia
transitória em área contígua ou por fenômeno imunológico
(Síndrome de Dressler).
• Uso de drogas: Isoniazida e Hidralazina. TRATAMENTO
• Na maioria das vezes, a pericardite aguda é de causa viral ou
idiopática, sendo uma doença autolimitada. → tto é focado no
CLÍNICA controle dos sintomas e prevenção de recidivas até resolução
• A inflamação aguda dos folhetos pericárdicos pode levar a síndrome espontânea do quadro.
cujo principal marcador é a DOR TORÁCICA. • PIOGÊNICA ou URÊMICA → tratar causa base.
o Localização precordial ou retroesternal, contínua, de longa • No geral, pctes com pericardite aguda são internados para
duração (hr-dias); observação nos primeiros dias.
o Irradia p/ cervical e trapézio, tipo pleurítica (piora nítida c/ o Repouso
inspiração profunda, tosse e espirro), piora c/ decúbito dorsal, o Investigação diária para tamponamento cardíaco
alivio na posição sentada c/ tronco inclinado p/ frente. o Ibruprofeno (14 dias) ou Indometacina + Colchicina (3 meses).
• Pcnt tb pode ter DISPNEIA (geralm devido a necessidade de respirar ▪ AINEs não modificam curso da doença, sendo retirados após
superficialmente p/ evitar a dor). o sintomas passarem.
• Outros sintomas: quadro gripal. ▪ Já a Colchicina tem capacidade de prevenir recidivas, sendo
• EF: mantida por mais 3 meses após a suspensão do AINE.
o Se o pcte se mostrar refratário a esse esquema, deve-se haver • A pericardiocente diagnóstica deve ser sempre realizada, pois o
substituição com Prednisona em doses anti-inflamatórias (0,25- derrame normalmente persiste por mais de 3 semanas.
0,5 mg/kg/dia). • O líquido tem característica de exsudato, com celularidade
o O uso de anticoagulantes está contraindicado em todos os casos moderamente aumentada (500- 2.500), com predomínio de
de pericardite aguda, pelo menos em sua fase sintomática, linfócitos.
devido risco de hemopericárdio e tamponamento cardíaco. • Para confirmação dx, a bacterioscopia com coloração de Ziehl-
• COMPLICAÇÕES: Neelsen deve ser +, embora isso só ocorra em 25% dos casos. A
o Tamponamento cardíaco (15%), Pericardite Recorrente (20-30% dosagem de ADA do líquido pleural pode auxiliar. Quando o dx não
mais comum), Pericardite Constritiva. é confirmado pela bacterioscopia, faz-se a biópsia pericárdica, onde
o Em pericardite recorrente: pode-se usar Colchicina 1 mg/dia por será analisada no histopatológico que geralmente mostra
até 2 anos como profilaxia de recorrências. Em episódios agudos, granuloma caseoso.
usa-se o mesmo tto com AINEs + Colchicina. • Complicações: tamponamento cardíaco, pericardite constritiva.
• Tto: esquema RIP durante 6 meses (RIP por 2 meses e RI por 4
meses). Pode associar corticoide nos primeiros 3 meses.
• A pericardiectomia é indicada em casos onde há derrame
pericárdico recorrente ou síndrome constritiva precoce.

➢ PERICARDITE NEOPLÁSICA
• Pode ocorrer por metástase via linfo-hematogênica, ou por
contiguidade de Tu intratorácicos. Uma neoplasia primária do
pericárdio é rara, mas quando ocorre geralmente é um mesotelioma
maligno relacionado à exposição de asbesto.
• Ca que mais dão metástases pericárdicas: Carcinoma broncogênico
pulmonar, Ca de mama, Doença de Hodgkin, Linfomas não Hodgkin.
• Manifestações Clínicas: derrame pleural assintomático, pericardite
aguda clássica, tamponamento cardíaco.
• Dx feito através da pericardiocentese com exame citológico do
líquido.

➢ PERICARDITE ACTÍNICA
• Geralmente não gera síndrome pericárdica, não havendo dor • Ocorre quando a radioterapia é direcionada ao toráx: doença de
torácica, atrito pericárdico ou alterações clássicas de ECG. Hodgkin, Linfomas Não Hodgkin, Ca de mama etc.
• Pode se manifestar de 3 formas: • O risco ↑ com o ↑ da dose cumulativa da radiação e com ↑ do %
o (1) Evolução insidiosa em semanas ou menos, com sintomas cardíaco irradiado.
gerais: emagrecimento, astenia, febre baixa, dor retroesternal ou • Pode se manifestar com um derrame pericárdico assintomático, ou
precordial contínua de leve a moderada internsidade e caráter com um quadro de pericardite aguda clássica ou como uma
opressivo; complicação. Pode ocorrer durante a própria radioterapia ou de
o (2) Derrame pericárdio crônico assintomático forma tardia (4 meses à 20 anos após).
o (3) Abrir o quadro com complicações: tamponamento cardíaco, • O derrame pode ser seroso ou hemorrágico, fazendo dx diferencial
pericardite constritiva, pericardite efusivo-constritiva. com pericardite neoplásica, sendo que só será possível diferencia-la
• O dx geralmente é suspeitado pelo achado de uma área cardíaca ↑ pelo exame citológico.
no RX de tórax, e confirmando um derrame pericárdico no • Tto: AINE ou corticoide para sintoma de pericardite ou
ecocardiograma. pericardiectomia.
• Em um quadro clínico de pericardite, a persistência do derrame
pericárdico ou dos sintomas por + de 3 semanas indica uma ➢ MIXEDEMA PERICÁRDICO
pericardiocentese diagnóstica. Em casos que não há derrame, • Hipotireodismo cursa com derrame pericárdico em 1/3 dos casos.
indica-se uma biópsia pericárdica percutânea ou guiada pela Ele ocorre pelo extravasamento de líquido rico em proteínas e
pericardioscopia. colesterol, acumulando-se lentamente. O líquido tem aspecto
amarelado e viscoso e consistência de gel.
ETIOLOGIA • Assintomático! Tamponamento raro, já que o acumulo de líquido é
• Principal: pericardite tuberculosa. Outras causas: neoplásicas, muito lento.
mixedema, uremia, radioterapia, colagenoses, pericardite por • Exame do líquido revela ↑ níveis de colesterol.
cristais de colesterol, quilopericárdio, derrame pericárdico crônico • Tto: reposição hormonal.
idiopático.
DERRAME PERICÁRDICO
➢ PERICARDITE TUBERCULOSA - Geralmente é assintomático. Quando de moderada a grande quantidade
• O Mycobacterium tuberculosis chega ao pericárdio de 2 formas: pode causar dor de pericardite ou dor precordial ou retroesternal
contiguidade ou via linfo-hematogênica. contínua. Eventualmente, grandes derrames podem comprimir
• CLÍNICA: estruturas anatômicas- esôfago, brônquios, parênquima pulmonar, nervo
o Desenv insidioso de sintomas não específicos: emagrecimento, frênico, nervo laríngeo recorrente- gerando sintomas como disfagia,
hiporexia, astenia, febre, sudorese noturna. tosse, dispneia, soluções e rouquidão.
o Pode haver dor retroesternal ou precordial contínua, de leve - O peso do líquido sobre o abd pode levar à sensação de náuseas e
intensidade e opressiva. desconforto abdominal.
• A suspeita clínica é feita pelos sintomas + área cardíaca aumentada - EF: hipofonese de bulhas, estertoração pulmonar basal e Sinal de Ewart
ao RX e confirmação de derrame no eco. (submacicez e som bronquial no 1/3 inferior do hemitórax esquerdo).
• O derrame pleural tuberculoso é presente em 40% dos casos, quase - ECG: quando o derrame é grande ou há espessamento do pericárdio, o
sempre unilateral. QRS apresenta de baixa voltagem (< 15 mm) e a onda T fica aplainada.
- RX: para haver alargamento da área cardíaca é necessária a presença o Nas demais etiologias, todas elas tem base na resposta
de 250 mL ou mais de líquido na cavidade pericárdica. Para diferenciar ↑ inflamatória gerada no miocárdio, lesando miócitos e levando à
por derrame e não por cardiomegalia por cardiopatia dilatada: no uma IC.
derrame há aspecto globular do contorno cardíaco 🡪 “coração em
moringa”. CLÍNICA
- Eco: detecta derrames muito pequenos (20 mL). Quando o eco é • Manifestações bastante variáveis, abrangendo desde formas sub-
inconclusivo, pode-se fazer uma TC ou RNM. clínicas (dilatação e disfunção ventricular assintomática) até
manifestações aguda como ICC descompensada e até quadros
TAMPONAMENTO CARDÍACO
fulminantes com choque cardiogênico, dor precordial, palpitações,
Tríade de Beck → Hipotensão Arterial síncope e morte súbita.
• Já que a maioria dos casos é causada por quadro viral, a presença de
→ Bulhas hipofonéticas
IVAs, infecção gastrointestinal é observada em cerca de 30% dos
→Turgência Jugular pctes em formas agudas da manifestações.
• Ainda nas formas agudas, pode haver manifestação seminal à dor
anginosa, com achados semelhantes ao IAM 🡪 alterações no ECG, ↑
dos marcadores de necrose miocárdica.
• Em crianças e neonatos, a miocardite geralmente se apresenta com
IC aguda e às vezes fulminante.
• A miocardite é a inflamação do miocárdio que pode decorrer de • Em formas subagudas/crônicas, a miocardite geralmente se
diversas causas, tanto infecciosas quanto não infecciosas. A manifesta com cardiomiopatia dilatada de início recente, mas sendo
miocardite secundária por infecção viral é a forma mais prevalente. o pcte assintomático ou com sintomas de IC.
• Prevalência maior no sexo MASC, princip ADULTO JOVEM. • Outros sintomas que apontam para formas mais específicas de
• É importante causa de morte súbita em pessoas com menos de 40 miocardite:
anos de idade e crianças. o Rash, febre, eosinofilia periférica → sugerem miocardite por
hipersensibilidade
ETIOLOGIA o Cardiomiopatia dilatada, distúrbios autoimunes, taquicardia
• Doenças Infecciosas ventricular ou bloqueios avançados → sugerem miocardite de
o Virais: mais comuns. Principais vírus: Adenovírus, Enterovírus, células gigantes
Parvovírus B-19, Herpes Simples, HCV, CMV, EBV. o Arritmias ventriculares e bloqueios avançados → sarcoidose.
o Bacteriana: Clostridium, Corynebacterium difteria,
Meningococcus, Streptococcus, Listeria, Borrelia burgorferi. DIAGNÓSTICO
o Protozoários: Trypanosoma cruzi. Principalmente na América do • Suspeita clínica + métodos de dx não invasivos.
Sul. Forma prevalente de miocardite ou cardiomiopatia dilatada. • A confirmação dx só pode ser feita com base na histologia obtida
• Doenças Não Infecciosas pela biópsia endomiocárdica do VD.
o Doenças autoimunes: Síndrome de Churg-Strauss, Síndrome • Todos os pctes devem investigados para doenças sistêmicas
hipereosinofílica, Sarcoidose, AR, LES, Dermatomiosite inflamatórias autoimunes
o Fármacos: Ciclofosfamida, Fenitoína, Anfetaminas. Causam o Marcadores de Agressão Inflamatória
miocardite por hipersensibilidade hipereosinofílica ou por - VHS, PCR e leucometria 🡪 elevados ou inalterados.
agressão tóxica direta ao miocárdio. - ↑ de troponinas I e T 🡪 mais comum do que níveis
o Reações de Hipersensibilidade: Abelha, vespa, aranha, escorpião, aumentados de CK-MB, embora as troponinas confiram pior
cobra. prognóstico quando elevadas.
o Outros: IAM, hipotermia, rejeição de transplante, radiação. o ECG
- As alterações dependem da fase evolutiva da miocardite.
FISIOPATOLOGIA - Fase aguda: distúrbios de repolarização e bloqueios AV assim
• Miocardite Viral como padrão sugestivo de isquemia coronariana com infra e
o Dividida em fase aguda, subaguda e crônica supradesnível do segmento ST.
o Fase aguda ocorre a viremia com perda de miócitos por necrose - Fase subaguda/crônica: sinais eletrocardiográficos de
pela ação direta dos vírus, efeitos citotóxicos de mediadores remodelamento das câmaras, como sobrecarga ventricular,
inflamatórios e produtores de estresse oxidativo. Anticorpos presença de bloqueio de ramo esquerdo.
neutralizantes não são observados até o 4 dia, quando os títulos o Eco
tornam-se muito elevados. - Achados inespecíficos 🡪 agressão inflamatória miocárdica.
o Fase subaguda começa a partir do 4 dia de inoculação e vai até o Importante papel no dx diferencial das miocardites: doenças
14 dia. Ocorre infiltrado de linfócitos T e B, sendo que ambas tem valvulares agudas, cardiomiopatias, IAM.
importante papel na lesão e disfunção miocárdica. o RNM
o A lesão direta e indireta dos miócitos libera miosina na circulação, - Identifica a injúria miocárdica, lesões cicatriciais.
e a presença dessa proteína promove liberação de anticorpos o Bx Endomiocárdica (BEM)
contra a cadeia pesa da miosina, perpetuando a lesão inflamatória. - Método padrão-ouro de investigação. Ela consegue
o A fase crônica vai do 15-90 dia, e caracteriza-se pela deposição estabelecer o dx e etiologia da inflamação.
intensa de colágeno no interstício miocárdico com fibrose e - Amostras obtidas do VD.
evolução para dilatação, disfunção e IC. - Complicações: reação vago-vagal, bloqueios AV, perfuração
de parede livre de VD, pneumotórax, perfuração do septo
• Miocardite Bacteriana interventricular, hematoma, fístulas intracardíacas, derrame
o Nesse caso, além da ação bacteriana direta, a produção de toxinas pericárdico, deslocamento de trombos, tamponamento
gera intensa resposta inflamatória, com predomínio de cardíaco, ruptura de cordas tendíneas, arritmias.
macrófagos e células NK.
TRATAMENTO
Medidas Gerais
o Restrição dietética de sódio 2-3 g/dia
o Restição hídrica entre 1000 e 1500 mL em fase sintomática.
o Cessar tabagismo, consumo excessivo de álcool
o Prática de exercícios físicos 🡪 porém, como sabe-se que a miocardite
é causa de morte súbita em atletas jovens, os pctes não devem
realizar exercícios vigorosos por até 6 meses após fase aguda.
o Vacinação: caxumba, sarampo, rubéola, poliomielite, gripe.

Suporte Terapêutico Geral


o IECA e BRA 🡪 a modulação do sistema renina-angiotensina-
aldosterona atenua a progressão da disfunção ventricular, ↓
fibrose, necrose e inflamação miocárdica.
o Beta bloqueadores 🡪 o bloqueio beta-adrenérgico na
miocardite baseia-se na necessidade de ↓ atividade simpática
e níveis de noradrenalina, impedindo progressão e disfunção
miocárdica.
o Anticoagulante oral 🡪 usado em casos de miocardite + fibrilação
atrial, trombos intracavitários ou fenômenos tromboembólicos
prévios.

Terapia Específica
o Imunossupressão: obj de suprimir resposta inflamatória e
atividade autoimune. Para seu uso, faz-se necessária a
confirmação de atividade inflamatória miocárdica através da bx
com pesquisa viral -.
- Terapia mais usada: Prednisona + Azatioprina por 6 meses.
o Antivirais: Usa-se Interferon-beta e Ig IV.
o Imunomodulação: terapia de imunoadsorção pela
plasmaférese seletiva visando retirar autoanticorpos
específicos.

PROGNÓSTICO
- A história natural das miocardites varia de acordo com a causa.

- 1 criterio menor de fenomeno vasc dos critérios de Duke modificados: #F28D9F


manchas de Janeway #F2ACDA
#96B9D9
#84C9D9
#F2F2F2

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