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PROPOSTA DE ESTATUTO ORGÂNICO DA INSPECÇÃO GERAL DE OBRAS

PÚBLICAS

REV.1

NOTA: As palavras sublinhadas correspondem a novas disposições


intrduzidas no documento

CAPITULO I

Disposições gerais

Artigo 1

(Definições)

1. Para efeitos do presente diploma, entende-se por:

a) Obra - todo o trabalho de construção, reconstrução, restauro, reparação,


conservação ou adaptação de bens imóveis;

b) Obra pública - toda a obra executada total ou parcialmente por conta do Estado,
institutos públicos, autarquias locais, empresas públicas e empresas
concessionárias do Estado, ou quando executada por conta de outrem se destine
àquelas instituições;

c) Obra particular - toda a obra promovida por entidade particular;

d) Empreitada - o contrato pelo qual uma das partes se obriga, em relação à outra, a
realizar certa obra mediante um preço e em determinado prazo;

e) Fornecedor de obra - aquele que se obriga, em relação a outrem, à entrega, de


forma avulsa ou continuada, de materiais ou equipamentos que se destinem a ser
incorporados ou a complementar uma obra mediante um preço e em determinado
prazo;

f) Empreiteiro - aquele que toma a seu cargo uma ou mais obras por conta de outrem,
mediante contrato ou ajuste que contém determinadas condições de prazo e
preço;

g) Empreiteiro de obras públicas - a empresa que detém alvará que a habilita à


execução de empreitadas de obras públicas;

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h) Fiscal de obras - pessoa que, por delegação do dono da obra, verifica, junto do
empreiteiro e fornecedores de obras, o cumprimento das disposições do contrato
de empreitada;

i) Dono da obra - entidade que promove a execução da obra e que contrata ou


pretende contratar o empreiteiro, o projectista e o fiscal;

j) Projectista - pessoa responsável pela concepção técnica da obra que incluirá, entre
outros, os desenhos de execução, as memórias descritivas e de cálculo e as
especificações dos trabalhos e materiais.

Artigo 2

(Natureza)

1. A Inspecção Geral de Obras Públicas, abreviadamente designada por IGOP, é uma instituição
pública dotada de personalidade jurídica e de autonomia administrativa.

2. A IGOP rege-se pelo disposto no presente Estatuto Orgânico e pela legislação aplicável aos
serviços públicos.

Artigo 3

(Atribuições)

São atribuições da IGOP:

a) Fazer inspecções às obras promovidas por entidades públicas;

b) Inspeccionar obras particulares para verificar a sua conformidade com os


regulamentos em vigor ou a sua aprovação pelo Laboratório de Engenharia de
Moçambique;

c) Inspeccionar o trabalho dos projectistas, fiscais e empreiteiros de obras públicas;

d) Realizar estudos, inquéritos, relatórios e outros trabalhos ordenados


superiormente;

e) Embargar obras que não observem os regulamentos em vigor ou cuja segurança


ou qualidade não seja confirmada pelo Laboratório de Engenharia de
Moçambique;

f) Inspeccionar o cumprimento das leis, regulamentos e demais instrumentos legais


que regem a gestão de recursos humanos, financeiros e patrimoniais nos órgãos
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centrais e locais do Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos
Hídricos, nas sua insistituições subordinadas e nas tuteladas pelo respectivo
Ministro.

Artigo 4

(Âmbito)

A IGOP tem jurisdição em todo o território nacional e exerce a sua acção de inspecção:

1. No domínio das obras públicas:

a) Sobre os processos de concurso, adjudicação e contratação de empreiteiros, fiscais,


projectistas e outros agentes;

b) Sobre as obras, seus processos de aprovação, consignação, execução e recepção,


verificando a observância da lei, dos regulamentos, das normas técnicas e de
higiene e segurança;

c) Sobre a qualidade dos materiais e equipamentos fornecidos ou fabricados para


incorporação na obra;

d) ) Sobre a existência de dispositivos de acesso para deficientes físicos ou pessoas de


locomoção condicionada;

e) Sobre a existência de dispositivos de recolha e armazenamento das águas pluviais;

e) Sobre o cumprimento dos sistemas legais de pagamento;

f) Sobre a regularidade dos agentes referidos na alínea a);

g) Sobre os sistemas de registo e de cadastro de obras e de edificações de


propriedade pública.

2. No domínio das obras particulares:

a) Sobre a observância das normas de licenciamento, supervisão e vistoria das obras;

b) Sobre as obras, seus processos de execução e vistoria, verificando a observância


da lei, dos regulamentos e das normas técnicas e de higiene e segurança;

c) Sobre a qualidade dos materiais e equipamentos fornecidos ou fabricados para


incorporação na obra;

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d) Sobre a regularidade dos agentes intervenientes na obra;

e) Sobre o cumprimento das disposições legais e regulamentares relativas à


urbanização;

f) Sobre a observância dos sistemas de registo e cadastro de obras e propriedades


imobiliárias.

3. No domínio da urbanização:

a) Sobre a existência dos planos de urbanização nas cidades, vilas e outros aglomerados;

b) Sobre o cumprimento dos planos de urbanização existentes;

c) Sobre o cumprimento das normas na ocupação dos espaços, nomeadamente, no que se


refere ao respeito pelas zonas de reserva de estradas;

4. No domínio da indústria da construção:

a) Sobre a regularidade do licenciamento e funcionamento dos empreiteiros,


projectistas, fiscais e fornecedores de obras;

b) Sobre a observância das normas de fabrico, transporte, embalagem, armazenagem


e recepção de materiais e componentes de construção;

c) Sobre a regularidade e observância das normas dos sistemas construtivos de


prefabricação de elementos de construção;

d) Sobre a observância das regras de licenciamento, operação e segurança de


equipamentos de construção.

5. No domínio da gestão de recursos humanos, financeiros e patrimoniais nos órgãos do


Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos e das suas instituições
subordinadas e tuteladas pelo respectivo Ministro:

a) Sobre a observância dos princípios e normas aplicáveis a correcta utilização dos


recursos públicos;
b) Sobre a observância das normas, em vigor, de funcionamento dos serviços da
Administração Pública.

Artigo 5

(Sede e representação)

1. A IGOP tem sede em Maputo.

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2. Ao nível local, a IGOP é representada por delegações provinciais, criadas pelo Ministro que
superintende a área das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos.

Artigo 6

(Tutela)

1. A IGOP é tutelada pelo Ministro que superintende a área das Obras Públicas, Habitação e
Recursos Hídricos.

2. A tutela referida no número anterior compreende:

a) Aprovar o Regulamento Interno da IGOP;

b) Definir estratégias de acção da IGOP;

c) Homologar o Plano Anual de Actividades e o Plano Estratégico de


Desenvolvimento da IGOP;

d) Homologar o Relatório Anual de Actividades da IGOP;

e) Homologar os termos de colaboração com outros sistemas de Inspecção e outras


instituições de interesse para a IGOP;

f) Ordenar a instauração de inquéritos e sindicâncias quando necessário;

g) Aprovar as regras de execução do fundo de melhoria de serviços resultantes do


produto das multas aplicadas aos infractores à lei, que lhe seja destinado nos
termos legais;

h) Aprovar o Regulamento sobre a indumentária do pessoal da IGOP e outros


regulamentos necessários para o funcionamento da IGOP;

i) Aprovar e decidir recursos das decisões tomadas pela IGOP.

CAPITULO II

Sistema Orgânico

Artigo 7

(Estrutura)

A IGOP tem a seguinte estrutura:

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a) Direcção;

b) Departamento de Inspecção;

c) Departamento de Controlo Interno;

d) Repartição de Apoio Técnico;

e) Secretariado;

f) Repartição de Aquisições;

g) Delegações.

Artigo 8

(Direcção)

A IGOP é dirigida por um Inspector- Geral, coadjuvado por um Inspector- Geral Adjunto, ambos
nomeados em comissão de serviço pelo Primeiro-Ministro, sob proposta do Ministro que
superintende a área das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos.

Artigo 9

(Competências do Inspector- Geral)

O Inspector - Geral tem as seguintes competências:

a) Cumprir e fazer cumprir o Estatuto Orgânico, o Regulamento Interno e as


instruções do Ministro que superintende a área das Obras Públicas, Habitação e
Recursos Hídricos;

b) Representar a Inspecção Geral de Obras Públicas em juízo e em actos oficiais,


podendo delegar esta competência em outros inspectores;

c) Dirigir e orientar as actividades dos inspectores e coordenar a sua actuação de


modo a assegurar a uniformidade de critérios na acção inspectiva;

d) Elaborar e submeter à aprovação do Ministro que superintende a área das Obras


Públicas e Habitação o programa, os planos e os relatórios anuais da actividade
da IGOP;
e) Decidir, sob proposta dos inspectores ou por sua própria iniciativa, a suspensão
do funcionamento de estaleiros de obras e locais de fabrico e armazenagem de
materiais e componentes de construção;
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f) Decidir, sob proposta dos inspectores ou por sua própria iniciativa, a suspensão de
concursos de obras públicas e propor ao Ministro que superintende a área das
Obras Públicas e Habitação o seu cancelamento;

g) Propor ao Ministro que superintende a área das Obras Públicas, Habitação e


recursos Hídricos a revisão das normas e regulamentos por forma a facilitar a
actuação dos agentes intervenientes nas obras, sugerindo as medidas de
capacitação e treinamento que a experiência aconselhar;

h) Homologar os processos de embargo de obra decididos pelos inspectores de


obras públicas;

i) Embargar obras quando na sua execução não sejam observadas as normas de


qualidade ou segurança em vigor, ou em relação às quais não haja um parecer
favorável do Laboratório de Engenharia de Moçambique;

j) Remeter, com seu parecer favorável, para a decisão ao Ministro que superintende
a área das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos os relatórios das
inspecções administrativas, financeiras e patrimoniais realizadas nas unidades
orgânicas do Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos nas
suas instituições subordinadas e nas tuteladas pelo respectivo Ministro;

k) Desempenhar as demais funções que por lei lhe sejam cometidas;

l) Coordenar a planificação monitorar e implementação dos programas e planos da


IGOP

m) Fazer a gestão dos recursos humanos afectos à IGOP e promover a sua formação
contínua;

n) Submeter para a discussão e aprovação propostas de políticas e estratégias de


desenvolvimento da IGOP;

o) Zelar pela implementação do Sistema Nacional de Arquivos do Estado;

p) Produzir pareceres sobre assuntos de sua jurisdição e outros quando


superiormente solicitados;

q) Assegurar a avaliação do desempenho dos funcionários e agentes do Estado


afectos à IGOP.

Artigo 10

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(Inspector-Geral Adjunto)

São competências do Inspector-Geral Adjunto:

a) Coadjuvar o Inspector-Geral;

b) Exercer as demais funções por incumbência do Inspector- Geral;

c) Substituir o Inspector-Geral nas suas ausências e impedimentos.

CAPÍTULO III

Funções das Unidades Orgânicas

Artigo 11

(Departamento de Inspecção)

1. O Departamento de Inspecção congrega a actividade desenvolvida pelo corpo de inspectores.

2. O corpo de inspectores compreende os inspectores do quadro.

3. Não obstante o disposto no número anterior, para tratar de assuntos pontuais para os quais o
corpo de inspectores existente não reúna suficiente capacidade especializada, a IGOP pode
contratar especialistas.

4. Ao Departamento de Inspecção compete:

a) Elaborar informações e pareceres superiormente solicitados;

b) Proceder à análise dos relatórios das inspecções, com vista à verificação do


cumprimento das disposições legais e regulamentares;

c) Propor ao Inspector-Geral a realização periódica de cursos de formação


específica e de reciclagem;

d) Assegurar as relações entre a IGOP e a comunicação social;

e) Preparar documentos para as sessões do Conselho Técnico;

f) Seleccionar, classificar e arquivar notícias e comentários publicados em jornais


ou outros meios de comunicação social com interesse para a IGOP, bem como
proceder à análise do seu conteúdo;

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g) Realizar visitas periódicas às delegações com o objectivo de prestar localmente
esclarecimentos necessários para o suprimento das deficiências e irregularidades
encontradas;

h) Apreciar e dar parecer sobre o grau de deficiência e aptidão das instituições


inspeccionadas.

5. Sem prejuízo das instruções do Inspector-Geral, os inspectores de obras públicas, no


exercício das suas funções têm competência para:

a) Ter acesso aos anúncios e programas de concurso, assistir aos actos de abertura
de propostas, requisitar os relatórios de avaliação, após adjudicação, nos
concursos para contratação de empreiteiros, fiscais, projectistas e outros agentes
intervenientes em obras públicas;

b) Ordenar a supressão de irregularidades às entidades promotoras de concursos de


obras públicas e propor ao Inspector-Geral a suspensão dos concursos nos casos
mais graves;

c) Requisitar cópias de contratos assinados com empreiteiros, fiscais, projectistas e


outros agentes intervenientes em obras e verificar a sua conformidade com as
normas;

d) Ordenar a correcção ou e supressão de insuficiências e irregularidades nas obras


e, nos casos mais graves, ordenar o seu embargo por um período não superior a
quarenta e cinco dias;

e) Ordenar a correcção ou e supressão de insuficiências de qualidade dos materiais e


equipamentos fornecidos ou fabricados para incorporação na obra, ou a sua
remoção das obras nos casos mais graves;

f) Recomendar acções tendentes ao cumprimento das regras legais de pagamento


nas empreitadas de obras públicas;

g) Ordenar a supressão de irregularidades dos empreiteiros, fiscais, projectistas ou a


sua suspensão nos casos mais graves;

h) Ter acesso aos registos de obras e propriedades públicas e particulares e ordenar


a supressão de insuficiências ou propor a sua anulação nos casos mais graves,

i) Ter acesso aos planos de urbanização ou documentos equivalentes e ordenar a


supressão de sua execução nos casos mais graves;

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j) Determinar a suspensão de emissão de autorizações de construção, em caso de
construções que se situam em zonas de não edificação designadas por lei;

k) Ter acesso a estaleiros, zonas de fabrico e armazenagem de materiais e


componentes de construção, ordenando a supressão de deficiências ou propondo
a suspensão do seu funcionamento nos casos mais graves;

l) Elaborar autos de inspecção e, em caso de transgressão, o respectivo auto de


transgressão, e propor ou aplicar sanções, conforme os casos;

m) Propor às entidades competentes os procedimentos disciplinares e criminais


contra os autores das violações e contravenções das leis e regulamentos;

n) Ordenar que pessoas e instituições prestem declarações e informações que se


entenderem necessárias para o bom desempenho da acção de inspecção e, nessa
qualidade, ter acesso a instituições ou serviços;

o) Acordar com instituições ou individualidades os termos de prestação de serviço


que permitem levar a bom termo acções de inspecção que delas careçam;

p) Requisitar a intervenção das autoridades administrativas ou policiais sempre que


no decurso da acção de inspecção a situação exija.

Artigo 12

Departamento de Controlo Interno

1. Ao Departamento de Controlo Interno compete verificar a aplicação dos procedimentos


estabelecidos e o cumprimento da legalidade, economicidade, eficiência e eficácia, tendo em
vista a boa gestão na utilização dos recursos postos à disposição dos órgãos do Ministério,
bem como das suas instituições subordinadas s das tuteladas pelo respectivo Ministro.

2. O Departamento de Controlo Interno é nomeado em comissão de serviço pelo Ministro que


superintende a área das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, sob proposta do
Inspector- Geral.

Artigo 13

(Repartição de Apoio Técnico)

1. À Repartição de Apoio Técnico compete:

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a) Apoiar a IGOP na interpretação e aplicação da legislação;

b) Emitir os pareceres que forem superiormente solicitados;

c) Prestar assistência técnica à IGOP;

d) Elaborar manuais, guiões e outros instrumentos de apoio técnico às actividades


da inspecção.

2. A Repartição de Apoio Técnico é dirigida por um Chefe de Repartição nomeado em


comissão de serviço pelo Secretário Permanente.

Artigo 14

(Secretariado)

1. O secretariado é um órgão de apoio à actividade dos inspectores.

2. Ao Secretariado compete assessorar a execução dos procedimentos administrativos inerentes


ao funcionamento da inspecção, devendo:

a) Organizar e manter um sistema de documentação sobre regulamentos e


procedimentos técnicos;

b) Garantir o arquivo de documentos e relatórios da IGOP;

c) Proceder à recepção, registo, distribuição e expedição de correspondência;

d) Garantir apoio logístico aos inspectores;

e) Manter um ficheiro actualizado de todos os processos tramitados;

f) Assegurar todos os procedimentos administrativos relativos à gestão e à


administração do pessoal;

g) Assegurar um serviço de informação, recepção de reclamações e tratamento de


petições feitas à IGOP;

h) Assegurar, de um modo geral, a reprodução de documentos;

i) Tratar de todo o expediente relacionado com o orçamento e sua execução,


processando todas as despesas, nomeadamente, quanto à remuneração e abonos dos
funcionários e agentes da inspecção;

j) Zelar pelo património a cargo da IGOP;

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k) Executar e controlar o orçamento e fundos alocados à IGOP, de acordo com as
normas;

l) Assegurar a elaboração da proposta do orçamento da instituição;

m) Elaborar os balancetes e relatórios de prestação de contas sobre a execução financeira


e patrimonial da IGOP;

n) Coordenar a preparação da conta de gerência;

o) Orientar as acções de resposta às auditorias externas;

p) Assegurar a aplicação das normas do Sistema Nacional de Arquivos do Estado;

3. O Secretariado é dirigido por um Chefe de Secretariado equivalente a um chefe de repartição


central, nomeado pelo Secretario Permanente.

Artigo 15

(Repartição de Aquisições)

1. A Repartição de Aquisições tem as seguintes funções:


a) Efectuar o levantamento das necessidades de contratação IGOP;
b) Realizar a planificação anual das contratações da IGOP;
c) Desencadear os processos de contratação conforme planificados e nos termos da lei.

2. A Repartição de Aquisições é dirigida por Chefe de Repartição, nomeado em Comissão de


Serviço pelo Secretário Permanente.

Artigo 16
(Delegações)

1. A representação da IGOP a nível local é feita através de delegações provinciais da IGOP.

2. A delegação é chefiada por um delegado provincial da IGOP, nomeado em comissão de


serviço pelo Ministro que superintende a área de obras públicas, habitação e recursos
hídricos, sob proposta do Inspector- Geral de Obras Públicas.

3. No caso da Cidade de Maputo, existem a delegação e o delegado da Cidade.

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4. Os delegados subordinam-se ao Inspector-Geral de Obras Públicas.

5. Aos delegados, para além das tarefas definidas para o Corpo de Inspectores, compete:

a) Aplicar o Estatuto Orgânico da IGOP, bem como o Regulamento Interno e


demais instruções do Inspector- Geral;

b) Cumprir o plano de actividades superiormente aprovado;

c) Elaborar relatórios mensais e anuais e submetê-los à apreciação do Inspector-


Geral;

d) Executar trabalhos administrativos inerentes ao funcionamento da delegação;

e) Apresentar a proposta de plano anual de actividades.

Artigo. 17
(Delegado Provincial)

Compete ao Delegado Provincial:

a) Promover a colaboração com outras entidades relevantes para a actuação da


IGOP na respectiva província;
b) Assegurar a gestão dos recursos humanos, materiais e patrimoniais;
c) Garantir a avaliação de desempenho dos funcionários a si subordinados;
d) Elaborar e remeter ao Inspector- Geral, nos prazos estipulados o relatório mensal
das actividades desenvolvidas;
e) Decidir, ao seu nível, sobre a aplicação das medidas de execução imediata que
lhes forem presentes;
f) Exercer o poder disciplinar sobre os funcionários a si subordinados.

CAPÍTULO IV

Colectivos

Artigo 18

(Colectivos)

Na IGOP funcionam os seguintes colectivos:

a) O Conselho Consultivo;
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b) O Colectivo de Direcção;
c) O Conselho Técnico.

Artigo 19

(Conselho Consultivo)

1. O Conselho Consultivo é um órgão de consulta convocado pelo Inspector- Geral de Obras


Públicas para avaliação e coordenação da acção conjunta da IGOP a nível nacional,
nomeadamente:
a) Apreciar o programa e o plano anual de actividade da IGOP a submeter
superiormente;
b) Fazer o balanço do cumprimento do plano anual de actividades e da execução
orçamental da IGOP;
c) Pronunciar-se sobre as acções de formação dos funcionários afectos à IGOP;
d) Pronunciar-se sobre outras matérias de interesse da IGOP ou ordenadas pelo
Ministro que superintende a área de obras públicas, habitação e recursos hídricos.
2. O Conselho Consultivo é constituído pelos seguintes membros:
a) Inspector-Geral de Obras Públicas;
b) Inspector- Geral Adjunto de Obras Públicas;
c) Chefes de Departamentos;
d) Chefes de Repartições centrais;
e) Delegados Provinciais da Inspecção de Obras Públicas.
3. Em função das matérias a tratar, o Inspector- Geral de Obras Públicas pode convidar outros
técnicos ou especialistas da IGOP, ou de outras instituições públicas ou privadas a participar
no Conselho Consultivo.
4. O Conselho Consultivo reúne ordinariamente uma vez por ano e, extraordinariamente,
quando autorizado pelo Ministro que superintende a área das Obras Públicas, Habitação e
Recursos Hídricos.

Artigo 20

(Colectivo de Direcção)

1. O Colectivo de Direcção é um órgão de apoio ao Inspector- Geral de Obras Públicas, a quem


compete:

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a) Pronunciar-se sobre a planificação das actividades, dos instrumentos de gestão, a
organização e funcionamento da IGOP, bem como a avaliação do impacto dos
resultados obtidos pela acção inspectiva;
b) Analisar assuntos de natureza técnica relacionadas com a actividade IGOP, bem
como emitir pareceres sobre os mesmos.
c) Efectuar o balanço periódico das actividades da IGOP;
d) Analisar periodicamente a execução dos orçamentos da IGOP;
e) Analisar periodicamente outros aspectos de gestão da IGOP.

2. O Colectivo de Direcção é convocado pelo Inspector- Geral de Obras Públicas e tem a


seguinte constituição:
a) Inspector- Geral;
b) Inspector- Geral Adjunto;
c) Chefes de Departamentos;
d) Chefes do Secretariado
e) Chefes de Repartições autónomas.

3. Em função das matérias a apreciar, podem ser convidados a tomar parte nas sessões do
Colectivo de Direcção outros quadros da IGOP, bem como representantes de outras áreas do
Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos.
4. O Colectivo de Direcção reúne ordinariamente uma vez por mês e extraordinariamente
quando convocado pelo Inspector-Geral.

Artigo 21
(Conselho Técnico)
1. O Conselho Técnico é um órgão consultivo convocado e dirigido pelo Inspector-Geral, a
quem cabe analisar e dar parecer sobre questões técnicas relativas as obras públicas,
construção civil, indústria de construção e urbanismo.
2. O Conselho Técnico é composto pelos seguintes membros:
a) Inspector-Geral, que a ele preside;
b) Inspector-Geral adjunto
c) Chefes de Departamento;
d) Inspectores do quadro e contratados, designados pelo Ministro das Obras
Públicas, Habitação e Recursos Hídricos por proposta do Inspector-Geral;
3. O Inspector-geral poderá convidar para participar nos trabalhos do Conselho Técnico outros
inspectores ou especialistas, cuja presença se mostre pertinente para um melhor
esclarecimento e análise dos assuntos a tratar.

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4. Cabe ao Conselho Técnico pronunciar-se sobre:
a) Quaisquer medidas de carácter técnico que interessam às actividades da IGOP;
b) A participação da IGOP em conferências nacionais e internacionais ligados ao
seu trabalho;
c) Os relatórios da Inspecção cuja matéria, pela sua natureza ou complexidade o
Inspector-Geral decida enviar ao Conselho Técnico;
d) Os planos de formação ou aperfeiçoamento de inspectores, tendo em conta as
necessidades do trabalho.

5. O Conselho Técnico reúne-se mensalmente em sessões ordinárias e extraordinárias sempre


que se mostre necessário.
6. Os pareceres do Conselho Técnico tomados em cada sessão constarão sempre de uma acta
subscrita pelos presentes.

CAPÍTULO V

Acção Inspectiva

Artigo 22

(Embargo)

1. O embargo de obra decidido pelos inspectores de obras públicas tem carácter provisório e só se
torna definitivo após a homologação pelo Inspector-Geral.

2. O embargo provisório é válido por um período de quarenta e cinco dias, contado da data da sua
notificação..

Artigo 23

(Forma de actuação)

1. O inspector de obras públicas realiza as acções de inspecção observando com rigor a


imparcialidade, o profissionalismo e a transparência, obedecendo às instruções do Inspector-
Geral e o estabelecido na lei e regulamentos.

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2. A actuação dos inspectores de obras públicas não carece de justificação, devendo porém a sua
presença ser comunicada aos responsáveis da obra ou organismo inspeccionado, após
identificação prévia.

3. A actuação dos inspectores deve decorrer de forma a que dela não resulte perturbação da ordem
e da disciplina exigidas nos locais inspeccionados.

Artigo 24
(Coordenação institucional)

1. Os inspectores de obras públicas têm o dever de observar as regras de coordenação institucional


com os donos de obra, fiscais e autoridades licenciadoras, por forma a promover e prestigiar o
seu papel na execução das obras.

3. Os inspectores de obras públicas não têm poder disciplinar sobre os funcionários e demais
pessoal dos locais inspeccionados.

CAPÍTULO VI

Direitos e Deveres

Artigo 25

(Direitos)

Os inspectores gozam, para além dos direitos e prerrogativas constantes do Estatuto Geral dos
Funcionários e Agentes do Estado, dos seguintes:

a) Acesso e livre-trânsito em todos os serviços, instalações e locais a inspeccionar,


sempre que necessário ao desempenho das suas funções;

b) Acesso a todas as autoridades, bem como a quaisquer pessoas singulares ou


colectivas, sobre assuntos relativos à sua actividade;

c) Exame de livros, documentos e arquivos dos serviços relacionados com o objecto


de inspecção;

d) Uso e porte de arma de defesa pessoal em conformidade com as normas legais;

e) Seguro de vida e seguro contra acidentes de trabalho;

f) A titularidade de um cartão de identificação.


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Artigo 26

(Deveres)

1. Sem prejuízo dos previstos no Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado, os
inspectores têm os seguintes deveres:

a) Dar tratamento aos assuntos ou reclamações que lhe sejam dirigidos pelo Inspector
- Geral;

b) Declarar escusa quando nas obras ou agentes a inspeccionar tenham interesse


pessoal directo ou por interposta pessoa singular ou colectiva;

c) Usar de integridade, isenção e transparência nas suas relações profissionais;

d) Elaborar o auto de inspecção nos prazos regulamentares;

e) Guardar sigilo profissional na sua actividade mesmo depois de termo das funções;

f) Não utilizar os dados de inspecção para uso e proveito próprio nem como objecto
de publicações, sem a devida autorização;

g) Não se valer das suas funções, nem invocar o nome do órgão, estrutura, dirigente
ou superior hierárquico para obter vantagens nas relações pessoais, comerciais ou
profissionais.

2. Para efeitos do disposto na alínea b) do número anterior, entende-se que o inspector tem
interesse pessoal nos seguintes casos:

a) Quando na obra ou órgão a inspeccionar estejam envolvidos interesses seus, de


seu cônjuge, algum parente ou afim na linha recta ou até ao segundo grau da
linha colateral ou qualquer outra pessoa com quem viva em economia comum;
b) Quando a pessoa a inquirir seja seu cônjuge, parente afim na linha recta ou até ao
segundo grau da linha colateral ou qualquer outra pessoa com quem viva em
economia comum;
c) Quando haja ou possa ser havido como representante ou gestor de negócios de
outrem
4. O inspector deverá ressarcir o Estado dos prejuízos que lhe causar no âmbito da sua actuação,
caso se comprove ser dolosa.

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Artigo 27
(Perda do Direito de Exercício da Actividade de Inspecção)
O não cumprimento dos deveres aludidos no artigo anterior leva à perda do direito de exercício
da actividade de inspecção, sem prejuízo da responsabilidade civil ou penal se a ela houver
lugar.

Artigo 28
(Incompatibilidade)
É vedado o exercício do cargo de inspector de obras públicas:
a) Aos donos, gerentes, administradores ou gestores a qualquer título de empresas
de construção, projectos e de fiscalização de obras;
b) Aos que exerçam funções de fiscal, projectistas ou projecto de obras;
c) Aos que mantenham qualquer vínculo de trabalho com empresas de construção,
projecto e fiscalização de obras;
d) Aos profissionais de construção sobre os quais haja comprovação de
incompetência profissional grave;
e) Aos fiscais de obras públicas que dolosamente tiverem feito deficiente
fiscalização;
f) Aos que tiverem sido condenados à pena de prisão maior por crime doloso.

CAPÍTULO VII

Autos, Sanções e Recurso

Artigo 29

(Autos)

Dos actos inspectivos resultam autos que devem ser elaborados e assinados pelo respectivo
inspector, cujos modelos e forma de tramitação são definidos em Regulamento Interno.

Artigo 30

(Sanções)

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1. Nos casos de transgressão, as sanções a aplicar são as que se acham previstas nos dispositivos
legais sobre a matéria.

2. Em caso de multa, a respectiva cobrança é feita na Direcção da Área Fiscal de jurisdição onde
ocorrer a transgressão.

3. O montante da multa tem a seguinte distribuição:

a) 40 por cento para a rubrica multas do Orçamento do Estado;

b) 60 por cento para receitas consignadas ao fundo de melhoramento dos serviços da


IGOP.

4. Os Ministros que superintendem a área das Obras Públicas e Habitação e a área da Economia e
Finanças, respectivamente, regulamentarão em diploma conjunto o pagamento de prémios
aos inspectores e restante pessoal da Inspecção de Obras Públicas.

Artigo 31

(Recurso)

1. Das decisões dos inspectores cabe recurso nos termos da lei.

2. A interposição de recurso não suspende a decisão tomada.

CAPÍTULO VIII

Orçamento, Receitas e Despesas da IGOP

Artigo 32

(Orçamento)

Para o exercício cabal das suas atribuições a IGOP dispõe de orçamento próprio.

Artigo 33

(Receitas)

Constituem receitas da IGOP:

a) O Orçamento do Estado;
b) O produto das multas aplicadas no âmbito dos processos de contravenção que lhe
seja destinado, nos termos legais;
c) As doações, heranças, legados, subvenções ou comparticipações;
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d) Quaisquer outras receitas que lhe sejam atribuídas por lei, contrato ou por outro
título.

Artigo 34

(Despesas)

Constituem despesas da IGOP os encargos de funcionamento para o cumprimento das


atribuições que lhe estão acometidas.

CAPÍTULO IX

Disposições Finais

Artigo 35

(Regime do pessoal)

O pessoal da IGOP rege-se pelo regime da função pública e por legislação específica aplicável à
Inspecção.

Artigo 36

(Quadro de pessoal)

Compete ao Ministro que superintende a área das Obras Publicas, Habitação e Recursos
Hídricos propor o quadro de pessoal da IGOP, ao órgão competente.

Artigo 37

(Regulamento interno)

Compete ao Ministro que superintende a área de obras públicas, habitação e recursos hídricos,
aprovar o regulamento interno da IGOP.

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