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Funcionalismo Angélica Furtado de Cunha ° fancionalismo €uma corrente linguistica que, em oposigao ao estruturalismo ¢.20 gerativismo,' se preocupa em estudar a relacio entre a estrutura gramatical das linguas ¢ os diferentes contextos comunicativos em que elas s40 usadas. Assim, a abordagem funcionalista apresenta nao apenas propostas tedricas distintas acerca da natureza geral da linguagem, mas diferentes concepgoes no que diz respeito aos objetivos da andlise linguistica, aos métodos nela utilizados ¢ ao tipo dos dados utilzados como evidéncia empirica. Os funcionalistas concebem a linguagem como um instrumento de interagao social alinhando-se, assim, a tendéncia que analisaa relagao entre linguagem esociedade. Scu interesse de investigacao linguistica vai além da estrutura gramatical, buscando na situagio comunicativa — que envolve os interlocutores, seus propésitos e 0 contexto discursive — a motivagao para os fatos da lingua. A abordagem funcionalista procura aplicaras regularidades observadas no uso interativo dallingua, analisandoas condicdes discursivas em que se verifica esse uso. Para compreender isso melhor, vejamos dois remplos que refletem um fendmeno relativamente comum no nosso diaa dia: a) Vocé é desonesto. b) Desonesto é voce. aanalise Como explicara diferenga entre essas duns sentences? Certamente, uma antist {Ne observasse apenas seu cardter sintatico nfo daria conrade indicar por os = dda exemplificada em (b). Ocorre ques asentenga exemplificada em (a), em lugar da todo gue ont Gque consticui uma afirmativa, a sentenst (0) om pica de réplica, marcada pea inversio ignifica que esa sentenga ‘tio do que acontece em (a)» que pred nada uma sieuagio comunictva 7 6p. dicado desonesto, que vai para 0 inicio da fra S O funcionalismo norte-americano A partir do estruturalismo, a linguistica norte-americana foi dominada por uma tendéncia formalista que se enraizou com Leonard Bloomfield e se mantém até hoje com a lingufstica gerativa. Entretanto, paralelamente foi se desenvolvendo uma tendéncia para o funcionalismo sob influéncia dos trabalhos de etnolinguistas, como Franz Boas, Edward Sapir e Benjamin Lee Whorf. Dwight Bolinger é frequentemente apontado como um dos precursores da abordagem funcionalista norte-americana. Ainda durante o predom{nio das teorias formais, Bolinger chamava a atengao para o fato de que fatores pragméticos operavam em determinados fendmenos linguisticos estudados pelos estruturalistas ¢ gerativistas. Embora nao tenha avangado um esboco completo de uma gramitica funcionalista, Bolingerimpulsionouo funcionalismo com suas anilises de fenémenos particulares, em especial seu estudo pioneiro sobre a pragmédtica da ordenagao das palavras na cléusula. Em contraposigéo & postura estruturalista, que enfatiza o principio da arbitrariedade, a questo da iconicidade, que prediz uma correlagao direta entre um conceito € sua representacao linguistica, volta a atrair 0 interesse dos linguistas, em especial a partir da década de 1960, quando o foco da atengio recai sobre os estudos tipoldgicos e os universais linguisticos. Essa area de investigagio foi enfatizada sobretudo pelos crioulistas’ e pelo linguista Joseph Greenberg (1966), interessado na variagao tipolégica entre as linguas. E por volta de 1975 que as andlises linguisticas explicitamente classificadas como funcionalistas comecam a proliferar na literatura norte-americana. Essa corrente surge como reacéo as impropriedades constatadas nos estudos de cunho estritamente formal, ou seja, nas pesquisas estruturalistas e gerativistas. Os funcionalistas norte- americanos advogam que uma dada estrutura da lingua néo pode ser proveitosamente estudada, descrita ou explicada sem referencia sua fungio comunicativa, 0 ques alis, caracteriza todos os funcionalismos até aqui mencionados. Diferentemente dasteorias formais, 0 funcionalismo pretendeexplicaralinguacom extralinguistica. Deacordo com essa concepgio, baseno contexto linguistico e nasituagdo ordo sco mutagio em consequéncia das vicissitudes do a sintaxe é uma estructura em constante 4 : discurso, ao qual se molda. Ou s¢ja, h4 uma forte vinculagio entre discurso e gramitica @ sintaxe tem a forma que tem em Fazio das estratégias le organizasio da informagio empreg; momento da interagio discursiva, Pregadas pelos falantes no Digitalizado com CamScanner 164 Manual de linguistica meno sintético, seria preciso estudar 4 para compreender o fen ne {ficos, poisé neste espago quea gramitieg Dessa maneira, iscursivos espec! Inguaem usoem seuscontextos discursive spore ! constitui ‘onalistas, essa concepGao de sintaxe corresponde as nogies €constituida, Em termos funcionalistas, 1998) ou “sistema adaptativo” (Du Bois, 1985), organismo maledvel, que se adapta is los falantes, implica reconhecer que 4 de “gramética emergente” (Hopper Considerar a gramitica como um idades comunicativas ¢ cognitivas d nes, a ‘ morfossintéticos estveis, sistematizados cdo emergentes. Em outras palavras, as (isto é, as linguas variam ¢ mudam), e, 10 ela é falada. Nesse sentido, a andlise nece gramitica de qualquer lingua exibe padrdes pelo uso, a0 lado de mecanismos de codifica regras da gramitica so modificadas pelo uso portanto, é necessétio observar a lingua comi dos processos de variagio e mudanga lingufstica privilegiado da linguistica funcional. (© texto considerado pioneiro no desenvolvimento das ideias da escola funcionalista norte-americana é The Origins of Syntax in Discourse, publicado por Gillian Sankoff e Penelope Brown em 1976. Nesse trabalho, as autoras fornecem evidencias das motivacées discursivas geradoras das estruturas sintaticas do tok pi lingua de origem pidgin de Papua-Nova Guiné, ilha ao norte da Australia. Em 1979, Talmy Givén, influenciado pelas descobertas de Sankoff e Brown, publica From Discourse to Syntax, texto explicitamente antigerativista, que afirma que a sintaxe existe para desempenhar uma certa fungio, ¢ é essa fungiio que determina a sua maneira de ser. Os trabalhos de Givén (1984, 1990, 1995, 2001, entre outros) se caracterizam pela busca de parimetros substantivos, isto é, motivados comunicativa ou cognitivamente, para a explicagio de fatos gramaticais, Se ainda nao hé uma teoria gramatical funcionalista completa e unificada, hi uma quantidade expressiva de andlises funcionalistas, sobretudo do inglés. Alguns linguistas norte-americanos, como Givén, Sandra Thompson e Paul Hoppes sobressaem pelos seus estudos individuais, Sozinha ou em coautoria, Thompson produziu alguns trabalhos considerados ea ene Thai Ene podemosdesacaseucsnossbresspas inglés €motvaa por doit fuores ag ae ve de uma ckiusula passive (1980), em coautoriacom Paul Hopper, osautores ere et an de transitividade comouma propriedadeescalarconstituldh dade; sagt vces aint titufda de dez pardmetrossintstice » De acordo coma presenga ou auséncia des Menos transitiva, © complexo de transitividad™ fam a uma Fungo discursivo-comunicativa: 44 s de um texto narrativo. sive constitui uma das areas de interesse semanticos independentes e covariantes, parametros, a cléusula pode ser mais ou € seus parimettos individuais se associ assinalar as porges centrais e periféri portanto, interferem na codificagio da t atores disc es F ‘ansitividade, como veremos adiante. Digitalizado com CamScanner —— Funcionalismo 165 Além desses autores, hd um grupo de funcionalistas europeus na Alemanha que trabalha com questées de mudanga lingufstica, gramaticalizag4o ¢ empréstimo € segue um modelo semelhante ao dos linguistas norte-americanos. Esse grupo retine, entre outros, Bernd Heine, na universidade de Colonia, Tania Kuteva em Dusseldorf. Vale destacar a recente aproximagio entre a lingu(stica funcional ea linguistica cognitiva, representada por antigos gerativistas, como Ronald Langacker (1991); George Lakoff (1987), e ainda por psicolinguistas, como Michael Tomasello (1999) ¢ John Taylor (1995), que também rejeitam a tese da autonomia da sintaxe, proposta pela gramatica gerativa, e propdem a incorporagio das dimensées sociais € cognitivas nos estudos linguisticos. No panorama brasileiro, os estudos de cunho funcionalista ganham impulso a partir da década de 1980 com a constituicao de grupos de pesquisadores que propdem fatores de natureza comunicativa e cognitiva para interpretar 0 funcionamento de t6picos morfossintaticos em textos falados e escritos. Aqui também se acha refletida a diversidade de orientacées tedricas de base funcionalista, ¢ os pesquisadores costumam combinar diferentes perspectivas em suas andlises. Em trabalho pioneito, Rodolfo Hari publicou, em 1987, Perspectiva funcional da frase portuguesa, que trata do dinamismo comunicativo em termos de tema ¢ rema, na linha dos estudos da Escola de Praga. Entre os grupos constituidos, destacam-se os pesquisadores do Projeto Norma Urbana Culta, que abrange varias capitais do pais, do Projeto de Estudo do Uso da Lingua da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Peul-urry) ¢ do Grupo de Estudos sediado em varias universidades (Universidade Federal do Discurso & Gramatica, Rio de Janeiro, Universidade Federal Fluminense, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Estado do Rio de Janciro e Universidade Federal do Rio Grande do Norte). (© Peul tem formacio sociolinguistica: seus trabalhos focalizam a variaga0 lingufstica sob a perspectiva da fungio discursiva das variances selecionadas, de acordo com 0 quadro do funcionalismo norte-americano, Destaca-se, nesse grupo, pattcipacio de Anthony Julius Naro, que em parceria com Sebastito Vorre publicou virios artigos seguindo a orientagio de Givén. O Grupo de Estudos Discurso & Gramitica, ismo norte-americano, tendo como foco central trabalha com os pressupostosdo funcionali deinteree o eeeudo dos processos de gramaticalzagio, Os resultados de suas pesquists podem ser vistos em Martelotta, Votre e Cezario (1996), Rios de Oliveira (1998), Furtado da Cunha (2000) e Furtado da Cunha, Rios de Oliveira ¢ Martelotea (2003), Dentre os princfpios ¢ as categorias centrais dessa corrente funciona esto: informatividade, iconicidade, marcagio, transitividade ¢ plano discursivo ¢ Gramaticalizago, Nesse quadro, os processos de gramaticalizagio e discursivizagio constituem pontos privilegiados de ctiado por Sebastiio Votre, também ca investigagac Digitalizado com CamScanner 166 — Manual de linguistica Informatividade O principio de informa compartilham, ow supdem que comp’ a aplicagio desse principio se tem vo referentes nominais. Desse modo, um si isponivele infertvel. ‘ : ee Hs “ado, ou velho, se ja tiver ocortido no texto (referente Je ser dado, , oe Um referente pode set di» elnasituacdo de fala (referente situacionalmente textualmentedado) ouseestiver disponivel ente situ t dado), prio paticipantes do discurso: falancee ouvinte, Vejamos os doi lado), como os pr6 ’ 05 : ae corpus Discurso & Gramética casos respectivos nos exemplos seguintes, retirados do corp : 2)afomecinicofalouque...(2)niosabiaqualohomemquetinhaapertado aquilo ((rs0)) b) Ese agora eu queria que voeé me... me dissesse... alguma coisa que voce sabe fer... ou que voce. goste de fazer... e como € que se fiz iso... No exemplo (a), 0 sujeito do verbo “saber” (marcado pelo simbolo @, que indica sua omissio) foi mencionado na primeira cldusula, constituindo um caso de referente anteriormente dado: “o mecinico”. Por isso ele nao precisa ser repetido na sentenca seguinte. No exemplo (b), em que o entrevistador pede ao informante que ele diga algo que sabe fazer, embora a palavra “vocé” seja ambigua no sentido de que pode se referir a qualquer pessoa, o contexto permite que interlocutor (0 entrevistado) Gvidade focaliza 0 conhecimento quc 0s interlocutors artilham, na interagao verbal. De um modo geral, Itado para o exame do status informacional dos intagma nominal pode ser classificado como perceba que é a ele que o falante deseja se referir. Em circunstincias desse tipo, como a situagao contextual nao deixa diividas quanto ao sentido do termo, temos um caso de referente situacionalmente dado. Um referente é novo quando introduzido pela primeira vez no discurso, como no exemplo (c), Se jé esté na mente do ouvinte por ser geralmente um referente tinico (num dado contexto), € chamado dispontvel, Sao exemplos de referentes disponiveis termos como “a lua’, “o sol”, “Pelé” ou “Petrépolis”, como no caso @): (0) af quando chegou... ali na:: quando estava quase chegan direcdo deles... Dario, Discurs decida/ porque é... Barra... Tijuca...n@? do a... Tijuca... vinha... um dnibus na ¢tinha wm caminhao... parado aqui... (Informante 12: 70 & Gramatica, ry) (d) ... mas... eu fui a subido a serra, Petropolis com ura amiga... que nunca tinh Um referente denomi ; mina- proceso de infréncia ~ exempl (gh oo Wuando &identifcado através de ut enviades ines gelesen?) — 8 attr de qutras informmacece dads 50 codificad “ i (©) quando cla vivodnibuesee ne? Cehnides Digitalizado com CamScanner Funcionalismo 167 Nesse caso, 0 referente “o motorista” nao foi mencionado, nao constituindo informagio dada (ou velha), Entretanto, como um énibus implica a existéncia de um motorista, 0 ouvinte nao tem problemas em identificar essa informagao, que, por isso, também nao pode ser classificada como nova. Temos af um caso de referente inferivel. O status informacional dos elementos linguisticos é importante no sentido de que interfere, por exemplo, na ordenagio que eles assumem na cléusula, como veremos a seguir no conceito de iconicidade. Iconicidade O princfpio de iconicidade é definido como a correlagéo natural e motivada entre forma e fungio, isto é, entre 0 cédigo linguistico (expressio) ¢ seu significado (contetido). Os linguistas funcionais defendem a ideia de que a estrutura da lingua reflete, de algum modo, a estrutura da experiéncia, Como a linguagem ¢ uma faculdade humana, a suposicao geral é a de que a estrutura linguistica revela 0 funcionamento da mente, bem como as propriedades da conceitualizagio humana do mundo. Em suaversio original, o principio deiconicidade postula uma relagao isomérfica, de um para um, entre forma e contetido (Bolinger, 1977). Contudo, estudos sobre 0s processos de variagao ¢ mudanga, a0 constatar a existéncia de duas ou mais formas alternativas de dizer “a mesma coisa”, levaram & reformulacio dessa versio forte. Na lingua que usamos diariamente, em especial nalinguaescrita, existem, por certo, muitos casos em que nao hé uma relacio clara, transparente, entre expressio ¢ contetido. Nesses casos, a relagdo entre forma e significado é aparentemente arbitréria, uma lo elemento linguistico se perdeu total ou parcialmente, ver que o significado original d assim como a motivacdo para sua criagéo. Por exemplo, o item “entretanto”, hoje, tem um valor opositivo que justifica sua clasificagio como conjungao adversativa (ex: “Estudou muito, entretanto nfo passou”). completamente distinto deseu significado original utilizado em textos ‘como advérbio temporal, com valor de “enquanto isso”, “ao acontecimentos” (essa ideia permanece no item “entre” Esseuso€ arcaicos do portugués, c mesmo tempo”, “entre tantos encontrado na construgao: “entr concessiva “embora’ (ex: “Embora tenha estudado muito, nao passou”), proveniente da expressio com valor temporal “em boa hora”, muito comum, sobretudo na era medieval, Essa expressio era comumente acrescida a determinadas frases em virtude da crenga de ava relacionado ao momento em que eram praticados. tos comunicativos em que a codificagio morfossintatica ©” + “tanto”).' O mesmo se deu com a conjungio que 0 sucesso dos atos est H4, portanto, contex € opaca em termos da fungio do cédigo linguistico esta sujeita a quanto na fungio: ue desempenha. Isso ocorre porque a iconicidade a . pressdes diacrénicas corrosivas tanto na forma Digitalizado com CamScanner 68 Manval de linguistic? yelo atrito fonoldgico, ten a lo sua fo constamte €F0s na” > rembor “ ic alterada pela elaboragio criativa atray, Ex: na conjungio “entretanto” 9 yalo 7 2) 0 cédigo (forma) sofre Ex: “em boa hi jo) & cons metonimicos- diminuida. b) a mensagem (fun de processos metalrice espacial, expresso origin antemen| os ¢ almente pela Pre . ida pa ar igteja ¢ 0 supermercado , é estendida para um ae ys de acontecimentos (ex: Muita coisa acontecey re sequencia ; i de partida para 0 uso arcaico com valor byriga’). Esse € 0 ponto jemporal que acaba se estendendo para o atual valor concessivo, biguidade. Quanto ao cédigo, verifca-se &o que ocorre com “embora”, que pode posigho “entre” (ex: “A casa Fica entye nogio mais abstrata, referente a ym espago existente ent entre a discuss’ de concomitincia t Os dois tipos de pressio geram am! correlagio entre uma forma e varias fungoes: ser empregado como concessivo (ex: “Embora ou com o valor que alguns gramdticos chama (ex: “Vou embora assim que a aula acabar”). Quanto & mensagem, observa-se correlacio entre varias formas e uma fungio: no portugués atual, coexistem com a conjungio concessiva “embora” ¢ varias outras com mesmo valor, como “mesmo que”, “ainda que”, “apesar de”, entre outras. Em sua versio mais branda, 0 principio de iconicidade se manifesta em trés tenha estudado muito, nao passou’) m de “particula de afastamento’ subprincipios, que se relacionam & quantidade de informagao, a0 grau de integracio entre 0s constituintes da expressio e do contetido € & ordenacao sequencial dos segmentos. Vejamos cada um deles. Segun inclpi i vfs do 0 subprincipio da quantidade, quanto maior a quantidade de iio, maior a quantidade de forma, de tal modo que a estrutura de uma construéo gramatical indica a estru . tura do i ow que a complesidade de pensamentotende a refletirce va, Seo e ee eaters (Slobin, 1980): com am atrds dele 60 dal f les. con af Supie tered ce geTEFIO core SD = Somesaram a conte € 0 home! ndoatris deley correram ... engquanto isso .. 0 home O sub bprinctpio da iy Ma integraca cognitivamente ‘Eragt0 rey initivamente também oe Prevé que os contetid i 0 mais etidos que estao mais proxi in Jue estdio mais pro tege: ‘Brados no nfvel da codil cago - ° que Digitalizado com CamScanner Funcionalismo 169 $ximo eae est pass mentalment coloca-se préximo sintaticamente. Esse subprinc{pio se festa, por exemy| i e peas manifesta, p 'P!0, NO grau de integracao que o verbo da oragao principal exibe em relagao ao verbo da subordinad: a) Maria ordenou: fique aqui. b) Maria fez a filha ficar ali, ©) A filha nfo queria ficar ali. Essas orac6es indicam que, quanto menos integrados os dois eventos estéo, tanto mais provavel que um elemento de subordinacao ou uma pausa separe a oracao subordinada da principal. Em outras palavras, o subprincipio da integracao correlaciona a distancia linear entre expressdes & distancia conceptual entre as ideias que elas representam. Na primeira oragao, temos dois eventos separados, 0 ato de dizer algo eo ato de ficar ali, além disso, os verbos (nticleos da oragao) referem-se a sujeitos distintos ¢ apresentam codificagio modo-temporal distinta. Na segunda frase, a integragéo semintica e sintatica € maior: ja nao € tio facil dizer que sao dois eventos separados € nao hé um elemento explicito que separe sintaticamente as duas oragées. O sujeito da segunda é objeto da primeira. Na terceira oragio, a fusdo semantica ¢ sintitica ¢ ainda maior, pois também nao € nitidaa distingao de eventos diferentes eo sujeito de “querer” éomesmode “ficar”, c obrigatoriamente osujeito desse segundo verbo aparece apagado. Ha ainda o fendmeno da iconicidade relacionado 4 ordenagio dos elementos na cadeia sintdtica. Nesse caso, temos os chamados subprincipios de ordenacio sequencial. O primeiro deles é 0 subprineipio da ordenagéo linear, segundo 0 qual a ordenacio das oragGes no discurso tende a espelhar a sequéncia temporal em que os eventos descritos ocorreram: sabe como & feito um bom strogonof.. compra 0 camario:: limpa 0 camario... boto cebola... pimentio... tomate... cozinho ele... deixo ele poe o camario. cozinhar um pouquinho assim.. ‘As orag6es acima esto colocadas sintaticamente na mesma ordem em que ocorreram na realidade: primeiro compra-se 0 camaro, depois limpa-se o camario, € assim por diante. A inversio da ordem das oragoes implicaria também uma mudanga na sequéncia real dos fatos. O segundo subprincf ordem sequencial e topicalidade. informacao veiculada por um ele Um exemplo de como isso ocorrer P' ou jé mencionadas, tendem a ocorrer n final. Vejamos 0 exemplo que segue: mas meu preferido é Carlos. Carlos esta sempre comigo pio ligado & ordenagdo € 0 subprineipio da relagio entre Nesse caso, temos uma conexio entre o tipo de mento da cldusula e a ordenagéo que ele assume, ‘ode ser visto no fato de que informagées velhas, 0 inicio da cldusula e informagdes novas, no Tenho varios amigos, nas horas de divers40. Digitalizado com CamScanner 170 Manval de linguistice Podemos notar que o referente “Catlos"s eee eae fara aparece no final da frase meu preferido éatlos” a0 inwiSe eee) Encrranro, na cléusula seguinte, “Canes” & novaments Teng 00 8 a portanto, informagéo velha. Nesse c2s0, ele ocorre no ee a se subprincipio pode assumir caracteristicas diferens™ ciado a sp gese caso pode set visto, por exemplo, na tendéncia dese hos para efeito de contraste: nogao de contras antepor na cldusula determinados trec! a) Joao comprou um carro. b) Foi Joo que comprou um carro. ©) Foi um carro que Joao comprou. ‘Tanto 0 sujeito “Joao” quanto 0 objeto “um carro” da cliusula (a) apresentada + colocados em situagao de foco contrastivo, como ocorre anteriormente podem se que comprou o carro —€ em (c) ~ foi um carro, em (b) — foi Joao, ¢ nao outra pessoa, ¢ nao outra coisa, que Jodo comprou. Essas construgdes refletem a preocupagio do fancionalismo em trabalhar com as expectativas do falante em um contexto particular: acrenga, por exemplo, de que outra pessoa que nio Jodo tivesse comprado 0 carro, no caso de (b), ou de que Joao comprou outra coisa que no um carro, no caso de (c). Marca¢ado Os termos “marcado” e “no marcado” foram introduzides na linguistica pela Escola de Praga. Aqui a ideia-chave € a de contraste entre dois elementos de uma dada categoria linguistica, seja ela fonolégica, morfoldgica ou sintética. Um entre dois elementos que se opdem é considerado marcado quando exibe uma propriedade ausente no outro membro, considerado nao marcado. Assim, no campo da morfologia, por exemplo, ¢ interessante observar, nesse sentido, a categoria de mimero: a forma ‘meninos a plural] é marcada em oposigao a “menino” (— plural], forma nao marcada. As formas néo marca: sri (sti das apresentam varias caracter(sticas, tais como: a) maior frequéncia de ocorréncia nas I i x sata inguas em geral ¢ em uma lingua particulars ) contexto de ocorréncia mais amplo; ) forma mais simples ou menor; d) aquisi¢ao mais precoce pelas criancas, Se observarmo: i s com cuidado, veremos resentacssascaract ee apr racteristicas das formas ndo mat mais palavras no singular do que no plural, pois dizemos, por exemplo, que vamos ai que o elemento que estd no singulat ircadas: corre maisna lingua, poisusimos a ae Presenta contexto de ocorréncia mais ampl Digitalizado com CamScanner Funcionalismo 171 ssenta forma mais si . Ao ; plural; apresenta forma mais simples, ou seja, ocorre sem a desinéncia-s; € possivelmente porisso éaprendida mais facilmente pelas criangas do que as formas de plural. No nivel sintético, 0 conceito de marcagio também apresenta consequéncias interessantes no uso da lingua. Comparemos as duas construgées abaixo: a) Eu uso esta roupa. b) Esta roupa eu uso. A sentenga exemplificada em (b) ¢ mais marcada, j4 que a ordenagio mais comum éa que esté indicada em (a): sujeito (“Eu”) verbo (“uso”) objeto (“esta roupa”). Essa questo tem implicagies interessantes quando pensamos na expressividade dessas estruturas, Qual seria a mais expressiva das duas? A resposta seria a do exemplo (b), jd que expressa algum tipo de forca argumentativa associada a ideia de que aquela roupa é de um tipo que agrada mais ao falante do que alguma outra. Isso nao ocorre no primeiro exemplo, em que temos uma simples afirmacao, que nao apresenta necessariamente qualquer argumento desse tipo. Essa éaimportancia do conceito de marcacéo no que diz respeito ao uso da lingua: uma forma linguistica mais corriqueira, que apresenta alta frequéncia de uso, tende a ser conceptualizada de modo mais automatizado pelo usuario da lingua ¢ isso significa que essa forma tem pouca expressividade. Assim, quando querem ser expressivos, os falantes usam formas marcadas. E 0 que ocorre em frases como a apresentada em (b). Vale ressaltar que a marcagao que caracteriza uma forma linguistica ¢ relativa, pois uma construgao pode ser marcada num dado contexto endo marcada em outro. Por exemplo, a voz passiva sintética (“Vende-se casa”) é muito marcada na lingua oral por ser bastante incomum. Entretanto, num texto escrito formal ela ndo ¢ marcada, jd que ocorre com relativa frequéncia. Transitividade e plano discursivo Paraa gramética tradicional, a transitividade éuma propriedade dos verbos— que Sao clasificados como transitivos, quando acompanhados de objeto direto ou indireto, ou intransitivos, quando nio hé complement. A proposta de Hopper ¢ Thompson (1980) nao opéebinariamente verbostransitivosa intransitivos, mas rata transiividade como uma propriedade escalar que focaliza diferentes Angulos da transferénciada agio dem agente para um paciente ein diferentes porgSes da oragio, Vejamos os exemplos Seguintes, extra{dos de uma narrativa que reconta o filme Batman: a) Bauman derrubou o Pinguim com um soco. b) A Mulher Gato nao gostava do Batman. ©) Esse rio tem uma forte correnteza, d) Entdo o Pinguim chegou na festa. Digitalizado com CamScanner 172 Manual de linguistic . ts primeiras oracées sig 4 dicional, as trés pr ica eradietomplemento do verbo. Segundo is alto a escala d ome fe ocupa lugar mais a le : ‘hompson, (a) € 4 4 i eames i at (be, poritimo, (> oo em Loan como a transitividade, seguida 1 (b) & Por Mr co e 0 afetacao . dinamicidade do verbo, a agentividade do su) dade a uma fungio pragmitica: 9 jam a transitivi _ Hopper ¢ Thompson associam i ¢, pelos seus objetiv modo eerie organiza seu texto é determinado, em parte, P' jetivos 4 idades do seu interlocutor. Nesse pelasuapercep¢io dasnecessidades do anes cg discursivos, que distinguem as informagées ‘tiv 4o, ou o lugar que el centrais das periféricas. O grau de transitividade de uma oa wos sa la ocupa na escala de transitvidade de Hopper e Thompson, re" €° co va caracter{stica, de modo que oragoes com alta transitividade assinalam ae centrais do texto, correspondentes’ figura, enquanto oragoes com baixa transi lade marcam as porgées periféricas, correspondentes ao fundo. Vejamos o seguinte fragmento: ramati ificagdo d Pela classificagao da - objeto com transitivas, pois apresentam w comunicativose,em parte, sentido, o texto apresenta diferentes plan meu pai estava andando... ele morava no outro lado da Penha... e: ele estava passando por... por baixo da pa... da passagem subrerrnea do trem... af dois ‘ards... um escuro alto... forte e um branco também alto... forte... esbarraram nele,.. cele anda com aquelas capangas... ai: eapanga cain no chi... abriu... 0s documentos... dinheiro ficou tudo espalhado no chio... ¢ eu/ ele abaixou pra. cataros documentos... quando ele abaixou... os caras falaram que era um assalto. «i pegaram o dinheiro... aconta de luz... tudo que tinha...juntaram... colocaram na capanga c levaram a capanga embora... e af meu pai foi pra casa... fulou que tinha sido assaltado... al eles resolveram ir na policia... né? pra dar queixa... e depois teve todo trabalho de... pedir segunda via de documento... de conta de luz... de conta de gua...e ficou sem o diner... rao dia de pagamento... Em figura estao os eventos perfectivos em itdlico, que expressam a sequéncia de agdes que caracteriza a narrativa: Ficura a) “dois caras esbarraram nele” b) “a capanga caiu no chao” ©) “abriu” d) “cle abaixou” 6) “os caras falaram” £) “af pegaram o dinheito” 8) “colocaram na capanga ¢” h) “levaram a capanga embora” i) “meu pai foi pra casa” j) “falou que tinha sido assaltado” }) “af resolveram ir pra policig” m) “depois teve todo tray 1) “e ficou sem o dinhei fcia” lh i rao de... pedir segunda via” Digitalizado com CamScanner Funcionatismo 173 Em fundo estio as informagées que sao colocadas no texto para dar suporte as oragées de figura. Sao as informagGes bésicas que contextualizam as ages de figura, indicando normalmente © local ou © momento em que clas ocorrem, como elas ocorrem, assim como expressam as causas ¢ as finalidades dessas ages. Frequentemente so expressas por oragGes que apresentam verbos estaticos, como “ser” ¢ “estar” na forma de presente do indicativo ou de pretérito imperfeito: Fuxpo a) “meu pai estava andando” b) “ele morava no outro lado da Penha” c) “ele estava pasando por... por baixo da pa, do trem” da passagem subterrinea d) “ele anda com aquelas capangas” ) “era um assalto” f) “era o dia de pagamento” O texto anterior mostra oposigao de tempo, aspecto e dinamicidade: as sentengas da primeira sequéncia da figura contém verbos de ago, como “esbarrar”, “abrir”, “pegar”, entre outros, que estéo no pretérito perfeito, Em fundo, exemplificado na segunda sequéncia de oragGes, vemos oragoes que contextualizam 0 evento narrado, com comentérios descritivos ¢ avaliativos do narrador. Gramaticaliza¢ao Como jé mencionamos anteriormente, o funcionalismo caracteriza-se por uma concepgio dinamica do funcionamento das linguas. Nessa perspectiva, a gramdtica Evista como um organismo maledvel, que se adapta ’s necessidades comunicativas € cognitivas dos falantes. Isso implica reconhecer que, a0 lado de padres morfossintiticos estiveis, sstematizados pelo uso, a gramética de qualquer lingua exibe mecanismos de codificacio emergentes, que si0 consequentes da necessidade de formas mais expressivas, A gramaticalizag refazer que toda gramatica apresenta. Gramaticalizagao designa um proc construges sintdticas, em determinados contextos, passam aassumir fungdes gramaticais ©, uma vez gramaticalizados, continuam a desenvolver novas fungdes gramaticais. A. tendéncia é que esse processo ocorra com itens ou express6es muito Frequentes, o que Fz com que. termo normalmente sofra desgaste fonético, perdendo, assim, expressividade. faver referéncia a entidades do mundo biossocial para go é um fendmeno relacionado a essa necessidade de se .ssounidirecional, segundo oqualitens|exicaise Com isso, o elemento deixa de d assumir fungées de cardter gramatical, como ligar partes do texto, indicar categorias amaticais, como o tempo de um verbo ou o género de um nome, etc. Digitalizado com CamScanner 174 Manual de linguistica eadjetivos sao elementos lexicais eque verbos ment is ¢ flexionais, entre outros i antivoss : Considerando que subst pes tigos, morfemas igdes, conjuncies, ar icalizaca preposigdes, conjung’ fede gramaticalizasa tém valor gramatical, sio exemp! i ra conjungoes: a) A trajetoria de substantivos € verbos pal i E 0 que ocorre com o verbo “que! ret”, que passa aser uilizado como conjuncig 1 catarei Id”, ou com o elemento “logo”, que iva em “Quer chova quer faga so alternativa em “Quer chova q vo e que atualmente pode ser empregado no portugués arcaico tinha valor de substanti ee como conjungao conclusiva em cldusulas como “Penso, /0g2 b) A trajetéria de nomes e verbos para morfemnas: E 0 que se dé em passagens como a que ocorre com 2 expresso “tranquila mente”, em que o substantivo “mente” (“intelecto”) passa a desempenhar papel de sufixo formador de advérbio: “tranquilamente”. Ou em trajetdrias como a que acontece com a locucio “amar hei”, em que a forma do verbo “haver” (“hei”) se incorpora ao verbo, pasando a funcionar como desinéncia de futuro: “amarei”. Concluindo, vimos neste capitulo que o funcionalismo difere das abordagens formalistas — estruturalismo e gerativismo ~ primeiro por conceber a linguagem como um instrumento de interagéo social e, segundo, porque seu inceresse de investigacéo linguistica vai além da estrutura gramatical, buscando no contexto discursivo a motivagio para os fatos da lingua. A abordagem funcionalista procura explicar as regularidades observadas no uso interativo da lingua, analisando as condig6es discursivas em que se verifca esse uso. O funcionalismo admite que um grande conjunto de fen6menos linguisticos é o resultado da adaptacio da estrucura gramatical 3s necessidades comunicativas dos usuarios da lingua. Se a fungio mais importance da lingua €a continua inceragdo entre as pessoas, falantes € ouvintes, essa funcéo deve, cbdigo linguistico, Para essa corrente tedrica, os dominios da sintaxe, sao relacionados ¢ interdependentes, : operem independentes do significado; para a codificagio sintética, entio a Ao lado da descrigao sintética, cabe investigy ag inn envolvem as xtra lingusica eas eB #8 Sicunstincias diseursvas gt comunicativos dos intelocutores. Segundo a hinge nee oe H8e € 08 PrOPOsIOS uma vate dependents poo gs 3 iPS funciona, a est forma ao sistema. A necessidade de j lingua que, ao longo dos tempos, i? * Mvestipa . pragmatica€comum a todas as abordagens functor ng con ermos da semanciea¢ gens funcionali istas atuais, que se alternam como de algum modo, condicionar a forma do semantica e pragmiitica Por um lado, nao hé estruturas linguisticas que Por outro lado, se fatores discursivos contribuem Pragmatica deve ser incorporada & gramitica. Digitalizado com CamScanner Funcionalismo 175 exercicios 1) A abordagem funcionalista da linguagem no corresponde a uma teoria particular, mas a vérios modelos tedricos que, embora diferentes em certos as si Quais sto esses pontos? Pectos, apresentam pontos essenciais em comum. 2) Estabelega uma correspondé : 2) Estabele: fespondéncia entre as diferentes escolas funcionalistas € as caracteristicas apre- sentadas abaixo: a) O fancionalismo estruturalista b) A teoria funcional de Halliday ©) O modelo de Dik 4) O funcionalismo norte-americano () analisa as expressdes linguisticas com o intuito de compreender os processos relacionados 20 &xito comunicativo dos falantes, () utiliza um conceito abrangente de funcio que compreende tanto as fungées de enunciados € textos quanto as fungSes de unidades linguisticas dentro de uma sentenga. () postula uma forte vinculagio entre discurso e gramética, de tal modo que a sintaxe resulta, em grande parte, das estratégias de organizagio da informagio utilizadas pelos falantes no evento comunicativo. () ressalta a fungdo dos fonemas na distingio das palavras ¢ o papel da organizagao estrutural da sentenga na transmissio de informagio contextual. 3) Assinale as afirmativas que esto de acordo com os postulados da abordagem funcionalista: a) A cxisténcia de universais linguisticos é explicada em termos de uma dotacao linguistica genética compartilhada pela espécie humana. b) A existéncia de universais linguisticos é motivada pelos usos comuns a que a linguagem se presta nas comunidades de fala. ©) As fungées que a Iingua desempenha tém influéncia sobre a organizagio interna do sistema linguistico, o que significa que a relagio entre forma e conteiido é motivada. d) A arbitrariedade, ou auséncia de relagio direca entre expressio e significado, permeia todos 08 niveis de organizagio do sistema linguistico. ©) A gramitica é um organismo maledvel, que se adapta as necessidades comunicativas e cognitivas dos usuérios da lingua. 4) Classifique os elementos em itdlico em termos do seu status informacional nas duas passagens retiradas do corpus do Grupo de Estudos Discurso &¢ Gramitica de Natal, Rw: a) Eu tive wm namorado, conseguia de deixar de namorar este rap) 4 apanhei por causa dele, mas nfo vale a pena porque hoje nd estamos com ours psoas. OB cocoa uma viagem que 4 gee fer, hoje faz quine das, Ki pt casa de minha ae, sabe? Bom Jesus, Ai quando meu pai chegou Md, comegou beber unas, né? Af a gente veio. No a neces no meio da pst ea gente tudo preocupado, areca que eu que vinha dirigindo, sabe? meu vizinho, que minha mde nio queria, ¢ por este motivo eu no az, fiz muita coisa que hoje eu nao faria, mentia; Notas "A a scorrentes estruturalista © gerativista ‘dcixando de lado os fenbmenos interact focalizam, em suas andliss, os aypectos estruturais ou formais da sentenga, Homa a ela relacionados. Digitalizado com CamScanner 176 Manual de linguistico lesignativo de uma propriedade que todas as linguas té ‘questio de geau ow tendéncia, de modo que refletem uma 2 Em sentido estrito, “universal finguistico” & um termo (por exemplo, todas a linguas tem elementos que si0 6s universais lingufsticos no sio absolutes, mas uma propriedade que se manifesta na maioria das linguas © cima *cognicio” cstd asociado ao exercicio da inteligéncia humana e pode englobar nossa capacidade de compreendero mundo em que vivemos, de organizar earmazenar mentalmente os resultados dessa compreensio, ibem como de adaptar esse conhecimento a fim de transmiti-lo aos nossos interlocurores nos diferentes contextos de comunicasio. © terme “pragmitics”asvocia-se normalmente os etudos que focalizam a relagso entre a estrurura da lingua e comportamenta dos seus ustsrios no ato concreto da comunica > Arualmente. Kees Hengeveld J. Lachlan Mackenzie e outros vem desenvolvendo os estudos de Dik em diresio 20 ue cles chamam de gramética discu nal. fun Linguistas que se dedicam ao estudo de crioulos, inguas que se desenvolveram historicamente de um pidgin, uma forma relativamente simplifcada de falar que surgi através do contato, em geral comercial, entre grupos linguisticos heterogéncos. Quando © pidgin se torna a lingua materna de uma comunidade de fala e passa a ser usado para todos os fins, ele é chamado crioulo. Ex: tok pisin, lingua de origem pidgin de Papua-Nova Guiné, ilha a0 nore da Australia, Conjunto de entrevistas gravadas por falantes do Rio de Janciro, de Niter6i, de Natal, de Juiz de Fora e do Rio Grande, organizado por pesquisadores do Grupo de Estudos Discurso & Gramética, formado por professores da vrR), da uFr e da UFRN. A preposicio “entre” di uma idcia de algo localizado no interior de algum espago fisico, de algum espaco de tempo ¢, por extensio, no espaco localizado entre dois ou mais acontecimentos. Digitalizado com CamScanner

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