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FERNANDO LA SALVIA wero GUARANI 2° EDICAO NOMENCLATURA A intonsidade da confecgao é vista em fungao da técnica empregada. Nao é possivel a andlse de mesmas agdes com uma mesma forma de julga- mento. O uso de instrumentos distintos iré dar dite: Tentes formas de ipressda. Igualmente, as mane ras de utlizar um mesmo insttumento propiciardo uma apresentagao diversa nas superticies. Estas for mas distintas de aplicagao determinam a variagao e-esia, através ca impressdo, terd graus de intens- dade, A proposta 6 de mensurarmos esta intens- dade, definindo ai talvez, 0 modismo ou a tendén- Ga cultural E importante salientar, também, que as deco- rages sdo varidveis € ndo possivel dar a todas (© mesmo tralamento, mas 6 possivel buscarmos uma relagdo igualitéria de tal sorte que intensidades iguais om técnicas diferentes sejam conceituadas com 0 mesmo valor tratamento da superficie quer com cunho praca OU artistico, quando analisados, 0 so de uma forma paricular para o geral endo dietamente den- ‘ro. do todo decorative. Assim, precisamos buscar a base unitéria de decoragao que denominaremos Expresso decorativa ¢ o elemen- to unitério que compée uma de- coracao, A repetigao da expresso decorativa e sua ds- tribuigdo sobre uma superticie dara uma decoragao. (Os seus arranjos e combinagées permitiéo uma ‘andice do conjunto e a medigao de seus tamanhos ealintensdade da aplicagao definira o tipo decora- tivo au a variagdo do tipo. Decoragdo plastica ¢ aquela que resuta da modificagao tridimensional da superficie da parede de uma va siha com argila ainda moldével e antorior & queima. Como a decoragao plastica é uma sequéncia ce expressces, aprecentamos a seguir os ipos com: suas respeotivas expressoes decorativas. 1. Corrugado, tom como expressao decorativa a DOBRA - 6 a acdo lateral do dedo so- bre a superticie cerémica, pressionan: do uma parte da argila, por attaste, e formando uma ctista de forma semi Junar como resultado do acimulo da ar- ila arrastada 2. Digitado, tem como expresso decorativa a DEPRESSAO - ¢ a impressao da pot pa do dedo calcada verticalmente so bre a superficie cerémica. 3, Digito-ungulado, tem como expressao decorativa a DEPRESSAO ESTOCADA - ¢ a im pprosstio da potpa do dedo calcado per pendicularmente sobre a superticie da ccerdmica, armado com a unha, dexan do a impresso desta no fundo da de- presto, 4, Imbricado, tem como expresso decorativa a CARQUILHA - ¢ 0 enrugamento da pasta pela pressao do dedo no momen: fo em que junta os roletes 5. Acanalado, tern como expressdo decorativa a CANELURA - 6 um pequeno sulca con- tinuo de fundo eéncavo produzido pela polpa do dedo arrastado sobre a super: ficie ceramica, 6. Ungulado, tem como expressao decorativa a UNGULAGAO - ¢ 2 acdo frontal da nha, na forma de um arco, com sent- do @ formato de quem aplica, 7. Beliseado, tem como expresso decorativa 0 BELISCO - 6 a acao de do's dedos em forma de pinga que pressionam a su- poerticie cerémica, produzindo a eleva- (cao de uma porgdo de pasta ladeada elas marcas da unha em sua base. 8, Serrungulado, tom como expressao decorativa 0 CORDOAME - 6 0 resultado da agdo cde dois decios em forma de pinga, em sentido continuo e sucessvo sobre a sux percie ceramica, determinando a ele- ‘vagao de uma porgao da pasta seme Ihante a um cordel retorcido, ficando ‘com a base marcada pela agéo das unhas. 9. Ponteado, ton como expresso decorativa 0 PONTO - 6 a ago de um instrumiento de seco veriada, aplcada pelo artesao, de forma impressa sobre a supericie ccpramica 410. Estampado, tem como expressao decorativa a ESTAMPA -é a preparagao de um pak nal, em partes ou em um todo, cesta: ra, text ou outro, apicado sobre a su- perfcie cerérica por pressdo. 11, Estocado, tern como expresso decorativa a ESTOCADA - 6 um corte produzido pe- Ja. agao da ponta de uma lamina reta, pressionada sobre uma supertcie cerés ‘mica, em uma Unica aga. 12, Inciso, tem como expressdo decoraliva o CORTE - 6 a agao de um instrumento de ponta aguda, ou néo, que risca mais ‘ou menos profundamente a superficie corémmica, por pressdo ou arraste 18. Escovado, tern como expresstio decorativa 0 ‘SULCO - é a agao produzida por um instrumtento de miitiplas pontas arras- tadas na superficie cerdimica ou sobre ela trocionada, 414, Espatulado, tem como expressao decorativa a CAVIDADE - 6 a resultante da agao de uma espatula, agindo por presséo ou atrasia, sobre a superlicie cerdmica com 1 deposicdo de argila no seu entorno fe apresentando lados anguiares e fun- do piano. 15, Estriado, tem como expresso decorativa a ESTRIA - ¢ 0 resultado da acao de um instrumento cle uma tinica ponta aguea- da ou rémbica ou, de varias ports, s- ‘metricamenie dispostas e arrastadas em uma superficie. 16, Roletado, tem como expresso deooratva 0 ROLETE - 6 um cordel de argia uti- zado na produgio das vasihas e no apresentando outa atvidade produtiva sobre © mesmo. 17, Nodulado, tem como expresso decorativa 0 NODULO - é uma porgao de argila 1e- puxada ou aplicada na superticie core: mica, de forma cSnica au tronco-cénica, 48, Exciso, tom como expressao decorativa a EXCISAO - 6 a retirada de uma parte da amgla, através de um instrumento, ‘buscando criar um motivo ou uma su Perfcie aspera para aderir um aplique, ‘A andlise & definigaa do tipo decorativo seria faito através das expressoes decoratvas, elemento mensurével ¢, uma voz definida, daria o conceito da decoragao. A aplicacdo da expressdo 9 faz atta: ‘vés da aco de um instrumenta, que caicado ou ar- rastado define uma expresso e sua intensidade. Es- ta representagdo @ sua iniensidade pode ser men- surada de acordo com os tipos de express6es. llustragao n® 18 ‘Mensuragéo das expresses decorativas no sentido da altura e profundidade Denomninagio Nomero | Mesidas de relacdo ‘Atura_| Protundicade Igual ou maior panera 1 ee Foam Muto kt | Mulo prone 2 3mm) Forte | Protundo 3 2mm| Medio |Pouco pratundo| 4 timm| aco aso 5 Marea a supertel Muto taco] Supercil 6 =" |esgastado| Desgastado lustragao n? 19 Mencuragao das express6es decorativas no sentido da largura @ comprimento Dever seni Medias, |e wae ipa ona 1 | Sr Yao geno] mize ganao 2 T| Goo | Gane o Sim] ooo | ‘Nico ‘ 2nen| ‘ee, | Fareno 5 [oat et nui oo | ato pean 6 — 11™"| onsasto | Deseo No tocante ao liso dariamos a mesma sequény cia dos nmeros em relagao, havendo assim, uma forma de estabelecer umn ponto de referéncia entre todos os tpos. Seria passive! assim identficarmos Intensidade entre si, mas, quanto &s expresses, rfamos que oferecer outro tretamento concicionado ‘A prOpria maneira de acabamento, llustragaio n? 20 Intensidade do acabamento liso Numero 48 relagao Denoinaga Bano Muto alsado ‘Alsado Normal Mal alsado Desgastacdo ‘A expresso desgastado, utiizada em todos 08 tipos de intensidade, deve ser levada em conia na medida em que os desgastes produzidos na c= ‘mica poderdo ser por dois motivos: primeira, pot ‘uma prépria intengéo do artesaa que, apds deco: rar ou dar um acabamento em uma superficie desgasia.a intencionalmente. De outra parte, © 0 Mais comum, 0 desaaste podera ser pelo uso. De uaique: forma, seja qual for a causa, é de grande Impatténcia a delerminacdo do tipo de desgaste ¢ @ intensidace de sua ocorréncia dentro de uma ‘mostra cerdmica, A possibilidade de mensura ‘aptesentada em quacros isclados, esta apds reuni- 160, mostando as possibilidades das expressoes de: Cofatvas e suas medidas (y fig. 21) ‘A expressdo inclassiicével, to utlizada den {fo das classiicagses cerémicas e conslantes om 90 fiagGes e descrigdes de slias, nunca 6 expicada Converientemente. Ela é importante na medida em ‘que nos pode clerecer alguns detalhes ainda nao Peroebidos, como também, poderd dizer a futuros Pesquisacores a causa que os levou a nao classifi (car estes fragmentos. Considerandose 0 tipo de ‘qicutura predatoria que tem sido desenwolvida em lum espaco de tempo muito curto, © numero de st tios sero diminutos e a grande maioria sordo ra: 605 pea mistura das camiadas provenentes da aca dos escariicadores, ao fazer 0 desiocamento das teas florestadas O que restard? Primeiro 0 mate. fil por nds coletado, @, em segundo lugar, um ma ‘ati 0 misturado que ¢ preciso reelaborar uma Metodologia para separétlo, ejé intentar uma clas: sficagAo e andiise tal, que perrita salvar estes si tits desitudos © semi-destruidos amparando-se ne: iieles, que por estarem em local ainda privilegia 160, Nao foram tocados pela mao do colonizador ‘A simples citagao atual de incassiiedvel nao os dé a possibiidade de conhecer as raz6es im edtivas da classiicagao, raz8o pela qual, usamos ‘6m nossa andlise quanttativa os seguintes oriérios: Hlustragzo n° 21 Relagdo entre a expressao decorativa 2 inlensidade de manufatura Tes Exar | ptnace | Ten Dae Spwanisp ah ee fee | aes ae a tan | Z a ay | Peas [Re 1. Tamanho: quando minima, ndo permitindo uma identiicagao segura da de- corago ou dos modes de pro: ducdo, Tal desiruigso_ normal: mente ooorre em dreas trabalha das intensivamente por tratoy i cando impossival o seu reconhe cimenta, 2. Desgaste: por vezes 0 clesaaste 6 tao acen- tuado que impossibilita a ident co da decoracdio ou do amento superficial. Esto des pelo uso ou ainda, pelo rolamento do frag: mento pela agao do araco, itadas pela m4 queima ou pela ‘ado do tempo ou, ainda, pela 10 dcida do soo que escama a. superficie impossibiltando qualquer identiicacao segura, quer de decoragao, como dos acabamentos superficiais. A agao do intemperis mo e do pH 6 para algumas culturas um ver dadeiro desasire no que tange a identticacdo decoratva, Diz-se, normalmente que a ceramica é fidvel, mas nao buscamos as Teas causas desta alirmacao. Quanto ao tipo de desgaste ou outro motivo ue determina a colocagao do fragmento no rol dos indlassificéveis e por vezes até impede sua utliza: (20 na andlise da pasta devido ao tipo de desgas- te; se for por causa do intemperismo haverd uma alterago na parte interior, principalmente se 0 local ainda apresenta um solo acido, A utlizagdo de ex: Dresses seguras no proceso classiicatério melhora em muito a compreensao da ago do pesquisador. Os processos analticos, hoje em utlizagéo, vyaem 0 “‘caco"* como uma expresso independen: te, algo que representa, em si mesmo, toda uma tra digo e um compotamento cultural ou grupal. En tretanto, 0 fragmento é uma parte de’ um todo culty: ral e, ainda mais, sua representatividade dentro do rocesso produtivo desenvolvido pelo homem om um determinado momento, soja como acabamento de cunho pratico ou aristico, ‘A presenga de motivos decorativos, se real: mente o forem, ria superticie de uma vasila, é im pportante e deve sor estabelecida nitdamente néo 96 quanto 20 tipo, mas quanto & variagao dentro deste tipo. Esta é oriunda de uma forma distinta do uso do instrumento responstivel pela impressdo, deter minando, outrossim, arranjos ou combinagdes cife Tentes das expresses decorativas, De oulra parte, @ associagao de motivos de expressoes diferentes dentro de um mesmo espago oferecerd autros tipos ecorativos a serem tratados em partes adiante, O ‘mais importante, entretanto, 6 a definic#io exata do que entendemos e estabelacemos dentro de um 3, Alteragses: pprocesso de andlse o que é acabamento pratico © ‘que é arisico, intencionalmente apicado em uma superticie para decoréla. Assim, produgdo e deco- ago so elementos que se confundem dentro d tuma anise morlo’gica, onde os tragmentos so bservados em si mesma, sem se buscar a causa de sua producto. ‘Seria possivel fara distancia que separa um do outro? Aquio que & produgdo e 0 que é de- coragao? Para tanto, uma vasihia pronta jé deve estar ‘com uma rigid do couro, podendo receber a im- presséo apicada por insrumento de corte ou de pressao. Naqueles. enivetanta, que dependem da polpa do deco ou de espdiulas onde a pasta ¢ pros Sona e escorrida para um lado, semthaniea dos omugados, mbrcados e outros a arg deverd es tar mais pldstca. Neste caso, ndo poderernos ter Uma agdo prolunda so for uma aplcagdo direta so- bre 0 processo preparalério, mas uma agéo rapida, simples, onde a aco apenas moida a intenggo do artosdo, cumprindo 0 seu deseja. Qualquer vasiha que apresentaseo uma plastcidade grande calca- dia numa uridade maior desmoronara ao toque de uma apicagao rais forte Deva, pois, haver um Imi- to entre plasicidade e umicdade Quando houver um jprocesso decorative, com decoragdes protundas, bem marcadas, uma camada de ara ciferente da produtiva, foi apicada j4 estando 0 processo pro ‘dutvo encerrada. $6 assim, em nosso entendimer to, a vasiha poderia suportar sem danos miores uma decoragao mais expressive POLL jerry mt DOT reac mT Lacan See A demereee One h bias etl Mpscevarnetys u PARE CRIT oy arate HT SHAN a teece UCT AMAA AR ao eae pee ergy Tetfamos que considerar entéo, que exstem decoragées passiveis de serem aplicadas sobre 0 proceso preparatério sem haver necessidade de aplicagées de camadas extras de argia na super ie. Esta possibildade, eniretanto, invibializa deter minadas decorag6es e, em outras, a intensidade de apicagao, dando uma deooragéo final caracterst ca do momento de apkcagio. A rigidez exigida pa: ra.a decoragdio € proporcional a0 tipo decorative @ ser apicada. Explicando melhor: a aplicagao de urna decoragao e um acabamento limpo, necesita de tum determinado estado de superice. Assim, para as decoragées de corte - ungulada, inca, estriado € outras, podemos aplicar até a rigidez do 0ss0, nes- te caso sua intensidade sera menor do que a rigi dez do coura Légico que podemos methorar a su ppericie adicionando camadas de 2gua, umidtican do a superiice, mas também ai haveria um limite pois a pari de um maximo, a estrutura comega & ficar comprometida. A umidiicagda, no caso de uma rigidez mao, seria para aummentar a intensidade da impresso. O importante & a relagao entre rigidez ‘elimpidez decoretiva, Nas decoragbes de corte, sul ‘cos, elc,, a auséncia de rebarbas mostra a rigidez ideal no momento da aplicacaa, Quanto mais pasta ‘excedente tivermos junto s bordas dos sulcos ou maior dobramento nas dobras e carquilhas, mais plastica estaria a pasta. E possivel a decoragao em. todos os momenios e a variével & a intensidade, se considerarmos apenas a plasicidade sobre 0 pro- ‘cesso preparatéria. A ciferenca esté na presenga do pprocesso de acabamento posterior ao preparatéria ree : prea , Bares neg Para alcangarmos uma decoragao ideal, per- felta, hd um progeséo sequencial que pode, a qual- ‘quer momerto, ser interrompida, oferecendo em Cconseqténcia resuitados proporcionais. Dentro deste processo produtivo e a posigéo ue a vasiha ira coupar dentro do flux, 0 impor tante parece ser 0 tempo cisponivel pelo artesso, elemento de grande importéncia enire 0 querer & © fazer. Assim, elementos de produgo que daréo A superficie um acabamento produtiva e elementos intenconalmente apicados, que serd um acabamen- {o artisico, uma deooragao. Normaimente, nas ané- lises atuais, tudo € classticado como decoracao quando, em realidad, umas so e outras néo. Num primeiro estagia, na ago de far roletes, ou no se- ‘undo, de alisamento superficial, o que possuimos S40 ages produtvas que resutam em acabamen ta Logo, ndo podertamos falar em decoragdo des te.ou daquele tipo, mas de processos de acabamen: to com esta ou aquela expressdo decorativa. E muito dic dstinguir quando elementos de mesma posi: ‘940, produtiva ou decorativa, apresentam diferenga de intengaa. Neste momento, a presenga decor: va esid na superposigdo das expressdes no na corréncia fortuta ou intencional do uso de deter- ‘minado insrumenta. Um corrugaclongulado ou um digito-ungulado pode ser intencional pela forma oo- 0 0 artesdo usou 0 dedo armado com unha e nao 7a deliberada intengao de termos unha na base de luma dobra ou depress. Quando presents e in- tencionalmente colocadas, superpondo'se ao mo- do produtvo, elas seréo acabamento arisico. Es- tas nuances séo formas de acabamenio nunca con- sideradas, mas importantes no conhecmento ¢ es- tudo de uma eutura. Propomo-nos a aceitar 0 aca- ‘bamento artsico como elemento sobrepesto, quan- do possuimos uma base pré-elaborada. As de cor- te, que esto sobre urna superficie adredemente pre Parada, alsada ou recoberia com uma segunda ca- pa de argla, S50 tralaentos puros,intencionaimen- te produzidos para representar realmente aquolo motivo, No entanta, quando modo de acabamento, fazendo parte de um processo produto interrom: pido, temos expresses decorativas utiizadas como formas de produgéo que acabam sendo finals, O {ato de termos elementos consideracios ern um mo- ™mento como produgdo e em outro como decora- ‘980, nos leva a considera p Decoragao real -uso sequencial de o expresses decorativas, om combina: c ‘gS OU arranjos intencionalmente ve aplicados sobre uma superticie cera a mica - acabamento artistico. a cic po ur Decoragao ficticia - ¢ um modo de pe acabamerto prétco resultante da api: se cagao de determinadas expresses ecorativas, utiizadas como formas $0 de produgao nas vasinas - acaba: os mento produtve, E dilicil, por vezes, estabelecer uma e outra: sua sequéncia dentro do fluxograma nos permite ma viséo mais ampla, mais clara @, inclusive, sua ‘Separagao. Elemento pouco considerado 6 0 modo de utlizagao da vasiha que nao necessita de uma decoragdo explcta, podendo permanecer com pro- cessos de acabamento pratico. Dentro deste crité- Tio o importante é a utiizagdo endo a forma de aca: bamento, pois ¢ ele que id nos informar sobre 0 ‘comportamento cultural do grupo. Se assim comporta-se realmente a cultura, a cexisténcia de acabamentos produtivos de determi: ‘nadas vasilhas de acordo com o padirao de utliza: {¢€0, sua ocorréncia e predominio podem ser uma: ecorréncia modal, grupal e nao tradicional. Esta, por sua vez, da a liberdade de opcdo. A necessida: de da apiicacao de um motivo como acabamenio attstco em uma determinada vasiha por imposigao cultural, nos leva, por preméncia de tempo ou ou Ito falor, & produgéo de acabamentos sobreposios que, se na realidade no possuem a beleza ¢ o pi morismo de um acabamenio artisico, tém a forge © a presenga da tradicdo, Cumpre ao artesdo sa ‘eal inalidade: produzir para atender as necessida des momentneas ¢ urgenies sem fugir aos pacts tradicionais e com a flberdade de opoao que the st pemmitidas. Reaimente se assim considerarmos e assim ‘estamos proponda, é preciso revisar as andiises dan. to destes novos critérios, pois fica abalado o a sisterna de subtradigdes e fases. O que anies: um padiréo de comportamento hoje & um pro CEST ST SS Sore ST we pprodutivo © aquilo que nao possula representacéo, bu era desconsiderado realmente, 6 0 padrao de ‘comportarnenta. Esta revisdo vai apreseniar uma no va dimensao para a cultura Guarani. $6 0 fato de 2 termos isolado j4 é bastante signiicativo. Todo & ‘qualquer elemento que daqui para a trente for aores ido serd de grande importancia para sua fixagao, pois devemos v6 la como uma cultura e ndo como: tum conjunto de partes independentes que sabemos ppettencerem a um mesmo contexto, mas que no se juntam, Nossa proposta e sua utilizag30 num proces: 50 de reviso dos documentos coletados e estoca- dos nas insltuigdes, permitié de imediato uma no- a dimensao sem passar pelos estrelos caminhos das fases culturcis, Em realidade aplicando nosso raciocinio den- tio da situaco atual, o homem produz em fungao de suas necessidadies e na dimensAo do tempo dis: Ponivel € naquilo que the permite a tradigao. Sua ‘eal ntengdo etd na decoragao que ficou falseada pela presenca de uma decoragao fictcia. E 0 que ppossuimas hoje, sub tradicSes calcadas em modos produtvos, desconsiderando percentuaimente a de- ‘coraeao intencional, Ora, recolocar as coisas em seu lugar parece ser 0 I6gico. A transferéncia da presenga de processos de ‘acabamenio deniro de grupos parece revelar um. ‘adantamento cultural, Nao petmanecer com um: ‘eorrugado, mas alcangar um escovado seria uma eigncia a mais na sequéncia da cultura mas, as sim mesmo, uma decoragao ficicia. Sua presenga ‘em grupos mais recentes teria a mesma forca cul {ural que 0 corrugado em grupos antigos. A alter- nia destas posigdes ndo seriam indicadores cro- ‘o}6gicos, mas intoncionalidades produtivas. A pre- senca de escovados nem sempre indicaria grupos: reeentes, ou comugados fortes grupos antigos , ambos poderao coexistir no mesmo sitio como for- mas fictcias de decoragzo ou sejam, modos de pro: ddugaa de determinados grupos neste momento, 0 modo decorative difere muito e nas classifi ‘cages atuais é comum a juncdo de tipos de deco- ragao de diferentes instrumentos e acdes aplicadas poo arteso num mesmo rol. 0 Manual propée que Bemenios diferentes devam ser analisados separa- Uamerte; assim, 0 uso de instrumnentos © as formas {de aoao sAo as bases para se iniciar um novo crit fio de andtse. Dentro deste devemos juntar elemen: {os decorativos de mesma ofigem @ instrumental (Com os de mesma ago © quanto possivel aqueles ue apresentam variagées na intensidade do fabri (70 A decoragio & obtida pela compactagao, corte (04 atligdo de pasta. Quando executada pela com- pactaedo ou corte seu resultado depende: 1. da forma, da dimenséo e do instrumento ut lizado; 2, da direcao e do sentido da ago exercida pe- lo artesao: @ da intensidace da acéa. No casa da diteeao, parece aquele que maior importancia vai apresentar pois dele advird a varia ‘980 do tipo: 1, Macao exercida perpendicularmente & super- fice, compactando ou eortando, daré um de terminado tipo decorative sem arraste de past. 2. A aco exercida dagonalmente supertcie produzra na supericie, cortes com aparéncia do escamamento. 3. A ago exercida diagonalmente por arraste produziré um aciimulo de pasta ao fim da ‘2¢80 proporcional ao instrumento utiizado ‘Tem-se separado a pintura do acabamerto pléstica, Na jungdo dos etemenios inciais, pntura acabamento plstico se confundem numa super ficie adredemente preparada. A diferenga se man festa num momento sacundtia, na agdo exclusiva de produce decoratva quando 0 artesdo au uti- za.um insirumento para imprimir uma ago, ou urn pincol para pintar um motive. Dentro destes crits, 1no que tange a cuitura Guarani, isolamos os sequin tes modos de acabamento: 1. Acabamento simples - & a cobertura da va- siha com um tipo de motivo procuzido por um Linco tipo de instrumento e uma mesma téc- nica numa mesma direqao. 2, Acabamento superposto - é a presenga de dduas agdes distnias, produzidas por um ins trumenta, ou varios, ou de diterentes técnicas, sobrepondo-se no mesmo espago. ‘Acabamento de dupla face -¢ a ocoréncia de um acabamento pléstico nas faces interna externa da vasiha com motos iguais ou d ferenies. 4, Acabamento duplo - 6 a presenca de duas ‘ages distintas produzidas por um instrumen- to, ou varios, em areas disintas da vasiha, 5, Acabamento misto - ¢ a ocorréncia de aca bbamento pldstico e pintura numa mesma va- siha, numa mesma face ou em faces cite renles. Como 0 acabamnento simples 6 0 basico © os demas seriam jungées, sobreposigdes de mesmas ages ou agées disintas, vamos defnir a intengéo do arteséo que reuriré em si os pos principals que sero 0 resultado da forma 6 posigdo do instrumento uliizado 1. Alisada - 6 a eliminagao da rugosidado das paredes através do aplanamento deixando a supertice lisa. 2. Digital -¢ a ulizagcio do deda, em sua parte iniema - polpe -, pressionando ou arrastando a superficie, deixando ai sua marca, 3, Ungueal - € a utlizacao da unha, sob pres- 840, na superficie, deixando ai sya marca. 4, Impressa - 6 a utizagao de um insirumiento ‘eu de uma estampa para imprimir sobre uma superficie marcas decorativas. 5. Estriado - ¢ a utlizagtio de um instrumento de ponta simples, aguoada ou rémbica, ou rmutiplas portas, arastadas sobre a superticie cerémica 6. Roletado - & a utiizagdio de cordéis de cord: mica como elemento produtivo ou decorativo. 7. Nodulado - ¢ a utiizagao de parcelas de ar «gla em forma de pequenos nticiens - nédulos aplicados ou tepuxados da prépria parede da vasiha, 8 Exciso - ¢ a extragao de parte da argila para uma representagao decorativa ou para criar condigées para a colocagao de apliques. 1, TRATAMENTO PLASTICO ‘Nas formas de tratamento supertial, 0 atsi- ‘co @amaneira de dar uma intencionalidade. Como temos do ¢iremos eafirmar nos captuios aciante, nem sempre 0 que caracterzamos como decora: G40 realmente 0 €. Por vezes, ndo passa de um aca: bbamento produtve, por uma técrica ou ago sem ‘a qua o attesdo ndo alcanca sou objotvo que é uma intengao de acabamento artisico com aquilo que 6 pratioo. Na sequéncia dos motvos e sua concei- tagao, no estarnos preocupados nesta distingao vamos considerar tudo como uma técnica de aca bbamento superfcal,partindo de uma ago com um inetrumento. Denominamos acabamerto. simples quando temos a acao de um sé instrumento sobre Uma superiie Estes instumentos esto reunidos 6m gtandes grupos que caractorizam, por sua vez uma ago, que seria a posicdo co instrumento em relagao a uma supertice. A posicdo, eriretanto, nao € 0 tnico elemenio a ser considerado, eriamos ain da a depuragao da araila,represertada pela perda da umidade, que the daré um tipo de dureza passt vel de ser trabalhada, de receber um ipo de tata ‘mento e como conseqaéncia uma representago deste mesmo ratamento. Numa mesma pasta, on e tenhamos uma ata umidade teremos uma plas- ticidade maior e, por exemplo, os cortes serdo re- ppresentados com rebarbas, pequenes dobraduras: €@m contraposigaa, se @ umidade for menor diminuin do assim a plasticidade, as cores serdo lmpos mas impossiveis de possuirem uma determinada com press ou arraste muito profundo, Devemos, pos, Considerar no tratamento simples a resisténcia que a pasta vai oferecer & pressdo do instrument, ito dard como conseqoéncia a intensidade, Esta um: dade superfcial poderd ser aumeniaca se acicio rnarmos équa ou uma camada de argia dissolvida (barbotina) que ao ser assirilaca aumenta a poss bilidade ‘Quando tratamos do modo de produgao e de acabamento, procuramos deixar estes elementos bem aclarados, mas no momento em gue vamos. tratar em espectica das agdes produtivas, ea parir dai conceit, é interessante relembrar que um ‘modo de acabamento depende: Do instrumento, forma de utiizagao e ‘a posigo, doterminando a variagao do acabamenio, ‘Todo jnstrurento tem uma forma e uma final: dade, para isto 6 cnado e produzida. Por vezes nao 2 utliza dele toda sua potencialidade, apenas aquilo ‘ ue no momento interessa, No caso da impressao ‘ a supericie da cerdmica, o insttumento de acor ¢ do com a forma como ¢ utlizado iré determinar uma y ‘G80. Ja fo saliontado, anteriormente, as ages pro- ii duzidas e os instrumentos foram agrupados através 8 estas ages de cunho genérico e subdivdidas pe- P fas formas de utiizagao que definem, no caso. o ti a Po de acabamento superficial, Estes tipos criacios, ‘generalizam, agrupam variagdes que seriam produ: ri ‘2das pela posigao angular do instrumento om rela in ‘edo & supericie considerada, Se a posicéo for em 3 Angulo reo ou apresentar uma obiqhidade, sua re la lago com a superficie serd distinta e, como conse: ta iiéncia, teremos um resultado diverso que, embo- ter Fa esteja dentro de um contexto maior, demonstra ek ‘ntidamente uma outa intencéo do artesao. Assim, ac © esludo puro e simples de uma ago produzida a por um instrumento nao ¢ suficente, 6 preciso ob: servar a intencionaldade do artesto © o que bus da cava_no momento em que imprimiu aquela aga. um ‘A reuniéo das agies através de grandes grupos, que se | denominariamos de tipo, normalmente ndo 6 suf- do! Ciente, porque este 6 um ponto intermedi entre uma S40 generalizagdo de um agrupamento maior: a ago ra. ‘As ages @ sous tipos sd tracicionais e as varia: lad .g6es poderéio ser modais som fugi ao universal: and mo cultural fi, Em uma aco digi, por exemplo, poderernos got sar qualquer dedo e ainda de varias formas. Con agn ‘Sderemos 0 polegar: se agirmos laieralmente, pres aor Sonando e arrastando sobre a pasta, teremos uma 00 obra, que na sucesso de agdes formaré uma cor- sore rugagio, urindo 0s roletes; se, 20 contri, usar: ‘iva Mos @ polpa s0b press, produziré uma depres- dest ‘40, que na sucesso dard um acabamento digital, t0 de outta modalidade de fechamerto e unido dos role- to.q tes; se, entretanta, usaimos a polpa na posi¢ao men. cionada, mas arrastarmos sob presstio na supe varia ie, teremos um acanalada Se a utlizacao deste ‘um mesmo dedo for frontal, debaixo para cima, impe- indo 0 contato da unha com a superticie teremos uma depressdo menor dara o mesmo resuitado an- terior apenas ciminuindo o tamant, seré um cigh ‘al $9, aa contra, usarmos 0 dedo perpendicular- ‘ante ou de cima para bao, propiciaremes 0 con- tato da unha € da polpa do dedo com a superficie, ‘ferecendo-nos outro tipo de acabamenta, sera um digito.ungulado, que, de acordo com a posigdo so: F109, biquo ou de outa variagdo. O que quere- os mostrar com este exemplo S80 a potencia dads dos intrumentos e que de acordo com a po Scio ¢ a forma de uso objeremos diferentes aca bbamentos, Seo mesmo instrumento for utiizad du: lament, teremos outa intencionalidade. Um aca: bamento simples é uma avo unica © objetiva so bre uma superficie. Esta doterminagao, 0 isolamen: to deste tpo de agdo ¢ de grande importincia na fixagao das intenconalidades humanas e uma ver ‘hagéo poder, talvez, caracierizar grupos ou mo mentos modais dentro de uma area, As 29608 digtais so de origern prodhtva € ‘sua posigdo numa ordem artistica s6 o sera quans do sua presenga dentro do tipo estiver produzicda sobre uma nova camada de argiia ou 0s espagos queintermedeiam uma e outra expresso decorat- 12, apreseniarem um tipo de aisamento que os qua- Hfiquem como formas de acabamento artstica, as- §5m ocorrer4 nos digitados e nos digto-ungulados, para os demais 6 preciso uma andlise bem mais apurada, «ld as aptes estriadas, que iro encerrar vé- fiostpos, paderao apresentar urna gama maior de intengSes. Se varios buscar © modo produtivo em ua primeira etapa, de tixacao de roletes, o espatu- lado e suas variagdes é 0 mais indicado; se, entre- lanlo, anaiisarmos com olhos para uma etapa pos: letiog encontramos no estriado e nos escovados 0 ‘elemento primordial para o alsamento inicial ¢ para aeeliinagdo dos titimos remanescentes da rugosi- dade da preensao dos roletes. No tocante aos incisos, a caracterisica de ca: daum e sua representatividade iré nos oportunizar lua identticagao com os motivos de pintura, quer 2 tale do near simples ou obliquo, da grega ou dointercruzado, ou, ainda, do circular. Veremos que sip representagdes dos mesmos motivos da pintu: fa, ndo apresertando, é légjco, as nuances daque- la davido a rigidez que a propria pasta oferece. Uma. andiso mais acurada dos incisos da cultura Guara: 1, cuas representacdes aqui apresentamos, nao es- (gola 2s variagdes, que forgosamente dleverao ser agrupadas em oulra modaiidade. Acrecitamos que a9 ropassar os documentos existentos nas Insttui (es de Pesquisa, outras formas de agrupamento. $2180 fropostas e uma elucidagao maior serd pos shel, Embora o material uitlizado para a confecg30 ‘deste Manual tenha abrangido todo 0 Estado, mui- fo deve haver para elucidar este tipo de acabamen- Io, que a0 nosso ver é realmente artstica. Quanto a0 nodulado, de que isolamos duas Variagées, 0 repuxado, que ¢ 0 agregar argila em im nédulo, poce mtito bem representar um aca- barenio de ofigem pratica, pois a pressdo exerc- Galeria também a finalidade de eirninar intersticios e tka r0letes, ao mesmo tempo que daria uma vi- Sfoartistca a superficie. Acreditamos que s6 muito lardiaenie ta técnica tenha sido aplicada, tavez por ilo, sua pouca representatividade. De outra parte, anecessdiade de formar 03 nédulos,retira da pa: rede uma consideravel massa de argla, determinan 1d0.0 enfraquecimento em pontos seguidos, perm: {indo o rompimenio da vasilha, Se tal técnica tives- {92.o apicada em periodos mais antigos seria uma. lima oportunidad para a aplicagao da barbotina davido A sinuosdade da supetiie e a aderéncia que teriamos para a camada extra de argila Jano. ‘6280 do nédulo e sua acettacao por aplicaga. a pre- senga allera a espessura da parede, aumentando- a A aplicagao estara vinculada a um estriamento (0 excis40 para pormiti a colagem do nédulo a su- Perfcie, De outra parte, a fabricagao do nédulo, fo- ado recipiente, permite uma aceleracao no fabrico fe uma simetria nao sé.no tamanho, na forma e na stribviedo quando de sua aplicagao. Sitetizando 0 que até o momento apresenta- ‘mos, podemos isclar uma decoragao real de outra fictcia. Os tratamentes supericiais sejam externos Ou intornos, dividem-se em duas etapas, um produ tivo - acabamento de cunho prético; e outro deco: ralvo - acabamento de cunho artistic primeira, pela sua prdpria natureza, é pro- ducdo @ determinara um tratamento. Se a andlise fosse morfolégica denominariamos de “decoragao, ficlcia”: O acabamento de cunho aisico, por sua vez, ¢ uma intencionalidade produtiva onde o arte- ‘20 realmente quer produzir ou impor um desejo es- lético 20 que denominamos “decoragéo real 1.1 « Decoragao simples Como 0 processo de acabamenio simples 6 © mais importante porque redine em si produgao e decoragao e a jungao de seus tipos e variagdes é que ira determinar outras formas de decoragao, de- vemos nos apereaber também, que etapa do fuxo de produpso o artesdo alcanou. A etapa de pro: dug nos dré quando estamos lane do real e do fctco. E posse que, para o rao, um e ouvo se confundam e o avango nas etapas signfcara evo: lugdo decoratva. Se observarmos o fuxo, veremos ae para se acangar a pintura, poucas etapas po- Gem sor cuprmidas, send ost © ponto mais aven cado da decoracdo, Para nés, a suspensdo de uma etapa e a presenga de um acabamento superficial enctaré a intengao do arteséo, ‘A manera como vtizou 0 inturerto sobre a superficie 6 essencial, pois 0 instrumento e a for- ma de ubizagao determinarn o tp enquarto que a posigdo em relacdo & superticie define a variagaa. © ecud ou a andlise do material poder ser agrupada do geral para o partculr: da agg, que 6a forma de agir com um instrument, reurindd t os 6 estes, por va vez, varagdes, que seria 0 de talhe paricular das agGes que anda seria acres- cidas da intensidade da aplica¢ao do instrumento sobre a superci, Nao podeia esta intensidade ser temosm uma forma de intenconaldade? € algo a ser deinido, Nada impede que seja e possa inou- sive ser um elemento de mensuran4o cutural 56 a andlise derito de todo 0 material collado po- Gore nos dizer 2 € ou néo um componente cults Tal ditntvo da ago modal ou grupal Na apresentagéo do matetial que exempiiica, juntamenie com as fotos, o que ertencemos por acabamerto simples usaremos como nolagao clas Sificatéria e descritiva, a contida no quadro de aca- bamento supercel onde lemos 0s tpose as via es. Para melhor entencimenio, o primero quacro foe di ua seadénca de tio e valagdes, que nem Sempre acorrem eM todos, mas quando ocorrer te 14.0 mesmo signfcado, por este motivo buscare mos a conceituagao de cada um. AGAO Dail Unaueal Inpress g 5 110 Variacio ‘p26 ope ‘ouneiGia ope a opentun Opeo5IRE ‘opendunues ‘peated ope ‘pea opemieds3 5 peau ‘Oper eON 3K Caasioo ‘Simples Longtucinal Perpendicular Odiquo Tengerte Secane Simeético ‘Assenaico Dspetso Reverso Inereruzad arrasado Bara ‘Onclad Escama Bread Em ponia Unlaerl Circular Maia ua Grega Plano Grosser, ‘Aplcado Repwrado isha Cesta Toa Eeampa oa a. ooo doosoo aD noo ooocod ao oo a og aD oo 1, Classico: diz-se da expresséo decorativa carac- teristica do procosso produtivo ou deco: ratio relerenie 20 tipo ou variacao. 2, Simples: que nzo tem outros ornalos ou elemen- 10s acrescentados, 3, Longitudinal: que so desenvolve paralelamente ‘i bofda da vasiha e, conseqientemente, ‘aos seus diametros 4, Perpendicular: quando forma com a linha da borda um angulo reto. 8, Obliquo: que no é perpendicular, mas forma ‘com a linha da borda um angulo diferen- te do reto. 6. Tangente: quando linhas de uma mesma se: (qUencia de expressdes decorativas se to cam em um ponto, 7, Secante: quando dois elementos de uma mes ‘ma expresso se interceptam em um Un co ponto, 8, Simétrico: quando hd harmonia resultante de combinagdes © proporeses regulares. 9, Assimétrico: que nao presenta simettia. 10, Disperso: quando a expresso decorativa est cistribuida na superficie, sem ordem, com espagos livres entre as mesmas. 41, Reverso: quando as expressées decorativas apresentam diregoes diferentes quer em linhas, barras ou outros motivos. 42, Intercruzado: quando linhas ou incise zam em varios pontos 48. Arrastado: quando a apicagao da expressao decorativa forma um acimulo de argia, (uo instrumento escorrido na super ie impedindo uma impressao perteita 44, Barra: faixa ou Iistra larga formada por uma ex- pressfio decorativa, originando um moti yo, deixando entre uma e outra um esp 0 vazio, normaimente isa, Podera ser lon- Qludinal, perpendicular, obliqua ou on- dulada, 48, Ondulada: quando a expressao decorativa, na ‘ua seqiiéncia, forma ondulagdes ou ape. ena movimentos. ondulatérios. 18, Escama: ciz-se da apicagao da unha ou de um instrument calcado obliquamente a uma supertcio © permite que a ponta da inci sfo fique também obliqua em relagao a festa mesma superficie, parecendo peque- as laminas que revestem 0 corpo do poive ecru 17. Bifurcado: dizse da expresso decoraliva que ‘em um determinado momento se divide fem dois ramos, 18, Ponta: quando a expresso decorativa, princi. Palmente no imibricada 6 pressionada, to mando a forma de uma ponta trangular ou rémbica, 19, Unilateral: quando possui um 86 lado. Dizse para a expressdo decorativa do cordoa: me, que forma o sermungulado e apresenta apenas a marcagao ou evidéncia api va em um Unico lado. 20. Circular: quando forma circulos ou tende a formélos, nao necessariamenie (otais 21. Meia lua: expresso decorativa, normalmente aplicada por um instrumienta, que possui esta forma 22. Grega: sequéncia continua de linha e Angulos etos, simples, cuplas ou mips na su- perlicie da vasia, 28, Plano: cizse para o rolete quando tem sua superficie aplanada, tendo sido reduzido de sua forma circular original 24. Grosseiro: quando a expresséo decorativa 6 mal feta © no possui simettia nem ordem logica. 25. Aplicado: quando a expresso decorativa é co lada na supercie, no caso do nodulado. 26. Repuxado: sempre que da superlicie de uma vasilha se agiomera uma certa quantida: de de argiia para formar uma express decorativa, como no caso do nodulado, 27. Linha: sempre que a expresso decorativa t- ver sentido continuo @ uma sé dimensao, 0 0 efeito produzido pelo tragad e pela unido de expressdes, 28. Cestaria: a utiizagdo de cestas inteiras ou par- te delas para imprimir em uma supertic cerarrica seu motivo, 29. Textil: uiizagdo de uma superticie tecida o ap cada na argila, ainda pléstiea, para im: presstio de seu motivo, 30. Estampa: motivos gravados em uma superf- cle ©, posteriormente, estampados na su- Perticie cerdmica reproduzindo-se sempre (© mesmo. Este tipo de impresséo <6 en- Ccontramos na regiao missioneira, no con- tanto entra natives © europeus (Periodo GuaraniJesutico), ‘Acabamento simples 1. Alsado 14. Liso 4441. Cléssico 142 Banho| 2. Digital 2:1, Comugado 2.141. Cléssico 2.1.2, Simples 2.13, Perpendeular 2.14, Obiquo 2.15, Assimétrico 2.16, Grossairo 2.17. Imbricado 22. Digtado 2.2.1, Cléssico 22.2. Arrastado 223, Grosseiro 23, Digito-ungulado 21. Classico 22. Longitudinal 233 Perpendicular 234, Obliquo 235 Grosseiro 24, imbricado 2.41. Classico 2.42. Perpencicular 2.43. Dsperso 2.44. Em ponta triangular 28 Acanalado 251, Longitudinal 252, Perpendicular 253. Obliquo 254, Assimétrico MODO DE ACABAMENTO SUPERFICIAL (interno © extorno) Ungueat 34. Ungulado A. Classico 81.2. Oblquo 313 Tangente 314 Secante 815. Arrastado 316 Unguiado em barra 8181. Longitudinal 8162. Transversal 381163. Ondulada 317, Escarna 318. Biturcado 319, Unguiado em linha 8191. Simétrica 3192. Assimética 8.2. Bekscado 321. Cléssico 82.2. Assimético 33. Serrungulado 33:1. Longitudinal 332, Perpendicular 333. Assimético 834, Reverso 335. Unilatoral 4, Impresso 43, Ponteado 4411, Classico 41.2. Arrastado 443. Circular 41.4, Mela lua 42, Estampado 424. Costaria 422. Textil 423, Estampa 43. Estocado 4311, Obliquo 43.2, Tangente 433, Assimétrico 43.4, Disperso 436 Em bara ‘Antes de apresentarmos as fotos correspon- dentes aos motivos © suas variagdes, daremos al- ‘guns exemplos da forma como deve ser utiizacda a ‘olago que a seguir utizaremios, quer para os aca bamentos simples como para os demais, variando ‘apenas as formas de apresentagdo que serao ex- plicadas quando for 0 caso. Exemplo 1. 2.2.1.=Digitado Ciéssico Q primeiro digito, no caso 0 “ representa a ap0, aqui digital, 0 ‘segundo dlgito, aqui também “2", nos diz do tipo, no caso o digjita- do, 6 0 terceiro digito "1", nos re- porta a variagéo dentro do tipo, no ‘exemplo presente € 0 cléssico. 5. Estriado 11. Inciso 51.4. Inciso linear simples 51.2. Inciso linear obliquo 5:13, Inciso assimétiico 5:14, Inciso linear interoruzado 515. Inciso disperso 516 Inciso circular 517. Inciso linear er grega 18 Inciso em barra 519 Inciso linear poligonal 52. Escovado 5.2.1. Longitudinal 52.2. Perpendicular 523, Obliquo 524 Assiméttico 53. Espatulado 534. Espatulado cléssico 53.2, Simétrico 533. Assmétrico 53.4. Grosseito 536, Imbricado 536. Acanalado 54. Estiado 84.1. Longitudinal 842, Perpendicular 543. Assimétrico 6 Roletado 61, Classico 62. Obliquo 63, Plano 7, Nodulado 74. Apicado 72, Repuxado 8 Exciso 81, Obliquo Exemplo 2. 31.63. =Ungulado em barra on dulada O primero digto ¢ a ago "3" un- {ueal, 0 segundo digito "1", dard © tipo, no caso trata-se do ungu- lado; 0 teroeiro diaito 6 a vaviagao do tipo "6" que é 0 ungulado en. barra e 0 titimo digito "3" a for ma como a variag&o estd coloca- da sobre a superficie. io B3ge DIGITAL Corrugado 241. CORRUGADO CLASSICO. ‘Sto dobrasproduids paar do dedo 90 m0- meno em que 0 aieséo busca a jungdo dos ol- tes. Sto fea longtudealmerse e a sobreposiao no serio transversal produz cristas. Corugacio dléssco de itensicade 1 21,2, CORRUGADO SIMPLES Caractere pela ausércia de does. A jngao os flees foe mareada por ondas siméticas 0 ‘srtidlongtucinal eircivualzndas no pel rans: vara. , 4 * © m 2413. CORRUGADO PERPENDICULAR, ie Dobras escalonadas, ordenadamente dsiousas Ee fo sertido engtucina,lormando cites no sen ‘o perpendculay, seas no canto das dobras 24.4. CORRUGADO OBLIQUO- ‘As dobras em sua teminagéa omar uma nha continua e obiqua & bore, CCortugado obque com inenscade 1 215, CORRUGADO ASSIMETRICO. ‘Ae cobras de jungto dos rltes no possuem si meta, 2:16 CORRUGADO GROSSEIRO As cobras so fetas desordenactavorte com has, sobreposgdes e sem rma ‘Corrugado grosseiro com inensidade 1. 2.111. CORRUGADO IMBRICADO ‘As dots rtmicaete ordenads, como no cis. ‘800s sbrepdom no sentido longtucina sobre outa soqiéncia de conugeties. 244. CORRUGADO CLASSICO Intensidade 6 com desgasie pelo uso continuada 243. CORRUGADO PERPENDICULAR Irtonsidade Digitado 2.2.1. DIGITADO CLASSICO Depressfes recut da imoressdo da polpa do edo no momento da jrngao dos rites 2.2.2. DIGITADO ARRASTADO Ea impressto da poloa do dedo arastendo‘o so: tye a supericie para mehor junior of roles, for ‘mando depresstes com bordos elevados. 2.23, DIGITADO GROSSEIRO lmoressio da pofpa co deo ferrardo depressoes, Digito-unguiado 231, DIGITO-UNGULADO CLASSICO Eipossao coooratva rod.2ida pela polpa do de- tdoatmado com a urh perpencicularmerto su pefice da narede, famnando as depressoes com meas do unha em seu coniita 283. DIGITO-UNGULADO PERPENDICULAR ‘Asceprosotes com sous respects euleos foram Junals perpendicular & bocda da vasa, 234, DIGITO-UNGULADO GROSSEIRO Asepressoes com suse eepecivas marcas tio tdsoosas aleaioramerte pola supericiee sao mu tb ral eaboradas Imbricado 2.41. IMBRICADO CLASSICO Ea tomagao de carqulhas de bordo aredona pata 533 ESPATULADO ASSIMETRICO (Quando as impressoes prodividas pela espaiua, core a supertceceririca, réo permite a coin cerca ae 634, ESPATULADO GROSSEIRO ESPATULADO IMBRICADO a ao da expla proc um ambecamen: no senco longiudnal dexando sua matca ca- ESPATULADO ACANALADO. 61. ROLETADO CLASSICO E a utzago do roetos, de forma produtva cu ce- ‘corava, de acordo com sua espessur,utizadas rn superte da cerémica. 62, ROLETADO OBLIQUO (Quando 0s rletes esto colocados abliquarnente ' borda da vasiha, independenie de sua apioanso. 63. ROLETADO PLANO ‘Quando os roles, apés sua aplcanso, so apla rnados na supose dando a mressio dem aco NODULADO Nodulado 71, NODULADO APLICADO a apleocdo de ndalos do argla,aoredemerse [pepsados @ posteormenta clados & supertice ch site ‘72, NODULADO REPUXADO Es aglomeragao de uma certa quantidade de ar se no sre cesta ora ios 1.2, « Decoracdo sobreposta A presenga de um tratamenio supericialso- brepasio denola alguras possbidades: 1. A suspenséo do proceso produtivo em uma deternada etapa @ a apcacao de um pro- 880 de acabamento de cunho arsica 2. Kconctsto de uma etapa de acabemento de ‘cunho prético © a aplicagao do cunho artistica. 8. A conctuste de uma etapa de acabamerto de ‘cunho pratico e a aplicagao de dois tipos ou vatiagdes attics Em queaque uma das rs possiidades ha ‘er uma intncionacade viel, quer quando hou Yer alinteupedo da atvidade produtiva, quer Quan do houver uma aplicagéio direta da decoragaa. O importante 6 estabelecer 0 que realmente 8 produ tivo daqul que ¢ arsico e ndo confundirelemen tos de origens dversas. Um grupo pode se carac terizar pela suspenso do processo ou dentfo do ‘téprio proceso haver uma alerapao. Um momento de imporncia 6 0 do contato entre cuturas cite rentes onde a agregaco de elementos sobre os pré- existentes so assimiados ou ndo considerados ex trpados, de acordo com a inu’nca @ a intenco ‘aldade ov intonsidade da assmiagaa. Estes pro ceasos de assilago agtegatta de elementos cu turais poderiam ser vistos ¢ analisados sob dois an- agus: (1) 0 conto entre grupos natvos; 6 (2) com fo ent grupos natnos © europeus, Ha uma cetaditculdade em fra, xatamen te, nao os Momentos de contato mas os de adogao, como participes da cultura; as descrigdes feitas por Cronisias, ou por catequitias, jo sé, de momento bastante avangados Havendo a conguisa do te thio © a consaqoerte invasdo de europeus, emf vas svoeesvas, que do formas dsintas vo Se re Cebidos ¢ assimiacos ou nao, p03 natives. ‘A chegada do gutopeu © a conqlista do tr: t6rio tém uma outa fnaldade que no a de des crever ou far 0 stoma socal ou 0 modo de ida do natvo. Ha inquesionavelmente uma busca ime dlatsta de riquoza, sea pea puta extago ou ain torigagio do uma nova reilao run processo ox pansivo do cristianismo. Outro asnecto que deve ser Considerado a proxmicade dos renos que atua ram no contnenla com grupos apaeniados gts fcamenie, mas deno de complexos cultura bem dlversos. As trocas de informagoes parecem coinc dir para os mesmos homens, quando, em realida- de, suas tendéncias culturais sido bem distancia das, De outra parte, quando sao iniciadas as cr6ni- cas, ou por forga ce stuagao catequetica, 05 gr 08 que vo ser desoilos i tveram uma série de experiéncias e algumas geragdes 80 passadas, uma quanidade expressva de natives havm de saparecida por frga de trabalho ou por agao pre cera. Grande pare dos remanescertes team es sinar para no desaparecere cates Hsia 880 entemeadas de motos novos 20 agrado do euro aU ou, pelo processo de fuga © migracao, conte Cimento vao se func senda rasta cil cero que ¢ realmente pura Se tomassernos 0 trabalho des ‘tivo de Montoya como exemplo, teremos a situa: ‘go de um dado momento. Tatard de urn nativo j& Contatado a mais de 130 anos. Considerando estes ‘aspectos e a intencionalidade de sua obra, veremas que esté. descrevendo para seus pares, tentando mostrar vida e expressdes intelgiveis que possam integrar 0 catequista ao nativo e dai extrair o malhor resuitado para 0 processo raligiosa. Assim mesmo, com todo este enfoque e esta acao explicit, ainda 6 0 autor que pode ser ultlizado, guarcadas estas. ressalvas. Outros autores vao utiizéo e apor a suas con siderages, aumentando a complexidade da con. reenséo ou eliminando-a. coontato entre grupos natives dar-se& por vi tias formas culturalmente menos vinculados & sual tradigéo e, podera, ao se contatar com outro bbelecido, perder grande parte de sua identicade, frendo um répido proceso aculturatva. Corn ta bém, a expanso de um grupo forte 20 se co ‘com um mais fraco, mas bem estabelecido, h ai trocas de informagdes e de téoni ‘caracterizando-se por uma fronteia viva onde fi informagdes tecnolégicas que poderao ou no rem aproveitadas, Por vezes, sua utlizagao no ca ‘de motvos estdo sobrepostos aos tradicionais ‘9Tupo, funcionando como uma inovacéo cut devendo-se, a partir daf, considerar todas as img cagées devidas. Nas andiises alé o momenio Zadas, temos encontrado estas influéncias nos tivos decorativos e nao nos produtivos, estes on ‘nuam suas formas e tradigdes. Os contatos entre grupos nativos,s6 o ct ‘deramos quando existe a utilizagao efetiva de menios de um grupo por outro. No é a pre de vasihas ou formas fortuitas que nos deter ‘agodadamente um processo de contatagaa tensfo deste contato e sua presenca derito dei coultura rd variar na medida em que howe ur ‘60880 de assimilagao e na relagdo deste grup 80US aparentados. Jé tratamos deste pro relagdes em outro ponio. Os processos de ere grupos fronteiros 6 bastante signicat peenetragéo dos dados culturais dentro da dar-se-é de forma lenta, embora sua pr lizagao seja do conhecimento do grupo Ccentros dispersores S40 mais resistontes i inovagdes oriundas de fora. Partimos do pi que na medida em que as grupos se seu centro cispersor, mais enfraquecidos o ‘abertos ficam ago de outras cutturas, ‘cabe aqui analsar as causas ou motvos nantes, estes poderdo ser mais variados pl ecolagicamente podem estar ern Areas © 08 elementos migrantes poder ser do i nos avangada e ouituralmente mais passi frerem alteragées, mais acessiveis 2s ino ‘manutengao dos tragos principals © ur Ccutura parece ser o sufciente, nao senda @ aveitagao de coisas novas associadas a tura. A presenga, pois, de variagces pa Pontos mais afastados do centro disoesa fa ser uma realidade, eniretanio, 6 0 estudo da dis- ersio e ccupacdo dos vales fluvias, pelo Guarani, ‘6 que podera nos ditar a forma de contatagéo feita ‘00m outros grupos. O assunto é profundo e mere: ‘cea um estudo a parte O trabalho arqueclégico, por sua vez, poderé identicar melhor os métodos proditivos © dai infe- fira tecnologia, com relagao a cordmica, ao ltico ea outros documentos que permanecem como re Imenescenies. Estas inlerpretagGes, por vezes, pa: Tecerdo subjetivas e em realidade 0 so. O acabamento superficial que apresenia mo- thes sobrepostas vistos dentro de angulos propos- 1s poderia ter varias nuances, quer do aspecio pro {itvo como do de contato modal. O importante, er tieanto é a sua identificagao, Sabemas que aqui te- mos ou estamos ciante de duas agdes, com 0 mes. oinstrumento, que {oi utiizado de mane'ra distin 4g 0U dante de instrumentos diferentes que foram tlizados em um mesmo espace. Se o acabamen fo teminativo estariamos diante de uma decora- gio teal e sobreposta, onde duas aces so com petam para criar um motivo plastica. Se o acaba Menlo ¢ pratico, onde o subjacente é uma ago pro- tive, o acabamento anistico aposto sobre a vas: tha devera ser considerado como simples © 0 mo Mento suspensivo considerado de tal sorte que as tas variéveis devem ser levadas em consideragéo, lima para a produgdo e outra para o acabamiento Aasico. O reflexo estaré diretamente relacconado aos {Giaicos estatisticos, assim (1) se considerarmos as ‘das a¢6es como acabamenio aristico, e realmen 420820, (2) um 6 prdtico © outro 6 anistico, dando: Seal uma varvel para a produgdo e outra para a ‘decoracdo @ neste momento, o acabamento seria Smples ou, (3) 0s dois ratamentos sao eetivamen Jepriticos, nada havendo de intencionalidade artis fta: neste caso, estaremos diante de uma compo: ete proditiva, numa das etapas do fluxo de pro: dugdo. Nas colocacées atuais, apenas de aspocto Morfldgico, estariamos diante de uma decoragao sobreposia desprezando todas as demais possbil- aces, Note-se, ainda, que esta expressdo nao ¢ ut: Itada no vocabuléro atual da Arqueologia Brasioa, A forma de agao e de enfoque do pesquisa dor aqui, deve ficar muito bem clara para que no haia, por parte do letor, uma falsa compreensio por uma interpretago Guvidosa do autor ao nao escia: Tecer sua posicao. Na sequéncia, apresentaremos alguns exem- plos fotogréficos de decoracao sobreposta mas, an: tes, 6 essencial que se apresente o tipo de notagao. Classticatéria que iremos utilizar, pois do's aspectos serdo considerados: um geral, representado pela le- tra "G’; @, outro, particulay,representado pela letra, “P” Esta Gupla notagdo visa, em primeiro lugar, dar somente a aco e o tipo principal utiizado e, na se- guna, inclu, também, a variagao. Como este aca: bamento consta da sobreposicao de dois ou mais motivos ou variagdes dentro de um mesmo espa- (9a, usaremos 0 sinal de adi¢ao para demonstrar esia, forma de ago. Exemplo 01 - G: 52+31=Esttiado . Ungueal No aspecto geral ("G") apenas ita'se a ago correspondente, ficando 0 tipo camo elemenio avesséria. Assim, 0 primeiro dl {ito do primeiro conjunto, 5", pertence a ago estriado € 0 segundo, "2", a0 tipo, no caso, © escovado. O sinal de adigZo mostra a sobre osigzo; 0 segundo conjunto cujo primeiro a 6 da ago ungueal e 0 segundo digi: to “1” € do tipo ungulado. Assim teriamos um ungulado sobre um escovado, sem a descr (Gao das variagbes, que serd fetta através da otagao particular "P”, ou seja P52.44313 Como jé foi apresentado, 0 5” 6 estiado, o "2" 6 escovado @ 0 3° digito no caso 0 "4 6 assimétrico, Desta forma, 0 primeira conjun. to é um escovado assiméirica, sobre 0 qual se- ra sobreposto 0 2° conjunto, jd desorit, onde 03" 6 ungueal, 0 “1” € 0 ungulado e 0 3° digito "3" 6 tangente. Terlamos, pos, um Ungulado tangente sobreposio a um escovado: assimétrica No caso de haver outra sobreposigao, riamos mais um sinal de adigao e © conjunto cor: respondente, de acordo com as agdes, tipo © va fiedade DIGITAL . ESTRIADO G: 24451. P: 244.4514, Imoreado lassea de rtonsidade § com incites lneares DIGITAL . ESTRIADO_ G: 21.45342.2 P: 241.4532.+2.21. Cortugade-cldelco cam espatulamonto,apresen- tango uma cigtagao cassca com a tnaktade de volar a supericie, DIGITAL . ESTRIADO. G24451. P: 2164515. CComigado gossio trabahado com incisbes ras ESTRIADO . UNGUEAL G:52.+31 521.43161 jolongtucinal com ungulagdes em barra ixina DIGITAL . UNGUEAL G: 241.431, P: 24243161 CCorrugaclosimples,intesidade 2, com apicaptes de um ungulado em barra longtuxinal, com irene dade & DIGITAL . UNGUEAL G: 24.431 P: 21.2.43.16., CCorrugadosimpies, com ilensidade com apic (es de ungulaco em barra ongtuina, com ir tonsdado 4, posstndo variagbos na aplcacdo das unguiagses. UNGUEAL . DIGITAL G: 31.421, 312.4214, Ungulagdes sobrepestas por um corrugado oblquo. INGUEAL . UNGUEAL . ALISADO B4431.401 316243161401 Jagdes em cas trareversais @ lorgtuina’, beers de asimrcasepresertarso um 18 ition, 400 com apicagaes de un) ung sralngitucina A itensidace da com 165. cos unquagdes, 6.3 ESTRIADO . ESTRIADO G: 52.451. P: 523.451. Escovade-abliquo sobrepondose um incso linear longtucinal etanevera. ROLETADO . UNGUEAL, G: 61.431, P: 61.43.161, Foletadocssco terinatv em forma helcocal ‘da mesma forma, sobrepde-se 0 ungulada igi load em tata ROLETADO . UNGUEAL G: 62.434, P: 624316143162. -Roletado obiqu, terminando am forma helio com det | DIGITAL . UNGUEAL © G2t431 P 21643161 “Corugaro rossera de rtersdace 4, com apioa | @#oco urcuiado em bara longitu apresen- "fans um alsanene pet vs9. DIGITAL . UNGUEAL . ALISADO 24,431,401 21143161.+401 go lsoco com um nveento dos do- f08100 fer alse, dando morogce ainpesso de una em bara ong gud pespenclar em brras longi BPM Sicameriio supedicial intencional 1.3, = Decorago dupla A decoragao dupla é a ocorréncia de motivos vatios ou de diferentes tipos e, ou variagdes em uma mesma vasiha, ocupando espacos diferentes. O po- sicionamento da decoracdo poderd ser 0 mais di ‘verso, dependendio da finaidade ou da intengéio do artesdo. A ocorréncia de um duplo tratamento su Perficia @ efetivamente uma intencionalidade deco- Tativa € néo uma solugao meramerte produtiva as sociada a uma decoragdo, Mas se existem agdes que na sua esséncia ‘fo produtivas, como as considerarmos reais e nao fioticias? Antericrmente, procuramos deivar claro que as ages que nos levam a um acabamento prético, pro- tivo, também poderdo encerrar ou serem ulliza- das como acabamento artisico. Uma vasa gran ‘de, carenada, que possua uma pintura até 0 Seu ci ‘metro maior e na pare inferior sea lisa ou escova- da, apresenta um duplo acabamento, seriam dois acabamentos artisticos. E muito provavel que um bom acabamento na parte superior determinaria, Por forga de utiizaeéo, um acabamento mais apu- rado na parte inferior e nao 0 desleio, 0 acabamento, simplesmente produtivo, num abanciono propostal, ‘0u como vimos afimando, um acabamento prética Se tal ocorres, devem haver raz6es para tal compor. tamento. Em um estudo moriolégico, muito pouco oder ser notado, numa andlise estruturel melho: "es condig6es teremios, considerando.se as mais va- ‘iadas attudes. A dupla agao ocupa areas distntas, Nao cremos que haja momentos produtivos e ou: tos decorativos, mas a simples presenga de uma 4rea intencionalmente decorada nos dz da termi: ‘nagao da vasiha. E difcil considerarmos algo pro- dutivo com elementos decoratives claros em um: Mesmo espago, se considerarmos as fungses uti. ‘arias para a qual a vasiha se destinou, Dentro dos Gritéios apresentados neste Manual, a decoragao upla 6 uma intencionalidade atistica independen- te do tipo de agao exercicia, Poderd ocorrer casos fem que a parte inferior soja 96 produtiva ea supe- fior tenha um acabamento art’sico, podendo ocor- ‘er apenes na borda, assim mesmo, considerarernos © Conjunto como decoraeao dupla. Se 0 enfoque & morfol6gico, ha uma decoragdo com duplo rmo- mento; se, entretanto, for estrutural, utiizamos as duas varidveis: a de produgao e a de decoragao. No caso da pintura, na parte superior, dar-nos-é a vis8o da intencionalidade aistica mas, ao contré fio, quando os dois elementos forem plasticos po- deremos ter 1. Deis momentos produtivos colocados longitu- dinalmente. 2. Um momento produtive, decoragdo fieticia © ulto real, acabamento artisco, também no sentido longitudinal 8. Um momento produtivo, na parte inferior, e um acabamento artistico, na superiot 4, Todo 0 conjunto esté dentro de um momento terminativo e possui uma decoragao real. ‘Sao quatto possibildades estruturais, que no podem © no dever ser desprezadas, concorren- do com variéveis a serem jogadas dentro do con- texto cultural do grupo. O acabamento duplo sera feito pelas agbes exercidas @, a partir dai, as desct (960s Serdo fetas pelos tipos e variagées. Pode ocor. ‘er duas ou mass variagdes de um mesmo tipo, mu: dando apenas 0 posicionamento @ a dirego da im: pressao através do uso de um mesmo instrurnento, Os exompios fotogréficos, que se sequem, rao ‘nos dar uma nogao mais precisa ndo $6 da forma, escrtiva como da conceituagéio empregada. A no- ago gréfica sora, ao exemplo das demais, onde alletra "G” nos dé a descrigao geral, ea "P", a per tigularizagao das expresses, Como vamos trabahar ‘com conjuntos, dentro dos quais poderdo haver va- Fiagbes, as quais sa0 apresentadas com o sinal do adido (vide decoragzo simples), usaremos parén: {eses para isolar conjuntos, mesmo que seja com: oslo de uma s6 decaragdo ou acabamento pro: dutiva, Exempio: G: (01) (43) (24) parérteses isola as agdes © motivos sem: Pre que tratarmos de decoracdes dupias e sua sseqtiéndia nos da ida de sequimento dos mo- tivos expressos no fragmento ou na vasiha, as sim: (01) uma faixa isa seguida de (43) onde "4! 6 @ ago impressa © 0 "3" 6 0 estacado; jd o ‘Conjunto (2.1) nos apresenta no *'3" uma ago un ueal e 0 "1" 6 0 motivo ungulado. Esta 6 una descrigéo geral e poderd satisfazer em urn de- lerminado momenta. Doverd, entretanto, ser se guido de um detahamento mais particulaizada P: 01) (41) (81.2481) @161) ‘A-descricdo seré feta como as anteriores, ulizay do as variagses dos tipos apresentadas na de. ‘coragdo simples @, no caso do conjunto en g temos 0 sinal de adigao, estamos tratando de uma decoragéo sobreposta, Uso G: 01 P: (01) Borda USO . UNGUEAL G01 (1) P: (01) 1.41) LUsona bord © ungulado em baralongiucinal no capo. ISO . DIGITAL UNGUEAL (0) (24) 1) (0) 214) (13) cals, com corpo comugado-alsado @ ungu os asmrcos. Oaisamerio pratcado sobre a fap ci aida de ung tages najuneao das LISO . IMPRESSO . UNGUEAL G: (01) (43) (21) P: 1) (431) @12+3.11) @141) Bort sa sguindose uma fava estocac em bara longitudinal, corfuncindo-se, em seu porta tem ‘al, com uma barra de aura tangorte; ro boja ungulado em bara transversal LISO.. UNGUEAL G: 1) On), P: 813) (1) Decoragao em faa transversal. ungulade assim tico @ Is0, LISO . ESTRIADO G: OY 63) P: (01) (681) Borda lisa soguida de fava espaulada comugada ‘com aisameno irtencona, IGMTAL . DIGITAL 24.) (2.1) 1) (2.16) ico na borda sequide de um com. UNGUEAL ) 63) 11) (31.4335) do ssc ¢ sprungulado tansveteal @9- DIGITAL . UNGUEAL . ESTRIADO. G: 24) G1) 62) P: (21.4) 13) G22) Corrusado-arosseiro desgestado intencionalmenie ‘Bor espalula, Com ungulagdes formadas pola jun \780 das cobras algumas assimeticas, na borda: “0 corpo escovado longtudina DIGITAL . ROLETADO G21) 61) P14) 61) ‘Comugado grossoro com desgaste itenciona € aeudo unguagées ra borda @ um rletade cds. ‘809 no corpo, com roieies de tamantos e espes sures eran. DIGITAL . NODULADO @: 21) (71) (25) P: (2.4.4) (71) (253) Barc com cortugaco clssco espapada seguindo- ‘uma lia de pecldo repuvada reeralado por um acaraiado oblique. UNGUEAL . LISO . ESTRIADO P: (3.4.1) (01) (6.2.3) UNGUEAL . UNGUEAL G G1) @1) P: Gat) @142) Sorun iad ranevor atornado cam ungulgos lengiucinas em sera vanaversa, UNGUEAL . UNGUEAL : G2) @3) P: (3.2.1) (831.) Fata erudite gee oS (eco atraca UNGUEAL . ESTRIADO G: G1) 64) G3) P: G14) (616) (83.4) ‘Ungulado-continuo em nas obiquas. com ung Jago tangents imac por um incso assmetioo © patie! ull «dl alia coe awa, por um espeulado simética, UNGUEAL . NODULADO jpiado en tara longtucnal com nc repu- go €deccrado com ungulagbes na superce. " IMPRESSO . ESTRIADO G: (43) (51) P: (435) (61.1) Bara de esocad assierco soi de ota com incigo tnear Seples, IMPRESSO . ESTRIADO G: (43) 63) P: (43.1) (631) Estocado na borda ¢, no corpa, comugado tans versal espatuiado, ESTRIADO . UNGUEAL G G1) @1) G2) P. (61.4) 84.41) 621) Faia de cio lnaar spas Soguido de ura bar Tontucnaljnio & earena, apds umn da epalada ‘com desgase inten eequio-se um corpo Io. ADO . IMPRESSO 61) (41) P; (61845144515) (41.1,) pce cle como porto termiatvo de um inc eer cblcyo culo assmética quamecido de ima barra de ponieado em oirculo pleno. ESTRIADO . UNGUEAL . LISO G: G1) 1) (43) 1) P: (611) B141) (621) 61.42) 01) Borda com icisoes soguida de uma taka ungula dalongiueinal eapés, no corp aaa transversas escovadas, unguladotransierso e fsa ESTRIADO . ESTRIADO G: G4) 64) P: (641) (642) [Decoraro feta com estado longitudinal na bor da e eetrado tranaverso ro corpo EXCISO . DIGITAL . LISO G: (08) (2.5) (01) P: (08) (253) (01) Ecisdes produecas prosavererto para eter algum ‘alernado por um acanalado oblguo ent 14, - Decoragéio de dupla face A ocorréncia em ambas as faces s6 sord con Sderada no momento em que o acabamento da fa ‘ce interna for diferenciado do liso mesmo que este Sia de um mal acabamento. Quanto & face exter fa, icamos com os mesmos canceitos © propdsi fos anteriormente emitidos @ descritos, como da mes. tha forma os utiizaremos para descrever ou inter pretar a parte interna, descle que ocorra. Internamente temos encontrado um tipo de ‘eabamento variando entre um inciso simples a es- Ifedos largos e proiundos ou escavados. Apena mm um momento encontramos a parte interna com lum roletacio grande (1), enquanto, externamente, ti hamos umn liso (2). O tipo de acabamento da face inlema no apresenta sempre um padrao liso, co: MO seria o esperado e o mais encontrado, devido Baiempo de prociu;ao e aa momento em que. cro: Falagicarnente, 0 grupo 0 coloca, Ao tratar dos pa- fametros cronologicos, 0 contato com 0 branco @ presenga de outras faciidaciés determinam um fbanclono do uso da ceréimica, um desinieresse na 4a producdo e quando é feta ¢ para determina: os fins, no quarda, entretanta, aquelas mesmas ‘atectersticas tradicionais que existiam anteriormen: 48 Um acabamenio interno diterenciado, néo esté ura intercionalidacee artstica, mas numa negigén- Gh produtiva. © artes4o nao estaria mais preocu- ;Pado em produziro melhor, o mais perfeto mas, sm- ipesmente, produzir o essencial E de imponaincia fundamental a fixacdo deste 10 de ocorréncia para a definigao da cultura e de {Glos e das reas de aparigaio, assim como do mo- Merlo em que ocorrem. Nao é a simples citagao @appresenca @, a partir dai, pelo seu ineditismo a (taedo de mais uma “fase cultural’, porque algo Geno anareceu, mas tentar estabelecor exatamen le onde © por que esta ocorrenda Ea primeira vez Gle 6 feito tal registro © como 0 niimero nao ¢ tao pressive, embora tenhamos encontrado nas 20- 25 de contato no Taquari, Urugual e Litoral, a sua resenca ¢ um fato deveras interessante e poderia- M05 jd que poucos elementos possuimos, levantar | guns problemas que acrecitamos devam ser ob: | s2yados, inclependentes de outros. 4. Qual a area de ocorréncia ¢ a proxmidade de ossiveis grupos de contato, quer nativos ou ‘europeus. 2, Que tipo de acabamento externo apresentam estas vasihas, Seo acabamento interno, assim alteradio, 6 de ordem prética ou artisticas. 4, Arelagéo existente entre a forma, modo de ult: Izagéo e a presonga deste acabamento de du: Pia face. Muitas outras questdes poderiam ser coloca: das, mas seriam tedricas e pouco Ou nada levariam, ‘Seria interessante uma revisdio no material estoce ‘Gonas insituigoes © a partir dai intentar uma expl- {62680 maior e melhor Dentro do presente catalog nao estamos, BE iteampinn ria aerurterin, mascenitt mos que a sua descrigdo sea feta de seguite for ‘ma. um conjunto de colshetes ima a face descr ‘a, a qual ¢ identificada pela letra “A”, quando for © arverso e, alta “R quando o reversa A seguir apreseniames cis exemipios (A OH) (RGN © anvezo do lragmento & so e seu reverso presenta um roetaco cidssico (A 244) IR @4a)) O anverso do fragmento apresenta um corru- dado grossoro enquanto seu reverso tem um estado assiméticn Nos exemplos acima apresentados partimas para uma descrgao detahada onde as variagbes onstartes dos pas ja sao ctadas, podendosse, a ‘exemplo do acabamento dupa, prot fazer uma apresentagdo geral e apds 0 detahamento 1.5. - Decoragao Mista A decoragdo mista seria a ocorréncia de dois tipos de acabamento, um pldstico e outra de pintu- ra, Entretanto, se assim 0 considerdssemos de uma forma téo simplista, toda a carémica pintada teria es te tratamento, pois as unas sao pintadas até seu cia- ‘metro maior, € partir dai temos um outro acaba: mento normaimente de ordem plastica. O normal, até hoje, € tratarmos estas vasithas como pintadas, levando em consideracao este tipo de’ acabamen- to, Vamos manter a mesma posigaa, Considerare- Mos decoragao mista sempre que houver uma fa: ce pintada e outra com acabamento plastico, na mesma modalidade que empregamos para a de- coracao de dupla face. Este outro acabamento po: era ser de orcem prética ou artistica. Nos fragmen- tos por nés anaiisados sempre encontramos um aca bamento antistico, e de uma perteigao extraordins- ‘ia, ocortendo superposiggo em uns e duplos em outros. Para que consideremos 0 acabamento mi to nao € necessario que seja de dupla face, poderd numa mesma face desde que, na mesma parte, su: erior ou inferior da vasiha, haja a ocorréncia dos dois acabamentos: pldstico ¢ pintura. O ndimero diminuto de fragmentos com este tipo de tratamento nos leva a crer que tal modalida- de nao eta comum e sé se aplicava em certos mo: mentos @ para certas vasihas. E um problema a mais que a cultura nos apresenta e, cuja solucdo, estard na revisdo do material estocado. A sua néio ccorrencia ou descrigio, deve estar, também, vin: culada ao fato da limpeza empregada pelos pes- quisadores, pois linhas vermethas aplicadas direta: mente sobre corrugados, encontrados na regio do Taquan, no momento da limpeza, desaparecoram 0 ficaram tao enfraquecidas que aificimente hoje, Passados lanto tempo, em contato com os demais fragmentos nao mais existem, O processo de lim- peza 6 algo a ser redimensionado para 0 caso da pintura @ da presenga das resinas. No caso da decoracao de dupla face, as cau: ‘sas € 05 elementos que levaram os nativos a pro- duzitem este tipo de acabamento padem e deve nas através de uma amostra muito pequera, porém expressiva, pelas dreas de ocorréncia, pois nao es: 180 localizadas em um tnico porto ras dispersas pelo Estado, demonstrando ser uma represertativ ‘dade cultural; caso contra, poderiamos estar dian te de uma inovago ou uma coorréncia esporéd a, que culturalmente seria uma especialidade. Elemento que chama a atengao @ 0 da ocor réncia de um acabamento atisico no acabamento pldstco, e ndo uma simples represertat vidade pro- dutiva, praia. Houve um esmero a intencionalida: de deliberada de produzr aquele tipo de decoragaa. 'No futuro, quando os documentos estocados forem revisados e a atengao estver vatade, também, para este problema, urn estudo de forme e modo de utiizagao forem acoplados a este modo decora tivo, mais luzes teremos @ um asso a mais podere- ‘mos dar em dirego a0 conhecimento do todo da cultura Guarani No tocante & notagao da ocorréncia, podere- ‘mos utiizar a mesma das demais, com uma peque 1a variagdo em fungao de forma como se apresenta 1. A pintura est sobreposta ao acabamento pds: tica, neste caso apresentariamos 0 tipo @ va- riagdo de elemento pléstco @, através de um inal de adigo, actescentariamos a pintura ‘com o.us0 de uma sigla tepresentada por és letras PIN Exemplo: (2:1.1-4PIN) 2, « No caso de estar presente em fara entre aca- bamentos pldsticos fariamos. (31.1) (PIN) GA) 4. - No caso de estar num acabamento de dupla face, onde a externa é piastica ¢a interna pin ‘ura, teriamos (A @.1.41.451.1)] [R (PIN) Os exemplos acima esgotaram as possiolida: des de ocorréncia, pelo menos no que é de nosso Conhecimenta, no excluimos outras que seriam sempre jung6es deste léxico, que estamos tentan- ‘do mostrar © maniar para 0 proceso descrtivo da Ccerémica, Como a pintura ainda néo pode, a0 nos: 0 entendimento, ser reduzida como o plastica, f Caria a merc® de uma desorigao isolada, onde ca: da caso seria um caso. 2. PINTURA ‘Apintura 6 um elemento decorative e final em. um artefato. Sobre uma superficie pintada nao 8e pode apiicar outro elemento decorative. Quando da ateragéio do modo de utiizago, por forga de situa: ‘962s @ Imperativos de necessidade, terios encon- trado 0 aumento das faixas vermelnas recobrindo Motivos originais Sua presenga ou auséncia, em ak {guns sitios, deve estar vinculada ao uso ou nao de determinadas vasihas em outras fungdes que por ‘seu USO ou funcélo exigem esta decoracao. 1. Os motivos pintados serdo de livre expressdo do artesdo ou estarao na dependéncia de um. processos tradicional que por sua vez identi card 0 grupo @ suas raizes? 2, Nao havenda aparentemente, uma ordem I6- LLLaEV——_ € COCOCh] bop, ou aqueles que deverdo ser internos dos externos, sua ocorréneia ou utizagao seria modal? 3. O que hoje ¢ decoragao de borda amanha se- "A de ojo e assim sucessivament, ou have Fo alguns motivos que sé so aplicaveis: no bbojo, ou no interior de uma vasiha, pola dii- cuidade de confeccao @-pela amplitude do motivo? Estas s4o quesides de ordem geral e morfo- legicas onde 0 conjunto, pintura, é tentado ver co- ‘mo um todo dentro de seus padrées representat vos. A pintura parece mais estar vinculada aos pro- ‘cessos tradicionais que aos modais. Nao podemos ver 0 aspecio ecolégico como um momento de in- fiuéncia na representagdo dos motivos mas na pre: senga ou auséncia de pintura, pela falta de matétia pprima para sua confeopo, Assim mesmo, no com ppartihamos desta idéa, pois sempre havera um ‘subsitutvo para os elementos basicos @ sua pro- ‘dugdo estara assegurada, talvez ndo com a mes: ‘ma forma ou perfeiggo das reas de origern, mas ‘dentro. do. cumprimento da forga tradicional, onde ‘cor e motivo so 0s representativos. As origens do ‘grupo, suas raizes aos troncos iniciais que ja longe esto quer no espaco coro no tempo, Denito do meterial que trabalharnos, que ‘sua maiora sé0 de sos de salvamento onde atvidade agro pastor intensa veo destuindo asc madas e misturando-as fica cifll uma datagdo a ‘no ser relatva, comparando-a com a plastica, de a ordenacao do material dentro destes novos oh \étiosird nos propor esta comparagao, Cons o, eniretanto, a modiicago do material das cama das, a posigao do pintado, que & uma seque sem possibildades de intertungoes, a possbil de dalago, mesmo relatva, estaria prejudica ‘As diferengas de colorago nas tintas das om uma mesma area, quer para o ver ‘que vai esmaecendo até alcangar um rosa fora tante definidos. Estas alteragGes de coloragao ta sejam pontos que possam ciferengar mo idades. Os sitios onde as cores estao defirida riam apareniemente os mais aniigos, bem Iecidos ¢ estabizados no tempa, Naqueles@ or vai desaparecendio, 0 estabelecimenio polongado e a estabidade do grupo, pel i ‘acabamento superiicial e a forma de assenlal ia. Tratar-ce db stos de ocupagao recer todo um novo contaxto de jressio vai ser @ ‘, tentando extrapolar, seriam grupos ound ‘areas de Contato com os europeus onde haa rencia de matetial e a propria forma de as so de contalagdo, buscam produai 0 tradicional, 0 Teptesentatvo do Grupo 0 este £0 esté no "incons: ere cultural” cua mantestagio & assim represen tada, teria de qualquer forma a mesma forga de cul lira que as demas, aponae estaria demonstrando ‘forma de sucumbir do grupo e sua lta para que Lando venha ocorrer A forga das raizes parece ser mais fort @ de grande importancia, porém as libor dades optalvas do artesdo, no pintado, s40 ruto fmtadas Apintura no 6 ura simples manilestaco de Jentades, mas algo que est igado ao processo do {gem do Grupo, Os motos seriam representagdes de enicades, anima ou vegeta, que estar ali Smboizadas Sua alteanca entre borda e bojo es- faa igaca ao fm a que se destinaria ou a quer it utizar Oque 6 mais importante, a borda ou 0 bojo? Por um se expele, no outro quarda-se 0 con Iaido, raz4o pela qual motvos se aternam na mo dda em que se modifica © momento das estiiza Ges. Os motives soriam semelhartes mas nunca igias¢ sua aternéncia demonstreria a mesma for 1 dos eniidades espirtuais sobre o que fazer, de Suaforgae da forma que ager. Desto modo as al fences feriam raz6es de ser e nao haveria um 9002580 modal. apieago de motivos comple tose amples, principalmerte na part interna da va Sha sena a possibiidade de, conto das variagoos Jeprevertadas externamerta, demonstar toda & ex essdo pictorica da entidace e seu tamanho e cs- Mbuicéo, mostra sua forga e vigor (Os motvos decoratvos da pntuta, em nosso “Sencimenta, tera uma agao magico-religiosa pa faaiguns casos, mas, em sua essEncia, a represen Bivdace sera miticoreiicsa, mais prowmas do ar “0 que setia conhecedor de toda um proceso 1otom e deservoivmento, Ndo estariam acu os Fidos’ quebracios pelos Jesuitas e clados nas Car “es Anvas? Ao perguntarem aos natvos sobre sous “spintos antepassados nao teriam recebido como. Keposia a visto de vasihas pintaca ‘Assim como a decoragao plastica esta vincu- bbe a um processo produtivo ou néo, ela é uma fxgr0ss20 de umn conhecimento e de uma apica {80.quando produtva seria ce uso commum, quant io docoracfo seria de uso particular ou exclusion No proceso migratéro omoreoncido plo {9p dose seu centro cispersor até alcangar sett oto maximo de expressdo em um determinado fame, dove ter havido varias elapas vencives a Jeno por grupos dtintos. Nem todos que part ra do centro orginal alcangaram o ponto terminal fequando 0 conseguram, eram infants a0 partir & ‘ncidos ao chegar. Num processo de migracao, on- ide varias alteracdes ocorrem, devido ao proprio pro- 50, que poder ser lento, ooupendo espacos 0 Aesooupando-os na mecica ern que se sentom so aos pera continuar a jornada; ou, podera ser Fido, saindo de um centro, por forga de outro gr 0.04 Po outoslipos de press4o, derramando-se o eas vazas ou concuistadas pela forga. Neste caso, um destacamento precursor em rapids des- locamentos vai assegurando a area ideal a ser fut ramente ocupada pelo grosso da coluna. Néo pre- tendemos entrar no mérito ou metado uliizado pa: ‘a este desiocamento mas tentar colocar que, para tuma pare apreciavel desta mioragt, 0 precesso foi Muito lento e denoia lempo, da mesma forma que paisagens novas vo se apresentando a sua frente, diferentes daquelas a que estavam acostumados © a alleragdes parecer ser inevitaveis para coeds ‘ar meio © cutura, A ocupagéo final de um espaco ever ser semelhante ao original, mas nunca igual ‘Assim, 0 que artes so produzia para um determi: ‘nado fim com ura determinada técnica @ materia prima, aqui passa a ser produzido para o mesmo fim mas com matria-prima diferente e algumas ah teragbes técricas 620 introduzdas. Por que alloragdes técnicas, por que dlferen ‘¢as de comportamanto? (© ambiente ndo 6 mais igual, 0 elemento hu ‘mano final ao se alejar no possui mais a mesma forca de tracigS0. Possula um conhecimento, tinha tm registro mas ndo sabia corno representi-los. De Motvos complexos alcangam esilzacdes simpistas ‘que, a0 artesdo, pareceriam ser serethanies ao que antes se produzia. Denito do orupo Guarani ¢ du ranie seu desenvolimento em areas cistntas. por ‘yezes, coortem manifesiagdes diversas daquelas que cram usualmente empregades. Seria um elemento ‘now? Estaria algum artesao tentando inovar agre-

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